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I 90 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Unidade III 5 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE FUNÇÕES Para esta unidade, iremos apresentar um dos conceitos mais importantes da matemática e um dos mais difíceis de ser entendido: o conceito de função. Essa é a parte da matemática cuja aplicação é de extrema importância. Nesta unidade iremos apresentar o significado do x como uma variável e suas aplicações cotidianas. Para o correto entendimento do conceito de função, é necessário que todos os itens que compõem sua definição sejam corretamente definidos e entendidos. 5.1 A álgebra dos conjuntos 5.1.1 Os conjuntos Os conjuntos são agrupamentos, classes, categorias de elementos que têm uma característica em comum. Essa característica em comum é que define o conjunto. Exemplos: A = Conjunto dos alunos do primeiro ano do curso de matemática da UNIP. B = Conjunto dos guitarristas canhotos de rock. C = Conjunto dos dinossauros que vivem atualmente na América do Sul. Os conjuntos podem ser vazios, ou seja, nenhum elemento contém aquelas propriedades que definem o conjunto. O exemplo C acima é um exemplo de conjunto vazio, e tem um símbolo especial para ele: ∅. Na matemática, os conjuntos são representados por letras maiúsculas. Se forem conjuntos conhecidos ou definidos usam-se as letras iniciais do alfabeto (A, B, C). Se forem conjuntos desconhecidos ou variáveis usam-se as letras finais (X, Y, Z). 5.1.2 Os elementos Os elementos são as entidades que possuem a característica que define o conjunto. Não há ligação física entre um elemento e um conjunto, como também não há ligação entre os elementos de um mesmo conjunto. Elementos de um conjunto não formam grupos nem precisam estar geograficamente próximos. Apenas possuem uma característica comum. I 91 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Exemplos: Conjunto A = {todos vocês} Conjunto B = {Jimi Hendrix, Eric Gales, Tony Iommi, Paul McCartney, Kurt Cobain, ...} Conjunto C = { } = ∅ Na matemática, os elementos são representados pelas letras minúsculas do alfabeto, e usam-se também as iniciais para elementos conhecidos e as finais para os variáveis ou desconhecidos. Para indicar que um elemento possui a característica que define um conjunto, usa-se o símbolo de pertinência ∈, e diz-se que o elemento a pertence ao conjunto A, ou a ∈ A. Se um elemento não possui a característica diz-se que a ∉ A. 5.1.3 Número de elementos O número de elementos de um conjunto (também chamado de cardinalidade do conjunto) é a quantidade de elementos que possuem a característica que define o conjunto, ou seja, o número de elementos que pertencem ao conjunto. Ele é simbolizado por n(A), isto é, n(A) representa o número de elementos de um conjunto. Exemplo: A {1,2,3,4} n(A) 4= → = { }B a,b,c,..., x,y,z n(B) 26= → = { } { }( )2C x | x 9 n(C) 2 C= 3,3= ∈ = → = − 5.1.4 Representações Os conjuntos com seus elementos admitem, principalmente, três tipos principais de representação: • Enumeração: É quando você lista todos os elementos de um conjunto, ou deixa indicado, de forma clara, quais seriam esses elementos. Exemplos: – Números naturais = = {0, 1, 2, 3, ...}; – Ataque da seleção brasileira de 1970 = {Jairzinho, Gérson, Pelé, Tostão, Rivelino}; – Sobrinhos do Donald = {Huguinho, Zezinho, Luisinho}. • Lei de formação Muitas vezes é conveniente citar a característica que define o conjunto, ao invés dos seus elementos. A essa característica se dá o nome de lei de formação. I 92 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Exemplos: – A = {seleções campeãs da copa do mundo}; – B = {letras do alfabeto grego}; – C = {x / x 2}∈ > . Saiba mais Existem problemas famosos na Matemática, um deles é conhecido como “O problema das quatro cores”. Leia o artigo “Colorindo mapas: quatro cores são suficientes” no site: <http://www1.ime.unicamp.br/lem/jpm/jpm08.pdf>. • Diagrama de Venn-Euler Em certos casos, principalmente nas análises genéricas ou estruturais das teorias dos conjuntos, não nos interessa saber quem são os elementos dos conjuntos, ou nem mesmo quem é o conjunto. Só queremos estudar o que acontece em certos casos com qualquer conjunto que seja. Nesses casos, fica mais fácil utilizar uma representação dos conjuntos na qual não seja necessário defini-lo (lei de formação) nem listar seus elementos (enumeração). Para tanto, usamos os diagramas que representam conjuntos genéricos, conjuntos quaisquer. Exemplos: A B A representação por diagrama muitas vezes nos dá a ideia incorreta de que os elementos de um conjunto estão ligados a este, que estão fisicamente próximos ou mesmo “dentro” dos conjuntos. Como já vimos, nada disso é verdade. A única ligação é que o elemento possui a propriedade que define o conjunto. Pense, por exemplo, no conjunto das pessoas que têm olhos castanhos. Os elementos desse conjunto estão espalhados por quase todos os cantos do planeta e certamente não devem ter muita coisa em comum fora o fato de serem homo sapiens e terem genes para olhos castanhos. Mas mesmo assim, são um conjunto no sentido matemático do termo e poderiam ser representados pelos conjuntos A ou B anteriores. I 93 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 5.2 Operações com conjuntos 5.2.1 Operações Assim como estamos acostumados a fazer operações com números, existem também operações com conjuntos, que obedecem a regras e nos permitem resolver problemas. Da mesma forma uma adição de dois inteiros nos dá outro inteiro, uma operação com conjuntos nos dá outro conjunto, ou seja, a adição entre 5 e 2 nos dá outro número, 7, e dessa mesma forma uma operação entre dois conjuntos, A e B, nos dará um terceiro conjunto, por exemplo, C. Vamos conhecer essas operações. 5.2.2 União A união dos conjuntos A e B nos dá um conjunto C dos elementos que têm a característica do conjunto A ou a característica do conjunto B. Aqui a palavra-chave é ou, o que inclui os elementos que têm somente a característica do conjunto A, ou somente a característica do conjunto B, ou, então, as duas. Matematicamente, temos: { }A B C x | x A x B∪ = = ∈ ∨ ∈ Exemplos: 1. A = cachorros famosos = {Lassie, Rin Tin Tin, Scooby-doo, Snoopy, Pluto, Pateta}; B = gatos famosos = {Garfield, Tom, Frajola}; C = cachorros famosos ou gatos famosos = {Lassie, Rin Tin Tin, Scooby-doo, Snoopy, Pluto, Pateta, Garfield, Tom, Frajola}. 2. E = { }x / x 2∈ > F = { }x / x 10∈ < G = E F∪ = 3. H I I 94 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 J H I= ∪ 5.2.3 Intersecção A intersecção dos conjuntos A e B nos dá umconjunto C dos elementos que têm a característica do conjunto A e a característica do conjunto B. Aqui a palavra-chave é e, o que inclui os elementos que têm a característica do conjunto A e também a característica do conjunto B. Quem possui somente uma das duas ou nenhuma delas está fora. Matematicamente, temos: { }A B C x A x B∩ = = ∈ ∧ ∈ Exemplos: 1. A = físicos famosos do século XX = {Einstein, Rutherford, Bohr, Heisenberg, Planck}; B = físicos alemães = {Einstein, Abbe, Bednorz, Planck, Hertz, Webber, Heisenberg}; C = físicos alemães famosos do século XX = {Einstein, Planck, Heisenberg}; 2. E = { }x / x 2∈ > F = { }x / x 10∈ < G = { }E F x |2 x 10∩ = ∈ < < 3. H I J H I= ∩ I 95 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Lembrete Quando em um problema temos a palavra ou, isso significa a união entre os conjuntos e a operação a ser utilizada é a soma. Quando em um problema temos a palavra e, isso significa a intersecção entre os conjuntos e a operação a ser utilizada é a multiplicação. 