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TEMA: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES INTERNACIONAIS; 
FERRAMENTAS PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL; POLÍTICAS 
PÚBLICAS E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SUSTENTABILIDADE
E MEIO AMBIENTE
SUSTENTABILIDADE 
E MEIO AMBIENTE
Formação Continuada
Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090
Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011.
Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98.
Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito
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Home-page: www.uniasselvi.com.br
Sustentabilidade e Meio Ambiente
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Edson Torres
Conteudista
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Ozinil Martins de Souza
Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Paulo Henrique do Nascimento
Revisão:
Nélson Dellagiustina
Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2012. Todos os direitos reservados.
1Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
1 INTRODUÇÃO
Nesta etapa iremos discutir um pouco sobre os princípios e diretrizes 
internacionais que dão suporte e direcionam as organizações na busca do 
desenvolvimento sustentável. Veremos também algumas ferramentas 
que dependendo da estratégia corporativa poderão ser essenciais 
no desenvolvimento da sustentabilidade. Quando estudamos sobre o 
desenvolvimento sustentável, temos que ter em mente que ele só acontece 
quando fundamentado nos três princípios da sustentabilidade, e por isso, e 
por consequência do sistema de mercado que estamos inseridos, precisamos 
conhecer as maneiras pela qual poderemos desenvolver tais estratégias em 
plenitude. Para isso surgem os diversos organismos internacionais, organizações 
não governamentais, associações de empresas privadas, entre outros que 
desenvolvem metodologias, padrões, diretrizes, indicadores, protocolos 
com finalidade de utilização pelas organizações. 
Também vamos nos inteirar um pouco da realidade diante das políticas 
públicas para a sustentabilidade, e consequentemente para o desenvolvimento 
sustentável. Vivenciaremos uma visão crítica do atual andamento das tomadas 
de decisões frente às políticas públicas internacionais e nacionais e a relação 
dos interesses de cada país. Veremos que a maior estratégia atual para 
a consolidação das políticas públicas é força na qual as organizações não 
governamentais estão exercendo nos diversos mecanismos decisórios dos 
estados.
2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES SOBRE A SUSTENTABILIDADE
Neste item iremos abordar sobre o desenvolvimento e a evolução de 
algumas diretrizes internacionais que norteiam as conceituações e as ações 
voltadas à sustentabilidade. Estas diretrizes nos remetem a não apenas 
ficarmos na teoria, mas, nos orientam a executar ações, que juntas promovem 
a sustentabilidade, e que estão relacionadas principalmente com o âmbito 
corporativo privado e público. Como o sistema econômico e político em 
que estamos inseridos estão baseados no capitalismo, e o desenvolvimento 
segue a regra da industrialização, temos a necessidade de criar estratégias por 
meio de diretrizes e normas para nortear as organizações à sustentabilidade, 
ou melhor, a um desenvolvimento sustentável. Por isso é imprescindível que 
tenhamos conhecimento das diversas diretrizes que compõem o leque de 
ações que levam as organizações, e consequentemente toda a sociedade, ao 
desenvolvimento sustentável e sustentado. 
A maioria das diretrizes e princípios sobre a sustentabilidade nasce das 
pesquisas e trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU), que é uma 
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2 Sustentabilidade e Meio Ambiente
organização internacional formada por países que se reuniram para trabalhar 
pela paz e pelo desenvolvimento mundial. Esta afirmação é tão verdadeira 
que um dos quatro propósitos da ONU é realizar a cooperação internacional 
para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural 
e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades 
fundamentais. Neste contexto, temos um forte apelo à responsabilidade social 
pelas organizações, que dentre as ações, realizam práticas de sustentabilidade 
e promovem o tão almejado desenvolvimento sustentável. 
Historicamente, o termo desenvolvimento surge como a reparação das 
desigualdades sociais e econômicas feitas no passado, criando uma conexão 
que preenche as lacunas entre as antigas sociedades metropolitanas e a sua 
periferia dependente, entre as minorias ricas e a maioria dos trabalhadores 
pobres. Assim, a mudança de uma sociedade insustentável e desigual para 
uma sociedade com princípios que remetem ao desenvolvimento sustentável 
começa com o gerenciamento das crises e desigualdades, necessitando, 
também, de uma mudança de paradigmas, uma mudança cultural (SACHS, 
2004). Portanto, o desenvolvimento sustentável possui um âmbito social que 
deve ser plenamente explorado em suas diversas dimensões.
Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável acrescenta outra 
dimensão à dimensão da sustentabilidade social: a sustentabilidade ambiental. 
Esta dimensão é baseada no duplo imperativo ético de solidariedade sincrônica 
com a geração atual e de solidariedade diacrônica com as gerações futuras. A 
sustentabilidade ambiental nos compele a trabalhar com escalas múltiplas de 
tempo e espaço e nos conduz ainda a inovar, buscando soluções triplamente 
vencedoras, eliminando o crescimento selvagem obtido ao custo de elevadas 
externalidades negativas, tanto sociais quanto ambientais (SACHS, 2004). 
