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Michael Dias Corrêa Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciências Contábeis pela UFPR. Ex-militar de carreira da Aeronáutica, na área educacional. É professor da Universidade Positi- vo (UP) e do Instituto Brasileiro de Pós-Gradua- ção e Extensão (IBPEX), nos cursos de graduação e de pós-graduação na área de Negócios Em- presariais. Gestor do Centro de Estudos em Con- troladoria e Governança Corporativa (Cecon) da UP. Possui diversos estudos científicos publica- dos em congressos e periódicos científicos na- cionais e internacionais. Professor de cursinhos preparatórios para concursos públicos na cidade de Curitiba. Empresário do setor educacional, possui atuações na área de Controladoria da Esso Brasileira de Petróleo e na área de compras da Cia. Vale do Rio Doce. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial Método da Equivalência Patrimonial Equivalência Patrimonial significa que a sociedade investidora avaliará sua participação societária na sociedade investida, utilizando como medida de referência o valor percentual de sua participação no capital social daque- la sociedade. Esse percentual será aplicado sobre o Patrimônio Líquido da investida, resultando no valor do investimento da Sociedade Investidora. Com esse método sendo utilizado, os resultados das controladas e coliga- das serão reconhecidos no exercício em que forem gerados. Também serão reconhecidos pela investidora quaisquer outros efeitos no Patrimônio Líqui- do da investida como, por exemplo, o aumento ou redução de Reservas de Capital, as quais não transitam por resultado enquanto reservas. O fundamento do Método da Equivalência Patrimonial (MEP) consiste em se considerar que o Patrimônio Líquido contábil representa o capital próprio das entidades. Sendo assim, quando uma empresa detém participação no capital social de outra, ela terá direito à participação no Patrimônio Líquido dessa outra sociedade na mesma proporção de sua participação no capital social. Por exemplo, se a empresa ABC participa com 20% do capital social da empresa XYZ, a ABC terá direito de participar, também, de 20% no Patrimô- nio Líquido da empresa XYZ. Em outras palavras, 20% do Patrimônio Líquido da empresa XYZ pertencem à empresa ABC. Pode-se conceituar o MEP como o método em que os investimentos da investidora são avaliados com base no percentual de participação no capital social da investida aplicado sobre o Patrimônio Líquido dessa mesma inves- tida, abrangendo quaisquer variações patrimoniais na investida a partir do momento de sua geração, sendo essas variações positivas ou negativas ou havendo ou não distribuição de lucros ou dividendos. 49 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 50 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 5151 Definições fundamentais O MEP possui algumas definições que servem de suporte, como socieda- de controladora, sociedade coligada normal e por equiparação, relevância etc. Esses conceitos são suportados pela Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) e pela Instrução CVM 247/96, acompanhada de nota explicativa da Comissão de Valores Mobiliários. Controlada e controladora Esses dois conceitos encontram fundamentação teórica no §2.º do artigo 243 da legislação societária (Lei 6.404/76): Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. [...] §2.º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Fazendo a correta interpretação, deduz-se que sociedade controladora é a que possui a titularidade de mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou ações com direito a voto de outra sociedade que será consequentemente controlada. O controle não necessita ser direto, podendo ser por intermédio de outra controlada. A esse artifício se dá o nome de controle indireto. A título de ilustração, imaginemos que a companhia ABC participe com mais de 50% do capital votante da companhia XYZ. Existe, ainda, uma ter- ceira empresa, denominada MDC, a qual mais de 50% do capital votante pertence à companhia XYZ. Pode-se deduzir que a companhia ABC é con- troladora direta da companhia XYZ e a companhia XYZ é controladora direta da MDC, ambas de maneira direta. No entanto, a companhia ABC controla, de forma indireta, a companhia MDC. Essa situação ocorre pois a companhia ABC dita as regras de forma direta para a companhia XYZ e acaba exercendo, também, controle sobre a companhia MDC. Para possuírem essa possibilidade de avaliação, esse investimento no Ca- pital Social deve ser permanente. De maneira distinta, tal investimento seria classificado no Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 51 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 51 Mais um ponto a ser salientado é ligado à preponderância nas deliberações sociais. A regra geral é que possui preponderância o investidor com a maioria do capital votante. Só que nos mercados de capitais não é incomum encontrar parcelas menores que a maioria definindo os rumos de empresas. Isso ocorre quando as ações das empresas estão pulverizadas no mercado de forma que, nas assembleias gerais de acionistas, parte dos acionistas minoritários não participe e as ações futuras sejam decididas pela maioria presente. Aqui cabe um comentário importante: a Lei das Sociedades Anônimas, em seu artigo 15, §2.