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12 - Investimentos permanentes - Custos de aquisição

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Michael Dias Corrêa
Mestre em Contabilidade pela Universidade 
Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciências 
Contábeis pela UFPR.
Ex-militar de carreira da Aeronáutica, na área 
educacional. É professor da Universidade Positi-
vo (UP) e do Instituto Brasileiro de Pós-Gradua-
ção e Extensão (IBPEX), nos cursos de graduação 
e de pós-graduação na área de Negócios Em-
presariais. Gestor do Centro de Estudos em Con-
troladoria e Governança Corporativa (Cecon) da 
UP. Possui diversos estudos científicos publica-
dos em congressos e periódicos científicos na-
cionais e internacionais. Professor de cursinhos 
preparatórios para concursos públicos na cidade 
de Curitiba. Empresário do setor educacional, 
possui atuações na área de Controladoria da 
Esso Brasileira de Petróleo e na área de compras 
da Cia. Vale do Rio Doce.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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Investimentos permanentes – 
Custo de Aquisição
Métodos de avaliação
A correta forma de avaliação dos investimentos permanentes no capital 
de outras sociedades é estabelecida pelo artigo 183, inciso III, da Lei 6.404/76 
(Lei das Sociedades por Ações). Para a melhor compreensão desse tema, que 
demanda uma análise teórica profunda e um embasamento legal completo, 
vejamos a letra do texto legal:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes 
critérios:
[...]
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado 
o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para 
perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como 
permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a 
companhia, de ações ou quotas bonificadas.
Pela interpretação do texto legal, extrai-se o conhecimento de que exis-
tem duas formas de avaliação de participações permanentes em outras so-
ciedades. A regra geral é que seja feita a avaliação dos investimentos pelo 
custo de aquisição, ajustado pela provisão para perdas quando estiver com-
provada como permanente, respeitando os Princípios de Contabilidade vi-
gentes no Brasil.
O artigo 248 da Lei das Sociedades por Ações regulamenta a outra forma 
de avaliação das participações societárias permanentes e a denomina como 
Método da Equivalência Patrimonial (MEP).
O simples fato de existirem duas formas de avaliação não quer dizer que 
as sociedades estão livres para deliberarem sobre a forma mais conveniente 
de avaliação de seus investimentos permanentes. O MEP apenas pode ser 
utilizado nos casos expressamente previstos em lei e, de forma adicional, se-
guindo as deliberações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em qual-
quer outro caso, ou seja, quando não for aplicável a avaliação pelo MEP, é 
compulsória a utilização do método do custo de aquisição para avaliação 
dos investimentos permanentes.
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
3131
O MEP apenas pode ser utilizado segundo o artigo 5.º da Instrução CVM 
247/96, a qual regulamentou o artigo 248 da Lei das Sociedades por Ações, 
com o objetivo de avaliar os investimentos em sociedades controladas e os 
investimentos relevantes, sendo compulsória a necessidade de influência 
da administração ou, ainda, que o investimento represente um percentual 
maior que 20% do capital social das sociedades coligadas ou equiparadas a 
coligadas.
Já o Método do Custo é usado para avaliação dos investimentos em 
outras sociedades. No entanto, de forma divergente do MEP, os investimen-
tos devem ser em sociedades que não sejam coligadas nem controladas ou 
que, mesmo sendo sociedades coligadas, o investimento não seja relevante 
para a investidora ou esta não exerça influência na administração da socie-
dade investida ou nas quais o valor do investimento seja menor do que 20% 
do capital social da investida.
Método do Custo de Aquisição
Este método é utilizado para a avaliação de participações societárias por 
meio de ações ou quotas em sociedades, as quais não sejam coligadas ou 
controladas, assim como investimentos em sociedades coligadas, desde que 
não considerados relevantes, individualmente ou em conjunto e, ainda, que 
a administração não exerça qualquer influência.
Desse modo, na adoção desse método, a entidade investidora registra e 
avalia os investimentos pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para 
perdas, conforme dispõe o artigo 183, III, da Lei das Sociedades por Ações, 
observando-se que essa provisão é necessária para se obter o valor de mer-
cado, já que o critério é custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o 
que for menor.
Deve ser enfatizado que a provisão para perdas somente poderá ser cons-
tituída quando a perda estiver comprovada como permanente. Entende-se 
que a perda é permanente quando a sociedade investida pedir concordata 
ou quando a sua falência for declarada. Também pode haver a constituição 
dessa provisão em casos de a sociedade investida apresentar, durante perío-
dos consecutivos, prejuízos acumulados nas suas atividades operacionais.