Assim, os cinco pilares do desenvolvimento sustentável (Figura 1) são 
(SACHS, 2004, p. 35): 
a) social: fundamental por motivos tanto intrínsecos quanto instrumentais, 
por causa da perspectiva de ruptura social que paira de forma ameaçadora 
sobre muitos lugares problemáticos do nosso planeta; 
b) ambiental: possui duas dimensões, uma como provedores de recursos e 
outro como local para a disposição de resíduos. Todos como sistema de 
sustentação da vida;
c) territorial: relacionado à distribuição espacial dos recursos, das populações 
e das atividades; 
d) econômico: sendo a viabilidade econômica para que as coisas aconteçam; 
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3Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
e) político: tendo como valor fundamental e um instrumento necessário para 
fazer as coisas acontecerem, por meio das políticas públicas.
FIGURA 1 – ESQUEMA RELACIONANDO AS CINCO DIMENSÕES NECESSÁRIAS PARA 
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
FONTE: Adaptado de: Sachs (2004)
Seguindo por este caminho reafirmamos a necessidade de 
comprometimento principalmente das organizações como atores desta busca 
contínua pelo desenvolvimento sustentável. E intrínseco a esta necessidade 
está a formulação de diretrizes e princípios norteadores e padronizadores 
deste processo de desenvolvimento sustentável. 
A responsabilidade socioambiental das organizações inicia por meio de 
discussões no âmbito internacional, que debatem sobre temas como direitos 
humanos e do trabalho, meio ambiente e sustentabilidade. Essas discussões 
acontecem principalmente com os países que fazem parte da Organização 
das Nações Unidas (ONU), resultando, quase sempre, em diretrizes sobre 
responsabilidade socioambiental no âmbito, principalmente, empresarial 
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4 Sustentabilidade e Meio Ambiente
(LOUETTE, 2007).
Tais iniciativas ajudam a compreender e a situar a responsabilidade 
socioambiental como tema eminentemente necessáriopara as organizações 
continuarem a se desenvolverem, porém de maneira sustentável. Os principais 
documentos internacionais desenvolvidos são:
•	 Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho 
e seu Seguimento. 
•	 Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. 
•	 Declaração Tripartite sobre Empresas Multinacionais da OIT. 
•	 Diretrizes para Empresas Multinacionais da OCDE.
•	 Declaração do Rio e Agenda 21.
Esses documentos são aceitos mundialmente e direcionados para o 
setor empresarial, como já explicado. Suas orientações atribuem às empresas 
responsabilidades na promoção e cumprimento de direitos (LOUETTE, 2007).
Assim, o trabalho também é objeto de preocupações da Organização 
das Nações Unidas, sendo preparada por meio da Organização Internacional do 
Trabalho, a Declaração sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho 
e seu Seguimento, prevendo para as relações trabalhistas determinados 
princípios como:
•	 Liberdade de organização e o direito a negociações coletivas (Convenções 
87, 98, complementadas pela Convenção 135 da OIT).
•	 Proibição de trabalho forçado (Convenções 29 e 105 da OIT). 
•	 Proibição de trabalho infantil (Convenções 138 e 182 da OIT). 
•	 Proibição de discriminação no trabalho e na profissão (Convenções 100 e 
111 da OIT) e as Convenções 87 e 98 (complementadas pela Convenção 
135 da OIT). 
O meio ambiente, a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável 
são amplamente discutidos nos programas de responsabilidade social, 
atingindo seu ápice de importância e preocupação universal pela Organização 
das Nações Unidas a partir da Conferência sobre o Meio Ambiente, que 
aconteceu no Rio de Janeiro em 1992, a chamada Rio 92. A partir da Rio 92 
intensifica-se a discussão internacional e aumenta significativamente o número 
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5Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
de convenções sobre o meio ambiente, que se somaram a outros acordos já 
existentes (LOUETTE, 2007). Deste modo, com o surgimento das diretrizes 
para o desenvolvimento sustentável, completa-se o ciclo de diretrizes 
baseadas nas dimensões da sustentabilidade: social, econômico e ambiental. 
Algumas das principais convenções e diretrizes são:
•	 Diretivas da OCDE para multinacionais (1976). 
•	 Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (1985). 
•	 Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro (1992). 
•	 Diversidade Biológica (1992).
•	 Convenção Aarhus (1998), pela qual se estabeleceu pela primeira vez uma 
relação entre os direitos humanos e os direitos ambientais. 
•	 Convenção de Roterdã sobre o Consentimento Prévio Informado (PIC 
1998). 
•	 Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (2000). 
•	 Protocolo de Kyoto (1995). 
•	 Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes (2001). 
•	 O Relatório Stern (2006). 
•	 O Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).
•	 RIO + 20 (2012).
Portanto, as diretrizes da ONU têm por objetivo conceder poderes 
aos governos para exigirem das organizações o respeito aos direitos 
humanos, à soberania, ao desenvolvimento econômico local e à proteção 
ambiental. É necessário que as organizações assumam a sua responsabilidade 
socioambiental, que cumpram, respeitem e promovam as diretrizes 
estabelecidas internacionalmente, fazendo-as integrantes de todos os 
âmbitos organizacionais (LOUETTE, 2007).
3 FERRAMENTAS PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL
Vamos conhecer agora algumas das principais ferramentas e organismos 
nacionais e internacionais que ajudam as organizações a traçarem seu caminho 
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6 Sustentabilidade e Meio Ambiente
3.1 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
A Organização das Nações Unidas foi fundada em 24 de outubro de 
1945 em São Francisco, Califórnia, inicialmente representada por 51 países, 
logo após o término da Segunda Guerra Mundial.
