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Resumo de EMPRESARIAL II - 3

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EMPRESARIAL II 
 
Professor: Marcelo Leonardo 
* Este material é apenas um roteiro resumido do nosso objeto de estudo. Dessa forma, o 
aluno deve usá-lo apenas como um guia resumido de conteúdos para expandir seu 
aprendizado através das aulas, livros de doutrina, legislação e jurisprudência. 
Já dizia Sócrates: “ Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar”. 
 
 
DIREITO CAMBIÁRIO - TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
 
INTRODUÇÃO - TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
 
Histórico do Crédito 
 
- Sociedades primitivas: 
- Propriedade ​​(estática) → ​Contrato​​ (dinâmico) → ​Comércio 
- Troca Direta → Troca Indireta/ Moeda → Crédito / Títulos de Crédito​​. 
 
- O comércio se limitava ao Escambo (​Troca direta​​ de mercadorias). 
- Posteriormente: ​Troca indireta​​ (Dinheiro/Moeda). Ex: Sal, Metais preciosos, papel-moeda 
(fiduciária e universal). 
- Num momento posterior, a própria moeda já não conseguia suprir a demanda do 
mercado dinâmico, que precisava de mais crédito para circular riquezas. Tal fato 
motivou o surgimento dos ​Títulos de Crédito. A Principal função dos Títulos de 
Crédito: ​Circular Riquezas de forma ágil e segura. 
- CRÉDITO​​: É um artifício da inventividade humana. Direito a uma ​prestação 
futura, baseada na ​confiança e prazo​​. É a possibilidade da realização de uma 
necessidade com o ​capital alheio​​. É criado basicamente através de contratos e 
títulos de crédito. 
 
NOÇÃO INICIAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
- ​​TÍTULO​​ ​​(​Titulus​: Inscrição). Titular é o beneficiário de um título ou determinada 
inscrição. 
- TÍTULO DE CRÉDITO​​: ​Documento que se inscreve e instrumentaliza um 
crédito e permite sua mobilização com rapidez e segurança​​. Função principal 
é a ​Circulação de Riquezas​​, por isso a formalidade para proteger as partes 
envolvidas. 
- Um dos ​principais benefícios dos títulos de crédito → possibilidade de 
substituição do papel moeda nas relações ​​negociais, facilitando as transações 
mercantis ao dotarem de​ maior segurança a circulação de crédito​​. 
 
 
 
HISTÓRICO DO DIREITO CAMBIÁRIO NO MUNDO 
 
- Direito Cambiário​​ ou Cambial: ​Ramo do direito Empresarial que disciplina as 
normas sobre os ​​Títulos de Crédito​​. 
- Títulos de Crédito e Direito Comercial surgiram na ​Idade Média. Sistema Feudal 
(“direitos locais”). 
 
- 04 Momentos marcantes; 
- 1) Período Italiano: Vai até 1650​​. ​Cidades marítimas italianas, onde se 
realizavam as ​feiras medievais​​, que atraiam os grandes mercadores da época. 
Houve desenvolvimento das ​operações de Câmbio em razão da ​diversidade de 
moedas entre as várias cidades medievais. Surge o ​Câmbio Trajetício 
(transporte de Moedas por banqueiros). Esse câmbio era ​feito através de 
documentos​​: A ​Cautio (origem da Nota Promissória)​​, através da qual o 
banqueiro reconhecia a dívida e prometia pagá-la no lugar, prazo e moeda 
convencionada; e a ​​Littera Cambii (origem da Letra de Câmbio)​​, uma ordem de 
pagamento do banqueiro ao seu correspondente. 
 
- 2) Período Francês. (1650 a 1848)​​. Surge a ​“cláusula à ordem” na França, 
acarretando o surgimento do ​Endosso​​, permitindo ao beneficiário da Letra de 
Câmbio transferi-la independentemente da autorização do sacador. 
 
- 3) Período Alemão (1848 a 1930)​​. ​Ordenação Geral do Direito Cambiário 
em 1848. ​Consolidou as normas sobre as Letras de Câmbio e os títulos de 
crédito em normas específicas e diferentes do direito comum. 
 
- 4) Período Uniforme (1930…) ​Convenção de Genebra sobre títulos de 
crédito e aprovação da ​Lei Uniforme das Cambiais, diante das dinâmicas e 
necessidades do comércio internacional​​. 
 
- 5) Atualmente (“Crise” / Comércio Eletrônico)​​: Transição, pois não vemos 
mais Letras de Câmbio, Cheques, Notas Promissórias no mercado, em razão dos 
Cartões de Débito / Crédito, Assinaturas Eletrônicas. Nem a moeda, nem os 
títulos de crédito tradicionais conseguem, de maneira eficiente, dar efetividade ao 
mercado globalizado. 
 
 
 
HISTÓRICO NO BRASIL 
- BRASIL ​​: Participou da Convenção de Genebra e ​aderiu em 1942​​. Foram 
aprovados pelo Congresso Nacional os ​Decretos 57.663/1966 e 57.595/1966, 
Leis Uniformes das Cambiais / ​​Lei Uniforme de Genebra - LUG e Lei do 
Cheque​​. 
 
- obs: O Brasil já possuía uma legislação Cambial ​(Decreto 2044/1908 - Lei 
Saraiva)​​. 
- Atualmente temos o ​CC/2002 que regula ​(887 a 926) de forma supletiva os títulos 
de créditos próprios já existentes e efetivamente os novos títulos. 
 
 
 
CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE 
CRÉDITO 
 
- Conceito ​​(Italiano ​Cesare Vivante​​): ​Documento necessário ao exercício 
do direito literal e autônomo, nele mencionado​​. 
- Conceito ​CC/2002 (887)​​: “O título de Crédito, ​documento necessário ao 
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito 
quando preencha os requisitos da lei”​​. 
 
- Dos conceitos, extraímos os princípios: 
 
a) Cartularidade (​​Documento Necessário ao Exercício do direito nele 
mencionado) O exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a 
sua posse legítima. Cartularidade é uma espécie de confusão (​princípio da 
incorporação​​) entre o direito e a cártula. A Cártula (​​Chartula: diminutivo de 
Charta, pequeno papel) ​​é ​imprescindível para a comprovação da ​existência e 
exigibilidade do crédito​​. O ​direito de crédito mencionado na cártula não 
existe sem ela, não pode ser transmitido sem sua tradição e não pode ser 
exigido sem a sua apresentação​​. 
​Obs: Atualmente está relativizado em razão dos processos virtuais (CPC 425); 
títulos magnéticos; ​boletos; Duplicatas Virtuais (protesto por indicações e 
comprovante de entrega das mercadorias). O Próprio CC 889, parág. 3o, 
menciona títulos criados em computador. Títulos eletrônicos para o agronegócio 
Lei 11076/2004. 
 
b) Literalidade​​: ​vale apenas o que que está escrito no título ( valores, local, data, 
etc). O título vale pelo que contém​​. Somente os atos lançados no próprio título 
produzem efeitos perante o portador. A literalidade faz o título cumprir sua função 
principal de circulação do crédito de forma segura. 
- Uma ​quitação parcial, por exemplo, deve ser lançada no próprio título. O mesmo 
serve para o​ Aval e Endosso​​. 
- Obs: Aval feito em documento separado poderá, no máximo, valer como ​fiança​​. 
 
c) Autonomia​​: ​(princípio mais importante) ​O TC é documento constitutivo de 
direito novo, autônomo, originário e desvinculado da relação jurídica que lhe 
deu origem. 
 
- ​​Quando o título circula, não interessa a relação jurídica originária. O vício que 
atinge uma relação anterior não contamina as demais. ​Todos que intervêm no 
título (emitente, endossantes, avalistas) ficam autonomamente responsáveis. O 
credor escolhe qualquer um para cobrar. 
- C.1) Abstração​​:​ Desvinculação da relação originária 
- Obs: Nem todos têm, como a Duplicata (que é causal ). ​Letra, Nota e 
cheque são abstratos. 
- ​C.2​​) ​Inoponibilidade das exceções ​​(defesas) pessoais​​: O terceiro 
de ​boa-fé não tem relação com eventual vício no contrato que gerou o 
título. Ex.: AA compra um carro e emite cheque para o vendedor BB;o 
carro deu problemas, mas BB já passou o cheque para CC. 
- Obs: Se os títulos não tivessem essas características, ninguém receberia. 
- Obs: Não se pode opor exceções pessoais contra o terceiro de boa-fé. ​Contra o 
terceiro de má-fé ​​(sabe do vício da negociação originária) ​pode haver exceção 
pessoal​​. 
- Obs: ​Se o título ainda não circulou ​​(está apenas entre partes) as exceções podem 
ser opostas​​ em razão da falha no negócio. 
- Obs: As defesas que o devedor pode opor a um terceiro de boa-fé são aquelas 
diretas entre eles, bem como alegações de vício de forma do título, ao conteúdo 
literal da cártula, a prescrição, falsidade, etc. Para ser oponível a terceiro, o defeito 
deve constar da cártula, nos limites em que seja lícito anotá-lo ali. A assinatura 
falsa equipara-se a ausência de assinatura. Não é exceção pessoal, mas formal. 
- Obs: A prescrição acaba a abstração, vinculando o título à origem da dívida. 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
1) QUANTO À ESTRUTURA 
a) Promessa de Pagamento:​​ Existe uma promessa de pagar: 
Devedor/ Emitente (​Sacador)​​ x Credor (​Tomador).​​ Ex.: Nota Promissória. 
b) Ordem de Pagamento ​​:​​ Existe uma ordem para pagar. 
(Sacador)​​ ​Devedor ​x (​Sacado)​​ ​Responsável pelo pagamento​ x (​Tomador)​​ Credor. 
Ex.: Letra de Câmbio, Duplicata, Cheque 
 
2) QUANTO À FORMA DE TRANSFERÊNCIA OU CIRCULAÇÃO 
a) Título ao Portador​​: 
- Circula pela ​mera tradição ​​(904 CC/02). 
- A indicação do credor não é expressa. Não traz inscrito o nome do credor. 
- A simples transferência da cártula, portanto, realiza a transferência de 
titularidade do crédito. Quem se apresentar com o título é considerado 
titular do crédito. 
- Ex: O único caso dos títulos típicos / próprios ao portador é o Cheque com 
o limite de valor até R$ 100,00. Simples Tradição. 
 
