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Apostila de Micologia Médica

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
MICOLOGIA 
“MÉDICA” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MICOLOGIA 
(Definição, Conceitos básicos e Importância dos fungos) 
I. CONCEITO DE MICOLOGIA 
MICOLOGIA: Ciência que estuda os Fungos. 
Palavra oriunda do grego: MYKES: fungo 
 LOGOS: estudo. 
A Micologia pode ser classificada de acordo com a área de interesse em: Geral, Médica, Agrícola, 
Industrial, etc. 
 
II. HISTÓRICO 
Os fungos são conhecidos desde a antiguidade. Há evidências que estes organismos já eram 
conhecidos desde o Período Devoniano e Pré-Cambriano. 
ALEXOPOULOS (1962) afirma que segundo a lenda o nome Mycenas (fungo) vem desde os 
gregos antigos, quando o herói Perseu há 3500 anos fundou o reino de Micenas, tomando este 
nome de um fungo lendário que saciou sua sede durante uma viagem. 
Há citações que datam de 1200 a. c. onde foi constatado a ação fitopatógena dos fungos pela 
primeira vez (míldio da videira), porém por falta de conhecimento científico os antigos 
consideravam como se fosse “castigo dos deuses”. HARSBERG (1929) descobriu desenho do 
“Agaricus” com todas as suas partes em um monólito romano do século I ou II, encontrado nas 
ruínas do mercado da cidade, indicando que os antigos já distinguiam os fungos comestíveis dos 
venenosos. 
Na antiguidade existiram povos considerados micófilos (utilizavam os fungos para vários fins) e 
não micófilos (que tinham aversão relacionando-os até com bruxarias). 
No Brasil, o primeiro relato sobre fungos data de 1560: Padre Anchieta descreveu, ao que tudo 
indica o esclerócio de um fungo do Filo Basidiomycota - Polyporus sapurema, que os índios 
denominavam de “pedra flexível”. 
Antes do advento do microscópio os fungos estudados eram os macroscópicos. Após a invenção 
do microscópio, no século XVIII, por Von Leeuwenhoek, inicio-se o estudo sistemático dos fungos. 
Na história da Micologia, o botânico italiano, Píer Antony Micheli considerado o “pai da Micologia”, 
que em 1729 publicou “Nova plantarum genera” onde foram incluídas suas investigações sobre 
fungos. Outros pesquisadores também aumentaram os conhecimentos dos fungos, como: Luis 
Pasteur; Fries; Corda; De Barry, o fundador da Moderna Micologia; Saccardo, autor da obra 
Sylloge Fungorum; Spegazzini, discípulo de Saccardo, que prestou grandes benefícios ao 
conhecimento dos fungos no Brasil. 
Na Micologia Médica, merecem ser citados Raymond Jacques Sabouraud e Maurice Langeron. 
No Brasil no início do século passado Rick, Theissen e Torrend, deram grande impulso ao 
conhecimento dos fungos em nosso país. Outros micologistas também contribuíram para 
 3 
aumentar o conhecimento como: Verlande Duarte Silveira, que publicou “Lições de Micologia”; 
Eugênio Rangel, com a publicação do “Glossário Micológico e Fitopatológico”; Augusto Chaves 
Batista e colaboradores, com centenas de trabalhos publicados em taxonomia e micologia 
aplicada. Na Micologia Médica destacaram – se Olímpio da Fonseca Filho, Floriano Paulo de 
Almeida e Carlos da Silva Lacaz, entre outros. 
 
III. DEFINIÇÃO 
FUNGOS: São seres eucariontes, heterotróficos, aclorofilados, aeróbios a microaerófilos, uni ou 
pluricelulares, uni ou plurinucleares, parede celular composta geralmente de quitina, combinada 
com outros carboidratos complexos como a celulose ou ambas, com glicogênio como substância 
de reserva, nutrição por absorção, podendo viver como sapróbios, parasitas ou simbiontes com 
outros organismos, podendo reproduzir-se sexuada ou assexuadamente, cuja célula é 
denominada de hifa, que desenvolvendo forma o micélio,(maioria filamentoso) que produz os 
esporos. Não formam tecido verdadeiro. 
 
IV. MORFOLOGIA GERAL 
Os fungos podem ser constituídos de duas partes: vegetativa e reprodutiva. 
1) Parte Vegetativa 
Hifa: Unidade estrutural dos fungos. É a célula dos fungos (tubo cilíndrico). Pode ser simples ou 
ramificada, podendo ser contínua ou cenocítica ou apresentar septos ou tabiques de espaço a 
espaço (septada), com ou sem pigmentação. Além da hifa verdadeira, existe um grupo de fungos 
que apresenta uma falsa hifa, onde as células não trocam nutrientes (pseudohifa), denominados 
de Leveduras. 
Micelio: Conjunto de hifas; corpo do fungo, formado por uma massa frouxa de hifas 
emaranhadas, em alguns casos (fungos superiores) formando pseudo-tecido (plectênquima). O 
micelio é composto de uma parte vegetativa (hifa) e uma parte reprodutiva: esporóforos sexuados 
ou assexuados que produzem os esporos. 
2) Parte Reprodutiva 
Esporos: Estruturas reprodutivas dos fungos, cuja germinação origina hifa que forma micelio que 
novamente forma esporos (ciclo de vida). Os esporos são responsáveis pela perpetuação e 
disseminação das espécies no ambiente. Podem apresentar variação no tamanho, forma, 
coloração e septação, além de origem diferenciada: tanto sexuada como assexuada. 
Exemplos de esporos assexuados: zoósporos (esporos com mobilidade) esporangiosporos, 
conídios (esporos sem mobilidade). 
Exemplos de esporos sexuados: zigosporos, ascósporos, basidosporos. 
 
V. IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS 
Benéficas 
 4 
1. Alimentação (baixam o nível de colesterol no sangue, tem substâncias anticancerígenas, fontes 
de aminoácidos, etc) 
Lactarius deliciosus, Amanita caesarea, Morchella hortensis, Agaricus campestris, Agaricus 
augustus, Boletus edulis, Cantharellus cibarius, Lepiota saena, Macrolepiota gracilenta, Pleurotus 
ostreatus, Tuber sp., Trufas, etc. 
2. Indústria farmacêutica 
Produção de antibióticos. O primeiro antibiótico (penicilina) foi descoberto por Fleming a partir de 
uma colônia de Penicillium notatum que contaminou experimentos realizados com bactérias. 
Atualmente são conhecidos outros fungos que produzem outros tipos de antibióticos, como por 
exemplo a griseofulvina. 
3. Indústria Química 
Os fungos podem produzir vários tipos de produtos como vitaminas (tiamina, riboflavina, biotina), 
ácidos, enzimas, álcoois, etc. 
Exemplos: Morchella hortensis que é comestível e também produz tiamina, biotina, riboflavina, 
ácido pantotênico, ácido fólico. 
Agaricus blazei que produz substâncias que auxiliam no tratamento de várias enfermidades. 
Aspergillus niger produz ácido glucônico. 
4. Indústria alimentícia 
a) Panificação (utilização do gás (CO2) produzido no metabolismo da levedura) 
Saccharomyces cerevisiae 
b) Produção de queijos (alteração na textura, aroma, sabor) 
Penicillium camembertii – produção do queijo Camembertii 
Penicillium roquefortii – produção do queijo Roquefortii, etc 
5. Indústria de bebidas fermentadas (utilização do álcool produzido durante o crescimento) 
Vinho: Saccharomyces cerevisiae predomina 
Cerveja: Saccharomyces cerevisiae, S. carlsbergensis 
Sakê: Aspergillus oryzae 
Bebidas indígenas: Rhizopus sp., Hansenula sp. 
6. Biocontroladores 
Fungos que tem a capacidade de controlar ou matar outros fungos, insetos, nematóides. 
Ex.: Metharhizium anisopliae controla a cigarrinha da cana-de-açúcar. 
 Beauveria bassiana 
7. Micorrízicos 
Auxiliam as plantas na absorção de elementos (Fósforo) de solos pobres. 
 5 
Ex.: Endomicorrízicos ( Gigaspora margarita) ou ectomicorrízicos (alguns basidiomicetos). 
8. Decomposição da matéria orgânica 
Atuam na fertilidade do solo, desdobrando matéria orgânica, originando nutrientes (elementos 
tais como N, P, K, S, Fe, Ca, Mg, Zn, etc) que podem ser aproveitados pelas plantas. 
 
Maléficas 
1. Patologia Humana e Animal 
Causam doenças denominadas MICOSES, que podem ser superficiais ou profundas. 
Ex.: Micoses superficiais: Microsporum canis (“impinge”), Malassezia furfur (“pano branco”). 
 Micosesoportunistas: Candida albicans, Aspergillus fumigatus 
 Micoses profundas: Paracoccidioides brasiliensis, Criptococcus neoformans., 
Histoplasma capsulatum 
2. Fitopatologia 
Causam doenças aos vegetais. 
Ex.: Hemileia vastatrix causa a ferrugem do café; 
 Colletrotrichum falcatum causa podridão vermelha da cana-de-açúcar; 
 Fusarium oxysporum causa murcha em vários tipos de vegetais, atacando o sistema 
vascular; 
 Phytophtora infestans causa requeima da batatinha; 
 Verticillium albo-atrum 
3. Micetismo 
Intoxicações provocadas pela ingestão de fungos macroscópicos. 
Venenosos (morte por coma hepático) 
Alucinógenos – “micetismo cerebral “ (substâncias psicotróficas- ácido lisérgico, bufotenina e 
outros) – provocando em alguns casos sintomas semelhantes a esquizofrenia. 
4. Venenosos (morte por coma hepático) 
Amanita verna, Amanita phalloides, Amanita pantherina, Boletus satanaz, Mycena pura, Lepiota 
castanea, Lactarius torminosus, etc. 
5. Alucinógenos 
Amanita muscaria, Psilocybe mexicana, Russula emética, Inocybe fastigiata, Panaeolina 
foenisecii. etc 
6. Micotoxicoses 
Provocadas pela ingestão contínua e prolongada de alimentos contaminados por fungos. 
 6 
 
Micotoxinas, podem ser carcinogênicas (câncer de fígado, esôfago), nefrotóxicas, podem lesar 
coluna cervical, provocar lesões cardiovasculares; hemorragias; ocasionar baixa de imunidade. 
Algumas são silenciosas (aflatoxinas), outras não como ergotismo (fogo de santo Antônio) – 
alucinações, convulsão, gangrena - Claviceps purpurea 
Exemplo: Aflatoxina A, A2, B, B2 (são cancerígenas, não são excretadas e se depositam no 
fígado) podem ser produzidas por Aspergillus flavus, Aspergillus parasiticus, Penicilium citrinum 
Aspergillus ochraceus – ocratoxina. 
Fusarium oxysporum, Fusarium moniliforme – zearalenona 
Penicillium expansum - patulina 
7. Destruição de produtos armazenados (sapróbios) 
Causam prejuízo econômico por armazenamento inadequado. 
Ex.: Rhizopus spp., Cladosporium resinae (fungo do querozene, pois destrói a camada protetora 
dos tanques de aviação) 
Destroem lentes de aparelhos ópticos estragando suas lentes, tecidos, couros, etc. 
8. Podridão e mancha em madeira 
Diminui o valor econômico. 
Causado freqüentemente por Poliporáceos, conhecidos comumente como “orelha-de 
pau”(Basidiomycota). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
 
 
FISIOLOGIA DOS FUNGOS 
 O processo vital dos fungos pode ser classificado em: metabolismo, crescimento e 
reprodução. 
I. Metabolismo 
 Compreende a tomada de alimentos e seu armazenamento nos pseudotecidos. Este 
mecanismo compreende nutrição e respiração, armazenamento de substância de reserva sob 
forma de glicogênio principalmente, esta utilizada no momento de crescimento ativo ou 
maturação dos esporos. 
Metabolismo pode ser: primário (anabolismo e catabolismo - enzimas) 
 secundário (toxinas, antibióticos) 
São produtos de metabolismo: proteínas (enzimas), vitaminas, pró-vitaminas, toxinas, 
antibióticos, etc. 
Nutrição 
 É a tomada de nutrientes de tecidos vegetais, animais vivos ou de detritos orgânicos por 
meio das hifas, pois os fungos são seres heterotróficos e quimiorganotróficos, incapazes portanto, 
de elaborar produtos orgânicos a partir do carbono inorgânico. Necessitam de uma fonte de 
carbono e de nitrogênio. Realizam a nutrição através de absorção (osmose) dos nutrientes. 
 Enzimas auxiliam no desdobramento do substrato, como por exemplo: amido não é 
assimilável e precisa ser desdobrado em dextrina e maltose; o açúcar de cana tem que ser 
invertido em glicose e levulose. 
Respiração 
 Os fungos são seres aeróbios a microaerófilos e seu metabolismo envolve mecanismo 
enzimático complexo, determinando a transferência de elétrons do doador oxidável ao receptor 
final de H, que é o oxigênio molecular. Absorvem O2 e desprendem CO2. 
 