º, define que as ações sem direito a voto não poderão exceder a 50% do total das ações de uma companhia. Sendo assim, a lei prevê a possibilida- de de o capital votante estar representado por apenas 50% do capital total. Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. §1.º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. §2.º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas. Com essa situação ocorrendo na prática, 25% do capital total mais uma ação pode representar a maioria do capital votante, isto é, a obtenção per- manente de 25,01% do capital total pode representar a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores, no caso de a companhia ter 50% do seu capital representado por ações sem direito a voto e que a companhia investidora possua 25,01% das ações ordi- nárias, ou seja, as ações representativas do capital votante. No §3.º do artigo 243 da Lei das Sociedades Anônimas, é observada a exi- gência da interveniência da CVM, aqui relacionada às informações a serem obrigatoriamente divulgadas pelas companhias abertas: Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da compa- nhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas du- rante o exercício. [...] §3.º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e controladas, que forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários. Ainda existe outra forma de controle, o que é chamado de controle comum. Muito utilizada por grandes grupos e que a participação individual não garan- te preponderância nas deliberações.Por interesses comuns, algumas pessoas ou empresas investidoras selam acordos para formar um grupo que, no con- junto, representa a maioria do capital votante. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 52 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 5353 A seguir um exemplo para ilustrar as situações vistas na teoria: a empresa Líqui- da e Certa S.A. possui o seu capital social de R$45.000.000,00 formado por 20 000 000 ações preferenciais e 25 000 000 ações ordinárias. O seu estatuto prevê que somente as ações ordinárias têm direito a voto nas deliberações principais. Assim sendo, o detentor (ou detentores) de 12 500 001 ações (mais de 50% do capital vo- tante) terá assegurado a preponderância nas deliberações da companhia. No en- tanto, nenhum acionista individualmente possui essa quantidade de ações. A em- presa Meio Quebrada S.A. possui 12 450 000 (49,8% do capital votante), o que não lhe assegura a preponderância absoluta nas deliberações da Líquida e Certa. Existe ainda a empresa Quebradona Ltda. que investiu apenas R$75.000,00, adquirindo 75 000 ações ordinárias (0,3% do capital votante) da empresa Líquida e Certa S.A. As duas investidoras chegaram a um acordo para tomarem as decisões futuras em conjunto, já que por possuírem 50,1% do capital votante da Líquida e Certa, elas são controladoras da empresa investida. Coligada A Lei das Sociedades Anônimas define coligada de acordo com o seu §1.º do artigo 243, o qual dispõe: Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. §1.o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa. Assim, a única condição para que se considere uma sociedade coligada de outra é que o investimento tenha relevância significativa. Não existe pre- visão legal para participação indireta ou tipo de ações (ordinárias ou prefe- renciais), havendo ainda a possibilidade de coligação entre sociedade anôni- ma e limitada e vice-versa. A seguir, segue ilustrado um exemplo. Imagine que a Cia. Investemais tenha participação no capital social em diversas empresas, como segue: 12% do capital, sem direito a voto, da Cia. Pêssego; � 5% do capital com direito a voto e 8% do capital sem direito a voto da � Cia. Limão; 5% do capital com direito a voto e 4% do capital sem direito a voto da � Cia. Maçã; 2% do capital com direito a voto e 5% do capital não votante da Cia. � Laranja. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 53 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 53 Considerando somente as participações listadas acima da Cia. Investe- mais, pode-se deduzir que: a Cia. Pêssego e a Cia. Limão são suas coligadas; � a Cia. Maçã e a Cia. Laranja não são coligadas da Cia. Investemais. � Equiparada à coligada Na Instrução CVM 247/96, as alíneas “a” e “b” do artigo 2.