- Ex: Conhecimento de Transporte Ferroviário 
 
b) Título Nominal​​: 
- É aquele que ​identifica expressamente o seu titular​​ (credor). A mera 
tradição da cártula não transfere a titularidade. 
b1) ​À Ordem:​​ Pode ser​ transferido​​ por um ato formal à ordem do beneficiário 
(​Endosso ​​/ 910 CC/02). Em regra, os títulos de crédito típicos / próprios são 
Nominais à Ordem. Ex: Letra de Câmbio, Nota Promissória, Cheque e Duplicata. 
(Tradição + Endosso). 
b2) ​Não à ordem: Transfere-se sob o regime civil da ​Cessão de Crédito. 
(Tradição / Cessão Civil de Crédito) 
 
c) ​Título Nominativo: (921 CC/02): São emitidos em favor de pessoa determinada, 
cujo nome consta de registro específico mantido pelo emitente do título. A transferência 
somente ocorre por meio de termo no mencionado registro, assinado pelo emitente e 
adquirente do título. (922 CC/02) . Ex: Certificados de debêntures e Letra Imobiliária. 
 
3) QUANTO AO MODELO 
a) Título de Modelo Livre ​​: A lei não estabelece uma padronização obrigatória. A 
emissão não se sujeita a uma forma específica. Ex.: Letra de Câmbio e Nota 
Promissória. Podem ser criados em uma simples folha de papel, desde que 
constem nela os requisitos essenciais desses títulos. 
 
b) Título de Modelo Vinculado​​: Rígida padronização fixada pela legislação 
cambiária específica. Só produzem efeitos quanto preenchem as formalidades 
legais. Ex.: Cheque e Duplicata ( Lei 5474/1968) 
 
4) QUANTO ÀS HIPÓTESES DE EMISSÃO 
a) Título Causal: É aquele que somente pode ser emitido nas hipóteses que a lei 
autoriza. Ex.: Duplicata. Só pode ser emitida para documentar uma Compra e 
Venda Mercantil ( Duplicata Mercantil) ou Prestação de Serviços ( Duplicata de 
Serviços). 
b) Título Abstrato: A emissão não está condicionada a nenhuma causa 
preestabelecida em lei. Podem ser emitidos em qualquer hipótese. Ex.: Cheque e 
Nota Promissória. 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO: 
a) Natureza de ​bem móvel​​ (82 e 84 CC/02) 
b) Ato unilateral (​Declaração unilateral de vontade​​): o emitente cria a cártula ao 
preencher e assinar e emite ao entregar a alguém, assumindo uma obrigação 
c) São títulos de ​apresentação​​ (São necessários para o exercício do direito) 
 
d) São típicos: legalmente definidos. (a emissão de documento que não se 
caracteriza nos tipos e exigências legais não se submete ao direito cambiário, 
mas ao contratual). 
e) São títulos de ​resgate​​ (futuro pagamento em dinheiro) 
f) São títulos de ​circulação​​ (Circulabilidade): título foi criado para circular crédito (à 
ordem). Podemos endossar e o título circula. 
g) Força Executiva​​ (CPC 784): Obrigação líquida e certa. Títulos extrajudiciais. 
h) São ​documentos formais​​. (precisam observar os requisitos formais 
estabelecidos pela legislação cambiária). O formalismo oferece confiança à 
circulação dos títulos de crédito. Ex: Todo cheque tem o mesmo padrão, mesmo 
que mude de banco. ​Letra de Câmbio e ​Nota Promissória ​(LUG - Dec. 
57663/1966)​​; ​Duplicata (Lei 5474/1968)​​, ​Cheque ​(Lei 7357/1985​​). Obs: O não 
atendimento dos requisitos formais não implica em ato ilícito, mas em retirada do 
âmbito das normas cambiárias para o direito comum. (888, CC/02) 
 
- Obs.: Os títulos, como ato jurídico, precisam de (art. 104, CC/02) Agente capaz; 
Objeto lícito, possível, determinável; Forma prescrita ou não defesa em lei; 
Manifestação livre de vontade. 
 
 
 
Atividade de revisão e fixação do assunto: 
Responda: 
1) O que é um título de crédito?. Dê dois exemplos. 
2) Como surgiram os títulos de crédito e quais as suas principais funções? 
3) Explique os princípios da cartularidade, literalidade, autonomia e abstração. 
4) Quais as diferenças entre promessa de pagamento e ordem de pagamento? 
5) Explique o que são títulos ao portador e títulos nominais ( “à ordem” e “não 
à ordem”) 
6) Julgue a afirmação “ os títulos de crédito são documentos de apresentação, 
resgate e circulação ”. 
 
ATOS (INSTITUTOS) CAMBIÁRIOS 
 
a) SAQUE​​:​​ é a emissão do título pelo sacador. Todo título tem sacador 
(Normalmente o devedor. A duplicata é emitida pelo credor/sacador). 
 
 
b) ACEITE​​: Ato formal que caracteriza a obrigação do sacado em efetuar o 
pagamento (Ordem de Pagamento). 
- Nota Promissória: ​​Não existe aceite na promessa de pagamento. 
- Letra de Câmbio:​​ o aceite é facultativo. Se o sacado não aceita, vai 
ocorrer o vencimento antecipado da dívida. 
- Na duplicata​​ é obrigatório. 
 
- ​No cheque​​:​​ o sacado é o banco, por isso não tem aceite, mas pagamento 
se tiver fundos. 
 
 
c) ​ENDOSSO​​: Ato jurídico ​unilateral que transfere o título do ​endossante (credor) 
ao ​endossatário (novo credor) e vincula/responsabiliza o endossante ​(codevedor) por 
seu pagamento. 
- É ato que põe o título (à ordem) em ​circulação: 
→ ​​Títulos ​“ não à ordem” ​​são transmitidos por ​Cessão Civil de Crédito​​. 
(Apenas transfere, sem garantir) 
→ Títulos ​“à ordem” são transmitidos por Endosso (Os títulos típicos, 
nominados, próprios circulam por ​endosso​​, pois todos possuem implícita a 
cláusula ​“à ordem”​​)​. (​​Endosso transfere e garante). 
 
- Não existe endosso modal, condicional. 
 
- Forma​​:​ Simples assinatura no ​verso do título​​ (ou no anverso com expressão 
“endosso” ou similar). 
 
- Endosso Parcial ​​: É ​vedado !! (nulidade / não escrito). Lei Saraiva (Dec. 
2044/1908) e CC (912) 
 
- Não há limite quanto ao número de endossos. 
 
- Solidariedade​​: 
→ CC/02 (903)​​, o endosso não gera a solidariedadedo endossante; 
→ Leis Especiais ​​(cheque, NP, LC e Duplicata), os sacadores, aceitantes, 
endossantes e avalistas são t​odos solidariamente responsáveis para com o 
portador​​, somente se desobrigando se o devedor principal ou algum outro 
devedor com responsabilidade anterior, à dele, pagar a dívida. 
Exemplo: 
1o. A ​​( emissor) →​ 2o.B/C​​ ( Avalistas) → ​3o. D​​ (Beneficiário/Endossante) → ​4o. E 
(Endossante) →​ 5o. F​​ (Endossante) →​ 6o. G/H​​ (Avalistas) →​ Z(​​Credor / Apresentante). 
 
- Z Pode apresentar a cártula e exigir a totalidade do pagamento, indistintamente, 
de A, B, C, D, E, F, G e H. ​Aquele que paga, pode voltar-se contra os 
coobrigados anteriores​​, nunca os posteriores. Se D pagar, pode voltar-se contra 
A e B/C 
 
 
- c.1) ​Endosso ​Próprio ​​(transfere a propriedade do título / /titularidade da 
obrigação e garante o pagamento): 
→ ​​Em preto​​ ( tomador assina o título no verso e indica o nome do beneficiário); 
→ ​Em branco​​ ( sem indicação do endossatário. Qualquer portador pode cobrar). 
 
 
- c.2) ​Endosso Impróprio ​​(Transmite apenas a posse do título, não produz os 
efeitos de transferir e responsabilizar o endossante como codevedor​: 
→ ​endosso-caução​​ (dado em garantia de obrigação); 
→ ​endosso-mandato (Procuração no verso “dou poderes a.. para”) Apenas 
poderes para representar, cobrar, protestar a dívida. ​Arts. 18 e 19 Dec. 
57.663/66 
 
- Endosso Póstumo (Tardio)​​: depois do vencimento pode haver endosso, mas 
não ​depois do protesto ou do prazo para protesta​​r, quando passa a circular 
como ​cessão de crédito. Perde a finalidade de garantir o título. Apenas serve 
para transmitir o título. 
Obs: O aval continua a produzir os mesmos efeitos após o protesto. 
Obs: CCC apenas transfere o crédito / Endosso transfere e garante. 
 
 
 d) ​AVAL: 
- Ato cambiário, unilateral e autônomo, pelo qual um terceiro (avalista) se 
responsabiliza pelo pagamento​​ da obrigação constante do título. 
- Caracteriza-se pela simples assinatura no anverso do título ou no verso, com 
expressões como “avalizo”, “em aval”. 
 