II. Crescimento 
 Envolve a germinação do esporo, desenvolvimento micelio (parte vegetativa), com suas 
transformações em estruturas de frutificação ( parte reprodutiva) e finalmente nova formação de 
esporos. Para o crescimento, todos os organismos requerem uma série de reações químicas para 
se manterem vivos, crescerem e se multiplicarem. Através dessas reações químicas os 
organismos ganham peso, aumentam de tamanho e volume, numa fase denominada de 
crescimento, para passarem depois para a fase de diferenciação, caracterizada pelo aumento de 
complexidade na forma do organismo, com o aparecimento de células diferenciadas em órgãos. 
 Este crescimento depende de fatores como: temperatura, pH, luminosidade, umidade, teor 
de nutrientes e influência de outros organismos. 
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Umidade 
 Os fungos necessitam de alto teor de umidade, sendo que poucos sobrevivem em baixos 
teores. A massa miceliana é composta de 69 a 90% de água; as leveduras possuem 75%; os 
fungos filamentosos de 84 a 88% e os esporos de 40 a 50%. 
Teor de nutrientes 
 Quando os fungos são cultivados em meios sintéticos, verifica-se que as diferentes 
qualidades de alimentos, muitas vezes tem efeito notável sob a forma e atividade reprodutiva. 
Quase todos quando cultivados em condições favoráveis, crescem rapidamente, formando 
micelio bem desenvolvido e quando as condições tendem a deter o crescimento, por falta de 
nutrientes, eles formam corpos frutíferos com bastante esporulação. Os fungos (aclorofilados) 
conseguem a energia necessária através de oxidação de compostos de Carbono que rende uma 
apreciável quantidade de energia e é armazenada na forma de ligações fosfato de alta energia 
no ATP (adenosina trifosfato). Os compostos de Carbono são utilizados na síntese de outros 
compostos que deles dependem como ácidos nucléicos, material de reserva, material de parede, 
aminoácidos, proteínas, etc. O suprimento exógeno de Carbono é pois, de fundamental 
importância para os organismos heterotróficos, o que vale dizer que, sem suprimento exógeno 
desse composto, os fungos estão impedidos da síntese de elementos essenciais à vida celular e 
da energia para realização das reações químicas para síntese desses elementos. De modo geral 
os fungos e outros organismos podem utilizar uma larga faixa de compostos de carbono. Assim 
monossacarídeos, polissacarídeos, oligossacarídeos, como também aminoácidos, ácidos 
orgânicos e até lipídeos podem ser utilizados, embora os monossacarídeos sejam mais 
facilmente metabolizados. Outro nutriente importante é o Nitrogênio, que os fungos podem 
utilizar tanto na forma de nitratos quanto a amônia. Os fungos também necessitam de outros 
macronutrientes como: Magnésio, Fósforo, Enxofre e Potássio. Também são importantes os 
micronutrientes como: Ferro, Zinco, Cobre, Manganês, Molibidênio e Cálcio, alem de vitaminas, 
que são fatores de crescimento de alguns fungos. 
Temperatura 
 Os fungos podem suportar uma ampla variação de temperatura, que pode variar 
conjuntamente com outros fatores (pH, nutrição, etc), porém há influência não só no crescimento 
da parte vegetativa, como também no tamanho e quantidade de esporos. 
 A temperatura média geral de crescimento dos fungos oscila entre 20 a 300C. 
 De acordo com a temperatura, os fungos podem ser classificados (COONEY & 
EMERSON, 1964) em: 
1) Psicrófilos: crescem em temperaturas abaixo de 100C e vão até 200C, com temperatura 
ótima em torno de 180C. Exemplo: Cladosporium herbarium que consegue produzir 
esporos à 60C. 
2) Mesófilos: crescem na faixa entre 10 a 400C,com temperatura ótima entre 20 a 350C. 
Neste grupo se enquadra a maioria dos fungos. 
3) Termófilos: crescem em temperatura mínima de 200C e máxima de 500C ou mais, com 
temperatura ótima na faixa entre 40 a 500C. Exemplo: Aspergillus fumigatus cresce a 50oC 
e Byssoclamys fulva a 900C. 
 
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Luminosidade 
 Influi diferentemente no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, pois na primeira fase 
os fungos preferem a obscuridade ou luz difusa para desenvolver o micelio e na segunda fase, 
procuram luz para frutificar (esporular). 
Obs.: A luz ultra-violeta é germicida, porém em pequenas doses pode induzir formação de corpos 
de frutificação em fungos que na obscuridade só conseguem formar micelio vegetativo. 
 
pH 
 Os fungos são suscetíveis à acidez ou alcalinidade do meio onde vivem. Em sua maioria 
crescem rápido e esporulam bem em ligeiro grau de acidez (6,5 a 5,5), porém podem tolerar larga 
variação (3,5). 
 
Influência de outros organismos 
 A influência que outros organismos possam ter no crescimento de um indivíduo pode ser 
devido a: 
1) Competição em torno do alimento; 
2) Antagonismo devido elaboração de substâncias tóxicas a esse indivíduo; 
3) Parasitismo. 
 A competição entre as diversas espécies na obtenção de alimentos disponíveis em meio 
de cultura faz com que umas possuam mais habilidade e desenvolvam-se melhor e mais rápido, 
enquanto outras fiquem enfezadas e estioladas. Várias espécies podem crescer juntas em um 
mesmo substrato, porém prejudicam-se mutuamente de várias maneiras, afetando assim quase 
todas as fases de crescimento. 
 
MORFOLOGIA DO SISTEMA VEGETATIVO E REPRODUTIVO 
Sistema vegetativo 
 Hifa que se desenvolve e forma o micélio, que pode ser de acordo com o grupo de fungos, 
contínuo ou cenocítico ou septado. O micélio pode ser holocárpico (toda hifa se transforma em 
estrutura de reprodução) ou eucárpico (hifa forma corpos de frutificação em certos locais, mas o 
restante continua na fase vegetativa). Alguns fungos formam pseudotecido (pletênquima). 
 Pseudohifa que cresce e forma o pseudomicelio (leveduras). 
A célula eucarionte dos fungos possui organelas dos demais organismos, exceto os plastos. 
Normalmente é menor e mais simples do que as apresentadas por animais e vegetais. Organelas: 
parede celular (basicamente composta de quitina,), membrana plasmática (fosfolipídeos), 
vacúolos (digestivos e de reserva), retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lomassomos, 
mitocôndrias, centríolos, núcleo e flagelo (alguns fungos). 
Diferenciação da hifa em estruturas de acordo com sua função: 
a) Propagação da espécie 
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 Artrósporo: fragmentação do micélio e ou pseudomicelio 
Ex.: Geotrichum candidum e Trichosporon beigelli. 
 Blastosporo: fragmentação do pseudomicelio. 
Ex.: Leveduras: Candida spp. entre outras. 
b) Resistência 
 Clamidósporo: célula hifal de parede espessada que impede a morte da célula. Pode ser 
isolado ou em cadeia, intercalar ou terminal na hifa. 
Ex.: Fusarium spp., Epidermophyton floccosum. 
 Esclerócio: hifa se entrelaça, formando estrutura resistente, de forma e tamanho variado. 
Ex.: Polyporus sapurema 
c) Disseminação do fungo no substrato 
 Estolão: parte da hifa que fica entre dois feixes de rizoides. 
 Ex.: Rhizopus spp., Absidia spp. 
d) Absorção 
 Rizoide: estrutura semelhante a raiz. Ex.: Rhizopus sp., Absidia sp. 
 Haustório: semelhante aos rizoides, porém existe em alguns fungos patógenos de plantas 
que o utilizam para absorver nutrientes das células do hospedeiro. Ex.: Albugo cândida, 
Melampsora lini 
 
