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Pgto das Obrigações (RESUMO)

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Direito das obrigações 2º bimestre
Pagamento e execução das obrigações
Pagamento (extinção da obrigação):
 - Direto: arts. 304 a 333, tal qual acordado; compra-se em duas prestações mensais, e se paga em duas prestações mensais como combinado.
 - Indireto: arts. 334 a 388, por vezes não é possível realizar o pagamento direto, o código civil prevê oito formas de pagamento indireto.
Pagamento na obrigação de dar coisa certa – é a entrega da coisa; entrega de certa importância em dinheiro; a restituição da coisa a seu dono.
Pagamento na obrigação de fazer – é a prestação de um serviço; outorga de um ato.
O pagamento na obrigação de não fazer – é uma abstenção.
O pagamento é um leque de condutas que o devedor terá que cumprir; a prestação exata do que se deve – adimplemento, extinção, cumprimento, execução.
Elementos:
 -Causa – existência de um vinculo jurídico; de uma obrigação previamente contratada entre devedor e credor. Sem causa posso fazer um ato de liberalidade.
 -Devedor – solvens
 - solutio (pagamento)
 -Credor – accipiens
Natureza jurídica:
O que o pagamento representa dentro do direito, do ordenamento jurídico; o que é o pagamento diante da ordem jurídica:
 - Ato jurídico unilateral – aquele que depende de uma única vontade. Na abstenção depende de uma única vontade, a vontade do devedor.
 - Negócio jurídico bilateral – vontade do devedor em pagar; vontade do credor em receber. Tradição da coisa.
Se credor não quiser receber devedor terá que realizar um pagamento indireto (pagamento em consignação).
Pagamento é dever e direito do devedor.
É o principal dever do devedor – adimplir a prestação.
Mas também é um direito do devedor se ver alforriado da obrigação para restabelecer sua plena liberdade.
Quando o credor não quiser receber a prestação, o devedor tem a primeira figura do pagamento indireto: a consignação em pagamento – bancário ou jurídico.
Aspectos:
 - Moral – cumprimento da palavra empenhada, pacta sunt servanda, obrigação contratada deve ser cumprida. O homem honesto quer cumprir a palavra que ele empenhou.
 - Econômico – cada um projeta sua vida financeira no pressuposto que ira receber do devedor.
 - Jurídico – se não realizar o pagamento a justiça obriga sua realização.
Condição subjetiva:
 - De quem deve pagar:
Solvens = devedor
Art. 304. qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Se trata do terceiro interessado, que pode sofrer os efeitos jurídicos se o devedor não pagar, está a distrito da relação jurídica obrigacional.
Ex: fiador, avalista, aquele que da um bem em garantia, sublocatário.
O terceiro interessado, ao pagar a dívida, se sub-roga no lugar do credor, coloca-se na posição do credor.
§ único: igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Se o terceiro não interessado não está a distrito da relação obrigacional, não sofrerá conseqüência nenhuma.
Ex: pai que paga a dívida do filho, ato de liberalidade.
Terceiro não interessado pode pagar de duas formas:
Em nome próprio – não se sub-roga; mas tem o direito de reembolso. Se houver outra garantia, o terceiro não interessado não será garantido por ela. (art. 305)
Em nome e a custa do devedor – não tem sequer o direito de reembolso – mera liberalidade.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro (interessado ou não interessado), com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação (exceção, defesa, ex: dívida prescrita).
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Apenas o proprietário pode alienar coisa móvel ou imóvel. Não posso dar coisa de outrem em pagamento – falta validade, o pagamento é nulo. Não posso transferir propriedade de coisa alheia.
§ único - Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
Alienação de coisa fungível (gênero, espécie, qualidade e quantidade – pode ser substituída) por quem não é proprietário, credor recebe de boa-fé – pagamento se efetivou.
Dono da coisa terá ação contra aquele que lhe subtraiu a coisa indevidamente.
 - Daqueles a quem se deve pagar
Accipiens = Credor.
Art. 308 o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Quem de direito represente o credor – representante:
Legal – curador, tutor, os pais.
Judicial – determinação do juiz – no processo.
Convencional – voluntária, feita pelo mandato de procuração. Credor diz que ele tem o poder específico para receber e quitar a prestação.
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
Aquele que porta título de crédito, o recibo, está autorizado a receber. Salvo se as circunstancias contrariarem a presunção de que o portador do título está autorizado pelo credor a receber.
Art. 310. não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Pagamento ao incapaz não é válido – é restringido no exercício do direito. Necessita de assistência ou representação.
Se pagar o incapaz e o pagamento reverter em beneficio dele – pagamento está bem feito.
Mesmo pagando mal, se reverter em benefício do incapaz o pagamento é válido e extingue a obrigação, pois nesse caso o pagamento não terá mais causa, se recebe de novo enriquece sem causa – art. 884.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
Credor putativo (parece mas não é, teoria da aparência).