- Normas:​​ Art. 30 da LUG e 897 CC/02. 
 
- Fiança e Aval: Garantias Pessoais + Precisam da Vênia Conjugal (1647,III salvo 
regime de separação absoluta, sob pena de nulidade total da garantia). 
- Obs: STJ vem entendendo que esta regra é apenas para os títulos não previstos 
em leis especiais. Estes últimos, não têm exigência de vênia. ​“Assim, merece ser 
mantido o acórdão recorrido, que, na espécie, afastou o pedido de declaração de nulidade do aval, 
protegendo, apenas, a meação do cônjuge em relação aos bens comuns, já que casados sob 
regime da comunhão parcial”, concluiu o ministro ao negar provimento ao recurso especial. 
 
Fiança x Aval: 
- Aval ​​:​​ Garantia autônoma (independente da anterior). Garantia Cambial, solidária 
própria dos títulos de crédito. Basta assinar o título de crédito. 
- Fiança:​​ Garantia acessória ( depende do contrato principal); Garantia subsidiária 
dos contratos; Benefício de Ordem. 
 
- Aval Parcial ou Total: 
→ CCB/02 : ​​Pela regra geral, o ​aval parcial é vedado (art. 897, parágrafo único, 
do CC). Como a lei de ​Duplicatas é omissa​​, aplica-se a ​vedação​​ do CC/02. 
→ Leis Especiais: 7357/85 Cheque, Decreto 57663/66, Art.30 Letra de 
Câmbio e Nota Promissória). ​O ​aval​​ ​pode ser parcial​​. 
 
 
- Pluralidade de Avalistas: 
 
→ Avais Simultâneos (coavais) Duas ou mais pessoas avalizam um título 
conjuntamente​​). ​Devedores do mesmo grau​​. São considerados uma só pessoa 
/ Solidariedade. Cada um responde pela totalidade da dívida em relação ao 
credor, com regresso total em relação ao devedor principal, mas por metade da 
obrigação (proporcionalmente) em relação ao outro. 
→ Avais Sucessivos (aval do aval) Alguém avaliza um avalista. (Avalista 1 e 
Avalista 2 / ​Devedores de grau diferente​​). Cada avalista responde pela 
totalidade da dívida e tem regresso em relação à totalidade. 
 
- Direito de Regresso do avalista: 
- a) Cobrar a totalidade do avalizado 
- b) Cobrar proporcionalmente do igual coobrigado (aval simultâneo) 
- c) Cobrar a totalidade dos coobrigados anteriores. 
 
Obs: O aval continua a produzir os mesmos efeitos após o protesto. 
 
 e​) ​​VENCIMENTO E PAGAMENTO 
- As cártulas são ​títulos de apresentação​​. O devedor cumprirá sua obrigação 
àquele que lhe trouxer a cártula vencida 
- O pagamento deve ser feito no vencimento. 
- O ​pagamento parcia​​l deve ser ​anotado no título​​, para poder ser alegado em 
relação a terceiros ​(princípio da literalidade)​​. 
- Pagando o título, o devedor pode exigir do credor a ​entrega da cártula. 
- Pode exigir também a quitação em ​documento separado​​, mas esta (sozinha) 
vale apenas entre as partes originárias​​, não tem valor em relação ao terceiro de 
boa-fé (endossatário), que pode exigir o pagamento, ainda que o valor tenha sido 
pago ao endossante. 
 
f) ​​PROTESTO ​​(Se alguma obrigação anotada no título não é cumprida, o portador 
poderá fazer o protesto /Tabelionato de Protesto - Lei 9492/97). 
- Ato formal e solene que comprova o descumprimento da obrigação​​. 
- O devedor deverá ser intimado para no prazo de três dias úteis fazer o 
pagamento. Após tal prazo, pode ser registrado o protesto. 
- a) Por ​falta de pagamento (Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado 
por falta de pagamento) 
- b) Por falta de aceite ​​(só pode ser efetuado antes do vencimento e após o 
decurso do prazo para o aceite ou a devolução). Típico da Letra de Câmbio e 
Duplicata. 
- c) Por falta de devolução​​. (devido quando o sacado retiver a letra de câmbio ou 
a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução no prazo legal. Pode 
ser baseado na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata) 
 
- O protesto é: 
- a) ​Facultativo ​​em relação ao devedor principal e seus avalistas 
- b) ​Necessário (obrigatório) ​​para os devedores secundários (endossantes e seus 
avalistas); 
 
 
 
 g) ​AÇÃO CAMBIAL ​​: 
- Regra geral de prescrição (3 anos). CC 206, parágrafo 3o. Obs: Cheque tem 
prazo especial. 
- ​Processo de Execução​​. Art 784 CPC. Dívida líquida, certa e exigível. 
- Se o título ​prescrever, o ​negócio originário não é alcançado e o débito pode 
ser cobrado, mas ​perde a força de título de crédit​​o (autonomia, etc.). A origem 
pode ser questionada. É apenas documento comum que comprova dívida. ​Ação 
Monitória (700 CPC) ou Ação de Cobrança​​. 
- Com a ​prescrição​​, ​não haverá mais responsabilidade dos coobrigados 
(avalista e endossantes), pois perdeu a força de título de crédito e suas 
características, como a autonomia. 
 
REQUISITOS​​ ​DOS TÍTULOS DE CRÉDITO​​: 
Art. 889 CC 
Essenciais: 
1) Assinatura do emitente: o TC é Ato Unilateral de Vontade ( Negócio Jurídico 
pode ser contrato ou ato unilateral). Existem duas vontades, mas apenas uma é 
manifestada. A assinatura é, assim, requisito essencial. Obs: Analfabeto, 
mediante procuração pública. 
2) Data de emissão​​. Difere do dia de vencimento, que não é obrigatório. Se não 
houver data de vencimento, considera-se à vista. TC à vista vence no mesmo 
momento em que é emitido, mas não é cumprido (pago) no mesmo momento.3) Descrição dos direitos​​ inerentes ao título. (deveres que são assumidos pelo 
devedor (Princípio da literalidade) 
 
Obs.: ​Não são essenciais: 
a) a data do ​vencimento ​​(considera-se à vista sem esta data). 
b) o local de emissão e vencimento ​​(havendo omissão, o domicílio do emitente). 
Em regra as obrigações cambiais são quesíveis (pagas no domicílio do devedor). 
A ​portável ou “portable” é paga no domicílio do credor)​. 
 
Súmula 387 do STF. O TC pode ser emitido sem alguns dados, pois podem ser 
preenchidos pelo credor de boa-fé no momento da cobrança, protesto, execução. Apesar 
da súmula, há um risco diante da circulação do título e o terceiro de boa-fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES DE TÍTULO DE CRÉDITO 
 
- Títulos Próprios, típicos, nominados (leis próprias e específicas). 
- Cheque, duplicata, nota promissória e letra de câmbio. 
- Lei Uniforme é mais genérica e trata da letra de câmbio e nota promissória. 
 
1) LETRA DE CÂMBIO: 
 
 
 
- Lei Uniforme (Dec. 57.663/66) ​​ e supletivamente Lei Saraiva ( Dec. 2044/1908) 
- 
- Título de crédito com origem mais remota ​(Littera Cambii) ​​- Itália, idade média, 
câmbio ​trajetício / Comerciante passava o seu dinheiro para um banqueiro → o 
qual determinava que → um banqueiro de outra cidade fizesse o pagamento para 
o comerciante na moeda da nova cidade. 
 
- Ordem de Pagamento com ​cláusula implícita ​“à ordem” transmissível por 
endosso​​. Obs: Com cláusula​ “não à ordem”​​ → ​Cessão Civil de Crédito​​. 
- Ordem de pagamento semelhante ao cheque, mas o Sacado ​​se torna ​devedor 
principal se concordar com a ordem. No cheque, o banco é apenas um 
intermediário que cumpre a ordem. 
 
- Sacador​​ (emitente) x ​Sacado ​​ x ​Tomador​​. 
- Obs: Não necessariamente são pessoas diferentes. 
- a) à ​ordem do próprio sacado​​r ( Sacador = Tomador) 
- b) ​sobre o próprio sacador​​ ( Sacador = Sacado) 
- c) ​por ordem e conta de terceiro (Sacador x Sacado x Tomador) Pessoas 
diferentes. 
 
 
Requisitos Essenciais​​ (arts. 1o. e 2o. da Lei Uniforme) 
a) Cláusula Cambiária: ​Identificação precisa ​do título com a expressão “ Letra 
de Câmbio” 
b) Uma ​ordem incondicional ​​de pagamento de quantia determinada: Não pode ter 
condição suspensiva ou resolutiva. Deve ser mencionada a ​Quantia Certa​​, a 
moeda de pagamento. 
c) O ​nome do sacado​​ (​devedor principal​​ da letra) 
d) O ​nome do tomador 
e) Assinatura do sacador (torna-se ​codevedor a partir da emissão da letra, pois 
garante a aceitação​​ e o ​pagamento​​ do título) 
f) A ​data e local do do saque (emissão) ​​ou a menção de um lugar junto ao nome 
do sacador 
g) O ​lugar do pagamento 
 
Requisitos não essenciais: 
a) época do pagamento (Considera-se vencível à vista / apresentação para aceite). 
Tem até um ano para apresentar para aceite. 
b) Lugar do pagamento​​ ( Lugar ao lado do nome do sacado/aceitante). 
c) Lugar de emissão​​ ( Lugar ao lado do nome do sacador) 
 
Obs: A jurisprudência vem amenizando os requisitos e aceitando a emissão da Letra e 
qualquer outro título em branco ou incompleto. Súmula 387 do STF ​“a cambial emitida 
ou aceita com omissões ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé 
antes da cobrança ou do protesto”.​​ O ​CC​​ também admite no artigo ​891​​. 
 