5.2.4 Diferença simétrica A diferença simétrica dos conjuntos A e B nos dá um conjunto C dos elementos que têm ou a característica do conjunto A ou a característica do conjunto B, mas não as duas. Essa operação resulta num conjunto que inclui os elementos que têm somente a característica do conjunto A e também os elementos que têm somente a característica do conjunto B. Quem possui as duas características ou nenhuma delas está fora. Matematicamente, temos: { }A B C x | x A x B∆ = = ∈ ∨ ∈ Exemplos: 1. A = físicos famosos do século XX = {Einstein, Rutherford, Bohr, Heisenberg, Planck}; B = físicos alemães = {Einstein, Abbe, Bednorz, Planck, Hertz, Webber, Heisenberg}; C = físicos ou famosos do século XX ou alemães= {Rutherford, Bohr, Abbe, Bednorz, Hertz, Webber}. 2. E = { }x / x 2∈ > F = { }x / x 10∈ < G = { }E F x / x 2 x 10∆ = ∈ ≤ ∨ ≥ 3. H I J H I= ∆ I 96 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 5.2.5 Complementar O complementar de um conjunto A é o conjunto B formado por todos os elementos que não apresentam a característica que define o conjunto A, ou seja, todos os elementos que não pertencem a A. Matematicamente, temos: { }A x | x A= ∉ Exemplos: 1. A = cores primárias = {azul, amarelo, vermelho}; A = cores não primárias = {verde, laranja, roxo, rosa, cinza, ocre, ...}. 2. B = { }x / x 2∈ > C = { }B x / x 2= ∈ ≤ 3. A A Observação Podemos também falar no complementar de um conjunto (A) em relação a outro conjunto (B), denotando assim: CBA. Esse complementar relativo nos dá todos os elementos de um conjunto que não fazem parte do outro. Matematicamente, temos: { }BC A x | x B x A= ∈ ∧ ∉ Uma forma mais usual e mais prática de indicar isso é fazer a “subtração” dos conjuntos. Vamos deixar bem claro que a operação subtração não é definida para conjuntos, mas a ideia é muito parecida. Assim, o complementar de A relativo a B seria o conjunto B - A, ou: { }BC A B A x | x B x A= − = ∈ ∧ ∉ Exemplos: 1. A = {cursos da área de exatas} = {matemática, engenharia, física}; I 97 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 B = {cursos da UNIP} = {matemática, engenharia, administração}; CBA = B - A = {administração} 2. ( ) ( ){ }A B A B A B∆ = ∪ − ∩ 3. A U A= − (U = {conjunto universo} = conjunto de interesse, objeto do estudo) 5.3 Entendendo um diagrama de Venn-Euler Suponha que você queira representar graficamente os conjuntos dos alunos que gostam de matemática e os que gostam de português. Embora sejam apenas dois conjuntos, há quatro tipos de alunos que temos que representar. Existe o aluno que gosta somente de matemática, o que gosta somente de português e, claro, o que gosta dos dois (existe mesmo?). Mas ainda há uma quarta classificação possível para o aluno, aquele que não gosta de nenhuma das duas (você conhece alguém que se encaixaria aqui?). Então, embora tenhamos somente dois conjuntos, há quatro possibilidades de combinações (será que tem algo a ver com 22?). Suponha que tenhamos feito uma pesquisa com 100 alunos e que o resultado tenha sido: • somente matemática: 35; • somente português: 18; • as duas disciplinas: 31; • nenhuma disciplina: 16. Representar esses dados num diagrama de Venn-Euler é muito fácil. Vejamos como fica o diagrama a seguir: M 16 35 31 18 P 5.3.1 Representação simbólica Matemáticos geralmente são pessoas que não gostam de escrever muito, pois se gostassem teriam estudado jornalismo, história ou letras, e por isso usam sempre que possível representações mnemônicas para qualquer assunto. Claro que essas representações têm a vantagem de tornar a matemática uma linguagem universal, pois não dependem do entendimento de nenhuma língua específica. Então, se na língua portuguesa entendemos perfeitamente bem o que significa “somente matemática”, essa expressão não diz muito em árabe ou ucraniano. Desse modo, os matemáticos criaram uma simbologia universal para cada uma das possibilidades anteriores. I 98 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 No conjunto dos que gostam somente de matemática, os elementos apresentam a característica de gostar de matemática e não gostar de português. São, portanto, os elementos x, tal que x M∈ e x P∉ , o conjunto P (complementar, lembra?). Assim, o “somente matemática” é o conjunto dos que gostam de matemática (M) e não gostam de português (P ). Escrevemos então que “somente matemática” é o conjunto M P∩ , ou abreviadamente MP . Analogamente, podemos falar dos que gostam somente de Português (MP ), dos que gostam dos dois (MP) e dos que não gostam de nenhum (MP ). Assim, num diagrama genérico de dois conjuntos A e B, o diagrama de Venn-Euler ficaria: AB AB A B A AB U B • Conjunto AB : os elementos que pertencem ao conjunto A e não ao B (somente A). • Conjunto AB: os elementos que pertencem aos dois conjuntos (A e B). • Conjunto AB : os elementos que não pertencem ao A, mas pertencem ao B (somente B). • Conjunto AB : os elementos que não pertencem a nenhum dos dois conjuntos (nem A nem B). 5.3.2 Resolvendo problemas concretos com conjuntos abstratos Os conjuntos não são apenas bonitos e graciosos, mas também são muito úteis para estruturar o raciocínio e validar hipóteses, resolvendo problemas quantitativos de forma rápida e eficiente. Para o nosso curso, a representação mais conveniente é a do diagrama de Venn-Euler, e é com ela que vamos trabalhar daqui por diante. Vamos imaginar a seguinte situação: você é um pesquisador de uma agência de publicidade, e precisa definir qual mídia é mais interessante para a divulgação do produto de seu cliente, digamos, uma cerveja com nome de religião oriental. As mídias mais cogitadas são televisão e hebdomadários(Dúvidas? Acesse <http://pt.wiktionary.org/wiki/>). Foi feita uma pesquisa de mercado com 1.000 consumidores de cerveja e o resultado foi que 868 assistem regularmente à televisão, 743 leem regularmente hebdomadários e 83 não fazem nem um nem outro. O custo para anunciar na televisão é de 500 mil reais, e para anunciar num hebdomadário é de 200 mil. A pergunta é: vale a pena investir nas duas mídias? Bom, para saber exatamente a distribuição dos consumidores em relação às duas mídias, vamos usar um diagrama. I 99 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 TR TR T TR U R TR Nesse diagrama, temos que T representa o conjunto dos consumidores que assistem regularmente à televisão, R o conjunto dos consumidores que leem regularmente revistas semanais e U o conjunto total dos entrevistados. O que representa, então, a intersecção de T e R? Exatamente, os consumidores que veem TV e leem revistas. Se você somar os números dados, 868 + 743 + 83, teremos um total de 1.694, que ultrapassa em 694 o total de entrevistados. Quem são esses 694? Vamos pensar no consumidor que vê TV e lê revista. Se você perguntar a ele se ele vê TV, ele vai responder que sim, somando 1 no total dos que veem TV. Se você perguntar se ele lê revista, ele também dirá que sim, somando 1 também no total dos que leem revistas. Ou seja, 1 entrevistado foi contabilizado duas vezes, pois ele vê TV e também lê revista. Assim, o