A sede atual da ONU está localizada na cidade de Nova York. A 
precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações, organização 
concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial 
e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes 
(LOUETTE, 2007). 
Atualmente a ONU está representada por 192 países. Um dos principais 
documentos feitos pela ONU é a proclamação da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, em 1948.
No Brasil, a ONU possui representação desde 1950, quando o Fundo 
das Nações Unidas para a Infância a UNICEF e a Organização Internacional do 
Trabalho, a OIT, começaram seu trabalho no País (LOUETTE, 2007).
 Existem atualmente, 18 agências, fundos, programas e comissões 
regionais no Brasil (LOUETTE, 2007):
•	 UNIC-RIO (Centro de Informações das Nações Unidas no Rio de Janeiro). 
•	 CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
•	 FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
•	 FMI (Fundo Monetário Internacional).
•	 Banco Mundial.
•	 OIT.
•	 OMS/OPAS (Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana 
de Saúde). 
para o desenvolvimento sustentável. Quando pensamos em iniciar uma gestão 
sustentável nas organizações, recorremos às estratégias propostas pelos 
organismos e suas respectivas diretrizes, sendo que os principais iremos 
estudar a seguir. Cabe a cada organização verificar qual a alternativa que mais 
se adéqua a estratégia de sustentabilidade na qual trará maiores benefícios à 
organização e ao meio no qual ela se relaciona. 
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7Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
•	 PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
•	 PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). 
•	 UIT (União Internacional de Telecomunicações). 
•	 UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids). 
•	 UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura). 
•	 UNFPA (Fundo de Populações das Nações Unidas). 
•	 UN-HABITAT (Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos). 
•	 UNICEF. 
•	 UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher). 
•	 UNODC (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes).
3.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral 
ligada à Organização das Nações Unidas, especializada em tudo o que envolve 
o trabalho. Com sede em Genebra, na Suíça, a OIT mantém uma rede de 
escritórios em todos os continentes. Foi concebida pela Conferência de Paz 
após a Primeira Guerra Mundial. A sua constituição converteu-se na Parte XIII 
do Tratado de Versalhes (LOUETTE, 2007).
A OIT realiza seus trabalhos para a manutenção de seus valores e 
objetivos em prol de uma agenda social que viabilize a continuidade do 
processo de globalização por meio de um equilíbrio entre objetivos de 
eficiência econômica e de equidade social (LOUETTE, 2007).
Por meio das reflexões éticas e econômicas sobre o custo humano da 
revolução industrial surgiu a ideia de uma legislação trabalhista internacional. A 
origem da OIT está no início do século 19, quando os líderes industriais Robert 
Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e harmonização da 
legislação trabalhista e melhorias nas relações de trabalho (LOUETTE, 2007).
A criação de uma organização internacional para as questões do 
trabalho foi baseada nas seguintes premissas: 
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8 Sustentabilidade e Meio Ambiente
3.3 PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 
é uma entidade das Nações Unidas que tem por objetivo promover o 
desenvolvimentoe eliminar a pobreza no mundo.
O PNUD produz relatórios e estudos sobre o desenvolvimento humano 
sustentável e as condições de vida das populações. Também executa projetos 
que contribuam para melhorar as condições de vida nos 166 países onde possui 
representação e elabora o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além 
disso, o PNUD dissemina as Metas de Desenvolvimento do Milênio, que é o 
conjunto de 8 objetivos, 18 metas e 48 indicadores para o desenvolvimento 
do mundo, a serem cumpridos até 2015, definidas pelos países membros 
da ONU em 2000, e monitora o progresso dos países rumo ao seu alcance 
(LOUETTE, 2007).
3.4 PACTO GLOBAL 
É um acordo para empresas preparado pela ONU, que pretende 
conciliar a força do mercado aos ideais dos direitos humanos, levando-se em 
conta os impactos sociais e ambientais produzidos pela sociedade globalizada. 
Foi concebido em 1999, durante o Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que 
reúne anualmente lideranças políticas e empresariais, onde lançou-se a ideia 
de uma parceria entre as Nações Unidas, organizações não governamentais e 
empresas, denominada pacto global (LOUETTE, 2007). 
O pacto global adotou dez princípios universais, derivados dos 
direitos humanos, dos direitos do trabalho e do conceito de sustentabilidade, 
que fazem parte da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração 
da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos 
Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (1992) e de Copenhague (2004), e refere-se à luta contra 
a corrupção. Além de empresas, quaisquer outras partes interessadas na 
•	 econômicas: países sem condições humanas de trabalho são obstáculos para 
a obtenção de melhores condições para outros países; 
•	 políticas: risco de conflitos sociais que ameaçam a paz; 
•	 humanitárias: condições injustas, difíceis e degradantes dos trabalhadores. 
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9Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
promoção de seus dez princípios podem participar do pacto global. Os dez 
princípios do pacto global são apresentados a seguir (LOUETTE, 2007): 
Princípios de Direitos Humanos:
•	 respeitar e proteger os direitos humanos;
•	 impedir violações de direitos humanos.
