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1 MULTIVIX – FACULDADE BRASILEIRA Camila Duarte – matrícula 1-1411621 Gilmar Martins Corrêa Junior – matrícula 1-1411770 Gladson Antunes – matrícula 1-1320455 Lucas da Silva Ramos – matrícula 1-1210248 Morgana Godoi Lima – matrícula 1-1420633 Rodrigo Altoe – matrícula 1-1411632 Thiago Toscano Ferrari – matrícula 1-1320561 Vanderson Yeyê – matrícula 1-1211871 Vinicius Halfeld – matrícula 1-1420632 ENERGIA SOLAR TÉRMICA – UMA PROPOSTA PARA O BRASIL VITÓRIA-ES JUNHO / 2015 2 MULTIVIX – FACULDADE BRASILEIRA Camila Duarte – matrícula 1-1411621 Gilmar Martins Corrêa Junior – matrícula 1-1411770 Gladson Antunes – matrícula 1-1320455 Lucas da Silva Ramos – matrícula 1-1210248 Morgana Godoi Lima – matrícula 1-1420633 Rodrigo Altoe – matrícula 1-1411632 Thiago Toscano Ferrari – matrícula 1-1320561 Vanderson Yeyê – matrícula 1-1211871 Vinicius Halfeld – matrícula 1-1420632 Este trabalho de pesquisa sobre a energia solar térmica foi apresentado à disciplina Fontes Alternativas de Energia, ministradas no 7º período do curso de graduação em Engenharia Mecânica da Faculdade Brasileira - Multivix, como requisito parcial para avaliação, cujo orientador foi o Professor Rafael Fracalossi. VITÓRIA-ES JUNHO / 2015 3 INTRODUÇÃO A energia solar térmica ainda é pouco explorada nos dias atuais, como podemos observar no Anuário Estatístico de Energia Elétrica de 2013 (p. 23)[5] e poucos países optam por essa fonte alternativa de energia. Apesar disso, muito pode ser feito com o calor que o sol irradia em nosso planeta, desde aquecer um coletor solar, comumente utilizado para aquecer água em residências, até superaquecer sal em usinas gemasolares com a finalidade de se produzir a energia elétrica. A energia solar térmica é limpa e renovável, não sendo sempre necessária a utilização de nenhum combustível fóssil em seu processo de beneficiamento, nem mesmo liberação de gases poluentes para atmosfera tem por objetivo o fornecimento de energia elétrica tanto para a aplicação doméstica, bem como a industrial. Uma das dificuldades encontradas nesse processo é a não geração da energia nos períodos em que a luz solar não está presente, como em dias nublados e a noite. Mas em Andaluiza, na Espanha, utilizando tanques de sal aquecido já é possível gerar eletricidade 24h por dia, 7 dias por semana por meios de reservatórios da fonte quente e fonte fria que abastecem a planta nos momentos em que não há a incidência de sol diretamente nos espelhos, mais conhecidos como helióstatos. Mostrando a viabilização desse processo de fabricação. Usina solar Andaluzia [6] Com isso este trabalho visa demonstrar as vantagens e desvantagens da implantação de usinas termo solares, seu funcionamento e a aplicação do Ciclo de Rankine no caso em tela. Tal ciclo termodinâmico é utilizado em modelagem de turbinas a vapor, e tem como princípio de funcionamento transferir calor de uma fonte quente para uma fonte fria, liberando Trabalho, transformando-o em eletricidade, ou 4 ainda simplesmente como aquecimento da água com a finalidade de substituir a energia elétrica como fonte aquecedora. Desta forma, basicamente se dá o funcionamento de usinas termo solares. METODOLOGIA Nos baseamos em algumas pesquisas acadêmicas, tais como a Avaliação Comparativa de Sistemas de Energia Solar Térmica, realizada pelo engenheiro eletricista Henrique Magalhães Bianchini em sua monografia de 2013 pela UFRJ que visa a comparação entre as quatro diferentes tecnologias de geração de uma usina termo solar concentrada e qual a que oferece melhor rendimento a menor custo, o território mais apropriado no Brasil para sua aplicação, as dificuldades que o Brasil enfrenta para implantar esta tecnologia e a região com o menor potencial. Além disso, fomos avançando no estudo, onde também faz corpo de nossa pesquisa, a monografia do engenheiro eletricista Cássio Mauri de Oliveira Filho em 2014 pela UFRJ que traz novos elementos mais detalhados como o tema de sua dissertação a Metodologia para Estudo de Implantação de uma Usina Heliotérmica de Receptor Central no Brasil, que iremos percorrer nas ferramentas de implantação desta indústria e desenvolvimento no território brasileiro. Por fim, vimos na pesquisa extraída da monografia Geração Heliotérmica - Avaliação do Impacto da Utilização de Novos Fluidos no Custo da Energia Gerada de 2014 do engenheiro mecânico Rodrigo Fonseca Araújo Milani Tavares, também da UFRJ, que visa extrair a melhor viabilidade entre as duas plantas solar térmica de torres solares e pratos parabólicos, concluindo qual é a mais eficiente. Contamos também com bibliografias complementares em nosso trabalho, visando formar um conceito mais embasado possível desta fonte alternativa de fornecimento de energia, frente a matriz energética predominante no mundo ser baseada em combustíveis fósseis e a necessidade de se ampliar de diversificar a matriz energética no Brasil e no mundo. FONTES DE ENERGIA SOLAR TÉRMICA Será preciso definirmos que a energia solar é proveniente da fonte inesgotável que emana das radiações solares, no período de incidência na Terra, o que vem a se destacar o objetivo de nossa pesquisa, a energia solar térmica concentrada e seus quatro tipos de tecnologias desenvolvidas, tais como a cilindro parabólica, torre solar, linear Fresnel e prato parabólico. Sobre estas plantas temos o ciclo simples, com armazenamento e híbrido. Como dado que vem a agregar em nossa abordagem, o engenheiro Henrique, em sua monografia nos esclarece. A maioria das fontes de energia (biomassa, eólica, hidráulica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos) são provindas indiretamente da energia solar. O sol é a maior fonte de energia disponível na Terra, fornecendo anualmente para a atmosfera terrestre cerca de 1,5 x 1018 kWh de energia. Esse valor corresponde a 104 vezes o consumo mundial de energia neste período. A energia solar pode ser utilizada na conversão de energia térmica, para aquecimentos de fluidos e geração de potência mecânica ou elétrica, ou diretamente em energia elétrica, por efeitos em determinados materiais, principalmente os semicondutores, destacando-se o efeito fotovoltaico. (BIANCHINI, 2013, P. 6) 5 RADIAÇÃO SOLAR Partindo destas definições, iremos percorrer agora nas diversas formas de incidência solar sobre a superfície da Terra, ao qual enumeramos a radiação difusa que é refratada pelas nuvens, a radiação direta que é a que mais é aproveitada pelo sistema solar térmico, mas percebemos que além destas duas formas de radiação solar, existem ainda a reflexão de uma parcela da radiação que incidem sobre as nuvens, ou ainda difusão como conhecida, bem como a geração fotovoltaica que aproveita as duas incidências solares difusa e direta, tal como encontramos a figura abaixo. Radiação solar global e suas componentes (BIANCHINI, 2013, p. 6) Partindo deste axioma, percebemos o estudo necessário desde o início do fornecimento natural das radiações solares até o consumidor final, visando um melhor aproveitamento da tecnologia desenvolvida até a sua maior eficiência na aplicação desta fonte alternativa de energia, diminuindo assim, mesmo que de forma gradativa, a exploração e o fornecimento das fontes de energia a base da queima de fósseis. MOVIMENTO TERRA-SOL Outro estudo que se torna relevante é o movimento da Terra em relação ao Sol que implica em desenvolver tecnologias mais aproveitáveis de melhor localização de uma planta termosolar por região na crosta terrestre, bem como desenvolver mecanismos de reflexão e concentração da radiação solar para a geração de energia térmica em um ponto focaliza, a fim de que a partir daí possa ser aproveitado para converter esta energia térmica em geração de energia elétrica por um ciclo termodinâmico, onde se destaca o ciclo de Rankine que se aplica nesse contexto; exemplificando seus principais componentes o bombeamento adiabático, a transformação da água em vapor a pressão constante na caldeira, a expansão adiabática na turbina e consequentemente a condensação do vapor a pressão constante no condensador. 