º orientam sobre os conceitos de sociedades equiparadas às coligadas, podendo essa equipa- ração ser direta ou indireta. Aqui, não interessa o percentual de participação na investida. Sendo enfatizado, apenas, o percentual do capital votante. Conforme o artigo 15 da Lei Societária, que limita o percentual máximo de ações preferenciais em 50% e supondo que uma empresa tenha o seu capital social constituído com este percentual de ações preferenciais, uma sociedade que participa com apenas 5% do capital votante será considerada coligada por equiparação de forma direta. Com relação à participação indireta, também existe a coligação por equi- paração, conforme o exemplo a seguir: A empresa ABC detém 25% do capital do capital da empresa XYZ, sem controlá-la. XYZ é coligada de ABC. A Empresa XYZ participa do capital vo- tante da empresa MDC com 40%, sem controlá-la. Deve ser enfatizado que o capital de MDC é composto de ações ordinárias e preferenciais. Assim, a participação de XYZ em MDC pode representar apenas 20% do capital total. Mesmo assim, MDC é coligada de XYZ. A participação indireta de ABC no capital votante de MDC é de 10% (25% de 40% ou 0,25 x 0,4 = 0,10, ou seja, 10%), logo MDC é coligada de ABC por equiparação indireta. Encerrando esse ponto, segue o artigo 2.o da Instrução CVM 247/96: Art. 2.o Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa com 10% (dez por cento) ou mais do capital social da outra, sem controlá-la. Parágrafo único. Equiparam-se às coligadas, para os fins desta Instrução: a) as sociedades quando uma participa indiretamente com 10% (dez por cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la; b) as sociedades quando uma participa diretamente com 10% (dez por cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la, independentemente do percentual da participação no capital total. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 54 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 5555 Investimento relevante O conceito de investimento relevante diz respeito, unicamente, à socieda- de investidora. O artigo 247 da Lei Societária define investimento relevante: Art. 247. As notas explicativas dos investimentos a que se refere o art. 248 desta Lei devem conter informações precisas sobre as sociedades coligadas e controladas e suas relações com a companhia, indicando: (Redação dada pela Lei 11.941, de 2009) [...] Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento: a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia; b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. Sendo assim, um investimento é considerado relevante quando representa, no mínimo e isoladamente, 10% do Patrimônio Líquido da investidora e que seja em sociedade coligada, ou, se no conjunto das sociedades coligadas e contro- ladas, o valor contábil do investimento for equivalente a, no mínimo, 15% do Patrimônio Líquido da investidora. A CVM, com fundamento na competência que lhe foi delegada pela Lei So- cietária, pronunciou-se, por meio da Instrução CVM 247/96, do seguinte modo: Art. 4.º Considera-se relevante o investimento: I - Quando o valor contábil do investimento em cada coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do patrimônio líquido da investidora; ou II - Quando o valor contábil dos investimentos em controladas e coligadas, considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido da investidora. §1.o O valor contábil do investimento em coligada e controlada abrange o custo de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio não amortizado, deduzido do deságio não amortizado e da provisão para perdas. Por meio do inciso I deste ato normativo, a análise a ser efetuada para se determinar a relevância de um investimento de forma isolada deve considerar, exclusivamente, os investimentos em sociedades coligadas. Assim, não se faz a análise da relevância dos investimentos em controladas, de forma isolada, pois entende aquela autarquia que os investimentos em sociedades controladas são sempre relevantes. Já na análise da relevância dos investimentos, tomados em conjunto, devem ser considerados também os investimentos que a sociedade investi- dora possua em controladas. Assim, na análise conjunta somamos todos os in- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 55 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 55 vestimentos em coligadas, coligadaspor equiparação e controladas. Se o valor contábil alcançar 15% ou mais do Patrimônio Líquido da investidora, os inves- timentos em sociedades coligadas e equiparadas a coligadas serão, também, relevantes, visto que os investimentos em controladas são sempre relevantes. Exemplo 1 A investidora Investemais S.A., cujo Patrimônio Líquido (PL) é de R$50.000,00, possui as seguintes participações societárias em suas coligadas: Investida Valor do investimento Pêssego R$5.250,00 Maçã R$2.500,00 Laranja R$2.000,00 Total R$9.750,00 Na análise dos investimentos pela relevância, tem-se: Isoladamente O investimento de R$5.250,00, na investida Pêssego, é relevante porque representa 10,5% do PL da investidora. O investimento de R$2.500,00, na investida Maçã, não é relevante, pois representa 5% do Patrimônio Líquido da sociedade Investemais. O investimento de R$2.000,00, na investida Laranja não é relevante, visto que representa apenas 4% do PL da investidora. No conjunto O investimento efetuado na sociedade Pêssego continua sendo relevan- te, pois a análise do conjunto dos investimentos não lhe tira aquela condição adquirida quando analisado isoladamente. Deve ser notado que o somatório dos investimentos, ou valor contábil dos investimentos, é de R$9.750,00. Logo, o investimento nas sociedades Maçã e Laranja passam a ser relevante, pois o somatório dos investimentos em coligadas e controladas ultrapassa 15% do PL da sociedade investidora. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 56 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 5757 Exemplo 2 A Cia. Investesempre, cujo Patrimônio Líquido é de R$160.000,00, possui as seguintes participações societárias: R$16.200,00 na coligada Cia. Azul; � R$7.000,00 na controlada Cia. Amarela. � Em se analisando os investimentos, pode-se concluir que os dois investi- mentos da Cia. Investesempre são relevantes, pois os investimentos em so- ciedades controladas são sempre relevantes e o investimento de R$16.200,00 na Cia. Azul, isoladamente, é relevante, pois R$16.200,00 é superior a 10% do seu Patrimônio Líquido. Deve ser notado que o investimento na Cia. Amarela é inferior a 10% do PL da Cia. Investesempre. No entanto, por ser uma sociedade controlada, o investimento na Cia. Amarela deve ser avaliado pelo MEP, conforme o artigo 248 da Lei 6.404/76 e corroborado pelos artigos 1.º e 5.º da Instrução CVM 247/96. Sendo assim, quando se trata de controlada, não há razão de se de- terminar a relevância do investimento, a não ser para verificar a relevância em conjunto. Investimento influente A definição de influência de investimento se caracteriza como último aspecto para determinar se um investimento em coligada deve ou não ser avaliado pelo MEP. O artigo 248 da Lei 6.404/76 e o artigo 5.º da Instrução CVM 247/96 ligam a avaliação dos investimentos em coligadas pelo MEP à influência na administração. A seguir, alguns exemplos de influência da sociedade investidora na so- ciedade investida: participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência � de administradores comuns; poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores; � volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de as- � sistência técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 57 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 57 significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira; � recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem � como de planos de investimento; ou uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos � . Pode ser considerado influente, também, com a leitura do artigo 248 da Lei das Sociedades Anônimas e do artigo 5.º do ato normativo expedido pela CVM, a situação em que o investimento representa, no mínimo, 20% do capi- tal social da sociedade investida. Considerando esses referenciais legais, há, no mínimo, duas impropriedades: Qual seria a influência que poderia exercer uma empresa que detém, � por exemplo, 30% das ações de outra se essas ações eram todas pre- ferenciais? Essa disposição foi incluída no artigo 248 da lei e também no artigo 5.º do ato normativo da CVM em função do que estava disposto no §4.º do artigo 141 da Lei 6.404/76, que apresentou a seguinte redação: §4.º Terão direito de eleger e destituir um membro e seu suplente do conselho de administração, em votação em separado na assembleia geral, excluído o acionista controlador, a maioria dos titulares, respectivamente: I - de ações de emissão de companhia aberta com direito a voto, que representem, pelo menos, 15% (quinze por cento) do total das ações com direito a voto; e II - de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito de emissão de companhia aberta, que representem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital social, que não houverem exercido o direito previsto no estatuto, em conformidade com o art. 18. Neste caso, os acionistas detentores de 15%, no mínimo, do capital com direito a voto ou 10%, no mínimo, de ações preferenciais, poderiam ele- ger um dos membros do conselho de administração, o que acaba por caracterizar o exercício de influência. O segundo problema está no §4.º do � artigo 141 da Lei 6.404/76, o qual teve sua redação modificada pela Lei 10.303, de 31de outubro de 2001. Este é o novo texto legal: §4.º Terão direito de eleger e destituir um membro e seu suplente do conselho de administração, em votação em separado na assembleia geral, excluído o acionista controlador, a maioria dos titulares, respectivamente: I - de ações de emissão de companhia aberta com direito a voto, que representem, pelo menos, 15% (quinze por cento) do total das ações com direito a voto; e Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 58 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 5959 II - de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito de emissão de companhia aberta, que representem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital social, que não houverem exercido o direito previsto no estatuto, em conformidade com o art. 18. §5.