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Prova Direito Civil II

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QUESTÃO 1 (1 ponto) (ENADE)
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. PARCELA REMUNERATÓRIA DEVIDA A TÍTULO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXTENSÃO AOS PROCURADORES DO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. INCONSTITUCIONALIDADE. POSTERIOR SUPRESSÃO. POSSIBILIDADE. PROVIMENTO NEGADO.
1. Mandado de segurança impetrado por procurador aposentado do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, no qual questiona a supressão de parcela remuneratória paga a título de honorários advocatícios.
2. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, firmada no julgamento do RE n. 563.965/RN, em regime de repercussão geral, o servidor público não tem direito adquirido à forma de cálculo da remuneração, desde que respeitado o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos.
3. O princípio da irredutibilidade vencimental, previsto no art. 37, XV, da CF/88, não alberga a pretensão de se manter o pagamento de verba remuneratória considerada ilegal ou inconstitucional.
4. A extensão da parcela remuneratória - instituída em favor dos ocupantes dos cargos de Procurador do Quadro Geral do Pessoal da Prefeitura do Município de São Paulo - aos Procuradores do Tribunal de Contas Municipal, atenta contra o art. 37, XIII, da Constituição Federal, que veda a vinculação ou a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, além de apresentar inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa.
5. Possibilidade de supressão de vantagens ilegais, por intermédio de lei ou pela própria Administração, sem que haja ofensa ao princípio do direito adquirido e à garantia da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes.
6. Manutenção do acórdão recorrido, tendo em vista o princípio que veda a reformatio in pejus.
7. Recurso ordinário em mandado de segurança não provido, com a revogação da liminar deferida nos autos da MC n. 11.490/SP.
(RMS 20.728/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 23/02/2015)
Tendo em vista o acórdão acima, considere as asserções abaixo e assinale a opção correta:
Pode ser feita a revogação de norma inconstitucional com efeitos sobre as situações jurídicas consolidadas durante a sua vigência. 
PORQUE
A proteção constitucional ao direito adquirido não se aplica contra a Administração Pública.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
QUESTÃO 2 (1 ponto) – Estabeleça a distinção entre negócio jurídico principal e acessório. Fundamente e dê exemplos.
	Os negócios jurídicos são principais quando existem em si e por si mesmos, enquanto os acessórios só fazem sentido 
	quando relacionados a um negócio principal. Assim, o contrato de locação imobiliária será principal em relação ao de 
	fiança, acessório: é perfeitamente possível existir e executar uma locação sem a garantia de um fiador, mas a fiança serve 
	exclusivamente para garantir uma obrigação e, portanto, não terá qualquer efeito se, por exemplo, não chegar a ser assinado 
	o contrato em que se estabeleceria a obrigação “garantida”.
	
	
	
	
	
QUESTÃO 3 (1 ponto) - Estabeleça a distinção entre contrato escrito e prova documental. Fundamente e dê exemplos.
	A prova documental é todo registro material de um fato, não importa qual seja a forma desse registro nem o seu suporte 
	. Assim, além de textos escritos, consideram-se documentos também as fotografias, as gravações de sons, de imagens
	ou de sons e imagens, os documentos informáticos etc., estejam eles em papel, meio magnético, pedra, memória
	de computador ou qualquer outro suporte material. Os documentos escritos são uma espécie de prova documental, e os 
	contratos escritos (instrumentos), uma subespécie.
	
	
	
	
	
QUESTÃO 4 (1 ponto) –Fale sobre conceito de negócio jurídico. Fundamente e dê exemplos.
	Os negócios jurídicos são os atos cujos efeitos são determinados pelas partes, dentro dos limites legais. A vontade do 
	agente não determina somente o aperfeiçoamento e a validade do ato, mas também os seus efeitos e a própria 
	interpretação dos termos em que foi expressa (palavras escritas ou faladas, gestos etc.). O Direito reconhece aos negócios 
	jurídicos os próprios efeitos desejados por quem os praticou. Por isso, na sua interpretação, deve procurar-se mais a 
	intenção das partes do que o sentido literal de suas palavras no momento da declaração de vontade. O melhor exemplo 
	de negócio jurídico é o contrato, em que, obedecidas eventuais restrições legais, as partes têm ampla liberdade para criar 
	direitos e deveres recíprocos, estabelecendo sua natureza, condições, limites e toda a sorte de consequências.
	
