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19 - Consolidação de demonstrações contábeis - tratamento contábil e legal

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Michael Dias Corrêa
Mestre em Contabilidade pela Universidade 
Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciências 
Contábeis pela UFPR.
Ex-militar de carreira da Aeronáutica, na área 
educacional. É professor da Universidade Positi-
vo (UP) e do Instituto Brasileiro de Pós-Gradua-
ção e Extensão (IBPEX), nos cursos de graduação 
e de pós-graduação na área de Negócios Em-
presariais. Gestor do Centro de Estudos em Con-
troladoria e Governança Corporativa (Cecon) da 
UP. Possui diversos estudos científicos publica-
dos em congressos e periódicos científicos na-
cionais e internacionais. Professor de cursinhos 
preparatórios para concursos públicos na cidade 
de Curitiba. Empresário do setor educacional, 
possui atuações na área de Controladoria da 
Esso Brasileira de Petróleo e na área de compras 
da Cia. Vale do Rio Doce.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
Consolidação de demonstrações 
contábeis – tratamento contábil 
e legal
Tratamento contábil e legal das participações 
minoritárias
Neste tópico serão abordados os principais pontos da temática contábil, 
os quais devem ser abordados nas participações minoritárias nos processos 
de consolidação de demonstrações contábeis.
Fundamento
Em muitas situações, o controle acionário que uma empresa exerce sobre 
a outra não representa uma subordinação total ou absoluta, ou seja, a em-
presa controladora não possui, direta ou indiretamente, 100% das ações da 
controlada necessariamente. Geralmente, o controle é relativo, e efetivado 
com um percentual menor de participação acionária. Dessa forma, o restan-
te das ações ou quotas da controlada pertence a outras pessoas jurídicas ou 
físicas, denominadas empresas minoritárias.
Em poucas situações, a empresa controladora não é a acionista majoritá-
ria, mas mesmo assim assume o controle acionário. Assim, os demais acionis-
tas, denominados minoritários, serão chamados de acionistas não controla-
dores. De maneira resumida, temos os seguintes tipos:
Acionistas 
minoritários
Grupo de acionistas com pequena parcela do capital votante.
Acionistas 
majoritários
Acionistas ou grupo de acionistas com grande parcela do capital votante.
Acionistas 
controladores
Acionistas ou grupo de acionistas que possuem mais de 50% do capital 
votante ou que controle as decisões.
Acionista não
controlador
Acionistas ou grupo de acionistas que possuem parcela pequena ou insig-
nificante do capital votante da empresa e, individualmente ou em grupo, 
não dá direito a controle decisorial.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Para evidenciar a parcela do capital desses minoritários (ou majoritários 
não controladores), na consolidação do balanço, deve-se destacar do patri-
mônio líquido consolidado os valores a eles pertencentes. Sendo assim, no 
patrimônio líquido consolidado, deve aparecer apenas a parte que realmen-
te pertence aos acionistas da empresa controladora.
Inicialmente, a participação dos acionistas minoritários e dos acionistas 
não controladores deve ser classificada em grupo isolado no Balanço Patri-
monial consolidado, imediatamente antes do Patrimônio Líquido, pelo fato 
de caracterizar, na demonstração consolidada, uma obrigação dos controla-
dores para com essas pessoas ou empresas.
Na situação de não haver essa separação, o patrimônio consolidado so-
freria distorção com valor maior, representado por essa parcela pertencente 
a esses acionistas minoritários.
Tratamento legal e apresentação no Balanço 
Patrimonial
A legislação societária (Lei 6.404/76) trata do assunto no título “Normas sobre 
Consolidação”. O §1.º do artigo 250 estabelece as seguintes disposições legais:
Art. 250. [...]
§1.º A participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido e no lucro do 
exercício será destacada, respectivamente, no balanço patrimonial e na demonstração do 
resultado do exercício.
De acordo com o que já foi citado anteriormente, esse destaque deve 
ser feito de forma separada e antes do patrimônio líquido, após os Resul-
tados Diferidos, por meio da criação de uma conta específica no balanço 
consolidado.
BALANÇO PATRIMONIAL
 PASSIVO
 Passivo Circulante
 Passivo Não Circulante
 Passivo Exigível em Longo Prazo
 Resultados Diferidos
 PARTICIPAÇÃO MINORITÁRIA EM CONTROLADA CONSOLIDADA
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL DO PASSIVO
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Apuração do valor da participação minoritária
De maneira prática, quantitativamente, é muito mais comum serem en-
contradas participações minoritárias, tanto de pessoas físicas quanto de 
pessoas jurídicas. Dessa forma, serão vistas estas participações no Balanço 
Patrimonial Consolidado e na Demonstração do Resultado Consolidada.