º Verificando-se que nem os titulares de ações com direito a voto e nem os titulares de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito perfizeram, respectivamente, o quorum exigido nos incisos I e II do §4.º, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para elegerem em conjunto um membro e seu suplente para o conselho de administração, observando-se, nessa hipótese, o quorum exigido pelo inciso II do §4º. §6.º Somente poderão exercer o direito previsto no §4.º os acionistas que comprovarem a titularidade ininterrupta da participação acionária ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no mínimo, imediatamente anterior à realização da assembleia geral. §7.º Sempre que, cumulativamente, a eleição do conselho de administração se der pelo sistema do voto múltiplo e os titulares de ações ordinárias ou preferenciais exercerem a prerrogativa de eleger conselheiro, será assegurado a acionista ou grupo de acionistas vinculados por acordo de votos que detenham mais do que 50% (cinquenta por cento) das ações com direito de voto o direito de eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos pelos demais acionistas, mais um, independentemente do número de conselheiros que, segundo o estatuto, componha o órgão. §8.º A companhia deverá manter registro com a identificação dos acionistas que exercerem a prerrogativa a que se refere o §4.º. O exercício da influência, considerado parâmetros percentuais, foi sensi- velmente modificado e, no entanto,o artigo 248 permaneceu sem qualquer alteração. Se uma empresa detém participação no capital votante de outra que alcance 20%, ela terá efetivamente o direito de designar um elemento do conselho de administração. No entanto, com as alterações introduzidas no artigo 141, esse direito será exercido com participação de apenas 15% no capital votante. Permanece, de qualquer forma, imprópria a redação do artigo 248, que continuou sem fazer referência ao capital votante. Obrigatoriedade de avaliação pelo Método da Equivalência Patrimonial O artigo 248, caput, da legislação societária estabelece que os investimen- tos relevantes em sociedades coligadas em que a administração tenha influ- ência ou de que participe com 20% ou mais do Capital Social, e em socieda- des controladas serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial. O artigo 5.º da Instrução CVM 247, de 27 de março de 1996, regulamentando as disposições da legislação societária, estabelece que devam ser avaliados pelo Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 59 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 59 método da equivalência patrimonial os investimentos em cada controlada e os investimentos relevantes em cada coligada ou equiparada a coligada. A investidora deve exercer influência na administração ou possuir, no mínimo, 20% do capital social da sociedade coligada. Sendo assim, de acordo com o estabelecido na Instrução CVM 247/96, todos os investimentos em controladas devem ser avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial. Nos investimentos em coligadas e equiparadas a coligadas, deve ser veri- ficado se o investimento é ou não relevante. Sendo relevante o investimen- to, o próximo passo é verificar se a participação no capital da coligada ou equiparada é superior a 20%. Sendo a participação superior a 20%, então o investimento é avaliado pelo Método de Equivalência Patrimonial. No caso de o investimento relevante ser inferior a 20% do capital social da coligada ou equiparada, deve-se verificar se a investidora exerce influência na admi- nistração da sociedade investida, pois os investimentos dessa natureza so- mente deverão ser avaliados pelo MEP quando existir essa influência. De acordo com os §§4.º a 8.º do artigo 141 da legislação societária, todos os investimentos que representam 15% ou mais do capital votante da socie- dade investida devem ser avaliados pelo MEP, pois quando possuem essa ca- racterística, haverá o exercício da influência administrativa, já que nesse caso é assegurado o direito de eleger um membro do conselho de administração, assim como o respectivo suplente. Dessa forma, os investimentos em coligadas e equiparadas somente serão avaliados pelo MEP quando forem relevantes. Além de relevantes, devem ser superiores a 15% do capital social da investida ou, caso não atinjam esse per- centual, a investidora deve exercer influência na coligada ou equiparada. As empresas que se enquadram nas condições analisadas devem avaliar pelo MEP os seus investimentos em controladas e os investimentos relevan- tes, quando influentes, em coligadas. Essa avaliação, pelo MEP, há de ser rea- lizada tanto pela legislação comercial quanto pela fiscal. Aspectos legais A fundamentação legal e a obrigatoriedade da adoção desse método de ava- liação de investimentos estão no artigo 248 da Lei 6.404/76, que estabelece: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 60 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 6161 Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas; II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada; III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como resultado do exercício: a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. §1.