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Química de Produtos Naturais: Plantas que testemunham Histórias Discentes: Anne Caroline da Silva Duarte Lorena Lemes de Freitas Lucélia Andrade França Docente: Dr. Paulo Sérgio Pereira “É possível imaginar um mundo sem cor?” 2 Introdução 2 Nas sociedades indígenas, até hoje, a pintura corporal tem grande importância e seu significado é muito amplo Corantes naturais e culturas indígenas Corantes naturais e culturas indígenas 3 3 A tintura dos indígenas era feita com os frutos, sementes, folhas, cascas, raízes e frutos das plantas nativas de sua localização regional Bixa orellana – conhecida como urucum Genipa americana – jenipapo Anthemis nobilis e a Matricaria chamomilla – camomila Lawsonia inermis L. - Henna Corantes 4 4 Bixina Genipina Lausona Estrutura dos metabólitos naturais 5 5 Pau-brasil Pau-brasil Fiação; Tecelagem; Tinturaria Renascimento; Grandes quantidades; Valiosos. O pau - brasil e um pouco da história brasileira 6 6 Descoberta do Novo Mundo; Pau-brasil; Tintura vermelha, usada pelos índios para tingimento; Primeiro século da colonização; Chegada dos Portugueses; Exploração marca a destruição da mata atlântica; Recebeu por parte dos botânicos o nome de Caesalpinia e Ibirapitinga pelos índios; Extração do pau-brasil. 7 7 Século XVIII vários químicos se empenharam a estudar sobre o corante do pau-brasil; Robert chegou a estrutura química responsável pelo cor vermelha do pau-brasil; Investigou durante anos (1906-1974); Publicou artigo sobre brasilina; Métodos espectroscópicos; passo a passo. Michel (Dono de uma fábrica de tapetes) Gay-Lussac e Louis Nicolas Paris centro da Química 8 8 Síntese da brasilina. 9 9 Francisco de Orellana, Francisco e Gonzalo Pizarro; Rio Amazonas; Aniba canelilla; O Urucum recebeu o nome científico de Bixa orellana; Foto aniba canelilla O país da canela e a Química de Produtos naturais 10 10 Mauro Taveira Magalhães e Otto Richard Gottlieb; Isolaram e identificaram no óleo: Cinnamomum zeylanicum ou Cinnamomum verum (introduzida no Brasil pelos jesuítas); 11 11 Cinnamomum cassia (falsa canela); Principal constituinte do cinnamomum é o Aldeído cinâmico, C9H8O (teor de 80% no óleo); Formula estrutural do cinamaldeído Foto representativa da espécie Cinnamomum Cassia, conhecida como canela da China. 12 12 O século XIX caracterizou-se pelos trabalhos de extração, principalmente de ácidos e de bases orgânicas, as quais mais tarde receberam a denominação de alcalóides, de acordo com as suas características básicas. Data desta época o isolamento dos alcaloides morfina (1804), quinina e estriquinina (1820). Isolamento das primeiras substancias vegetais 13 13 Alcaloides isolados no século XIX 14 14 A espécie Cinchona ledgeriana é a maior produtora do alcaloide quinina. Atualmente, o quinino é usado para o tratamento de câimbras musculares, de distúrbios do coração e como flavorizante da água tônica, além de combater a malária. Quinina 15 15 Tabernaemontana laevis Vell. Descrição inicial de Frei Velloso para o pau-pereira na Flora Fluminensis. Bahia, Minas Gerais, Espirito Santo e Rio de Janeiro. Pau-pereira: O sucedâneo da quina 16 16 Foto da espécie Geissospermum vellosii – Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Brasil (Acervo pessoal de M. R. Almeida) Características diferentes; Botânico Francisco Freire. 17 17 Nomes populares: pau-forquilha, pau-de-pente, camará-de-bilro, camará-do-mato, canudo-amargoso, paratudo, quinarana, pinguaciba, pereiroá, pereiro, ubá-açú, tinguaba e chapéu-de-sol. Pau-pereira (mais usado). Origem: Indígena (pereirana, pereiriba ou pereiora). Significa “Casca preciosa”. Planta medicinal. Uso: Malária, inapetência, má digestão, tontura, prisão de ventre e febres. Madeira. Farmacêutico Ezequiel dos Santos, isolou o princípio ativo do extrato da casca do pau-pereira em 1838. Substância: Alcaloide. Nome: Pereirina. 18 18 Fórmula molecular da Pereirina (Freire Júnior) 1880: C7H21AzO10 Fórmula molecular da Pereirina (Oswald Hesse) 1877: C19H24N2O Outro Alcaloide, denominou de Geissospermina: C19H24N2O2 Surgimento de novas técnicas (Espectroscopia de infravermelho (IV) e Ressonância magnética nuclear de hidrogênio séc. 20). Ainda hoje há uso do pau-pereira, indicado para cânceres e doenças virais como aids, hepatite C e herpes. Em meados do século 19 no Rio de Janeiro já eram realizados estudos químicos de produtos naturais. 19 19 Plantas psicoativas, ricas em alcaloides derivados da N,Ndimetiltriptamina (DMT); Fórmula estrutural da N,Ndimetiltriptiamina Mimosa tenuiflora (jurema preta) Vinho Cachimbo Utilizada em rituais, causa alterações de humor ansiedade, distorção de percepção de tempo, espaço, forma e cores, alucinações visuais. 20 Plantas brasileiras: Um relicário de sabedoria para o corpo e para a alma 20 Anadenanthera colubrina Anadenanthera peregrina Banisteriopsis caapi Brunfelsia hopeana Sapo gênero bufo 21 21 Estruturas da DMT, da hopeanina, dos alcaloides presentes no cipó Banisteriopsis caapi e da bufotenina. 22 22 Ayahuasca (aya = pessoa morta, alma, espírito e waska = corda, liana, cipó ou vinho), feito do cipó Banisteriopsis caapi e as folhas de Psichotria viridis. Poderes telepáticos; Telepatina, isolado pelo colombiano Fischer em 1923, hoje chamada de Harmalina; No organismo a DMT é inativada pela enzima monoamino oxidase 135 (MAO). Porém, os alcaloides harmina e seus derivados são inibidores desta enzima. 23 23 Dança yuruparí e consumo da ayahuasca pelos índios Tucanos. Do consumo ritual da ayahuasca nasceram diferentes cultos/religiões: o Santo Daime, a Barquinha e a União do Vegetal (UDV). Barquinha, fundada no Acre, em 1940, por Daniel Pereira de Mattos (1888-1958). 24 24 Paricá, rapé, cohoba. Preparado a partir de Anadenanthera peregrina, Nicotiana tabacum e outras plantas. Os rapés preparados com DMT são inativos por via oral; Índio mura aspirando paricá 25 25 Alcalóides sintéticos: N-metil-3,4-metilenedioxianfetamina (ecstasy) escopolamina Morfina 26 26 Este artigo mostrou a descoberta de plantas que marcaram nossa história e que serviram de modelo para o desenvolvimento da química de produtos naturais brasileira. Conclusão Almeida, M. R.; Martinez, S. T.; Pinto, A. C. Química de Produtos Naturais: Plantas que Testemunham Histórias. Revista Virtual de Química, vol. 9 no. 3, 1117-1153, 2017. REFEÊNCIAS
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