No Balanço Consolidado
Já citado anteriormente, a participação minoritária representa a parcela do 
capital de empresas controladas consolidadas que pertence a acionistas ou 
sócios minoritários, com terceiros fora do grupo. Dessa forma, o valor dessa 
participação é constituído, antes de qualquer outro valor, pelo capital que 
esses acionistas minoritários integralizaram, conforme o exemplo a seguir:
Capital da Controlada B R$ %
Detido pela Controlada A 270.000,00 90%
Detido por sócios minoritários 30.000,00 10%
Total 300.000,00 100%
No entanto, é sabido que o patrimônio líquido da controlada não é cons-
tituído, necessariamente, apenas pela conta representativa do capital, pois na 
maioria das empresas, ele está representado, também, pelas reservas e valores 
de ajustes. Mas, naturalmente, se os sócios minoritários participam com um 
percentual no capital social, eles têm o direito de participar também, na mesma 
proporção das ações possuídas, sobre todo o valor do patrimônio líquido.
Sendo assim, o valor da participação minoritária em controladas que deve 
constar no demonstrativo consolidado é constituído pela soma das partici-
pações desses sócios minoritários no patrimônio líquido das controladas em 
que participam.
Exemplo:
Suponha que a empresa controlada “B” possua o seu capital social divi-
dido em 500 000 ações com valor nominal de R$1,00 cada uma e que seu 
Patrimônio Líquido seja constituído conforme os dados a seguir:
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
179179
Patrimônio Líquido R$
Capital Social 500.000,00
Reserva de Capital 220.000,00
Reserva de Lucros 280.000,00
Patrimônio Líquido Total 1.000.000,00
Tomando como base, hipoteticamente, que 20% das 500 000 ações não 
pertencem à Controladora (que está realizando a consolidação), logo deve 
ser aplicado o mesmo percentual sobre as demais contas do patrimônio lí-
quido, pois esse valor pertence ou é de direito dos minoritários ou não con-
troladores. De maneira ilustrada, pode ser evidenciado abaixo:
Patrimônio Líquido da Controlada B
Contas Valor Total Minoritário (20%) Controlada A (80%)
Capital Social R$500.000,00 R$100.000,00 R$400.000,00
Reserva de Capital R$220.000,00 R$44.000,00 R$176.000,00
Reserva de Lucros R$280.000,00 R$56.000,00 R$224.000,00
Total R$1.000.000,00 R$200.000,00 R$800.000,00
No exemplo acima, o valor apurado que pertence aos acionistas minoritá-
rios totaliza R$200.000,00. Esse é o valor que deve ser colocado em separado 
no balanço patrimonial consolidado. O lançamento, para fins dessa separa-
ção no processo de consolidação, será:
Discriminação Débito Crédito
Capitalsocial R$100.000,00
Reservas de capital R$44.000,00
Reservas de lucro R$56.000,00
A participação minoritária em 
Controladas Consolidadas R$200.000,00
Nunca é excessivo enfatizar que o montante de R$200.000,00 deverá 
constar no Balanço Patrimonial Consolidado, separado do Patrimônio Líqui-
do. Deve constar logo acima deste, mas abaixo do subgrupo Resultados Di-
feridos (componente do Passivo Não Circulante).
Na Demonstração do Resultado do Exercício
Na estrutura da Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício, 
o valor a ser destacado é a parcela do lucro das controladas consolidadas 
referente à participação minoritária.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Tendo como referência o mesmo percentual do exemplo anterior (20%) 
e que a empresa controlada tenha obtido um resultado de R$300.000,00, o 
valor a ser destacado na consolidação referente à participação minoritária é 
de R$60.000,00 (20% de R$300.000,00).
No exemplo de forma de apresentação a seguir, supõe-se que o lucro 
da controladora tenha sido de R$500.000,00 e o da Controlada B, de 
R$300.000,00, perfazendo um lucro total de R$800.000,00.
Dessa forma, pode-se apresentar esse destaque na demonstração conso-
lidada do resultado do exercício da seguinte maneira:
Controladora A e sua Controlada B
Demonstração consolidada do resultado do exercício
Receita Bruta
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
...
Lucro Líquido Total R$800.000,00
(–) Participações Minoritários nos Resultados Consolidados R$(60.000,00)
Lucro Líquido Consolidado R$740.000,00
Não pode ser desconsiderado o fato de que a eliminação dos valores per-
tencentes aos acionistas minoritários e aos não controladores deve ser reali-
zada mesmo quando existirem lucros não realizados no patrimônio líquido 
das controladas, o que afetará o resultado da controladora, mas não poderá 
afetar a participação minoritária (ou não controladores).