6 Para tanto, se faz mister conhecermos a trajetória orbital da Terra em relação ao sol, onde percebemos que esta trajetória é elíptica em um plano inclinado de algo próximo a 23,5º em relação ao plano do equador. Devido a esta inclinação do orbe terrestre, temos um verão com dias mais longos do que o inverno que em consonância a este evento, temos que as altitudes solares são mais elevadas do que nos meses de verão. Com um maior esclarecimento, temos o comentário do engenheiro Rodrigo sobre esta inclinação. A posição angular do Sol, ao meio dia solar, em relação ao plano do Equador (Norte positivo) é chamada de Declinação Solar (δ). Na Figura 6 pode ser visto a variação do ângulo δ de acordo com o dia do ano, juntamente com as diferentes estações do ano, variando dentro dos seguintes limites: -23,45º ≤ δ≤23,45º. Figura 6 – Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado Fonte: Guimarães et al. (2004). (BIANCHINI, 2013, p. 7) Como dissemos anteriormente, de forma conceitual, é necessário todo este estudo da direção da incidência solar na crosta terrestre, a fim de haver um maior aproveitamento dos painéis solares que por hora são fixos e não tem como acompanhar os raios solares como os painéis móveis, bem como uma melhor localização da planta solar térmica. Outro fator preponderante é a incidência de uma região nebulosa que dificulta sobremaneira também a absorção destas radiações solares pelas plantas solares. Quando há a incidência dos raios solares no momento em que o sol está baixo no céu, a radiação solar percorre por distâncias maiores até atingir a crosta terrestre, em relação a incidência solar direta quando o sol se encontra ao meio dia. Com isso, constatamos que a absorção de raios solares se torna maior nesta ocasião em que o sol está posicionado perpendicularmente à crosta terrestre. Para tanto, tende haver o 7 rastreamento dos espelhos reflexivos das plantas heliotérmicas, pelo menos numa única direção norte-sul, ou leste oeste, tal como representa a figura abaixo. Trajetória do sol na Terra (BIANCHINI, 2013, p. 8) POTENCIAL SOLAR BRASILEIRO A energia solar térmica tem uma grande contribuição em seu desenvolvimento tecnológico para o território brasileiro, bem como para o mundo, pois reduz a exploração e produção de energia a base de combustíveis fósseis. Com isso, no território brasileiro se faz mister salientar que é um continente com grande potencial de se gerar energia solar térmica, uma vez que está localizado na região intertropical que tem um maior aproveitamento na incidência dos raios solares na superfície, mas que ainda está em estudo o desenvolvimento desta tecnologia no Brasil. Com base na necessidade do desenvolvimento desta nova tecnologia no Brasil tendo como pesquisa e desenvolvimento da indústria nacional que ainda não investe nesta fonte alternativa de energia, o governo federal vem por meio de incentivos fiscais para promover o desenvolvimento das plantas de geração de energia solar térmica com aplicações de atender o mercado doméstico e industrial, através do órgão regulador da ANEEL, tal como nos elucida o engenheiro Henrique em sua monografia. A ANEEL através da Resolução Normativa nº 482, de 17/04/2012, aprovou regras destinadas a redução de barreiras para instalação de geração distribuída de pequeno porte, microgeração e minigeração, que chegam até 1 MW de potência. A norma introduz o Sistema de Compensação de Energia, que permite os geradores de pequeno porte, que utilizam fontes incentivadas de energia (hidráulica, solar, biomassa, eólica e cogeração qualificada), trocar energia com a distribuidora local. Essa geração distribuída pode trazer uma série de vantagens sobre a geração centralizada tradicional, como, por exemplo, economia dos investimentos em transmissão, redução das perdas nas redes e melhoria da qualidade do serviço de energia elétrica. (BIANCHINI, 2013, p. 13) Além dos incentivos destes órgãos regulamentadores, há ainda o potencial nacional devido à localização geográfica favorável para a recepção dos raios solares de uma melhor forma disposta a ser melhor aproveitado a geração de energia termo solar. Com isso, a região mais favorável para o desenvolvimento de uma planta termo soltar é a região nordeste, na Bahia com capacidade geradora de 6,5 kWh/m2/dia, e norte de Minas Gerais, mais precisamente no vale do São Francisco, devido a 8 disponibilidade de água em abundância que fornece a uma planta com reservatório uma maior quantidade de fluido que irá fazer parte do processo de produção de energia. Por outro lado, a região brasileira menos favorável para se implantar uma planta termo soltar é a região sul, mais especificamente no estado de Santa Catarina com capacidade geradora de 4,25 kWh/m2/dia, de acordo com o gráfico abaixo que representa a radiação solar global horizontal média anula no Brasil. Radiação solar global horizontal média anual no Brasil (BIANCHINI, 2013, p.10) Poderia se questionar o porquê que a região equatorial no território brasileiro, como o norte do país, não é identificada como grande potencial de geração de energia solar térmica, mas o que tem que se levar em consideração é o fato de que a região norte do Brasil é altamente úmida, apesar de haver uma grande incidência de raios solares e com uma grande nebulosidade que acaba refletindo e refratando os raios solares, bem como não há uma área plana consideravelmente grande e disponível 9 para a implantação de uma planta solar térmica, já que são área florestais. É o que salientamos ser também necessário para a implantação de uma planta solar térmica, tal como uma região plana disponível e com pouca incidência de nuvens e com baixa umidade, destacando-se a região do planalto brasileiro e o vale do São Francisco que já destacamos como as mais propícias a desenvolver e implantar uma planta solar térmica, bem como nas regiões semiáridas. No mapa do Brasil logo abaixo, o engenheiro Enrique, em sua monografia nos elucida com a irradiação normal direta anual no território brasileiro. Irradiação normal direta anual no território brasileiro (BIANCHINI, 2013, p. 11) ENERGIA SOLAR TÉRMICA CONCENTRADA A energia solar térmica concentrada também conhecida como CSP (Concentrated Solar Power) tem o seu funcionamento baseado em concentradores para focar a radiação solar em um ponto receptor, que em seguida aquece um fluído de transferência, que será deslocado para um bloco de potência, onde será gerada a energia elétrica. Na figura abaixo, o engenheiro Henrique, em sua monografia nos apresenta um diagrama com fluxo de energia (diagrama Stankey), de uma planta solar térmica. 