Buscar

Poder Executivo

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

PODER EXECUTIVO 1º 2015.doc
�
CURSO: Direito	
DISCIPLINA:	Direito Constitucional
PERÍODO MINISTRADO/SEMESTRE/ANO:	1º/2015
PROFESSOR:	Juliano Vieira Alves
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
�
�
PODER EXECUTIVO
Às vezes a Constituição Federal designa o conceito como função ou atribuição de um Poder (art. 2º), ora como órgão (cargo e ocupante) (art. 76).
A competência do Poder Executivo é disciplinada pela CF
O desenvolvimento de sua atividade é infralegal
Celso Bastos: a função de administrar é a “...prática, pelo Estado, como parte interessada de uma relação jurídica, de atos infralegais destinados a atuar praticamente nas atividades descritas na lei”.
Funções típicas administrar
Outras atribuições
Expedição de atos com força de lei – 62
De natureza política:
Participação no processo legislativo: iniciativa, sanção, veto e promulgação das leis; deflagração do processo de Emendas Constitucionais
A IMPORTÂNCIA DO PODER
Estado Liberal – Estado Social – Estado Regulador
Antes o aparato estatal trabalhava omisso, abstendo-se de forma subserviente às liberdades individuais
Hoje, tem-se “...um Estado ativo, interventivo, prestacional e, por último, policêntrico, com a pulverização do poder estatal entre as agências reguladoras independentes”�.
Surgem então as políticas públicas
Elas se concretizam por ações positivas do Estado
O fundamento das políticas públicas são os direitos sociais
As Políticas públicas harmonizam as atividades estatais e privadas com o intuito de realizar os objetivos que são socialmente relevantes e determinados politicamente
As políticas públicas são o resultado do trabalho conjunto do Legislativo e do Executivo
Mas é no Executivo que recai a responsabilidade mais relevante: ele idealiza toda a estratégia do programa político
Ele é que escolhe os caminhos a serem seguidos: onde investir? De onde tirar a receita?
A prevalência do Poder Executivo: “É inconstitucional qualquer tentativa do Poder Legislativo de definir previamente conteúdos ou estabelecer prazos para que o Poder Executivo, em relação às matérias afetas a sua iniciativa, apresente proposições legislativas, mesmo em sede da Constituição estadual, porquanto ofende, na seara administrativa, a garantia de gestão superior dada ao chefe daquele Poder. Os dispositivos do ADCT da Constituição gaúcha, ora questionados, exorbitam da autorização constitucional de auto-organização, interferindo indevidamente na necessária independência e na harmonia entre os Poderes, criando, globalmente, na forma nominada pelo autor, verdadeiro plano de governo, tolhendo o campo de discricionariedade e as prerrogativas próprias do chefe do Poder Executivo, em ofensa aos arts. 2º e 84, II, da Carta Magna.” (ADI 179, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 19-2-2014, Plenário, DJE de 28-3-2014).
NOTA DE ATUALIDADE
Ver a função do chefe do poder executivo no plano plurianual, no projeto de lei de diretrizes orçamentárias e nas propostas de orçamento - 84, XXIII; 165, §§ 1º e 2º participação do CN: 48, II e 63, I.
A esse respeito, analisar criticamente o art. 5º do Decreto nº 8.243/2014 – a função deliberativa dos “mecanismos de participação social”
Existe um Projeto de Decreto Legislativo (nº 1491/14)� que suspende os efeitos do decreto – ver abaixo e o art. 49, V – fundamento a soberania popular deve ser realizada na forma do art. 14
“Não negamos que as políticas públicas, por estarmos num Estado de Direito onde nos sujeitamos ao princípio da legalidade, dependam do legislativo para realizar as suas metas, contudo, é no Executivo, poder que preponderantemente exerce a função administrativa, que são idealizadas essas políticas, é dele o papel de articulação e organização dos fatores de desenvolvimento, pois, é o Executivo que dispõe, ou deveria dispor de técnicos habilitados para traçar essas estratégias governamentais, e, é tarefa do direito administrativo constitucionalizado, ou seja, do novo direito administrativo, regular essas atividades políticas, pois são elas, não mais que a expressão da competência discricionária da Administração”�.
DISCRICIONARIEDADE: “Tem sua raiz no verbo latino discernere, o que significa separar, distinguir ou avaliar, verbos que em nada pressupõem liberdade de ação, opção de escolher exteriorização de vontade pessoal. Ao contrário, equivalem a prognóstico técnico, preciso, fruto de uma avaliação da situação concreta a fim de ser tomada a decisão mais adequada ao caso concreto, ou seja, aquela que melhor atenda ao interesse coletivo”�.
Poder Judiciário e Políticas Públicas
		RECURSO EXTRAORDINÁRIO - CRIANÇA DE ATÉ SEIS ANOS DE IDADE - ATENDIMENTO EM CRECHE E EM PRÉ-ESCOLA - EDUCAÇÃO INFANTIL - DIREITO ASSEGURADO PELO PRÓPRIO TEXTO CONSTITUCIONAL (CF, ART. 208, IV) - COMPREENSÃO GLOBAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL À EDUCAÇÃO - DEVER JURÍDICO CUJA EXECUÇÃO SE IMPÕE AO PODER PÚBLICO, NOTADAMENTE AO MUNICÍPIO (CF, ART. 211, §2º) - RECURSO IMPROVIDO. - A educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, que, deferida às crianças, a estas assegura, para efeito de seu desenvolvimento integral, e como primeira etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV). - Essa prerrogativa jurídica, em conseqüência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta, em favor das "crianças de zero a seis anos de idade" (CF, art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental, apta a frustrar, injustamente, por inércia, o integral adimplemento, pelo Poder Público, de prestação estatal que lhe impôs o próprio texto da Constituição Federal. - A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. - Os Municípios - que atuarão, prioritariamente, no ensino fundamental e na educação infantil (CF, art. 211, §2º) - não poderão demitir-se do mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi outorgado pelo art. 208, IV, da Lei Fundamental da República, e que representa fator de limitação da discricionariedade político-administrativa dos entes municipais, cujas opções, tratando-se do atendimento das crianças em creche (CF, art. 208, IV), não podem ser exercidas de modo a comprometer, com apoio em juízo de simples conveniência ou de mera oportunidade, a eficácia desse direito básico de índole social. - Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar, ainda que em bases excepcionais, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas pelos órgãos estatais inadimplentes, cuja omissão - por importar em descumprimento dos encargos político-jurídicos que sobre eles incidem em caráter mandatório - mostra-se apta a comprometer a eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. A questão pertinente à "reserva do possível" Doutrina - RE 410715 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 22/11/2005.
PARADIGMAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO EM XEQUE
o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado
a vinculação positiva à lei como submissão total do agir administrativo à vontade do legislador
a impossibilidade de revisão judicial do mérito do ato administrativo
QUADRO COMPARATIVO DOS SISTEMAS DE GOVERNO
Presidencialismo e parlamentarismo no
Brasil - José Afonso da Silva - texto escrito em setembro de 1988 - http://www.bibliojuridica.org/libros/2/899/34.pdf 
Ver o artigo 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
		PRESIDENCIALISMO
		PARLAMENTARISMO
		“criação norte-americana�;
Eleição do Presidente da República pelo povo, para mandato determinado;
Ampla liberdade para escolher os Ministros de Estado, que o auxiliam e podem ser demitidos ad nutum, a qualquer tempo”
		“produto de longa evolução histórica;
Adquiriu os contornos atuais no final do século XIX, recebendo forte influência inglesa;
O Primeiro-Ministro, que é quem exerce, de fato, a função de Chefe de Governo, é apontado pelo Chefe de Estado, só se tornando Primeiro-Ministro com a aprovação do Parlamento;
O Primeiro-Ministro, também, não exerce mandado por prazo determinado, pois poderá ocorrer a queda de governo por dois motivos, a saber: se perder a maioria parlamentar pelo partido que pertence, ou através do voto de desconfiança; possibilidade de dissolução do Parlamento, declarando-se extintos os mandatos pelo Chefe de Estado e convocando-se novas eleições”
		Características para Bernardo Gonçalves Fernandes (2012, p. 886)
		Há uma identidade entre chefia de estado e chefia de governo (são a mesma pessoa)
		Não há identidade entre chefia de estado e chefia de governo
		Chefia de Estado: é aquele que exerce função simbólica de representar internacionalmente o país e de corporificar a sua unidade interna
		Chefe de estado pode ser um rei (um monarca) ou mesmo um presidente
		Chefe de governo: é aquele que executa as políticas públicas, que gerencia a máquina pública. Ou seja, é quem efetivamente governa e também exerce a liderança da política nacional
		Chefe de governo é o chamado de 1º ministro, que exerce o governo conjuntamente com o seu gabinete (conselho de ministros).
		Não há identidade entre Poder Legislativo e Executivo. O Presidente tem que construir uma maioria no parlamento a posteriori. Geralmente o presidente é eleito sem maioria no parlamento
		Tem uma identidade entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo, via de regra. A chefia de governo é tirada da maioria parlamentar (maioria construída a priori). É dessa maneira que sai o 1º ministro e o gabinete
		Estabilidade de governo. Há a figura dos mandatos fixos para o cargo de presidente
		Estabilidade democrática. Privilegia estabilidade construída pelo povo nos processos democráticos. Pode até existir a figura do mandato mínimo e do mandato máximo, todavia ele não é fixo. Nesse sentido, tem por fundamento a existência dos institutos:
I) possibilidade de queda do gabinete pelo parlamento (através da “moção de censura” ou “voto de desconfiança”)
II) possibilidade cotidiana de dissolução do parlamento pelo gabinete (pelo 1º ministro e seu conselho de ministros)
		Alexandre de Moraes
Diferentemente do Parlamentarismo, no Presidencialismo, não há prévia fixação de programas de governo apresentados pelo Chefe do Executivo e aprovados pelo Poder Legislativo, pois no regime presidencialista, como salientado por André Franco Montoro, "o programa de governo é a vontade do Presidente que pode modificá-lo a seu arbítrio a qualquer tempo, o que provoca instabilidade e insegurança para maiores empreendimentos"; o que, não raras vezes acarreta situações de instabilidade institucional entre ambos os Poderes.
O maior dos desafios que se coloca ao presidencialismo permanece sendo alcançar um ponto de equilíbrio entre o efetivo alargamento e centralização de poder na figura do Presidente da República, eleito pelo povo, direta ou indiretamente, e detentor das esperanças da maioria dos cidadãos; e a necessidade de maiores mecanismos de controles e participação na condução dos negócios políticos do Estado por parte dos demais poderes, em especial do Poder Legislativo, 68pois em virtude da magnitude das funções presidenciais, o Presidente ocupa um cargo que não pode ser prontamente assimilado por aqueles de outros ramos e depende, essencialmente, do apoio congressual para implementação de seus projetos políticos, econômicos e sociais (MORAES, Alexandre de. Presidencialismo. A evolução do relacionamento entre os poderes executivo e legislativo. Revista dos Tribunais. v. 92, n. 817, p. 731-749, nov. 2003).
		CARACTERÍSTICAS DO PRESIDENCIALISMO (TAVARES, 2012, p. 1319)
		(a) o Presidente exerce o papel de Chefe de Estado e de chefe do governo concomitantemente
		(b) os Ministros são meros auxiliares do Chefe do Poder Executivo e demissíveis por ele a qualquer momento
		(c) o Presidente não tem grande participação no processo legislativo
		(d) o povo é quem elege, direta ou indiretamente, o Chefe do Executivo para o cumprimento de um mandato e não Parlamento
		nada obstante a autonomia do Presidente da República diante do Congresso Nacional (ele não precisa do apoio do Parlamento para manter-se no poder), André Ramos Tavares ressalta:
		(a) “...o êxito de sua política governamental na direção do País vai depender de um bom relacionamento com o Legislativo, único meio que lhe pode assegurar a efetividade de seus programas, uma vez estes dependem, em um Estado de Direito, de leis e da aprovação de verbas que custeiem a realização das metas assinaladas” (TAVARES, 2012, p. 1319)