º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas. §2.º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação previsto no número I. É possível se concluir que, com a leitura da alínea “c” do inciso III, a CVM é a entidade apta a expedir normas adicionais sobre a equivalência patrimonial. No caput do texto legal não é aplicável outra interpretação, a não ser aquela que a CVM estabelecer. No exercício da competência recebida por delegação legal, a CVM emitiu a Instrução CVM 247, de 27 de março de 1996, estabelecendo que: Art. 1.º O investimento permanente de companhia aberta em coligadas, suas equiparadas e em controladas, localizadas no país e no exterior, deve ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial, observadas as disposições desta Instrução. Parágrafo único. Equivalência patrimonial corresponde ao valor do investimento determinado mediante a aplicação da percentagem de participação no capital social sobre o patrimônio líquido de cada coligada, sua equiparada e controlada. [...] Art. 5.º Deverão ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial: I - O investimento em cada controlada; e II - O investimento relevante em cada coligada e/ou em sua equiparada, quando a investidora tenha influência na administração ou quando a porcentagem de participação, direta ou indireta da investidora, representar 20% (vinte por cento) ou mais do capital social da coligada. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 61 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 61 Parágrafo único. Serão considerados exemplos de evidências de influência na administração da coligada: a) participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de administradores comuns; b) poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores; c) volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora; d) significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira; e) recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de planos de investimento; ou f ) uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos. A interpretação do artigo 1.º indica que o MEP é aplicado tanto aos inves- timentos nacionais quanto aos investimentos em países estrangeiros. No en- tanto, uma observação é necessária, pois segundo a CVM os investimentos permanentes das companhias abertas são passíveis de serem avaliados pelo MEP, o que está perfeitamente de acordo com o texto da lei, já que em seu texto está explícitoque ela “dispõe sobre as sociedades por ações”. Com relação ao aspecto fiscal, o artigo 384 do Decreto 3.000/99 reproduz o texto da lei comercial e estabelece o seguinte: Art. 384. Serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido os investimentos relevantes da pessoa jurídica (Lei 6.404, de 1976, art. 248, e Decreto-Lei 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI): I - em sociedades controladas; e II - em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha influência, ou de que participe com vinte por cento ou mais do capital social. §1.º São coligadas as sociedades quando uma participa, com dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la (Lei 6.404, de 1976, art. 243, §1.º). §2.º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (Lei 6.404, de 1976, art. 243, §2.º). §3.º Considera-se relevante o investimento (Lei 6.404, de 1976, art. 247, parágrafo único): I - em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora; II - no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a quinze por cento do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 62 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 6363 Ampliando seus conhecimentos Contabilidade – Equivalência Patrimonial: o que mudou! (HOOG, 2010. Adaptado.) Ainda que sutil, a mudança no artigo 248 da Lei 6.404/76, de “capital social” para “capital votante”, pode trazer, em alguns casos, significativa alteração no valor dos investimentos. No entanto, antes de adentrar no tema, considero muito importante afas- tar o equívoco de que a nova lei trouxe ou gerou a entrada da contabilidade brasileira nas práticas internacionais, pois, em minha liberdade de cátedra, as- seguro que estamos mais para um retrocesso do que em direção às Normas Internacionais de Contabilidade (NIC). E isso é muito fácil de se concluir. Como exemplo, cito o fato que a nova Lei 11.638/2007 revogou a reavaliação, en- quanto estas estão contidas nas normas internacionais, como exemplo, temos a NIC 16 (trata dos Ativos Fixos Tangíveis). Logo, está presente e visível o