Sistema reprodutivo 
 Reprodução: produção de novos indivíduos com as mesmas características da espécie 
que deu origem. Os fungos se reproduzem assexuada e sexuadamente através de esporos. 
Estrutura reprodutiva: esporos. 
 Podem variar de: formato (ovais, esféricos, fusiformes, falciformes, etc); número de 
células (uni, bi ou multicelulares); tamanho (macroesporos “macroconideos” e microesporos 
“microconídeos”); superfície (lisa, verrucosa, equinulada, ciliada, etc); cor (hialinos e 
pigmentados). 
 Os esporos recebem diferentes denominações de acordo com a origem sexuada ou 
assexuada, estrutura reprodutiva que onde é formado, se são móveis ou imóveis. 
 Exemplos: esporangiosporo – esporo imóvel, assexuado, formado em um esporângio; 
zoósporo – esporo móvel (flagelado), assexuado, formado em um zoosporângio; conídeo – 
esporo imóvel, assexuado, formado em um conidióforo; ascósporo – esporo imóvel, sexuado, 
formado em um ascocarpo. 
Tipos de reprodução: 
1) Reprodução assexuada: 
 11 
 É a transformação de estruturas somáticas, sem troca de fases nucleares, fusão de 
núcleos, por divisão de células. Importante para disseminação da espécie, pois processa-se 
várias vezes ao ano e origina a produção de maior número de indivíduos. 
 
Tipos: 
 1. Fragmentação do micélio: alguns fungos fragmentam suas hifas como forma de 
reprodução e cada fragmento se comporta como esporo. Ex.: artrósporo, clamidosporos 
 2. Gemação ou gemulação ou brotamento: reprodução que origina gemas, são células 
somáticas que originam as gemas, que após formadas, separam-se da célula mão que lhes deu 
origem. Ao formar a gema, o núcleo da célula mãe se divide e um deles migra para a célula filha, 
que aumenta de tamanho e logo se desprende, formando novo indivíduo. As vezes são 
produzidas cadeias de gemas denominadas de pseudomicelio. Ex.: Leveduras (blastosporos) 
 3. Produção de esporos assexuais: É a forma mais comum de reprodução assexuada. Nos 
fungos onde o processo ocorre, as hifas vegetativas se diferenciam, dando origem a esporóforos, 
estruturas nas quais serão formados os esporos. Ex.: conídios, esporangiosporos 
 4. Fissão ou bipartição: é a simples partição de uma célula em duas células filhas, por 
estrangulamento e formação de parede celular (característico das bactérias e de algumas 
leveduras). 
 
2) Reprodução sexuada: 
 É a que envolve fusão de núcleos diferenciados, que funcionam como gametas, pela 
penetração do gameta masculino no feminino. Tem duas características fundamentais: a 
fecundação e a meiose. 
Fases da reprodução sexuada: plasmogamia (fusão do protoplasma), cariogamia (fusão dos 
núcleos haplóides) e meiose (divisão reducional, haploidia, n cromossomos). 
 Nos fungos inferiores, a meiose segue imediatamente à cariogamia e nos mais evoluídos, 
se observa uma fase caracterizada pelo pareamento dos núcleos, a dicariofase. Esta fase ocorre 
entre a plasmogamia e a cariogamia. 
 Algumas espécies produzem no mesmo micélio estruturas sexuais masculinas e 
femininas, sendo denominados de monóicos e outras, que só produzem estruturas masculinas 
ou femininas de dióicos. 
 Estruturas sexuadas: gametângios. Podem formar células sexuais diferenciadas 
(gametas), que podem ser morfologicamente iguais (isogametas) ou diferentes (heterogametas). 
No último caso, o gametangio masculino chama-se anterídio e o feminino, oogônio. 
Tipos: 
 1. Copulação planogamética – fusão de dois gametas, dos quais pelo menos um é móvel. 
Os gametas móveis são denominados de planogamentas. Temos: a) gametas móveis e iguais – 
isogametas; b) gametas móveis e desiguais – anisogametas; c) gameta móvel e outro imóvel – 
heterogametas. 
Lorena
Realce
Lorena
Realce
LorenaRealce
Lorena
Realce
 12 
 2. Contato gametangial – os gametas ficam reduzidos a protoplastos indiferenciados, com 
núcleo. Assim eles não saem do interior do gametângio , sendo transferidos diretamente de um 
para outro gametângio. Os mesmos não se fusionam, se põem em contato e um dos núcleos 
gaméticos migra do masculino para o feminino. 
 3. Copulação gametangial – é caracterizada pela fusão de todo conteúdo dos 
gametângios masculino e feminino. Ex.: Zygomycota 
 4. Espermatização – as estruturas masculinas são representadas pelos espermácios 
(células pequenas, uninucleadas, haplóides, semelhantes a esporos), que são produzidas de 
várias maneiras. O conteúdo do espermácio passa para a célula feminina através de um poro. 
Ex.: Basidiomycota 
 5. Somatogamia – as hifas somáticas de micélios compatíveis funcionam como estruturas 
de reprodução sexuada. Ex.: Basidiomycota 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
 