Os lucros ou dividendos que cabem à investidora, de acordo com este 
método, devem ser registrados como receita operacional no momento em 
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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que a empresa investida distribuí-los ou provisioná-los, não se fazendo, na 
empresa investidora, qualquer alteração no valor do investimento efetuado 
com base no custo de aquisição.
Importante: é necessário que seja feita observação acerca da avaliação de 
investimentos sendo utilizado o método do custo de aquisição. O aumento 
do Patrimônio Líquido (PL) na investida, pela geração de lucros ou reservas 
absorvidos não deve se traduzir em alteração na participação societária da 
investidora.
No entanto, a redução do PL da investida há de ser registrada pela so-
ciedade investidora como provisão para perdas, desde que essa redução ou 
perda esteja comprovada como permanente.
Custo de Aquisição
De acordo com todo o referencial teórico já abarcado, pode-se definir que 
o custo de aquisição evidencia o valor líquido e efetivo sacrificado na aquisi-
ção da participação societária. Dessa forma, o custo de aquisição está ligado 
aos valores relativos a:
aplicações na formação de capital para constituição de nova sociedade; �
aquisições ou subscrições de novas ações ou quotas por aumento de �
capital, inclusive ágio;
montantes pagos pela compra de ações de terceiros, inclusive ágio ou �
deságio;
pagamentos de corretagem. �
Para fazer com que o estudo do tema fique mais simples de ser visualiza-
do, busca-se o auxílio de exemplos práticos para ilustração:
Exemplo 1
A Companhia Atenas, apresentando boa situação financeira, resolveu apli-
car parcela de seus recursos, de forma permanente, na empresa Istambul Ltda., 
cujo capital social é de R$100.000,00, representado por 100 000 quotas. A 
aquisição, à vista, da Cia. Atenas se limitou a 7 500 quotas ao custo unitário de 
R$1,10, isto é, com ágio de R$0,10 por quota e mais uma taxa de corretagem 
de R$50,00. Assim, os valores despendidos pela Cia. Atenas foram:
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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7 500 quotas x R$1,00 = R$7.500,00
Ágio de R$0,10 por quota (7 500 x R$0,10) = R$750,00
Corretagem = R$50,00
Total = R$8.300,00
Esse fato deverá ser lançado pela Cia. Atenas da seguinte forma:
Investimento na empresa Istambul Ltda.
a Caixa/Bancos R$8.300,00
É importante ser observado que ovalor do ágio e o valor da corretagem 
foram absorvidos pelo valor do investimento.
Exemplo 2
A Cia. Jacaré adquiriu da Cia. Javali 1 000 ações pagando, à vista, o mon-
tante de R$30.000,00. O capital da Cia. Javali é composto por 12 000 ações, 
com valor individual de R$30,00. Dessa forma, o lançamento contábil da 
operação, na Cia Jacaré, será:
Investimento na Cia. Javali
a Caixa/Bancos R$30.000,00
Nessa operação, nota-se que não houve custo de corretagem e também 
não houve pagamento de ágio, sendo desembolsado o valor real registrado 
na investida.
Exemplo 3
A Cia. Azaleia adquiriu da Cia. Violeta a quantia de 18 000 ações pelo preço 
de R$9.000,00. O capital da Cia. Violeta é de R$200.000,00, representado por 
200 000 ações. Houve, portanto, um deságio na operação de R$9.000,00. O 
lançamento contábil na Cia Azaleia será:
Investimentos na Cia. Violeta
a Caixa/Bancos R$9.000,00
Deve-se notar que o valor do deságio foi considerado como diminuição 
de custo de aquisição, sendo registrado apenas o valor líquido do investi-
mento adquirido. Assim, para os investimentos que serão avaliados pelo 
método do custo, todos os gastos realizados para sua aquisição deverão ser 
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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integrados, não se fazendo o destaque do ágio ou do deságio quando existi-
rem, ou seja, o investimento será registrado pelo valor efetivamente desem-
bolsado quando da aquisição, sendo incluído o valor da corretagem e do 
ágio, quando houver. Já o valor do deságio será deduzido, registrando-se o 
investimento pelo valor líquido da transação.
Provisão para perdas
De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, todos os investimentos 
avaliados pelo método do custo de aquisição devem ser registrados pelos 
seus respectivos custos, deduzidos de provisão para perdas. Estão em con-
sonância com esse argumento legal os Princípios Contábeis da Prudência, do 
Registro pelo Valor Original, da Oportunidade e da Competência.
