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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO Campus Bacabal Diretoria de Desenvolvimento de Ensino Departamento de Educação Superior e Tecnologia Coordenação do Curso de Licenciatura em Química CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA Disciplina: Físico-Química Experimental I Ministrante: Prof. M.Sc. Maron Stanley Silva Oliveira Gomes Relatório de Prática Calor de Reação Diego Henrique da Cruz Morais Marcos Aurélio Santos Andrade da Cunha Rodrigo dos Santos Linhares Bacabal-MA 2015 1. RESUMO Para a determinação do calor de reação usa-se sistemas que sofrem variação à pressão constante, ou seja, usou-se neste caso béqueres. Determinou-se o calor de reações de ácidos e bases fortes, que respectivamente foram H2SO4 (Ácido sulfúrico), KOH (Hidróxido de potássio) e KI (Iodeto de potássio), por meio de constatações de temperatura com o uso de termômetro digital. 2 2. INTRODUÇÃO Todos os processos físicos e químicos envolvem, além das transformações materiais (reações químicas) e mudanças de estados físicos, variações energéticas. Desta maneira, um enfoque que e dado pela calorimetria, se baseia justamente em medir as variações energéticas que acompanham os processos físicos e químicos. A parte da calorimetria que trata especificamente destas variações de temperatura e conhecida como Termoquímica. O conceito da calorimetria envolve a aplicação da primeira lei da Termodinâmica que estabelece que a energia e conservada nas transformações (RUSSEL apud WOLF et al, 2011). A medida direta dos calores envolvidos nas reações químicas e uma parte da calorimetria a qual não e muito valorizada uma vez que muitas destas reações ocorrem sob condições que estão fora do alcance das medidas calorimétricas diretas. No entanto, reações de dissociação, neutralização e muitas reações iônicas de precipitação, são susceptíveis de observação calorimétrica direta (WOLF et al, 2011). Toda reação química absorve ou gera calor, ou seja, ha sempre uma troca de energia. A liberação ou absorção de luz, de calor ou de eletricidade são manifestações dessa energia que podem provocar ate mudanças de estado físico nos componentes das reações. O conceito científico de calor relaciona-se com diferença de temperatura entre dois sistemas. O calor e o processo de transferência de energia de um sistema, a uma temperatura mais alta, para outro, a uma temperatura mais baixa (ATKINS apud BONFANTE, 2014). A termoquímica estuda as transferências de calor associadas às reações químicas ou às mudanças no estado físico das substâncias. Calor de reação é o nome dado à quantidade de calor liberado ou absorvido em uma reação química ou mudança de estado (NETTO, 2012). O calor, como sabemos, é uma forma de energia e, segundo a Lei da Conservação da Energia, ela não pode ser criada e nem destruída, pode apenas ser transformada de uma forma para outra. Em vista disso, somos levados a concluir que a energia liberada por uma reação química não foi criada, ela já existia antes, armazenada nos reagentes, sob uma outra forma, e a energia absorvida por uma reação química não se perdeu, ela permanece no sistema, armazenada nos produtos, sob uma outra forma. Cada substância, portanto, armazena um certo conteúdo de calor, que será alterado quando a substância sofrer uma transformação. 3 A liberação de calor pela reação exotérmica significa que o conteúdo total de calor dos produtos á menor que o dos reagentes. Inversamente, a absorção de calor por uma reação endotérmica significa que o conteúdo total de calor armazenado nos produtos é maior que o dos reagentes. A energia armazenada nas substâncias (reagentes ou produtos) dá-se o nome de conteúdo de calor ou entalpia. Esta é usualmente representada pela letra H. A maioria das reações químicas ocorre em recipientes abertos. No decorrer desses processos pode ocorrer a variação no volume do sistema, já a pressão feita pela atmosfera é sempre constante. Quando a expansão dos gases em recipiente aberto empurra a atmosfera, realiza-se trabalho P∆V. Dessa forma, o calor, q, liberado ou absorvido pela reação química irá alterar a temperatura da água. O seu valor pode ser calculado pela equação 1 (MOLINA, 2011). q = mc(∆T) onde: q= calor (J) m= massa (kg) c= calor específico (J kg-1 K-1) ∆T= variação de temperatura (K) A variação de entalpia é definida como o calor fornecido ou retirado do sistema numa transformação que ocorre a pressão constante. Ou seja, quando um sistema está sob pressão constante, a variação de entalpia é igual à energia transferida na forma de calor. Assim, podemos escrever que (a pressão constante, sem trabalho extra) no caso de uma transformação finita, por exemplo, se fornecemos à água contida num béquer aberto, através de um aquecedor elétrico, 36 kJ de energia, a entalpia da água aumenta em 36 kJ, e escrevemos ∆H = +36 kJ. A importância desta equação é que, como usualmente as reações químicas ocorrem em pressão constante, em reatores abertos para a atmosfera, o calor que elas fornecem ou utilizam pode ser igualado à variação da entalpia do sistema (MOLINA, 2011). 