re- trocesso na história da contabilidade da república. Outro exemplo é a ordem de apresentação das contas no balanço. Na NIC 01, que trata da apresentação de Demonstrações Financeiras, temos a ordem crescente. E no artigo 178 da Lei 6.404/76, temos a ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados. Esta posição é sem embargos a algumas melhorias, como, por exemplo, entre minguadas melhoras, cito a criação do intangível e do fluxo de caixa e algumas terminologias, como o instrumento financeiro derivativo. Tem-se neste comentário o critério conhecido como “equivalência patri- monial”, que é um método de avaliação de investimento específico para as sociedades anônimas. Logo não se aplica às limitadas, cuja regra é o custo de aquisição, conforme artigo 1.187 do Código Civil; exceto às limitadas conside- radas de grande porte, mesmo que tal fato não esteja pacificado entre os dou- trinadores. E ainda, este critério é para as sociedades anônimas que tenham investimentos relevantes ou influência societária. O seu cálculo baseia-se no valor do patrimônio líquido das sociedades coli- gadas ou controladas. O valor do investimento é determinado na data do ba- lanço, mediante a aplicação sobre o valor do patrimônio líquido da coligada ou controlada, da porcentagem de participação no seu capital. Nos termos do artigo 248 da Lei 6.404/76. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 63 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 63 Em decorrência do critério da equivalência patrimonial, o balanço patri- monial da companhia deve demonstrar a avaliação dos investimentos em controladas ou coligadas, de forma que inclua os investimentos em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo econômico ou estejam sob controle ou influência. Exceto os investimentos a valor de custo de aquisição. Para fins de registro da equivalência patrimonial, além dos aspectos de como converter as demonstrações contábeis de entidades no exterior para a moeda de apresentação das demonstrações contábeis no Brasil, recomendo ver o Pronunciamento Técnico CPC 02 do Comitê de Pronunciamentos Con- tábeis e as Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 21 (IASB). Devem ser observados, também, os termos da Lei 6.404/76 constante do inciso III do artigo 183; inciso I, §1.º, artigo 197; parágrafo único do artigo 247 e letra “b” incisos II, inciso I do artigo 256. A principal alteração, Lei 11.638/07, para o cálculo da equivalência patrimo- nial é de que a participação é de 20% sobre o capital “votante”, e na lei velha era de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital “social”. Para uma melhor compreensão da distinção entre capital “votante” e capi- tal “social”, segue o sentido e alcance das definições das categorias contábeis: controlada; sócio controlador (ou acionista); sócio majoritário; sócio minoritá- rio e da influência significativa. Controlada � (artigo 1.098 do CC/2002) – o seu significado consta do pró- prio artigo do Código, como segue: “É controlada a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos ad- ministradores”. Portanto, o controlador nas sociedades anônimas não é necessariamente o majoritário; na sociedade limitada é a mesma coisa. Entretanto, na sociedade anônima, um acionista pode ser detentor de 50% das ações PN, sem direito a voto, e mais 24% das ações ON, que dá direito a voto. Esse acionista terá 74% do capital e é majoritário, mas não é o controlador. Nesse exemplo extremo, o controlador será a pessoa (ou pessoas) que detêm os 26% das ações ON. São três as categorias dife- rentes de exercer o poder de controle político da sociedade: a) sócio (ou acionista) controlador; b) sócio majoritário; c) sócio minoritário. Sócio controlador (ou acionista) � – aquele que possui, individualmente, a maioria dos votos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 64 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 6565 Sócio majoritário � – por sócio majoritário nas sociedades do tipo limita- da, entende-se aquele que tem, isoladamente, o controle da sociedade pela maioria dos votos. Essa opinião resulta da analogia com o disposto no artigo 116 da Lei 6.404/76, que trata do acionista controlador e das disposições do Código Civil. A sua retirada por justa causa está regulada no artigo 1.030 do CC/2002. Portanto, é aquele que possui a maioria do capital social. Sócio minoritário � – por sócio minoritário entende-se aquele que não tem, isoladamente, o controle das decisões. Esta opinião resulta da ana- logia com o disposto no artigo 116 da Lei 6.404/76, que trata do acio- nista controlador e das disposições do Código Civil. A sua retirada por justa causa, nos casos de sociedade empresária do tipo limitada, está regulada no artigo 1.085 do CC/2002. Influência significativa � – (§1.