		(b) “Apesar da independência do Executivo, mencionada constitucionalmente, esse Poder responde por seus atos contrários à lei perante o Judiciário e, eventualmente, perante o próprio Legislativo. Essa responsabilidade alcança tanto o Estado como pessoa política quanto os agentes públicos no exercício de cargo” (TAVARES, 2012, p. 1322)
O presidente da República Federativa do Brasil, como chefe do Poder Executivo, enfeixa as funções de Chefe de Estado e as de Chefe de Governo.
Nosso sistema de governo é o presidencialismo (art. 84)
Tradição brasileiro desde a Constituição Federal de 1891
Independe do controle do Congresso Nacional para estar no cargo;
Tem mandato fixo de quatro anos – no sistema de governo Parlamentar, existe essa dependência do Congresso Nacional.
	São características básicas do presidencialismo (MORAES, 2014, pp. 487/488):
	1. ser um sistema de governo surgido com o modelo clássico da separação de Poderes apontado por Montesquieu;
	2. consagrar a unipessoalidade na Chefia do Estado e na Chefia de Governo. O Presidente da República, como chefe de Estado, representa o país nas suas relações internacionais, bem como corporifica a unidade interna do Estado. Como chefe de Governo, a função presidencial corresponde à representação interna, na gerência dos negócios internos, tanto de natureza política (participação no processo legislativo), como de natureza eminentemente administrativa. Assim, o Chefe de Governo exercerá a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa;
	3. garantir a independência entre Executivo e Legislativo. No presidencialismo, o Poder Executivo concentra-se na pessoa do Presidente, que o exerce, em regra, sem responsabilidade política perante o Poder Legislativo, que somente poderá ser julgado por crimes de responsabilidade em casos extremados como o impeachment. A irresponsabilidade política do Chefe do Executivo engloba seu ministério, por ele demissível ad nutun, sem nenhuma dependência ou vinculação política com o Congresso; pois, na implantação da Separação de Poderes pelos Estados Unidos da América, os poderes são iguais e visam a um relacionamento harmônico, não podendo nenhum deles atentar contra a existência, independência ou funcionamento dos demais. Assim, o Presidente da República não possui o poder de dissolver o Congresso Nacional, e tampouco o Poder Legislativo pode demitir o Chefe do Executivo ou influir na escolha de seus auxiliares diretos (Ministros, Secretários);
4. prever a derivação dos poderes presidenciais diretamente do povo, em virtude seja - em regra - por eleições diretas, seja - excepcionalmente - por eleições indiretas, como ocorre nos Estados Unidos da América, desde o início do presidencialismo;
	5. poder responsabilizar o Presidente da República, penal e politicamente, por crime de responsabilidade.
“...Montesquieu concebeu o Poder Executivo como definidor e realizador constante da política de ordem interna e das relações exteriores” (MORAES, 2014, p. 488).
FUNÇÕES/ATRIBUIÇÕES:
típicas: “Exercendo funções típicas, o órgão executivo pratica atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração”(Lenza).
“É a função administrativa (de administração da coisa pública). Ou seja, é a função de execução de políticas públicas, fomento, gerenciamento e desenvolvimento da máquina administrativa” (FERNANDES, 2012, p. 885).
atípicas: “Atipicamente, o Executivo legisla, por exemplo, através de medida provisória (art. 62) e julga, no ‘contencioso administrativo’”(idem)
observações importantes sobre o julgamento: não se trata de função jurisdicional stricto sensu, pois:
(a) não há neutralidade ou equidistância
(b) não há definitividade – os julgamentos podem ser revistos pelo judiciário
“Pode dizer-se de modo geral, que se trata de órgão constitucional (supremo) que tem por função a prática de atos de chefia de estado, de governo e de administração” (José Afonso).
“O Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua é a prática dos atos de chefia de estado, de governo e de administração” (MORAES, 463).
A organização está baseada na hierarquia.
O chefe dessa hierarquia é o titular do posto administrativo máximo
Presidente – âmbito federal
Governador – estados, DF e Territórios
Prefeito – municípios
“...apenas no caso de Governador dos Territórios não haverá eleição direta, porquanto os arts. 33, §3º, 52, III, c, e 84, XIV, da CF/88 previram expressamente sua nomeação pelo Presidente da República, mesmo porque os Territórios pertencem à União” (PUCCINELLI JÚNIOR, 2013, p. 496)
O que significa ser Chefe de Estado e ser Chefe de Governo?
Resultado da Revolução Francesa
		ATOS DE GOVERNO
		ATOS MERAMENTE ADMINISTRATIVOS
		Alto grau de decisão política
Fixa metas
Aponta diretrizes
Função política
Discricionária
Livre de apreciação judicial
		Concreção das metas fixadas
Administração propriamente dita
Serviços públicos
Intervenção
Fomento
Polícia
		Para Di Pietro, não existe uma separação precisa entre essas duas funções (política e administrativa)
		...como chefe de Estado, o presidente representa, pois, nas suas relações internacionais (art. 84, VII e VIII, XIX), bem como corporifica a unidade interna do Estado.
Como chefe de Governo, a função presidencial corresponde à representação interna, na gerência dos negócios internos, tanto os de natureza política (participação no processo legislativo), como nos de natureza eminentemente administrativa (art. 84, I, II, III, IV, V, VI, IX a XXVII). Assim, o Chefe de Governo exercerá a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa (MORAES, p. 464).
		Chefe de Estado: “..é aquele que tem a tarefa de representar o país no âmbito internacional e no âmbito interno. Por que o Chefe de Estado é considerado irresponsável por seus atos políticos? Porque só presta contas ao cidadão, não ao Poder Legislativo”
Chefe de Governo: “...é responsável por comandar a Administração Pública, devendo prever e executar as metas de desenvolvimento” (TAVARES, 2012, p. 1320)
		Chefia de Governo: “...exercício das atividades de governo tanto de natureza política quanto a participação no processo legislativo, bem como de natureza administrativa propriamente dita no desenvolvimento das políticas públicas, fomento e gerenciamento da máquina administrativa” (TAVARES, 2012, p. 892)
		AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. ART. 37, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EC Nº 19, DE 4 DE JUNHO DE 1998). Norma constitucional que impõe ao Presidente da República o dever de desencadear o processo de elaboração da lei anual de revisão geral da remuneração dos servidores da União, prevista no dispositivo constitucional em destaque, na qualidade de titular exclusivo da competência para iniciativa da espécie, na forma prevista no art. 61, §1º, II, a, da CF. Mora que, no caso, se tem por verificada, quanto à observância do preceito constitucional, desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze meses da data da edição da referida EC nº 19/98. Não se compreende, a providência, nas atribuições de natureza administrativa do Chefe do Poder Executivo, não havendo cogitar, por isso, da aplicação, no caso, da norma do art. 103, §2º, in fine, que prevê a fixação de prazo para o mister. Procedência parcial da ação. ADI 2061, Relator: Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado em 25/04/2001, DJ 29-06-2001.
Saliente-se que os critérios são diversos. Por exemplo, a classificação de José Afonso da Silva é a seguinte:
Chefe do Estado: VII, VIII, XVIII, XIV (STF), XV, XVI (magistrados), XIX, XX, XXI e XXII.
Chefe do Governo: I, III, IV, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XVII, XVIII, XXIII, XXIV e XXVII.
Chefe da Administração Federal: II, VI, XVI (AGU), XXIV e XXV.
A leitura das atribuições revelam a escolha pelo sistema presidencialista
No parlamentarismo, a função de chefe de estado é exercida pelo presidente ou monarca – o chefe de governo é o primeiro ministro que chefia o gabinete
No parlamentarismo, desloca-se uma parcela da atividade executiva para o legislativo
Fortalece-se o parlamento, pois além de inovar na ordem jurídica desempenha função executiva
No presidencialismo, as funções ficam nitidamente separadas
Do rol de atribuições, seus poderes e recursos transformam o PR em chefe da nação e condutor da vida pública nacional, pois
nomeia ministros, magistrados, diplomatas e altos funcionários dos bancos públicos
		"No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior ao procedimento" (SÚM. 627).
“Trata-se de função institucional de altíssimo relevo, que integra o complexo processo de legitimação política dos órgãos judiciários superiores, com participação dos poderes constituídos. Especialmente, o Poder Executivo, mediante a nomeação do escolhido e o Legislativo (no caso, o Senado Federal), por meio da aprovação” (MENDES, 2013, p. 929)
"A Constituição do Estado do Mato Grosso, ao condicionar a destituição do Procurador-Geral do Estado à autorização da Assembleia Legislativa, ofende o disposto no art. 84, XXV e art. 131, §1º da CF/88. Compete ao Chefe do Executivo dispor sobre as matérias exclusivas de sua iniciativa, não podendo tal prerrogativa ser estendida ao Procurador-Geral do Estado. A Constituição Estadual não pode impedir que o Chefe do Poder Executivo interfira na atuação dos Procurados do Estado, seus subordinados hierárquicos. É inconstitucional norma que atribui à Procuradoria-Geral do Estado autonomia funcional e administrativa, dado o princípio da hierarquia que informa a atuação dos servidores da Administração Pública. O cargo de Procurador Geral do Estado é de livre nomeação e exoneração pelo Governador do Estado, que pode escolher o Procurador Geral entre membros da carreira ou não. Precedentes. A garantia da inamovibilidade é conferida pela Constituição Federal apenas aos Magistrados, aos membros do Ministério Público e aos membros da Defensoria Pública, não podendo ser estendida aos Procuradores do Estado. Em síntese, a autonomia conferida aos Estados pelo art. 25, caput da Constituição
Federal não tem o condão de afastar as normas constitucionais de observância obrigatória" (ADI 291, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 07/04/2010)
é o chefe das Forças Armadas;
tem ampliada sua ingerência no Processo Legislativo
Convoca o Congresso Nacional extraordinariamente – 57, §6º, II
DECRETO REGULAMENTAR
O veículo de manifestação do Presidente da República é o decreto.
Por meio desse instrumento, o chefe do Poder Executivo exercita suas principais funções jurídicas – se manifesta – materializa suas competências
O “...poder regulamentar, conferido ao Presidente da República pela Constituição, consiste no mais importante meio pelo qual a Administração Pública exerce atividade normativa secundária...” (Clèmerson Merlin Clève, apud MENDES, 2013, P. 919)
Celso Antônio Bandeira de Mello: é o regulamento “ato geral e (de regra) abstrato, de competência privativa do chefe do Poder Executivo, expedido com a estrita finalidade de produzir as disposições operacionais uniformizadoras necessárias à execução de lei cuja aplicação demande atuação da Administração Pública” (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 8ª. ed. São Paulo: Malheiros, 1996, p. 184).
Esse poder tem limites:
"Constitucional. Administrativo. Mandado de segurança. Município do Rio de Janeiro. União Federal. Decretação de estado de calamidade pública no sistema único de saúde no município do Rio de Janeiro. Requisição de bens e serviços municipais. Decreto 5.392/2005 do presidente da República. Mandado de segurança deferido. (...) Ressalvas do relator quanto ao fundamento do deferimento da ordem: (...) (iii) nulidade do § 1º do art. 2º do decreto atacado, por inconstitucionalidade da delegação, pelo presidente da República ao ministro da Saúde, das atribuições ali fixadas; (...)." (MS 25.295, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-4-05, DJ de 5-10-07)
O art. 84, IV, fala sobre decreto e regulamento
Existem, pois, decretos inominados e regulamentos (decretos regulamentares).
Existem leis auto-executáveis que não exigem regulamentação: leis processuais, civis, penais, trabalhistas: seus destinatários são os particulares e o órgão judiciário (interpretar e aplicar)
Outras precisam de um outro regulamento para que seja dado fiel cumprimento ao que preceituam: são os decretos regulamentares
		No seu poder regulamentar, o PR
		estabelece fórmulas para viabilizar a aplicação das leis
		