Cabe ser ressaltado, também, que essa provisão não é dedutível para 
efeitos de Imposto de Renda, a partir de 1.º de janeiro de 1996, respeitan-
do o especificado na Lei 9.249/95. No entanto, como o objetivo da conta-
bilidade é maior, não ficando restrito apenas às disposições existentes na 
legislação fiscal, essa provisão deve ser constituída quando houver perdas 
prováveis na realização do valor do investimento, desde que essas perdas 
sejam comprovadas como permanentes, seguindo os ditames da Lei das 
Sociedades por Ações.
Já para fins fiscais, quando da apuração do Lucro Real, os valores das des-
pesas com provisão dessa natureza serão adicionados ao Lucro Líquido do 
Exercício, acarretando um aumento na base de cálculo do lucro tributável.
É salutar que, quando a sociedade investida registrar redução no Patri-
mônio Líquido, proveniente de resultados negativos, quais sejam prejuízos 
acumulados por diversos exercícios, o valor patrimonial das ações sofrerá re-
dução e esse montante deverá ser registrado na sociedade investidora.
Exemplo 4
Supondo que a Cia. Bastardos seja detentora de ações da Cia. Primos, ad-
quiridas e registradas em seu patrimônio pelo custo de R$25.000,00 e que as 
ações da Cia. Primos estão desvalorizadas em função de sucessivos resulta-
dos negativos, trazendo um reflexo para a investidora no valor de R$4.000,00, 
o lançamento contábil pertinente será o seguinte:
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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Perdas na participação societária
a Provisão para Perdas em Participação Societária R$4.000,00
Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação 
societária é classificado como Outras Despesas e a provisão é conta retifica-
dora do Ativo Não Circulante, subgrupo Investimentos. Sendo assim, no Ba-
lanço Patrimonial, o fato ficará registrado no Ativo Não Circulante, subgrupo 
Investimentos, conforme especificado abaixo:
Ativo Não Circulante
 Investimentos
 Ações na Cia Primos R$25.000,00
 (–) Provisão para perdas R$(4.000,00)
Ainda é importante ser destacado que, no caso de essas provisões serem 
revertidas, ou seja, no caso de tais perdas não se efetivarem, os valores serão 
registrados como Outras Receitas. No entanto, esses valores são considera-
dos receitas não tributáveis, devendo ser ajustados no Livro de Apuração do 
Lucro Real (LALUR). Abaixo, segue um exemplo de contabilização da rever-
são da provisão para perdas.
Provisão para Perdas em Participação Societária
a Outras Receitas – Reversão de provisão para perdas R$4.000,00
Dividendos recebidos ou declarados
O Balanço Patrimonial de qualquer empresa deve, obrigatoriamente, des-
tinar o montante relativo ao lucro do exercício, seja no Patrimônio Líquido, 
como Prejuízos Acumulados ou Reservas, seja no Passivo, sob a forma de 
Dividendos a Pagar ou Dividendos Propostos.
A Lei das Sociedades por Ações, por meio de seu artigo 186, dispõe que os 
dividendos sejam declarados a partir da conta Lucros Acumulados, com base 
em um lucro ajustado nos termos do artigo 202 da mesma lei. Sendo assim, 
o valor do dividendo será debitado na conta de lucros ou prejuízos acumula-
dos, mas a apuração do referido valor será baseada no lucro ajustado.
À sociedade investidora recai a obrigação de obtenção da informação 
junto à sociedade investida, ou seja, deve procurar saber se houve a declara-
ção de dividendo ou a proposição de dividendo, com o objetivo de efetuar o 
devido lançamento desse dividendo, se for o caso.
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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Quando a investida realizar distribuição de seus lucros por um registro no 
seu passivo, na conta dividendos a pagar ou propostos, a investidora deverá 
reconhecer esse direito com o correspondente registro no ativo circulante 
ou não circulante (realizável a longo prazo) em conta própria de “Dividendos 
a Receber” com a contrapartida em conta de receita operacional, denomina-
da Receita de Dividendos. Os registros contábeis a serem efetuados serão os 
seguintes (utilizando como exemplo o valor de R$3.500,00):
1. Pelo reconhecimento do direito ao dividendo:
 Dividendos a Receber
 a Receita de Dividendos R$3.500,00
2. Pelo efetivo recebimento do dividendo:
 Caixa/Bancos
 a Dividendos a Receber R$3.500,00
A sociedade investida deve comunicar o direito para a sociedade investi-
dora relativo ao direito ao dividendo. No entanto, caso esse aviso não ocorra 
e o pagamento seja realizado sem prévio aviso, apenas um lançamento con-
tábil será necessário, haja vista que o direito a receber não foi reconhecido 
previamente. O regime de caixa será utilizado, sendo registrado o efetivo re-
cebimento do dinheiro por parte da investidora e o registro da receita com 
os dividendos, seguindo a mesma nomenclatura utilizada no exemplo ante-
rior, conforme exemplificado a seguir.