Aceite da Letra 
- Como o emitente não é a pessoa que vai pagar, o aceite é o ato pelo qual o 
sacado assume o obrigação cambial e se torna o devedor principal da letra 
(aceitante). É ​facultativo​​ (porém irretratável) na Letra de Câmbio. 
- Quem recebe a ordem não é quem emite, então o sacado precisa dar o Aceite. 
- A Letra é emitida e entregue ao Tomador para levar ao Sacado, que precisará dar 
o Aceite. Art. 21 da LUG. ​Se aceitar, torna-se o devedor principal, e o sacador 
fica como garantidor do título​​. 
- Em princípio, o Sacado não tem obrigação cambial, uma vez que não é obrigado a 
cumprir ordem de pagamento contra a sua vontade. 
 
- Recusa Total de Aceite​​: Se o sacado não aceitar, não assume qualquer 
obrigação, e o ​Sacador (emitente) torna-se o ​devedor principal (a dívida tem o 
vencimento antecipado)​​. 
 
- Aceite Parcial​​: Recusa parcial do débito. ​Também ocorrerá o vencimento 
antecipado do título​​, podendo o tomador cobrar a totalidade do crédito contra o 
sacador, mas o sacado vincula ao pagamento do título nos termos do aceite. Art. 
26 LUG. 
- a)​ Aceite-Limitativo:​​ sacado aceita parte do valor do título. 
 
- b) ​Aceite-Modificativo​​: sacado altera alguma condição de pagamento, como o 
vencimento. 
Obs: Existe uma forma de o Sacador evitar o vencimento antecipado (recusa total ou 
parcial de aceite), colocando ​“Cláusula Não aceitável” (art. 22 LUG), que ​impõe ao 
tomador a obrigação de só procurar o sacado para aceite na data do vencimento. 
Esta cláusula não é cabível nas Letras “a certo termo de vista”. 
 
Vencimento da Letra 
 
a) Letra com Dia Certo​​: Vence em data preestabelecida pelo sacador.No momento 
da emissão é fixada uma data certa de vencimento futuro. Ex: Dia 30 de 
novembro de 2018. 
b) Letra à vista​​: Tem vencimento no dia da apresentação do título. Será 
considerada à vista a letra que não indicar a época do pagamento. 
c) Letra a certo termo da vista (aceite)​​: Vence após um prazo, estipulado na 
emissão, que começa a correr a partir do aceite. 
d) Letra a certo termo de data: Vence após um determinado prazo estipulado pelo 
sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir da própria 
emissão ( saque). Ex: Em 90 dias. 
Obs: Nos prazos, não se conta o dia do começo, mas conta-se o dia do término. 
 
Prazo de apresentação da letra: 
- Entregue a letra ao tomador, este ​deve apresentá-la ao sacado para o aceite​​. 
- Na letra a certo termo da vista: o tomador deverá apresentá-la para ​aceite no 
prazo estabelecido no título, ou, ​caso não tenha sido estabelecido prazo 
algum, dentro de um ano,​​ contado da data de sua emissão ( art. 23 LUG). 
- Na Letra ​à vista, o tomador não precisa necessariamente levá-la para aceite do 
sacado, podendo optar por apresentá-la diretamente para pagamento, o que deve 
ser feito em um ano a partir da emissão do título. 
- Obs: apresentada a letra para aceite, o ​sacado deverá devolvê-la de imediato 
(art. 24 LUG) e não poderá retê-la, sob pena de crime de apropriação indébita( art. 
168 CP). 
- Aceita a letra, o tomador deve aguardar a data de vencimento​​. ​Vencida, ela 
se tornará exigível ​​e apresentada ao aceitante para pagamento ( devedor 
principal) 
 
- Protesto da letra de câmbio​​: dois dias úteis seguintes ao vencimento ( art. 44 
LUG). 
 
Endosso e Aval na Letra de Câmbio: 
- Toda Letra é endossável,​​ mas o​ sacador pode proibir o endosso com a 
cláusula “não à ordem”.​​ Art. 11 da LUG. Passa a ser ​Cessão Civil de Crédito​​, 
perdendo a autonomia. 
- O endosso pode ser lançado ​na própria letra ou numa folha anexa ​​e colada, 
quando falte espaço na cártula. 
- Não se admite endosso parcial​​. 
 
- O endosso após o vencimento produz efeitos, mas não após o protesto → passa a 
ser CCC. 
 
 
2) NOTA PROMISSÓRIA 
 
- Mesmo Regime Jurídico da Letra de Câmbio → ​Lei Uniforme ( Dec. 57.663/66) 
- Letra é Ordem de Pagamento xNota Promissória é ​Promessa de Pagamento 
 
- Não existe aceite,​​ pois é uma Promessa de Pagamento do próprio devedor. 
 
- Cláusula implícita ​​“à ordem” ​​(transmissível por endosso), mas pode ter 
expressa a cláusula ​“não à ordem​​”. (Cessão Ordinária de Crédito) 
 
- Sacador/Promitente​​ (devedor) x ​Tomador​​ (credor) 
- 
- Instrumento ​autônomo ​​e ​abstrato de ​confissão de dívida​​, emitido pelo ​devedor 
que, ​unilateralmente ​​e desmotivadamente, ​promete o pagamento de quantia 
em dinheiro especificada na cártula. 
- 
REQUISITOS ESSENCIAIS​​ (nos moldes da Letra de Câmbio) 
a) Cláusula Cambiária​​: Expressão ​“Nota Promissória”​​ no próprio texto do título. 
b) Uma ​promessa incondicional​​ de pagamento de ​quantia determinada 
c) O ​nome do Tomador​​ ​( impede, em tese, a emissão de Nota ao Portador, mas pode ser 
transferida por endosso em branco) 
d) A​ data do saque​​/emissão ​(todos os títulos,na ausência perdem a executividade) 
e) A​ assinatura​​ do subscritor ou representante com poderes especiais. 
f) O ​lugar do saque​​ ou menção de um lugar junto ao nome do subscritor. 
 
Obs: A Nota Pode ser emitida em branco ou ​incompleta (STF 387) 
Obs: A ​ausência​​ de ​época do pagamento​​ ( vencimento) → considerada ​à vista. 
Lugar de emissão e lugar de pagamento ​​(na ausência → , lugar ao lado do nome ou 
domicílio do subscritor). 
 
VENCIMENTO​​: (semelhante à Letra) 
 
a) Dia certo:​​ Vence em data preestabelecida pelo sacador.No momento da emissão 
é fixada uma data certa de vencimento futuro. Ex: Dia 30 de novembro de 2018. 
b) à Vista​​: Pode ser apresentada de imediato.Tem vencimento no dia da 
apresentação do título. Será considerada à vista a Nota que não indicar a época 
do pagamento. 
c) A certo termo de data:​​ Vence após um determinado prazo estipulado pelo 
sacador, a partir da própria emissão ( saque). 
d) a certo termo de vista ​​* (Aparentemente não cabível, pois a Nota não tem aceite. 
Mas, nesse caso, a Nota deve ser levada ao visto do subscritor no prazo de um 
ano a contar do saque . Após o visto, começará a correr um prazo já estipulado 
desde a emissão, após o qual considera-se vencido o título. 
 
PRESCRIÇÃO:​​ 03 anos do vencimento do título. 
Ação Monitória: 05 anos do dia seguinte ao vencimento do título ( STJ 504). 
 
 
NOTA VINCULADA A CONTRATO BANCÁRIO 
 
- Os títulos quase não são mais usados. A Nota ainda encontra utilização em 
Contratos Bancários. Os bancos tentam dar liquidez e executoriedade aos seus 
contratos vinculando Notas Promissórias. O STJ tem decidido sobre o tema. 
 
- Autonomia e Abstração (relativizadas) x Executoriedade (dívida líquida): 
- Constando expressamente ​​da Nota a ​vinculação a determinado contrato​​, 
estará ​relativizada a autonomia/abstração do título, já que o terceiro que 
recebeu por endosso tem conhecimento da relação contratual de origem e, 
portanto, fica consciente de que ​podem ser opostas exceções pessoais ligadas 
ao contrato. Obs: A ​Nota perde a abstração, mas não a executoriedade​​, salvo 
se o contrato descaracterizar a liquidez (Se o contrato for de dívida líquida, ok). 
 
Dívida ilíquida: Contrato de abertura de crédito 
- STJ 233​​: ​“O contrato de abertura de crédito​​, ainda que acompanhado de extrato da 
conta-corrente,​ não é título executivo” 
- STJ 258: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não 
goza de autonomia​​ em razão da​ iliquidez do título ​​que a originou”. 
- 
- Spread Bancário​​ → juros altos, insegurança, ​Iliquidez 
- Solução para os bancos → ​Lei 10.931/2004 : Cédula de crédito bancário​​; 
- 
- Cláusula-Mandato: STJ 60 ​(É nula a obrigação cambial assumida por 
procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse 
deste”. (O banco se colocava como mandatário do devedor e emitia uma Nota 
Promissória para tentar dar liquidez aos débitos vencidos). 
 
 
 
 
 
 
3) CHEQUE 
 
 
- Lei do Cheque​​: ​7.357/85 
 
- Ordem de pagamento à vista​​ emitida contra um​ Banco​​ em razão de​ fundos​​ que 
o emitente tem (depósito) naquela instituição financeira. 
- Título por meio do qual uma pessoa (emitente) ​dá uma ordem a uma instituição 
financeira (sacado), na qual mantém conta bancária, ​para que pague, a vista, 
certa quantia​​ a alguém (tomador). 
 