º do artigo 243, da Lei 6.404/76) Conside- ra-se como influência significativa o poder político ou econômico nas decisões das sociedades investidas; presume-se a sua existência por uma participação direta ou indireta, igual ou superior a 20% do capital votante. Logo, é o poderde controlar, diretamente ou através de outras controladas. Pertence esse poder ao titular de direitos de sócio ou acio- nista, que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Estamos diante de um novo modelo de contabilidade, com mudanças gerais e pontuais, pois os institutos novos para a prática das demonstrações contábeis brasileiras, Lei 11.638/2007, em vigor para 2008, visam basicamente criar um indício de estrutura jurídico-contábil necessária a um processo de aproximação das normas internacionais de contabilidade, quiçá um dia vamos alcançar. Fato esse imprescindível à evolução das demonstrações financeiras. Atividades de aplicação 1. Qual a definição básica do Método de Equivalência Patrimonial? 2. Entre todas as características do Método de Equivalência Patrimonial, qual delas é a principal para se caracterizar a relação de controladas e controladoras? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 65 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial 65 3. O que é o controle indireto? 4. O que caracteriza uma empresa equiparada a coligada? 5. Explique, com poucas palavras, como um investimento pode ser con- siderado não relevante individualmente ou em conjunto, mas ainda assim ser classificado pelo Método de Equivalência Patrimonial. Referências BRASIL. Lei 6.404/76. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 27 set. 2010. ______. Resolução CFC 750/93. Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Disponível em: <www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/res750. htm>. Acesso em: 28 set. 2010. ______. Resolução CFC 774/94. Aprova o Apêndice à Resolução sobre os Princí- pios Fundamentais de Contabilidade. Disponível em: <www.portaldecontabilida- de.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm>. Acesso em: 28 set. 2010. _____. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução CVM 247/96. Dispõe sobre a avaliação de investimentos em sociedades coligadas e controladas e sobre os procedimentos para elaboração e divulgação das demonstrações contábeis con- solidadas, para o pleno atendimento aos Princípios Fundamentais de Contabili- dade, altera e consolida as Instruções CVM 1/78, 15/80, 30/84, e o artigo 2.º da Instrução CVM 170/92, e dá outras providências. Disponível em: <www.cvm.gov. br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?Tipo=I&File=/inst/inst247.htm>. Acesso em: 27 set. 2010. ______. Lei 11.638/2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 6.404/76, e da Lei 6.385/76, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elabo- ração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 11 jan. 2011. ______. Lei 11.941/2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcela- mento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que espe- cifica; institui regime tributário de transição. Disponível em: <www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 11 jan. 2011. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 66 Investimentos permanentes – Equivalência Patrimonial HOOG, Wilson Alberto Zappa. Contabilidade – Equivalência Patrimonial: o que mudou! Publicado em: 27 set. 2010. Disponível em: <www.netlegis.com.br/inde- xRC.jsp?arquivo=/detalhesDestaques.jsp&cod=19050>. Acesso em: 27 set. 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as Normas Internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade Avan- çada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. VELTER, Francisco; MISSAGIA, Luiz Roberto. Manual de Contabilidade. Rio de Ja- neiro: Impetus, 2003. (Série Provas e Concursos). Gabarito 1. Equivalência Patrimonial significa que a sociedade investidora avaliará sua participação societária, na sociedade investida, utilizando como medida de referência o valor percentual de sua participação no capital social daquela sociedade. Esse percentual será aplicado sobre o Patri- mônio Líquido da investida, resultando no valor do investimento da Sociedade Investidora. 2. Sociedade controladora é a que possui a titularidade de mais da meta- de (ou mais de 50%) das quotas ou ações com direito a voto de outra sociedade, que será consequentemente controlada. O controle não necessita ser direto, podendo ser por intermédio de outra controlada. A esse artifício se dá o nome de controle indireto. 3. É quando uma empresa controla uma empresa que, como controla- da da primeira, é controladora de uma terceira. Nesse caso, a primeira empresa é controladora indireta da terceira. 4. Quando ela, mesmo sem cumprir os requisitos de uma coligada, con- segue cumprir esses requisitos apenas com ações ordinárias, ou seja, ações com direito a voto. 5. Quando esses investimentos são efetuados em empresas controladas, ou seja, quando as investidoras são controladoras. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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