Caixa/Bancos
a Receita de Dividendos R$3.500,00
Pode-se concluir que todos os investimentos avaliados pelo Método do 
Custo de Aquisição, quando geram benefícios por dividendos, estes serão 
sempre considerados como receitas operacionais e, de maneira oposta, as 
perdas serão consideradas como outras despesas.
Para o caso dos investimentos avaliados pelo Método de Equivalência 
Patrimonial, os valores relacionados a dividendos declarados pela socieda-
de investida reduzem o valor do investimento, não restando motivo para se 
pensar em receita no recebimento de dividendo, já que essa receita deverá 
ser registrada e reconhecida no momento da reavaliação do investimento 
pela equivalência patrimonial.
Importante: outroaspecto a se analisar se refere ao caso em que a in-
vestidora recebe dividendo quando a aquisição do investimento conta com 
menos de seis meses.
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Utilizando-se da análise do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), 
em seu artigo 380, transcrito na sequência que, nessa hipótese a investidora 
adquiriu, além da participação, o direito ao dividendo, ou seja, o dividendo 
já era devido ao tempo da transação ou aquisição do investimento. Sendo 
assim, na ocasião do recebimento do dividendo, nessas condições, ele não 
será considerado como uma receita operacional, mas como uma redução do 
próprio investimento.
Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de 
participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes 
da data da respectiva percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição 
do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado (Decreto-Lei 2.072, de 1983, 
art. 2.º).
O lançamento desse fato será contabilizado da seguinte forma (exemplo 
aleatório):
Caixa/Bancos
a Investimentos Permanentes
a Investimentos na Cia. Micdias R$2.500,00
No caso exemplificado anteriormente, houve um crédito nos investimen-
tos considerados permanentes, sendo creditada a conta específica do inves-
timento e a contrapartida registrada como entrada de dinheiro no caixa ou 
em bancos.
No caso de a sociedade investidora ter adquirido o investimento em fe-
vereiro de 2010 e a sociedade investida ter apurado lucro e emitido a conse-
quente declaração de dividendos em 2008, a sociedade investidora não terá 
direito a nenhuma parte desse dividendo, já que é um dividendo pertencen-
te aos investidores que eram titulares das ações ao final do exercício de 2008, 
exatamente na data em que o dividendo foi declarado.
Aspectos fiscais
Os dividendos recebidos pela investidora são receitas operacionais e não 
são tributados pelo imposto de renda. Sendo assim, podem ser excluídos do 
lucro contábil na apuração do lucro real. Como os dividendos são calcula-
dos e distribuídos pela empresa investida após os devidos pagamentos de 
imposto de renda, caso a investidora também o pagasse, seria caracterizada 
bitributação, ou seja, os mesmos impostos seriam pagos duas vezes sobre os 
mesmos montantes.
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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Não são dedutíveis para fins de apuração do lucro real as provisões para 
perdas prováveis. Por isso, na apuração do Lucro Real, as contrapartidas 
dessas provisões devem ser adicionadas ao resultado contábil, aumentando 
o resultado fiscal. Esse procedimento se faz necessário para que as normas 
contábeis não sejam descumpridas e que os corretos valores de tributos 
sobre a renda sejam calculados, com a utilização do LALUR.
Os eventuais ganhos apurados na alienação da participação societária 
são tributáveis pelo imposto de renda e as suas perdas possibilitam a res-
pectiva dedução da base de cálculo do mesmo imposto. Também deve ser 
destacado que nos ganhos e, também, nas perdas decorrentes da alienação 
de participação societária classificada como permanente, as contas afetadas 
nos seus registros são outras receitas ou despesas, respectivamente.
Aspectos legais e contábeis
Observando o critério de ordem decrescente do grau de liquidez estabele-
cido no artigo 178, §1.º, a Lei Societária insere os Investimentos Permanentes 
no segundo subgrupo do Ativo Não Circulante, ao passo que o artigo 179, da 
mesma lei, determina quais contas devem integrar esse subgrupo investimen-
tos. Deduz-se daí que, mesmo sendo parte do Ativo Não Circulante, os inves-
timentos apresentam certa expectativa de realização, o que não ocorre com 
o imobilizado e o Intangível ou, em outras palavras, o Ativo Não Circulante 
Investimentos é, entre os bens permanentes, o segundo grupo que pode ser 
alienado em caso de crise de liquidez.