10 Representação do fluxo de energia de um sistema CSP Fonte: Miller e Lumby (2012), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p.13) Existem quatro tipos de tecnologia solar térmica, sendo ela a de cilindro parabólico, linear Fresnel, torre de receptor central e prato parabólico. Destas tecnologias existentes, há ainda a possibilidade de uma planta solar térmica funcionar sem reservatório (simples), comarmazenamento e híbrida, onde a planta híbrida funciona com painéis fotovoltaicos, ou ainda com auxílio de combustíveis fósseis. Apenas o prato parabólico não é possível desenvolver uma planta híbrida. Na figura abaixo, o engenheiro Henrique, em sua monografia, nos demonstra graficamente como é cada tecnologia solar térmica já desenvolvida. Tipos de sistemas CSP Fonte: Miller e Lumby (2012), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 14) 11 CILINDRO PARABÓLICO (CALHA PARABÓLICA) A tecnologia do cilindro parabólico é a mais desenvolvida e testada no mundo, ocorrendo o início de sua pesquisa e implantação desde 1984, onde foi instalada uma planta SEGS (Solar Energy Generating Systems) no deserto de Mojave na Califórnia. Logo após esta implantação, houveram o desenvolvimento deste tipo de planta, de igual importância, como a Nevada Solar One e mais outras plantas mais recentes na Espanha. O princípio construtivo e de funcionamento de uma planta de cilindros parabólicos consiste em uma distribuição de espelhos côncavos dispostos em fileiras paralelas que focaliza os raios solares refletidos numa tubulação de boro-silicato translúcido que tem em seu interior um fluxo de fluido com uma capacidade térmica elevada, capaz de ter suas temperaturas elevadas ao mais alto grau de temperatura, tais como óleos, sais fundidos, ou ainda alguma outra substância que retenha ao máximo o calor recebido pelas irradiações refletidas do conjunto de calhas parabólicas, tal como o engenheiro Henrique nos demonstra em sua monografia que retrata o funcionamento de um prato parabólico e a planta Nevada Solar One. Diagrama esquemático e foto da Nevada Solar One Fontes: www.nrel.gov e www.acciona.us, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 15) A partir do fluido superaquecido dentro das tubulações que recebem o reflexo das irradiações solares, este fluido superaquecido aquece a água nos trocadores de calor (fonte quente) a elevar a sua temperatura ao máximo, vindo a alimentar uma turbina que por sua vez faz movimentar um gerador, vindo a gerar a energia elétrica completamente limpa. O ciclo termodinâmico é fechado e o vapor que sai da turbina retorna para um condensador (fonte fria) e a água volta ao processo inicial em baixas temperaturas, dando partida em todo o processo novamente, sendo que após o fluido transferir o calor, ele é “reciclado” no processo e retoma a sua função inicial, tal como nos demonstra o engenheiro Henrique em sua monografia. 12 Diagrama esquemático da planta de calha parabólica Fonte: www.eere.energy.gov, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 16) As maiores plantas de cilindros de pratos parabólicos podem gerar até 100 MW de eletricidade, como no caso da usina SHAMS 1 que iniciou suas operações em 2013 nos Emirados Árabes. Já as plantas SEGS VIII e IX operam desde 1990 nos EUA e são capazes de gerar 80 MW de energia elétrica. Existe um projeto de uma planta de cilindros parabólicos sendo desenvolvida no Chile, a Pedro Valdivia, que terá a capacidade de gerar 360 MW de eletricidade e com previsão de entrar em operação em 2015. Os concentradores cilindro parabólicos são construídos para apresentar uma reflexibilidade de até 93%, a fim de evitar grandes perdas e resistir a ambientes severos como os desertos. Tal construção destes pratos segue o modelo de coletores que tem entre 5 e 6 metros de largura por 12 a 13 metros de comprimento. Os espelhos atualmente são vidros temperados finos e grossos, que variam entre 0,8 mm para finos e 3 a 5 mm os grossos. As diferenças entre estes dois espelhos está no custo que apresenta o espelho fino ser mais barato em relação ao grosso. O que percebemos é que esta tecnologia ainda está em desenvolvimento. Os tubos receptores são montados no ponto focal da radiação solar refletida pelos espelhos, tendo como propriedade a de aquecimento do fluido térmico e encaminhar aos trocadores de calor com a finalidade de aquecimento da água para a geração de energia elétrica. A sua construção se baseia num tubo de aço inoxidável revestido com um tubo de boro-silicato anti-reflexivo que melhora as absorções de irradiação solar e diminui as perdas por convecção pelo vácuo no revestimento entre o tudo de aço inoxidável e o de vidro, tal como nos apresenta a figura abaixo pelo engenheiro Henrique em sua monografia. 13 Tubo absorvedor de calor Fonte: www.elecnor.es, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 17) O fluido de transferência de calor utilizado no processo dos pratos parabólicos, também chamados de HFT (Heat Transfer Fluid) têm de ter grandes capacidades térmicas sem perder as suas características físico-químicas. Desta forma, os mais aplicados nas plantas de cilindro parabólico são o Caloria que atinge uma temperatura de operação em até 300ºC e o Therminol que chega a temperatura de 400ºC. Com isso, o Therminol é o mais eficiente e mais utilizado. Outros óleos estão sendo testados, tal como o Syltherm que ultrapassa os 400ºC, onde tende a aumentar a eficiência na transferência de calor. Contudo, o Syltherm é mais caro atualmente e acaba não sendo muito utilizado. Quanto ao sistema de rastreamento de uma planta de cilindros parabólicos, a disposição é realizada por motores elétricos ou de funcionamento por uma unidade hidráulica. O mais comumente utilizado é a unidade hidráulica que fornece a energia mecânica para mover os coletores. O mecanismo por de ser feito em dois eixos, ou de apenas um. No caso de apenas um eixo, os cilindros de movem na direção leste- oeste, norte-sul, ou ainda paralelo ao eixo da Terra. Nas plantas de cilindro parabólicos o mais comum são as orientações dos coletores solares em apenas um sentido, tendo como a de maior eficiência a que se move no sentido leste-oeste, por se mover pouco durante o dia, com uma maior eficiência ao meio dia que se pode ajustar a elevação do sol e latitude. Porém os momentos de menos captação das irradiações solares se dão durante o início da manhã e fim da tarde, devido a sua maior inclinação em relação aos ângulos das irradiações solares, tal como podemos ver a representação da figura abaixo, demonstrada pelo engenheiro Henrique, em sua monografia com rastreamento no eixo norte-sul com rastreamento do sol leste-oeste. 14 Rastreamento orientado no eixo norte-sul com rastreando do sol de leste a oeste Fonte: Brakmann et al. (2003), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2103, p.18) Já o rastreamento norte-sul dos raios solares se dá mais eficientemente nos horários do início da manhã e fim da tarde, mas a absorção da irradiação solar ao meio dia é menos eficiente do que o rastreamento leste-oeste, devido aos maiores ângulos de incidência neste horário. O sistema de rastreamento do sol é subdivido em mecânico e eletro-eletrônico, onde este último é o mais confiável e subdivide-se em mecanismos que empregam motores controlados eletronicamente através de sensores que detectam a magnitude da iluminação do sol, os mecanismos que utilizam motores controlados por computador com controle de realimentação através de sensores que medem a radiação solar nos receptores, e o rastreamento virtual que dispensa os sensores e calcula a posição do sol por um algoritmo que calcula a posição do sol pelas suas coordenadas, ou seja, latitude e longitude. TORRE DE RECEPTOR CENTRAL A torre de receptor central, também comumente conhecida como Central Receiver System (CRS), é baseada em um campo de espelhos, ou helióstatos que se movem de forma independente entre