		Torna operativa a lei
		
		facilita a sua execução
		
		dispõe sobre normas destinadas à administração para a boa observância do preceito legal
O conteúdo é predeterminado pela lei: “Não pode, assim, desbordar dos limites legais, sob pena de imediata ilegalidade e mediata inconstitucionalidade” (TEMER, 2008, p. 160)
Dessa forma, a diferença entre a Lei e o regulamento não se limita a) à origem; e b) à supremacia daquela sobre este.
A principal distinção é que somente a lei pode inovar originalmente no ordenamento jurídico.
		O regulamento não altera, tão-somente:
		1) fixa
		a) as regras orgânicas e processuais destinadas a por em execução os princípios institucionais estabelecidos pela lei
		
		
		b) as diretrizes, em pormenor, por ela determinada
		
		2) desenvolve os preceitos constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro da órbita por ela circunscrita
SE O REGULAMENTO EXTRAPOLAR A LEI:
vício de ilegalidade: ADI 1866: não cabe controle de constitucionalidade, mas de legalidade e de modo difuso
"Os atos regulamentares, cujo conteúdo ultrapasse o que na lei regulamentada se contém, podem estar eivados de ilegalidade" (ADI 4176 AgR, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012)
O Congresso Nacional pode sustar esse ato normativo – 49, V
Fere o princípio da legalidade – 5º, II
Separação de poderes – 2º
Cláusula pétrea – 60, §4º, III
A expedição de normas gerais e abstratas é função típica do legislativo
Se o constituinte quisesse outorgar esse poder ao Presidente da República, faria expressamente como fez no art. 62.
O Decreto regulamentador obriga diretamente os agentes públicos
Não obriga os administrados, pois não é lei
Os administrados ficam submetidos às formalidades estabelecidas no regulamento
Somente as leis que devem ser executadas pelo Poder Executivo é que demandam regulamento – a aplicação deve demandar atividades executiva
O CASO DO DECRETO Nº 8.243, DE 23 DE MAIO DE 2014:
Decreto nº 8.243/2014: Institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá outras providências. Decreto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm 
Projeto de Decreto Legislativo nº 1491/14, do deputado Mendonça Filho, que suspende os efeitos do decreto da presidente Dilma Rousseff: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1258271&filename=PDC+1491/2014 
EXISTEM REGULAMENTOS AUTÔNOMOS? – EC 32/2000
Em outros termos, pode haver decretos independentes de lei preexistente?
A regra é que o conteúdo e a amplitude do regulamento devem estar definidos em lei e subordinado a seus preceitos
“A nosso parecer, o texto constitucional não acolhe os regulamentos autônomos” (TEMER, 2008, p. 162)
“Onde se estabelecem, alteram-se ou extinguem-se direitos, não há regulamento – há abuso do poder regulamentar, invasão de competência legislativa” (Pontes de Miranda)
O regulamento é sempre dependente da lei: “Este último traço é que faz do regulamento, além de regra de menor força jurídica que a lei, norma depende dela, pois forçosamente a pressupõe, sem o quê nada poderia dispor. No direito pátrio, sem a lei não haveria espaço jurídico para o regulamento” Celso Antônio Bandeira de Mello.
“...a atuação do Poder Executivo não tem força criadora autônoma, nem parece dotada de condições para inovar decisivamente na ordem jurídica, uma vez que se cuida de atividades que, em geral, estão amplamente reguladas na ordem jurídica” (MENDES, 2013, p. 923)
		A QUESTÃO DA INTERPRETAÇÃO: “Se a interpretação administrativa da lei, que vier a consubstanciar-se em decreto executivo, divergir do sentido e do conteúdo da norma legal que o ato secundário pretendeu regulamentar, quer porque tenha este se projetado ultra legem, quer porque tenha permanecido citra legem, quer, ainda, porque tenha investido contra legem, a questão caracterizará, sempre, típica crise de legalidade, e não de inconstitucionalidade, a inviabilizar, em conseqüência, a utilização do mecanismo processual da fiscalização normativa abstrata. O eventual extravasamento, pelo ato regulamentar, dos limites a que materialmente deve estar adstrito poderá configurar insubordinação executiva aos comandos da lei. Mesmo que, a partir desse vício jurídico, se possa vislumbrar, num desdobramento ulterior, uma potencial violação da Carta Magna, ainda assim estar-se-á em face de uma situação de inconstitucionalidade reflexa ou oblíqua, cuja apreciação não se revela possível em sede jurisdicional concentrada” ADI 3.805-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-4-09, Plenário, DJE de 14-8-09.
		“Pagamento de servidores públicos da administração federal. Liberação de recursos. Exigência de prévia autorização do presidente da República. Os arts. 76 e 84, I, II e VI, a, todos da CF, atribuem ao presidente da República a posição de chefe supremo da administração pública federal, ao qual estão subordinados os ministros de Estado. Ausência de ofensa ao princípio da reserva legal, diante da nova redação atribuída ao inciso VI do art. 84 pela EC 32/2001, que permite expressamente ao presidente da República dispor, por decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, quando isso não implicar aumento de despesa ou criação de órgãos públicos,
exceções que não se aplicam ao decreto atacado” (ADI 2.564, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 8-10-2003, Plenário, DJ de 6-2-2004.)
		IMPORTANTE: CONSTITUCIONAL. VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO. ART. 3. DA LEI N. 12.382, de 25.2.2011. VALOR NOMINAL A SER ANUNCIADO E DIVULGADO POR DECRETO PRESIDENCIAL. DECRETO MERAMENTE DECLARATÓRIO DE VALOR A SER REAJUSTADO E AUMENTADO SEGUNDO ÍNDICES LEGALMENTE ESTABELECIDOS. OBSERVÂNCIA DO INC. IV DO ART. 7º�. DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. 1. A exigência constitucional de lei formal para fixação do valor do salário mínimo está atendida pela Lei n. 12.382/2011. 2. A utilização de decreto presidencial, definida pela Lei n. 12.382/2011 como instrumento de anunciação e divulgação do valor nominal do salário mínimo de 2012 a 2015, não desobedece o comando constitucional posto no inc. IV do art. 7o. da Constituição do Brasil. A Lei n. 12.382/2011 definiu o valor do salário mínimo e sua política de afirmação de novos valores nominais para o período indicado (arts. 1º. e 2º�.). Cabe ao Presidente da República, exclusivamente, aplicar os índices definidos legalmente para reajuste e aumento e divulgá-los por meio de decreto, pelo que não há inovação da ordem jurídica nem nova fixação de valor" - ADI 4568, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 03/11/2011.
DELEGAÇÕES:
O parágrafo único do art. 84 afirma a possibilidade de o Presidente da República delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
O inciso XXV só na primeira parte: “Com isso, com base no inciso XXV não há como o Presidente da República delegar (ou aos Ministros ou ao AGU ou PGR) a extinção dos referidos cargos. Porém, esses cargos podem ser extintos, segundo boa parte da doutrina, mediante delegação, só que com base no art. 84, VI, “b”, exigindo-se, entretanto, que os mesmos estejam vagos” (FERNANDES, 2012, p. 893)
		“Recurso ordinário em mandado de segurança. Servidor público. Processo administrativo disciplinar. Pena de demissão. Alegação de incompetência da autoridade coatora. Decreto n. 3.035/99. Nos termos do parágrafo único do art. 84 da Magna Carta, o Presidente da República pode delegar aos Ministros de Estado a competência para julgar processos administrativos e aplicar pena de demissão aos servidores públicos federais. Para esse fim é que foi editado o Decreto n. 3.035/99” (RMS 25.367, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 4-10-05, DJ de 21.10.05)
		Simetria para os Estados: "Legitimidade da delegação a secretários estaduais da competência do governador do Estado de Goiás para (...) aplicar penalidade de demissão aos servidores do Executivo, tendo em vista o princípio da simetria” RE 608.848-AgR, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 17-12-2013, Segunda Turma, DJE de 11-2-2014
		Não há incompetência da autoridade coatora em razão do Decreto 3.035/1999: "Nos termos do parágrafo único do art. 84 da Magna Carta, o presidente da República pode delegar aos ministros de Estado a competência para julgar processos administrativos e aplicar pena de demissão aos servidores públicos federais. Para esse fim é que foi editado o Decreto 3.035/1999" - RMS 24.619, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-10-2011, Segunda Turma, DJE de 22-11-2011.
Presidência da República
Órgão independente – previsão constitucional – controle “check and balances”.
Cargo público de provimento eletivo.
Investidura: posse e exercício simultânea do PR com o VPR.
Presidente (PR)
Cargo público de provimento eletivo
Investidura: posse e exercício – simultânea com o VPR.
Vice-Presidente (VPR)
A eleição do presidente implica a eleição do Vice – 77, §1º.
Norma de reprodução obrigatória: “...os Estados-membros acham-se vinculados, em função de expressa determinação constitucional inscrita no art. 28, caput, in fine, da Carta da República, ao modelo subordinante estabelecido pelo art. 77 da CF, que se aplica, no entanto, por força dessa cláusula de extensão, apenas às eleições ordinárias e populares realizadas para a seleção de Governador e de Vice-Governador de Estado, inexistindo, no que concerne à hipótese de escolha suplementar pelo próprio Poder Legislativo, no caso excepcional da dupla vacância, qualquer regramento constitucional que, limitando a autonomia estadual, imponha a essa unidade da Federação a sua integral submissão aos padrões normativos federais" (ADI 1.057-MC, voto do Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-4-1994, Plenário, DJ de 6-4-2001.)
Substituir o PR – impedimento (temporário); licença, saúde, férias.
Sucessão o VPR – vacância (definitivo); morte, renúncia, término do mandato
Compõe e participa do Conselho da República – art. 89
Compõe e participa do Conselho de Defesa Nacional – art. 91
		Funções
		PRÓPRIAS
(TAVARES, 2012,p 896)
		Substituir o presidente
		