Sendo assim, esses acionistas minoritários têm direito de participar no re-
sultado das controladas de que são sócios, ainda que haja lucro decorrente de 
operações com a controladora, pois esse lucro será eliminado para apurar o 
valor que pertencer ao grupo econômico, mas não para apurar a participação 
dos minoritários ou não controladores. Aliás, esse é um dos principais objeti-
vos da consolidação e apuração da participação dos acionistas minoritários.
Tratamento de impostos 
no processo de consolidação
Os impostos merecem atenção especial no processo de consolidação, 
exatamente por influenciarem em potenciais passivos (obrigações) em que 
o grupo poderia incorrer, mas que, de forma geral, devem ser vistos de ma-
neira independente.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Imposto de renda na transação com ativos
Retomando conceitos anteriormente assimilados, dos itens a serem elimi-
nados nas demonstrações consolidadas, tomam-se os lucros não realizados 
provenientes de transações entre as empresas de um mesmo grupo econô-
mico. Muitos desses lucros, quando foram contabilizados individualmente e 
eliminados na consolidação, são resultados tributáveis nas sociedades em 
que foram lançados. Dessa forma, para que não haja um lucro eliminado e 
uma despesa com o imposto de renda presente, deve ser considerado:
se esse lucro for eliminado agora para ser incluído posteriormente �
como lucro na consolidação, deve ser excluído o imposto incidente 
sobre esse lucro para incluí-lo quando aquele lucro for apresentado 
na consolidação;
se, contudo, o lucro for eliminado na consolidação e nunca mais apa- �
recer, não haverá ajuste a fazer, pois, nesse caso, a despesa com a inci-
dência de imposto é, de fato, uma despesa contábil e também o será 
para a consolidação ou o ajuste, o qual se concretizará na forma de 
acréscimo ao custo do bem.
Exemplo:
Na situação em que uma controlada vende estoques para a sua contro-
ladora, considerando que nessa operação ela obteve lucro e foi tributada 
e, ainda, que uma parcela desses estoques não foi vendida pelo adquiren-
te (a controladora), a parcela do lucro não realizado deve ser eliminada na 
consolidação.
No exemplo em voga, devem ser efetuados os ajustes relativos ao im-
posto devido, de forma proporcional ao valor do lucro não realizado. Sendo 
assim, os ajustes a serem realizados serão:
a) No Balanço Patrimonial Consolidado:
Deve ser creditada a conta de lucros ou prejuízos acumulados, pois desta 
forma será eliminada a despesa relativa ao imposto de renda. Já no ativo 
circulante deverá ocorrer o lançamento de um débito na conta antecipação 
de imposto (imposto de renda a compensar), haja vista que quando da reali-
zação do lucro, esse imposto será devido pela controladora.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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b) Na Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício:
Nesta demonstração, o ajuste deverá ser no valor da parcela referente à 
provisão para imposto de renda.
Tendo como referência os seguintes valores hipotéticos:
lucro bruto obtido pela vendedora, ainda existente nos estoques da �
compradora – R$200.000,00;
IR em que a vendedora incorreu na parte relativa a esse lucro – 15% de �
R$200.000,00 = R$30.000,00.
Os ajustes necessários serão:
a) No Balanço Consolidado:
Débito no Ativo Circulante – R$30.000,00 (Imposto de Renda a compen-
sar) e um lançamento a crédito na conta denominada Lucros Acumulados 
– R$30.000,00 (lucros acumulados).
b) Na Demonstração Consolidada do Resultado:
Nessa demonstração, o lançamento só é feito na parte relativa à despesa do 
imposto, como se fosse uma partida contábil simples, já que o ajuste no Ativo 
Circulante foi realizado no lançamento anterior, especificado na letra “a”.
Esses lançamentos realizam o acerto geral, em ambas as empresas consi-
deradas no exemplo e na demonstração consolidada, pois, com a venda do 
estoque intercompanhias, estava sendo incrementado o lucro não pelo seu 
montante de R$200.000,00, mas pelo valor líquido de R$170.000,00, já que o 
imposto de renda se encarregou de reduzir aquela importância.