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio 
que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação 
financeira da companhia.
§1.º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
[...]
II - ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível.
[...]
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
[...]
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos 
de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
3939
No artigo 188 da Lei Societária, que trata da elaboração da Demonstração 
dos Fluxos de Caixa (DFC), nos é apresentada a seguinte norma:
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei 
indicarão, no mínimo:
I - demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no 
saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 
(três) fluxos:
a) das operações;
b) dos financiamentos; e
c) dos investimentos.
No que for pertinente à avaliação desses investimentos, encontramos 
amparo legal no inciso III do artigo 183. Esse dispositivo estabelece que os 
investimentos devem ser avaliados pelo custo de aquisição, corrigido mo-
netariamente e ajustado por provisão para perdas comprovadas como 
permanentes:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes 
critérios:
[...]
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o 
disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas 
prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como 
permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a 
companhia, de ações ou quotas bonificadas.
Da análise desse inciso III extraímos as seguintes conclusões:
Em relação às participações societárias permanentes, a lei estabelece �
dois critérios de avaliação:
Pelo custo de aquisição – Método de Custo
Pelo valor do patrimônio líquido – Método da Equivalência Patrimonial
Os investimentos pelo Método do Custo de Aquisição serão avaliados �
pelo custo de aquisição e deduzidos de provisão para perdas prová-
veis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada 
como permanente.
A perda será comprovada como permanente quando a sociedade in- �
vestida apresentar prejuízos acumulados, estiver em processo de recu-
peração judicial ou extrajudicial ou for decretada a falência. Veja que 
todas as hipóteses acabam reduzindo o valor do patrimônio líquido, 
sendo, em última análise, essa a causa que pode ensejar a constituição 
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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da provisão para perdas. Outro aspecto a salientar diz respeito ao prin-
cípio contábil da prudência, pois este reclama a constituição de provi-
são quando existir incerteza de grau variável. Dessa forma, para consti-
tuirmos uma provisão, qualquer que seja, deve haver alguma incerteza, 
seja em relação ao valor, ao fato ou outro aspecto qualquer, pois se não 
há essa incerteza a perda é de fato e nesse caso devemos baixar o in-
vestimento por perecimento,cuja baixa terá como contrapartida uma 
despesa não operacional e será dedutível pela legislação fiscal.
Na parte final do inciso sob análise consta “[...] e que não será modifi- �
cado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações 
ou quotas bonificadas”. Essas ações ou quotas bonificadas podem sur-
gir pelo aumento do capital social com utilização de reservas ou lu-
cros acumulados. Veja-se que nesse caso há aumento do capital social 
sem que os acionistas ou sócios tivessem desembolsado recursos fi-
nanceiros. A sociedade investida pode emitir, nesse caso, as chamadas 
ações ou quotas bonificadas, repassando-as, de forma proporcional, 
aos detentores de ações ou quotas. Pode, também, aumentar o valor 
nominal das ações já existentes. Em ambos os casos não há custo para 
a sociedade investidora.
Conforme disposto nos artigos 592 a 594 do Decreto 3.000/90 – Regula-
mento do Imposto de Renda (RIR/99) –, as empresas tributadas com base no 
lucro real poderão optar por aplicações em incentivos fiscais, com parte do 
Imposto de Renda devido:
Art. 592. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá optar pela aplicação 
de parcelas do imposto de renda devido, nos termos do disposto neste Capítulo, em 
incentivos fiscais especificados nos arts. 609, 611 e 613 (Decreto-Lei 1.376, de 12 de 
dezembro de 1974, art. 1.º).
Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e 455, mantidas as demais 
disposições sobre a matéria, integrará o cálculo dos incentivos fiscais destinados ao FINOR, 
FINAM e FUNRES (Lei 8.541, de 1992, art. 11).
Art. 594. Os incentivos a que se refere este Capítulo não se aplicam aos impostos devidos 
por lançamento de ofício ou suplementar, observado ainda o disposto no §11 do art. 394 
(Lei 4.239, de 1963, art. 18, §5.º, alínea “a”, e Decreto-Lei 756, de 1969, art. 1.º, §6.º).
