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ETIOLOGIA DA MALOCLUSÃO Fatores Gerais ETIOLOGIA – Definição ● O termo “etiologia” significa o estudo da causa. Em ortodontia, se refere as causas das maloclusões. ● Compreender os fatores etiológicos das maloclusões é essencial na prática ortodôntica para prevenir certas irregularidades, determinar o prognóstico de tratamento e proporcionar a estabilidade dos casos tratados. ● Más oclusões são multifatoriais, ter origem de causas hereditárias, congênitas, as adquiridas gerais ou locais, e hábitos que influenciam no crescimento e o desenvolvimento dos maxilares. Isto é importante como meio para detectar e prevenir as más oclusões. ETIOLOGIA DA MALOCLUSÃO A incidência de má oclusão tem aumentado progressivamente, este fato deve-se principalmente à evolução do homem, na escala filogenética, em relação ao desenvolvimento craniofacial, aos hábitos alimentares e sociais e à miscigenação racial. (MOYERS,1979; GRABER, 1980; E LUNDSTROM, 1971) A sugerida por GUARDO refere-se às causas hereditárias e congênitas, gerais, locais e às causas proximais (hábitos bucais). Já SALZMANN dividiu os fatores etiológicos em pré-natais e pós-natais observando uma influência direta ou não, destes fatores, causadores de má oclusão. O que é maloclusão? ● As maloclusões são desvios da normalidade do arco dental do esqueleto facial ou de ambos, com reflexos variados nas diversas funções do aparelho estomatognático, assim como na aparência e na autoestima dos indivíduos afetados e nos relacionamentos afetivos familiares e sociais. ● Compreendidas como problemas de crescimento e de desenvolvimento que afetam a oclusão dos dentes. Classificação das Maloclusões ● Classe I: A posição relativa das arcadas dentárias é normal mesio-distalmente, com os primeiros molares usualmente em oclusão normal, embora um ou mais dentes possam estar em oclusão lingual ou vestibular. Classificação das Maloclusões ● Classe II: As relações relativas mésio-distais das arcadas dentárias são anormais; todos os dentes inferiores ocluindo distais ao normal, produzindo desarmonia muito marcante na região incisiva e nas linhas faciais. Classificação das Maloclusões ● Classe III: A relação dos maxilares é anormal, todos os dentes inferiores ocluindo mesialmente à relação normal na largura de um pré-molar ou até mesmo mais que um pré-molar, em casos extremos. Há, geralmente, uma inclinação lingual dos incisivos e caninos inferiores. ● Classe III: A desarmonia no tamanho das arcadas deve-se, geralmente, ao desenvolvimento pouco harmonioso dos ossos maxilares. Em todos os casos de maloclusão pertencendo a esta Classe, a desfiguração das linhas faciais é mais notável, chegando em alguns casos a deformidades muito pronunciadas. Fatores Etiológicos ● Toda má oclusão apresenta uma origem multifatorial e não uma única causa específica. ● Uma interação de vários fatores pode influenciar o crescimento e o desenvolvimento dos maxilares suscitando em más oclusões. ● Os fatores etiológicos da má oclusão são divididos em dois grupos: os fatores gerais e os locais. Fatores Locais ● Afetam diretamente os elementos dentários e os tecidos adjacentes. ● Fatores externos que agem sobre estruturas bucodentais afetando a oclusão de forma localizada; ● É alguma alteração intra-bucal que altera a oclusão; ● Ex: geminação, fusão; Fatores gerais ● Fatores que afetam o metabolismo geral, com direta influência no desenvolvimento dos maxilares, dentes e demais tecidos que formam a cavidade bucal. ● Os fatores gerais são classificados assim por serem fatores que afetam o metabolismo geral, com direta influência no desenvolvimento dos maxilares, dentes e demais tecidos que formam a cavidade bucal. Genéticos Diferenciação Congênitos Ambientais Funcionais Desenvolvimento FATORES