 
TAXONOMIA DE FUNGOS 
 Os taxonomistas têm procurado ordenar as espécies, de acordo com o conhecimento do 
maior número de caracteres, dentro de um sistema que permita evidenciar não só as afinidades 
naturais e relação de parentesco como também sua ordem filogenética, possibilitando uma rápida 
e correta classificação das espécies. 
 Assim temos, Espécies rigorosamente relacionadas, são agrupadas em Gênero; gêneros 
relacionados são agrupados em uma mesma Família; família em Ordem; ordem em Classe; 
classe em Filo; filo em Reino. 
 Os primeiros Reinos incorporados na classificação formal de Linnaeus e outros autores, 
foram aqueles dois considerados distintos: 
 1. As plantas – organismos fotossintéticos e fixos; Este Reino compreendia quatro 
divisões: Tallophyta (bactérias, algas e fungos); Bryophyta; Pteridophyta e Spermatophyta. 
 2. Os animais – organismos heterotróficos e móveis. 
 Os fungos, embora não fotossintetizassem, foram considerados como planta, por serem 
imóveis e por possuírem o que se pensava na época serem raízes. 
 As bactérias sendo móveis, tendo forma fotossintética, consideradas plantas. 
 Os protozoários por serem heterotróficos e móveis, poderiam ser classificados como 
animal. 
 No sistema de dois reinos, havia a dificuldade de enquadramento dos organismos 
unicelulares, uma vez que alguns grupos são colocados tanto no reino Plantae pelos Botânicos, 
como no reino Animália pelos zoólogos. 
 A possibilidade de um terceiro reino para os organismos inferiores foi proposta por 
Haeckel e outros. Há dois conceitos para o terceiro reino: 
 a) Protista (Haeckel) – onde são incluídos só organismos unicelulares, isolados ou 
coloniais. Estes organismos que como regra, permanecem unicelulares durante toda vida ou 
raramente formam colônias frouxas por repetidas clivagens, mas nunca formam tecidos. 
Exemplo: Esponjas, fungos e ou algas inferiores. 
 b) Protoctista (Hoog e Copeland) – pode incluir organismos unicelulares e organismos 
que não possuem diferenciação de tecido (multicelulares e multinucleados). Exemplos: Fungos e 
Algas superiores. 
Copeland, mais tarde, propôs o sistema de quatro reinos, baseando-se no caráter de procariota 
e eucariota. 
 1) Reino Mychota ou Monera – incluía os procariotas, organismos sem núcleo definido. 
As bactérias e cianofíceas. 
 14 
 2) Reino Protoctista – organismos nucleados. Os protozoários, algas vermelhas e pardas 
e os fungos. 
 3) Reino Plantae – eucariontes clorofilados (cloroplastos). 
 4) Reino Animalia – eucariontes multicelulares, que passam durante seu desenvolvimento, 
pelos estágios de blástula e gastrula. 
 Levando em consideração o nível de diferenciação dos tecidos, o sistema de Copeland 
foi modificado por outros autores. 
 Em virtude do aumento de conhecimento e lacunas que as classificações antigas 
apresentavam Whittaker apresentou em 1969 um sistema de cinco reinos, levando-se em 
consideração a condição de unicelular – multicelular – multinucleado, além do modo de nutrição 
dos seres vivos. 
 1) Monera – para os procariotas; 
 2) Protistas – eucariotas unicelulares; 
 3) Plantae – eucariotas multicelulares fotossintéticos (os produtores); 
 4) Fungi – eucariotas multicelulares redutores; 
 5) Animalia – eucariotas multicelulares consumidores. 
 O sistema foi contestado por outros autores com a argumentação de que os organismos 
classificados entre os protistas eucariontes unicelulares havia alguns polifiléticos (derivados de 
diferentes ancestrais flagelados), sugerindo-se desde a extinção do reino protista, transformando-
o em nível e a criação de outros reinos para acomodar desde os mais simples aos mais 
complexos organismos. 
 Dentro do Reino Fungi também foram elaboradas classificações para acomodar os 
organismos que se acreditava serem fungos. Uma classificação bastante utilizada por ser 
considerada didática foi a de AINSWORTH (1973): 
Reino: FUNGI 
Divisão: Myxomycota (organismos que possuíam plasmódio em uma fase da vida). Este 
grupo subdivide-se em Classes; 
 Eumycota (fungos verdadeiros), com cinco subdivisões: 
 Mastigomycotina (fungos inferiores, aquáticos em sua maioria, terrestres, micélio 
contínuo ou cenocítico limitado, esporos (planosporos) denominados zoósporos, com um ou dois 
flagelos); 
 Zygomycotina (fungos inferiores, terrestres, micélio contínuo ou cenocítico bem 
desenvolvido, esporos (aplanósporos), sendo os assexuados esporangiosporos e os sexuados 
zigosporos); 
 Ascomycotina (fungos superiores, perfeitos, terrestres, micélio septado bem 
desenvolvido, esporos (aplanósporos) sexuados denominados ascósporos); 
 Basidiomycotina (fungos superiores, perfeitos, terrestres, micélio septado bem 
desenvolvido, esporos (aplanósporos) sexuados denominados basidiosporos); 
 15 
 Deuteromycotina (fungos superiores, imperfeitos, terrestres, micélio septado bem 
desenvolvido, esporos (aplanósporos) assexuados denominados conídeos); 
Estudos posteriores (análise genética, composição de parede celular, flagelos, etc.) 
demonstraram que nem todos os organismos classificados anteriormente como fungos deveriam 
continuar no Reino. Os taxonomistas procuraram alternativas e atualmente uma das 
classificações taxonômicas empregadas é a aceita por ALEXOPOULOS et al, 1996, que 
redistribuiu os organismos em: 
Reino FUNGI 
Filo Chytridiomycota 
Filo Zygomycota 
Filo Ascomycota 
Filo Basidiomycota 
Obs.: A subdivisão Deuteromycotina anteriormente aceita, que engloba os fungos imperfeitos ou 
mitospóricos hoje só é aceita por alguns autores (Moore-Landecker, 1996) como Filo-forma 
Deuteromycota. 
Reino STRAMENOPILA 
Filo Oomycota 
Filo Hyphochytridiomycota 
Filo Labyrinthulomycota 
Grupo PROTISTA 
Filo Plasmodiophoromycota 
Filo Dictiosteliomycota 
Filo Acrasiomycota 
Filo Myxomycota 
 