Valor justo (fair value)
Nos dias atuais, no Brasil, em decorrência da entrada em vigor dos padrões 
internacionais de contabilidade, ocasionando alterações na Lei das Socie-
dades por Ações e a edição de novas resoluções por parte da CVM e novos 
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pronunciamentos por parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), 
a avaliação de ativos por meio do método denominado valor justo ou fair 
value, do inglês, tem sido um tema discutido com frequência na comunidade 
contábil.
O fair value nada mais é do que o valor pelo qual um ativo pode ser realiza-
do ou trocado entre agentes independentes, detentores de conhecimentos 
de mercado e interessados na operação. Na prática, acaba por ser a alteração 
do custo histórico pelo valor de mercado na base de avaliação.
Essa poderia ser, para os especialistas na temática contábil, uma solu-
ção para o problema do registro baseado no custo histórico. Nesse caso, as 
demonstrações possuem a característica de perder valor com o passar do 
tempo e a utilidade dos ativos seria avaliada de forma intempestiva, perden-
do parte da sua relevância. Com o fair value, a solução estaria garantida, já 
que os valores presentes seriam sobrepostos aos históricos.
Para o caso dos ativos a serem reavaliados por este critério, eles seriam 
remarcados com base no valor de mercado. Para o caso de componentes 
patrimoniais que não são comercializados com frequência, o cálculo acaba 
incorrendo em subjetividade excessiva, sendo utilizadas estimativas defini-
das por especialistas de cada área de negócio.
Dessa forma, o fair value acaba incorrendo no chamado “subjetivismo res-
ponsável”, que nada mais é do que o compromisso do profissional atuante 
na contabilidade para com a transparência da realidade econômico-finan-
ceira das entidades. Mesmo assim, esse subjetivismo depende de análises 
pessoais, as quais podem ser extremamente discrepantes. Para serem evita-
dos vícios e interesses pessoais, fica considerado justo o valor que está em 
coerência com a objetividade e com a ciência.
O fair value fere não somente os Princípios de Contabilidade definidos 
pela Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mas 
também a Deliberação CMV 29/86, princípios esses que regem a escritura-
ção contábil brasileira, como especificados a seguir:
Princípio da Prudência � – cautela da contabilidade em não fornecer 
ao usuário informações ilusórias. Especifica que, entre duas alternati-
vas igualmente prováveis, aquela que deve ser registrada é a que oca-
sione um menor valor para o patrimônio líquido, ou seja, sempre se re-
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gistrando o menor valor para os ativos e o maior valor para os passivos. 
Partindo desse pressuposto, o fair value somente poderá substituir o 
custo histórico de aquisição quando for menor, em se tratando de ati-
vos. Ainda tendo como característica que o mercado é manipulável, o 
mais prudente é sempre adotar o menor valor para os ativos, mesmo 
que o mercado direcione para uma valorização maior. Isso, em um fu-
turo de incertezas, pode gerar um presente de entusiasmo hipotético 
aos usuários das informações contábeis.
Convenção da Objetividade � – mesmo sem a presença direta na Re-
solução CFC 750/93, está prevista na doutrina e na Deliberação CVM 
29/86 e está em vigor para que os procedimentos igualmente relevan-
tes, na aplicação dos princípios, tenham preferência na seguinte ordem 
decrescente: a) os que puderem ser comprovados por documentos e 
critérios objetivos; b) os que puderem ser corroborados por consenso 
de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em comitês de pesquisa 
ou entidades que têm autoridade sobre princípios contábeis. Partin-
do desse referencial teórico, define-se que existe a preferência para os 
registros serem efetuados com base em documentos oficiais e hábeis, 
tais como notas fiscais, cupons fiscais etc. e que qualquer outro mé-
todo, mesmo sendo considerado subjetivo e mesmo responsável, irá 
ferir essa convenção.
Princípio do Registro pelo Valor Original � – esse princípio preconi-
za que os ativos devem ser avaliados com base nos seus valores de 
entrada, o que é percebido pela redação do inciso I do artigo 7.º da 
Resolução CFC 750/93, que assim institui: “a avaliação dos compo-
nentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, 
considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes 
externos ou da imposição destes”. Pode-se extrair que a avaliação a va-
lores de saída, o que preconiza o fair value, também fere o Princípio do 
Registro pelo Valor Original, no mínimo na sua interpretação literal.