		
		Suceder o presidente
		
		
		Participar do Conselho da República e do Conselho de Defesa
		
		
		Definidas em legislação complementar
		
		IMPRÓPRIAS
		Missões especiais – 79, §ún
Requisitos para a candidatura
condições de elegibilidade (art. 12, § 3.°)
ser brasileiro nato – 12, §3º, I;
estar no pleno gozo dos direito políticos – 14, §3º, II;
alistamento eleitoral – 14,§3º, III;
ter mais de 35 anos – 14, §3º, VI, “a”;
não ser inelegível (inalistáveis, analfabetos, reeleição, cônjuge, parentes consangüíneos e afins até o segundo grau ou por adoção do Presidente da República);
domicílio eleitoral na circunscrição – 14, §3º, IV
possuir filiação partidária – 14, §3º, V e 77, §2º
Somente é possível a reeleição para um único período subseqüente – seja o próprio Presidente da República ou quem o houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos – art. 14, §5º
Sistema Eletivo (art. 77)
O Presidente da República é eleito, simultaneamente, com o Vice.
Eleição direta, por sufrágio universal e secreto
Eleição no ano anterior ao término do mandato vigente
Sistema eleitoral majoritário, de dois turnos
SÓ PARA LEMBRAR: sistema majoritário puro: Senado e prefeituras dos municípios com menos de 200.000 habitantes. Não há segundo turno.
1º turno – 1º domingo de outubro – Maioria absoluta – votos válidos (50% + 1)
Não são computados os votos brancos e nulos
2º turno (se houver, c/ os 2 candidatos mais votados) – último domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente – maioria simples
Não há segundo turno se o candidato obtiver a maioria absoluta de votos (descontados os brancos e nulos) – OBS: seguem a mesma lógica os Governadores. No caso do Prefeito, ver o 29, II
Mandato temporário – por 4 anos (reconduzível uma vez sucessiva – limitação)
OBS: Comparar o art. 77, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 16/1997, com o seu §3º�
“Ressalte-se que, apesar da Emenda Constitucional n° 16, de 4-6-1997, ter estabelecido o último domingo de outubro como a data para eleição presidencial em segundo turno, esqueceu-se de dar nova redação ao §3° do art. 77, que continuou prevendo a ocorrência de nova eleição (segundo turno) em até 20 dias após a proclamação do resultado do primeiro turno, se nenhum dos candidatos alcançar maioria absoluta. Entendemos, por tratar-se de norma constitucional posterior regulamentadora de mesmo assunto, que deva prevalecer a EC n° 16/97, no tocante à data do segundo turno quando necessário for, ou seja, último domingo de outubro, continuando, porém, com plena vigência e eficácia a regulamentação do §3° do art. 77, no que diz respeito ao quorum necessário para a eleição em primeiro e segundo turnos" (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 28a. ed. São Paulo: Atlas,
2012, p. 493).
Reeleição – EC 16/97
O PR, o Governador do Estado ou o Prefeito podem postular novo mandato
Não existe exigência quanto à desincompatibilização
O candidato exerce efetivamente o cargo
Não há qualquer restrição quanto à possibilidade de nova eleição para períodos descontínuos (MENDES, 2013, p. 911)
Posse
1º de janeiro do ano seguinte ao da eleição, perante o CN, em sessão conjunta (art. 57, §3º, III e 78).
O PR e o VPR prestam compromisso de manter, defender e cumprir a CF, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Se o CN não estiver reunido será convocado pelo PSF (art. 57, §6º, I).
A posse pode ser posterior se existir motivo de força maior e for acatado pelo CN.
Prazo de 10 dias: se nenhum dos dois assumir cargo é declarado vago pelo CN – nova eleição em 90 dias.
PR não comparece provisoriamente: o VPR substitui
PR não comparece definitivamente: o VPR sucede
PR e VPR não comparecem: nova eleição imediata
Se comparecer o Vice, este assume o cargo de PR.
Sucessores e substitutos (definitivo ( interino) - No caso de impedimento ou ausência do PR e do VPR, serão sucessivamente chamados ao exercício do cargo:
União: PR ( VPR ( PCD ( PSF ( PSTF
(Povo)	(Est/DF)	(Judiciário)
Art.79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
No caso de impedimento (tem caráter temporário: licença, doença ou férias), ocorre a substituição
No caso de vaga (Vacância: impossibilidade definitiva para o cargo: cassação, renúncia ou morte), o presidente é sucedido pelo Vice-Presidente
Tanto na vacância como no impedimento, o vice-presidente assume o cargo
Ausência
O PR e o VPR precisam de autorização do CN para ausentar-se do país por mais de 15 dias – 83
		AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS. GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR. LICENÇA PARA SE AUSENTAREM DO PAÍS POR QUALQUER PERÍODO. 1. Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de locomoção norma estadual que exige prévia licença da Assembléia Legislativa para que o Governador e o Vice-Governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. 2. Espécie de autorização que, segundo o modelo federal, somente se justifica quando o afastamento exceder a quinze dias. Aplicação do princípio da simetria. Precedentes. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente" – ADI 738, Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 13/11/2002.
		Constituição do Estado do Maranhão. Impossibilidade de ‘acefalia’ no âmbito do Poder Executivo: "Em decorrência do princípio da simetria, a Constituição estadual deve estabelecer sanção para o afastamento do Governador ou do Vice-Governador do Estado sem a devida licença da Assembleia Legislativa" (ADI 3.647, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-9-2007, Plenário, DJE de 16-5-2008)
Vacância (art. 81)
Simultânea PR + VPR
Em qualquer dos casos o sucessor apenas completará o mandato do antecessor, não havendo novo mandato (mandato tampão). Em caso de continuidade no cargo ocorrerá uma reeleição.
NO PRIMEIRO BIÊNIO
Eleição popular direta em 90 dias - a partir da abertura da última vaga
		"Relativamente à questão da necessidade de observância, por parte dos Estados-membros, ante o princípio da simetria, da norma prevista no art. 81, § 1º, da CF, concluiu pelo caráter de não-compulsoriedade do modelo federal. Asseverou não ser lícito, senão contrário à concepção federativa, jungir os Estados-membros, sob o título vinculante da regra da simetria, a normas ou princípios da Constituição Federal cuja inaplicabilidade ou inobservância local não implique contradições teóricas incompatíveis com a coerência sistemática do ordenamento jurídico, com graves dificuldades práticas de qualquer ordem, nem com outra capaz de perturbar o equilíbrio dos poderes ou a unidade nacional. Assim, a regra da simetria não poderia ser produto de uma decisão arbitrária ou imotivada do intérprete. Aduziu que, diante do princípio democrático do exercício do sufrágio universal pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos, nos termos do art. 14, caput, da CF, a absoluta excepcionalidade da regra constitucional, estatuída no art. 81, § 1º, demandaria, por sua natureza singular, interpretação estritíssima. Afirmou que o art. 39, § 5º, da Constituição do Estado do Tocantins (“Art. 39... § 5º. Ocorrendo a vacância nos dois últimos anos do período governamental, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembléia Legislativa, na forma da Lei.”) reproduziu a provisão da Constituição Federal não por suposta necessidade de reprodução obrigatória, e sim por força de livre decisão jurídico-política do constituinte estadual no exercício da autonomia que lhe é assegurada pela Constituição da República" - Informativo STF Nº 562 - Brasília, 5 a 9 de outubro de 2009. título: "Governador e Vice-Governador: Dupla Vacância e Eleição Indireta pela Assembléia Legislativa - 2"
NO SEGUNDO BIÊNIO
Eleição (indireta - CN) em 30 dias – a partir da abertura da última vaga
Comparar o dispositivo com o art. 14 – Poder constituinte originário
Em qualquer dos casos, o sucessor apenas completará o mandato do antecessor, não havendo novo mandato (mandato tampão). Em caso de continuidade no cargo, ocorrerá uma reeleição
PERDA DE MANDATO
CASSAÇÃO
Decisão do SF nos processos de crime de responsabilidade
Decisão judicial como efeito da condenação em processo de crime comum
O VPR só será submetido ao julgamento do SF quando assumir a Presidência, e aí incorrer no crime.
EXTINÇÃO
Nos casos de morte, renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da nacionalidade brasileira.
DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA PELO CN
Do PR ou de ambos que não comparecerem para tomar posse dentro do prazo fixado – até o dia 11 de janeiro (78, § ún. c/c 82).
Quem pode declarar o cargo vago?
“A atual Constituição foi silente. Na anterior, a atribuição era do Congresso Nacional. Consoante José Afonso da Silva, por ser ato político, mantém-se a atribuição com o Congresso Nacional” (TAVARES, 2012, p. 1326)