ETIOLÓGICOS DA MALOCLUSÃO SALZMANN,1974 PRÉ-NATAIS PÓS-NATAIS Influências Pré-Natais ● Pré natal: Consiste em mudanças no ambiente intrauterino capazes de provocar mudanças na conformação fetal. Como fibromas intrauterinos que podem comprometer a posição do bebê, faixas amnióticas do saco vitelino que podem se prender no corpo do bebê, dieta que podem ter substâncias afetar o desenvolvimento fetal; Influências Pós-Natais ● Os principais são os traumatismos faciais, traumatismos dentários e as queimaduras. ● Trauma de ATM ao nascimento (parto com fórceps) ● Fratura condiares ● Anquilose na ATM ● Aparelhos de imobilização da coluna cervical - Aparelho de Milwaukee - Inclinação Vestibular dos Incisivos - Sobremordida exagerada Equação Ortodôntica de Dockrell adaptada por MOYERS - 1958 Breve exposição do desenvolvimento de todas as deformidades dentofaciais. ETIOLOGIA DA MALOCLUSÃO FATORES GERAIS HEREDITARIEDADE ● Constitui um dos principais fatores etiológicos pré-natais das más oclusões. ● O padrão de crescimento e desenvolvimento sofre forte influência dos fatores hereditários. ● Existem certas características raciais e familiares que podem comprometer a morfologia dentofacial de um indivíduo. HEREDITARIEDADE ● As anomalias de número, na sua grande maioria, são de origem hereditária, porém podem também estar associadas às deformidades congênitas como a displasia ectodérmica e a disostose cleidocraniana. ● Outro fator hereditário que contribui para o desencadeamento de uma má oclusão é a miscigenação racial. ● Nas populações raciais homogêneas (grupos geneticamente puros) quase não se observa má oclusão, enquanto que nos grupos que apresentam grande miscigenação racial a prevalência de más oclusões aumenta substancialmente HEREDITARIEDADE HEREDITARIEDADE Desproporção entre o tamanho dos dentes e maxilares Existem certas características raciais e familiares que podem comprometer a morfologia dentofacial de um indivíduo. Por exemplo, um jovem pode herdar o tamanho e a forma dos dentes do pai e o tamanho e a forma dos maxilares da mãe, resultando em uma combinação harmoniosa ou não entre os ossos e os dentes. Entretanto, não é possível prevenir tal combinação indesejada. Prognatismo Mandibular Quando não há harmonia entre os maxilares e existe uma projeção mandibular Denomina-se prognatismo a um tipo de deformidade dento-esquelética (ou dento-facial), na qual a mandíbula (maxilar inferior) encontra-se “projetada para frente” de forma inadequada, fato este que acarreta prejuízos do ponto de vista tanto estético quanto funcional para o portador. O prognatismo é, portanto, considerado como uma anomalia do desenvolvimento, caracterizada por um “excesso antero-posterior” no crescimento da mandíbula, o que determina um tipo de má-oclusão definida por Edward Angle (1855-1930) como classe III (representada na figura abaixo pela letra D). DEFEITOS CONGÊNITOS ● As deformidades congênitas, assim como os fatores hereditários, também constituem uma das causas etiológicas pré-natais das más oclusões, e caracterizam-se por apresentar grande influência genética. ● Essas deformidades, agem sobre o embrião, desde a sua formação intra-uterina até o momento do nascimento, apresentando manifestações clínicas imediatas ou tardias. Fendas Lábio-Palatinas ● Este tipo de má formação congênita caracteriza-se pela falta de fusão entre os processos palatinos e/ou dos segmentos que formam o lábio superior, e comprometem invariavelmente a arcada superior em maior ou menor extensão de acordo com o tipo de fissura. ● Classificam-se em 3 grupos de acordo com a sua localização, tendo como referência o forame incisivo: GrupoI - Fissuras pré-forame incisivo: envolve somente o palato primário geralmente envolvendo o lábio superior, o rebordo alveolar e o assoalho da fossa nasal. Grupo