Obviamente que o valor justo não é de todo equivocado, assim como os 
Princípios Contábeis também são, em parte, contestados por seus estudio-
sos. O mais a ser assimilado é que ainda há muito para ser discutido quanto 
à avaliação de Ativos, tanto a custo de aquisição quanto a valor justo, pois 
ambos possuem suas vantagens e desvantagens. Cabe aos profissionais da 
área contábil a tarefa de estudar e definir a maneira mais confiável de suprir 
os usuários da contabilidade com as informações demandadas.
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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Ampliando seus conhecimentos
Impacto da Lei 11.638/2007 na Tributação 
de Controladas e Coligadas no Exterior
(AMENDOLA, 2008)
Como é notório, a Lei 11.638/2007 alterou diversos dispositivos da Lei 
6.404/76 (“Lei das S.A.”), podendo ser considerada como um marco histórico 
no tratamento legal das demonstrações financeiras das empresas no Brasil.
Muito embora a Lei 11.638/2007 não verse sobre matéria tributária, fatoé 
que tal diploma pode afetar a tributação de controladas e coligadas no exte-
rior de empresas que estão ou não sujeitas às regras prescritas pela Comissão 
de Valores Mobiliários, consoante restará demonstrado adiante.
Cenário antes da Lei 11.638/2007
Antes da edição da nova lei, o superado artigo 248 da Lei das S.A. dispunha 
que apenas os investimentos em controladas e coligadas, considerados rele-
vantes nos termos do parágrafo único do artigo 247, deveriam ser avaliados 
pelo método de equivalência patrimonial. Tal dispositivo considerava como 
coligadas aqueles investimentos sobre os quais a empresa investidora tinha 
influência na administração ou que participava com 20% ou mais do capital 
social. Por outro lado, os investimentos em controladas e coligadas, não con-
siderados como relevantes, deveriam ser avaliados pelo custo de aquisição, 
conforme dispõe o artigo 183, III da mesma lei, cuja redação não foi alterada.
Cenário após a Lei 11.638/2007
Com a nova redação conferida ao artigo 248 pela Lei 11.638/2007, devem 
ser avaliados pelo método de equivalência patrimonial “os investimentos em 
coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que 
participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em contro-
ladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou este-
jam sob controle comum”. Ou seja, com a novidade legislativa ora comentada, 
não importa mais se a controlada ou coligada é ou não qualificada como um 
investimento relevante para fins de obrigatoriedade de avaliação da mesma 
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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segundo o método de equivalência patrimonial. Além disso, a nova redação 
do dispositivo considera como coligadas os investimentos sobre os quais a 
empresa investidora tem influência na administração ou participa com 20% 
ou mais do capital votante; e não mais do capital social.
Disso decorre que as controladas, que eram avaliadas pelo custo de aquisi-
ção, passam a ser avaliadas segundo o método de equivalência patrimonial no 
exercício social iniciado em janeiro de 2008. Além disso, as empresas devem 
verificar, sob a luz da nova redação do artigo 248 da Lei das S.A., se as coliga-
das, escrituradas com base no custo de aquisição no passado, devem passar a 
ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial. Essa verificação deve 
ser realizada, inclusive, pelas sociedades anônimas abertas.
Tratamento Tributário das Controladas 
e Coligadas no Exterior
Anteriormente à edição da Lei 11.638/2007, a legislação tributária deter-
minava, e continua a determinar após tal novidade legislativa, que os lucros 
de controladas e coligadas no exterior devem ser tributados pelo Imposto de 
Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL) no dia 31 de dezembro de cada ano, independentemente da distribuição 
de tais lucros via dividendos. Registre-se que há questionamento judicial rele-
vante sobre o tema travado nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
2588, por meio da qual a constitucionalidade de tal previsão é combatida.
A Receita Federal, por sua vez, ao regulamentar a matéria em 2002, esta-
beleceu que os lucros de controladas e coligadas no exterior, avaliadas pelo 
custo de aquisição, são tributáveis no Brasil apenas quando tais lucros forem 
disponibilizados para a investidora, mediante pagamento ou crédito.
Nesse contexto, empresas que detinham investimentos em controladas 
e coligadas no exterior, não considerados relevantes, poderiam controlá-los 
pelo método de custo de aquisição e apenas tributar os lucros respectivos 
quando da distribuição dos mesmos. Essa situação, que era comum na consti-
tuição e manutenção de escritórios de representação ou de pequenas empre-
sas no exterior, foi alterada pela Lei 11.638/2007.