Princípios de Direitos do Trabalho:
•	 apoiar a liberdade de associação no trabalho;
•	 abolir o trabalho forçado;
•	 abolir o trabalho infantil;
•	 eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
Princípios de Proteção Ambiental:
•	 apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
•	 promover a responsabilidade ambiental;
•	 encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente.
Princípio contra a Corrupção:
•	 lutar contra toda forma de corrupção.
3.5 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO 
É um documento que consolidou várias metas estabelecidas nas 
conferências mundiais ocorridas ao longo dos anos 90, e estabelece um conjunto 
de objetivos para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo. 
Devem ser adotados pelos estados membros da Organização das Nações 
Unidas e farão esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do 
Milênio até 2015 (FUKUDA-PARR et al., 2003). 
A Assembleia do Milênio, promovida pela ONU em 2000, reuniu chefes 
de Estado e de governo, totalizando 191 delegações. Como resultado das 
discussões, foi aprovada a Declaração do Milênio, que reconhece que o 
mundo já possui a tecnologia e o conhecimento necessários para resolver 
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10 Sustentabilidade e Meio Ambiente
FIGURA 2 – HÁ UM DUPLO SENTIDO ENTRE DESENVOLVIMENTO HUMANO E 
CRESCIMENTO ECONÔMICO, ONDE O BOM DESENVOLVIMENTO HUMANO 
PROMOVE O CRESCIMENTO ECONÔMICO E ESTE, POR SUA VEZ, FAZER PROGREDIR O 
DESENVOLVIMENTO HUMANO
FONTE: Relatório do Desenvolvimento Humano (2003). 
os problemas dos países pobres. Os objetivos estabelecidos são de grande 
importância para a comunidade internacional, porque são mensuráveis e 
delimitáveis. Porém, sua aplicação sempre esbarra em interesses políticos, o 
que dificulta a sua implementação (FUKUDA-PARR et al, 2003). 
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11Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
3.6 CARTA DA TERRA 
A Carta da Terra nasceu como resposta às ameaças que assolam o 
planeta como um todo e como forma de se pensar articuladamente os muitos 
problemas socioambientais, tendo como referência central a Terra (LOUETTE, 
2007).
Em março de 2000, no espaço da Unesco, em Paris, o texto final da 
Carta da Terra foi aprovado, depois de dois anos de reuniões que envolveram 
46 países e mais de 100 mil pessoas, desde favelas, comunidades indígenas, 
universidades e centros de pesquisa (LOUETTE, 2007).
Este é um dos textos mais completos que se tem escrito atualmente, 
contemplando o melhor discurso ecológico já produzido, os resultados mais 
seguros das ciências da vida e do universo, com forte densidade ética e 
espiritual. Todo o documento é estruturado em quatro princípios fundamentais: 
respeitar e cuidar da comunidade de vida; integridade ecológica; justiça social 
e econômica; democracia, não violência e paz (LOUETTE, 2007).
3.7 PROTOCOLO DE KYOTO 
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional com compromissos 
compulsórios para a redução das emissões dos gases que provocam o efeito 
estufa, legitimados por crescentes pesquisas científicas, como causa do 
aquecimento global e consequente variabilidade climática.
Teve origem por uma série de eventos iniciados com a Toronto 
Conference on the Changing Atmosphere em 1988, seguida pelo IPCCs First 
Assessment Report em Sundsvall em 1990, e culminou com a Convenção 
Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) na Rio 92 
(LOUETTE, 2007).
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12 Sustentabilidade e Meio Ambiente
FIGURA 3 – MAPA DOS PAÍSES E SUAS RELAÇÕES COM O PROTOCOLO 
DE KYOTO ATÉ 2005. OS PAÍSES REPRESENTADOS EM VERMELHO NÃO 
RATIFICARAM O PROTOCOLO. OS PAÍSES EM VERDE RATIFICARAM O 
PROTOCOLO. OS PAÍSES EM AMARELO RATIFICARAM, MAS AINDA NÃO 
CUMPRIRAM O PROTOCOLO. OS PAÍSES EM CINZA AINDA NÃO ASSUMIRAM 
NENHUMA POSIÇÃO NO PROTOCOLO 
FONTE: Louette (2007)
O objetivo do Protocolo de Kyoto é obrigar os países desenvolvidos 
a reduzirem a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até 
2012, em relação aos níveis de 1990. Os países signatários terão de colocar 
O IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças 
Climáticas - é o principal organismo internacional 
responsável pelas pesquisas e informações 
sobre a mudança climática. Foi estabelecido pela 
Organização das Nações Unidas para o Ambiente 
(UNEP) e a Organização Meteorológica Mundial 
(OMM) para fornecer ao mundo informações 
científicas sobre o estado atual da evolução das 
mudanças climáticas e seus potenciais impactos 
ambientais e socioeconômico.
NOTA:
Foi discutido e negociado em Kyoto, no Japão, em 1997, na 5ª COP, foi 
aberto para assinaturas em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março 
de 1999. Oficialmente, só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, 
depois que a Rússia o ratificou em novembro de 2004 (LOUETTE, 2007).
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13Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
3.8 ABNT NBR 16001 
A ABNT NBR 16001 é uma norma de responsabilidade social, publicada 
em 2004, com caráter de sistema de gestão, podendo ser certificável. 