“Sem dúvida, a vacância deverá ser declarada pelo Poder Legislativo” (FERNANDES, 2012, p. 888).
AUSENTAR-SE DO PAÍS
Não poderão eles, sem licença do CN, ausentar-se do País por mais de 15 dias (arts. 49, III e 83).
situações possíveis desde as eleições:
			Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, entre os remanescentes, o de maior votação. Se, ainda nesta hipótese, remanescerem candidatos com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. Todavia, se a morte do candidato eleito para o cargo de presidente ocorrer após o 2.° turno do pleito eleitoral, porém, antes da expedição do diploma, o vice-presidente deverá ser considerado eleito, adquirindo o direito subjetivo ao mandato de Chefe do Executivo, uma vez que, a eleição é realizada simultaneamente para ambos os cargos.
	Assim, em virtude da previsão constitucional de eleição simultânea de Presidente e Vice-presidente (chapa majoritária), poderemos ter as seguintes situações:
	1. a morte, desistência ou impedimento do candidato à Chefia do Executivo, antes do 1º turno de votação, acarreta o fim da candidatura da chapa majoritária, possibilitando sua substituição pela convenção partidária;
	2. a nulidade da votação do Chefe do Executivo acarreta a nulidade de votação de toda a chapa majoritária;
	3. a morte, desistência ou impedimento do candidato à Chefia do Executivo, após o primeiro turno de votação e antes do segundo, determina a convocação, entre os remanescentes, do candidato
com maior votação;
	4. a morte, desistência ou impedimento do candidato eleito à Chefia do Executivo, antes da diplomação, mantém a eleição do candidato à vice-Chefia do Executivo, que deverá ser diplomado como titular do Poder Executivo;
	5. a morte, desistência ou impedimento do candidato eleito e diplomado à Chefia do Executivo mantém a eleição e diplomação do candidato à vice-Chefia do Executivo que tomará posse, no dia 1º de janeiro, na condição de titular do Poder Executivo�.
		“Se dentro do período que medeia a primeira votação e o segundo turno um dos candidatos desistir ou tornar-se impedido, ou ainda vier a falecer, convoca-se o candidato que recebeu maior votação dentre os remanescentes. As expressões constantes dos §§3º e 2º do art. 77 são equivalentes? Sim, na tese de José Afonso da Silva. O princípio consoante o autor, nas eleições para Presidente, é o da maioria absoluta. Assim, se, antes do segundo turno, algum dos candidatos desistir ou ficar impedido, deverá ser convocado o remanescente de maior votação (art. 77, §4º). Quer-se impedir a fraude nas votações, para que um seja considerado eleito sem a necessária maioria. Na hipótese, nem tanto cerebrina, de todos os remanescentes desistirem (imaginável nas eleições municipais), ter-se-ia, por motivos de legitimidade e de lógica interna do sistema, de convocar novas eleições para primeiro turno” (TAVARES, 2012, p. 1324).
Após as eleições:
			Importante ressalvar, porém, que a sucessão presidencial, no caso de vacância definitiva do cargo, antes do término do mandato, possui regras diferenciadas, dependendo de quem o substitua, bem como do período faltante para o término do mandato. Assim, somente o Vice-presidente da República sucederá o Presidente definitivamente em caso de vacância permanente do cargo, enquanto os Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal somente o substituirão temporariamente, ocorrendo da seguinte forma:
	1. Vice-presidente: no caso de vacância do cargo de Presidente, assumirá e completará o mandato, independentemente do lapso temporal faltante.
	2. Presidente da Câmara, Presidente do Senado ou Presidente do Supremo Tribunal Federal: somente assumirão no caso da vacância dos cargos de Presidente e Vice, sempre em caráter temporário. Assim, vagando os cargos de Presidente e Vice-presidente da República, poderão ocorrer duas hipóteses:
	a. Vacância nos dois primeiros anos: far-se-á eleição 90 dias depois de aberta a última vaga (eleição direta);
	b. Vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Dessa forma, a CF prevê uma possibilidade de eleição indireta para a Presidência da República (CF, art. 81, § 1°) em hipótese excepcionalíssima ao art. 14, caput, da Carta�.
MINISTROS DE ESTADO
Ministérios
São órgãos autônomos, de criação e extinção por LO.
Organização e funcionamento: por lei. Exceção (art. 84, VI, a)
“Os ministérios são, portanto, organismos auxiliares em coordenação, pois representam uma mesma unidade. Há diversas hipóteses e matérias que demandam a atuação conjunta de mais de um ministério” (TAVARES, 2012, p. 1326).
Ministros de Estado – auxiliares do Presidente da República
É um agente público político, que exerce atividade fim de Estado, e exerce cargo público de provimento em comissão (baseado em vontade e confiança).
Estão na cúpula da organização administrativa federal, fazendo como que a ligação entre o Poder político e a Administração Pública federal.
Requisitos:
brasileiro nato ou naturalizado (exceto Min. Defesa – art. 12, §3°, VII)
no exercício dos direitos políticos
21 anos
Atribuições (art. 87, parágrafo único)
Rol meramente exemplificativo
As atribuições são constitucionais e não derivam da vontade do Presidente da República
(1) Expedem instruções para a execução das leis decretos e regulamentos
(2) Referendar os atos do Presidente da República:
“Nesses atos de coparticipação nos atos presidenciais, os Ministros tornam-se solidariamente responsáveis pelas medidas adotadas” (TAVARES, 2012, p. 1327).
JOSÉ AFONSO DA SILVA: "O referendo ministerial, que é de pouca significação no presidencialismo, consiste na subscrição das leis, medidas provisórias e decretos do Chefe do Executivo que dizem respeito à sua pasta. Não interfere na validade do ato, mas empenha a responsabilidade do Ministro conexa com a do Presidente da República. Se referenda, ou não, é tema de seu relacionamento com o Presidente da República. (...). Se ele não assinar, nem por isso o ato deixa de valer e ter eficácia. O máximo que pode acontecer e deve acontecer é que a discordância do Ministro implique sua exoneração, a pedido ou não" (Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 607, 12ª ed., 1996, Malheiros).
Para o Ministro CELSO DE MELLO, a referenda ministerial não se qualifica com requisito indispensável de validade dos decretos presidenciais: "Para fins de mandado de segurança, portanto, a referenda ministerial, só por si, não se revela apta a qualificar os Ministros de Estado como autoridades coatoras ou como litisconsortes passivos necessários" (Decisão monocrática do Ministro Celso de Mello na medida cautelar no mandado de segurança nº 22706. Julgamento: 23/01/1997 - Publicação: DJ 05/02/1997)
Responsabilidade (crimes)
falta de comparecimento, sem justificação adequada, à CD, ao SF ou a qualquer de suas Comissões, quando convocados para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado (arts. 50 e 58, III);
recusa a fornecimento de informações ou prestá-las de forma falsa à requisição feita pela Mesa da CD ou do SF – 50, §2º
a prática, conjuntamente com o PR, de atos definidos como crime de responsabilidade (arts. 52, I, e 85).
Juízo competente (processados e julgados)
crimes comuns ( STF (art. 102, I, c);
crimes de responsabilidade sozinhos ( STF (art. 102, I, c);
crimes de responsabilidade em processo e julgamento idênticos aos da PR ( SF, após autorização do processo pela CD (arts. 51, I, 52, I, parágrafo único, 85 e 86).
		Falar de “blindagem” em virtude do foro privilegiado, como usualmente se fala em parte da doutrina, é depreciar a dignidade do STF, que não tem sua atuação pautada pela vontade da Presidência da República. Pelo contrário, é um dos “poderes” da República e, nesta qualidade, com todas garantias para pronunciar-se de maneira autônoma, sem sucumbir à pressão de outros “Poderes” e sem o receio de represálias posteriores (institucionais, econômicas ou pessoais) – TAVARES, 2012, p. 1327.
Quem são os Ministros de Estado?
"Para efeito de definição da competência penal originária do Supremo Tribunal Federal, não se consideram Ministros de Estado os titulares de cargos de natureza especial da estrutura orgânica da Presidência da República, malgrado lhes confira a lei prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes aos dos titulares de ministérios: é o caso do Secretário de Comunicação Social da Presidência da República." (Pet 1.199-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 5-5-99, DJ de 25-6-99)
O caso do Presidente do Banco Central
		Ler criticamente os artigos 52, III, d e 84, I e XIV – separação de poderes
EXPLICAÇÃO:
Para algumas funções, o tratamento constitucional é casuístico
		SITUAÇÕES PECULIARES / SINGULARES DE CARGOS ELEVADOS DA REPÚBLICA
		AGU
		É Ministro por determinação legal
		