número de respostas ultrapassa o total de entrevistados. Então, quem são os 694? Isso mesmo, justamente os consumidores que foram contabilizados duas vezes, os que responderam sim para as duas perguntas, os que assistem à TV e leem revistas. E onde esse grupo deve ficar no diagrama? Claro, na intersecção de T e R, no conjunto TR . Então, temos: 694 Vamos continuar porque agora está fácil. Se o total de entrevistados que disseram assistir à TV foi de 868, e desses, 694 também leem revistas, quantos assistem à TV e não leem revistas, ou seja, quantos estão em TR? 868 - 694, o que nos dá um total de 174 consumidores que somente veem TV. E quantos somente leem revistas? Pelo mesmo raciocínio teremos 743 - 694, que dá um total de 49. Com os 83 que não veem TV e não leem revistas (estão em TR), temos o diagrama completo: T 83 174 694 49 R U I 100 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 A pergunta inicial foi: Vale a pena investir nas duas mídias, sabendo que em TV gastaremos 500 mil e em revistas 200 mil? Bom, se vamos gastar 500 mil para atingir os consumidores que veem TV, temos um custo de R$ 500.000,00 ÷ 868 ≈ R$ 576,00 por consumidor. Se anunciarmos também em revistas, vamos gastar mais 200 mil para atingir os outros 49 consumidores não atingidos pela televisão, então teremos um custo aproximado de R$ 200.000,00 ÷ 49 ≈ R$ 4.080,00 por consumidor. Se você fosse o gerente de marketing, investiria nas duas mídias? Exemplos de aplicação 1. Reconheça, nos diagramas abaixo, quem são os conjuntos hachurados, utilizando-se das operações ∪, ∩, ∆ e —: A) A B C Resolução: Observando a figura abaixo: A) A B C Temos na figura 3 conjuntos: A,B e C, estando hachurado o conjunto A, sendo: A ∩ B (hachurado), A ∩ C (não hachurado) e A ∩ B ∩ C (não hachurado). Portanto, temos representado por hachura todo o conjunto A menos o conjunto C. I 101 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 B) A B C Resolução: Observando a figura abaixo: B) A B C Temos na figura 3 conjuntos: A, B e C, estando hachurado o conjunto B e C, sendo: B ∩ C (hachurado), A ∩ C (não hachurado), A ∩ B (não hachurado) e A ∩ B ∩ C (não hachurado). Portanto, temos representado por hachura a soma dos conjuntos B e C menos o conjunto A. C) A B C Resolução: I 102 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Observando a figura abaixo: C) A B C Temos na figura 3 conjuntos: A, B e C, porém não temos nenhum dos conjuntos hachurados. Sendo a representação vazia. D) A B C Resolução: Observando a figura abaixo: D) A B C Temos na figura 3 conjuntos: A, B e C, estando hachuradas as intersecções entre eles, sendo: B ∩ C (hachurado), A ∩ C (hachurado), A ∩ B (hachurado) e A ∩ B ∩ C (hachurado). Portanto, temos representado por hachura a união da intersecção de todos os conjuntos. I 103 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 2. Em um determinado congresso com foco na área de SI (Sistema de Informação), no qual participaram 1.054 pessoas entre público e palestrantes, verificou-se em uma pesquisa realizada com todos os participantes que: • 947 participantes atuam na área de TI; • 835 atuam na área de projetos; • 756 atuam em projetos de TI. Quantos participantes não atuam nas áreas em questão? Resolução: Utilizaremos o diagrama de Venn-Euler para resolver o problema. Para completar o diagrama, iremos preencher primeiro os elementos que eles possuem em comum, ou seja, a intersecção entre eles: TI U 756 P Ou seja, conforme informado no problema, 756 pessoas atuam na área de projetos de TI. Para descobrirmos quantas pessoas atuam só na área de TI, basta subtrair o número de elementos da intersecção da quantidade total de pessoas que são da área de TI, ou seja: 947 - 756 = 191 TI U 756 P 191 Devemos proceder de forma análoga para descobrirmos o número de pessoas que atuam na área de projetos: I 104 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 835 -756 = 79 TI U 756 P 191 79 Agora falta descobrirmos quantos foram os participantes que não eram de nenhuma das duas áreas. Para isso, basta somar a quantidade de pessoas que atuam somente em TI, somente em projetos e a intersecção entre eles: 191 + 79 + 756 = 1026 O enunciado do problema nos informou a quantidade total de participantes no congresso, portanto agora é só subtrair o total de participantes de TI, projetos e projetos de TI do total de participantes do congresso da seguinte maneira: 1054 - 1026 = 28 TI U 756 P 191 79 28 3. Quantos participantes atuam apenas em TI? Resolução: Devemos observar o preenchimento do diagrama de Venn, no qual consta a quantidade de pessoas que atuam somente em TI. TI U 756 P 191 79 28 4. Quantos participantes atuam em TI e P? I 105 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Corr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Resolução: Devemos observar o preenchimento no diagrama de Venn, no qual consta a quantidade de pessoas que atuam tanto em TI quanto em P ao mesmo tempo, ou seja, a intersecção entre os conjuntos: TI U 756 P 191 79 28 5. Quantos participantes atuam em TI ou P? Resolução: Devemos observar o preenchimento do diagrama de Venn, no qual consta a quantidade de pessoas que atuam em TI, projetos e a intersecção entre eles, ou seja, somar a quantidade de elementos dessas três possibilidades, ou melhor, a união entre TI e P: TI∪P TI U 756 P 191 79 28 6. Quantos participantes atuam ou em TI ou em P? Resolução: Essa questão é um pouco diferente das anteriores, ou seja, ela pede os elementos ou que estão em TI ou que estão em P, mas não os elementos em comum: a intersecção. Essa situação é a diferença simétrica entre TI e P: TI∆P. Como temos a palavrinha “ou”, devemos somar os participantes que pertencem somente ao conjunto TI e os participantes que pertencem somente ao conjunto P: TI U 756 P 191 79 28 I 106 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 6 RELAÇÕES Estudar relações entre elementos de dois ou mais conjuntos é um dos ramos mais importantes da matemática. Esse estudo permite expandir aplicações além da área das ciências exatas, abrangendo muitas outras ciências também. É a partir do estudo das relações que obteremos o conceito de função. 6.1 Par ordenado No estudo do capítulo anterior, vimos conjuntos, suas propriedades, bem como suas operações. Vamos pensar da seguinte maneira: sejam dois conjuntos denominados H e M, ambos não vazios, chamamos de par ordenado dos elementos de H e M ao par (x,y), no qual x ∈ H e y ∈ M, exatamente nessa ordem. Exemplo: Sejam H={Daniel, Hélio, Marcos} e M={Ana, Luiza, Marcela, Simone}, temos: (Daniel, Ana) → é par ordenado de H e M, pois Daniel ∈ H e Ana ∈ M; (Ana, Daniel) → não é par ordenado de H e M, pois Ana ∉ H e Daniel ∉ M; (Daniel, Marcela) → é par ordenado de H e M, pois Daniel ∈ H e Marcela ∈ M; (Hélio, Marcos) → não é par ordenado de H e M, pois Hélio ∈ H, porém Marcos ∉ M; (Ana, Marcela) → não é par ordenado de H e M, pois Ana ∉ H, embora Marcela ∈ M. Observação Definição: sejam os conjuntos A e B (não vazios), chamamos de par ordenado dos elementos de A e B ao par (a, b) onde a ∈ A e b ∈ B, nessa ordem. Lembrete Dois pares (a, b) e (c, b) são iguais se, e somente se, a = c e b = d. 6.1.1 Produto cartesiano Chama-se produto cartesiano de um conjunto A por um conjunto B o conjunto de todos os pares ordenados (a, b), com primeiro elemento em A e segundo elemento em B. Simbolicamente: A x B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B}. Se A = ∅ e B = ∅, então A x B = ∅. I 107 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Exemplo 1 Sejam A = {1, 2} e B = {2, 4, 6}. A x B = {(1, 2); (1, 4); (1, 6); (2, 2); (2, 4); (2, 6)} e sua representação gráfica é dada por: Diagrama cartesiano Diagrama de Venn-Euler I 108 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Exemplo 2 Sejam A = {1,2,3,4} e B = {1,2,5,6}, então A x B = ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1,1 ; 1,2 ; 1,5 ; 1,6 2,1 ; 2,2 ; 2,5 ; 2,6 3,1 ; 3,2 ; 3,5 ; 3,6 4,1 ; 4,2 ; 4,5 ; 4,6 Lembrete É importante observar que o conjunto resultante do produto cartesiano entre dois conjuntos corresponde a uma coleção de pares ordenados. 