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TEORIA DA NORMA CONSTITUCIONAL
Profª. Renata Dayanne
 2014.2
1. CONCEITO E NATUREZA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS:	
	Conceito: normas constitucionais são todas as disposições inseridas numa Constituição, ou reconhecidas por ela, independentemente de seu conteúdo, são constitucionais apenas pelo fato de aderirem ao texto constitucional. 
	Normas constitucionais materiais: são as normas que regulam a estrutura do Estado, a organização do poder e os direitos fundamentais, encontrem-se inseridas ou não no texto constitucional. 
	Normas constitucionais formais: são assim consideradas pelo só fato de aderirem a um texto constitucional, tenham ou não valor constitucional material, ou seja, digam ou não respeito às matérias tipicamente constitucionais. São constitucionais pelo simples fato de se originarem de um processo constituinte e terem assento no texto da Constituição. 
	Para a Constituição brasileira, na esteira no conceito formal de Constituição (predominante no mundo), de pouca utilidade se mostra tal distinção já que, todas as normas inseridas na Constituição são consideradas normas constitucionais, possuindo mesmo hierarquia. 
	Natureza das normas constitucionais: têm eles natureza jurídica, ou seja, são normas providas de juridicidade, que encerram um imperativo, vale dizer, uma obrigatoriedade de um comportamento. 
2. CLASSIFICAÇÕES DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS:
	A doutrina apresenta muitas classificações para as normas constitucionais, basicamente essas classificações levam em consideram a capacidade (ou densidade) da norma constitucional ter aplicabilidade imediata. Não obstante as várias classificação, é a de José Afonso da Silva mais aplicada e mais utilizada no campo do direito constitucional. 
	2.1. Classificação de José Afonso da Silva: 
		a) Nomas de eficácia plena (aplicabilidade direta, imediata e integral):
	São aquelas normas da Constituição que, no momento em que esta entra em vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional. Não tem necessidade de ser integradas. Aproximam-se do que a doutrina clássica americana chamou de normas auto-aplicáveis (self-executing, self-enforcing ou self-acting). 
	JOSÉ AFONSO DA SILVA diz que “são as que receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata. Situam-se prediminantemente entre os elementos orgânicos da Constituição. 
Exemplos: arts. 2º - 14, §2º - 17, §4º - 45 caput – 230, §2º, etc. 
		b) Normas constitucionais de eficácia contida (prospectiva, de aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral):
	Embora tenha condições de assim quando promulgada a Constituição ela produzir efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência. 
	Ao contrário do que ocorre com as normas constitucionais de eficácia limitada, como será visto no item seguinte, em relação às quais o legislador infraconstitucional amplia o âmbito de sua eficácia e aplicabilidade, no tocante às normas constitucionais de eficácia contida, ao contrário, percebemos verdadeira limitação à eficácia e à aplicabilidade. 
	A restrição de referidas normas pode-se concretizar através de lei infraconstitucional ou pela incidência de normas da própria Constituição, como por exemplo na decretação de estado de defesa ou de sítio.
	A restrição poderá implementar-se, em outra situações, por motivo de ordem pública, bons costumes e paz social. 
Exemplos: arts. 5º, XIII, VII, VIII, XV, XXV, XXVII e XXXIII – 15, IV – 37, I – 170 parágrafo único. 
		c) Normas constitucionais de eficácia limitada (de aplicabilidade mediata e reduzida, ou de aplicabilidade diferida): 
	São aquelas normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada, não tem o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional. 
	JOSÉ AFONSO DA SILVA, observa que elas produzem um efeito mínimo ou, ao menos, o efeito de vincular o legislador infraconstitucional aos seus vetores. Observa que elas produzem, de pronto, os seguintes efeitos: 
- estabelecem um dever para o legislador ordinário;
- condicionam a legislação futura, com a consequencia de serem inconstitucionais as leis ou atos que as ferirem;
- informa a concepção do Estado e da sociedade e inspiram sua ordenação jurídica;
- constituem sentido teleológico para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas; 
- criam situações jurídicas subjetivas de vantagem ou desvantagem. 
Elas dividem-se em dois grandes grupos: 
Normas de princípio institutivo (ou organizativo): contém esquemas gerais (iniciais) de estruturação de instituições, órgãos ou entidades. Exemplos: arts. 18, §2º - 22, parágrafo único – 37, XI – 88 – 90, §2º - 131 – 146 – 161, I, etc. 
 Normas de princípio programático: veiculam programas a serem implementados pelo Estado, visando a realização de fins sociais. Exemplo: art. 196 – 205 – 215 – 218, caput – 227
	2.2. Classificação de Maria Helena Diniz: 
Parte do critério da questão da intagibilidade e da produção dos efeitos concretos, classifica as normas constitucionais (segundo sua eficácia) em:
Normas supereficazes ou com eficácia absoluta: são intangíveis, não podendo ser emendadas. Exemplo: a federação (art. 1º, 18, 34, VII, ‘c’; 46, §1º; voto direto, secreto universal e periódico (art. 14); separação dos poderes (art. 2º); os direitos e garantias individuais (art. 5º, I a LXXVII). 
Normas com eficáci plena: contém todos os elementos imprescindíveis para que haja a possibilidade da produção imediata dos efeitos previstos. Podem ser imediatamente aplicadas. Exemplo: art. 1º, parágrafo único – art. 14, 2º - 17, §4º - 21 – 22 – 37, III, etc. 
Normas com eficácia relativa restringível: correspondem as normas de eficácia contida. Enquanto não sobrevier a legislação restritiva, o direito nelas contemplado será pleno. Exemplo: art. 5º VIII, XI, XII, XIII, XIV, XVI, etc. 
Normas com eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa: dependem de lei complementar ou ordinária para o exercício do direito ou benefício consagrado. “Sua possibilidade de produzir efeitos é mediara, pois, enquanto não for promulgada aquela lei, não produzirão efeitos positivos, mas terão eficácia paralisante de efeitos de normas precendentes incompatíveis e impeditivas de qualquer conduta contrária ao que estebeleceram.” Podem ser de princípio institutivo ou normas programáticas. 
2.3. Classificação de Celso Ribeiro de Bastos E Carlos Ayres de Brito: 
		a) Normas de apliação: já estão aptas a produzir todos os seus efeitos, dispensando regulamentação ou permitindo-a, mas, nesta hipótese, sem qualquer restrição do conteúdo constitucional. 
		b) Normas de integração: são integradas pela legislação infraconstitucional. Ora são complementáveis (exigem uma legislação integrativa para a completa produção de seus efeitos) ora restringíveis (estabelecem a possibilidade de o legislador infraconstitucional reduzir o comando constitucional). 
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