- Não​​ admite​ Aceite 
 
- Sacador​​ (emitente/correntista) x ​Tomador​​ (credor) x ​Sacado​​ ( Instituição 
Financeira). 
 
- Título de ​Modelo Vinculado:​​ só é cheque o documento emitido pelo Banco, em 
talonário específico, com numeração própria e dentro dos padrões estabelecidos 
pelo Banco Central. 
 
- Título Nominal​​, salvo com valor não superior a R$ 100,00 (ao portador) - ​Lei 
9069/95. Obs: Exceção à regra da legislação cambiária especial de vedação de 
títulos ao portador. Lembrando que o CC/02 admite títulos ao portador. Obs: O 
Endosso em branco é permitido e acaba fazendo o título circular ao portador 
(pela mera tradição). 
 
- Cláusula implícita “à ordem”​​, assim como a Letra de Câmbio e Nota 
Promissória. (circula por ​Endosso​​). Com cláusula ​“não à ordem” → ​Cessão 
Civil ​​de Crédito. 
 
 
- REQUISITOS ESSENCIAIS 
a) Cláusula Cambiária:​​ Expressão​ “Cheque” 
 
b) Ordem Incondicional de pagamento ​​de quantia determinada ( algarismos e por 
extenso). 
c) Nome da Instituição Financeira​​ (sacado) 
d) A​ data do saque 
e) Lugar do saque​​ ou a menção de um lugar junto ao nome do emitente (importante 
na determinação do prazo de apresentação). 
f) Assinatura ​​do próprio​ emitente (sacador) 
 
 
 
- CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES: 
- ​Não há limite de endossos ​​nos Títulos de Crédito. Obs: Houve anteriormente no 
cheque, por força da Lei 9311/96​ (CPMF)​​, mas não existe mais tal limitação. 
 
- ​Autonomia Relativa​​: Algumas decisões vêm entendendo que o cheque vinculado a 
contrato ​​pode ter a ​causa debendi discutida. André Santa Cruz critica tal entendimento, 
pois gera insegurança jurídica e relativiza o princípio fundamental do direito cambial 
(autonomia). 
 
- O ​Banco​​ tem obrigação de conferir a​ regularidade da cadeia de endossos​​, mas não a 
autenticidade das assinaturas. Art.39. ​Obs: O STJ já decidiu algumas vezes que o banco tem a 
obrigação. 
 
- A única ​assinatura ​​que o banco tem condições de conferir a legitimidade é a do 
emitente do cheque, através do ​cartão de autógrafos do correntista. 
 
- ​STJ ​​já decidiu que cheque ​não é forma de pagamento de aceitação obrigatória. 
(Receber ou aceitar é opção do comerciante). 
 
 
CHEQUE “PRÉ-DATADO” (PÓS-DATADO). 
- Cheque é ordem de pagamento à vista, mas os costumes popularizaram a 
emissão para pagamento futuro. 
- A anotação deve ser ​feita no próprio título (STJ), mas segundo o art. 32, 
Considera não escrita a menção de pagamento futuro. Continua sendo ordem de 
pagamento à vista e tem como consequência: a) ​ampliação do prazo de 
apresentação​​; b) ​responsabilidade civil por quebra de acordo ( boa-fé 
objetiva, danos materiais e morais, etc); 
- STJ 370: “Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque 
pré-datado”. 
- STJ 388: “A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral”. 
 
 
MODALIDADES DE CHEQUE 
a) Cruzado ( arts. 44 e 45): ​Dois Traços Transversais e paralelos no anverso do 
título. Só pode ser pago mediante crédito em conta não desconta na boca do 
 
caixa). Pode ser em branco ou em preto (indicando o banco que poderá serdepositado) 
b) Visado (art. 7o.): Banco confirma (no verso) a existência de fundos suficientes 
durante o prazo de apresentação. Vencido o prazo, o visto perde a validade. 
c) Administrativo (art. 9o, III.): Emitido por um banco contra ele mesmo (emitente e 
sacado), para ser liquidado em uma de suas agências. Proporciona grande 
segurança em negócios de valores altos. Ganhou a praxe comercial. 
d) Para ser creditado em conta ( art. 46): O sacado não pode pagar em dinheiro, 
por proibição expressa no anverso. Pagamento é feito por transferência, crédito 
em conta ou compensação). 
 
 
PRAZO DE APRESENTAÇÃO 
- Prazo para o cheque ser apresentado para pagamento ​​na instituição financeira 
sacada. 
- Cheque da “mesma praça”: 30 dias​​ (contados da data de emissão) 
- Cheque “de praças diferentes”: 60 dias​​. (contados da data de emissão) 
- Art . 33 
 
Obs: ​Mesmo com o transcurso do prazo, o cheque pode ser levado ao banco para 
ser descontado, pois s​omente depois que transcorrer o prazo de prescrição → a 
instituição financeira não poderá mais receber ​​e pagar o título ( art. 35). 
 
 
SUSTAÇÃO DO CHEQUE 
a) Revogação ou contraordem (art. 35): Por carta ou aviso judicial / extrajudicial, 
com razões motivadoras do ato. Só produz efeitos após o prazo de apresentação. 
Ex: Credor demora a apresentar. Se não for feita, o cheque pode ser pago antes 
de prescrever. Mesmo feita, o cheque continua título de crédito e pode ser 
cobrado judicialmente. 
b) Oposição (Sustação) ​​(art. 36) Mesmo durante o prazo de apresentação, o 
emitente pode sustar, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em 
relevante razão de direito. 
Obs: Não cabe ao banco julgar a relevância da alegação, devendo apenas 
acatá-la. (discussão judicial) 
Obs: Estelionato ( art. 171, parágrafo 2o., VI do CP) x Cheque pré-datado. STJ 
entende que neste último caso é mera garantia de dívida e afasta a possibilidade 
de incriminação. 
c) ​cancelamento do Talonário de cheque: é ato por meio do qual o correntista 
bloqueia a utilização de uma ou mais folhas de cheque impressas, mas que não 
foram preenchidas e assinadas. Não emitiu o cheque ainda, mas perdeu ou teve 
subtraída um ou mais folhas do talonário, evitando fraudes. 
 
 
 
 
 
PRESCRIÇÃO DO CHEQUE 
- Título executivo​​: 784, I do CPC/2015. 
- Prazo:​ 6 meses após o término do prazo de apresentação​​ ( art. 59). Conta-se 
do prazo e não da apresentação. 
- Obs: ​Cheque pré-datado​​ apresentado prematuramente: Prazo tem sido contado 
a partir da data de apresentação efetiva (primeira)​​. Enunciado 40 da I Jornada 
de Direito Comercial CJF 
 
Cobrança de Cheque Prescrito 
-​Ação de enriquecimento ilícito ​(2 anos após o término do prazo prescricional de 6 
meses). 
- Ação Monitória ​​(civil - 5 anos do dia seguinte à data de emissão, STJ 503/531). 
-​ Ação de cobrança​​ (civil CC 205 (10 anos) /206 prazos variados ). 
 
 
 
 
4) DUPLICATA 
 
- Lei 5474/68 e Decreto-lei 436/69. 
- Título ​emitido pelo próprio credo​​r, declarando existir, ​a seu favor​​, ​um crédito 
de determinado valor em moeda corrente, ​fruto ​​obrigatoriamente, de um negócio 
empresarial subjacente de ​compra e venda de mercadorias ou de prestação de 
serviços​​, em determinada data de vencimento. 
- Concebido pelo ​direito Brasileiro ​​em razão do pouco uso da Letra de Câmbio 
(falta de confiança). 
 
- Ordem de Pagamento ​​(vendedor → comprador) 
- Duplicata ​​(Ordem causal,​ aceite obrigatório​​) ​x ​LC ​​(Ordem Abstrata, ​aceite facultativo​​) 
- Título Causal​​: somente para ​Compra e venda mercantil​​ e ​Prestação de 
serviços​​. Nenhum outro negócio admite a emissão de duplicatas. Mesmo com a 
causalidade, a ​duplicata não perde a Abstração/Autonomia​​. 
- Causalidade →​ CP art. 172​​ ( crime: emissão de duplicata em desacordo com a 
mercadoria vendida) 
 
EMISSÃO 
- Título ​emitido pelo próprio Credor 
- Fatura ​​(conta) ​→ Duplicata ​​(“espelho da relação causal” para representar e/ou 
negociar com terceiros o crédito sobre o valor devido). 
- 
 Sacador​​ (Credor, Vendedor, Prestador de serviço​) ​​→ envio para o ​Sacado ​​(devedor/comprador) 
pagar ​​(se for à vista) ou dar o ​Aceite​​ e devolver (se for a prazo). 
Obs:Normalmente o Sacador negocia as duplicatas com instituições financeiras 
para receber o pagamento de forma adiantada. 
 