Essa norma estabelece os princípios para um sistema da gestão da 
responsabilidade social, que permite à organização formular e implementar 
diretrizes que observam os requisitos legais, compromissos éticos e a 
preocupação com o favorecimentoda cidadania, o desenvolvimento 
sustentável e a transparência das atividades. Além disso, fornece às 
organizações os itens de um sistema da gestão da responsabilidade social, 
que se integram a outros requisitos relacionados à gestão, favorecendo o 
cumprimento dos objetivos, que devem contemplar (LOUETTE, 2007): 
•	 boas práticas de governança;
•	 combate à pirataria, sonegação e corrupção;
•	 práticas leais de concorrência;
•	 direitos da criança e do adolescente e o combate ao trabalho infantil;
•	 direitos do trabalhador; 
•	 combate à discriminação;
•	 desenvolvimento profissional;
•	 promoção da saúde e segurança;
•	 promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção, 
distribuição e consumo;
•	 proteção ao meio ambiente; 
•	 ações sociais de interesse público.
em prática planos para reduzir a emissão dos gases de efeito estufa entre 
2008 e 2012. Os seis gases de efeito estufa monitorados pelo Protocolo de 
Kyoto são o dióxido de carbono (CO
2
), metano (CH
4
), óxido nitroso (N
2
O), 
hidrofluorocarbonos (HFCs), perfluorocarbonos (PFCs), e hexafluoreto de 
enxofre (SF
6
) (LOUETTE, 2007). 
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14 Sustentabilidade e Meio Ambiente
Os projetos MDL ou Mecanismos de 
Desenvolvimento Limpo estão previstos no 
Protocolo de Kyoto e foram criados para 
ajudar os países Anexo I (países desenvolvidos 
com grandes emissões de GEE históricas e que 
aderiram ao Protocolo de Kyoto) a atingirem 
suas metas de reduções de emissões de gases 
de efeito estufa a menores custos e com maior 
efetividade. São projetos de reduções de emissões 
de GEE realizados em Países Não-Anexo I (países 
em desenvolvimento com reduzida emissão 
histórica de GEE), sendo financiados pelos Países 
Anexo I, por meio da compra dos créditos de 
carbono (valor monetário correspondente a um 
volume determinado de emissões de GEE, que 
são reduzidos por meio da implementação de 
Projetos MDL) . As reduções de emissões podem 
ser utilizadas para cumprimento de metas pelo país 
investidor e podem ser comercializadas. 
NOTA:
Esta norma surge como um diferencial para as empresas que possuem 
ou estão desenvolvendo projetos de MDL na busca da credibilidade e 
transparência do projeto, bem como para a valorização dos seus créditos 
de carbono. Também busca padronizar o desenvolvimento dos inventários 
de carbono, assim como os projetos de mitigação de GEE. Esta norma é a 
que está mais intimamente ligada às ações para a diminuição dos efeitos do 
aquecimento global e consequentemente a variabilidade climática (ABNT 
NBR ISO 14064-1, 2007). 
Os principais objetivos da ABNT NBR ISO 14064 são (LOUETTE, 2007):
3.9 ABNT NBR ISO 14064 
A ABNT NBR ISO 14064 (2007) é uma série de normas que estabelecem 
diretrizes e procedimentos para a implementação de Projetos MDL, o 
desenvolvimento de inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE), 
implementação de projetos de redução de emissões de gases e a verificação 
e gestão dos GEE, englobando os conceitos sobre mudanças climáticas, 
emissões e remoções de GEE (ABNT NBR ISO 14064-1, 2007). 
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15Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
•	 melhorar a confiabilidade ambiental da quantificação de GEE;
•	 padronizar o inventário de emissões de gases de efeito estufa;
•	 aumentar a credibilidade, a consistência e a transparência da quantificação, 
do monitoramento e da elaboração de relatórios de GEE sobre reduções 
de emissões e melhorias de remoções de projetos de GEE;
•	 facilitar o desenvolvimento e a implementação de planos e estratégias de 
gerenciamento de GEE de uma organização;
•	 facilitar o desenvolvimento e a implementação de projetos de GEE;
•	 facilitar a capacidade de acompanhar o desempenho e o progresso na 
redução de emissões de GEE e/ou aumento nas remoções de GEE;
•	 facilitar a concessão de créditos de carbono originados de reduções de 
emissão ou melhorias de remoção de GEE e sua negociação.
O inventário de emissões de gases de efeito estufa 
é um documento que relata as fontes e sumidouros 
de gases de efeito estufa, quantificando emissões 
e remoções de uma organização (empresas, ONGs, 
associações, eventos) em um determinado período.
NOTA:
3.10 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SUSTENTABILIDADE 
 O Sistema de Gerenciamento da Sustentabilidade é um conjunto de 
métodos que auxilia as empresas a inserirem a sustentabilidade como prática 
de gestão, permitindo o aprimoramento das medidas, visando à integração 
entre os indicadores econômicos, sociais e ambientais, bem como avaliar a 
evolução dos resultados ligados à sustentabilidade (LOUETTE, 2007).
Esse sistema foi desenvolvido pela APEL em parceria com a Natura, com 
o objetivo de estimular a reflexão e o diálogo, fortalecendo a transparência, 
a fim de se tornar uma ferramenta para aplicação da sustentabilidade nas 
diversas decisões e processos da gestão do negócio. Seus principais objetivos 
são:
•	 Desenvolver uma métrica de avaliação da sustentabilidade para as 
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16 Sustentabilidade e Meio Ambiente
organizações.