ICMS e IPI
Sabe-se que o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Merca-
dorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermu-
nicipal e de Comunicação (ICMS) e o Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos (IPI), na hipótese de serem recuperáveis, não devem compor parcela do 
custo de aquisição dos estoques da compradora. Também não podem fazer 
parte da receita líquida da empresa vendedora. Contudo, alguns ajustes são 
necessários nessas situações.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Exemplo:
Imagine que uma controladora venda por R$20.000,00 (valor que contém 
o ICMS de 15%) e mais o IPI equivalente a R$4.000,00, estoques que lhe cus-
taram (líquidos do ICMS e do IPI) R$12.000,00. Assim, ela apresentará a se-
guinte estrutura de resultado:
Faturamento bruto ............................... R$24.000,00
(–) IPI ........................................................... R$(4.000,00)
Receita bruta .......................................... R$20.000,00
(–) ICMS ..................................................... R$(3.000,00)
Receita líquida ....................................... R$17.000,00
(–) CPV ........................................................ R$(12.000,00)
Lucro bruto ..............................................R$5.000,00
Deve ser ressaltado que os valores tanto do IPI como do ICMS terão sido 
debitados e creditados às contas próprias respectivas.
Sendo assim, se esse estoque permanecer no balanço da controlada ad-
quirente, teremos:
a) No Balanço Consolidado:
Haverá a necessidade normal da eliminação do lucro não realizado de 
R$5.000,00, mas nenhum ajuste em termos de IPI e ICMS será feito. Eventuais 
saldos a recolher ou a compensar desses impostos são obrigações ou direi-
tos também válidos no demonstrativo consolidado.
b) Na Demonstração Consolidada do Resultado:
Haverá necessidade da eliminação do Custo dos Produtos Vendidos, bem 
como da Receita Líquida, do ICMS, da Receita Bruta, do IPI e do Faturamento 
Bruto relativos a tal transação.
Dessa forma, os únicos ajustes se darão na demonstração consolidada do 
resultado da forma costumeira, apenas com mais detalhes:
Débito Crédito
Faturamento Bruto R$24.000,00
a IPI R$4.000,00
a ICMS R$3.000,00
a CPV R$12.000,00
a estoques (lucros não realizados) R$5.000,00
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Em se ajustando os valores referentes ao Faturamento Bruto, ao IPI, ao 
ICMS e ao CPV, estarão automaticamente ajustados à Receita Bruta, à Receita 
Líquida e ao Lucro Bruto.
Na hipótese de esses impostos não serem recuperáveis pela empresa 
compradora, já estarão por ela acrescidos ao custo dos estoques adquiridos 
e o ajuste é exatamente o visto anteriormente.
Porém, no caso de os impostos serem recuperáveis, a empresa compra-
dora terá estocado R$17.000,00 (R$24.000,00 – IPI – ICMS) e, se não foram 
recuperáveis para ela, terá ativado o total de R$24.000,00.
Para essa última hipótese, quando se eliminar o lucro não realizado de 
R$5.000,00, o estoque consolidado cairá de R$24.000,00 para R$19.000,00, 
correspondente aos originais R$12.000,00 mais R$7.000,00 de impostos (IPI 
+ ICMS) que, nesse caso, não são recuperáveis.
A majoração desse valor está correta, visto que esse procedimento de 
adição para o ICMS e o IPI é exatamente o indicado para a correta mensura-
ção do custo de aquisição de estoques, tanto para as demonstrações indivi-
duais quanto para as demonstrações consolidadas.
Tratamento dos itens não realizados 
em operações intercompanhias
Os itens não realizados, tais como ganhos em atividades principais ou em 
vendas eventuais de bens permanentes, também merecem destaque espe-
cial durante o processo de consolidação de demonstrações contábeis, tendo 
tratamento diferenciado nas operações intercompanhias.
Lucro nos Estoques
Quando se trata de empresas componentes de um mesmo grupo, devem 
ser tratados de forma distinta os ganhos que estiverem registrados em suas 
estruturas de estoques, conforme detalhado na sequência.
Situações de ocorrência
Nas vendas realizadas a preço de custo, não há lucro nem prejuízo nos 
estoques que não foram realizados. Dessa forma, na consolidação serão eli-
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
185185
minados os custos das mercadorias ou dos produtos vendidos, bem como as 
receitas oriundas das vendas ocorridas.
No entanto, quando as vendas são realizadas a preços de mercado, in-
cluindo os lucros ou os prejuízos, são duas situações distintas que podem 
acontecer no momento da consolidação:
quando a empresa compradora já revendeu as mercadorias para um �
terceiro, não restando qualquer saldo daquelas mercadorias em esto-
que na data da realização da consolidação;
quando a empresa adquirente das mercadorias as mantém no todo ou �
em parte em seu estoque, na data-base da consolidação.
No primeiro caso, não há a existência de estoques. Portanto, não haverá 
também lucros nos estoques decorrentes das operações entre as socieda-
des. Dessa forma, as únicas operações de eliminação a serem realizadas são 
a eliminação das vendas contra os custos das vendas.