 
CV Merc-> Prazo ​​não inferior a​ 30 dias/​​Entrega ou despacho​ -> FATURA / 
DUPLICATA 
 
- Art. 1o. Da Lei de Duplicatas: “ em todo o contrato de compra e venda mercantil 
entre partes domiciliadas no ​território brasileiro​​, com ​prazo não inferior a 30 
(trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o 
vendedor extrairá a respectiva ​fatura​​ para apresentação ao comprador” 
- Obs: A fatura é uma popular “conta”, indicando detalhes da negociação. 
- A fatura ​​discriminará as ​mercadorias vendidas ou indicará somente os números 
e valores das notas parciais emitidas por ocasião das vendas, despachos ou 
entrega das mercadorias. Art. 1o., parágrafo 1o. 
- Art. 2o. “no ato da emissão da fatura, dela ​poderá ser extraída uma duplicata 
para ​circulação ​​como efeito comercial, ​não sendo admitido qualquer outra 
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela 
importância faturada ao comprador”. 
- obs: ​Essa restrição é apenas para Letras de Câmbio ( STJ). Podem ser 
emitidas promissórias ou cheques. 
- 
 
- ACEITE 
- - ​Emitida a Duplicata ​​→ enviar para o devedor (​aceite e devolução no prazo 
de 10 dias ​​assinada ou com as ​razões de negativa ​​do aceite. Art. 7o. LD.) 
- LC (aceite facultativo) x ​Duplicata (aceite obrigatório). 
 
- Aceite obrigatório ≠ Aceite irrecusável 
 
- Na Duplicata: Aceite expresso ou ​Presumido (comprador recebe as mercadorias 
sem questionar. Comprova-se pelo demonstração do ​recebimento das 
mercadorias​​.) 
- Para que haja ​Recusa do Aceite​​, é necessária apresentação de​ justificativa​​: 
- a) ​não recebimento​​ da mercadoria; 
- b) existência de​ vícios ​​no produto; 
- c) ​entrega fora do prazo ​​estipulado ( art. 8o. Lei de Duplicatas). 
 
 
- REQUISITOS: 
a) Cláusula Cambiária ( expressão “Duplicata”) 
b) Cláusula “à ordem”: autoriza a circulação por endosso. 
c) Data de emissão = data da fatura 
d) Números de Ordem da fatura e da duplicata 
e) Data do vencimento, quando não for à vista 
f) Nome e domicílio do vendedor e comprador 
g) A importância a ser paga ( em algarismos e por extenso) 
h) O local (praça) do pagamento 
i) O local para aceite do sacado 
j) Assinatura do sacador 
 
 
VENCIMENTO: 
- Só pode ser ​com dia certo​​ (a prazo) ou ​à vista​​. 
- Não são admitidas “a certo termo de vista”, nem “a certo termo de data”​​. 
 
 
PROTESTO 
a) falta de aceite 
b) falta de devolução 
c) falta de pagamento 
- Art. 13 da LD. 
Protesto deve ser feito na praça de pagamento constante do título. Execução também. 
O portador que não o fizer no ​prazo de 30 dias​​ do vencimento, perderá o direito de 
regresso contra os endossantes e avalistas. 
d) ​Protesto por Indicações ( art. 13 LD): Quanto há retenção do título​​, o credor fornece 
ao cartório as indicações do título, obtidas no livro de registro de duplicatas​​. ( número 
de ordem, data e valor, nomes etc.) 
Obs: Pode haver execução só com o Protesto por indicações + comprovação deentrega das mercadorias. Exceção ao princípio da cartularidade. 
 
Obs: Sendo o título extraviado ( ou não devolvido) tem ocorrido a emissão de​ Triplicata. 
 
 
COBRANÇA JUDICIAL 
Art. 15. 
Aceite expresso:​​ Execução​ títulos executivos 
Aceite presumido: Sem aceite + Protesto ​​( mesmo contra o devedor principal) + 
Comprovante de recebimento das mercadorias ​​+ ​ausência de justificativa​​ formal do 
sacado ( arts. 7o. e 8o.). 
Obs: STJ exige prova inequívoca do recebimento das mercadorias ou da prestação do 
serviço para configurar título executivo. 
- Prescrição da execução: 
- 03 anos do vencimento ​​→ Devedor principal e avalistas. 
- 01 ano do protesto​​→ codevedores ( endossantes) e avalistas 
- 01 ano do pagamento​​ → qualquer dos coobrigados e os demais 
 
Ação Monitória​​ ( duplicata prescrita para execução ou sem aceite e demonstração 
inequívoca). 
 
Ação Ordinária de Cobrança 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATOS EMPRESARIAIS 
 
 
NOÇÕES GERAIS - TGC 
 
 
Conceito: Acordo de vontades, na conformidade da lei (função social e boa-fé objetiva), com a finalidade de 
adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos. 
Vontade --> Consentimento <-- Vontade 
Contrato 
 
CONTRATOS - PRINCÍPIOS 
 
1) Autonomia da Vontade 
- CC/02 à Art. 421. “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do 
contrato..” 
- CF ​​- Art. 5º, C.R.: “II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei”.​ (Contorno Negativo: Podemos fazer tudo se não houver proibição) 
 
-​ CF Art. 3º​​: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
(...) III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;”. 
- Limites Positivos: Deveres constitucionais sobre o poder público e sobre os contratantes. 
 
 
2) Consensualismo 
 
3) Força Vinculante dos Contratos​​ ​( Obrigatoriedade / Intangibilidade ) 
- ​pacta sunt servanda​ (os pactos devem ser cumpridos) 
- Contrato = Lei entre as partes 
 
4) Relatividade dos Efeitos do Contrato (efeitos entre as partes) 
 
5) Supremacia da ordem pública 
- CCB/02 – art. 2035 “Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública...” 
 
6) Boa-Fé e Probidade 
- ​Boa-Fé subjetiva (CCB/1916): Estado psicológico, convicção ou ignorância que leva a pessoa a pensar que 
age conforme o direito. 
- ​Boa-Fé objetiva​ (CCB/2002): Regra de comportamento leal e honesto nas relações jurídicas. 
- Ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza. 
- Boa-fé objetiva: preservação do escopo comum. Proteção da legítima confiança das partes. 
- Art. 422 CCB/2002 – Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em 
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé .​Obs.: desde as etapa das tratativas até o cumprimento do 
contrato. ​- CCB Art. 113 e 187. ​- Deveres anexos: lealdade, confiança, assistência, informação, 
confidencialidade ou sigilo. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costume 
 
7) Função Social do Contrato 
 
 O contrato deve ser socialmente benéfico ou não trazer prejuízos para a sociedade. 
 ​​-​ CF Art. 3º​​: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
(...) III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;”. 
- Limites Positivos: Deveres constitucionais sobre o poder público e sobre os contratantes. 
- CF: art. 1º. República à Fundamento Dignidade da Pessoa humana, Valor social do trabalho e livre 
iniciativa. 
Cf art. 3º. Objetivos Fundamentais da República à Sociedade livre, justa e solidária. 
CF art. 170 . Ordem econômica à Tem por fim vida digna conforme ditames de justiça social. 
Funcionalização ligada a valores sociais. 
 
- Função Social: dever de respeito a interesses extracontratuais socialmente relevantes 
alcançados pela relação contratual. 
 
8) Equilíbrio Econômico: ​​Preservação da racionalidade econômica livremente pactuada, especialmente a 
comutatividade entre as prestações. 
- PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO CONTRATUAL (equivalência material) 
- Concretização dos valores constitucionais nas relações contratuais, em especial a igualdade 
substancial e a solidariedade social, buscando estabelecer simetria informativa e respeito à 
comutatividade livremente pactuada. 
- Flexibiliza a força obrigatória, sem revogá-la 
- Preservar o conteúdo e equilíbrio fixado originariamente pelas partes, sobretudo nos casos de 
comutatividade. 
 
 
 
 ​​DESDOBRAMENTOS DA BOA-FÉ OBJETIVA 
 
1) VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM 
- Vedação do comportamento contraditório. 
- Coerência de comportamento. 
- Ex. Art. 330 CC. 
- Gênero e Supressio espécie. 
 
2) SUPRESSIO 
- Supressão, perda de um direito pela falta de seu exercício por tempo razoável. 
- Silêncio ensurdecedor, comportamento omissivo 
- Difere da Prescrição (perda da pretensão). Esta subordina a pretensão apenas pela fluência do prazo, 
já a supressio depende do comportamento da parte deixa de ser aceitável em razão de sua inércia 
anterior. 
- Um direito não exercido durante determinado tempo perde a eficácia e não pode mais ser exercitado. 
Ex: uso da área em comum por condômino em regime de exclusividade por longo período, que implica 
na supressão da pretensão de cobrança de aluguel pelo período de uso. 
 
3) SURRECTIO 
– “Outro lado da moeda” em relação à Supressio. Surgimento de um direito. 
- Ex. art. 330. Pagamento reiterado em local diverso do contrato. 
 
4) TU QUOQUE ( Tu quoque, Brutus, Fili Mi!) 
- Júlio César. 
- Comportamento que rompe a confiança e surpreende a parte, colocando-a em desvantagem. 
- Ex. art. 180 – Menor de 18 não pode invocar o benefício da idade se dolosamente a escondeu. 
- Exceção do contrato não cumprido. 
 
 
5) ​​DUTY TO MITIGATE THE LOSS: ​​o dever de mitigar o próprio prejuízo. Os contratantes devem tomar as 
medidas necessárias e possíveis para que o dano não seja agravado. A parte a que a perda aproveita não 
pode permanecer deliberadamente inerte diante do dano. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
Quanto aos Efeitos: 
 ​01) Unilaterais, bilaterais 
- Unilaterais ​​ - são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes. 
Ex.: Doação Pura, Empréstimo (Mútuo, Comodato), Depósito, Mandato, Fiança. 
- Bilaterais​​ - são os contratos que geram obrigações para ambas as partes. 
- ​Plurilaterais: ​são aqueles que envolvem várias partes (mais de duas), todas possuindo direitos e obrigações, na mesma 
proporção. São exemplos o seguro de vida em grupo e o consórcio. Gonçalves afirma que “uma característica dos 
contratos plurilaterais é a rotatividade de seus membros”. 
 