Descrições das características básicas dos filos pertencentes ao Reino FUNGI. 
Filo Chytridiomycota 
Caracteres gerais: 
1. Micelio contínuo ausente ou pouco desenvolvido (rizomicelio); 
2. Parede celular: quitina e ou glicana; 
3. Podem ser holocárpicos (endobióticos) ou eucárpicos (epibióticos); 
4. São fungos normalmente aquáticos; 
5. Estrutura de reprodução: zoosporângio que pode ser operculado ou não, mono ou 
policêntrico; 
 16 
6. Esporo flagelado (móvel) denominado zoósporo com um flagelo posterior do tipo chicote; 
7. São decompositores de matéria orgânica. 
Exemplos de gêneros: Catenaria, Gonapodya, Cladochytrium, Nowakowskiella, Karlingia, etc. 
Filo Zygomycota 
Caracteres gerais: 
1. São quase estritamente terrestres, geralmente no solo, matéria orgânica em 
decomposição,ar, esterco, parasitando outros fungos, etc.; 
2. Micelio contínuo ou cenocítico bem desenvolvido, de crescimento invasivo e rápido; 
3. Ausência de células flageladas (aplanósporos) ou melhor os esporos são imóveis; 
4. São eucárpicos, onde apenas parte do micelio se transforma em estruturas reprodutivas; 
5. Estrutura de reprodução assexuada: esporângios típicos (formados de perídio, columela 
e esporangiosporos), merosporângios e esporangíolos; 
6. Esporos de origem assexuada, denominados esporangiosporos e os de origem sexuada 
zigosporo; 
7. Parede celular formada de quitina, quitosano; 
8. Algumas espécies podem ser patogênicas ao homem, produzindo Zigomicoses. 
Exemplos de gêneros: Rhizopus, Absidia, Mucor, Syncephalastrum, etc. pertencentes a classe 
Zygomycetes. 
Filo-forma Deuteromycota 
 Neste grupo estão enquadrados os fungos com micelio septado bem desenvolvido,hialino 
ou pigmentado, que se reproduzem apenas assexuadamente por isto podem ser denominados 
de imperfeitos ou mitospóricos. 
Caracteres gerais: 
1. Maioria dos fungos deste grupo artificial é terrestre, podendo ser encontrados no solo, 
vegetais vivos e mortos, homem e animais, fazendo parte da cadeia ecológica na ciclagem 
de nutrientes; 
2. Micelio septado bem desenvolvido, sendo que em algumas famílias podem ser hialinos e 
em outras pigmentado (coloração amarronzada), porém há um grupo, das Leveduras 
(classe Blastomycetes), que normalmente não forma micelio verdadeiro e sim 
pseudomicelio; 
3. Ausência de células flageladas, sendo os esporos imóveis (aplanósporos); 
4. São eucárpicos na sua grande maioria; 
5. Estrutura de reprodução assexuada denominada de conidióforos, que podem ser simples 
(como em Aspergillus ou Penicillium) ou complexos (esporodóquio formado pelo gênero 
Fusarium, além de picnídio, acérvulo e sinêmio); 
 17 
6. Só apresenta esporos de origem assexuada, denominados de conídios, sendo estes de 
forma, tamanho, coloração e septação variada. Os conídios pequenos são denominados 
de microconídios (sem septos ou com até um septo) e os grandes de macroconídios (além 
de dois septos, que podem ser dependendo da espécie transversais e também 
horizontais); 
7. Parede celular: quitina, celulose, glicana, manana. 
8. Maioria das espécies patogênicas ao homem estão dentro deste grupo, causando 
micoses tanto micoses superficiais como profundas, dependendo das circunstâncias (fator 
predisponente, localização da micose no organismo). Exemplos de agentes de micoses: 
(espécies pertencentes aos gêneros) Aspergillus, Penicillium, Fusarium, Candida, 
Trichosporon, Cryptoccocus, Histoplama, etc. 
9. Alem da importância médica (micose e micotoxicose), alguns representantes deste filo 
podem ser utilizados para fins benéficos como produção de antibióticos (penicilina por 
Penicillium notatum), panificação e indústria de bebidas fermentadas como vinho e 
cerveja (Saccharomyces cerevisiae). 
Filo Ascomycota 
Caracteres gerais: 
1. São considerados fungos superiores, devido complexidade de suas estruturas 
reprodutivas e tipos de reprodução sexuada; 
2. São terrestres, geralmente encontrados no solo, matéria orgânica em decomposição, 
plantas vivas, etc. 
3. Micelio septado bem desenvolvido, formando em alguns grupos pseudotecido 
(ascocarpo); 
4. Possuem estruturas complexas de reprodução sexuada, denominadas de ascocarpos, 
que por sua origem, formato e complexidade dividem-se em: cleistotécio, ascostroma, 
peritécio e apotécio. 
5. Esporos imóveis (aplanósporos), de origem sexuada, denominados ascósporos, 
formados dentro de pequenos sacos (ascos) de tamanho e formato variado; dentro dos 
ascos podem conter entre 4 a 32 ascosporos ou mais; 
6. Parede celular: mais freqüente é a quitina, porem pode ser encontrado também celulose, 
glicana, manana; 
7. Possuem himênio, que é considerado um camada (coxim) de hifas férteis, onde são 
formados os ascósporos; 
8. Importância econômica mais voltada para doenças em plantas e por alguns serem 
comestíveis (trufas). Causando algum tipo de lesão no homem está Piedraia hortai, que 
causa piedra negra ou quirana (nódulo no pelo - ascostroma). 
Filo Basidiomycota 
Caracteres gerais: 
1. São terrestres, encontrados geralmente no solo, matéria orgânica em decomposição e em 
vegetais vivos, sendo muitos macroscópicos (cogumelos e orelhas de pau); 
 18 
2. Considerados fungos superiores, devido complexidade de suas estruturas reprodutivas e 
tipos de reprodução sexuada; 
3. Micélio septado (septo pode ser simples ou complexo do tipo doliporo) bem desenvolvido, 
com hifas de três tipos (generativa, conjuntiva e esquelétea), formando pseudotecido 
(basidiocarpo); 
4. Parede celular: pode apresentar quitina ou outros; 
5. Possuem himênio, localizado em lamelas ou poros dos basidiocarpos; 
6. Basidiocarpo de tamanho, formato, consistência variada; 
7. Esporos imóveis (aplanósporos) de origem sexuada os basidiosporos, normalmente em 
número de 04, formados em estruturas com formato de clava denominadas de basídias; 
8. Importância econômica: causam bastante doenças em vegetais (ferrugens e carvões), 
podem ser comestíveis (cogumelos) 
Reino Stramenopila 
 Este reino é composto de organismos que anteriormente estavam enquadrados dentro do 
reino Fungi, na subdivisão Mastigomycotina. 
 Os organismos são em maioria aquáticos, porem algumas espécies podem ser terrestres. 
Os que vivem em meio aquático são decompositores de matéria orgânica (sapróbios),porem 
alguns são parasitas de peixes (Saprolegnia), algas e animais (cavalos), até mesmo do ser 
humano (Pythium insidiosus). Alguns representantes são terrestres, e quase sempre patógenos 
de plantas de interesse econômico (Pythium). 
Micelio contínuo bem desenvolvido, com parede celular composta de celulose e glicana, com 
ausência de quitina. 
 Reprodução assexuada produzindo zoosporângios, estruturas que produzem esporos 
assexuais móveis denominados zoósporos, que podem apresentar um flagelo do tipo penado 
(ornamentado) ou dois, um liso e outro penado. 
 Reprodução sexuada formando estruturas reprodutivas denominadas oogônio, que 
produz esporos sexuados denominados oósporos. 
 
Grupo Protista 
 Os organismos hoje enquadrados neste grupo pertenciam na antiga taxonomia ao reino 
Fungi, divisão Myxomycota. 
 A característica mais importante que os distingue dos fungos verdadeiros é que em uma 
parte do ciclo de vida, estes organismos produzem plasmódios ou mixamebas de vida livre. 
 