Na segunda hipótese, quando ainda existe saldo em estoques de merca-
dorias compradas de empresa que compõe o grupo, na data de consolida-
ção, haverá lucros não realizados nos estoques. Esses lucros nos estoques 
devem ser eliminados, pois não representam lucros efetivamente realizados 
de operações com terceiros.
Fundamento
Com a efetiva eliminação dos lucros não realizados da consolidação das 
demonstrações contábeis, os ativos poderão ser avaliados de acordo com os 
princípios de contabilidade e em conformidade com os critérios de avaliação 
de ativos previstos na legislação societária.
Conforme disposto no artigo 183 da legislação societária, os estoques 
devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, 
quando este for inferior. No caso de demonstrações consolidadas, deve-se 
tomar como custo aquele valor considerado para o conjunto, como se fosse 
uma única empresa e não um grupo de empresas.
Dessa forma, os estoques adquiridos por uma empresa do grupo que se 
encontrem em outra, devem ser avaliados pelo valor pago pelo grupo a ter-
ceiros não integrantes do grupo.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Lucros nos bens permanentes
Embora não pertencentes à razão de ser das empresas, as atividades 
de compra e venda envolvendo bens permanentes podem ocorrer e, con-
sequentemente, trazer resultados positivos ou negativos para as empresas 
que os efetuam. Para esses casos, tratamento contábil diferenciado também 
deve ser dado.
Introdução
Em momentos anteriores, os lucros não realizados foram tomados como 
referência. No entanto, apenas os lucros não realizados nos estoques foram 
considerados até o momento.
Porém, existe a possibilidade de ocorrência de lucros ou prejuízos não 
realizados em outras contas de ativos decorrentes de transações entre as 
empresas do mesmo grupo econômico que não as contas de estoques. Esta 
possibilidade decorre de previsão legal, que também aponta a necessidade 
de eliminação dos lucros ou prejuízos na estrutura de bens permanentes das 
empresas.
De acordo com a prerrogativa legal, tais lucros, quando não realizados, 
também devem ser eliminados durante o processo de consolidação das de-
monstrações financeiras. Como a lei menciona os lucros na estrutura de bens 
permanentes, ela está se referindo à possibilidade de ganhos nas transações 
com investimentos permanentes, imobilizados e intangíveis.
Com relação à possibilidade de haver vendas de ativo intangível, é impor-
tante ser destacada a pouca ocorrência, na prática, dessa operação entre as 
empresas. Assim sendo, serão tratados apenas os casos que se referirem a 
transações com investimentos e com bens imobilizados.
Lucro ou prejuízo em investimentos
As empresas de um grupo econômico podem possuir participações acio-
nárias em outras empresas não pertencentes ao mesmo grupo, por não 
serem relevantes.
Essas participações e mesmo aquelas de empresas do grupo podem ser 
transacionadas com outras empresas também pertencentes ao conglomera-
do. Nessa transação, a empresa vendedora pode obter algum ganho (ganho 
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
187187
considerado como não operacional) ou incorrer em prejuízo (perda tam- 
bém considerada como não operacional). Se o resultado da transação for 
positivo, ou seja, lucro, ele deverá ser eliminado na consolidação, pois não 
houve, com terceiros, nenhuma realização.
No processo de eliminação desse ganho, devemser analisadas minucio-
samente todas as transações, haja vista que serão distintas as formas de de-
terminação da eliminação.
Com o objetivo de deixar o estudo mais próximo da prática, um caso hi-
potético será analisado a seguir:
Determinada empresa “A” possui o controle acionário de outra empresa, 
a companhia “B”. Além desse controle acionário em “B”, ela possui participa-
ção acionária na coligada “C”, com 40% do capital social dessa coligada. O 
restante do capital social da coligada “C” (60%) pertence a outros acionistas, 
os quais não fazem parte desse grupo econômico. A controladora “A” vende 
essa participação acionária que possui em “C” para a controlada “B”. Suponha 
que a venda dessa participação acionária tenha ocorrido por R$20.000,00 e 
que a controladora obteve um ganho de R$2.000,00 nessa transação.
Verifica-se que houve uma transação com lucro entre companhias do mes- 
mo grupo e que esse lucro se encontra no ativo de outra empresa do mesmo 
grupo econômico.
A primeira análise deve recair na determinação de que método de avalia-
ção de investimentos está sendo adotado pelas empresas envolvidas.