		No plano Constitucional (131, caput e §1º), o AGU é nomeado e diretamente subordinado ao PR
		
		Possui requisitos mais exigentes: 35 anos, reputação ilibada e notório conhecimento jurídico
		
		No crime de responsabilidade, ele é julgado no Senado (52, II) – o Ministro, sozinho, é
julgado no STF (102, I, c)
		Tratamento idêntico a autoridades de diferentes hierarquias
		COMANDANTES MILITARES
		Subordinados ao Ministro da Defesa
		
		Não possuem status de ministros
		
		Mas possuem prerrogativas de foro perante o STF – 102, I, c
		CHEFE DE MISSÃO DIPLOMÁTICA
		Subordinados ao Ministro das Relações Exteriores
		
		São julgados, nos crimes de responsabilidade e infrações penais comuns, pelo STF (102, I, c)
O requisito adicional para nomear o Presidente do Banco Central (aprovação pelo Senado) é objeto de uma reserva de lei aberta – 52, III, “f”
Então qualquer outro cargo público pode passar a exigir a sabatina do Senado
Seria, inclusive, coerente, por exemplo, que o Ministro das Relações Exteriores se submetesse à sabatina, uma vez que o Chefe da missão diplomática de caráter permanente é assim – 52, IV
		CONCLUSÕES (MENDES, 2013, p. 917)
		Não existe um modelo linear ou simétrico no que toca às exigências para titularizar alguns cargos importantes
		Quanto ao presidente do Banco Central
		1) a competência presidencial para nomeá-lo ou exonerá-lo, a qualquer tempo, remanesce intacta
		
		2) a condição de aprovação do Senado é requisito adicional que:
		a) fortalece o sistema constitucional de distribuição de poderes
		