6.1.2 Relação binária Chama-se relação binária de um conjunto A em um conjunto B, qualquer subconjunto de A x B. Notação: se R é uma relação de A em B, então R ⊂ A X B. Se “a” está relacionado com “b”, escrevemos aR(b) ou (a,b) ∈ R. Exemplo 1 Considere os conjuntos A = {1,2} e B = {2, 4, 6}. Seu produto cartesiano será então: A x B = {(1, 2); (1, 4); (1, 6); (2, 2); (2, 4); (2, 6)}. Assim, são relações binárias de A em B: R1 = {(1, 2)} R2 = {(1, 2), (1, 4), (2, 6)} R3 = ∅ Exemplo 2 Sejam A = {-2, -1, 1, 2} e B = {1, 4} e definimos a relação binária de A em B da seguinte maneira: { }2R (a,b) A X B |b a= ∈ = . Logo, R = {(-2, 4); (-1, 1); (1, 1); (2, 4)} e sua representação gráfica é dada por: I 109 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 6.1.3 Representação gráfica Para representarmos um par ordenado graficamente, utilizamos os chamados eixos cartesianos. Mas o que são eixos cartesianos? São duas retas perpendiculares. O ponto em que se cortam (0,0) recebe o nome de origem das coordenadas. Nessas retas, estabelece-se uma série de convenções, conforme figura a seguir: O eixo horizontal é positivo à direita da origem das coordenadas e negativo à sua esquerda. Recebe o nome de eixo das abscissas, do latim abscindere, que significa cortar. I 110 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 O eixo vertical é positivo acima da origem das coordenadas e negativo abaixo. Recebe o nome de eixo das ordenadas. 6.1.4 Representação gráfica dos pares ordenados Exemplo 1 Situemos o par ordenado (2, 3) no plano. O primeiro componente, 2, é representado sobre o eixo das abscissas e o segundo componente, 3, sobre o eixo das ordenadas. Exemplo 2 Descreva os seguintes pontos no plano cartesiano: P (3, 5), Q (-3, 5), R (-3, -5) e S (3, -5). I 111 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 6.1.5 Domínio, contradomínio e imagem de relações binárias Embora a noção de relação seja válida para todos os tipos de conjuntos e tenha aplicações nas mais diversas áreas das ciências, como foco deste texto, vamos nos deter principalmente nas relações entre conjuntos numéricos, priorizando o estudo das relações existentes no conjunto dos reais. Mas lembre-se sempre de que todas as definições e conceitos aqui estudados valem para quaisquer tipos de conjuntos, numéricos ou não. Sejam os conjuntos A e B e uma relação denotada por R que parte de A e chega em B, sendo R um subconjunto de AxB. Em linguagem matemática, escrevemos: R:A → B Chamamos de domínio da relação o conjunto de todos os elementos de A que estão na relação, ou seja, que tem seu respectivo par em B. O domínio de uma relação é denotado por D(R) ou Dom(R). Observação Definição matemática: ( ){ } { }D(R) x A | x,y R x A | xRy= ∈ ∈ = ∈ Exemplo 1 Considere os conjuntos A = {1, 2, 5, 6} e B = {2, 4, 6, 8}, e a relação R1 definida por: R1 = {xRy / y = 2x}. Dessa forma, a relação R1 será: R1 = {(1, 2); (2, 4)}. Quem será, nesse caso, o domínio darelação R1? Considerando a definição que D(R) é o conjunto dos elementos do conjunto de partida (o conjunto A) que têm par na relação, em D(R) = {1, 2}, pois os elementos 5 e 6, embora pertençam ao conjunto A, não estão na relação, ou seja, não têm par. Assim, o conjunto de partida da relação é o conjunto A = {1, 2, 5, 6} e o domínio da relação é D(R) = {1, 2}. Já o contradomínio de uma relação é o conjunto de chegada, o conjunto que compõe o segundo elemento dos pares ordenados. É importante notar que o contradomínio é formado por todos os elementos do segundo conjunto, independente se eles estão na relação ou não. Denotamos o contradomínio da relação R por C(R) ou CD(R). Observação Definição matemática: CD(R) = {y|y ∈ B} Exemplo 2 Considere os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, e a relação R2 definida por: R2 = {xRy / y = x + 1}. Dessa forma, a relação R2 será: R2 = {(1, 2); (2, 3); (3, 4)}. Como vimos, o contradomínio de uma relação independe do conteúdo da própria relação. Então, nesse caso, o I 112 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 contradomínio de R2 é: CD(R2) = B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Os elementos {1, 5, 6} não estão na relação, mas pertencem ao contradomínio da relação. As definições de domínio e contradomínio parecem desequilibradas, pois o domínio é constituído somente pelos elementos do primeiro conjunto que estão na relação, enquanto que o contradomínio é formado por todos os elementos do segundo conjunto, não importando se estão na relação ou não. Então, o que seria a contrapartida do domínio, ou seja, o conjunto dos elementos do segundo conjunto que estão na relação? A esse conjunto se dá o nome de imagem de uma relação, e denotamos por I(R) ou Im(R). Observação Definição matemática: ( ){ } { }Im(R) y B | x,y R y B | xRy= ∈ ∈ = ∈ Exemplo 3 Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5, 6, 7}, e a relação R3 definida por: R3 = {xRy / y = x + 2}. Dessa forma, a relação R3 será: R3 = {(1, 3); (2, 4); (3, 5); (4, 6)}. Como a imagem é formada pelos elementos do segundo conjunto que estão na relação, temos que a imagem de R3 será dada por Im(R3) = {3, 4, 5, 6}, pois os demais elementos de B, {2, 7}, não estão na relação R3. Exemplos de aplicação 1. Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {1, 3, 5, 7, 9} e C = {0, 2, 4, 6, 8, 10}. Para cada uma das relações abaixo, descreva o conjunto de pares ordenados da relação e dê seu domínio, seu contradomínio e sua imagem. A) { }1R (x,y) | y x,x A,y B= = ∈ ∈ Resolução: Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: ( ) ( ) ( ){ } { } { } { } 1 1 1 1 R 1,1 , 3,3 , 5,5 Dom R 1,3,5 CD R 1,3,5,7,9 Im R 1,3,5 = = = = B) { }22R (x,y) | y x ,x A,y C= = ∈ ∈ I 113 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Resolução: Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: ( ){ } { } { } { } 2 2 2 2 R 2,4 Dom R 2 CD R 0,2,4,6,8,10 Im R 4 = = = = C) { } 3 3 R : A C R (x,y) | y 2x → = = Resolução: Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ){ } { } { } { } 3 3 3 3 R 1,2 , 2,4 , 3,6 , 4,8 , 5,10 Dom R 1,2,3,4,5 CD R 0,2,4,6,8,10 Im R 2,4,6,8,10 = = = = D) { } 4 4 R :B C R (x,y) | y 2x 1 → = = − Resolução: { } { } { } { } 4 4 4 4 R Dom R CD R 0,2,4,6,8,10 Im R = = = = A relação entre os conjuntos B e C é vazia, segundo a lei de formação dada, pois a mesma (lei de formação) nos indica que a imagem da relação deveria ser um número ímpar do tipo 2x - 1, porém o contradomínio só possui elementos pares. E) { } 5 5 R : C B R (x,y) | y 2(x 1) → = = − I 114 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Resolução: Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: { } { } { } { } 5 5 5 5 R Dom R CD R 1,3,5,7,9 Im R = = = = A relação entre os conjuntos C e B é vazia, segundo a lei de formação dada, pois a mesma (lei de formação) nos indica que a imagem da relação deveria ser um número par do tipo 2(x - 1) = 2x - 2, porém o contradomínio só possui elementos ímpares. Saiba mais Recomendamos que você pesquise e leia textos sobre o ensino de funções. Começe pelos artigos dos seguintes sites: <http://www.ufpa.br/npadc/gemm/documentos/docs/Formalizacao%2 0Conceito%20Funcao%20Ensino%20Medio.pdf>. <http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/02/1MC21923175068.pdf>. 