Teoria da aparência surte efeitos jurídicos. É necessário a boa fé do solvens, que seu erro seja desculpável e que as circunstâncias traziam a presunção de que aquela pessoa era verdadeiramente o credor.
Art. 312. se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Caso do credor do credor.
A é credor de B
C é credor de A. C é credor do credor.
C executa A e penhora seu crédito para com B.
Se B pagar A e A perder a ação – pagou mal
Se pagar C e C perder a ação – pagou mal
Deve depositar em juízo – pagamento em consignação.
Condições objetivas do pagamento:
- Objeto do pagamento / prestação
- Lugar do pagamento
- Prova do pagamento
- Tempo do pagamento
Art. 313. O Credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Obrigação estabelecida com o encontro de duas vontades, não pode ser mudada unilateralmente, apenas as duas vontades poderão modificar as condições.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
Não pode ser obrigado, mas pode consentir em receber prestação diversa.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
Em moeda corrente – uso forçado do real, não posso contratar em moeda estrangeira.
Pelo valor nominal – estampado na moeda.
Pode-seconvencionar o aumento progressivo da prestação – escala móvel art. 316.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Teoria da imprevisão – ler texto sobre art. 317 disponível na página do dr. Bianco.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
Exceções: exportação, importação, contrato com pessoa domiciliada no estrangeiro.
Lugar do pagamento
A dívida pode ser:
- Quesível / querable – tem que ser paga no domicílio do devedor.
Se nada contratado, pagamento deve ser realizado no domicílio do devedor.
- Portável / portable – pode-se contratar que o pagamento seja realizado no domicílio do credor.
Somente se contratado, do contrário será no domicílio do devedor.
Quando a importância é em dinheiro – se faz por via bancária.
Pagamento de coisa imóvel – lei diz que é feito no local onde se situa o imóvel.
Obrigação de fazer em coisa imóvel – no local do imóvel.
Por vezes é conforme a natureza da prestação.
Contrato a prestação de serviço de plantar 20000 pés de café – no lugar da plantação.
Pagamento feito em lugar distinto – circunstâncias excepcionais em razão do caso fortuito ou força maior – feito em lugar distinto do combinado.
As despesas para realização de pagamento em lugar distinto não podem ser atribuídas ao credor, o devedor tem que absolve-las.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato
Venire contra factum próprio – foi contratado que o pagamento dos aluguéis deve ser feito no domicílio do credor, mas o credor sempre buscou o pagamento no domicílio do devedor.
O pagamento torna-se quesível. Se sempre recebeu no domicílio do devedor, não pode inverter agora – é vir contra seus próprios passos, contra seu próprio ato.
Presume-se a renúncia do credor ao previsto no contrato.
Tempo do pagamento
Tempo favorece o devedor.
O credor não pode cobrar o devedor antes do vencimento. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida sofrerá uma sanção.
Podem as partes convencionar que o tempo favoreça ao credor através de uma cláusula expressa.
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
Se não há termo final, a obrigação é exigível desde pronta.
Se for por tempo indeterminado não é a mesma coisa, não se iguala ao pagamento em que não foi ajustado o termo final.
O termo final não é de pronto, é o momento em que o fruto poderá ser colhido.
Há um ajuste – quando ficar pronto o sapato, quando for a hora da colheita.
No caso do art. 331 não há um ajuste de termo final.
Art. 332. as obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
Pagamento cabe quando se implementa a condição, obrigação vence com o implemento da condição suspensiva ou resolutiva.
Art. 333. Ao Credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste código:
I – no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores.
Falência – empresa com finalidade mercantil tem mais dívida do que pode pagar; 
Insolvência civil – associação sem finalidade mercantil ou pessoa natural com mais dívidas do que pode pagar.
Concurso de credores – no momento da insolvência ou falência abre-se um concurso de credores da massa falida ou da insolvência.
Os credores tem que receber X. o patrimônio do devedor é X-2 – reunião de todos os credores como se todas as dívidas já estiverem vencidas, antecipa o vencimento das dívidas. Os credores privilegiados receberão integralmente; os quirografários receberão proporcionalmente.
II – Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
Segundo credor penhora o bem que garante o primeiro credor, neste caso antecipa-se o vencimento da dívida.
Devedor pode reagir para que não seja antecipada a dívida – pode substituir o bem penhorado por outro livre de ônus, oferece em garantia um outro bem que não garante o primeiro credor.
Hipoteca – garantia de bem imóvel
 - real
Penhor – garantia de bem móvel
Penhora – ato judicial – juiz pode penhorar um bem que garante outro credor. Os dois credores concorrem, deve antecipar o vencimento para que possam concorrer os dois credores.
Um credor fica desfalcado, pelo desfalque o vencimento se antecipa para que o credor possa concorrer.
III – se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Ex: falecimento do avalista, ou do fiador; bem dado em penhora que perece ou deteriora.
Art. 748 CPC – dá-se insolvência toda vez que as dívidas excederem à importância dos bens do devedor.