 
 
 
 19 
 
 
 
 
ZIGOMICOSES 
CONCEITO: E doença polimórfica , de etiologia múltipla, sendo causada por diferentes espécies 
de fungos da classe Zygomycetes,com formas clínicas ocorrendo quase sempre associada a 
doenças graves. Inicialmente conhecida por ficomicose , em 1976, Ajello propôs o termo 
Zigomicose, consagrado pelos taxonomistas modernos. É micose rara tanto no H como em 
animais. 
 Enthomophthorales e Mucorales são as duas ordens que dão nome aos dois grupos de 
Zigomicoses: Entomoftoromicose e Mucormicose. 
 ENTOMOFTOROMICOSE - atinge indivíduos aparentemente imunocompetentes, seu 
micélio cenocítico é envolto por halo eosinófílico característico (fenômeno de Splendore-Hoeplii). 
Infecção crônica , em geral subcutânea, pode ser dividida em duas entidades clinicas que diferem 
em aspectos etiológicos e epidemiológicos: conidiobolomicose e basidiobolomicose. Agentes 
Conidiobolus coronatus, C. incongruus e C. lamprauges ( afeta mucosa nasal e o tecido 
subcutâneo adjacente formando massas infiltradas – rinozigomicose); Basidiobolus ranarum ( 
afeta tecido subcutâneo e músculos), pode disseminar. 
 MUCORMICOSE – é quase sempre micose oportunista e o seumicélio cenocítico não 
apresenta halo eosinofílico. Infecção geralmente aguda e grave. Clinicamente apresenta 3 
formas: cutânea, disseminada e rinocerebral. 
 
 DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA: Cosmopolita, em climas quentes e úmidos. Atinge 
ambos os sexos e qualquer idade. 
 HABITAT: solo, matéria orgânica em decomposição , frutas e pão de trigo e 
centeio.Podem ser isolados da biota do H (pele dos tratos gastrointestinal, respiratório e urinário), 
do ar, fezes de vários animais (sapo, rã, lagartixas, morcegos insetívoros, mamíferos) toda 
variedade de insetos (escaravelho). 
 FATORES PREDISPONENTES: doenças debilitantes: diabetes não controlada, doença 
do sistema reticulo-entotelial (leucemias, linfomas). Uso prolongado de antibiótico, desnutrição, 
radioterapia prolongada 
 MECANISMO DE TRANSMISSÃO: Via respiratória, também por via oral e cutânea 
• Na mucormicose rinocerebral e pulmonar, os esporos de fungos penetram por inalação e 
disseminam-se pelos vasos sangüíneos. 
• Na mucormicose gastrointestinal, os fungos penetram por via oral através de alimentos 
contaminados e disseminam-se via hematogênica. 
• A mucormicose cutânea primária é rara, e os fungos penetram por continuidade, lesões 
pré-existentes ou traumatismo cutâneo 
 20 
 
 MUCORMICOSE CUTÂNEA: raramente encontrada, seus agentes mais comuns são 
Mucor ramosissimus e Rhizopus rhizopodiformis. As lesões são eritematosas e papulosas, o 
tecido infectado torna-se necrosado e as lesões espalham-se progressivamente 
 MUCORMICOSE SISTÊMICA: com ou sem foco primário pulmonar, o processo pulmonar 
é progressivo e não controlado, disseminando-se a outros órgãos vitais (baço, coração e 
estômago, agentes envolvidos: Absidia corymbifera, Rhizopus oryzae, R. microsporus, Mucor 
hiemalis, M. racemosus. Fenômenos de trombose arterial e pequenas áreas de infarto 
 MUCORMICOSE RINOCEREBRAL: está invariavelmente associada a diabetes agudo 
(ceto-acetose), e é a mais fulminante de todas as doenças micóticas. Principais locais atingidos 
são os seios nasais e paranasais. Os sinais que mais rapidamente aparecem são no nariz, olhos 
e cérebro – muco nasal negro ou sanguinolento é observado com formação de tecido necrótico 
no septo nasal -sintomas como dor de cabeça, calafrios e febre são observados, a dilatação 
orbitária indica a invasão do cérebro e meninges – encefalite. 
 
DIAGNOSTICO LABORATORIAL 
 O fungo independente do gênero apresenta-se com hifas grossas, curtas e cenocíticas. 
 COLETA: biópsia ou necropsia 
 EXAME DIRETO – exsudatos ou biópsias, com KOH a 6%, Coloração HE ou indigo-
carmim 
 OBSERVAR: hífas largas, com septos esparsos, parede celular fina, 3 a 5 cm de largura, 
isoladamente, contorno irregular, com ou sem reação Splendore-Hoeplii ao redor. 
 CULTIVO: AGAR BATATA, AGAR SABOURAUD 
 MICOLOGIA DO FUNGO: Possuem crescimento rápido, de 48 a 72h, do tipo invasivo, 
aspecto algodonoso, coloração de bege a cinza escuro, dependendo do gênero e espécie 
envolvida. 
 
HIALOHIFOMICOSE – ASPERGILOSES 
 DEFINIÇÃO: Infecção fúngica de localização variada (pele, ouvido externo, seios nasais, 
olhos, brônquios e pulmões) e que se caracteriza por apresentar lesões granulomatosas 
inflamatórias no H e animais. Disseminação rápida por invasão de vasos sanguíneos pelas hífas 
causando trombose. Podem colonizar cavidades pré-existentes. Estes agentes podem ocasionar 
processos patológicos tais como: alergias, micotoxicoses (aflatoxinas) etc. São considerados 
oportunitas. 
 AGENTES ETIOLÓGICOS: Deuteromycota – Hyphomycetes – Moniliales 
 O gênero Aspergillus possui + ou – 600 espécies, e várias podem causar micoses 
. Exemplos – A. fumigatus.; A. niger; A. clavatus; A. versicolor; A. oryzae; A. glaucus; A. nidulans; 
A. sydowi, A. flavus; A. terreus etc. 
 21 
 MECANISMOS DE TRANSMISSÃO: Inalação – exógeno, Ingestão; com disseminação 
no organismo através dos vasos sanguineos. 
 FATORES PREDISPONENTES: A doença varia de acordo com a gravidade e o tempo 
de evolução clínica. Doenças debilitantes (tuberculose, leucemia, diabetes, carcinoma, linfoma, 
etc.); alergias; tratamentos prolongados com antibióticos, corticosteróides. 
ASPERGILOSES 
FORMAS CLÍNICAS: 
 A) PULMONAR 
• Ficam na superfície dos bronquios; 
• Broncopulmonar alérgica; 
• Invasiva (pacientes imunodeprimidos); 
• Aspergiloma intracavitário (bola fúngica – massa de micélio em cavidade pré-existente 
circundada por fino tecido fibrótico) que contém células inflamatórias, causado por A. 
fumigatus 
 B) CUTÂNEA – podem acometer o ouvido causando otomicose.Ex. A. niger 
 C) ORBITÁRIA – (crônica) seios paranasais. 
 D) DISSEMINADA – ocasionando abcessos, granulomas no cerébro, pulmões, rins, 
fígado, esôfago, etc. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
 COLETA: escarro, lavado brônquico, pele, etc. 
 EXAME DIRETO: KOH 10% ou 30%, impregnação pela prata. 
Melhor visualização das hífas com diâmetro uniforme (3 a 6 µm). Ramificação dicotômica com 
ângulo de 45o ou em U, em cortes histológicos impregnados pela prata (método Gomori). 
 CULTURA: Agar Sabouraud inicialmente e depois meio Seletivo Ágar Czapeck 
 Colônia de crescimento rápido, de granulosa a pulverulenta, com coloração 
variada (verde, amarelo, ocre etc.) 
 Biópsia: pode ser feita dependendo da necessidade. 
 Raio X. 
 