II - Fissuras trans-forame incisivo: são as fissuras que englobam o lábio superior e o palato em todo sua extensão. Todo indivíduo que apresenta este tipo de fissura possui má oclusão. Grupo III - Fissuras pós-forame incisivo: são as fissuras que menos comprometem a estética, uma vez que o envolvimento anatômico se limita à região posterior ao forame incisivo, mas os problemas funcionais relacionados a fala. Classificação de SPINA,1973 Fendas Lábio-Palatinas Fendas Lábio-Palatinas 1-fenda facial oblíqua (Falha na união do Processo nasal lateral com o processo maxilar) 2-macrostomia unilateral (Falha na união do processo mandibular e maxilar) 3-lábio leporino mediano com nariz parcialmente fendido (Falha na união do processo nasal medial) Fendas lábio-Palatinas 1-aspecto normal 2-lábio fendido unilateral com comprometimento nasal (Fissura unilateral pré forame) 3-lábio fendido unilateral comprometendo lábio, maxila e narina (Fissura unilateral transforame) Fendas lábio-Palatinas 4-lábio fendido bilateral abrangendo a pré maxila (Fissura bilateral transforame incompleta) 5-fenda palatina simples (Fissura palatina pós forame) 6-fenda palatina combinada com lábio fendido unilateral (Fissura transforame completa unilateral) Sífilis Congênita ● Mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. Tem como característica a maxila curta e palato profundo, nariz em sela, molares em amora, incisivos em forma de barril, em casos mais graves temos a tríade de Hutchinson onde o paciente vai apresentar hipoplasia de incisivos e molares, surdez, queratite intersticial (pele seca e com muita elasticidade). Tríade de Hutchinson Abrange os três achados patognomônicos da doença que são; dentes de hutchinson (molares em amora e incisivos em forma de chave de fenda); ceratite ocular intersticial e surdez. Além disso podem ocorrer outras alterações como deformidade do nariz em sela, palato ogival, hidrocefalia, retardo mental, etc. Torcicolo ● A contração muscular excessiva pode restringir o crescimento de forma análoga à cicatriz após uma injúria. Apesar de alguns casos terem intervenção, uma assimetria facial moderada pode se desenvolver. Distrofia Muscular - Alongamento da face inferior ocorre tipicamente em pacientes com síndromes de flacidez muscular, - É frequente apresentar mordida aberta anterior acompanhada de altura facial excessiva Displasia Cleidocraniana ● A displasia cleidocraniana constitui uma deformidade congênita geralmente associada à hereditariedade, que também pode provocar alterações ao nível da cavidade bucal. Além do sinal clínico mais característico, hipoplasia da clavícula, os aspectos bucais mais frequentemente observados são: • maxila hipoplásica; • protrusão mandibular; • erupção tardia dos dentes permanentes; • dentes supranumerários; • hipoplasia do cemento. Displasia Ectodérmica Hereditária ● É uma anomalia de caráter hereditário caracterizada pela falta de desenvolvimento dos tecidos de origem ectodérmica. Os portadores desta anomalia geralmente apresentam anormalidades de cabelo, unhas, cílios, pele, dentes, face, e glândulas anexas (sebáceas e sudoríparas principalmente) além de apresentarem uma aparência de senilidade. Características Clínicas Gerais As principais características intrabucais e faciais são: 1. ausência total (agenesia) ou parcial (oligodontia) dos dentes; 2. dimensão vertical reduzida; 3. terço inferior facial reduzido; 4. ausência de osso alveolar; 5. maxilares pouco desenvolvidos; 6. lábios protuberantes. Acondroplasia VELLINI,199 8 ● Acondroplasia (do grego a=privação, chóndros=cartilagem e plásis=formação) é uma doença hereditária, autossômica dominante ou adquirida, que afeta a cartilagem dos ossos, impedido-os de crescer. É uma das formas mais comuns de baixa estatura desproporcional (nanismo). Popularmente, os indivíduos portadores dessa condição são conhecidos como anões. Numa grande maioria dos casos (cerca de 80%) essa condição é esporádica e resulta de uma mutação nova, sendo o primeiro caso na família. ● A acondroplasia pode ou não ser transmitida de pais para filhos. Estima-se que os progenitores de um indivíduo afetado com acondroplasia têm uma probabilidade muito baixa de repetirem essa condição em outros filhos, mas a prole de uma pessoa que seja portadora dela tem 50% de probabilidade de transmiti-la aos filhos. A acondroplasia parece crescer à medida que aumenta a idade paterna na época da concepção. Acondroplasia Síndrome de Down ● Também chamada de trissomia do cromossomo 21, é uma anomalia genética no cromossomo 21. Durante a meiose, na formação dos gametas, pode não ocorrer a correta disjunção dos cromossomos, formando três cópias do cromossomo 21. Esta á a principal causa da Síndrome de Down, ocorrendo em 85% dos casos estudados. O risco de isso acontecer aumenta com a idade materna. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: ● Face achatada ● Fenda palpebral oblíqua ● Orelhas displásicas ● Pele abundante no pescoço ● Prega palmar transversa única ● Hiper-elasticidade articular ● Pelve displásica ● Displasia da falange média do quinto dedo. ● O maxilar e o palato (céu da boca) costumam ser menores e por causa disso, ao fechar a boca, os dentes superiores e inferiores não se tocam de forma adequada, podendo gerar as chamadas mordida cruzada e mordida aberta, que são problemas de posição dos dentes e do formato da parte óssea. Síndrome de Down - Fechamento prematuro das suturas do crânio, o que leva a diversas deformidades cranianas e faciais. - Caracterizada por Deformidades no crânio, a cabeça passa a adotar um aspecto de torre e a nuca fica mais achatada, Alterações faciais como olhos protuberantes e mais afastados que o normal, nariz alargado, estrabismo, ceratoconjuntivite e diferença no tamanho das pupilas. Síndrome De Crouzon Síndrome de Treacher-Collins: - Apresenta-se com deformidades craniofaciais, tendo expressão e severidade variável. É uma malformação congênita que envolve o primeiro e segundo arcos branquiais. - Caracterizada por anormalidades dos pavilhões auriculares, hipoplasia dos ossos da face, obliquidade antimongolóide das fendas palpebrais com coloboma palpebral inferior e fissura palatina. Síndrome de Pierre Robin: - Traz a combinação de deficiência mandibular extrema e palato fendido. Manifestações bucais ● Mandíbula muito pequena (micrognatia) e queixo recuado; ● Retração da língua (glossoptose); ● Severa dificuldade respiratória em decorrência da presença da micrognatia e da glossoptose; ● Fenda no palato mole, geralmente em formato de U (80% dos casos) e em formato de V; ● Úvula bífida em certos casos ou com uma fissura submucosa oculta; ● Palato ogival; ● Malformações dentárias (ocorre em um terço dos casos); ● Anomalias músculo-esqueléticas, como sindactilia, falanges displásicas, polidactilia, articulações hiperflexíveis, dentre outras. Síndrome de Pierre Robin: ● Esta síndrome é uma doença envolvendo pele e anexos, de provável origem genética de caráter dominante relacionada ao cromosso X, portanto acometendo apenas o sexo feminino, na infância. ● Os sinais e sintomas mais freqüentemente observados nesta síndrome são: anomalias oculares, simetria facial, distrofia nasal, anomalias do couro cabeludo, desordens do sistema nervoso e anomalias dentárias. ● Dentre as anomalias dentárias pode-se destacar: • agenesias; • anomalias de forma, como dentes conóides, dentesgeminados ou fusionados e dens in dens; • hipoplasia de esmalte. Incontinência Pigmentar ou Síndrome de Blochsulzberguer Síndrome de Rieger ● A síndrome de Rieger de origem hereditária autossômica dominante displásica, caracteriza-se