cada um e nos dois sentidos da radiação solar, sendo norte-sul e leste-oeste. Os receptores são focados na obtenção dos raios solares e refletidos no foco central do receptor, ou seja, a torre receptora próxima ao campodos helióstatos que por sua vez é responsável por aquecer um fluido térmico a base de sal fundido que pode chegar a 1000ºC que é 2 vezes maior do que uma planta de cilindros parabólicos. Este fluido superaquecido é levado pela gravidade até o solo, onde há uma planta termodinâmica que perfaz o aquecimento da água através de trocadores de calor, passando o valor produzido pela água a uma turbina que movimenta um gerador e por sua vez produz a energia elétrica. O processo retorna com a água superaquecida que sai dos trocadores de calor (fonte fria) e retorna ao processo através de um condensador (fonte fria) abaixando a temperatura da água. Consequentemente o sal fundido é reintegrado ao sistema com baixas temperaturas e por meio de um bombeamento retorna ao receptor, onde receberá novamente as elevadas temperaturas da radiação solar provinda dos helióstatos no foco central da torre receptora, reiniciando-se o processo termodinâmico, tal como é demonstrado pelo engenheiro Henrique em sua monografia que mostra a torre receptora central de PS10 na Espanha. 15 Diagrama do sistema de rastreamento Fonte: www.eere.energy.gov, adaptado pelo autor. Foto da planta solar de receptor central PS10 na Espanha Fonte: ABENGOA (2011) (BIANCHINI, 2013, p. 21) Esta plantas são ainda recentes com desenvolvimento no campo dos testes em 1980 e 1990, onde há ainda muitas pesquisas desta tecnologia. Os helióstatos é uma estrutura montada com um conjunto espelhos refletores que se movem de forma independente, refletindo os raios solares para um ponto específico nas tores receptoras. Os helióstatos consistem em um rastreamento dos raios solares por meio de uma unidade de elevação e de um azimute que tende a facilitar o movimento dos helióstatos em acompanhar o curso do sol durante o dia. Isso nos demonstra que cada helióstato tem um movimento particular, de acordo com sua disposição na planta e de acordo com a incidência dos raios solares durante o dia. Percebe-se na planta piloto de Albengoa Solar PS10, na Espanha, que é necessário que os ventos estejam abaixo de uma velocidade de 10 m/s para manter a integridade dos espelhos refletores, que eles estejam limpos e uma área plana disponível de 150m2 para seu completo funcionamento. O padrão construtivo dos helióstatos consiste em uma grande estrutura, onde está acoplados os vidros com uma camada de filme reflexivo que tem a função de reflexão da irradiação solar para a torre receptora, tal como vemos um modelo na monografia do engenheiro Henrique. Foto da planta solar de receptor central PS10 na Espanha Fonte: ABENGOA (2011) (BIANCHINI, 2013, p. 22) 16 Os fluidos de transferência de calor são a base de sais fundidos e vapor direto que tem a propriedade de atingir grandes temperaturas, próximas a 565ºC, e transmiti- las ao processo. Isso é possível ao padrão construtivo ser capaz de eliminar uma grande possibilidade de tubulações que deverão levar os fluidos até o fim do processo, devido a grande temperatura atingida na torre receptora central ser de 1000ºC. Estão sendo investigados sistemas e fluidos que tem a temperatura de operação entre os 600ºC e 700ºC, a fim de substituírem os atuais ciclos Rankine subcríticos. A altura que a torre receptora pode ter está entre 50 até 165 metros de altura a um distância razoável dos helióstatos, de forma que impeçam as sombras que ocasionam ao jogo de espelhos. O receptor, responsável por receber os raios solares refletidos no alto da torre para o meio de transferência pode ser uma caldeira, ou tambor de vapor. Este processo produz uma temperatura de aproximadamente 550ºC a uma pressão de 160 bar que tem por finalidade abastecer a turbina a vapor, ou ainda o tanque de armazenagem de vapor. Este ano, no dia 13 de fevereiro, a empresa Google com parceria com as empresas NRG Energy e Brightsource Energy desenvolveram a maior planta solar térmica de torre receptora central na região da Califórnia, nos EUA, a Ivanpah Solar Eletric Generating System que tem cerca de 300 mil espelhos, é capaz de produzir 392 MW de potência com três torres receptoras para a planta que ocupa uma área de 14,16 km2 e que tem condições de abastecer cerca de 140 mil casas na Califórnia, que tem por objetivo reduzir a emissão de 400 mil toneladas métricas de CO2 por ano que equivale retirar 72 mil carros das ruas, tal como vemos abaixo na figura. Hoje esta é a maior planta de fornecimento de energia solar térmica já construída no mundo (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 36) [02], [11]. Ivanpah Solar Eletric Generating System [12] 17 PRATOS PARABÓLICOS CONCENTRADORES A planta de funcionamento baseada em pratos parabólicos concentradores se utiliza em sua construção de espelhos em formato de um prato parabólico com refletores para refletir as irradiações solares para um ponto receptor, localizado no ponto focal do refletor. Esta energia absorvida é transformada em energia térmica. Este mecanismo é constituído por um coletor que são os pratos parabólicos concentradores e que são independentes, um receptor que é um motor Stirling e um gerador. O coletor recebe as irradiações solares, reflete para o receptor que transfere calor para o fluido de trabalho de aciona o motor Stirling para acionar o gerador de energia elétrica, tal como observamos na figura demonstrada pelo engenheiro Henrique em sua monografia. Pratos parabólicos concentradores Fonte: Stirling Energy Systems (SES), 2007 (BIANCHINI, 2013, p. 24) O funcionamento de uma planta de pratos parabólicos concentradores atuam com os coletores em funcionamento independente entre eles para acompanhar a trajetória das irradiações solares, mas com duas aplicações diferentes em seus receptores, sendo uma a transportada por tubulação para um sistema central e a outra sendo transformada diretamente em eletricidade em um gerador acoplado diretamente no receptor. Este segundo modelo é o mais utilizado, já que apresenta menor perda térmica e maior economia da geração de energia elétrica. Contudo o mais comum é o gerador com base do motor Stirling que usa o calor recebido para variar a pressão existente numa câmara selada de hidrogênio, fazendo com que os pistões produzam a energia mecânica. Estes motores podem desempenhar um papel sobremaneira importantes e vantajosos em aplicações de bombeamento de água, em que o trabalho mecânico é necessário, a fim de realizar o acionamento de uma bomba, ao invés da energia elétrica para outros fins. Quando um ponto focal nos receptores converte diretamente as irradiações solares em energia elétrica, existem os seguintes componentes: Um receptor para absorver o raio solar concentrado para aquecer o fluido de trabalho. 