4 3. OBJETIVOS Geral: Determinar o calor de reação de um ácido e uma base forte. 4. PARTE EXPERIMENTAL Materiais e Reagentes Balança analítica BEL Engineering (MARK M2I4A); Vidro de relógio; Espátula de porcelana; Béquer de 250 mL (Star Glass); Bastão de vidro; Balão Volumétrico 500 mL (GlassTherm); Pipeta graduada de 5 mL (GlassTherm) Bureta de 25 mL (GlassTherm) Proveta de 100 mL (Qualividros) Termômetro digital espeto 9796.16 Incoterm; Hidróxido de potássio (KOH) em lentilhas (Reagentes Isofar); Iodeto de potássio (KI) (Reagentes Synth); Ácido sulfúrico (H2SO4) (Reagentes Isofar); H2O (Água destilada); Fita de pH. Procedimento O procedimento deu-se em 5 partes, enumeradas de A à F, onde a parte B não foi realizada por conta da pouca quantidade de reagente disponível. Parte A (Reação 1) Pesou-se um béquer de 250 mL limpo e seco, logo após colocou-se 100 mL de água destilada, agitou-se cuidadosamente com um bastão de vidro até a mesma atingir uma temperatura constante (próxima a temperatura ambiente), mediu-se e anotou-se a temperatura. Pesou-se em balança analítica 25 g de KOH, em vidro de relógio, verteu-se o KOH pesado na água contida no béquer, agitando-a até a dissolução completa do KOH, utilizando-se um bastão de vidro para auxiliar. 5 Introduziu-se o termômetro na solução e anotou-se a máxima temperatura atingida. Transferiu-se a solução para um balão volumétrico de 250 mL, e completou-se com água destilada até a marca. Parte C (Reação 3) Preparou-se 250 mL uma solução 0,25 M de ácido sulfúrico (H2SO4), onde inicialmente mediu-se o volume calculado de ácido e verteu-se em um béquer com 100 mL de água destilada, agitou-se para que ocorre-se a homogeneização, e logo após mediu-se a máxima temperatura atingida pela reação. Deixou-se a solução em repouso, que estava em temperatura ambiente ou ligeiramente inferior, medindo-a e anotando a temperatura da mesma. Parte D (Reação 4) Pesou-se um béquer de 250 mL limpo e seco, após isso, colocou-se no béquer 50 mL da solução de H2SO4, 0,25 M, agitando-a cuidadosamente com um bastão de vidro até atingir uma temperatura constante (próxima à temperatura ambiente), mediu-se a anotou-se a temperatura. Pesou-se em balança analítica 25 gde KOH em um vidro de relógio, e logo após isso verteu-se o KOH pesado na solução, agitando-o até o mesmo dissolver por completo, utilizando um bastão de vidro para auxiliar, feito isso introduziu-se um termômetro na solução e anotou-se máxima temperatura atingida. Parte E (Reação 5) Pesou-se um béquer de 250 mL limpo e seco, colocando no mesmo a solução H2SO4 preparada na reação 3, agitou-se cuidadosamente com o auxílio de um bastão de vidro até que a mesma atingisse uma temperatura constante (próxima da temperatura ambiente). Mediu-se e anotou-se a temperatura. Logo após pesou- se em balança analítica 5 g de iodeto de potássio (KI) em vidro de relógio, fito isso verteu-se o KI pesado na solução contida no béquer, agitando-a até que a mesma dissolvesse completamente, anotando a temperatura mínima atingida. Parte F (Reação 6) Mediu-se 100 mL da solução de H2SO4 0,25 M e 100 mL da solução de KOH preparada na reação 1 em um béquer de 250 mL, ambas estando à temperatura ambiente, mediu-se e anotou-se a temperatura das mesmas. Adicionou-se a solução de KOH na solução de H2SO4 0,25 M, misturando-as rapidamente, onde anotou-se a máxima temperatura observada, e por fim mediu-se o pH da solução. 