Com a nova redação do artigo 248 da Lei das S.A., as empresas com contro-
ladas no exterior ficam obrigadas a alterar o método de avaliação de tais inves-
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
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timentos, do custo de aquisição para o método de equivalência patrimonial, 
no exercício social iniciado em janeiro de 2008. As empresas (inclusive as socie-
dades anônimas abertas) com coligadas no exterior devem verificar se essas úl-
timas devem passar a ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.
Com a adoção do método de equivalência patrimonial para avaliar con-
troladas e coligadas no exterior a partir de 2008, e enquanto o julgamento 
do mérito da ADIN 2.588 não for concluído, as referidas empresas ficam obri-
gadas a sujeitar os lucros dos referidos investimentos à tributação pelo IRPJ e 
pela CSLL no dia 31 de dezembro de cada ano, independentemente da efetiva 
distribuição de tais lucros.
Atividades de aplicação
1. Quais são as principais características que fazem com que um investi-
mento seja avaliado pelo Método do Custo de Aquisição?
2. Para efeitos de Imposto de Renda, como são tratadas as despesas com 
provisão para perdas nos investimentos?
3. Os valores recebidos, decorrentes de dividendos por parte das inves-
tidoras, receberão que tratamento contábil e fiscal por parte dessas 
empresas?
4. O que é o fair value?
5. Quais as implicâncias da utilização do fair value no Brasil?
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Contabilidade Avançada. São Paulo: Atlas, 1997.
AMENDOLA, Antonio. Impacto da Lei 11.638/2007 na Tributação de Contro-
ladas e Coligadas no Exterior. Publicado em: mar. 2008. Disponível em: <www.
felsberg.com.br/newsletter/tributario/2/textos.html>. Acesso em: 1 out. 2010.
BRASIL. Lei 6.404/76. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 20 set. 
2010.
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
45
______. Lei 9.249/95. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídi-
cas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providên-
cias. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9249.htm>. Acesso em: 20 
set. 2010.
______. Instrução CVM 247/96. Dispõe sobre a avaliação de investimentos em 
sociedades coligadas e controladas e sobre os procedimentos para elaboração e 
divulgação das demonstrações contábeis consolidadas, para o pleno atendimen-
to aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, altera e consolida as Instruções 
CVM 01/78, 15/80, 30/84, e o artigo 2.º da Instrução CVM 170/92, e dá outras pro-
vidências. Disponível em: <www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?file=\
inst\inst247consolid.htm>. Acesso em: 20 set. 2010.
______. Decreto 3.000/99. Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e 
administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Dis-
ponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 20 
set. 2010.
______. Lei 11.638/2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 6.404/76 e da Lei 
6.385/76, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elabo-
ração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 11 jan. 2011.
______. Lei 11.941/2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcela-
mento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que espe-
cifica; institui regime tributário de transição. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 11 jan. 2011.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Deliberação CVM 29/86. Disponível 
em: <www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm>.Acesso em: 20 set. 2010.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 750/93. Dispõe sobre 
os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Disponível em: <www.portalde-
contabilidade.com.br/nbc/res750.htm>. Acesso em: 20 set. 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de 
Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as 
Normas Internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010.
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Investimentos permanentes – Custo de Aquisição
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade Avan-
çada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SANTOS, José Luis dos et al. Teoria da Contabilidade: introdutória, intermediária 
e avançada. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Gabarito
1. Têm de ser investimentos em participações societárias por meio de 
ações ou quotas em sociedades, as quais não sejam coligadas ou con-
troladas, assim como investimentos em sociedades coligadas, desde 
que não considerados relevantes, individualmente ou em conjunto e, 
ainda, que a administração não exerça qualquer influência.
2. São despesas contábeis, influenciando o lucro contábil das empresas, 
mas não são consideradas como despesas dedutíveis para efeitos fis-
cais, devendo ser ajustadas no Livro de Apuração do Lucro Real.
3. Serão considerados como receitas operacionais e comporão o resul-
tado contábil, aumentando o lucro. No entanto, não serão tributados 
para efeitos de Imposto de Renda, pois a empresa investida já fez o 
devido recolhimento, sendo necessário, por parte da investidora, o 
ajuste do valor no Livro de Apuração do Lucro Real.
4. O fair value é o valor pelo qual um ativo pode ser realizado ou tro-
cado entre agentes independentes, detentores de conhecimentos de 
mercado e interessados na operação. Também é a alteração do custo 
histórico pelo valor de mercado na base de avaliação.
5. O fair value fere algumas resoluções e pronunciamentos contábeis, 
sendo diretamente incompatível com os Princípios de Contabilidade 
da Prudência, do Registro pelo Valor Original e com a Convenção da 
Objetividade.
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