18 Um gerador conectado ao motor para converter o trabalho em eletricidade. Um sistema de exaustão para expelir o calor em excesso para a atmosfera. Um sistema de controle para analisar a operação do motor com a energia solar disponível. (BIANCHINI, 2013, p. 25) Um coletor recebe as irradiações solares e transmite-as aos receptores térmicos que os absorvem estes raios concentrados e transfere o calor para o motor. Este receptor pode ser um esquemático de tubos que recebe o calor com fluido circulando por ele, sendo resfriador como o hidrogênio ou hélio, onde ao mesmo tempo há fluidos térmicos que transmitem o calor, fervidos em fluidos intermediários, com objetivo de transferir calor ao motor Stirling. O engenheiro Henrique, em sua monografia, citando Kalogirou, 2009, sobre a eficiência do prato parabólico concentrador, diz que: Segundo Kalogirou (2009), a tecnologia do sistema disco parabólico, tem alta eficiência na concentração de calor e baixa perda térmica, por rastrear o sol em dois eixos, sendo capaz de apontarpara o sol durante o dia todo, e porque o calor focado é aplicado diretamente para a unidade de calor do motor-gerador. Por isso, possui as maiores taxas de concentração (600 a 2000) e por essa razão é o coletor mais eficiente. Consequentemente, atinge temperaturas muito elevadas, podendo chegar acima de 1500°C. No entanto, os custos de instalação tendem a ser mais elevados do que os custos da calha parabólica, refletor Fresnel e sistemas de torre central. (BIANCHINI, 2013, p. 25) O tamanho dos coletores, variam entre 5 e 15 metros de diâmetro e produzem entre 5 a 25 kW de eletricidade. Como sua capacidade de geração de energia elétrica independente, é possível atender pequenas vilas com até 1 hectare, vindo a dispor de vinte e cinco discos capazes de gerar 25 kW. Este sistema de pratos parabólicos concentradores não apresentam armazenagem térmica, contudo podem funcionar como sistema híbridos que na ocasião da não incidência de raios solares durante o dia, funcionam plantas híbridas a base de combustíveis fósseis que mantém o fornecimento de energia elétrica. O motor Stirling é o mais utilizado nesta tecnologia, mas ainda há estudos que tentam viabilizar a aplicação de microturbinas e as fotovoltaicas concentradas. CONCENTRADORES FRESNEL Os refletores linear Fresnel (LFR, Linear Fresnel Reflectors) são bem semelhantes ao sistema de coletor cilíndrico parabólico, contudo são utilizadas longas fileiras de refletores no nível do solo, podendo ser planos ou ligeiramente curvos, que refletem os raios solares na direção de um receptor linear central afixado numa torre acima dos espelhos, tal como demonstra o engenheiro Henrique, em sua monografia, que mostra um esquemático da planta solar, Kimberlina, da AREVA, na Califórnia. 19 Desenho esquemático e foto da planta solar da AREVA Fonte: www.areva.com, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 26) O primeiro a aplicar esta tecnologia foi o pioneiro solar, Giordio Fraancia (1968), que desenvolveu o sistema linear e o sistema de rastreamento de dois eixos de refletores Fresnel em Gênova, na Itália, na década de 60. O funcionamento desta planta é similar ao de pratos parabólicos, no que tange a localização e orientação. Uma área plana se torna imprescindível e a disposição dos refletores é melhor aproveitada se for orientado no eixo norte-sul, com a finalidade de maximizar a captação da luz solar durante o dia. As plantas podem ser tanto para a produção direta de eletricidade, bem como para a produção de vapor extra, servindo de back-up para as plantas de carvão e gás natural. Com isso, o engenheiro Henrique nos mostra em sua monografia o desenho esquemático Diagrama esquemático de uma planta LFR Fonte: www.areva.com, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 26) Um dos problemas que os espelhos Fresnel causam é a questão do sombreamento que cada espelho provoca no outro subsequentemente ao que está disposto ao seu lado. Uma solução para este problema é o aumento do espaçamento entre os espelhos que acaba aumentando a área da planta, ou ainda o aumento da altura do receptor ao centro do jogo de espelhos. 20 Contudo, uma outra alternativa encontrada na Universidade de Sydney na Austrália, foi a construção de receptores laterais que impedem a formação de sombras entre os espelhos, ou seja a (Compact Linear Fresnel Reflector, CLFR), devido a descentralização da incidência solar em apenas um ponto focal no receptor ao centro, uma vez que há nas laterais dois receptores que solucionam a questão do sombreamento devido ao direcionamento dos coletores em diferentes posições, tal como a figura ao lado demonstrada pelo engenheiro Henrique, em sua monografia. Diagrama esquemático do CLFR Fonte: www.nrel.gov (BIANCHINI, 2013, p. 27) As plantas Fresnel levam a sua implantação ao um custo menor do que as de pratos parabólicos, mas com uma eficiência abaixo no que tange ao aquecimento do fluido térmico, sendo consequentemente gerada uma menor capacidade energética de eletricidade fornecida pela planta Fresnel. Atualmente chega-se a uma temperatura de vapor aquecido de 380ºC, mas há propostas de se elevar este valor até 450ºC com novas pesquisas. Esta planta ainda é uma tecnologia pouco explorada com algumas tecnologias desenvolvidas o seu projeto piloto em operação nos EUA e Espanha. Os espelhos das planas Fresnel são comumente mais baratos do que as de plantas de cilindros parabólicos, vindo a ter uma espessura de 1 a 2 mm. Isso ocorre devido ao formato dos espelhos Fresnel que não exige uma fabricação exclusiva, podendo ser comprado em diversos fabricantes. Em média os espelhos Fresnel custam US$ 9,8 por metro quadrado, pesando cerca de 3kg, que representa um terço do peso do cilindro prato parabólico, mas que tem uma perda maior na absorção das irradiações solares do que os pratos parabólicos, devido ao fato da menor faixa de ângulo de incidência dos raios solares. Esta tecnologia é a mais simples dentro das demais tecnologias CSP e tem uma menor necessidade de espaço físico para implantação de sua planta, em comparação com as plantas de cilindro parabólico. O fluido utilizado nas plantas Fresnel é o vapor como transferência de calor. ARMAZENAMENTO DE ENERGIA Nas plantas solares térmicas a disponibilidade de raios solares não é intermitente, pois conta com o período da noite que diariamente há uma lacuna de até 12 horas da falta de incidência dos raios solares na superfície terrestre, bem como momento em que o céu está coberto por nuvens, devido ao ciclo da água que propicia o bloqueio dos raios solares. Com isso, é necessário haver o armazenamento durante a geração de vapor no momento em que o sol está irradiando nos coletores. Diante deste entrave para uma planta solar térmica, houve a necessidade de haver a armazenagem destes 21 vapores para gerar a energia elétrica na abstinência dos raios solares e melhorar a sua eficiência, minimizando as perdas. Diante disso, houveram plantas térmicas que desenvolveram o potencial de armazenagem, tal como nos mostra o engenheiro Henrique, em sua monografia. O armazenamento de energia nas centrais CSP foi demonstrado pela primeira vez nas usinas de 10 MW de torre de receptor central, Solar One e Solar Two. Essa tecnologia também vem sendo demonstrada em várias plantas de calhas parabólicas de 50 MW, a primeira foi a planta Andasol 1 em 2009. As usinas de calhas parabólicas com armazenamento atuais, normalmente têm 6 a 8 horas de armazenamento de energia na capacidade completa. Algumas usinas de torre de receptor central têm até 15 horas de armazenamento, caso da usina Gemasolar Thermosolar que está em operação desde 2011 na Espanha. Tal armazenamento é suficiente para acomodar a variação diária da radiação solar e as demandas de carga, além disso, permite que o fator de capacidade das usinas de calhas parabólicas possa aumentar de 23-28% (sem armazenamento) para 36-41% (com armazenamento) (Miller e Lumby, 2012). Os Fatores de capacidade nas usinas de torre de receptor central variam de 24% a 75%. Os valores mais baixos são relacionados às usinas sem armazenamento, enquanto o valor mais alto é da usina Germasolar Thermosolar, que possui