6 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao realizar-se a primeira parte da prática, Parte A (Reação 1), obtivemos os seguintes dados, como vemos na Tabela 1. KOH→ K+ + OH- TABELA 1. Dados obtidos com a conclusão da primeira parte da prática. Parte A (Reação 1) Massa do béquer limpo e seco Temperatura obtida da água Massa de KOH pesada Temperatura máx. atingida do KOH dissolvido 109,7185 g 28°C 24,9916 g 49°C Usou-se 0,4455 mols de KOH na dissolução do mesmo em água, com concentração igual a 99,9946 g.L-1, nota-se um grande aumento na temperatura, com isso observa-se que a reação é exotérmica, ou seja, há a liberação de energia na forma de calor. E para verificar a quantidade de calor absorvido durante o processo usamos a seguinte fórmula Qp=mCΔT, cujo capacidade calorífica molar (C) do sal é 64,9 J.K- 1mol-1. O resultado obtido foi -3,4061 KJ, que comprova que foi uma reação exotérmica. E para a determinação da quantidade de calor desenvolvida por mol de KOH usamos a seguinte fórmula Qp=nCΔT, cujo respectivo valor foi igual a -6,7 KJ.mol-1. Na segunda parte, Parte C (Reação 3), usou-se 3,4 mL de H2SO4 para preparar uma solução de 250 mL 0,25 M, após aferir esse volume o adicionamos a um béquer com 100 mL de água destilada, e após a agitação e homogeneização do mesmo foi aferida sua temperatura que foi igual a 30°C. Após o repouso sua temperatura obtida foi igual a 28°C. H2SO4→ 2H+ + (SO4 -2) Não ocorre uma reação de neutralização, sim uma dissociação com formação de íons e liberação de energia na forma de calor. 7 Com a realização da quarta parte da prática, Parte D (Reação 4), obtivemos os seguintes dados vistos na Tabela 2. TABELA 2. Dados obtidos com a parte D da prática. Parte D (Reação 4) Massa do béquer limpo e seco Temperatura da solução de H2SO4 0,25 M Massa de KOH pesada Temperatura máx. atingida do KOH dissolvido 109,6998 g 28°C 24,99 g 56°C H2SO4 + 2KOH→K2SO4 + 2H2O Como se pode notar há uma reação de neutralização entre o ácido e a base, ocorrendo a formação de sal e água, com a elevação de temperatura, já que os íons continuam em solução. Com a realização da Parte E (Reação 5), obtivemos os seguintes dados em exposição na Tabela 3 a seguir. TABELA 3. Dados obtidos com a parte E da prática. Parte E (Reação 5) Massa do béquer limpo e seco Temperatura da solução de H2SO4 0,25 M Massa de KI pesada Temperatura mín. atingida do KI dissolvido 110,0168 g 29°C 5,0054 g 24°C H2SO4 + KI→ H2S + I2 + K2SO4 + H2O Empregou-se 0,030mols de KI, e como pode se notar, ocorre uma reação endotérmica, ou seja, ocorre a absorção de energia, com a produção de íons, sal e água. Com a realização da Parte F (Reação 6) da prática, obtivemos os seguintes dados como mostra a Tabela 4. TABELA 4. Dados obtidos com a parte F da prática. Parte F (Reação 6) Massa do béquer limpo e seco Temperatura da solução de H2SO4 0,25 M Temperatura da solução de KOH Temperatura máx. atingida da mistura de soluções 108,9768 g 28°C 30°C 31°C H2SO4 + 2KOH→K2SO4 + 2H2O Como se pode notar ocorre uma reação de neutralização entre o sal e a base, produzindo sal e água, cujo molaridade do sal é 0,25 M. Produziu-se uma 8 base cujo pH está entre 12 e 13, que foi constatado com o uso de fitas de pH, como mostram as figuras 1 e 2. Figura 1- Fita de pH Fonte: os autores Figura 2- Fitas de pH Fonte: os autores O meio se tornou básico, pois a base consumiu todo o ácido e ficou em maior quantidade, tornando o meio básico. 9 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se e visualizou-se de uma melhor maneira que o processo de calorimetria a pressão constante é bastante explicativo e deslumbrante, que na dissociação ou dissolução de certos reagentes pode se provar a existência de energia através da comprovação pratica disso, comprovando-se também quem mesmo em reações de neutralização ocorre liberação ou absorção de energia na forma de calor. Estas práticas nos ajudam a por em loco todo o conhecimento obtido em disciplinas anteriores e fixar melhor o aprendizado ganho. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P.W.; De Paula, J. Físico-Química; 7a ed., vol.1 Livros Técnicos e Científicos, Editora S.A.: Rio de Janeiro, 2002. BONFANTE, Pedroso. Calor de Dissolução. Disponível em:<http://www.mundoeducacao.com/quimica>. Acesso em: 13 jun 2015. MOLINA, Luiz et al. Entalpia das reações, 2011. Disponível em:<http://www.infoescola.com/quimica/entalpia/>. Acesso em: 20 Jun 2015. NETTO, Luiz Ferraz. Calor trocado nos processos sob pressão constante – entalpia. Simplesmente Química, 2012. Disponível em:<http://www.feiradeciencias.com.br/sala21/21_SQ04.asp://>. Acesso em: 20 Jun 2015. RUSSEL, J. B. Química Geral – Volume 1. 2ª Edição. São Paulo. Editora Makron Books, 1994. WOLF, Lúcia Daniela et al. Construção de um calorímetro simples para determinação da entalpia de dissolução. Eclética Química, v. 36, n. 2, p. 69-83, 2011.
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