MICOTOXINAS E MICOTOXICOSES 
 CONCEITO DE MICOTOXINAS: As micotoxinas são compostos produzidos por fungos 
filamentosos microscópicos que podem desencadear nos seres vivos processos tóxicos 
denominados micotoxicoses, pela ingestão em grande quantidade (efeito agudo) ou cumulativo, 
por pequenas quantidades (efeito crônico).São resistentes a altas temperaturas, superiores a 
300oC, e ao ácido estomacal. 
 22 
 Dentre os fungos produtores dessas micotoxinas temos: Aspergillus dos grupos flavus, 
ochraceus, fumigatus etc; Penicillium sp.; Fusarium sp; Alternaria sp; Rhizoctonia. 
 CONCEITO DE MICOTOXICOSES: São intoxicações de natureza aguda ou crônica 
provocadas pela ingestão de alimentos contaminados com metabólitos tóxicos produzidos por 
fungos filamentosos microscópicos. 
 Histórico – 1960 – descoberta das aflatoxinas 
 Muitas micotoxinas se encontram de forma natural em vários cultivos agrícolas, tipo grãos, 
sementes ou frutos oleaginosos (amendoim, milho, castanha-do-brasil) ou alimentos ricos em 
lipídeos (chocolate, leite etc.) e a atividade biológica destes metabólitos tóxicos varia desde 
efeitos cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos até desordens hormonais. Em função disso, 
a F.A.O. recomenda um maior controle de determinadas micotoxinas. 
 Os riscos de micotoxicoses são avaliados em relação a 4 categorias de micotoxinas, cada 
uma delas associada a uma patologia diferente. 
 AFLATOXINAS – Aspergillus – A. flavus, A. ochraceus, B1, B2, G1, G2 
 OCRATOXINAS – Aspergillus e Penicillium 
 ZEARELONA – Fusarium, Penicillium e Gibberella 
 TRICOTECENO – Fusarium, Acremonium e Trichoderma 
 
AFLATOXINAS - em toxidade aguda é hepatotóxicas, e na toxidade crônica hepatocancerígeras 
com necrose focal e hemorrágica. É a mais estudada por sua alta canceriginidade. 
OCRATOXINAS - quadros de nefropatias, hepatotoxidade, enterites em animais intoxicados, 
imunossupressão e teratogênesis, efeitos mutagênicos e genotóxico. 
ZEARELONA síndrome estrogênica específica, em animais domésticos (cervos- ♀ 
vulvovaginites, hipertrofias uterinas e mamarias, perda de peso e dos embriões e em ♂inflamação 
do prepúcio e atrofia testicular, além de retardo do crescimento em recém-nascidos e em vacas 
– anemia, abortos, vaginites e infertilidade, a toxina não passa para o leite). 
TRICOTECENO - intoxicação sistêmica, em animais com pancitopenia. 
As micotoxinassuprimem, também, a imunidade, favorecendo infecções oportunístas. 
 
CLASSIFICAÇÃO SUMÁRIA DOS EFEITOS DAS MICOTOXICOSES. 
 TOXICIDADE ORAL AGUDA – A síndrome aguda da micotoxicose apresenta efeito 
sistêmico levando a óbito. SINAIS: depressão e anorexia, lacrimejamento e salivação intermitente 
que se agravam com o decorrer dos dias, temperatura subindo para 39oC, aumento do pulso e 
freqüência respiratória, diarréia, desidratação e morte. 
 TOXICIDADE ORAL CRÔNICA – Os sintomas deste tipo ocorrem em animais que 
ingeriram pequenas quantidades de alimentos tóxicos por períodos longos. Os sinais são os 
mesmos da fase aguda, mas em menor proporção. 
 EFEITO – cumulativo, ligado a alimentos ricos em lipídeos (produção). 
 23 
 
FUSARIOSE 
 DEFINIÇÃO: inflamação fúngica causada por espécies do Genêro Fusarium sp. Podendo 
afetar pele, unha, olho (córnea) e também o sistema urinário. Também podem ocasionar 
micotoxicoses. 
 AGENTE ETIOLÓGICO: Fusarium spp.; F. Oxysporum F. Monilliforme, F. Solani 
 MECANISMO DE TRANSMISSÃO: Traumatismo exógeno, queimadura, colírios 
contaminados 
 FATORES PREDISPONENTES: Doenças debilitantes: ( leucemia, carcinoma, diabetes, 
tuberculose) Queimaduras. 
 FORMAS CLÍNICAS: Não identificadas – Ceratites, necroses teciduais 
 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
 EXAME DIRETO: KOH A 10%, H/E. 
 OBS: normalmente hífas septadas, com diâmetro variando entre 3-7µm, ramificação 
frequente, ângulo 90o. 
 CULTURA: SAB e depois BDA. Hífa septada hialina macro e microconídeos 
 
PENICILIOSE 
 Algumas espécies de Penicillium causam infecções na pele e trato respiratório do homem, 
nomeadamente em individuos imunodeprimidos, como por exemplo os doentes com síndrome de 
imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS). 
 AGENTE: É o Penicillium marneffei que causa a mais frequente peniciliose, com infecção 
dos pulmões (pneumonia). 
 HABITAT: É um fungo comum nos solos em algumas regiões. 
 É parasita normalmente do rato Rhizomis sinisensis. 
 É o único Penicillium com forma dimórfica, em hifas ou leveduras que alterna de 
acordo com a temperatura. A forma do solo é normalmente a hifa, e dentro dos seres vivos a 
levedura. 
 A peniciliose é semelhante à criptococose, com febre e anemia. É a mais frequente causa 
de infecções oportunistas em doentes com SIDA/AIDS no Sudoeste Asiático (e.g. 10% dos 
doentes com SIDA em Hong Kong acabarão por ter um episódio). As infecções dos pulmões 
generalizam-se em casos graves podendo advir a morte.

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