armazenamento. (BIANCHINI, 2013, p. 28). O sistema de armazenagem segue alguns parâmetros, tais como o tipo de tecnologia CSP a ser utilizada, a configuração do sistema de armazenamento sendo com dois tanques ou ainda com apenas um tanque de efeito termoclina, tipo de sistema de armazenamento ser direto ou indireto, escolha do fluido de trabalho utilizado, temperatura máxima de trabalho do sistema de armazenamento e capacidade e design do sistema de armazenamento. Apresentaremos agora um sistema de armazenagem numa planta de torrede receptor central que possui dois tanques de armazenamento indireto. O sistema de dois tanques indireto te um funcionamento similar ao direto e a diferença é que são utilizados no sistema indireto fluidos diferentes para a transferência de calor e para armazenamento. Este sistema, por ser muito caro o fluido de transferência de calor, ou ainda não adequado como fluido de armazenamento e acaba exigindo um trocador de calor extra, segundo está apresentado na monografia do engenheiro Henrique. Sistema de armazenamento direto com dois tanques Fonte: www.nrel.gov, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 31) 22 Já o sistema indireto com dois tanques funciona como o transporte do fluido de armazenagem de baixa temperatura através de um trocador de calor extra, onde é aquecido pela alta temperatura do fluido de transferência de calor. Em seguida o fluido de armazenamento de alta temperatura flui de volta para o tanque de armazenamento de alta temperatura. O fluido de transferência HTF sai deste trocador de calor a baixa temperatura e retorna para o coletor solar, onde é novamente aquecido. O fluido a partir do tanque de armazenamento de alta temperatura é usado para gerar vapor do mesmo modo como o sistema de dois tanques, tal como vemos na demonstração na figura abaixo, de acordo com a monografia do engenheiro Henrique. Sistema de armazenamento indireto com dois tanques Fonte: www.nrel.gov, adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 31) Já no sistema de tanque único e efeito termoclina, o fluido com maior temperatura está na parte superior e o fluido de baixa temperatura na parte inferior do tanque. Estas regiões de baixa e alta temperaturas são separadas por um gradiente de temperatura, ou termoclina. O fluido de alta temperatura flui para a parte superior do termoclina e sai pelo fundo a baixa temperatura. Este processo move o termoclina para baixo e adiciona a energia térmica para o sistema de armazenamento. Pelo processo reverso, o termoclina move-se para a parte superior e remove a energia térmica do sistema para a geração de vapor e de energia elétrica. Este sistema foi aplicado na planta de torre de receptor central Solar One, onde o vapor utilizado como HTF e o óleo mineral como fluido de armazenamento, de acordo com a figura abaixo. 23 Sistema de armazenamento com tanque único e efeito termoclina Fonte: Pacheco et al.(2001), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 32) Existem três modelos diferentes de operação da planta, a geração deslocada para o horário de pico, a geração maximizada para atender o horário de pico e a geração estendida. Contudo, pelo projeto da planta, só é permitido somente uma estratégia de produção de energia elétrica com os seguintes fatores principais: o tamanho do campo solar, o tamanho do sistema de armazenamento e a geração de eletricidade. O funcionamento de geração deslocada como múltiplo solar (MS) inicia a operação da planta a partir do meio dia, já que nestas primeiras 6h de incidência solar foi utilizada somente para armazenagem de energia, sendo que a irradiação solar é no período de 6h às 19h, podendo gerar energia elétrica por até 23h, mesmo sem a presença do sol. Já o modelo de geração maximizada visa atender o horário de pico, a energia térmica produzida durante o dia é armazenada e utilizada para atender o horário de pico. A geração estendida é necessário uma maior área para os coletores e uma parte da energia térmica é armazenada durante o dia e quando chega a noite essa energia é utilizada para gerar energia elétrica com o período de geração de energia elétrica mais longo. Este modelo é utilizado nas plantas de Andasol I e II da ACS Cobra, na Espanha. TECNOLOGIA DE RESFRIAMENTO A tecnologia de resfriamento numa usina CSP é basicamente a condensação do vapor utilizado nas turbinas, igualmente às tecnologias de funcionamento das turbinas a vapor convencionais. Os principais métodos de resfriamento do condensador são: úmido, seco e híbrido. O método úmido é o mais eficiente e com melhor custo benefício e deve ser aplicado em regiões com alto fornecimento de água. Já o método seco é menos eficiente, mas recomendável a utilização em regiões de carência de água, mas com perdas de desempenho e custos mais elevados de operação. O método híbrido é utilizado a água e o ar que acaba não reduzindo tanto a eficiência, mas mantém o maior custo do equipamento. Para tanto, é muito importante a análise destes métodos dentro das aplicações de uma tecnologia CSP, como nos aponta o engenheiro Henrique, citando Barbose (2012) e Philbert (2010), em sua monografia: 24 Segundo Barbose et al. (2012), os sistemas prato parabólicos são inerentemente refrigerados pelo ar ambiente, enquanto que os sistemas de torre central, LFR e de calha parabólica podem usar o resfriamento úmido, seco, ou híbrido. A seleção da tecnologia de resfriamento depende da economia, política e da disponibilidade de água. Em áreas com muita água, o resfriamento úmido é muitas vezes preferido e proporciona o menor custo, no entanto, alguns desenvolvedores de CSP voluntariamente optam pelo resfriamento seco para reduzir o consumo de água. Os sistemas de refrigeração seco e híbrido são tecnologias que têm o potencial de reduzir o consumo de água de uma CSP entre 40% e 97%, dependendo da localização e da tecnologia. De acordo com Philibert et al. (2010), as necessidades de água das usinas CSP são relativamente altas: cerca de 3000 L/MWh para plantas de calha parabólica e LFR (semelhante a um reator nuclear) em comparação com cerca de 2000 L/MWh para usinas térmicas movidas a carvão e apenas 800 L/MWh para plantas de ciclo combinado movido de gás natural. As CSP de torre central precisam de menos água por MWh do que as de calhas parabólicas, dependendo da eficiência da tecnologia. (BIANCHINI, 2013, p. 36). PLANTAS HIBRIDAS É possível tornar uma planta solar térmica híbrida, ou seja em funcionamento paralelo a alguma outra fonte de planta térmica movida a combustíveis fósseis, o que nos leva a uma nova tecnologia conhecida como Sistema Solar Integrado de Ciclo Combinado (Integrated Solar Combined Cycle – ISCC). Sendo assim, todas as plantas combinadas utilizam uma turbina a gás combinada a uma turbina a vapor. O sistema ISCC é bastante relevante, pois possibilita a garantia de fornecimento de energia elétrica em momentos de pico no fornecimento. Estes sistema ainda podem fornecer energia extra para aquecimento do fluido de transferência de calor, ou ainda para o fluido de armazenamento, vindo a aumentar a eficiência da planta híbrida. Segue abaixo uma planta esquemática ISCC. Planta esquemática de uma usina com ISCC Fonte: Miller e Lumby (2012), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 38) Numa planta híbrida ISCC funciona com dois ciclos termodinâmicos diferentes, sendo um ciclo de Brayton para a turbina a vapor e um ciclo Rankine para a turbina a 25 vapor. Esses ciclos são combinados em um único sistema, através de um recuperador de calor gerador de