QUESTÃO 5 (3 pontos) - Faça uma dissertação curta sobre o “tu quoque?” (consequência da má-fé).
	A forma da dissertação é escolha individual de cada aluno, mas é importante que ela aborde com propriedade os seguintes
	temas: a) princípio da boa-fé; b) exigência de boa-fé por parte de todo sistema jurídico, em particular o direito romano; 
	c) caráter objetivo da boa-fé exigida pelo Direito Civil; d) efeitos da má-fé nas relações jurídicas e suas espécies: venire 
	contra factum proprium; Tu quoque, supressio; surrectio; e) tu quoque: origem da expressão; proibição de comportamento
	Contraditório; exemplos
QUESTÃO 6 (3 PONTOS)
CIVIL E PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. PRESCRIÇÃO. REDUÇÃO ZONA DE ATUAÇÃO. REMUNERAÇÃO. ANUÊNCIA TÁCITA DO REPRESENTANTE. COMISSÃO.
1. Discussão relativa à prescrição da pretensão do representante comercial de receber diferenças de comissão e à alegada nulidade de cláusulas que permitiram a redução unilateral e paulatina de área de atuação em contrato de representação, que não contém cláusula de exclusividade, por violação ao disposto no art. 32, § 7º, da lei 4.886/65.
2. Esta Corte tem entendimento pacífico no sentido da aplicação do prazo prescricional de 5 anos, para contratos de representação comercial celebrados após a entrada em vigor da Lei 8.420/92, sem fazer qualquer ressalva em relação à condição de falido ou não do representado.
3. As modificações introduzidas pela Lei 8.420/92, no tocante ao prazo prescricional, não podem retroagir para atingir as pretensões relativas ao primeiro pacto, visto que o instituto dos contratos é regido pela lei do tempo da sua assinatura, devendo ser aplicado o prazo prescricional do art. 177 do CC/16, para a pretensão de recebimento de diferenças de comissão, no período compreendido entre 01/10/1990 e 01/03/1994.
4. A existência de fundamento do acórdão recorrido não impugnado - quando suficiente para a manutenção de suas conclusões - impede a apreciação do recurso especial.
5. O princípio da boa-fé objetiva torna inviável a pretensão da recorrente, de exigir retroativamente valores a título da diferença, que sempre foram dispensados, frustrando uma expectativa legítima, construída e mantida ao longo de toda a relação contratual pela recorrida.
6. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 1323404/GO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/08/2013, DJe 05/09/2013)
Leia o inteiro teor dos votos, que constituem parte integrante do acórdão acima e responda ao seguinte:
As normas que reduzem prazos prescricionais civis podem retroagir (1 ponto)? 
As normas que aumentam prazos prescricionais civis podem retroagir (1 ponto)? 
Explique, com suas palavras, o item 5 do acórdão acima. (1 ponto)
	A jurisprudência, tratando do Direito Penal, concluiu que as causas de extinção da punibilidade são institutos(ainda que não
	exclusivamente) de direito material, e não meramente processual, de maneira que a lei que aumentar o prazo prescricional só 
	é aplicável aos crimes praticados a partir de sua edição, admitindo-se, todavia, a aplicação retroativa da lei nova que o 
	reduzir. Ocorre que no Direito Civil existe a contraposição de interesses de partes iguais entre si (princípio da isonomia), 
	razão pela qual não se pode falar em retroatividade da lei “mais benigna”: a lei nova mais vantajosa para uma das partes será 
	necessariamente desvantajosa para a outra, que tem tanto direito de alegar proteção contra a retroatividade quanto a primeira.
	Por tal razão, a melhor conclusão é a de que os prazos prescricionais do direito civil, uma vez iniciados, não podem ser 
	modificados por lei posterior, seja para aumento seja para redução, mesmo que venha a ocorrer causa de suspensão ou 
	interrupção. É, no entanto, admissível tese contrária, visto que o art. 2028 do Código Civil expressamente dispôs de outra
	forma. Todavia, existe um equívoco no entendimento do STJ acima: tratando-se de uma relação continuada, a prescrição
	de cada parcela que venha a ser devida ao longo do tempo corre independentemente das demais, bem como aquela relativa 
	ao fundo de direito; assim, devem sujeitar-se ao prazo prescricional previsto no CC/1916 apenas a discussão do próprio 
	contrato em si e a das prestações cujo fato originador tenha ocorrido até o início da vigência da Lei n.º 8.240/1992, pouco 
	importando a data do contrato que estabeleceu normas privadas entre as partes; de outro modo, estaríamos admitindo 
	“direito adquirido” a regime jurídico. Por isso, a discussão quanto à nulidade de cláusulas contratuais deve seguir o prazo 
	prescricional previsto na lei vigente ao tempo em que foram contratadas, mas as diferenças de comissão devem seguir a lei
	vigor na data de cada venda, pouco importando a data em que foi contratada a representação comercial.
	
A forma de resposta à 3ª pergunta é individual de cada aluno, mas ela deve tratar da proibição de comportamento 
	contraditório como aplicação do princípio da boa-fé objetiva, sendo o caso deste acórdão diverso do “tu quoque”
	na medida em que não se tratava de parte que houvesse infringido suas próprias obrigações.

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