•	 Proporcionar entendimento e alinhamento interno às questões sobre 
sustentabilidade e construir indicadores quantitativos e qualitativos 
(LOUETTE, 2007).
A aplicação do Sistema de Gerenciamento da Sustentabilidade 
implica a implementação de um processo que promove mudanças na cultura 
da organização, ajudando a implementar as práticas da sustentabilidade 
(LOUETTE, 2007).
Esse sistema possibilita a identificação do estágio no qual uma 
organização está em um determinado momento da evolução da estratégia, 
fazendo com que novas variáveis sejam incorporadas ao modelo de gestão. 
Com isso, espera-se minimizar a distância entre os compromissos corporativos 
com o desenvolvimento sustentável e sua aplicação (LOUETTE, 2007).
3.11 INDICADORES ETHOS 
Os Indicadores de Sustentabilidade ETHOS correspondem a uma 
ferramenta de autodiagnóstico cuja principal finalidade é auxiliar as 
organizações a gerenciarem os impactos sociais e ambientais decorrentes 
de suas atividades. Foram criados como uma ferramenta de aprendizado e 
autoavaliação da gestão no que se refere à incorporação da responsabilidade 
social ao planejamento estratégico e ao monitoramento geral das organizações. 
Os Indicadores ETHOS foram criados pelo Instituto ETHOS de Empresas e 
Responsabilidade Social, uma organização não governamental criada em 1998 
por empresários e executivos oriundos do setor privado (LOUETTE, 2007).
A estrutura dos Indicadores ETHOS permite que a organização planeje 
o modo de alcançar um grau mais elevado de responsabilidade socioambiental. 
Sua estrutura fornece parâmetros para próximos passos a serem tomados, e 
aponta diretrizes para o estabelecimento de metas de aprimoramento dentro 
do universo de cada tema.
Essas ferramentas são instrumentos de autoavaliação e aprendizagem 
desenvolvidos para atender às necessidades das organizações, orientando 
e incorporando conceitos e práticas de responsabilidade social nas diversas 
etapas de gestão. Elas abrangem as fases de diagnóstico, implementação, 
benchmarking e avaliação do desempenho da organização nos três aspectos 
do desenvolvimento sustentável permitindo um gerenciamento cada vez 
mais efetivo (LOUETTE, 2007). 
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17Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
3.12 GLOBAL REPORTING INITIATIVE - GRI
O Global Reporting Initiative são diretrizes de comunicação sobre a 
responsabilidade social, ambiental e econômica das organizações, o chamado 
Relatório de Sustentabilidade. O GRI tem como principal objetivo elevara 
qualidade dos relatórios a um nível passível de comparação, consistência e 
utilidade. Esse documento determina princípios e estrutura um modelo para 
relatar as informações, permitindo às organizações a apresentação geral de seu 
desempenho econômico, social e ambiental. Além disso, facilita a comparação 
com o mercado, pois estabelece indicadores e ainda serve como plataforma 
para facilitar o diálogo e o engajamento das partes interessadas (LOUETTE, 
2007). Atualmente, é um dos padrões de relatório de sustentabilidade mais 
utilizados no mundo e por grandes organizações no Brasil. 
A primeira versão das diretrizes para relatórios de sustentabilidade 
foi desenvolvida com o engajamento voluntário de representantes do setor 
empresarial, ONGs, organizações trabalhistas, investidores institucionais, 
ativistas de direitos humanos, firmas de auditoria e consultoria e agências da 
ONU (LOUETTE, 2007). 
4 POLÍTICAS PÚBLICAS E O DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
Discutiremos neste item algumas perspectivas relacionadas às políticas 
públicas que envolvem o tema desenvolvimento sustentável. Podemos notar 
que no decorrer do texto, o tema é tratado mais como uma crítica informativa 
do que simplesmente um discurso sobre as principais estratégias políticas 
aplicadas em cada organismo ou em cada protocolo, tratada e diretriz, 
que direciona a efetiva adoção do desenvolvimento sustentável. Faremos 
uma primeira abordagem sobre o desenvolvimento sustentável, quanto às 
perspectivas de solução da problemática econômica, social e ambiental no 
sistema capitalista e considerações sobre a evolução das políticas públicas.
Contudo, a utilização dessas ferramentas é ainda tratada como negócio 
e praticada por um número limitado de organizações, sendo que muitas 
delas são também responsáveis pelo desenvolvimento dessas ferramentas 
juntamente com organizações não governamentais, organismos públicos, 
associações e universidades. Esses diversos atores diretamente ligados no 
desenvolvimento destas ferramentas estão entre os precursores, tanto 
no plano conceitual como no avanço do movimento da responsabilidade 
socioambiental (LOUETTE, 2007). 
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18 Sustentabilidade e Meio Ambiente
Uma das características inerentes à sustentabilidade é 
a exigência de novas posturas no quadro das relações 
entre nações diante da necessidade de uma política 
socioambiental global. Podemos perceber que duas 
teorias fundamentariam a política internacional, uma 
baseada no antagonismo entre os estados como natural 
no mundo moderno, e outra como idealista, na qual o 
antagonismo não seria a base das relações internacionais, 
sendo os conflitos evitáveis através do uso da razão e 
da cooperação (MONTIBELLER, 2004, p. 39). 