vapor (Heat Recovery Steam Generator, HRSG), conforme a figura esquemática apresentada. O funcionamento é explanado pelo engenheiro Henrique, em sua monografia, citando Miller e Lumby (2012). [...] O combustível é queimado na turbina a gás da maneira convencional e o gás quente vai para o HRSG, onde a energia do gás é recuperada para gerar e superaquecer o vapor, para ser utilizado no ciclo de turbina a vapor. Nas plantas ISCC o calor solar vindo da tecnologia CSP é integrada com a alta pressão no HRSG ou diretamente a baixa pressão na turbina a vapor. A ideia geral é uma turbina à vapor de tamanho muito grande, utilizando o calor do campo solar pelo gerador a vapore um exaustor de calor da turbina a gás para pré-aquecer e superaquecer o vapor, aumentar a potência do ciclo Rankine. (BIANCHINI, 2013, p. 37). ANÁLISE COMPARATIVA DE UMA PLANTA CSP Ao término de nosso projeto descrevemos uma simulação de nosso protótipo que poderá ser acompanhado pelo YouTube, onde demonstramos o funcionamento de uma usina solar térmica de Cilindro-parabólico com sistema automatizado de acompanhamento da incidência de radiação solar por uma simulação com LED de um celular, pontuando suas vantagens e suas desvantagens. Analisamos a possibilidade da implantação de uma usina em território brasileiro que melhor se destaca o norte da Bahia, bem como descrevemos as etapas para fabricação de energia elétrica através da capitação de raios solares em uma usina termo solar, tipo Cilindro-parabólico. Num comparativo entre as quatro tecnologias disponíveis no mercado, temos o quadro abaixo que destaca a planta solar térmica de prato parabólico como a tecnologia mais viável, por ser mais eficiente, mas devido ao risco tecnológico e que atualmente não há uma planta desenvolvida para comprovar o baixo custo do fornecimento de energia elétrica. Com isso, concluímos que a planta com base em cilindro parabólico, por ser a tecnologia mais madura é a mais aplicada na indústria energética que no Brasil se configura a matriz energética as plantas hidroelétricas. Contudo, entendemos que as maiores plantas desenvolvidas na Califórnia ser de Torre Central e a em Abu Dhabi a de Cilindro-parabólico, percebemos que a planta desenvolvida em Torre Central é a mais indicada, tal como a parceria da Google que neste ano de 2015 inaugura a maior planta desenvolvida no mundo, localizada na Califórnia, com outras duas empresas parceiras. Desta forma, como indicado na pesquisa do engenheiro Henrique, em sua monografia que utiliza o modelo de um software SAM (System Advisor Model), onde será realizado a modelagem e análise dos casos. A escolha do SAM se deve a sua versatilidade para simular diferentes tipos de planta CSP tanto pelo modelo físico, quanto pelo modelo empírico, tal qual nos apresenta o engenheiro Henrique em sua monografia. A estrutura do SAM (Figura 33) consiste em uma interface do usuário, um mecanismo de cálculo e uma interface de programação. A interface do usuário fornece acesso a variáveis de entrada e controles de simulação, e ainda apresenta resultados, tabelas e gráficos. A ferramenta de cálculo do SAM executa uma simulação em “time- step-by-time-step” do desempenho de um sistema de energia, e um conjunto de cálculos financeiros anuais para gerar um fluxo de caixa do projeto e métricas financeiras. A interface de programação permite que o SAM interaja com programas externos, como o Microsoft Excel (SAM, 2013). 26 O SAM faz previsões de desempenho e calcula o custo e estimativas de energia para projetos conectados à rede de energia com base nos parâmetros de projeto do sistema que o usuário especificar como entradas para o modelo, tais como: localidade, dados meteorológicos, tecnologia, custos de instalação e funcionamento, financiamento, dentre outras especificações do sistema (SAM, 2013). (BIANCHINI, 2013, pp. 40-41). Estrutura do SAM Fonte: SAM (2013), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 41). Este modelo de software SAM utiliza como plataforma um mecanismo baseado na simulação horária que interage com os modelos de custos, desempenho e finanças para calcular a produção de energia, custo de energia e fluxo de caixa. Este modelo realiza cálculos hora a hora da saída de um sistema de energia elétrica, gerando um conjunto de 8.760 valores horários que representam a produção do sistema de energia elétrica ao longo do ano. Com isso, é possível realizar testes de desempenho por hora. Resultados obtidos nas simulações das plantas CSP Fonte: Miller e Lumby (2012), adaptado pelo autor. (BIANCHINI, 2013, p. 14) 27 Com a demonstração do comparativo entre as quatro tecnologias CSP, concluímos que a mais indicada a ser implementada no Brasil é a de cilindro parabólico, devido ao seu desenvolvimento já maduro no mercado, o baixo risco tecnológico, os níveis intermediários de temperatura de operação, a capacidade de uma planta ser implementada com armazenagem, o custo de fornecimento de energia elétrica está entre os mais baixos das plantas desenvolvidas em escala industrial no mundo. Tal como a Acciona Solar, Abengoa Sola / Abener, Solar Milenium, Solel / Siemens, sendo estas tecnologias já testadas e em funcionamento. CONCLUSÃO Mediante nossa pesquisa, identificamos como proposta a implantação de uma planta solar térmica de cilindros parabólicos no Brasil por ser uma tecnologia mais madura no cenário mundial, pelo Brasil oferecer uma excelente oferta de radiação solar por se localizar numa região intertropical, mais precisamente na região do norte de Minas, ou ainda no vale do rio São Francisco no recôncavo Baiano, por ser a região mais propícia para receber um investimento deste vulto. Ainda dentro do âmbito desta planta, identificamos ainda a questão do custo final quando comparamos a nossa matriz energética hidroelétrica e de combustíveis fósseis, que segundo o engenheiro Henrique (BIANCHINI, 2013, p. 16), citando Lodi (2011), o custo de uma grande planta de cilindros parabólicos tem a capacidade de gerar energia elétrica a um custo de 200 a 295 USD/MWh, de acordo com os incentivos do Estado e a disponibilidade dos raios solares a uma região mais propícia a incidência da radiação solar, mas que no futuro este valor tende a cair. Comparando ao custo do KWh ofertado no estado do Espírito Santo que teve mais de 80% de aumento este ano, estar girando em torno de 80 centavos de real o KWh, ao compararmos com uma planta solar térmica de cilindros parabólicos, chegamos ao valor de até 29 centavos de dólar por KWh que poderá chegar 92 centavos de real o KWh, numa projeção realizada há quatro anos. Certamente que numa visão mais otimista, teremos a possibilidade de ter um custo inferior ao fornecido pelas plantas hidroelétricas em pelo menos em nosso estado do Espírito Santo em até 20 centavos de dólar por KWh que convertidos para a moeda nacional, chega-se ao valor de até 63 centavos de real por KWh. É bastante substancial esta redução de custo de 80 centavos o KWh ofertado pelas plantas hidroelétricas para uma planta solar térmica de cilindros parabólicos que oferta a um custo de 63 centavos de real o KWh, retirando a dependência dos recursos hídricos no país que passa por uma grande crise e reduzindo o custo doméstico e industrial em até 17 centavos de real o KWh. Em nossa pesquisa e com a nova realidade do mercado e a intenção do governo Brasileiro em dirimir a crise hídrica, é recomendável subsídios por parte do governo federal, mesmo que ainda se torna muito caro o desenvolvimento de uma planta solar térmica no Brasil, assim como conclui