por sinais clínicos relacionados às anomalias oculares, umbilicais e dentárias. ● Os principais sinais clínicos da síndrome envolvendo a cavidade bucal são: anomalias de forma: talon cusp e dentes conóides; anomalia de tamanho: microdontia; agenesia total ou parcial; hipoplasia de esmalte; hipoplasia maxilar; prognatismo mandibular. FATORES AMBIENTAIS Fatores Ambientais ● A maior parte das crianças apresentam algum tipo de padrão funcional anormal ou hábito potencialmente deformante; ● Pacientes diagnosticados com síndrome do respirador bucal podem apresentar erupção dentária assincrônica, crescimento da incidência de cárie, formações de pólipos e vegetação adcnoidcanas, devido à falta de ventilação nas vias aéreas superiores, complicações pulmonares devido ao ar entrar diretamente pela boca (ele não é aquecido nem filtrado pelas narinas); ● Os mesmos apresentam como características boca aberta com a conseguinte queda da mandíbula, musculatura dos lábios geralmente frouxa, o volume dos lábios é sempre desigual, pois o lábio inferior é maior; ● Sucção de chupeta ou dedo por tempo prolongado, podem levar a mordida aberta anterior (MAA), que pode acarretar alterações no aspecto estético do indivíduo, dificulta preensão e corte dos alimentos, além de prejudicar a correta pronuncia de determinados fonemas. Teratógenos ● Define-se como agente teratogênico qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência, que estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz alteração na estrutura ou função da descendência. ● O aparecimento de anomalias genéticas devido a exposição à agentes potencialmente teratogênicos pode sofrer interferências de acordo com o período de exposição da gestante, do tipo do agente em que foi exposto, da duração da exposição e da dose exposta. Podendo levar a conseqüências tais como: aborto, prematuridade, malformações, distúrbios do comportamento e/ou aprendizado e até alteração no crescimento do bebê. ● Os teratógenos conhecidos por produzir problemas ortodônticos são: Trauma na ATM Desequilíbrio Endócrino ● A disfunção endócrina pré-natal pode manifestar-se em hipoplasia dos dentes, enquanto as pós-natais acelerar ou retardar a direção do crescimento facial. Ex: velocidade de ossificação dos ossos, tempo de fechamento de sutura, período de erupção dos dentes e a velocidade de reabsorção dos decíduos. Desequilíbrio Endócrino ● Dentre os distúrbios endócrinos que afetam diretamente a cavidade bucal encontram-se aqueles relacionados às glândulas tireóide, paratireóide e hipófise. Os diversos sinais de distúrbio variam de acordo com o excesso ou a carência de metabolismo dos hormônios produzidos por estas glândulas. Glândula Tireóide HIPERTIREODISMOHIPOTIREOIDISMO - Hipodesenvolvida, maxila hiperdesenvolvida (geralmente vai ser um paciente classe II), macroglossia, mordida aberta, retenção de dentes decíduos, erupção retardada dos permanentes. Tem-se que cuidar dessa criança colocando mantenedores de espaço para ele ter desenvolvimento normal da oclusão. - Hipertensão arterial, sensibilidade à epinefrina, atrofia alveolar, esfoliação precoce de decíduos, erupção acelerada dos permanentes. Deficiência na Dieta Deficiência na Dieta ● Uma falha nutritiva em crianças em crescimento e desenvolvimento, provoca um retardo dos centros de ossificação, afetando também a qualidade dos tecidos em formação; ● A má nutrição pode levar a alteração na sequência de erupção, perda precoce ou retenção prolongada dos dentes decíduos, vias de erupção anormal ou insanidade dos tecidos bucais; ● Deficiência de vitaminas A, B, C, D, da Riboflavina e do Iodo podem contribuir para as más formações esqueléticas e dentárias. Carência de Vitaminas ● A literatura demonstra que uma deficiência nutritiva nas crianças em crescimento e