		
		b) não elimina a ampla competência do Chefe do Executivo
		É constitucional a MP nº 207/2004, convertida na Lei nº 11.036/2004 que equiparou o cargo de natureza especial de Presidente do BCB ao cargo de Ministro de Estado
		Ao Presidente do BCB, outorgou-se a prerrogativa de foro
		Ação direta de inconstitucionalidade contra a Medida Provisória nº 207, de 13 de agosto de 2004 (convertida na Lei nº 11.036/2004), que alterou disposições das Leis nº 10.683/03 e Lei nº 9.650/98, para equiparar o cargo de natureza especial de Presidente do Banco Central ao cargo de Ministro de Estado. 2. Prerrogativa de foro para o Presidente do Banco Central. 3. Ofensa aos arts. 2º, 52, III, "d", 62, §1º, I, "b", §9º, 69 e 192, todos da Constituição Federal. 4. Natureza política da função de Presidente do Banco Central que autoriza a transferência de competência. 5. Sistemas republicanos comparados possuem regulamentação equivalente para preservar garantias de independência e imparcialidade. 6. Inexistência, no texto constitucional de 1988, de argumento normativo contrário à regulamentação infraconstitucional impugnada. 7. Não caracterização de modelo linear ou simétrico de competências por prerrogativa de foro e ausência de proibição de sua extensão a Presidente e ex-Presidentes de Banco Central. 8. Sistemas singulares criados com o objetivo de garantir independência para cargos importantes da República: Advogado-Geral da União; Comandantes das Forças Armadas; Chefes de Missões Diplomáticas. 9. Não-violação do princípio da separação de poderes, inclusive por causa da participação do Senado Federal na aprovação dos indicados ao cargo de Presidente e Diretores do Banco Central (art. 52, III, "d", da CF/88). 10. Prerrogativa de foro como reforço à independência das funções de poder na República adotada por razões de política constitucional. 11. Situação em que se justifica a diferenciação de tratamento entre agentes políticos em virtude do interesse público evidente. 12. Garantia da prerrogativa de foro que se coaduna com a sociedade hipercomplexa e pluralista, a qual não admite um código unitarizante dos vários sistemas sociais" - ADI 3289, Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 05/05/2005.
PARTICULARIDADE DE PARLAMENTAR-MINISTRO:
Possibilidade de aplicação do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados ao Ministro de Estado:
"Tramitação e processamento de representação por quebra de decoro parlamentar. Deputado federal licenciado e investido no cargo de ministro de estado. Liminar indeferida. (...) O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de Ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). Conseqüentemente, continua a subsistir em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal (INQ-QO 777-3/TO, rel. min. Moreira Alves, DJ 1º-10-1993), bem como a faculdade de optar pela remuneração do mandato (CF, art. 56, § 3º). Da mesma forma, ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das casas legislativas estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar. Não obstante, o princípio da separação e independência dos poderes e os mecanismos de interferência recíproca que lhe são inerentes impedem, em princípio, que a Câmara a que pertença o parlamentar o submeta, quando licenciado nas condições supramencionadas, a processo de perda do mandato, em virtude de atos por ele praticados que tenham estrita vinculação com a função exercida no Poder Executivo (CF, art. 87, parágrafo único, incisos I, II, III e IV), uma vez que a Constituição prevê modalidade específica de responsabilização política para os membros do Poder Executivo (CF, arts. 85, 86 e 102, I, c). Na hipótese dos autos, contudo, embora afastado do exercício do mandato parlamentar, o Impetrante foi acusado de haver usado de sua influência para levantar fundos junto a bancos ‘com a finalidade de pagar parlamentares para que, na Câmara dos Deputados, votassem projetos em favor do Governo’ (Representação n. 38/2005, formulada pelo PTB). Tal imputação se adequa, em tese, ao que preceituado no art. 4º, inciso IV do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados que qualifica como suscetíveis de acarretar a perda do mandato os atos e procedimentos levados a efeito no intuito de ‘fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos legislativos para alterar o resultado de deliberação’." (MS 25.579-MC, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-10-05, DJ de 24-8-07).
ÓRGÃOS DE CONSULTA
Conselhos são organismos públicos destinados ao assessoramento de alto nível e de orientação e até de deliberação em determinado campo de autuação governamental.
Conselho da República - 89
Órgão superior de consulta superior. Pronuncia-se sobre problemas internos (estado de defesa, desídia, intervenção federal). O PR é obrigado a ouvir, mas não a atender. Apenas se achar necessário.
Composição (10 + Líderes):
- VPR	- PCD	- PSF	- Lid. CD	- Lid. SF	- MJ
- 6 cidadãos natos, > 35 anos (2 escolha do PR, 2 eleitos SF, 2 eleitos CD / Mandato de 3 anos, sem recondução)
Conselho de Defesa Nacional
Órgão de consulta (segurança)
defesa do Estado democrático
soberania nacional
Composição (10):
- VPR	- PCD	- PSF
- Min. Justiça	- Min. Defesa	- Min. Rel. Exte.	- Min. Planej.
- Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
“Aparentemente, as atribuições desses Conselhos se superpõem em alguns temas. De toda forma, a duplicidade de opiniões pode melhor auxiliar o Presidente a formar sua convicção em questões relevantíssimas” (TEMER, 2008, p. 167).
Conselho de Comunicação Social
Constitucional (art. 224), mas necessita de lei que indique a forma de sua instituição, composição e atribuições.
"Criação e atribuições de Conselho de Governo em conformidade com a Constituição Federal. Inconstitucionalidade da inclusão do Procurador-Geral de Justiça e dos presidentes dos Tribunais de Justiça e de Contas na composição do Conselho de Governo." (ADI 106, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10.10.02, DJ de 25.11.05)
RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
		Imunidades do PR
		MATERIAIS
		Não possui
		