o engenheiro Henrique, em sua monografia. A instalação de uma usina CSP no Brasil ainda não é viável devido ao seu alto custo. A planta modelada mais barata foi a híbrida, que apresentou o custo nivelado de energia de 217,7 USD/MWh, que corresponde a 435 R$/MWh (taxa de conversão 1 USD=R$ 2,02, em 03/04/2013). O preço médio de venda da geração eólica no Leilão 28 de Energia A-5/2012 (EPE, 2012b) foi de 87,84 R$/MWh, que é muito mais baixo do que os preços encontrados nas simulações para a geração heliotérmica neste trabalho. (BIANCHINI, 2013, p. 58) Já o engenheiro Cássio, que em sua monografia, fez um estudo específico para implantação de uma usina termo solar nas regiões também de São Paulo, bem como estados do Nordeste como Piauí, Goiás e também de estados do Sul como Mato Grosso do Sul e Paraná com capacidade de geraçãode energia elétrica entre 2 e 5,5 kWh/m2/dia, (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 64). Segundo o mesmo autor, há ainda um projeto piloto em desenvolvimento de uma planta de torre solar no Nordeste do país, mais especificamente em Petrolina, (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 53). A pesquisa deste mesmo autor visou o desenvolvimento de uma planta solar térmica com a tecnologia da torre de receptor central na cidade de Bom Jesus da Lapa na Bahia, após uma séria de comparativos com diversas outras cidades no Brasil com grande potencial energético solar como Belo Horizonte (MG), Bom Jesus da Lapa (BA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Porto Nacional (TO), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), sendo que a que apresentou os melhores resultados foi a planta a ser desenvolvida em Bom Jesus da Lapa (BA). Após identificar esta cidade como a que oferece o maior potencial nacional para o desenvolvimento de uma tecnologia solar térmica, estudos apontaram como sendo a de torre de receptor central, onde o mesmo autor comparou com a planta solar de mesma tecnologia instalada no EUA (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 80). Diante disso, chegou aos seguintes números o engenheiro Cássio, em sua monografia. Quadro comparativo entre uma planta torre solar em Daggett e em Bom Jesus da Lapa Fonte: Elaboração própria a partir dos dados de TURCHI, C. S.; WAGNER, M. J. Power Tower Reference Plant for Cost Modeling With the System Advisor Model (SAM). [S.l.]: [s.n.], 2012. (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 81) Ao observamos autores diferentes, estes chegaram a resultados próximos, mas identificamos que houve um progresso da pesquisa do desenvolvimento de uma planta solar térmica em território nacional de 2013 a 2014. Este artigo apresentou as tecnologias CSP, o cenário mundial da geração termo solar com sugestões de implantação no Brasil com uma avaliação da viabilidade da instalação no Brasil em 29 termos de custos e desempenho, tanto para pratos parabólicos como torre de receptor central. De acordo com os dados apresentados, identificamos a tecnologia de pratos parabólicos como a mais indicada de implantação em território nacional, mas não descartamos a geração heliotérmicas que está sobremaneira crescendo em todo mundo, no que tange às questões ambientais, viabilizando a necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa. Atualmente a tecnologia mais madura e com maior número de plantas em operação é a cilindro parabólico. Porém, a tendência é que a capacidade instalada de plantas de receptor central aumente devido a sua operação com temperaturas mais elevadas proporcionar maior eficiência térmica e maior capacidade de armazenamento. A grande dificuldade que encontramos foi relacionado à indisponibilidade de dados necessários para simulação das plantas, como por exemplo, a modelagem financeira e de custos, já que no Brasil ainda não há políticas de incentivo à inserção da energia termo solar na matriz elétrica nacional. Mediante a pesquisa específica do engenheiro Cássio, em sua monografia, chegamos a mesma conclusão que sua pesquisa nos proporcionou. [...] O primeiro passo em direção à geração termo solar no país está sendo a construção, em Petrolina, de uma planta piloto de tecnologia cilindro parabólico para pesquisa e desenvolvimento. Apesar de o país possuir grande potencial para exploração da energia solar, faltam dados climatológicos para simulações de plantas CSP em áreas com melhores índices de radiação solar. Porém, dentre os municípios com maior incidência de radiação normal direta, cujos dados estão disponíveis, Bom Jesus da Lapa foi o que apresentou melhores resultados para implantação de uma usina heliotérmica de receptor central. Em termos de desempenho, as plantas simuladas neste trabalho apresentaram bons resultados, como as produções anuais e os fatores de capacidade, indicando que o Brasil possui boas características climáticas para implantação desse tipo de planta. Porém, a instalação de uma planta CSP torre solar no Brasil ainda não é viável devido ao seu alto custo. A planta com armazenamento de 7,5 horas simulada em Bom Jesus da Lapa obteve o menor custo nivelado, 272,6USD/MWh, equivalente a 618,8R$/MWh (conversão de 1 USD = R$ 2,27, em 13/08/2014), que é muito maior do que a média de 150USD/MWh das plantas nos EUA. O custo da planta termo solar em Bom Jesus da Lapa também é muito maior se comparado ao custo dos projetos de energia eólica no Brasil, que foram vendidos a uma média de 129,97R$/MWh no Leilão de Energia A- 3/2014 [62]. Portanto, é necessário que o Governo desenvolva políticas de incentivo à geração heliotérmica no Brasil, deixando a tecnologia CSP mais competitiva e atraindo mais investidores no país. (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 82). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] BIANCHINI, Henrique Magalhães. Avaliação Comparativa de Sistemas de Energia Solar Térmica. Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2013. [2] OLIVEIRA FILHO, Cássio Mauri de. Metodologia para Estudo de Implantação de uma Usina Heliotérmica de Receptor Central no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2014. 30 [3] MILANI, Rodrigo Fonseca Araujo Tavares. Geração Heliotérmica: Avaliação do impacto da utilização de novos fluidos no custo da energia gerada. Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2013. [4] ALMEIDA, Marcell. Usina Gemasolar consegue gerar energia mesmo no escuro. Disponível em: http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2011/06/usina-,gemasolar-consegue-gerar-energia- mesmo-no-escuro.html, acesso em 22 de março de 2015. [5] MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Anuário estatístico de energia elétrica 2013. Rio de Janeiro: Empresa Pública de Energia, 2013. (p. 23) [6] https://www.agenciaandaluzadelaenergia.es/ciudadania/renovables/energia-solar/energia-solar, acesso em 22 de março de 2015. [7] http://www.newhome.com.br/HTMLs/Ekohome/Solar/T%C3%A9rmico/ColetorPlano.htm, acesso em 07 de junho de 2015 [8] http://www.cienciaviva.pt/rede/himalaya/home/guia6.pdf, acesso em 07 de junho de 2015 [9] COSTA, Paulo, Características e Potencialidade e Geração Termo Solar. SIEMENS [10] http://www.biosferatv.com.br/noticias/numeros-da-energia-renovavel-na-europa/, acesso em 09 de junho de 2015 [11] https://youtu.be/czTfYKrFBdQ?list=LLU-OYfUrlXdJY7cXKhh8dgA, acesso em 07 de junho de 2015. [12] http://www.technocrazed.com/ivanpah-solar-power-plant-can-provide-electricity-to-140000-homes-and-roast- birds, acesso em 21 de junho de 2015
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