6.2 Funções polinomiais 6.2.1 Função de 1º grau Em muitas situações cotidianas, encontramos variáveis cujo valor depende de outra, sendo composta uma relação ou proporção entre essas duas variáveis. E, em geral, há uma regra que rege essa relação. A esse trio formado pelas duas variáveis que se relacionam e à regra que rege essa relação damos o nome de função. Observação Afirmar que uma grandeza é função de outra significa dizer que a primeira depende da segunda. A cada valor da segunda grandeza corresponde um valor da primeira, e se há mudança da segunda, automaticamente ocorre mudança da primeira. Como exemplo, podemos citar: I 115 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 a. o preço do prato em restaurantes por quilo (reais x gramas); b. o valor a pagar pelo combustível (reais x litro); c. o tempo de viagem em relação à distância a percorrer (horas x quilômetros); d. numeração de roupas (número x tamanho); e. valor da corrida do táxi (reais x quilômetros); f. mensalidade da faculdade em relação aos dias do mês. Embora, para efeito de compreensão, a ideia apresentada seja útil, a definição exata de função envolve mais alguns conceitos. Matematicamente falando, uma função é uma relação com duas características específicas: • o domínio da função é o primeiro conjunto: isso quer dizer que todos os elementos do conjunto de partida estão na relação, ou seja, tem par: ( )x A (x,y) R∈ ⇒ ∈ ; • cada elemento do domínio tem somente um par, ou seja, não há um mesmo x para dois y diferentes: ( )1 2 1 2x x y y= ⇒ = . Assim, toda relação que apresenta as duas características anteriores é também chamada de função, e uma função é o conceito fundamental de uma das três grandes áreas da matemática: o cálculo diferencial e integral. Enquanto que para uma relação geralmente os elementos são denominados por x e y, quando uma relação é também uma função é muito comum utilizar o símbolo f(x) para representar o elemento do segundo conjunto, o y. O mais usual, embora não obrigatório, é utilizar a notação (x,y) quando formos tratar dos pares ordenados que compõem a função, e utilizar a notação (x, f(x)) quando estamos nos referindo à lei de formação da função, e seu respectivo tratamento algébrico. De qualquer forma, as duas notações são válidas para os pares ordenados de uma função, e as duas serão utilizadas indistintamente nestetexto. Embora a ideia de função seja natural e sempre tenha existido em estudos matemáticos, foi o suíço Leonhard Euler (1707-1783) que desenvolveu o conceito matemático de função, inclusive com a adoção dos símbolos x e f(x). 6.2.2 Função linear Quando dois valores são proporcionais, quando obedecem a uma “regra de três”, a função que as relaciona é chamada linear, pois seu traço em um gráfico é uma reta, como veremos mais tarde. Assim, podemos escrever que f(x) ax= , sendo a um valor constante a∈ . No exemplo da comida por quilo de um restaurante que cobrasse R$ 12,00 por quilo, poderíamos dizer que a função preço obedece à lei f(x) 12x= , com x em quilogramas e f(x) em reais. A composição da lei de formação da função obedece a um critério simples: chamamos de x a variável independente, aquela que, em teoria, pode variar livremente, e chamamos de f(x) a variável que tem seu valor em função do valor da variável independente, ou seja, em função I 116 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 de x. No caso do restaurante por quilo, você não escolhe quanto quer pagar e daí sai pesando a comida. Você primeiro escolhe o que vai comer depois calcula o que vai pagar, em função do peso total do prato. Desse modo, a variável independente é o peso e o preço a pagar está em função do peso. Matematicamente falando, as duas variáveis são independentes, e a função é que estabelece a relação de dependência entre elas. Assim, matematicamente, tanto faz dizer que o preço é em função do peso ou que o peso está em função do preço. Mas em uma análise mais aplicada, é sempre bom decidir corretamente quem é a variável independente. 6.2.3 Função afim No exemplo da conta da corrida de táxi, a lei de formação f(x) = ax não expressaria corretamente o cálculo do valor da corrida em função da quilometragem rodada, pois há um valor fixo, a bandeirada, que deve ser adicionado ao valor total. Então, a lei que o representa fica: f(x) = ax + b, com a sendo o valor associado à variável independente (o valor do quilômetro rodado) e b um valor fixo, independente da variável (o valor da bandeirada). Esse tipo de função é chamada função afim. A definição matemática de função afim é: f : , f(x) ax b, a , b , a 0, b 0 → = + ∈ ∈ ≠ ≠ e expressa que a função vale para todos os números reais, definida por uma lei f(x) = ax + b , pela qual a e b devem ser valores reais e diferentes de zero. 6.2.4 Função constante Se utilizarmos o exemplo da mensalidade da faculdade, as leis de formação f(x) = ax e f(x) = ax + b não poderiam ser utilizadas para expressar corretamente, pois para a primeira lei precisaríamos de um valor que variasse de acordo com o número de dias e para a segunda lei precisaríamos, além de um valor que variasse de acordo com o número de dias, de um valor fixo. A lei que representa essa função é a lei: f(x) = b, pela qual b é um valor fixo e constante, independente da variável. Esse tipo de função é chamado de função constante. Observação Definição matemática: f : x c(c ) → → ∈ O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo x passando pelo ponto (0, c). I 117 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 6.2.5 Gráfico O gráfico de uma função de 1º grau é uma reta e sua inclinação depende do valor de a. De fato, o valor de a é justamente a tangente do ângulo formado entre a reta da função e o eixo das abscissas (eixo dos “x”). Se o valor de b for 0, então a reta passa pela origem (ponto (0,0), o cruzamento dos eixos). Se não, a reta passará pelo ponto (0,b), cortando o eixo das ordenadas no ponto b. Se a > 0, então a reta é crescente, pois quanto maior o valor de x maior será o valor de f(x). Se a < 0, então a reta é decrescente. E se a = 0, teremos uma reta horizontal, paralela ao eixo dos “x”, e a função é chamada constante como vimos anteriormente. Exemplos: Função linear com a 0 e b 0> = Função afim crescente com a 0 e b 1> = I 118 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Função afim decrescente com a 0 e b 4< = Função constante com a = 0 e b = 3 y∆ f(x) ax b= + α Função afim com a 0 e b 1> = − I 119 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Exemplos de aplicação 1. Um posto de combustível calcula sua lucratividade separadamente por bomba de combustível. Dessa forma, o custo de cada bomba é dado pelo rateio dos custos fixos do posto mais o custo do combustível vendido. Certa bomba de gasolina tem um custo fixo de R$ 1.200,00, e a gasolina vendida nessa bomba custa, para o posto, R$ 2,20 o litro. O posto vende o combustível a R$ 2,40. Determine: a) a função custo da bomba; b) a função receita da bomba; c) a função lucro da bomba; d) a quantidade mínima de combustível para a bomba dar lucro; e) o gráfico da função lucro. Resolução: a) Para determinar a função custo da bomba, devemos identificar qual é o custo fixo e qual é o custo variável. O problema nos informa que o custo fixo é R$ 1.200,0, ou seja, esse valor não varia. Já o custo variável, conforme nos informa o problema, é R$2,20, pois varia de acordo com a quantidade de combustível comprada. A variável da questão é o combustível. Logo, temos que: C(x) = 2,20x + 1.200 Custo fixo Quantidade de combustível Custo variável Função: custo em função da quantidade de combustível b) Receita é a entrada de capital (dinheiro) na entidade. O problema nos informa que o litro do combustível é vendido no posto por R$ 2,40, ou seja, para que haja receita é necessária a venda do combustível. I 120 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Logo, a função deve ser modelada por: Quantidade de combustível Preço de venda do combustível Função: Receita em função da quantidade de combustível vendida. R(x) = 2,40x c) Lucro é a diferença entre o quanto se fatura (vendeu) e o quanto foi gasto (custo). Logo, a função lucro pode ser modelada por: L(x) R(x) C(x) L(x) 2,40x (2,20x 1.200) L(x) 2,40x 2,20x 1.200 L(x) 0,20x 1.200 = − = − + = − − = − Lembrete Para se obter lucro, é necessário vender o suficente para cobrir o custo fixo. d) Descobrindo a quantidade de combustível utilizando a função lucro, temos: 0,20x 1.200 0 0,20x 1.200 1.200 x 0,20 x 6000 − = = = = O custo fixo dessa quantidade encontrada (6.000 litros), o dono do posto de gasolina cobriria. Para obter lucro, ele teria que vender x > 6000 litros de gasolina. I 121 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 e) Analisando o gráfico, temosuma função linear crescente, ou seja, quanto mais combustível for vendido, maior será o lucro do dono do posto. No eixo x estamos representando a quantidade de combustível, enquanto no eixo y estamos representando o valor em reias lucrado pelo dono do posto. Conforme a função lucro encontrada no exercício anterior: L(x) 0,20 1.200= − , podemos verificar no gráfico que a função intercepta o eixo y no valor -1.200 que é o valor do custo fixo que o dono do posto precisa recuperar, assim como a função intercepta o eixo do x na quantidade de combustível igual a 6.000 litros, volume com o qual ele consegue cobrir suas despesas, porém, ainda sem lucro. 2. Um motorista de táxi cobra R$ 3,20 de bandeirada mais R$ 0,80 por quilômetro rodado. Determine: a) a lei da função que representa essa situação; b) quanto custa uma corrida de 8km; c) quanto poderia rodar um passageiro com R$ 20,00; d) o gráfico da função. Resolução: a) Para determinar a função custo de uma corrida de táxi, primeiramente devemos identificar o custo fixo e o custo por quilômetro rodado (custo variável). Conforme o problema, temos: I 122 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 C(x) = 0,80+3,20 Custo fixo Quantidade de quilômetros Custo variável Função: custo em função da quantidade de quilômetros rodados b) Conforme modelamos na questão anterior, temos que a função custo do táxi é: C(x) 0,80x 3,20= + Para saber o valor a ser pago se se utilizar o táxi por uma distância de 8 km, basta substituir 8 no lugar do x da função e teremos: C(x) 0,80x 3,20 C(8) 0,80 8 3,20 C(8) 6,40 3,20 C(8) 9,60 = + = × + = + = c) Para sabermos quanto poderia rodar um passageiro com R$ 20,00, teremos que substituir o valor 20 no lugar de C(x), pois essa é a função que representa o total em dinheiro gasto com o táxi, assim: C(x) 0,80x 3,20 20,00 0,80x 3,20 0,80x 3,20 20,00 0,80x 16,80 16,80 x 0,80 x 21 = + = + − = − − = − − = − = I 123 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 d) Analisando o gráfico, podemos verificar que, para entrar no táxi, deve ser paga a quantia de R$ 3,20, ou seja, onde a função intercepta o eixo do y. A cada quilômetro rodado, acrescenta-se R$ 0,80 no preço a ser pago. 3. Construa o gráfico da função f(x) = x - 2 e observe: a) Qual valor de x para que f(x) seja positivo. b) Qual valor de x para que f(x) seja igual a zero. c) Qual valor de x para que f(x) seja negativo. Resolução: I 124 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 a) Observando o gráfico, podemos ver que f(x) é positivo quando o valor da variável x é maior que 2 (x > 2). b) Observando o gráfico, podemos ver que f(x) é igual a zero quando o valor da variável x é igual a 2 (x =2). c) Observando o gráfico, podemos ver que f(x) é negativo quando o valor da variável x é menor que 2 (x < 2). 6.3 Função de 2º grau Nas funções lineares, a relação de dependência constituía-se em uma “regra de três”. Em certos casos, essa relação é mais complexa e em muitas vezes ela pode ser definida como uma função polinomial. Como já vimos no estudo das funções lineares, funções são “leis” matemáticas que expressam a relação existente entre duas variáveis; uma variável independente, que chamamos costumeiramente de x, e uma variável que depende da primeira, a quem chamamos de f(x) (para os cálculos algébricos) e por vezes de y (quando pensamos em gráficos). 6.3.1 Funções polinomiais Funções polinomiais são funções nas quais se desenvolve um polinômio em x. São funções do tipo n n 1 n n 1 1 0a x a x ... a x a − −+ + + + , com ia ∈ . Assim, as funções constante, linear e afim, já vistas, são funções polinomiais. Não vamos estudar todas as funções polinomiais, mas um tipo de função também bastante comum é a função quadrática, nosso próximo assunto. 6.3.2 Função quadrática Denominam-se funções quadráticas as funções polinomiais nas quais o maior grau do expoente da variável é 2. A função do 1º grau podia ser expressa como f(x) = ax + b, com o expoente do x sendo 1. Assim, as funções quadráticas podem ser expressas na forma geral como sendo do tipo 2f(x) ax bx c= + + , com a ≠ 0 (caso contrário teríamos uma função do 1º grau). As funções quadráticas são muito utilizadas na física, em particular no estudo da cinemática, onde temos a função horária do movimento uniformemente variado (MUV). A expressão geral do MUV é 2 0 0 at s s v t 2 = + + . Se considerarmos s = f(x) e t = x, e sabendo que 0s , 0v e a são constantes (respectivamente c, b e 2a da forma geral da função quadrática), veremos que a função horária do MUV é exatamente uma função de 2º grau e tudo o que for visto aqui serve para uso na física, e vice-versa. I 125 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Como exemplos de funções de 2º grau (ou quadráticas), temos: 2f(x) x 6x 5= − + 2f(x) x 9= − 2f(x) 3x 2x 1= + + 2f(x) 3x 3x= − 2f(x) 2x 3x 4= − − + 2f(x) x= 6.3.3 Valor da função Como em qualquer função, se você quiser saber o valor da função para um determinado valor de x, basta substituir o valor de x na expressão. Assim, na função 2f(x) 3x 2x 1= + + , o valor para x = 1 é 2f(x) 3 1 2 1 1 6= × + × + = . Na função 2f(x) x 9= − , o valor para x = 3 é 2f(x) 3 9 9 9 0= − = − = . 