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Eletrocardiograma O Eletrocardiograma (ECG) é um exame de triagem básico. Com ele, é possível atestar ou contestar a saúde do coração do paciente, e encontrar indícios de que ele pode ter ou não problemas cardíacos. O paciente deve ficar deitado durante toda a realização do exame, em que são instalados eletrodos em seu corpo. O ECG é um exame sem riscos ou contraindicações. É recomendável também não realizar movimentos bruscos ou fumar cigarros por pelo menos meia hora antes do exame. Passos para interpretar eletrocardiograma Veja a velocidade e a amplitude do ECG no papel do exame. Em um eletrocardiograma bem-feito, a velocidade fica em 25 mm/s, enquanto que a amplitude deve ficar em 1 mV por 10 mm. É necessário observar as 12 derivações do exame, bem como avaliá-lo como um todo, em conjunto com os sintomas do paciente. Ao interpretar Eletrocardiograma, ele possui ritmo sinusal? Após verificar a frequência do batimento cardíaco, o médico deve aferir se o ritmo cardíaco do paciente está adequado. Para isso, basta analisar o tamanho das ondas, seu desenho e qual o espaço de quadrículos ocupado. Para que o coração esteja em ritmo regular e em ritmo sinusal, basta verificar se a distância entre os complexos QRS são semelhantes e se a onda P é gerada no nó sinusal. Calcule os Intervalos PR e QT Meça os intervalos a partir do desenho do ECG. Um intervalo PR normal gira em torno de 0,12 s e 0,20 s. O intervalo QT, por sua vez, costuma se posicionar entre 350 ms e 450 ms .Ao interpretar Eletrocardiograma, você deve calcular o Eixo Elétrico do coração Antes de realizar essa parte, é necessário compreender que cada uma das derivações do ECG é um ponto de vista diferente sobre o estímulo elétrico ao coração. Estes pontos de vistas podem ser expressos por um gráfico feito à forma do plano cartesiano. Uma vez que se calcule o eixo elétrico do eletrocardiograma, os valores dos ângulos que podem apontar saúde ou irregularidades são: De -30° a 90° – Eixo normal, esperado; Entre -30° e -90°, eixo desviado à esquerda; De 90° a 180°, eixo desviado à direita; Entre -90° e -180°, desvio extremo do eixo elétrico. Como determinar alterações do segmento ST? A análise adequada deste intervalo pode denunciar alguma cardiopatia isquêmica do paciente, por isso, examine com atenção. O segmento ST deve ser isoelétrico, sendo mensurado do fim do complexo QRS até a onda T. Compare o desenho aos segmentos PR ou ST para assegurar a exatidão do diagnóstico. Segue um exemplo de como se relatar um ECG: Eletrocardiograma com ritmo sinusal, Frequência cardíaca de 70 bpm, Onda P positiva em todas as derivações, exceto aVR. QRS largo, com eixo elétrico do QRS normal, cerca de 45°. Intervalo PR considerado normal, em 0,15 s . QT corrigido normal em 400 ms, Segmento ST é isoelétrico e sem alterações relevantes, Onda T é positiva em todas as derivações, excetuando aVR. Não há onda Q patológica. Conclusão do eletrocardiograma: Exame dentro dos limites da normalidade. COMPLEMENTO: https://www.youtube.com/watch?v=dXVgIHTgYOc As 12 derivações avR: Braço Direito (Right), evitando proeminências ósseas. avL: Braço Esquerdo (Left), evitando proeminências ósseas. avF: Perna Esquerda (Foot), evitando proeminências ósseas. N: Perna Direita, é o Neutro (N). Se o paciente tivesse um membro amputado, o eletrodo correspondente será colocado no coto do membro, ou na sua falta, a região mais próxima do tronco (ombros ou região abdominal inferior). Eletrodos Precordiais Os eletrodos precordiais são seis e se colocam na região precordial. V1: No quarto espaço intercostal, na margem direita do esterno. V2: No quarto espaço intercostal, na margem esquerda do esterno. V3: A meio caminho entre os eletrodos V2 y V4. V4: No quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular (baixa a partir do ponto médio da clavícula). V5: No mesmo nível que o eletrodo V4, na linha axilar anterior (baixa a partir da prega axilar anterior). V6: No mesmo nível que os eletrodos V4 e V5, na linha axilar média (baixa a partir do ponto médio da axila). Eletrodos para Derivações Posteriores e Direitas Em certas situações, quando se suspeite Infarto Posterior ou do Ventrículo Direito, é aconselhável colocar os eletrodos em diferentes posições dos descritos, para poder obter as Derivações Posteriores e Direitas. Lembre-se: Não confunda os eletrodos com as Derivações do ECG. Os eletrodos são os dispositivos que se