Se o método adotado for o da equivalência patrimonial nas empresas en-
volvidas na transação, a adquirente, controlada “B”, deverá registrar a aquisi-
ção da participação acionária do seguinte modo:
Débito Crédito
Investimento na coligada C
Valor da equivalência patrimonial
R$18.000,00
Ágio R$2.000,00
a Banco c/ movimento R$20.000,00
Mudando o foco para a empresa controlada “A”, esta deve realizar a baixa 
do investimento na coligada “C”. Para tanto, deverá realizar o seguinte lança-
mento contábil:
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Débito Crédito
Banco c/ movimento R$20.000,00
a Investimento na coligada “C” R$18.000,00
a Receita não operacional R$2.000,00
No entanto, os registros, assim como os fatos contábeis não finalizam na 
tabela anterior. É notado que houve um ganho quando da venda que a socie-
dade controladora “A” fez para a controlada “B” e que esse resultado está no 
ativo da controlada “B” e foi computado no resultado de “A”. No processo de 
consolidação das demonstrações contábeis, esse valor precisa ser eliminado, 
pois não representa, para o grupo, um ganho efetivo, haja vista que não houve 
a transferência (realização) do resultado para terceiros. Considerando esse fato, 
o ganho será eliminado por meio do seguinte lançamento contábil:
Débito Crédito
Receita não operacional R$2.000,00
a Ágio R$2.000,00
Nos exercícios sociais seguintes, quando da realização do ágio, que deve 
possuir a devida fundamentação econômica, a eliminação no momento da 
consolidação seria efetuada mediante um lançamento a débito de conta de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados e a crédito da conta de ágio.
Lucro ou prejuízo em bens imobilizados
As companhias participantes de um grupo econômico podem transacio-
nar entre si com elementos que serão incorporados ao conjunto de bens imo-
bilizados. Dessas transações, também podem ser gerados ganhos ou perdas.
Os ganhos ou perdas ocorrem quando essas transações são realizadas por 
valores diferentes dos valores contábeis da vendedora. Quando ocorre tal 
situação, a companhia adquirente deve manter controle extracontábil para 
acompanhar a evolução patrimonial desses bens, visto que, em sua maioria, 
os bens imobilizados estão sujeitos ao processo de depreciação, o que carac-
teriza a realização dos lucros. No entanto, a parcela do lucro não realizada em 
cada ano deve ser eliminada quando do processo de consolidação contábil.
É importante ser enfatizado que a respectiva depreciação dos bens pode 
ser lançada em despesa do exercício ou incorporada ao custo de produção, 
quando integrar o valor dos estoques de produtos acabados. Dessa forma, 
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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percebe-se que se encara uma situação com uma solução complexa para se 
eliminar o lucro obtido na alienação de bens imobilizados intercompanhias.
Por essa razão, existe a necessidade de se analisar a relevância desse lucro 
no contexto global do grupo econômico, pois se ele for irrelevante, não há 
que se efetuar todo esse controle para eliminação no processo de consolida-
ção das demonstrações. Agora, para a situação de ocorrência de um resulta-
do relevante, a eliminação deverá ser efetuada.
Deve ser enfatizado, ainda, que na maioria dos casos, as empresas transa-
cionam valores dos bens imobilizados pelo valor contábil, situação em que 
não ocorrerá nem ganho nem prejuízo.
Ágio
Tanto o ágio quanto o deságio devem possuir fundamentação econômi-
ca no momento da sua constituição e, por isso, devem ser controlados de 
forma distinta conforme cada fundamentação que lhes deu origem.
No procedimento de consolidação, quando as empresas avaliam seus in-
vestimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial, não haverá maiores 
problemas, pois a segmentação do ágio e do deságio já foi feita no balanço 
individual de cada empresa participante da consolidação.
Assim sendo, no processo de consolidação das demonstrações, o investi-
mento será eliminado somente pelo valor da equivalência patrimonial. Esse 
valor será baixado com um lançamento a débito em conta do patrimônio 
líquido da controlada e outro lançamento a crédito no valor do investimen-
to na controladora, seguindo o mesmo mecanismo aprendido no ágio e no 
deságio.
O valor do ágio ou do deságio, no balanço patrimonial consolidado, será 
registrado com seu saldo na controladora. Naturalmente, o ágio será regis-
trado no Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos ou Imobilizado, a 
depender da sua origem. Já no caso de deságio, pode receber a mesma clas-
sificação adotada para o ágio, mas de natureza contábil credora. Destaca-se 
ainda que, se o deságio não tiver fundamentação econômica, deverá estar 
classificado no Passivo, em conta específica de Resultados Diferidos.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Ampliando seus conhecimentos
Consolidação de informações contábeis
(SÁ, 2007)
A empresa é uma célula social com personalidade jurídica e uma vida 
própria.
Consagrou-se em doutrina científica há quase dois séculos que o patrimô-
nio de tais empreendimentos seria a matéria do conhecimento científico em 
Contabilidade.