6.3.4 Raízes da função Chamamos de raízes da função, ou zeros da função, os valores de x para os quais f(x) = 0, ou seja, aqueles valores de x para os quais a função se anula. Quando igualamos uma função a um número, dizemos que temos uma equação, e a solução de uma equação de 2º grau é a conhecida fórmula de Bhaskara, como vimos anteriormente: b x 2a − ± ∆ = , onde 2b 4ac∆ = − Como podemos observar, essas fórmulas nos darão nenhum, um ou até mesmo dois valores distintos de x . Veremos isso mais detalhadamente adiante. Vamos, então, utilizar a fórmula de Bhaskara para achar as raízes de uma função quadrática. Seja a função 2f(x) x 6x 5= − + . Se quisermos achar suas raízes, temos que verificar em que ponto a função se anula, ou seja, para qual valor de x a função se iguala a zero. Então, fazemos 2x 6x 5 0− + = e temos uma equação do 2º grau a partir da qual podemos aplicar a fórmula de Bhaskara. Nessa equação, temos que a =1, b = -6 e c = 5; substituindo na fórmula, teremos: 2 2 b 4ac 6 4 1 5 36 20 16 ∆ = − ∆ = − − × × ∆ = − ∆ = b x 2a ( 6) 16 x 2.1 6 4 x 2 − ± ∆ = − − ± = ± = 6 4 x ' 5 2 + = = 6 4 x '' 1 2 − = = I 126 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Como podemos ver, a função 2f(x) x 6x 5= − + tem duas raízes, dois valores de x que zeram a função. De fato, se fizermos x =1, teremos 21 6.1 5 1 6 5 0− + = − + = e, se fizermos x = 5, teremos 25 6.5 5 25 30 5 0− + = − + = . Pode parecer um pouco limitado conhecer somente quais os valores de x que anulam a função. Mas se você pensar bem, isso resolve qualquer outro problema proposto. Se você desejar saber para quais valores de x a função anterior dá exatamente -3, basta fazer: f(x) 3= − 2 2 2 3x 2x 1 3 3x 2x 1 3 0 3x 2x 4 0 − − + = − − − + + = − − + = E dessa forma achar a solução da nova equação, que nos dará o valor onde f(x) = -3. Temos na nova equação que a = -3, b = -2 e c = 4 e, substituindo na fórmula, teremos: 2 2 b 4ac ( 2) (4 3 4) 4 48 52 ∆ = − ∆ = − − ×− × ∆ = + ∆ = b x 2a ( 2) 52 x 2. 3 2 7,21 x 6 − ± ∆ = − − ± = − ± = − 2 7,21 9,21 x ' 1,53 6 6 + = = = − − − 2 7,21 5,21 x '' 0,86 6 6 − − = = = − − Lembrete Em relação ao discriminante ∆ ∆ > 0 Se o valor de ∆ for maior que zero, a equação possui duas raízes reais. ∆ = 0 Se o valor de ∆ for igual a zero, a equação possui somente uma raiz real. ∆ < 0 Se o valor de ∆ for menor que zero, a equação não possui raízes no conjunto dos números reais. 6.3.5 Gráfico da função quadrática O gráfico de uma função quadrática é uma parábola e veremos algumas de suas características no exemplo a seguir. I 127 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Gráfico da função: 2f(x) x 6x 5= − + Podemos ver no gráfico anterior alguns elementos importantes do gráfico da função quadrática. Valor de c: a parábola corta do eixo dos y. Raízes: as raízes são onde a parábola corta o eixo dos x. Vértice: é o ponto de máximo ou mínimo, conforme a concavidade. Eixo de simetria: reta vertical que divide a parábola em duas metades simétricas. 6.3.6 Construção do gráfico Já sabemos que o gráfico da função quadrática é uma parábola. Sendo assim, para esboçá-lo alguns pontos são importantes. Concavidade A parábola terá concavidade para cima quando a > 0 e concavidade para baixo quando a < 0. Vértice O vértice da parábola será dado pelo ponto b , 2a 4a − −∆ . Eixo de simetria A reta que nos dá o eixo de simetria é definida pela média aritmética das raízes x ' x '' x 2 + = . Também podemos calculá-la pelo x do vértice b x 2a − = . Raízes A parábola cortará o eixo x nos pontos definidos pelas raízes, quando houver. Eixo A parábola cortará o eixo y no ponto (0,c). 6.3.7 Modelos gráficos Os gráficos da função quadrática, genericamente, dependem principalmente de dois itens: quantidade de raízes (o ∆) e concavidade. Assim, são seis os tipos básicos de gráficos: I 128 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 1º caso: a > 0 (concavidade para cima) ∆ > 0 (duas raízes) 2º caso a > 0 (concavidade para cima) ∆ = 0 (uma raiz) I 129 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 3º caso a < 0 (concavidade para cima) ∆ < 0 (nenhuma raiz) 4º caso a < 0 (concavidade para baixo) ∆ > 0 (duas raízes) I 130 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 5º caso a < 0 (concavidade para baixo) ∆ = 0 (uma raiz) 6º caso a < 0 (concavidade para baixo) ∆ < 0 (nenhuma raiz) I 131 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Lembrete Assim como para encontrarmos as raízes de uma equação pela regra da soma e produto, o mesmo pode ser feito na resolução de uma função do 2º grau. Lembrando que: b x ' x '' a + = − c x ' x '' a × = Exemplos de aplicação 1. Para a função de 2º grau a seguir 2f(x) x x 2= − + , determine: a) A concavidade. b) O discriminante. c) As raízes (se houver). d) O vértice. e) O esboço do gráfico. Resolução: a) Verificamos a concavidade de uma função no valor do parâmetro a, ou seja, o valor que está multiplicando a variável 2x . Nesse caso é o número 1. Logo a > 0, concavidade para cima. b) Para calcularmos o discriminante utilizaremos a fórmula: 2b 4ac∆ = − , onde a 1= , b 1= − e c 2= Substituindo, temos: 2 2 b 4ac 1 4 1 2 1 8 7 ∆ = − ∆ = − − × × ∆ = − ∆ = − I 132 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 c) Como o valor do discriminante é menor que zero, ou seja, ∆ = -7, não existe raízes reais para essa função. d) Para calcularmos os pontos do vértice de uma função de 2º grau, utilizaremos a fórmula: b , 2a 4a − −∆ Substituindo no primeiro ponto, o equivalente ao ponto x, temos: b ( 1) 1 0,5 2a 2 1 2 − − − = = = × Substituindo no segundo ponto, o equivalente ao ponto y, temos: ( 7) 7 1,75 4a 4 1 4 −∆ − − = = = × e) Observando o gráfico, podemos verificar que a função dada não intercepta o eixo do x, pois não possui raízes no conjunto dos números reais. O vértice da função é dado pelos pontos (0,5;0,75), ou seja, o ponto de mínimo da função. E a função intercepta o eixo do y no ponto 2. 2. Para a função de 2º grau a seguir 2f(x) x 5x 6= − + − , determine: a) A concavidade. I 133 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 b) O discriminante. c) As raízes (se houver). d) O vértice. e) O esboço do gráfico. Resolução: a) Verificamos a concavidade de uma função no valor do parâmetro a, ou seja, o valor que está multiplicando a variável 2x . Nesse caso, é o número -1. Logo, a < 0, concavidade para baixo. b) Para calcularmos o discriminante utilizaremos a fórmula: 2b 4ac∆ = − , onde a 1= − , b 5= e c 6= − Substituindo, temos: 2 2 b 4ac 5 4 1 6 25 24 1 ∆ = − ∆ = − ×− ×− ∆ = − ∆ = c) Como o valor do discriminante é maior que zero, ou seja, ∆ = 1, temos duas raízes reais que iremos achar utilizando a fórmula de Bhaskara. Substituindo, temos: b x 2a 5 1 x 2 1 5 1 x 2 − ± ∆ = − ± = ×− − ± = − 5 1 4 x ' 2 2 2 − + − = = = − − 5 1 6 x '' 3 2 1 − − − = = = − − I 134 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 d) Para calcularmos os pontos do vértice de uma função de 2º grau,utilizaremos a fórmula: b , 2a 4a − −∆ Substituindo no primeiro ponto, o equivalente ao ponto x, temos: b 5 5 2,5 2a 2 ( 1) 2 − − − = = = × − − Substituindo no segundo ponto, o equivalente ao ponto y, temos: 1 1 0,25 4a 4 ( 1) 4 −∆ − − = = = × − − e) Observando o gráfico, podemos verificar que a função dada intercepta o eixo do x nos pontos 2 e 3. O vértice da função é dado pelos pontos (2,5;0,25), ou seja, o ponto de máximo da função. A função intercepta o eixo do y no ponto -6. 3. Num parque de diversões A, quando o preço de ingresso é R$ 10,00, verifica-se que 200 frequentadores comparecem por dia; quando o preço é R$ 15,00, comparecem 180 frequentadores por dia. a) Admitindo-se que o número de frequentadores por dia (f) relaciona-se com o preço (p) por meio de uma função do 1º grau, obtenha a função f(p)? I 135 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 b) Qual a receita máxima? c) Qual o preço do ingresso quando a receita é máxima? Resolução: a) Vamos primeiro montar uma tabela com os dados fornecidos pelo problema. Chamaremos de x o valor do preço do ingresso e de y a quantidade de frequentadores do parque. Assim, o problema nos informa que: x (preço do ingresso) y (nº de frequentadores) R$ 10,00 200 R$ 15,00 180 Podemos utilizar a fórmula do coeficiente angular para encontrarmos o valor do parâmetro a de uma função de 1º grau. y y final - y inicial a x x final - x inicial ∆ = = ∆ Substituindo, temos: y 180 200 20 a 4 x 15 10 5 ∆ − − = = = = − ∆ − Utilizaremos f(x) para representar y. Sabemos que uma função de 1º grau tem a forma f(x) = ax + b, e agora temos o valor de f(x), x e a, falta descobrirmos o valor do parâmetro b. Substituindo: Para efetuar a substituição temos que escolher os valores que se relacionam entre si. Por exemplo, escolhemos o valor do ingresso a R$ 10,00, onde comparecem 200 frequentadores, mas poderíamos ter escolhido, por exemplo, o valor do ingresso a R$ 15,00 onde comparecem 180 frequentadores. Essa atitude não alteraria os resultados obtidos. f(x) ax b 200 4 10 b 200 40 b b 40 200( 1) b 240 = + = − × + = − + − = − − ×− = I 136 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Logo, a função pode ser modelada por: f(p) = -4p + 240. Outra maneira de resolver esse problema é montando um sistema. Podemos utilizar o método da adição para resolvê-lo, conforme segue demonstrado a seguir: 10a b 200 equação I 15a b 180 equação II + = + = Para eliminarmos uma das incógnitas, precisamos fazer alguns ajustes no sistema. Nesse caso, vamos multiplicar a equação II por (-1): 10a b 200 15a b 180 ( 1) + = + = − 10a b 200 15a b 180 + = − − = − Somando os termos semelhantes, temos: 10a b 200 15a b 180 5a 0b 20 20 a 4 5 + = − − = − − + = = = − − Agora que encontramos o valor de a, basta substituir em qualquer uma das equações do sistema para encontrarmos o valor de b. Substituindo na equação I, temos: 10a b 200 10 ( 4) b 200 40 b 200 b 240 + = × − + = − + = = Chegamos ao mesmo resultado: f(p) 4p 240= − + . b) Para modelarmos a função receita, precisamos utilizar a função encontrada anteriormente: f(p) 4p 240= − + . Como sabemos que receita é a entrada de capital (dinheiro), precisamos multiplicar a função por p, pois para haver entrada (receita) precisamos da entrada de dinheiro, que no caso é o preço do ingresso. Assim, temos: I 137 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 2 r(p) ( 4p 240) p r(p) 4p 240p = − + × = − + Agora que achamos a função receita, podemos calcular o valor da receita máxima, que significa saber o ponto máximo da função de 2º grau, ou seja, o vértice da função. Primeiro calcularemos o ∆, onde a = -4, b = 240 e c = 0: 2 2 b 4ac 240 4 ( 4) 0 57600 0 57600 ∆ = − ∆ = − × − × ∆ = − ∆ = Como encontramos o valor de ∆, podemos encontrar o vértice utilizando a fórmula: Observação Quando estamos trabalhando com receita em função do preço, a função receita será representada no eixo do y e o preço será representado no eixo do x. A fórmula a seguir representa o par ordenado (x,y) nessa ordem. b , 2a 4a − −∆ Substituindo no ponto de y, temos: 57600 57600 y 3600 4a 4 ( 4) 16 −∆ − − = = = = × − − A receita máxima é R$ 3.600,00. c) Para descobrirmos o preço quando a receita é máxima, basta encontrarmos o ponto x do vértice substituindo na fórmula: b 240 240 x 30 2a 2 ( 4) 8 − − − = = = = × − − O preço quando a receita é máxima é de R$ 30,00. I 138 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Resumo Iniciou-se a unidade com o conceito de conjunto. Em seguida, foi exposta a definição de elementos de um conjunto e algumas operações possíveis entre eles. Foram propostos problemas cotidianos cuja resolução pode ser feita por meio de conjuntos abstratos. Foi introduzido o conceito de relação e suas propriedades, que serviram de base para o estudo de função. Vimos também que uma função é um caso específico de uma relação. E, por fim, foram exploradas algumas funções polinomiais (1º e 2º graus), seus modelos, suas propriedades, bem como o estudo de suas representações gráficas. Exercícios Questão 1. (ENEM-2010) Nos processos industriais, como na indústria de cerâmica, é necessário o uso de fornos capazes de produzir elevadas temperaturas e, em muitas situações, o tempo de elevação dessa temperatura deve ser controlado, para garantir a qualidade do produto final e a economia no processo. Em uma indústria de cerâmica, o forno é programado para elevar a temperatura ao longo do tempo de acordo com a função T t t para t t para t 7 5 20 0 100 2 125 16 5 320 1002 , , em que T é o valor da temperatura atingida pelo forno, em graus Celsius, e t é o tempo, em minutos, decorrido desde o instante em que o forno é ligado. Uma peça deve ser colocada nesse forno quando a temperatura for 48oC e retirada quando a temperatura for 200°C. O tempo de permanência dessa peça no forno é, em minutos, igual a: A) 100 B) 108 C) 128 D) 130 E) 150 I 139 MATEMÁTICA Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 Resposta correta: alternativa D. Análise das alternativas Passo 1) Para T1=48 oC, temos t = t1: 1 1 1 7 48 t 20 5 7 t 28 t 20min 5 = + = ⇒ = Passo 2 Para T2=200 oC, temos t = t2: 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 16 200 t t 320 125 5 2t 16 t 120 0 125 5 2t 25.16t 125.120 0 t 200t 7500 0 = − + − + = − + = − + = 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2 2 2 16 200 t t 320 125 5 2t 16 t 120 0 125 5 2t 25.16t 125.120 0 t 200t 7500 0 = − + − + = − + = − + = A soma das raízes da equação vale 200 e o produto entre elas vale 7500. Portanto: ' 2 " 2 t 150 min t 50 min = = Como T>100oC, devemos ter t2>100 min e portanto t2=150 min. Logo, o tempo de permanência t∆ é dado por: 2 1t t t 150 min 20 min 130 min= − = − = Sendo assim, A) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos. B) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos. C) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos. D) Alternativa correta. Justificativa: de acordo com os cálculos. I 140 Unidade III Re vi sã o: L ea nd ro - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 05 /1 1 // 2 ª R ev isã o - Am an da / Co rr eç ão - M ár ci o - 16 /0 5/ 11 E) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos. Questão 2. (ENADE-MATEMÁTICA-2008) Em um jogo de futebol, um jogador irá bater uma falta diretamente para o gol. A falta é batida do ponto P, localizado a 12 metros da barreira. Suponha que a trajetória da bola seja uma parábola, com ponto de máximo em Q, exatamente acima da barreira, a 3 metros do chão, como ilustra a figura abaixo. Sabendo-se que o gol está a 8 metros da barreira, a que altura está a bola ao atingir o gol? A) 3/2 m B) 4/3 m C) 1 m D) 2 m E) 5/3 m Resolução desta questão na Plataforma.
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