A política internacional, ao longo da história, foi conduzida segundo a 
teoria realista, contudo, o crescimento dos ideais de sustentabilidade precisam 
ter uma postura idealista. Na prática, apesar da retórica de cooperação, cada 
país argumenta acerca de sua necessidade e busca garantir politicamente 
a maior vantagem na exploração dos recursos naturais e na utilização dos 
serviços ambientais de outros países. Portanto, a realidade nos apresenta 
ações que estão longe da cooperação internacional e do desenvolvimento 
sustentável. 
Portanto, a realidade nos apresenta ações que estão longe da 
cooperação internacional e do desenvolvimento sustentável. Ainda é 
predominante o pensamento segundo o qual o sistema capitalista é capaz de 
encontrar as melhores soluções, mesmo para a crise ecológica global. É neste 
contexto de fortalecimento e desenvolvimento da economia de mercado 
mundialmente interdependente, que se acentua a crise social e ambiental do 
mundo (MONTIBELLER, 2007). 
Por esta tendência de expansão entre fronteiras dos estados, a crise 
ambiental configura o drama da condição civilizatória atual. A preocupação 
com o meio ambiente é uma contraposição defensiva às forças do 
mercado, mas que luta por se impor, pois pode acabar sendo apropriado 
mercantilisticamente e os problemas socioambientais não resolvidos. Assim, 
há a necessidade de maior cooperação internacional, mas que na prática não 
ocorre. Nos fóruns e convenções internacionais, diversos ideais políticos 
podem se manifestar, dentre os quais as coalizões e os vetos, onde o interesse 
de um país pode não favorecer a maioria (MONTIBELLER, 2004). 
Na política ambiental global atual, os países produzem os documentos 
legais, criando os regimes ambientais globais. Nestes fóruns onde se decidem 
estes documentos, os países podem exercer uma das quatro posições de: líder, 
suporte, seguidor ou vetador. Portanto, a política interna de um país pode 
fazer com que ele vete ou aceite um determinado documento proposto. 
Desta maneira, nem todo o problema ambiental global envolve o mesmo nível 
de interesse dos países, fazendo com que a cooperação, que derivaria da 
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19Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
interdependência das questões ambientais, não aconteça. 
Podemos perceber também, que a política ambiental está inserida 
no sistema de política global, no qual é influenciada por aspectos tanto 
militares, como também políticos e econômicos. Assim, existem grandes 
dificuldades no encaminhamento rumo ao desenvolvimento sustentável, mas 
há um crescente aliado que está ajudando o mundo na criação de políticas 
ambientais globais, que são as organizações não governamentais. Estes têm 
se desenvolvido a passos largos e por meio de mecanismos simples como a 
internet, estão tomando cada vez mais espaços nas discussões e envolvendo 
toda a sociedade (MONTIBELLER, 2004). 
O consenso que se estabelece em torno da democracia na gestão 
de políticas públicas em torno da sustentabilidade é o do envolvimento 
participativo dos diversos atores sociais e políticos que englobam a 
comunidade ou a sociedade civil local. As organizações não governamentais 
facilitam este processo. Assim, a capacidade da população de decidir por 
seus próprios interesses é o ingrediente chave do processo de efetividade 
de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. 
Assim também o compromisso dos beneficiados, dos diferentes 
grupos de interesse, terceiro setor, autoridades legislativas e executivas 
é fundamental para que a implementação de ações se efetive e tenha 
sustentabilidade. A participação da sociedade civil na gestão de políticas 
públicas voltadas à sustentabilidade é um elemento para a efetividade e, 
sobretudo, de democratização do poder local. A sociedade organizada tem 
força e poder para pressionar os seus representantes e deve conquistar cada 
vez mais influência nas decisões mundiais (TAVARES, 2005). 
Desta forma, deve-se optar pela transformação das dimensões do 
desenvolvimento sustentável em critérios objetivos de políticas públicas. 
Sabe-se que o desafio da sustentabilidade, é eminentemente político, de 
aliança entre os diversos grupos sociais que impulsionam as transformações 
necessárias, sem que se reduza a questão ambiental a argumentos técnicos 
para a tomada de decisões racionais. 
Para se promover o desenvolvimento sustentável, não é possível que 
seus ideais sejam absorvidos e ficando estagnado apenas no nível da retórica, 
mantendo-se a tendência conservadora inercial dos sistemas sociais de resistir 
à mudança. 
As políticas públicas, para que possam definitivamente promover o 
desenvolvimento sustentável, devem contemplar integralmente e pôr em 
prática as suas várias dimensões no seu processo decisório.
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20 Sustentabilidade e Meio Ambiente
AUTOATIVIDADE
1 O desenvolvimento sustentável não pode se pautar em apenas mecanismos 
econômicoscomo regra para promover a sustentabilidade do planeta. São 
cinco as dimensões na qual o desenvolvimento sustentável deve ter como 
norte. Quais são as cinco dimensões? 