Tal forma de entender evoluiu ao longo dos anos e consagrou-se dando 
corpo científico à referida, oferecendo um conjunto de doutrinas produzidas 
por eminentes intelectuais.
Ocorre, todavia, que como uma empresa pode controlar outra, passando a 
existir um conjunto de unidades com proprietários comuns, raciocínios com-
plexos foram sendo gerados em razão do exame de tal questão.
Como uma só empresa, uma ou conjunto de pessoas pode ter o domínio 
sobre outras tantas empresas, o conceito de “grupo empresarial” tornou-se 
uma decorrência natural no mercado financeiro.
Daí para a conformação jurídica (tratada, inclusive na lei brasileira das so-
ciedades por ações) foi um inevitável passo.
A investigação sobre o comportamento desses conjuntos foi algo que 
acabou por ser perquesitivo.
Nada disso, todavia, alterou a realidade de que as informações sobre a evo-
lução patrimonial, suas variações ou transformações, são produzidas em “cada 
célula social” de forma autônoma.
Isso equivale a dizer que realmente em cada unidade existe a ocorrência 
específica de fenômenos, estes que sendo o objeto de estudos científicos só 
realmente podem assim sê-lo em função de“cada patrimônio”.
Há uma inequívoca autonomia de comportamentos em cada célula e que 
bem difere de um conjunto de empreendimentos.
Assim, por exemplo, em mesmo grupo uma empresa pode ser lucrativa, 
outra deficitária, uma possuir boa liquidez, outra estar insolvente, uma correr 
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alto risco e outra não ter problemas ligados a incertezas, uma estar super di-
mensionada e outra em definhamento.
Tal fato, por lógica permite concluir que embora os proprietários sejam 
comuns, os comportamentos patrimoniais são heterogêneos.
Ou seja, como não é possível somar parcelas de naturezas heterogêne-
as (não se pode totalizar laranjas com automóveis), só se poderia obter, por 
“ficção” um total de “coisas” se uma soma se pretendesse, alienando a essên-
cia, adotando o indefinido, sem possibilidade de afirmação concreta sobre o 
comportamento de cada coisa.
A Contabilidade não tem por objeto de estudo algo “abstrato”, nem “incer-
to”, mas, sim algo deveras “concreto” que é a riqueza da célula social.
A metodologia de uma ciência depende de seu objeto, portanto, fatos de-
finidos e concretos assim devem ser tratados.
Logo, deixa de ser contábil o que se apura como “objeto de propriedade” 
(raciocínio jurídico) ou “objeto de comando” (raciocínio administrativo) de 
pessoas, fatos que pertencem ao estudo de outras disciplinas.
Portanto, somar balanços e demonstrações de várias empresas é totalizar 
heterogeneidades de comportamentos patrimoniais.
Isso não significa que não se possa deixar de realizar uma agregação, mas, 
ela será sempre uma “suposição de realidade”, um recurso similar ao “estatísti-
co”, sem servir de base para estudos nitidamente contábeis.
Dizer que a Consolidação de demonstrações de diversas empresas é um 
princípio contábil é atentar contra a lógica e lesar a doutrina científica.
Supor que exista uma “unidade econômica de grupo” é outra concepção 
fantasiosa que se pode tolerar administrativa e até legalmente, mas, contabil-
mente não tem sentido e nem encontra sustentação lógica.
Um grupo formado por banco, seguradora, agência de turismo, imobiliá-
ria, concessionária de veículo, pode possuir como proprietários e gestores as 
mesmas pessoas, mas terá sempre estruturas e dinâmicas diferentes em seus 
patrimônios e a soma destes será uma “abstração” que conduzirá a cenários 
falaciosos para efeito de análise.
Isso o que não só racionalmente se conclui, mas, especialmente na prática 
dos empreendimentos se verifica.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Pode interessar ao mercado de capitais saber o que determinados empre-
sários estão fazendo em seus negócios em geral, mas, isso não autoriza defor-
mar o conhecimento contábil distorcendo-lhe o objeto de estudos científicos 
e muito menos aceitar tal peça de “presunção” como sendo contábil.
Seria como somar os índices de “colesterol” de várias pessoas para saber 
como um grupo de indivíduos vai de saúde.
Os exames não deixariam de servir a médicos, mas, a “consolidação” nada 
significaria para eles nem teria sentido do ponto de vista biológico.
O fato de haver uma participação múltipla maior dos mesmos indivíduos em 
vários patrimônios não autoriza a entender que a soma ou agregação das rique-
zas possa representar algo homogêneo quanto ao comportamento da riqueza.
Além do mais, ou se aceita o principio da “entidade” (que a pessoa do sócio 
não se confunde com a da empresa) ou se anula o mesmo para admitir uma 
“ficção patrimonial”, violentando, inclusive, a todos os preceitos lógicos que 
até hoje alicerçaram a Contabilidade.
Entendo, entretanto, que por se tratar de matéria que exige conhecimento 
técnico em procedimentos contábeis, por manipular dados ligados a tal natu-
reza, a matéria das “Consolidações”, como “suposições de riquezas” devam ser 
tratadas por contadores.
Tal fato, todavia, não deve implicar consideração como matéria contábil.
Não é o fato de utilizar conhecimentos alheios que os incorpora a um ramo 
de conhecimento.
Assim, por exemplo, as legislações fiscais e civis representam matérias do 
dia a dia dos contabilistas que as usam e nem por isso podem ser considera-
das como contábeis.
O fato de um médico lidar com computador para proceder a uma endosco-
pia, não significa que a eletrônica seja matéria biológica.
Nem tudo o que instrumenta uma profissão é genuinamente objeto de 
estudos da ciência professada.
Essa a razão, segundo entendo, pela qual a “Consolidação” de demonstra-
ções contábeis é apenas um instrumento que pode subsidiar entendimentos 
sobre o comportamento de conjuntos tomados como “abstração”, mas, não 
matéria que possa alicerçar um “Principio Contábil” ou ser considerada como 
objeto de estudo científico em Contabilidade.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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Atividades de aplicação
1. Onde deve figurar a participação dos acionistas não controladores na 
estrutura do Balanço Patrimonial?
2. Quando se fala de operações intercompanhias, como é a mecânica de 
funcionamento do lucro nos estoques?
3. Seguindo os critérios legais, o que deve ser feito com a parcela de lucros 
não realizados nos bens permanentes no momento da consolidação?
4. Como são efetuados os registros do ágio e deságio, quando existirem, 
nas demonstrações consolidadas?
5. Com relação ao ICMS e ao IPI, como devem ser tratados esses valores 
nas operações de consolidação?
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Contabilidade Avançada. São Paulo: Atlas, 1997.
BRASIL. Lei 6.404/76. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 19 nov. 
2010.
______. Resolução CFC 750/93. Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade. Dis-
ponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/res_750.doc>. Acesso em: 19 out. 
2010.
______. Resolução CFC 774/94. Aprova o Apêndice à Resolução sobre os Princí-
pios Fundamentais de Contabilidade. Disponível em: <www.portaldecontabilida-
de.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm>. Acesso em: 19 out. 2010.
______. Lei 11.638/2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 6.404/76 e da Lei 
6.385/76 e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elabo-
ração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 11 jan. 2011.
______. Lei 11.941/2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcela-
mento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que espe-
cifica; institui regime tributário de transição. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 11 jan. 2011.
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Consolidação de demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal
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IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de 
Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as 
Normas Internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade Avan-
çada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SÁ, Antonio Lopes de. Consolidação de informações contábeis. Revista Jus 
Vigilantibus. Publicado em: 8 set. 2007. Disponível em: <http://jusvi.com/
artigos/28194>.Acesso em: 1 dez. 2010.
VELTER, Francisco; MISSAGIA, Luiz Roberto. Manual de Contabilidade. Rio de Ja-
neiro: Impetus, 2003. (Série Provas e Concursos).
Gabarito
1. Deve ser destacada, quando for o caso, no Balanço Patrimonial Conso-
lidado e na Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício.
2. Nas vendas realizadas a preço de custo, não há lucro nem prejuízo 
nos estoques que não foram realizados. Dessa forma, na consolidação 
serão eliminados os custos das mercadorias ou dos produtos vendi-
dos, bem como as receitas oriundas das vendas ocorridas. No entanto, 
quando as vendas são realizadas a preços de mercado, incluindo os 
lucros ou os prejuízos, são duas situações distintas que podem acon-
tecer no momento da consolidação. A primeira delas é quando a em-
presa compradora já revendeu as mercadorias para um terceiro, não 
restando qualquer saldo daquelas mercadorias em estoque na data 
da realização da consolidação, e a segunda é quando a empresa ad-
quirente das mercadorias as mantém no todo ou em parte em seu es-
toque, na data-base da consolidação.
3. Devem ser eliminados durante o processo de consolidação das de-
monstrações contábeis.
4. O valor do ágio ou do deságio, no balanço patrimonial consolidado, 
será registrado com seu saldo na controladora.
5. Estes impostos, na hipótese de serem recuperáveis, não devem compor 
parcela do custo de aquisição dos estoques da compradora. Também 
não podem fazer parte da receita líquida da empresa vendedora.
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