- BILATERAL IMPERFEITO: ​É o unilateral que por circunstância acidental, ocorrida no curso da execução, gera 
alguma obrigação para o contratante que não se comprometera. Pode ocorrer com o depósito ou o comodato 
quando surgir para o depositante ou comodante a obrigação de indenizar certas despesas realizadas pelo 
comodatário e pelo depositário. Ou aquele contrato que já na suacelebração atribui prestações às duas 
partes, mas não em reciprocidade. 
 
02) Gratuitos (benéficos) ou Onerosos ​​(Quanto à vantagem patrimonial) 
- Gratuitos ​​– São aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Para a outra parte 
há só sacrifício. 
Ex.: Doação Pura, comodato, mútuo sem juros 
- Onerosos ​​– Ambos os contratantes obtêm um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Sacrifícios e 
benefícios recíprocos. 
Ex.: compra e venda, locação, empreitada. 
 Onerosos: Comutativos x aleatórios 
 
Contratos Personalíssimos e Impessoais 
- Personalíssimo (intuitu personae / em razão da pessoa) ​​são os celebrados em atenção às qualidades 
pessoais de um dos contratantes, que não pode fazer-se substituir por outrem. (não se transmite ao 
sucessor). Caso não cumpra a obrigação por culpa --> perdas e danos. 
- Impessoais ​​são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro. 
O importante é que seja realizada, pouco importando quem a executa. Caso não cumpra a obrigação --> 
execução específica ou perdas e danos. 
 
 
* Contratos solenes (formais) Consensuais e Reais 
- Solenes - devem obedecer a uma forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. Não observada a forma, o 
contrato é nulo. A vontade das partes não é suficiente. 
Ad solemnitatem (forma é da essência) x ad probationem tantum (para fins de prova) 
Ex.: Compra e venda de imóveis acima de 30 salários (Art. 108), Doação, Fiança. 
 
- Não solenes – ​​são os contratos de forma livre (regra geral no direito brasileiro / art. 107 CC) - Basta o 
consentimento para a sua formação. 
 
- Consensuais ​​– são aqueles formados unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da 
entrega da coisa e obediência de forma. 
 
- Contratos Reais ​​são os que exigem, além do consentimento, a entrega da coisa. Ex. Depósito, comodato, 
mútuo, penhor, anticrese, arras. COMPRA E VENDA NÃO É REAL!! 
 
 
* Contratos paritários e de adesão 
Paritários - São aqueles tradicionais, em que as partes discutem livremente as condições em situação de 
igualdade ( par a par). ​- De adesão ​​– são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da 
vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro apenas adere ao modelo. 
Ex. : Seguro, consórcio, transporte, telefonia, energia, água, etc... 
CCB/ Art. 423 e 424 CDC art. 47 e 54 
 
 
 * Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo ​​(execução continuada) 
 
- Execução instantânea ou imediata – ​​os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente 
após a sua celebração. Ex.: Compra e venda à vista. 
 
- Execução diferida (adiada) ou retardada – ​​os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em 
momento futuro (termo) 
 
- Trato sucessivo ou execução continuada - ​​são cumpridos por atos reiterados. A obrigação sobrevive, 
apesar dos pagamentos periódicos. Ex.: Compra e venda a prazo; prestação permanente de serviço; locação 
 
* Contratos principais e acessórios 
- Principais ​​- têm existência própria e autônoma. Ex.: compra e venda, locação. 
- Acessórios ​​– dependem da existência de outro. Ex.: Fiança, Penhor, Hipoteca convencional. Obs.: O 
acessório segue o principal. Nulo o principal – nulo o acessório 
 
 
CONTRATOS EMPRESARIAIS 
 
1) LEASING (ARRENDAMENTO MERCANTIL​​) 
 
1.1 ORIGEM E DEFINIÇÃO 
Verbo To Lease​​ (alugar, arrendar) 
Origem Americana 
- França: crédit bail. Inglaterra: Hire-Purchase. 
Brasil​​ – Lei 6099/1974 Lei 7132/1983 / Lei 11649/2008 ( veículos automotivos). 
 
- Carlos Roberto Gonçalves: Contrato pelo qual uma empresa, desejando utilizar 
determinado equipamento ou um certo imóvel, consegue que uma instituição 
financeira adquira o bem, alugando-o ao interessado por prazo certo, admitindo-se 
que, terminado o prazo locatício, o locatário possa optar entre a devolução do 
bem, renovação da locação ou a compra pelo preço residual do bem. 
- Usado geralmente por comerciantes ou industriais. 
- Bens móveis ou imóveis (lei 9514/97) 
 
Contrato especial de “Locação” com opção de compra (VRG), renovação ou 
devolução do bem pelo locatário. 
 
 
Súmula 263 STJ contra VRG. Porém → ​súmula 293 STJ – ​“A cobrança antecipada 
do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento 
mercantil” 
 
Bastante utilizado por empresas – Alugam e no fim podem comprar por um preço que 
leva em conta os aluguéis já pagos 
 
Arrendador (pessoa jurídica ​(S/A) autorizada BC) → ​Arrendatário ​​(PF ou PJ - posse 
direta) x 
 Fornecedor​​ de Bem móvel ou imóvel 
 
1.2 NATUREZA JURÍDICA 
Contrato Bilateral – obrigações recíprocas para ambos os contratantes 
Oneroso – Sacrifício para ambas as partes 
Consensual – não exige entrega da coisa para se aperfeiçoar 
Solene - Forma escrita 
Comutativo – prestações certas 
Trato sucessivo – a execução é continuada por período certo e renovável 
Adesão 
 
1.3 ESPÉCIES 
- Financeiro:​​ Tradicional 
- Leasing Operacional (renting): Feito pela proprietária do bem (fabricante ou 
fornecedor). Exemplo: Montadoras de veículos. 
- Lease back ou de Retorno​​,: O proprietário de um bem o vende à uma empresa 
que, por sua vez, faz o arrendamento ao antigo proprietário. 
 
1.4 OBRIGAÇÃO DAS PARTES 
- As partes precisam estipular previamente o preço e a periodicidade do 
pagamento. 
- Além de pagar o preço, o arrendatário é obrigado a conservar o bem (que 
pertence ao arrendador, salvo desgaste normal) 
- O arrendatário responde também pelas infrações administrativas, civis e penais 
oriundas da utilização do bem. Jurisprudência vem entendendo que não se aplica 
a súmula 492 do STF, que responsabiliza as empresas locadora de veículos de 
forma solidária com o locatário, pelos danos que este causar a terceiros, no uso 
do carro locado. 
- O Arrendador deve garantir a posse pacífica do bem. 
- O Arrendador pode exigir seguro do bem. 
 
1.5 AÇÕES JUDICIAIS 
- Constituição em mora (STJ 369). Mesmo havendo cláusula resolutiva expressa, 
precisa notificar o devedor para constituir em mora. 
- Rescisão contratual cumulada com Reintegração de posse. 
 
 
1.6 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - Em garantia ​​CC/2002. Arts. 1361 a 1368 e Dec-Lei 
911/69 
 
 
 
 
 
2) FRANQUIA (franchising) 
 
- Empreendedorismo x Dificuldades​​, riscos, recursos, ideias, tecnologia, etc. 
- Franquia: Lei 8955/1994. 
- Franquear a outros empresários o desfrute de tecnologia, logística, bom nome, em 
troca de remuneração. 
- Contrato Formal ​​(escrito e 2 testemunhas) Art. 6o.​ Bilateral, Oneroso, 
consensual, trato sucessivo. 
- Ex: Habib’s, McDonald’s, Pizza Hut, 5 à séc, Puro Açaí, Yázigi. Boticário. 
 
2.1 Conceito 
- Contrato pelo qual um ​comerciante detentor de uma marca ou produto 
(Franqueador) concede, mediante remuneração​​, o seu uso a outra pessoa 
(Franqueado) e lhe presta serviços de organizaçã​​o empresarial. GONÇALVES, 
Carlos Roberto. 
- “Sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de 
marca ou patente​​, associado ao ​direito de distribuição exclusiva ou 
semiexclusiva de ​produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de 
uso de tecnologia de implantação e administraçãode negócio ou ​sistema 
operacional ​​desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, ​mediante remuneração 
direta ou indireta, ​sem que, no entanto, fique caracterizado ​vínculo 
empregatício​​”​ (​Art. 2o.) 
 
2.2 Modalidades: 
a) Franquia Industrial: usada na indústria automobilística e alimentícia ( General 
Motors, Coca-Cola). O franqueador se obriga a auxiliar na construção de uma 
unidade industrial para o Franqueado, que fabrica e vende os produtos. 
b) Franquia de comércio ou de distribuição​​. Franqueado vende produtos do 
franqueador. Visa o desenvolvimento da rede de lojas (Benetton, Boticário, etc). 
c) Franquia de Serviços​​: Franqueado negocia prestações de serviços inventadas 
pelo franqueador. Hotéis, restaurantes, lanchonetes, escolas. Yázigi, Hotéis 
Hilton, McDonald’s, Pizza Hut, etc.) 
 
2.3 ​COF - Circular de Oferta de Franquia. ​​Art. 3o. / 4o. ​​- Entregue pelo Franqueador ao 
Franqueado, no mínimo ​10 dias antes da assinatura do contrato, contendo os d​ados 
fundamentais do negócio a ser realizado: Histórico do negócio, pendências judiciais e 
financeiras; Projeções de investimentos necessários; taxas e valores a serem pagos pelo 
Franqueado; Condições de exclusividade e/ou área territorial de atuação; modelo de 
contrato-padrão, etc.. 
 
- Objetivo da COF​​: Permitir que o Franqueado ​conheça os detalhes do contrato e 
analisar a ​viabilidade econômica​​ do negócio. 
 
 
2.4 Divisão de tarefas e interesses 
- 
FRANQUEADOR FRANQUEADO 
Oferecimento de vantagem Mercantil Oferece remuneração direta ou indireta. 
Pagamento Inicial de filiação e 
Pagamentos periódicos (taxa ou royalty). 
Quantia determinada ou percentual. 
Expandir​​ seus negócios Aproveita​ nome/imagem​​ do Franqueador 
Divulgar a marca​​ sem construir novos 
pontos 
Aproveita ​experiência administrativa do 
Franqueador 
Engineering​​ (montagem e planejamento 
do estabelecimento) 
Aproveita ​experiência empresarial 
Franqueador 
Management ​​(treinamento equipe e 
gerenciamento) 
Subordinação empresarial ​​ao 
Franqueador, sem vínculo empregatício 
(manter padrão de qualidade e respeito 
pela marca) 
Marketing​​ (divulgação e promoção) Mantém sua​ independência jurídica​​, tem 
seus empregados e suas 
responsabilidades, mas ​não tem 
independência mercadológica. 
 
 
 
 
3. FACTORING (Faturização ou Fomento Mercantil) 
- Contrato atípico 
 
Conceito: Contrato por meio do qual o empresário transfere a uma instituição (que 
não precisa ser necessariamente um banco) as atribuições inerentes à ​administração do 
seu crédito​​. Algumas vezes, envolve também a ​antecipação desse crédito ao 
empresário. CRUZ, André Santa. 
- Empresa de Factoring ​(Faturizadora) compra, com recursos próprios, créditos 
vencíveis do Faturizado​​, mediante preço certo e ajustado 
- Assemelha-se ao Desconto Bancário​​, mas além de não exigir a participação de 
instituição financeira, ​inexiste (a princípio) responsabilidade regressiva contra 
o Faturizado. No Desconto, o Cedente pode ser acionado pelo Banco, em caso de 
inadimplemento do devedor. 
- Muito comum, diante da grande quantidade de cheques pós-datados. 
 
 
Partes: FATURIZADOR (Instituição de Factoring) X FATURIZADO (empresário que 
contrata o serviço de Factoring)​ x Cliente​​ (devedor do crédito negociado). 
 
Faturizador: 
a) orienta o empresário acerca da concessão do crédito ​​seus clientes 
b) antecipa o valor dos créditos ​​que o empresário possui, ​pagamento de um 
valor menor ​​para o titular originário do crédito (Faturizado). 
c) assume o risco da inadimplência​​ desses créditos 
Faturizado: 
a) Maximiza as vendas ao ​oferecer mais vendas a prazo 
b) Garante capital de giro​​ ao receber à vista os valores das vendas a prazo. 
c) Evita despesas com cobranças​​ dos seus clientes 
d) Transfere o risco da inadimplência ​​para a Faturizadora 
 
Modalidades: 
a) Conventional Factoring: ​​Há antecipação dos valores referentes aos créditos do 
faturizado. (Administração de crédito + Serviço de Seguro + Serviço de 
Financiamento). 
b) Maturity Factoring​​: ​​Não há antecipação dos valores, mas apenas a prestação de 
serviços de administração do crédito. (Serviço de administração de crédito + 
Serviço de Seguro) 
 
 
Características: 
- O Faturizador não é obrigado a aceitar todos os créditos que o faturizado queira 
repassar. Só aceita os que lhe parecem seguros. 
- Aplica-se aos contratos de Factoring a limitação de juros de 12% ao ano ( Lei de 
Usura). STJ entende que Factoring não tem natureza bancária, tanto que as 
Faturizadoras não precisam de autorização do Banco Central para funcionar, 
bastando ser sociedade empresária com esta finalidade prevista. 
- O preço do serviço é que não tem limitações e são destacados dos juros. 
 
- Cláusulas Típicas: 
a) Cláusula de Exclusividade: Impede que o Faturizado deixe apenas créditos 
ruins para um Faturizador e os bons para outro. 
b) Cláusula de Totalidade​​: O Faturizado transmite todos os seus créditos ao 
Faturizador, cabendo a este escolher os que vai garantir. 
c) Cláusula de Aprovação: a contratação depende de prévia aprovação pelo 
Faturizador. 
 
Polêmica sobre o Direito de Regresso do Faturizador contra o Faturizado 
- Em geral​​, predomina o entendimento que a instituição financeira deve assumir o 
risco do inadimplemento dos créditos cedidos pelo faturizado. Assim, o Faturizado 
que cede seu crédito à Faturizadora, não deve responder pela inadimplência dos 
créditos que cedeu. Assim, o Faturizado não garante o pagamento dos créditos 
 
transferidos, correndo por conta do faturizador os riscos decorrentes da 
inadimplência do devedor (regras normais da Cessão de Crédito CC 296). ​“Salvo 
estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor”. 
- O STJ tem entendimentos reforçando tal corrente, mas tem entendimentos mais 
recentes considerando que é possível o direito de regresso. “o risco assumido 
pelo faturizador é inerente à atividade por ele desenvolvida, ressalvada a 
hipótese de ajustes diversos no contrato firmado entre as partes” (STJ, REsp 
992.421/RS, 2008). 
- André Santa Cruz​​, que defendia a corrente geral até a edição passada de seu 
livro, mudou de opinião na 8a. edição de 2018 e entende que cabe o direito de 
regresso, pois não há nada que proíba a autonomia da vontade das partes em 
estipular o contrário. Uma cláusula neste sentido seria benéfica ao contrato, pois o 
Faturizado teria mais cuidado na escolha dos clientes e créditos concedidos. ​“Se 
num contrato de factoring as partes livremente optaram por garantir o direito de 
regresso ao faturizador, por meio de cláusula contratual expressa ou 
simplesmente por meio de endosso dos títulos cedidos, esse direito do faturizador 
é legítimo. Não existe regra legal que impeça a previsão de tal cláusula ou que 
afaste a produção normal dos efeitos do endosso neste caso.” 
 
 
 
4. CARTÃO DE CRÉDITO 
- Contrato por meio do qual uma instituição financeira (Operadora do Cartão), 
permite aos seus clientes a compra de bens e serviços em estabelecimentos 
comerciais cadastrados, que receberão os valores das compras diretamente da 
operadora. Esta, por sua vez, cobra dos clientes, mensalmente,o valor de todas 
as suas compras realizadas num determinado período. André Santa Cruz. 
- Contratos Coligados​​: Diferenciados estruturalmente, mas interligados por um 
nexo econômico, funcional, sistemático. 
 
- Cartão​​: Documento por meio do qual o cliente realiza a compra, apresentando-o 
ao estabelecimento comercial cadastrado. 
 
O sistema de cartões de crédito​​ atualmente basicamente por: 
a) as ​Bandeiras (PJ Transnacionais, que estabelecem regras gerais ( VISA, 
MASTERCARD, AMERICAN EXPRESS..) 
b) as ​credenciadoras/emissoras ​​(credenciam os estabelecimentos 
comerciais. Trabalha com várias bandeiras / emitem os cartões) 
c) os ​estabelecimentos credenciados 
d) os ​usuários/portadores​​ dos cartões 
 
Relações Jurídicas (03): 
a) operadora x cliente​​ ( Relação de Consumo) 
b) cliente x estabelecimento comercial​​ (Relação de Consumo) 
c) estabelecimento comercial x operadora​​ (Não há relação de consumo - STJ) 
 
 
 
Origem: 
- Surgiu como cartão de fidelização em postos de ​combustíveis (USA, anos 
1920)​​. Clientes juntavam as compras de um mês e pagavam todas no mês 
seguinte. Alguns ​Hotéis ​​começaram o usar da mesma forma. Eram uma espécie 
de ​cartão de apresentação de bons clientes​​, gerando ​facilidade​​s para estes e 
fidelidade​​ para o comerciante. (Fran Martins). 
- Posteriormente, na década de 1950​​, surgiram os ​cartões nos moldes 
semelhantes aos de hoje (Diner’s Club). Este foi feito inicialmente para suprir 
despesas em hotéis e restaurantes. Depois surgiu o ​American Express. 
- Atualmente​​, as operações com cartão de crédito têm crescido bastante nos 
últimos anos. ​É raro o estabelecimento que não aceita ​​cartão de crédito (perde 
clientela) 
- 
 
Vantagens: 
a) Segurança​​ para Consumidor e Fornecedor ( não precisam andar com dinheiro) 
b) “Não” tem risco de inadimplemento para o Fornecedor. Elimina o risco dos 
cheques falsos ou sem provisão de fundos 
c) Facilita a relação comercial ​​na ocasião/horário/local desejados pelo consumidor 
d) O​ crédito já está aprovado​​ previamente (basta apresentar o cartão) 
 
Disposições Gerais: 
- As operadoras são instituições financeiras e, por isso, suas operações de 
crédito não sofrem os limites de juros de 12% ao ano previsto na Lei de Usura. 
STJ - 283. 
- O estabelecimento comercial deve ​conferir a assinatura do cliente do cartão 
com ​seus documentos pessoais para evitar fraudes, sob pena de responder 
perante a administradora. STJ. 
- Em caso de ​Perda ou Furto​​, o usuário deve ​comunicar imediatamente à 
administradora, sob pena de responder pelos gastos. 
 
 
Professor: Marcelo Leonardo 
* Este material é apenas um roteiro resumido do nosso objeto de estudo. Dessa forma, o 
aluno deve usá-lo apenas como um guia resumido de conteúdos para expandir seu aprendizado 
através das aulas, livros de doutrina, legislação e jurisprudência. 
Já dizia Sócrates: “ Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar”.

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