		FORMAIS
		Autorização
da CD para instaurar o processo – 86, caput
		
		
		Não pode ser preso cautelarmente – 86, §3º
		
		
		Irresponsabilidade temporária quanto à atuação estranha ao ofício – 86, §4º
TIPOS DE CRIMES (PROCESSAR E JULGAR):
Infração penal comum (crime definido na lei penal e cometível por qualquer pessoa) – STF (competência originária) – pena: aquele definida no Código Penal - “O STF possui competência originária para processar pedido de explicações formulado com apoio no art. 144 do CP, quando deduzido contra a presidente da República, que dispõe de prerrogativa de foro, ratione muneris, perante esta Corte Suprema, nas infrações penais comuns (CF, art. 86, caput, c/c art. 102, I, b)” (Pet 5.146, rel. min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 21-2-2014, DJE de 27-2-2014)
Responsabilidade (capitulado no art. 85 – praticados por pessoas investidas em certas funções) – SF sob a presidência do Pres. STF, podendo a Instituição vir a condená-lo por no mínimo 2/3 de seus membros (54 Senadores) – pena: (art. 52, par. único, CF) perda do cargo, inabilitação por 8 anos para exercício de função pública sem prejuízo das demais sanções jurídicas
IMUNIDADES PROCESSUAIS
Quanto à instauração do processo (art. 86, caput) - "A Corte, no julgamento de cautelar na ADI 1.628-SC, já adotou posição quanto à aplicabilidade do quorum de 2/3 previsto na CF como o a ser observado, pela Assembleia Legislativa, na deliberação sobre a procedência da acusação contra o governador do Estado" (ADI 1.634-MC, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 17-9-1997, Plenário, DJ de 8-9-2000.)
Quanto às prisões cautelares (art. 86, §3°).
Quanto aos atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, §4°).
Quanto à irresponsabilidade penal relativa temporária (art. 86, §4º): para o PR não existe prisão cautelar (preventiva, provisória, temporária, flagrante). Só pode ser preso por sentença judicial (trânsito em julgado - art. 86, §3º).
		INQUÉRITO - PRESIDENTE DA REPÚBLICA - ATOS ESTRANHOS À FUNÇÃO PRESIDENCIAL - FATOS SUPOSTAMENTE DELITUOSOS COMETIDOS DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL DE 1989 - CF, ART. 86, § 4º - DISCIPLINA DO TEMA NO DIREITO COMPARADO - IMUNIDADE TEMPORÁRIA DO CHEFE DE ESTADO À PERSECUÇÃO PENAL EM JUÍZO - INCOMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA A EVENTUAL AÇÃO PENAL - DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM. - O art. 86, § 4º, da Constituição, ao outorgar privilégio de ordem político-funcional ao Presidente da República, excluiu-o, durante a vigência de seu mandato - e por atos estranhos ao seu exercício -, da possibilidade de ser ele submetido, no plano judicial, a qualquer ação persecutória do Estado. A cláusula de exclusão inscrita nesse preceito da Carta Federal, ao inibir a atividade do Poder Público, em sede judicial, alcança as infrações penais comuns praticadas em momento anterior ao da investidura no cargo de Chefe do Poder Executivo da União, bem assim aquelas praticadas na vigência do mandato, desde que estranhas ao ofício presidencial. - A norma consubstanciada no art. 86, § 4º, da Constituição, reclama e impõe, em função de seu caráter excepcional, exegese estrita, do que deriva a sua inaplicabilidade a situações jurídicas de ordem extrapenal. O Presidente da República não dispõe de imunidade, quer em face de ações judiciais que visem a definir-lhe a responsabilidade civil, quer em função de processos instaurados por suposta prática de infrações político-administrativas, quer, ainda, em virtude de procedimentos destinados a apurar, para efeitos estritamente fiscais, a sua responsabilidade tributária. - A Constituição do Brasil não consagrou, na regra positivada em seu art. 86, § 4º, o princípio da irresponsabilidade penal absoluta do Presidente da República. O Chefe de Estado, nos ilícitos penais praticados "in officio" ou cometidos "propter officium", poderá, ainda que vigente o mandato presidencial, sofrer a "persecutio criminis", desde que obtida, previamente, a necessária autorização da Câmara dos Deputados. - A circunstância de os fatos apontados como delituosos não terem ocorrido na vigência do mandato presidencial afasta, na hipótese, a competência penal originária do Supremo Tribunal Federal, impondo-se, em conseqüência, a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para as providências investigatórias que julgar cabíveis- Inq 672 QO, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 16/09/1992, DJ 16-04-1993.
		"O que o art. 86, §4º, confere ao Presidente da República não é imunidade penal, mas imunidade temporária à persecução penal: nele não se prescreve que o Presidente é irresponsável por crimes não funcionais praticados no curso do mandato, mas apenas que, por tais crimes, não poderá ser responsabilizado, enquanto não cesse a investidura na presidência. Da impossibilidade, segundo o art. 86, § 4º, de que, enquanto dure o mandato, tenha curso ou se instaure processo penal contra o Presidente da República por crimes não funcionais, decorre que, se o fato é anterior à sua investidura, o Supremo Tribunal não será originariamente competente para a ação penal, nem conseqüentemente para o habeas corpus por falta de justa causa para o curso futuro do processo. Na questão similar do impedimento temporário à persecução penal do Congressista, quando não concedida a licença para o processo, o STF já extraíra, antes que a Constituição o tornasse expresso, a suspensão do curso da prescrição, até a extinção do mandato parlamentar: deixa-se, no entanto, de dar força de decisão à aplicabilidade, no caso, da mesma solução, à falta de competência do Tribunal para, neste momento, decidir a respeito." (HC 83.154, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 11-9-03, DJ de 21-11-03)
Crime de responsabilidade (art. 85 e Sum. 722-STF)
Infrações político-administrativas (crimes políticos)
Praticados por detentores de altos cargos públicos
Submetem-se ao processo de impeachment
Qualquer cidadão pode denunciar o PR perante a CD, que só poderá ser feita enquanto o PR não tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo.
Para José Afonso da Silva, “nos regimes democráticos não existe governante irresponsável. Não há democracia representativa sem eleição” (SILVA, 2008, p. 550)
E ele cita Paulo Brossard de Souza Pinto: “Mas só a eleição, ainda que isenta, periódica e lisamente apurada, não esgota a realidade democrática, pois, além de mediata ou imediatamente resultante de sufrágio popular, as autoridades designadas para exercitar o governo devem responder pelo uso que dele fizerem uma vez que ‘governo irresponsável, embora originário de eleição popular, pode ser tudo, menos governo democrático” (SILVA, 2008, p. 550)
São infrações político-administrativas que dão ensejo a perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública por 8 anos – 52, § único.
De caráter político. É quando o Chefe do Executivo age contra:
Constituição Federal
Existência da União (País)
DOS CRIMES CONTRA A EXISTÊNCIA DA UNIÃO
Art. 5º São crimes de responsabilidade contra a existência política da União:
1 - entreter, direta ou indiretamente, inteligência com governo estrangeiro, provocando-o a fazer guerra ou cometer hostilidade contra a República, prometer-lhe assistência ou favor, ou dar-lhe qualquer auxílio nos preparativos ou planos de guerra contra a República;
2 - tentar, diretamente e por fatos, submeter a União ou algum dos Estados ou Territórios a domínio estrangeiro, ou dela separar qualquer Estado ou porção do território nacional;
3 - cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade;
4 - revelar negócios políticos ou militares, que devam ser mantidos secretos a bem da defesa da segurança externa ou dos interesses da Nação;
5 - auxiliar, por qualquer modo, nação inimiga a fazer a guerra ou a cometer hostilidade contra a República;
6 - celebrar tratados,
convenções ou ajustes que comprometam a dignidade da Nação;
7 - violar a imunidade dos embaixadores ou ministros estrangeiros acreditados no país;
8 - declarar a guerra, salvo os casos de invasão ou agressão estrangeira, ou fazer a paz, sem autorização do Congresso Nacional.
9 - não empregar contra o inimigo os meios de defesa de que poderia dispor;
10 - permitir o Presidente da República, durante as sessões legislativas e sem autorização do Congresso Nacional, que forças estrangeiras transitem pelo território do país, ou, por motivo de guerra, nele permaneçam temporariamente;
11 - violar tratados legitimamente feitos com nações estrangeiras.
Livre exercício dos poderes políticos: P. Legislativo, do P. Judiciário e do Ministério Público
DOS CRIMES CONTRA O LIVRE EXERCÍCIO DOS PODERES CONSTITUCIONAIS
Art. 6º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados:
1 - tentar dissolver o Congresso Nacional, impedir a reunião ou tentar impedir por qualquer modo o funcionamento de qualquer de suas Câmaras;
2 - usar de violência ou ameaça contra algum representante da Nação para afastá-lo da Câmara a que pertença ou para coagí-lo no modo de exercer o seu mandato bem como conseguir ou tentar conseguir o mesmo objetivo mediante suborno ou outras formas de corrupção;
3 - violar as imunidades asseguradas aos membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas dos Estados, da Câmara dos Vereadores do Distrito Federal e das Câmaras Municipais;
4 - permitir que força estrangeira transite pelo território do país ou nele permaneça quando a isso se oponha o Congresso Nacional;
5 - opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças;
6 - usar de violência ou ameaça, para constranger juiz, ou jurado, a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício;
7 - praticar contra os poderes estaduais ou municipais ato definido como crime neste artigo;
8 - intervir em negócios peculiares aos Estados ou aos Municípios com desobediência às normas constitucionais.
Poderes constitucionais das UF (Estados, Municípios e Distrito Federal)
Gozo e exercício dos direitos individuais, políticos e sociais
DOS CRIMES CONTRA O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS, INDIVIDUAIS E SOCIAIS
Art. 7º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
1- impedir por violência, ameaça ou corrupção, o livre exercício do voto;
2 - obstar ao livre exercício das funções dos mesários eleitorais;
3 - violar o escrutínio de seção eleitoral ou inquinar de nulidade o seu resultado pela subtração, desvio ou inutilização do respectivo material;
4 - utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral;
5 - servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua;
6 - subverter ou tentar subverter por meios violentos a ordem política e social;
7 - incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina;
8 - provocar animosidade entre as classes armadas ou contra elas, ou delas contra as instituições civis;
9 - violar patentemente qualquer direito ou garantia individual constante do art. 141 e bem assim os direitos sociais assegurados no artigo 157 da Constituição;
10 - tomar ou autorizar durante o estado de sítio, medidas de repressão que excedam os limites estabelecidos na Constituição.
Segurança interna do país
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS
Art. 8º São crimes contra a segurança interna do país:
1 - tentar mudar por violência a forma de governo da República;
2 - tentar mudar por violência a Constituição Federal ou de algum dos Estados, ou lei da União, de Estado ou Município;
3 - decretar o estado de sítio, estando reunido o Congresso Nacional, ou no recesso deste, não havendo comoção interna grave nem fatos que evidenciem estar a mesma a irromper ou não ocorrendo guerra externa;
4 - praticar ou concorrer para que se perpetre qualquer dos crimes contra a segurança interna, definidos na legislação penal;
5 - não dar as providências de sua competência para impedir ou frustrar a execução desses crimes;
6 - ausentar-se do país sem autorização do Congresso Nacional;
7 - permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de ordem pública;
8 - deixar de tomar, nos prazos fixados, as providências determinadas por lei ou tratado federal e necessário a sua execução e cumprimento.
Probidade administrativa (honestidade)
DOS CRIMES CONTRA A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO
Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:
1 - omitir ou retardar dolosamente a publicação das leis e resoluções do Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo;
2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior;
3 - não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição;
4 - expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição;
5 - infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais;
6 - Usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagí-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo fim;
7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decôro do cargo.
Lei orçamentária
DOS CRIMES CONTRA A LEI ORÇAMENTÁRIA
Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:
1- Não apresentar ao Congresso Nacional a proposta do orçamento da República dentro dos primeiros dois meses de cada sessão legislativa;
2 - Exceder ou transportar, sem autorização legal, as verbas do orçamento;
3 - Realizar o estorno de verbas;
4 - Infringir , patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária.
Cumprimento das leis e das decisões judiciais
DOS CRIMES CONTRA O CUMPRIMENTO DAS DECISÕES JUDICIÁRIAS;
Art. 12. São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias:
1 - impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandados ou decisões do Poder Judiciário;
2 - Recusar o cumprimento das decisões do Poder Judiciário no que depender do exercício das funções do Poder Executivo;
3 - deixar de atender a requisição de intervenção federal do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;
4 - Impedir ou frustrar pagamento determinado por sentença judiciária.
O rol constitucional é exemplificativo? – 85, § único
Em outros termos, a pergunta é: a lei, definindo os crimes poderá elencar outros além dos arrolados nos itens I a VII do artigo 85 da CF?
Michel Temer: "A resposta é afirmativa, uma vez que aquele elenco é exemplificativo e desde que defina, como crimes, atos que atentem contra a Constituição Federal".
Divergências:
a) José Afonso da Silva, ao contrário, entende devam ser "respeitados naturalmente as figuras típicas e os objetos materiais circunscritos nos incisos do art. 85" (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 6. ed. São Paulo: RT, 1990. p. 472);
b) Pinto Ferreira: "Tais infrações político-administrativas, cuja prática permite a sanção política, subordinam-se integralmente ao princípio da reserva-legal ou da tipicidade" (FERREIRA, Luís Pinto. Comentários à Constituição Brasileira. São Paulo: Saraiva, 1992. v. 3., p. 597);
c) Hélio Bicudo: "Assim, a conduta que gerar um processo de impeachment não

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais