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Unidade II LEGISLAÇÃO ADUANEIRA Profa. Valdice Pólvora Valoração aduaneira O decreto n. 92.930, de 16/07/86, que promulgou o acordo sobre a implementação do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (Código de Valoração Aduaneira) – GATT, define a base de cálculo do Imposto de Importação, estabelecendo seis métodos para identificar o valor aduaneiro. Princípios do acordo de valoração aduaneira – AVA PRINCÍPIOS NEUTRALIDADE EQUIDADE PRECISÃO NÃO DISTINÇÃO UNIFORMIDADE SIMPLICIDADE PUBLICIDADE VALOR DA TRANSAÇÃO Valor da transação O primeiro e principal princípio é o do ato de transação. É a definição do conceito positivo de valor. A mercadoria será tributada pelo que ela custou e não por um preço médio, nem normal ou mínimo. Princípio da Uniformidade Os critérios aplicados na valoração das mercadorias não podem ser diferentes nem discriminatórios em relação aos importadores, aos locais ou ao tempo da importação. Exemplo: o mesmo critério aplicado pelo governo do país A no mês passado deve ser aplicado neste mês numa importação no país B, já que os dois países são signatários do acordo. Os valores podem mudar, mas não os critérios de apuração. Princípio da Precisão O AVA prevê métodos objetivos para apuração do preço. Por esse motivo, nunca se poderá chegar a dois ou mais valores para a mesma importação. O valor é único, apurável precisamente. Pela aplicação de critérios racionais, objetivos, impede-se a subjetividade e a discricionariedade das autoridades aduaneiras. Princípio da Equidade Na definição do Direito, tratar uma situação com equidade é tratar com justiça no seu sentido mais nobre. Não se busca beneficiar A, B ou C. O valor justo e correto deve ser aplicado, independentemente dos seus efeitos. Princípio da Neutralidade Por este princípio, fica acordado que o AVA somente será aplicado para fins aduaneiros. Não sobrevêm outros efeitos tais como efeitos comerciais. Exemplo: os procedimentos de valoração não devem ser utilizados para combater o dumping. Princípio da Simplicidade Como a valoração aduaneira deve ser realizada não somente pelos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, mas principalmente pelos importadores, os métodos devem ser simples, de fácil entendimento e assimilação. É o importador que informa, na Declaração de Importação (DI), o valor aduaneiro e o método utilizado, cabendo à Receita Federal apenas atestar a correção destes. Princípio da Publicidade ou Harmonia com as Práticas Comerciais A aduana não pode influenciar as negociações comerciais. Estas devem transcorrer de forma livre, desde que licitamente, para, em seguida, serem analisadas pela aduana para se extrair o valor aduaneiro. Princípio da Não Distinção entre Fontes de Suprimento Na valoração aduaneira não pode haver discriminação com relação aos países exportadores. Exemplo: se um produto é importado do país A por US$20,00, e do país B por US$15,00, pelo AVA fica acordado que o critério de apuração é precipuamente o valor de transação e, se o valor de US$ 15,00 é o efetivamente pago ou a pagar pelo produto do país B, ele deve ser aceito sem discriminação. Motivos para instituir os direitos aduaneiros Obtenção de novas fontes de receitas para o governo; Equilíbrio do balanço de pagamentos internacionais; e Proteção às indústrias nacionais incipientes. Tarifas aduaneiras ESPECÍFICA AD VALOREM COMPOSTA, MISTA OU COMBINADA Tarifa específica A tarifa específica é determinada pelas características físicas do produto, pelas suas quantidades, peso, medidas, etc., não se levando em conta o valor declarado da mercadoria. Exemplo: o produto A pagará um direito de R$20,00 por quilo, mesmo que o valor da mercadoria sofra variações. Tarifa ad valorem É determinada pelo valor declarado das mercadorias importadas, em geral sob a forma de percentagem desse valor. Exemplo: o produto A pagará um direito de 2% do seu valor; assim, se o valor da importação for de R$10.000,00, o valor dos direitos será de R$200,00; se o valor das mercadorias elevar-se para R$20.000,00, o valor dos direitos será elevado para R$400,00. Composta, mista ou combinada A tarifa composta, mista ou combinada vem a ser uma combinação de tarifas específicas e ad valorem. Exemplo: vamos supor que o produto A pagará um direito na base de R$3,00 por quilo e mais 2% ad valorem; se importarmos 100 kg do produto A pelo preço total de R$70.000,00, o valor dos direitos será calculado da seguinte maneira: Tarifa específica (R$3,00 por kg)...................R$ 300,00 Tarifa ad valorem (2%)....................................R$ 1.400,00 Total dos direitos.............................................R$ 1.700,00 Métodos de valoração Conforme determina o Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), existem seis métodos para valoração, sendo: Primeiro método: valor da transação da mercadoria importada (artigo 1º do Acordo). Segundo método: valor da transação de mercadoria importada idêntica à mercadoria objeto do despacho (artigo 2º do Acordo). Terceiro método: valor de transação de mercadoria importada similar à mercadoria objeto do despacho (artigo 3º do Acordo). Métodos de valoração Quarto método: valor deduzido ou de revenda de mercadoria importada (artigo 5º do Acordo). Quinto método: valor computado (soma dos custos de fabricação, lucros e demais despesas) de mercadoria importada (artigo 6º do Acordo). Sexto método: valor baseado em critérios razoáveis, condizentes com os princípios e disposições gerais do AVA e com o Artigo VII do GATT (artigo 7º do Acordo). Veja os exemplos constantes no livro-texto. Interatividade O AVA prevê métodos objetivos para apuração do preço. Por este motivo, nunca se poderá chegar a dois ou mais valores para a mesma importação. Trata-se do princípio da: a) Neutralidade. b) Transação. c) Precisão. d) Simplicidade. e) Equidade. Tributos incidentes no Comércio Exterior Os principais tributos incidentes no comercio exterior são: Imposto de importação (II) Imposto de exportação (IE) IPI vinculado às importações ICMS vinculado às importações PIS vinculado às importações COFINS vinculado ás importações AFRMM – Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante Tributos incidentes no Comércio Exterior Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) – para as importações de combustíveis ISS nas importações de serviços. Taxas de utilização do SISCOMEX (Lei 9.716/98 e alterações). Entre outros que podem ser direta ou indiretamente relacionados com o comércio exterior, como no caso do IOF incidente sobre operações de câmbio. Funções do Imposto de Importação (II) Funções do imposto de importação Financeira Promocional Seletora Protetora Funções do Imposto de Importação (II) 1) Financeira: obtenção de recursos para o Estado. 2) Promocional: encarecimento das importações, de modo a incentivar o investimento na produção interna dessas mercadorias. Funções do Imposto de Importação (II) 3) Seletora: desestímulo à importação de certos produtos, tais como supérfluos, por meio de tarifas mais elevadas, objetivando poupar divisas. 4) Protetora: encarecimento dos produtos importados com similar nacional, de modo a proteger até o limite necessário a indústria nativa incipiente, sem desestimular a melhoria da produtividade. Conceitos importantes CONCEITO O QUE É? PRODUTO NACIONALÉ aquele fabricado no Brasil (produção integral ou transformação substancial), de acordo com as regras de origem; se o produto for nacional, o fabricante poderá nele carimbar Made in Brazil, o que será determinante pra o tratamento tributário nacional. PRODUTO ESTRANGEIRO É aquele fabricado ou substancialmente alterado no exterior que, em razão disso, receberá tratamento específico em termos tributários. PRODUTO NACIONALIZADO É aquele de procedência estrangeira, importado a título definitivo, vale dizer, que venha a integrar a economia nacional, serão posteriormente devolvidos ao exterior, assim, não integrarão a economia nacional de forma definitiva. PRODUTO DESNACIONALIZADO É aquele nacional ou nacionalizado que foi exportado em caráter definitivo no intuito de deixar a economia nacional. Da mesma forma, produtos submetidos ao regime de exportação temporária serão devolvidos ao Brasil e não são considerados desnacionalizados. Fonte: Adaptado de Caparroz (2016 pag. 721) Incidência e não incidência do II O Imposto de Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no território nacional. Considera-se estrangeira, para efeito de incidência do imposto (artigo 93 do Decreto-lei n. 37/66): a) a mercadoria desnacionalizada que vier a ser importada; b) a mercadoria nacional ou nacionalizada: b.1 – reimportada, quando descumpridas as condições do regime de exportação temporária; b.2 – que, após o processo de beneficiamento ou transformação realizados no exterior, resultar em espécie diversa daquela prevista no processo de exportação temporária. Fator gerador do II Caparroz (2016) apresenta três critérios para entender essa questão, são eles: material, espacial e temporal. O que aconteceu? (critério material) Onde aconteceu? (critério espacial) Quando aconteceu? (critério temporal) Fonte: Caparroz (2016 pag.735) Critério material O critério material do imposto de importação manifesta-se pelo verbo importar, ou seja, importar é a conduta que tem por objetivo fazer ingressar no território aduaneiro bens de procedência estrangeira com impacto econômico. O imposto de importação incide sobre mercadorias estrangeiras, assim entendidas as produzidas no exterior e também as nacionais ou nacionalizadas anteriormente exportadas a título definitivo. Critério espacial O critério espacial caracteriza-se por representar o alcance geográfico da incidência e, normalmente, está relacionado com a noção de competência. O preenchimento do critério espacial da hipótese de incidência do imposto de importação dar-se-á quando a mercadoria estrangeira efetivamente ingressar no território aduaneiro brasileiro, compreendido este a partir dos seus elementos delimitadores. Critério espacial PORÇÃO TERRESTRE O MAR TERRITORIAL CRITÉRIO ESPACIAL Critério temporal Para que uma operação de importação se inicie, é necessário o contato entre o importador brasileiro e o exportador no exterior. Critério temporal Nesse processo de negociação serão definidas as condições de compra e venda, sendo necessário o perfeito conhecimento dos Incoterms, os quais definirão as responsabilidades tributárias da operação e também a base de cálculo do imposto de importação. Interatividade O Imposto de Importação tem as seguintes funções: I. Financeira. II. Promocional. III. Seletora. IV. Protetora. Está correto o que se afirma em: a) I e III apenas. b) II apenas. c) II e III apenas. d) I e IV apenas. e) I, II, III e IV. Pagamento do imposto O pagamento do imposto, via de regra, é a data do registro da declaração de importação, embora o Ministro de Estado da Fazenda possa fixar, em casos especiais, outros momentos para o pagamento do imposto. Contribuinte Art. 104. É contribuinte do imposto: I – o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional; II – o destinatário de remessa postal internacional, indicado pelo respectivo remetente; e III – o adquirente de mercadoria entrepostada. Responsáveis Art. 105. É responsável pelo imposto: I – o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; II – o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro; ou III – qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Responsáveis solidários Art. 106. É responsável solidário: I – o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto; II – o representante, no país, do transportador estrangeiro; III – o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora; IV – o encomendante predeterminado, que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora; Responsáveis solidários V – o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal; VI – o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e VII – qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Classificação dos benefícios fiscais Os benefícios fiscais podem ser: subjetivos objetivos Classificação dos benefícios fiscais A isenção ou redução subjetiva é reconhecida em função do sujeito, não interessando o tipo de mercadoria. Por este motivo, no Regulamento Aduaneiro (RA), é tratada como “isenção ou redução vinculada à qualidade do importador”. A isenção ou redução objetiva é reconhecida em função da mercadoria, do objeto, não interessando quem esteja importando. Por este motivo, no RA é tratada como “isenção ou redução vinculada à destinação dos bens”. Demonstração do cálculo do II Um importador brasileiro está realizando a importação de aparelhos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio, cuja posição 85.31.10.99.00 da TEC, a alíquota de II corresponde a 14%. Calcule o II, considerando os dados a seguir: Observe que o montante do II será de R$164.150,00. a) 0 Valor fiscal aduaneiro (a base do fato gerador inclui frete e seguro), no total de (valor CIF) US$350.000,00 b) Taxa de conversão US$/R$: 3,35 c) Contravalor em Moeda Nacional (a x b) R$1.172.500,00 d) Valor do Imposto (14% sobre item c) R$ 164.150,00 e) Total desembolsado (até o momento na importação R$1.336.650,00 Distorções na base de cálculo do II SITUAÇÃO RISCO PROVIDÊNCIA Superfaturamento (valor declarado pelo contribuinte é superior à realidade do mercado) Possibilidade de remessa disfarçada de lucros ao exterior Submeter as transações entre partes relacionadas ao controle de preços de transferência. Valor adequado (contribuinte apresenta valores compatíveis com o mercado e a transação) Nenhum, sob o ponto de vista tributário, sem prejuízo de outras verificações, de natureza aduaneira. Aceitar o valor, desde que devidamente comprovado. Subfaturamento (valor declarado pelo contribuinte é inferior ao valor de mercado) Possibilidade de sonegação do imposto de importação e demais tributos incidentes. Submeter as transaçõesaos procedimentos de valoração aduaneira. Fonte: Caparroz (2016 pag. 527) Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) O AFRMM será calculado sobre a remuneração do transporte aquaviário, ou seja, sobre o valor do frete. As alíquotas aplicáveis são: ALÍQUOTA DEFINIÇÃO 25% na navegação de longo curso Navegação de longo curso é aquela realizada entre portos brasileiros e portos estrangeiros, sejam marítimos, fluviais ou lacustres. 10% na navegação de cabotagem Cabotagem é aquela realizada entre portos brasileiros utilizando exclusivamente a via marítima ou a via marítima e as interiores. 40% na navegação fluvial e lacustre Navegação fluvial e lacustre é aquela realizada entre portos brasileiros utilizando exclusivamente as vias interiores quando do transporte de granéis líquidos nas regiões Norte e Nordeste. Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) O fato gerador é o início efetivo da operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro. O contribuinte do AFRMM é o consignatário constante do conhecimento de embarque e o proprietário da carga transportada é solidariamente responsável pelo pagamento. O AFRMM é pago via sistema mercante. Imposto de Exportação – IE O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. O fato gerador do IE será a saída da mercadoria do território aduaneiro. A base de cálculo será o preço normal que a mercadoria ou sua similar alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre-concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX). Base de cálculo e alíquota Segundo Caparroz (2016), o preço normal, nesse contexto, deve ser entendido como o preço à vista do produto na condição FOB (free on board). Isso significa que, para fins do imposto, os custos relativos a fretes, seguros e financiamentos das mercadorias não são considerados. A alíquota básica do imposto de exportação é de 30%, mas cabe à CAMEX, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, reduzir ou aumentar a alíquota do imposto, observado o limite máximo de 150%. Pagamento do imposto Nas hipóteses em que houver incidência e a alíquota for superior a zero, o exportador deverá apresentar o comprovante de pagamento juntamente com os documentos que instruem o despacho de exportação. Os artigos 216 e 217 do RA tratam do pagamento do imposto e do contribuinte do imposto, respectivamente. Isenções do IE PRODUTOS SITUAÇÃO Café As exportações de café, importante produto para balança comercial brasileira, são isentas. (Art. 218 - RA) Açúcar, álcool, mel rico e mel residual Poderão ter isenção total ou parcial para a exportação dos excedentes de produção das usinas, desde que comprovada a participação no mercado interno (a cana-de-açúcar e seus derivados são estratégicos para o Brasil em razão da nossa política energética, a exemplo do que ocorre com os combustíveis). (Arts. 210 a 223 - RA) Bens integrantes de bagagem São isentos, tanto na modalidade bagagem acompanhada como na desacompanhada até o limite de US$2.000 (exceto os objetos de uso pessoal que saem e retornam com os passageiros). (Arts. 224 e 225 - RA) Comércio transfronteiriço São isentos, como no caso de produtos adquiridos no Brasil e levados ao Paraguai para consumo por residentes na fronteira. (Art. 227 - RA) Fonte: Adaptado de Caparroz (2016 pag. 784) Interatividade O AFRMM é um adicional ao frete cobrado pelas empresas brasileiras e estrangeiras de navegação que operam em porto brasileiro, de acordo com o conhecimento de embarque e o manifesto de carga, pelo transporte de carga de qualquer natureza. A base de cálculo na navegação de longo curso, corresponde a: a) 10% b) 15% c) 25% d) 30% e) 40% Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Conceituação: considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo. Fato gerador: 1) o desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; e 2) a saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Base de cálculo, alíquota e isenções do IPI A base de cálculo do IPI é o valor aduaneiro que foi apurado como base de cálculo do imposto de importação, acrescido deste e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou de exigíveis. A alíquota do IPI será aquela fixada na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). As isenções do IPI, “salvo expressa disposição de lei”, referem-se ao produto e não ao contribuinte ou ao adquirente. Portanto, as isenções são, em regra, objetivas. Exemplo de cálculo do IPI CALCULO DO IPI Valor aduaneiro R$ 6.600,00 Valor do II R$ 660,00 Encargos cambiais R$ 0,00 Base de cálculo do IPI R$ 7.260,00 IPI com alíquota de 5% (conforme TIPI) R$ 363,00 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) O ICMS é um imposto estadual, de abrangência nacional. Fato gerador: operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) O ICMS incide também sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda que se trate de bem destinado a consumo ou a ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre o serviço prestado no exterior. O ICMS tem percentuais diferentes nos estados brasileiros, portanto, é importante conhecer os regulamentos estaduais quando for efetuar os cálculos desse imposto. Base de cálculo do ICMS A base de cálculo do ICMS nas importações corresponde à soma das seguintes parcelas: a) o valor aduaneiro da mercadoria, incluindo seguro e frete internacionais; b) o imposto de importação; c) o imposto sobre produtos industrializados (IPI); d) o imposto sobre operações de câmbio (IOF); e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; f) os juros e demais importâncias pagas, bem como os descontos concedidos sob condição; e g) o próprio ICMS. Outros tributos incidentes na importação Por meio da lei 10.865/2004, foram criadas a “Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/PASEP-Importação)” e a “Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS-Importação)”. As duas contribuições vieram se juntar ao que já se cobrava nas importações: imposto de importação, IPI, ICMS e Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). Taxas de armazenagem e de capatazia Portuárias – as demais despesas incidentes na importação de mercadorias são as de capatazia e armazenagem. Capatazia – refere-se aos gastos com a movimentação de mercadorias pelo pessoal da administração do porto. Taxas de armazenagem e de capatazia A armazenagem refere-se aos custos incidentes na mercadoria depositada nos armazéns, pátios, depósitos etc., de propriedade dos administradores dos portos, podendo ser: armazenagem interna; armazenagem externa; em armazéns gerais; e armazém especial. Taxas de armazenagem e de capatazia Aeroportuárias – na movimentação de cargas em dependência dos aeroportos, temos as despesas de capatazia nos Terminais de Carga Aérea (TECA) e as de armazenagem. Fato gerador: entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Taxas de armazenagem e de capatazia Base de cálculo: o valor aduaneiro apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), 1994. Alíquota: fixada na TEC (Tarifa Externa Comum) ou específica do Regime de Tributação Simplificada (60%) e do Regime de Bagagem (50%). Medidas de defesa comercial Direito antidumping: é um montante em dinheiro exigido com o fim de neutralizar os efeitos danosos das importações objeto de dumping. Direito compensatório: é o direito especial exigido para contrabalançar subsídios concedidos direta ou indiretamente à fabricação, produção ou exportação da mercadoria importada. Medidas de defesa comercial Medidas de salvaguardas: consistem na elevação do imposto de importação nos casos em que a importação de determinado produto aumente de modo a causar ou ameaçar causar prejuízo grave à indústria doméstica de bens similares ou diretamente concorrentes. Medidas de defesa comercial Compete à Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) fixar direitos antidumping, direitos compensatórios e medidas de salvaguarda, provisórios ou definitivos, a serem cobrados pela Secretaria da Receita Federal, independentemente de quaisquer obrigações de natureza tributária relativas à importação dos produtos afetados. Interatividade Leia com atenção o enunciado e assinale a que imposto esse fato gerador corresponde. “Operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”. a) II b) ICMS c) IPI d) ISS e) AFRMM ATÉ A PRÓXIMA!