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que o aluno convive ou interage no seu dia-a-dia. Referências [1] C. Almeida, T.A. Pauka, C.E. Laburú e M.I. Nobre Ota, in Resumos XIII SNEF, Brasília, DF, 1999, p 51-52. [2] S.M. Arruda, e D.O. Toginho Filho, Caderno Catarinense de Ensino de Física 88888, 232 (1991). [3] I. Costa, e M.S. Santos, How to Introduce Modern Topics in High School Curriculum? A Proposal. Thinking Physics for Teaching, edited by Carlo Bernadini et al. (Plenum Press, NY, 1995), p. 371-379. [4] I. Costa, e M.S. Santos, in Resumos do VI Encontro de Pesquisa de Ensino de Física, Florianópolis, SC, 1998, p. 137- 139. [5] H. Fischer, and M. Lichtfeldt, in Proceedings of International Workshop Held at the University of Bremen, edited by Duit et al., 1992, p. 240-251. [6] J.C. Gallawa, How Microwaves Cook? The Complete Microwave oven Service Handbook. Troubleshooting and Repair (Prentice Hall, Division of Simon and Schuster, 1997). [7] C.E. Laburú, M. Simões e A. Urbano, Caderno Catarinense de Ensino de Física 1515151515, 192 (1998). [8] F. Ostermann, e M.A. Moreira, in Resumos do VI Encontro de Pesquisa de Ensino de Física, Florianópolis, SC, 1998, p. 111-113. [9] F., Ostermann, L.M. Ferreira e C.J.H. Cavalcanti, Revista Brasileira de Física 2020202020, 270 (1998). [10] R. Resnick, D. Halliday, and J. Walker, Física 2 (Livros Técnicos e Científicos Editora, RJ,1996), 4a edição. [11] R.H. Stauffer Jr., Physics Teacher 3535353535, 231 (1997). [12] E.A. Terrazzan, Caderno Catarinense de Ensino de Física 99999, 209 (1992). [13] A. Villani e S.M. Arruda, Science e Education 77777, 85 (1996). [14] A velocidade da luz é determinada da seguinte forma: com uma régua, mede-se sobre o “marshmallow” o comprimento de onda da microonda (da ordem de 12 cm, segundo Stauffer [11]). Usa-se esse valor na relação v = λ.f, onde a freqüência (f) pode ser encontrada atrás do forno, na chapinha das informações técnicas do aparelho. [15] Panassonic: mod. NN7809; mod. NN6556BAH, tipo Family. [16] Imagina-se, aqui, que o professor sugira a demonstração caseira para os alunos em seus fornos de microondas e que eles tragam os resultados obtidos para a sala de aula, a fim de serem discutidos. [17] A freqüência e o comprimento de onda eletromagnética na faixa do visível são, respectivamente, de 4,3.1014 Hz a 7,5.1014 Hz e 7.10-5 cm a 4.10-5 cm. Por outro lado, as microondas são ondas do espectro eletromagnético que pertencem à mesma faixa de freqüências dos sinais de rádio, radar, televisão e telefones celulares que corresponde a (109-1011) Hz. Como é possível verificar através da chapinha de informações técnicas atrás dos aparelhos, a freqüência de operação das microondas dos fornos é de 2450 MHz, e, como já dissemos, o seu comprimento é da ordem de centímetros, no caso, de 12 cm. 75 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Introdução Apreocupação com a abordagem de temas maisatuais de Física no Ensino Médio intensificou-seem meados da década de 80 do século XX, inau- gurando, de certa forma, uma nova linha de pesquisa na área de ensino de Física - Física Moderna e Contem- porânea (FMC) [16] no Ensino Médio. A pobreza e semelhança dos currículos de Física nas escolas brasileiras podem ser reconhecidas na divisão dos conteúdos em blocos tradicionais: Mecânica, Física Térmica, Ondas, Óptica e Eletromagnetismo que seguem, basicamente, a seqüência dos capítulos nos livros didáticos. Na prática, é comum que a Física se reduza apenas à cinemática (muitas vezes, quase toda a 1ª série do Ensino Médio é dedicada a ela), leis de Newton, termologia, óptica geométrica, eletricidade e circuitos simples. Dessa forma, toda a Física desenvolvida do século XX em diante está excluída dos currículos escolares [6]. Em vários países desenvolvidos, já foi superada a etapa de “levantamento de justificativas” para a inserção de FMC e seus sistemas escolares contemplam nos currí- culos, quase sem exceção, o tratamento de tópicos mo- dernos. Já há algum tempo, vários materiais didático- pedagógicos vêm sendo desenvolvidos sob esse enfoque. No Brasil, no entanto, esse movimento está se expandindo de forma mais acelerada nos últimos cinco anos, principalmente, tendo em vista que a nova legislação recomenda que sejam contemplados conteúdos mais atuais nos currículos das escolas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996 [17], propõe, por exemplo, como diretrizes para o Ensino Médio: o destaque à educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, o domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a Fernanda Ostermann e Trieste F. Ricci Instituto de Física - UFRGS Porto Alegre - RS Neste trabalho é discutida a abordagem que livros didáticos de Física, para o Ensino Médio, têm adotado com relação à contração de Lorentz-FitzGerald e à aparência visual de objetos relativísticos no contexto da introdução de tópicos sobre Relatividade Restrita. A idéia é alertar para o fato de que o assunto não tem merecido o devido cuidado, fazendo com que os livros apresentem sérios erros conceituais, quando confundem “medir” com “observar” ou quando omitem tal distinção, provocando má interpretação pelo leitor (publicado origi- nalmente no Caderno Brasileiro de Ensino de Física v. 19, n. 2, p. 176-190 (2002)). Relatividade Restrita no Ensino Médio 76 Coleção Explorando o Ensino, v. 7 - Física produção moderna. Particularmente, quanto à área de “Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias”, na qual se insere a disciplina de Física e os Parâmetros Curriculares Nacionais [18], sem mencionar uma lista de conteúdos a serem trabalhados no Ensino Médio, ressaltam que a organização e o tratamento de conteúdos devem estar vinculados ao cotidiano do aluno. O docu- mento assinala que as disciplinas científicas têm omitido os desenvolvimentos realizados durante o século XX e propõe uma renovação de conteúdos que proporcione condições aos alunos para que possam desenvolver uma visão de mundo atualizada. Entre as competências e habilidades em Física que os alunos devem aprender, são destacadas: representação e comunicação (aprendizagem de códigos, linguagens, símbolos físicos); percepção sociocultural e histórica (Física como construção humana, entendimento de aparatos tecnológicos); investigação e compreensão (organizar, levantar hipóteses, testar, entender “como funcionam” os aparelhos). Vê-se, portanto, que há na nova legislação brasileira uma tendência de promover a renovação curricular, buscando no recente conhecimento científico, subsídios para o aluno entender o mundo criado pelo homem atual. Essa “pressão legal” começa a refletir-se nos livros didáticos de Física para o Ensino Médio, embora de forma ainda bastante tímida. O mercado editorial brasileiro deverá dar uma resposta rápida a essas novas recomendações, principalmente, se considerarmos que a análise de livros didáticos para o Ensino Médio, organi- zada pelo Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação e do Desporto, não foi ainda concluída. O foco do presente trabalho é o tema da Relatividade Restrita - um dos pilares da FMC que já vai completar cem anos e que ainda é pouco abordada nos livros didáticos. Uma análise de várias obras recentemente lançadas no mercado brasileiro mostra que um número significativo de livros amplamente adotados nas escolas não trata do tema: Gonçalves e Toscano [19]; Anjos [20]; Ramalho et al. [21]; Bonjorno et al. [22] e Paraná [23]. Vale ressaltar que essas obras sequer tratam de outros tópicos de FMC. Uma revisão da literatura através de consulta a artigos em revistas, dissertações e teses que abordam a questão da introdução da Relatividade Restrita no Ensino Médio, revelou também que essa discussão ainda é incipiente nesse tipo de publicação [7]. Destacamos, a seguir, alguns trabalhos encontrados. Uma pesquisa