desenvolvimento provoca um retardo dos centros de ossificação, podendo, assim, contribuir para as más formações esqueléticas e dentárias. Vitamina A ● Vitamina A: aumento do nível de anquilose, retardo a erupção; Vitamina B SCULLY, 2002 ● Vitaminas do complexo B: glossite, língua despapilada, úlceras orais, queilite angular; Vitamina C ● Vitamina C: causa distúrbios periodontais devido a alteração na produção de colágeno, alterações dentárias e alterações do osso alveolar; Vitamina D ● Vitamina D: hipoplasia de esmalte e dentina, distúrbio na calcificação dos ossos, retardo na erupção dentária Vitamina E ● Vitamina E: alterações de esmalte e dentina. Agentes Físicos ● Extração prematura de dentes decíduos – é atribuída às cáries; ● Natureza do alimento – uma dieta altamente refinada, mole, modernamente pastosa, desempenha um papel na etiologia de algumas maloclusões. Enfermidades ENFERMIDADES SISTÊMICAS ● As febres agudas, as infecções crônicas, as paralisias cerebrais e as distrofias musculares, quando presentes na fase de crescimento e desenvolvimento podem expressar alterações na cavidade bucal. Essas alterações afetam os dentes mais em termos qualitativos do que quantitativos, podendo ser a maloclusão um resultado secundário. Enfermidades locais ● Enfermidades nasofaríngeas e função respiratória perturbada – esse distúrbio induz a alterações na morfologia craniofacial e a maloclusão, inclusive aumento na altura da face anterior, palato estreito e profundo, incisivos retroinclinados, aumento na altura inferior da face, mordida aberta e uma tendência à mordida cruzada; Enfermidades locais ● Enfermidades gengival e periodontal – têm um efeito direto e altamente localizado nos dentes, que podem causar a perda dos mesmos, alterações nos padrões de fechamento da mandíbula, para evitar traumatismo em áreas sensíveis, anquilose de dentes e outras condições que influam na posição dos dentes; ● Os tumores podem causar maloclusão quando localizados em áreas dentárias; ● Cáries são a maior causa isolada de maloclusão localizada, podem ser responsáveis pela perda precoce de dentes decíduos, inclinação dos dentes permanentes, erupção prematura de dentes permanentes etc. Traumas e acidentes Traumas e acidentes ● Acidentes traumáticos obstétrico durante o parto, quando da utilização de fórceps, podem provocar fratura do côndilo e hipoplasia da mandíbula. ● Os traumatismos envolvendo os dentes decíduos podem provocar a perda precoce destes ou ainda afetar o germe dentário permanente causando desvios de irrupção, dilacerações radiculares e defeitos na estrutura dentária TRAUMATISMO ● Tanto o traumatismo pré-natal (acidentes traumáticos obstétricos), quanto às lesões pós-natais (traumatismo de decíduo com perda) podem resultar em deformidades dentofaciais. O diagnóstico das maloclusões tem implicações importantes, pois constitui-se em um fator predisponente ao traumatismo dentário. ● Traumatismo pré-natal e lesões de parto: hipoplasia da mandíbula pode ser causada por pressão uterina ou traumatismo durante o parto. Assimetria causada pela pressão de um joelho ou perna na face. ● Traumatismo pós-natal: fraturas dos maxilares e dentes, hábitos e traumatismo da ATM. CONCLUSÕES Poucas maloclusões são resultantes de uma causa específica, geralmente é uma variação clínica significativa do crescimento normal, resultante da interação de váriosfatores durante o desenvolvimento, tendo origem no desequilíbrio entre os sistemas em desenvolvimento que formam o complexo craniofacial, desequilíbrios estes com os quais a face não pode competir. BIBLIOGRAFIA NAKATA, M.; WEI S. I. H. Guia de Oclusão em Odontopediatria. Editora Santos, 1995. CARMINATTI, Katia. Hábitos deletérios x Maloclusão. Nos limites da tipologia facial. 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