colocam ao paciente, e as Derivações são os registros da atividade elétrica no Eletrocardiograma. Derivações bipolares do Eletrocardiograma São as derivações clássicas do eletrocardiograma, descritas por Einthoven. Registram a diferença de potencial entre dois eletrodos localizados em diferentes membros. D1: Diferença de potencial entre o braço direito e o braço esquerdo. O vetor é em direção de 0º D2: Diferença de potencial entre o braço direito e a perna esquerda. O vetor é em direção de 60º. D3: Diferença de potencial entre o braço esquerdo e a perna esquerda. O vetor é em direção de 120º. Triângulo e Lei de Einthoven: As três derivações bipolares formam o Triângulo de Einthoven, que diz: D2=D1+D3. Esta lei é muito útil na interpretação de um Eletrocardiograma. Permite determinar se os eletrodos periféricos estão corretamente posicionados, porque, se a posição de um eletrodo é variada, esta lei não se cumpre, deixando-nos saber que o ECG é mal feito. Ondas do Eletrocardiograma Onda P A onda P é a primeira onda do ciclo cardíaco. Representa a despolarização dos átrios. É constituída pela sobreposição da atividade elétrica dos dois átrios. Sua parte inicial corresponde à despolarização do átrio direito e sua parte final à despolarização do átrio esquerdo. A duração da onda P é inferior a 0,10s (2,5 mm) e uma voltagem máxima de 0,25 mV. Normalmente é positiva em todas as derivações, exceto em AVR onde é negativa, e em V1 onde normalmente é isodifásica. Nas sobrecargas atriais, a onda P pode aumentar em altura ou em duração, e está ausente na fibrilação atrial. Onda Q Duas coisas importantes sobre a onda Q: 1. Se houver uma pequena onda positiva no QRS antes de uma onda negativa, a onda negativa não é uma onda Q, é uma onda S, embora a onda positiva seja muito pequena. 2. No todas as ondas Q significam infarto do miocárdio. Em um eletrocardiograma normal existem ondas Q em algumas derivações sem ter um significado patológico. Características da Onda Q normal Derivações periféricas: A onda Q normal é muitas vezes estreita e pouco profunda (menos de 0,04 seg de duração, 2 mm de profundidade). Pode haver uma onda Q relativamente profunda em D3 em corações horizontalizados e um complexo QS em aVL nos corações verticalizados. É normal uma onda Q profunda em aVF. Derivações precordiais: Não deve haver nunca uma onda Q em V1-V2. Em V5 e V6 normalmente há uma onda Q, mas deve ser inferior a 0,04 segundos de duração e 2 mm de profundidade. Complexo QRS É constituído por um conjunto de ondas e representa a despolarização dos ventrículos. A sua duração varia de 0.06 s a 0.10 s. O complexo QRS tem várias morfologias dependendo da derivação (Ver morfologia do complexo QRS). Onda Q: Se a primeira onda do complexo QRS é negativa, ele se denomina onda Q. Onda R: É a primeira onda positiva do complexo QRS, pode ser precedida por uma onda negativa (onda Q) ou não. Se o complexo QRS tivesse outra onda positiva esta é chamada R'. Onda S: É a onda negativa que aparece após da onda R. Onda QS: Quando um complexo é completamente negativo, sem a presença de uma onda positiva, se denomina QS. Geralmente é um sinal de necrose miocárdica. Ondas R' y S': Quando há mais de uma onda R ou mais de uma onda S, são chamadas R’ e S' Lembre-se: Se um complexo QRS tem uma onda positiva inicial, por pequena que seja, esta onda é uma onda R é a onda negativa seguinte é uma onda S, não uma onda Q. É um erro comum confundi-las. Onda T Representa a repolarizaçãodos ventrículos. Geralmente é de menor amplitude do que o QRS anterior. Em um eletrocardiograma normal é positiva em todas as derivações, exceto em aVR. Embora possa ser negativa em D3 em obesos e em V1-V4 em crianças, jovens e mulheres. A onda T normal é assimétrica, a sua porção ascendente é mais lenta do que a descendente. A sua amplitude máxima é inferior a 5 mm em derivações periféricas e menos de 15 mm em derivações precordiais. Existem muitas doenças que causam alterações na onda T. A cardiopatia isquêmica ou a Hipercalemiasão exemplo (Ver alterações da onda T). Onda U Onda positiva de baixa voltagem, que se vê principalmente em derivações precordiais após a onda T. A sua origem é desconhecida, poderia significar a repolarização dos músculos papilares. Na hipocalemia moderada ou grave é típico a presença de ondas U proeminentes. COMPLEMENTO: http://pt.my-ekg.com/generalidades-ecg/correlacao-paredes-derivacoes.html
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