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FUNDAMENTOS DO DIREITO 01.TEORIA GERAL DO DIREITO Expressão: Directus, adjetivo latino, significa retidão, justo, retilíneo. Sentidos: 1. Estudo científico das normas que organizam a sociedade, promovendo a justiça, considerado uma ciência dividida em partes segundo o objeto de estudo (direitos constitucional, administrativo, tributário, do trabalho e civil); 2. Conjunto de normas, que representam os interesses das pessoas naturais jurídicas protegidas no direito objetivo (todo direito é objetivo, baseado numa norma objetiva) e no direito positivo (emanam da vontade do estado através do poder judiciário, como as leis que emanam do legislativo); 3. Conjunto de interesses das pessoas na área jurídica protegidas por lei (direito subjetivo); 4. Conjunto de normas abstratas, ideais, de caráter ético, inerentes à natureza humana (direito natural), por quando gravadas na consciência de cada um independe do direito objetivo e positivo. Ramos: mesmo que o complexo de normas seja uno e indivisível, é dividido segundo a natureza das normas em: 1. público (se destinam a proteger o interesse coletivo - normas constitucionais, administrativas, penais, do trabalho, tributárias, ambientais); 2. privado (se destinam a proteger o interesse particular – direito civil, comercial). Fontes (formas de manifestação do direito na sociedade): 1. costumes: são normas não escritas sedimentadas através dos tempos, do cotidiano, regras de conduta popular, prática habitual, direito consuetudinário (objetivo, não positivo); 2. doutrina: é a teorização do conhecimento jurídico e emana a norma através de investigação científica, tornando as leis mais claras; 3. jurisprudência: deriva do latim jurisprudentia (julgar com prudência), conjunto de decisões judiciais irrecorríveis, uniformes em torno de uma mesma matéria e que operam efeitos vinculantes e podem ser favoráveis ou desfavoráveis (ex: juizes, súmulas de tribunais podem formar jurisprudência e posterior lei); 4. lei: é um conjunto de normas escritas, disciplinadoras da sociedade de acordo com critérios de justiça, objetivando promover o equilíbrio social, deriva do latim lex e de legère (ler), termo que se lê, publicada no diário oficial, não deve ser ignorada e pode ser considerada em desuso (teoria da tridimensionalidade do direito – fato social, norma, justiça; a lei é o espelho das nossas necessidades), suas características são: a) Generalidade (devem ser genéricas, se destinar a todos), Imperatividade (toda norma contempla uma ordem com uma penalidade implícita), b) Bilateralidade (toda norma define um direito e impõe um dever), c) Coercibilidade (a norma nos induz a pratica ou abstenção de um ato, se seus preceitos não forem respeitados, haverá punição), d) Distributividade (as normas distribuem justiça na sociedade). Publicação (ingresso da lei no mundo jurídico) Vigência (início da obrigatoriedade da lei *previdência 90 dias, tributaria começo do ano civil, inicio do exercício, os demais 45 dias) Revogação (eliminação de seus efeitos jurídicos): a) expressa: a própria lei nova revoga expressamente a lei anterior no seu próprio texto. b) tácita: a lei nova não revogando expressamente no seu texto a lei anterior, com ela, no entanto torna-se incompatível (subentendida). c) parcial: a lei nova ou expressa ou tacitamente apenas revoga parte da lei anterior (derrogação). d) total: quando toda lei anterior perde seu efeito expressa ou tacitamente (Ab-rogação). OBS.: A lei nova não prejudica o direito adquirido, o ato jurídico e acabado e a coisa julgada. A eficácia é a adequação da lei a realidade social. Hermenêutica do direito: do grego hermeneutm, interpretação da lei, investigação cientifica da lei com analise de um sentido único tornando-a compreensiva para a sociedade. Quem interpreta a lei é o hermeneuta ou exegese. Mitologia grega: mercúrio interpretava as leis e Hermes era o mensageiro. 3 técnicas: 1. Literal (mediante exata compreensão do sentido de suas palavras, ex é defeso o direito disso, é proibido seu direito); 2. Objetiva (através da compreensão de seus objetivos, interpretação teleológica); 3. Sistemática (enquadrando-a no sistema sócio-juridico, contextualizando-a como parte de um sistema jurídico, mais abrangente e completa). Princípios gerais do direito: fundamentos filosóficos manifestados através de proposições que, revestindo natureza dogmática, não admitem questionamentos, como beneficiar o réu, direito adquirido, coisas já julgadas – sentenças irrecorríveis não podem ser modificadas com uma nova lei. Equidade e justiça: equidade vem do latim equitate, é o bom senso que se deve fazer presente nas soluções de conflitos (sentimento de justiça) e justiça, do latim justitia, possui 2 sentidos: 1. amplo (lato-sensu) designa a própria organização do poder judiciário, penal, eleitoral, comum, etc.; 2. restrito (estricto-sensu) valor ético que é perseguido pelo direito da sociedade e consiste em atribuir a cada o que é seu de direito. 02.A CONSTITUIÇÃO E A ORDEM JURÍDICA INFRACONSTITUCIONAL DO ESTADO BRASILEIRO Constituição: conjunto de normas jurídicas estruturadoras da sociedade, lei fundamental do Estado porque fixa as diretrizes básicas da sociedade, define a forma de estado (federal), de governo (republicano), de sistema (presidencialismo), etc. Define direitos individuais, sociais e políticos, além de suas respectivas garantias. Todas as demais devem ser submetidas ao seu texto (suprema) sob o risco de inconstitucionalidade - lei que contraria a constituição sob o aspecto formal (tem que ser aprovada na câmara e no senado com maioria absoluta); quanto à matéria (o conteúdo quando se trata de um assunto proibido ou ausente da órbita da constituição, ex condições pétreas imutáveis). O princípio da supremacia constitucional consiste em que todas as leis que integram a ordem jurídica do estado são infraconstitucionais. Controle da constitucionalidade: preventivo, exercido pelo legislativo através do veto ou também pelo executivo (evita que uma lei inconstitucional ingresse no mundo jurídico) e regressivo, exercido pelo judiciário através do STF que promova a ADIN (ação direta de inconstitucionalidade) (elimina do mundo jurídico uma lei inconstitucional). Tipos: classifica para efeitos práticos e doutrinários quanto: a) A origem: outorgadas (autoritárias, impostas pelo governante, 1824 elaborada por José Bonifácio, Dom Pedro I, e 1937 – portaria e polaca – Getúlio Vargas) ou votadas/promulgadas (elaboradas nas assembléias constituintes, representantes do povo). b) A forma: codificadas (escritas, todas as brasileiras) e não- codificadas (consuetudinárias baseadas nos costumes e tradições, Inglaterra). c) A mutabilidade: rígidas (exigem para revisão mecanismos dificultadores, todo um processo especial e qualificado), semi-rígidas (exigem mecanismos dificultadores apenas com relação a alguns de seus preceitos) e flexíveis (constituições elásticas contrarias da rígida, se modificam na conformidade dos costumes). Ordem jurídica infraconstitucional: leis inferiores à constituição Espécies normativas: 1. emendas constitucionais: propostas que se destinam a alterar a constituição, submetidas em 2 turnos na câmara (rígidas). Podendo ser aditivas (acrescentam artigos), supressivas (eliminam preceitos) e substitutivas (atribuem uma nova redação às normas). 2. leis complementares: regulamentam normas constitucionaise devem ser aprovadas por maioria absoluta. 3. leis ordinárias: normatizam o cotidiano da vida social, não trata diretamente da constituição como o código civil, podem ser aprovadas por maioria relativa. 4. leis delegadas: elaboradas pelo presidente através de delegação de poderes conferida pelo congresso nacional através de resolução. 5. medida provisória: atos normativos editados pelo presidente com vigência imediata após sua publicação em situações de urgência ou de interesse publico relevante, submetidos ao congresso com prazo de 60 dias, prorrogáveis uma única vez por igual período; se rejeitada pelo congresso ou não convertidas em lei no prazo aludido, perderão sua eficácia desde a edição, hipótese em que o congresso disciplinará através de decretos legislativos situações jurídicas pretéritas de modo a evitar violação de direitos adquiridos. 6. decretos legislativos: atos normativos com que o congresso nacional disciplina assuntos da sua exclusiva competência, como assinaturas em tratados internacionais pra liberação de divisas por ex, ou disciplina relações jurídicas decorrentes de MP rejeitadas. 7. resoluções: atos normativos com que a câmara e o senado disciplinam assuntos das respectivas competências privativas, como a contratação de pessoal. Processo legislativo: (fases de um projeto de lei) 1. iniciativa: criação da lei, a maior parte tem iniciativa na câmara, passando depois pelo senado e pela presidência. 2. discussão: antes de ser discutido no plenário, o projeto é examinado e discutido por uma comissão. 3. votação: aprovação ou rejeição do projeto no plenário através do voto. 4. sanção: (aceitação do projeto pelo presidente da republica) ou veto (rejeição do projeto pelo presidente, que comunica as razoes do veto no congresso, ex lei inconstitucional); isso no prazo de 15 dias, caso não se pronuncie, seu silencio é conhecido como presunção tácita. 5. promulgação: atestado de que a ordem jurídica foi inovada. 6. publicação: ingresso da lei no mundo jurídico. 03.DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS Direitos constitucionais: assim considerados porque estão definidos na constituição, são os direitos individuais, sociais e políticos que constituem um conjunto de limitações impostas ao estado. Individuais e coletivos: são os direitos das pessoas naturais ou jurídicas consideradas na individualidade. 1. À igualdade (todos são iguais perante a lei); 2. À legalidade (todos devem agir segundo os princípios legais); 3. À liberdade de expressão do pensamento (não podendo atingir a moral das pessoas, assumindo sem anonimato os danos das conseqüências do que se fala e que se tenha provas); 4. Ao livre exercício de qualquer trabalho (respeitadas as qualificações definidas em lei, caso contrário será falsidade ideológica); 5. De locomoção, ir e vir (só cerceado quando é preso); à propriedade (revestida de função social); 6. À herança (não se pode deserdar, renuncia-se em nome de um favorecido, sem herdeiros o $ fica com a união); 7. À inviolabilidade da residência; ao sigilo da correspondência (telefônica escrita ou digital); 8. À irretroatividade das leis (são editadas para normatizar o futuro e não o passado, salvo as penais que retroagem para beneficiar o réu); 9. À garantia da inexistência no sistema jurídico penal da prisão perpétua, da pena de morte e da tortura; 10. À garantia da inexistência de prisão por dívidas, salvo as obrigações alimentícias ou apropriação indébita (não recolher o INSS do empregado por ex); 11. À indenização pelo estado por erro judiciário; do principio do contraditório (ninguém pode ser punido sem o direito de defesa); 12. De resposta proporcional ao acaso. Sociais: direitos dos indivíduos na sociedade, como saúde, educação, trabalho, lazer, previdência, habitação, segurança, proteção à mulher, criança e idoso, transporte, assistência aos desamparados, direitos dos trabalhadores. Políticos: direitos de votar e ser votado fundamentados no princípio filosófico da soberania popular, porem existem restrições definidas legalmente. São condições de elegibilidade: 1. Nacionalidade brasileira; 2. Pleno exercício dos poderes políticos; 3. Alistamento eleitoral; 4. Domicílio eleitoral na circu (localidade onde o candidato reside) 5. Filiação partidária; 6. Idade mínima de: -Presidente, vice-presidente e senador [35 anos] -Governador e vice-governador [30 anos] -Deputado federal, deputado estadual, prefeito e vice- prefeito [21 anos] -Vereador [18 anos] Garantias constitucionais: institutos jurídico-processuais previstos na constituição que asseguram a observância dos direitos constitucionais. a) habeas corpus: será concedido quando alguém estiver preso ilegalmente (liberatório) ou ameaçado de prisão por abuso de poder (preventivo). b) mandado de segurança: para proteger direitos líquidos e certos (claros) comprometidos por ameaça velada (preventivo) ou ameaçados de comprometimento (repressivo) por ato de ilegalidade praticado por autoridade publica ou ainda por agente de pessoa jurídica de direito privado no exercício da função publica; tem caráter pessoal quando beneficia somente o autor da ação, e coletivo, uma entidade ou categoria. c) mandado de injunção: cedido quando alguém deixa de exercitar um direito constitucional por falta de norma regulamentadora (individuais, sociais e políticos). d) habeas data: concedido para segurar à pessoa do impetrante informações pessoais negadas por entidades governamentais ou não governamentais. e) ação popular: todo cidadão é parte legitima para promover a ação popular com o objetivo tornando sem efeito hábitos administrativos prejudiciais ao patrimônio publico, a moralidade administrativa, ao meio ambiente, ao patrimônio histórico e cultural. 04.NACIONALIDADE Conceito: Vinculo jurídico entre o individuo e o estado que gera um complexo de direitos e deveres recíprocos. O povo de um país é formado por seus nacionais, conceito qualitativo. População: é o conjunto dos indivíduos existentes no território do estado, independentemente de qualquer situação jurídica ou nacionalidade. A população poderá ser classificada em: 1. absoluta: total de habitantes de um estado; 2. relativa: decorre da divisão do total dos habitantes de um estado por sua extensão territorial. O conceito de povo reveste assim uma conotação qualitativa e o de população, uma conotação quantitativa. O indivíduo qualificado pela nacionalidade, onde quer que se encontre, fará parte integrante do povo do seu estado. A população exige a presença do indivíduo no território. Espécies de nacionalidade: 1. Originária: (resulta da circunstância do nascimento observados os critérios do jus sanguinis – atribuída em razão da filiação – e do jus soli – atribuída em razão do local de nascimento – definidos no direito internacional público positivo). Poli Pátria tem mais de uma nacionalidade, porque cada país adota o seu critério na legislação de nacionalidade. O Brasil adota os dois critérios. Apátridas não têm nacionalidade. 2. Adquirida: resulta voluntariamente, salvo em determinadas situações, de mudança da nacionalidade de origem, normalmente através do processo de naturalização que consiste num estrangeiro que desempenha funções em um país e não tem vontade de voltar ao de origem. No Brasil, o estatuto do estrangeiro define as formas como os estrangeiros podem requerer a nacionalidade brasileira, segundo requisitos como tempode residência no país ou então originário de um país que possua a mesma língua. Critérios de nacionalização: naturalização, casamento, mutação territorial (guerra de conquista – auto determinação dos povos), atividade laborativa/trabalho. 3. Cargos privativos de brasileiros natos: presidentes e vice presidentes da republica, da câmara e do senado, ministro do STF, oficial das forças armadas, carreira diplomática e ministro de estado de defesa. Hipóteses de perda de nacionalidade: 1. Tiver cancelada a sua naturalização através de decisão do STF em virtude de atividade nociva aos interesses nacionais; 2. Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária por lei estrangeira e imposição de naturalização pela norma estrangeira ao brasileiro que reside em território estrangeiro como condição de permanência (trabalho). 05.ORGANIZAÇÃO DOS PODERES Generalidades: os poderes assim denominados, porque revelando soberania, têm suas atribuições definidas na constituição são: executivo, legislativo e judiciário, contudo o poder do estado é um só, tripartidas são as suas funções. Executivo: compreende duas funções básicas (chefia do estado, desempenha atividades políticas relativas à representação do estado como fechar acordos internacionais, e do governo, atividades administrativas); poderá ser: a) monista, quando suas funções são exercidas cumulativamente por uma só entidade (presidencialismo); b) dualista, por duas entidades distintas (parlamentarismo). No Brasil é monista e exercido pelo presidente da republica auxiliado pelos ministros de estado. A eleição do presidente importa a eleição do vice-presidente com ele registrado. Caso estejam ausentes, assume o presidente da câmara, do senado e do STF. Cometerá crime político o presidente que praticar atos contra o livre exercício dos poderes constituídos ou do ministério público, que contrariem o livre exercício dos direitos individuais, sociais e políticos, a segurança publica, a probidade da administração publica, o comprimento de leis e decisões judiciais e contra a lei orçamentária. Legislativo: tem por objetivo elaborar, alterar ou revogar as leis da sociedade. Poderá ser: a) Unicameralista, formado por uma só casa legislativa (ex.: Portugal, Hungria, Egito, Israel, equador, cuba, peru, Bulgária, Dinamarca); b) Bicameralista, formado por duas casas legislativas (câmara, o povo, e senado, o estado). Brasil, imunidade parlamentar: inviolabilidade da palavra, da pessoa e os deputados serão sempre perante o STF. 1. O legislativo brasileiro adota o bicameralismo representado pelo Congresso Nacional que é constituído pela Câmara dos Deputados Federais e o Congresso Nacional. 2. A Câmara dos Deputados Federais representa o povo, com uma composição atual de 513 deputados. Os federais são eleitos pelo tema eleitoral proporcional para o mandato de quatro anos, podendo ser reeleito indefinidamente. 3. O Sistema Eleitoral Proporcional é aquele que elege representantes em proporção ao número de votos válidos, de modo que, quanto maior for o colégio eleitoral de um UF maior será o seu número de representantes. A constituição delimita, no entanto, um número máximo e mínimo de representação legislativa (de 8 a 70 por UF). 4. O senado representa os estados. É constituído por 3 senadores por estado. Os senadores são eleitos para um mandato de 8 anos pelo sistema eleitoral majoritário, podendo ser reeleito indefinidamente. O senado renova-se a cada 4 anos a razão de 1/3 ou 2/3 da sua composição. Os deputados e senadores são revestidos de imunidades parlamentares que são privilégios constitucionais que asseguram a liberdade de legislar. São três: 1. Inviolabilidade da palavra: consistindo em que, desde o diploma de eleitos deputados e senadores, não respondem administrativa, civil e penalmente por suas palavras, decisões e opiniões; 2. Inviolabilidade da pessoa: consistindo em que, desde o diploma de eleitos deputados e senadores, não podem ser presos, salvo por crime em flagrante, também não podendo ser processados criminalmente sem prévia licença da cassa a que pertence; 3. Foro privilegiado: deputados e senadores, se for a hipótese, serão julgados perante o STF. Judiciário: tem por competência constitucional resolver os conflitos de interesses entre cidadãos ou entre estes e o próprio estado. São seus órgãos: STF (corte maior de justiça), conselho nacional de justiça, superior tribunal de justiça, tribunais regionais federais e juizes federais, tribunais e juizes do trabalho; eleitorais; militares; dos estados e do distrito federal. Os municípios não possuem poder judiciário, estão submetidos ao do estado. Os magistrados são revestidos de garantias constitucionais que asseguram a independência da função judicante: a). Vitaliciedade, a partir do 2° ano; b). Inamovibilidade, não podem ser removidos de uma comarca para outra, salvo interesses públicos c). Irredutibilidade de subsídios, não podem ter seus salários reduzidos. 06.TRIBUTAÇÃO Conceito de tributos: nos termos do artigo 3º do código tributário nacional, tributos são prestações pecuniárias de natureza obrigatória, não decorrentes de sanções por atos ilícitos, instituídos por lei com fundamento em fator gerador, cobradas mediante ação administrativa vinculada. Espécies de tributos: Impostos, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições sociais de intervenção no domínio econômico, taxas. 1. Impostos: são tributos não vinculados, porque o seu fato gerador não decorre de prestação de serviço público; 2. Taxas: são tributos vinculados, porque o fato gerador decorre da prestação de serviços públicos efetivos ou disponibilizados aos contribuintes. Exemplo, taxa de iluminação pública, taxa de passaporte, taxa de limpeza pública; 3. Empréstimos compulsórios: são tributos especiais que somente podem ser instituídos pela união, consistindo em tomada de dinheiro do contribuinte para o atendimento de situações emergenciais com promessa de devolução. Exemplo, tempos de guerra e catástrofes; 4. Contribuições sociais ou intervenção no domínio econômico: são tributos extraordinários que somente podem ser instituídos pela união a título de barreira protecionista ou fundo de mercado dos produtos brasileiros. A lei federal 10336/2001, instituiu contribuições sociais incididas sobre importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, álcool etílico, combustível e seus derivados, para proteger nossos recursos. Princípios constitucionais que limitam a ação de tributação: Legalidade, isonomia, anterioridade, anualidade, liberdade de locomoção de pessoas e de circulação de bens e produtos por vias públicas e reciprocidade da imunidade tributária. 1. Legalidade: consiste em que não poderão, os entes políticos, exigir sem prévia lei que os estabeleça; 2. Isonomia: consiste em que não poderão, os entes políticos, estabelecerem tratamento diferenciado entre os contribuintes que se encontrarem em uma mesma situação jurídica; 3. Anterioridade: consiste em que não poderão, os entes políticos, cobrar tributos com fundamento em um fato gerador ocorrido antes do início da vigência da lei que os instituiu; 4. Anualidade: consiste em que não poderão, os entes políticos, exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu, respeitado o espaço de tempo; 5. Liberdade de locomoção: consiste em que não poderão,os entes políticos, exigir tributos pela utilização de vias públicas, salvo a cobrança de pedágios para a conservação das próprias vias públicas; 6. Reciprocidade de imunidade tributária: consiste em que não poderão, os entes políticos, cobrar impostos um dos outros sobre renda, patrimônio ou serviços. Impostos da união: A união é competente para instituir impostos sobre: 1. Importação: que tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no país (I); 2. Exportação: que tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior (Ie); 3. Produtos industrializados: que tem como fato gerador a saída de produtos dos estabelecimentos industriais (IPI); 4. Renda e proventos: de qualquer natureza, que tem como fato gerador a aquisição de capital e patrimônio; 5. Operações de crédito: de câmbio e seguro: que tem como fato gerador a operação financeira correspondente (IOF); 6. Propriedade territorial rural: que tem como fato gerador a propriedade ou a posse de uma propriedade rural; 7. Grandes fortunas: (IGF) Impostos dos estados e do DF: os estados e o DF são competentes para instituir impostos sobre: 1. Transmissão de bens por causa de mortes e doações de qualquer natureza (ICHD). Para que os herdeiros recebam, precisam pagar impostos; 2. Circulação de mercadorias prestação de serviços de transporte intermunicipal e interestadual e, ainda, de comunicação (ICMS); 3. Propriedade sobre veículos automóveis (IPVA). Impostos dos municípios: os municípios são competentes para instituir impostos sobre: 1. Transmissão de bens e imobiliários por atos onerosos intervivos (IPBI); 2. Serviços de qualquer natureza (ISS); 3. Propriedade predial e territorial urbana (IPTU). *Fato gerador: Alienatário (quem compra), compra de imóvel. 07.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Generalidades: a expressão direito administrativo tanto serve para designar a disciplina jurídica, parte da ciência do direito que tem por objetivo o estudo das normas que regem a administração pública quanto serve para designar o próprio conjunto dessas normas. Conceito: é o conjunto de órgãos estruturais do Estado e das Entidades descentralizadas, assim considerados aqueles que integram a estrutura dos três poderes nos diversos níveis da federação, criadas em razão das necessidades sociais quais sejam autarquia, fundações públicas, sociedades de economias mistas, empresas públicas, organizações sociais e agências reguladoras que através de agentes realizam serviços públicos. Os agentes do serviço público são de 4 categorias: 1. Agentes políticos: governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores e ocupantes de cargos elevados como ministros e magistrados, representam a soberania do estado; 2. Agentes delegados: empregados de pessoa jurídica de direito privado no exercício de função pública como BB, CHESF; 3. Agentes Honoríferos: não têm qualquer vinculação funcional com o poder público, sem remuneração, mas exercem função pública em determinado momento, como mesários eleitorais; 4. Agentes Administrativos: funcionário público, ocupa cargo público estatutário, e empregado público, posto de trabalho submetido a consolidação das leis do trabalho; passam por concurso público. A natureza jurídica: sob a concepção da ciência do direito, a administração pública reveste a natureza jurídica de gestão de interesses coletivos, submetidos à lei de responsabilidade fiscal. Objetivo da Administração: realiza serviços públicos para satisfazer as necessidades básicas da coletividade. Organização da administração pública: de acordo com o Art. 37 “caputs” da CF, observando a técnica de descentralização, está organizada em administração pública direta e indireta. A direta é formada pelos órgãos estruturais do Estado, aqueles que integram a estrutura do Estado que realiza serviço público através de seus próprios órgãos. A indireta é formada por entidades descentralizadas com personalidade jurídica própria, quais sejam as autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista, empresas públicas, agências reguladoras, agências de fomento, organizações sociais, etc. Princípios informativos da administração pública: são fundamentos filosóficos da administração pública, são eles: 1. Supremacia do interesse público: consiste em que o interesse público é superior ao interesse particular. 2. Indisponibilidade dos bens públicos: manifesta-se sob 3 aspectos: a) imprescritibilidade: os bens públicos não são objetos de prescrição aquisitiva ou usucapião. b) impenhorabilidade: os bens públicos não podem responder em juízo por dívidas judiciais (precatório → dinheiro que se paga as dívidas judiciais). c) inalienabilidade: os bens públicos são inalienáveis de um modo geral e, portanto, não podem ser objetos de alienação, salvo os bens patrimoniais com autorização legislativa. 3. Presunção de legitimidade: consiste em que os atos administrativos uma vez editados por autoridades competentes produzem efeitos jurídicos imediatos porque revestem fé de oficio. 4. Responsabilidade civil: as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal, municípios e autarquias) e de direito privado no exercício de função pública respondem por seus agentes, tanto na situação de dolo (intenção deliberada de prejudicar) quanto na situação de culpa (prejudicar com imprudência), assegurando sempre o direito de regresso. Princípios fundamentais da administração pública: estão contidos no Art. 37 da CF, são eles: 1. Princípio da legalidade: os atos administrativos não podem contrariar, sob o risco da nulidade e responsabilidade de quem o praticar, a ordem social e estar de acordo com a lei. 2. Princípio da moralidade: os atos administrativos também devem se conter dentro dos padrões da ética. 3. Princípio da impessoalidade: os atos administrativos devem ser genéricos, contemplando sempre uma finalidade pública, não devem se destinar à realização de privilégios. 4. Princípio da Publicidade: os atos administrativos devem ser publicados no Diário Oficial sob o risco da ineficácia. 5. Princípio da eficiência: os gestores públicos devem realizar suas atribuições com dedicação, zelo e responsabilidade profissional, acertos e sobre maneira com eficiência buscando incessante e prioritariamente a otimização de resultados sociais, além disso terão seus desempenhos avaliados periodicamente. Poderes Administrativos: são prerrogativas de autoridade inerentes a administração pública, são eles: 1. Poder vinculado: decorre de regras legais, jurídicas, estas vinculado a uma lei (Detran). 2. Poder discricionário: decorre da liberdade de criação do administrador na definição do seu programa de gestão. 3. Poder hierárquico: decorre da natural relação de subordinação que existe nos órgãos públicos (o que ocupa um cargo superior pode designar funções para aquele de um inferior). 4. Poder disciplinar: decorre do direito de punir quem não assiste à autoridade superior administrativa no exercício de suas funções. 5. Poder regulamentar: decorre da efetiva possibilidade que cabe aos governantes, conferida na constituição, para regulamentação de leis por decretos apenas, Presidente, Governador e Prefeito. 6. Poder de polícia: consiste no mecanismo de controle que a administração pública detém para coibir o abuso da iniciativa privada (empresa – pessoa jurídica) e particular (pessoa física), quando age contra o interesse público. 08.SUJEITOSDO DIREITO PESSOA NATURAL Conceito: a palavra pessoa deriva do vocabulário latino persona na terminologia técnico-jurídica, designa o ente ou o ser a que se atribui direitos e deveres na sociedade. Duas são as categorias de pessoa: natural e jurídica. A pessoa natural é o ser humano, porque é naturalmente dotado de capacidade do direito. Capacidade do Direito ou personalidade civil: é a aptidão para aquisição de direitos e assunção de deveres e obrigações na sociedade, conforme no art. 1º do Código Civil. Início da capacidade de direito: a capacidade de direito tem início a partir do nascimento com vida, porém a lei protege os direitos do nascituro desde a concepção. Conforme se observa no Art. 2º do Código Civil. Capacidade de fato: nem todos os seres humanos são revestidos de capacidade de fato. Consiste na aptidão para exercitar direito e cumprir deveres na sociedade. 1. Pessoas absolutamente incapazes: assim consideradas aquelas que exercitam os seus direitos e seus deveres na sociedade através de representantes legais, seus atos são considerados nulos de pleno direito. Nos termos do Art. 3º do Código Civil, são: a) menores de 16 anos (representante genitor ou tutor); b) portadores de anomalia (deficiência) mental (curador); c) os que ainda transitoriamente não tenham condições de exprimir a vontade. 2. Pessoas relativamente incapazes: podem praticar atos da vida civil, no entanto assistidas sob risco de anulabilidade, são: a) maiores de 16 e menores de 18 anos; b) ébrios habituais ou alcoólatras; c) viciados em tóxicos (drogas); d) os excepcionais sem desenvolvimento mental completo; e) os pródigos. 3. Aquisição da capacidade de fato: ela é adquirida, mediante a maioridade ou emancipação. Nos termos do Art. 5º caput do Código Civil, a maioridade é atingida aos 18 anos. a) maioridade: é a aquisição da capacidade de fato através do fator idade, salvo circunstâncias impedientes. b) emancipação: antecipação da aquisição da capacidade de fato independentemente da idade de 18 anos, mediante determinadas situações jurídicas: I) concessão dos 2 genitores ou por 1 deles na falta do outro, através de escritura pública que dispensa homologação judicial, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos completos; II) por sentença judicial na falta dos genitores, ouvindo o tutor, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos completos; III) casamento; IV) exercício de emprego público efetivo; V) colação de grau em curso superior; VI) pelo estabelecimento civil ou comercial, desde que o menor, em função deles, tenha condições de sobrevivência econômica e que tenha 16 anos completos. Fim da capacidade de direito: a existência legal da pessoa natural termina com a morte biológica ou morte jurídica, que decorre de presunção como consequência de ausência. Comoriência: é a presunção jurídica de morte simultânea. Ocorre a comoriência quando duas ou mais pessoas, que mantinham entre si relações de direito, morrem em consequência de um episódio comum sem que se possa determinar a ordem cronológica dos óbitos, entre os comorientes não há sucessão de bens. Registro Civil das pessoas naturais: de acordo com os Arts. 9º e 10 do Código Civil, serão lançados em registro civil: nascimento, morte, casamento, separação judicial, divórcio, adoções, interdições de incapacidades absoluta ou relativa (ex: doença mental), emancipação e sentenças declaratórias de ausência. Direito de personalidade: são direitos da personalidade nos termos do Art. 11 a 21 do Código Civil: nome, pseudônimo quando adotado para atividades lícitas, imagem, honra, dignidade privacidade e a sepultura. Ausência da Pessoa Natural: é a presunção da morte jurídica. Ocorre a ausência quando alguém desaparece do convívio natural sem que dele haja notícias ou sem que tenha deixado um procurador para lhe administrar os bens, definitiva em 10 anos. (Art. 22) A PESSOA JURÍDICA Conceito: pessoa jurídica, também denominada de pessoa abstrata, porque não tem aparência material e existe no campo da ficção jurídica, pessoa coletiva, porque decorre de um agrupamento de pessoas naturais gerenciando um conjunto de bens destinados a um fim. Entidade institucionalmente ou legalmente construída e revestida de personalidade jurídica, que se assemelhando ao atributo da capacidade de direito de pessoa natural, consiste na aptidão para aquisição de direitos e deveres na sociedade. Categorias de pessoas jurídicas: são duas as categorias de pessoas jurídicas: 1. Pessoas jurídicas de direito público institucionalmente constituídas: são assim consideradas porque estão sujeitas ao direito administrativo, são a União, os estados, o Distrito Federal, os municípios, as autarquias e as fundações públicas; 2. Pessoas jurídicas de direito privado legalmente constituídas: são assim consideras porque estão sujeitas as regras jurídicas do direito comum (civil e comercial), são as sociedades de economia mista, as empresas públicas, agências reguladoras, agências de fomento, as organizações não-governamentais, as sociedades civis, as associações, as sociedades comercias, as fundações particulares e os partidos políticos. Início da Pessoa Jurídica: a existência legal das pessoas jurídicas do direito público tem início a partir de suas leis institucionais. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado tem início a partir da inscrição de seus atos constitutivos no seu registro peculiar. Representação: de direito público são representadas por seus procuradores nos diversos níveis da Federação. As de direito privado são representadas por quem os atos constitutivos os designarem. Extinção da Pessoa Jurídica: terminará a existência legal das pessoas jurídicas de direito público através de leis específicas. A das pessoas de direito privado terminará mediante determinadas situações jurídicas, exemplos: 1. dissolução consensual e assemblar; 2. dissolução legal (quando exerce atividade nociva para a nação-legalidade); 3. por ato do poder público em razão do poder de polícia (exemplo, sonegar imposto); 4. dissolução judicial que decorre da falência. Responsabilidade Civil: as pessoas jurídicas, sejam de direito público ou privado, respondem na sociedade pelos atos danosos praticados por seus agentes tanto na situação de dolo quanto nas de culpa, assegurando sempre o direito de regresso. Desconsideração da personalidade jurídica: em casa de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, que ocorre quando um ou mais sócios se utiliza da empresa para praticar atos ilícitos prejudiciais do direito de terceiros e detendo vantagens financeiras indevidas, o juiz, a requerimento da parte interessada ou do Ministério Público, declarará por sentença, a desconsideração da personalidade jurídica, transferindo para os sócios que praticaram os atos ilícitos, a responsabilidade civil. 09.DOMICÍLIO CIVIL Conceito: domicílio civil é o lugar onde se presume presente a pessoa natural ou legalmente estabelecida a pessoa jurídica para a prática de atos judiciais, na sede ou residência – comarca onde tem domicílio. Domicílio Volitivo da Pessoa Natural: é o lugar onde ela estabelece por livre manifestação de vontade residência definitiva. Quando possui mais de uma residência em lugares distintos onde alternadamente por livre consentimento habite, será considerado seu domicílio qualquer um deles. Se a pessoa natural não possuir residência fixaserá considerada seu domicílio o lugar onde for encontrada. Com relação aos atos da sua profissão, o domicilio é o local onde ela livremente exercita sua profissão. Domicílio necessário da Pessoa Natural: é aquele determinado pela lei em razão de determinadas condições da pessoa natural, tem domicílio necessário: 1. O incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 2. O incapaz tem por domicílio o mesmo do representante ou do assistente. 3. O domicílio do servidor público é o lugar onde ele exerce a função pública em caráter permanente. 4. O militar, se do exército, tem por domicílio o lugar onde está servindo o seu comando; os reformados não possuem domicilio necessário. 5. O marítimo esteja onde estiver, tem por domicílio o lugar onde estiver sediada a capitania dos portos em que esteja matriculado o seu navio. 6. O preso tem por domicílio o lugar onde estiver cumprindo sentença condenatória, se o preso é provisório (ainda não foi condenado) o domicílio é volitivo. Domicílio da Pessoa Jurídica: a) o domicílio da União e do DF é o DF; b) dos estados, as respectivas capitais; c) dos municípios, onde funcionarem as respectivas administrações municipais; d) dos territórios, que não temos no momento, é o mesmo da União (DF); e) das autarquias e fundações públicas, o mesmo dos entes políticos que a criarem; As demais pessoas jurídicas (pessoas jurídicas de direito privado), o lugar onde funcionem a respectiva diretoria ou o lugar indicado no ato constitutivo. Domicílio de Eleição: é o lugar indicado em um contrato pelas partes contratantes num contrato com um único competente, por mais privilegiado que outro venha a se configurar, para solução de conflitos decorrentes da execução do contrato. 10.OBJETOS DO DIREITO Conceito: os objetos do direito, assim, considerados por que constituem objetos das relações de direito entre as pessoas naturais e/ou jurídicas na sociedade, são os bens ou coisas corpóreas ou incorpóreas que suscetíveis de apropriação podem integrar o patrimônio das pessoas naturais ou jurídicas. Classificação: no direito brasileiro os bens classificam-se quanto a: 1. Individualidade: os bens podem ser imóveis, móveis, fungíveis e consumíveis (infungíveis). a) São bens imóveis corpóreos são insuscetíveis de movimento/remoção, o terreno (bem de raiz) e tudo quanto nele se possa incorporar, tais como: edificações, árvores etc, denominados bens de aderência. b) Os bens imóveis de natureza incorpórea são os direitos reais sobre os bens imóveis corpóreos, a propriedade (direito de dispor), a posse (direito de uso) e a hipoteca (ônus oneroso sobre o bem). c) Os bens móveis de natureza corpórea são aqueles dotados de movimentação própria, tais como: os animais, denominados igualmente de semoventes ou aqueles suscetíveis de remoção por força alheia, denominados móveis propriamente ditos. d) Os bens móveis de natureza incorpórea são os direitos sobre os bens moveis de natureza corpórea. e) Os bens fungíveis são bens móveis que podem substituir- se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. f) Os bens consumíveis são bens móveis cujo uso importa destruição imediata, ou aquele destinado à venda de estabelecimentos comerciais, portanto não podem ser substituídos por outros, ainda que da mesma natureza, quantidade e qualidade. *Apenas bens móveis são fungíveis e infungíveis. 2. Reciprocidade: podem ser principais ou acessórios. a) Os principais existem por si só abstrata ou concretamente. b) Os bens acessórios são aqueles cuja existência depende dos bens principais. 3. Titularidade de domínio: os bens podem ser: a) Particulares: quando pertencentes às pessoas naturais e jurídicas de direito privado; b) Públicos: quando são do domínio nacional, quando têm uma destinação especial, ou pertencente às pessoas jurídicas de direito público. Os bens públicos são impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis a exceção dos bens patrimoniais e mesmo assim com autorização administrativa. 11.FATOS JURÍDICOS Conceito: Os fatos jurídicos são acontecimentos da vida (nascimentos, morte, tempestade, incêndio, desmoronamentos de um prédio, etc.) relevantes para o direito, mesmo que seja fato ilícito, podem ser fatos naturais ou humanos, que são lícitos ou ilícitos. Lícitos dão praticados conforme ordenamento jurídico e ilícitos o contrário. Requisito da validade dos atos jurídicos: capacidade do agente, aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratório. Objeto lícito, é o que não atenta contra a lei a moral e os bons costumes e deve ser juridicamente possível, determinado ou determinável. E a forma que deve ser prescrita ou não proibida pela lei, formas livre, especial, e contratual. Elementos acidentais dos atos jurídicos: condição, subordina o efeito do ato jurídico a efeito futuro e incerto, podem ser lícitas ou ilícitas, possíveis ou impossíveis, casuais, postetativas e mistas, suspensiva ou resolutiva. Termo é o dia em que se começa ou se estingue a eficácia do negócio jurídico. Termo convencional é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo, podem ser iniciais ou suspensivos, a partir do qual se pode exercer o direito. Final ou resolutivo, aquele no qual termina a produção dos efeitos jurídicos. Encargos: Trata-se de cláusula acessória às liberalidades (doações, testamentos), pela qual se impõe um ônus ou obrigação ao beneficiário. É restrição imposta ao beneficiário de liberalidade. Atos jurídicos nulos e anuláveis: atos nulos são aqueles praticados por pessoas incapazes, atos que envolvam objetos ilícitos, ou que n observem a forma estabelecida por lei. Atos anuláveis, os praticados por pessoas naturais relativamente incapazes sem a necessária assistência por seus representantes, ou atos praticados com decorrência de erro, dolo, coação, simulação e fraude. Diferenças entre anulabilidade e nulidade: a primeira é decretada no interesse privado de pessoa prejudicada, a segunda no interesse da própria coletividade; anulabilidade pode ser sanada ou suprida pelo juiz, a nulidade não; a anulabilidade depende de provocação dos interessados e não pode ser pronunciada em oficio ex nunc, a nulidade deve ser pronunciada em oficio ex tunc; a anulabilidade só pode ser manifestada pelos seus interessados; a nulidade pode ser alegada por qualquer interessado; o ato anulável produz efeitos até o momento de sua decreta, o ato nulo não produz efeitos. Atos ilícitos: aquele que por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. E também aquele que pratica o abuso de direito. Prescrição: é o modo pelo qual se extingue a pretensão pela inércia do titular em certo lapso de tempo. Provas: é o meio empregado para demonstrar a existência do ato jurídico, devem ser: 1. Admissíveis: não proibida por lei; 2. Pertinente: adequada a demonstração dos fatos em questão; 3. Concludente: esclarecedora dos fatos. Meios de provas: 1. Confissão ocorre quando a parte admite a verdade do fato, contrário ao interesse e favorável ao adversário; 2. Documento que pode ser público, elaborados por autoridades, ou particular; 3. Testemunhas que podem ser instrumentárias, que assinam um instrumento ou judiciárias, que prestam depoimento em juízo, utilizadas mais secundariamente, como complemento deprovas por escrito; 4. Presunção é a conclusão que se traz de um fato conhecido para se chegar a um desconhecido; 5. Perícia é o exame, apreciação de algo por peritos para auxiliar o juiz a formar sua convicção. Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - UPE Professor: Osvaldo Cabral de Mello Neto Jodackson Júnior – 2A 2014.1
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