2 Relacione as colunas:
3 O consenso que se estabelece em torno da democracia na gestão de políticas 
públicas em torno da sustentabilidade é o do envolvimento participativo 
dos diversos atores sociais e políticos que englobam a comunidade ou 
a sociedade civil local. Quais são as organizações que favorecem este 
processo nas políticas públicas para a sustentabilidade?
A – ONU ( )
Agência multilateral ligada à ONU, 
especializada em tudo o que envolve o 
trabalho.
B – ASTM NBR ISO 14064 ( )
Compromissos com a redução das emissões 
dos gases que provocam o efeito estufa.
C – GRI ( )
Estabelece um conjunto de objetivos para o 
desenvolvimento e a erradicação da pobreza 
no mundo.
D – ISO 16001 ( )
Ferramenta que tem como finalidade auxiliar 
as organizações a gerenciarem os impactos 
sociais e ambientais. 
E – PNUD ( )
Padrão para desenvolvimento de inventários 
de emissões de GEE e projetos de mitigação 
de GEE.
F – Protocolo de Kyoto ( )
Padrão para desenvolvimento de relatórios 
de sustentabilidade.
G - ETHOS ( )
Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento.
H – Metas do Milênio ( )
Norma brasileira de responsabilidade social 
que tem caráter de sistema de gestão e é 
certificável. 
I - OIT ( )
Organização das Nações Unidas fundada em 
1945.
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21Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
GABARITO 
1 O desenvolvimento sustentável não pode se pautar em apenas mecanismos 
econômicos como regra para promover a sustentabilidade do planeta. São 
cinco as dimensões na qual o desenvolvimento sustentável deve ter como 
norte. Quais são as cinco dimensões?
R.: Social: fundamental por motivos tanto intrínsecos quanto 
instrumentais, por causa da perspectiva de ruptura social que paira 
de forma ameaçadora sobre muitos lugares problemáticos do nosso 
planeta.
Ambiental: possui duas dimensões, uma como provedores de recursos e 
outro como local para a disposição de resíduos. Todos como sistema de 
sustentação da vida. Territorial: relacionado à distribuição espacial dos 
recursos, das populações e das atividades.
Econômico: sendo a viabilidade econômica para que as coisas aconteçam.
Político: tendo como valor fundamental e um instrumento necessário 
para fazer as coisas acontecerem, por meio das políticas públicas.
2 Relacione as colunas:
A – ONU ( I )
Agência multilateral ligada à ONU, 
especializada em tudo o que envolve o 
trabalho.
B – ASTM NBR ISO 14064 ( F )
Compromissos com a redução das emissões 
dos gases que provocam o efeito estufa.
C – GRI ( H )
Estabelece um conjunto de objetivos para o 
desenvolvimento e a erradicação da pobreza 
no mundo.
D – ISO 16001 ( G )
Ferramenta que tem como finalidade auxiliar 
as organizações a gerenciarem os impactos 
sociais e ambientais. 
E – PNUD ( B )
Padrão para desenvolvimento de inventários 
de emissões de GEE e projetos de mitigação 
de GEE.
F – Protocolo de Kyoto ( C )
Padrão para desenvolvimento de relatórios 
de sustentabilidade.
G - ETHOS ( E )
Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento.
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22 Sustentabilidade e Meio Ambiente
3 O consenso que se estabelece em torno da democracia na gestão de políticas 
públicas em torno da sustentabilidade é o do envolvimento participativo 
dos diversos atores sociais e políticos que englobam a comunidade ou 
a sociedade civil local. Quais são as organizações que favorecem este 
processo nas políticas públicas para a sustentabilidade?
R.: São as organizações não governamentais que têm a capacidade de 
mobilizar e pressionar os representantes de Estado.
H – Metas do Milênio ( D )
Norma brasileira de responsabilidade social 
que tem caráter de sistema de gestão e é 
certificável. 
I - OIT ( A )
Organização das Nações Unidas fundada em 
1945.
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23Diretrizes, Políticas Públicas e Sustentabilidade
REFERÊNCIAS
ABNT NBR ISO 14064-1:2007. Especificação e orientação a organizações 
para quantificação e elaboração de relatórios de emissões e remoções de 
gases de efeito estufa, 2007.
FUKUDA-PARR, S. et al. (Orgs.). Relatório do desenvolvimento humano 
2003: Objetivos de desenvolvimento do milênio: um pacto entre nações 
para eliminar a pobreza humana. Lisboa: Mensagem Serviços de Recursos 
Editoriais, 2003.
LOUETTE, A. (Orgs.). Gestão do conhecimento: compêndio para a 
sustentabilidade: ferramentas de gestão de responsabilidade socioambiental. 
São Paulo: Antakarana Cultura, Arte e Ciência, 2007.
MONTIBELLER, F. G. Empresas, desenvolvimento e ambiente: diagnóstico 
e diretrizes de sustentabilidade. Barueri: Manole, 2007.
MONTIBELLER, F. G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio 
ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 2. 
ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.
RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO. 2003. Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio: um pacto entre nações para eliminar a 
pobreza humana. Relatório 2003. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/
rdh/>. Acesso em: 25 abr. 2012.
SACHS, I. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de 
Janeiro: Garamond, 2004.
TAVARES, E. M. F. Avaliação de políticas públicas de desenvolvimento 
sustentável: dilemas teóricos e pragmáticos. Holos, maio 2005.

Outros materiais