Quem paga tem o direito da quitação – prova do pagamento.
Quitar a dívida – extingui-la.
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
É dever do credor outorgar ao devedor a quitação. O devedor pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada a quitação. Devedor deve ter prova literal de que o credor não quis dar a quitação.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
A quitação é formal.
§ único – ainda que sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Apesar de defeituosa a redação, a quitação é válida se comprovar o pagamento da dívida. Quitação é válida pois como comprova o pagamento, se pagar de novo será enriquecimento sem causa do credor.
Se o título está na posse do credor do credor – a dívida não foi paga – regra geral.
Se o título está na posse do devedor – presunção juristantum, já foi pago; mas em 60 dias credor pode provar que o título foi parar indevidamente nas mãos do devedor.
Não basta a entrega do título, deve dar a quitação.
A simples devolução do título não é prova cabal, precisa da quitação.
Adimplemento substancial – uma dívida pode ser quase que integralmente paga, mas não paga na sua totalidade.
Compro um automóvel de 20000 em 20 prestações. Pago 18 prestações.
Agencia pode cobrar o restante da dívida, porem não poderá pegar de volta o automóvel.
Paga-se importância próxima ao total da dívida, é insignificante o residual, há um adimplemento susbtancial.
O interesse do credor foi quase que totalmente cumprido. Credor continua com o direito de cobrar o residual, não se permite reincidir o contrato, mas isso apenas se o pagamento foi feito quase que por inteiro.
3 requisitos do adimplemento substancial:
1 – Proximidade entre o efetivamente pago e o total que deve ser pago.
2 – A prestação imperfeita deve satisfazer os interesses do crédito.
Fica quase que pago o valor total. Credor já começou a ter lucros, o que falta é o restante do lucro.
3 – esforça, diligência do devedor em adimplir integralmente o crédito.
Código Civil art. 317 – teoria da imprevisão.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo queassegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Uma das partes é prejudicada, poderá pedir revisão judicial.
Pacta sunt servanda – contratou, tem que cumprir – regra geral que deve ser seguida nas obrigações.
Rebus sic stantibus – se assim continuarem as circunstâncias.
Fato:
- Superveniente – é contemporâneo, dá-se a lesão art. 157 c.c.
- Imprevisível – aquilo que não pode ser antecipado. É impossível antever um acontecimento desse porte, pois distorce completamente o andar normal das coisas.
Mas também aquilo que eu posso antever, mas que suas conseqüências serão imprevisíveis, posso antever o acontecimento, mas acontece de tal intensidade que seus resultados são imprevisíveis.
Fato imprevisível muda drasticamente as circunstâncias a que as partes se obrigaram.
Se com cuidado objetivo for possível prever o acontecimento e evita-lo, não cabe a teoria da imprevisão.
Requisitos para que se de a teoria da imprevisão:
1 – motivos – fato superveniente e imprevisível à conclusão da obrigação.
Concluo a obrigação dentro de determinadas circunstâncias, um fato superveniente e que não posso prever muda drasticamente as circunstâncias de quando a obrigação foi concluída.
Se o fato for contemporâneo, coincidir com o momento em que se conclui a obrigação – da-se a lesão art. 157.
2 – recai sobre as obrigações de trato sucessivo ou diferida. Excluídas as obrigações instantâneas ou momentâneas, pois não da tempo da incidência do fato superveniente.
Deve existir um prazo, existência jurídica, para acontecimento superveniente.
3 – a desproporção entre as partes tem que ser manifesta e deve ser apurada sobre o critério objetivo.
São as circunstâncias do momento em que a obrigação foi concluída para as circunstâncias no momento em que a obrigação está para ser extinta.
4 – este fato superveniente e imprevisível não pode ter sido ocasionado parte lesada.
5 – a revisão não pode ser feita de oficio, somente a requerimento da parte.
As partes podem resolver essa questão valendo-se da jurisprudência privada – arbitragem. Ou resolverem de comum acordo.
Pagamento indireto ou especial – arts. 334/388
Pagamento em consignação – arts. 334/345
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais.
Pagamento em consignação pode ser de duas formas:
- Judicial – perante juiz de direito.
- Extrajudicial – depósito em estabelecimento bancário.
1 – objeto do pagamento:
- obrigação de dar – objeto mediato é entregue pelo devedor ao credor. Exige a entrega, tradição – bem corpóreo.
Toda obrigação de dar aceita o pagamento em consignação.
- obrigação de fazer – prestação de serviço ou ato em beneficio do credor – não posso consignar esse pagamento, não existe tradição, a não ser simbólica. No entanto se contrato a pintura de um quadro – tem que entregar o quadro; há a tradição do objeto criado pelo serviço do devedor, nesse caso a obrigação de fazer permite a consignação.
- Obrigação de não fazer – abstenção, deixar de fazer alguma coisa. – nunca há tradição, não aceita o pagamento em consignação.
2 – Causas que justificam – art. 335.
A consignação tem lugar:
I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma. (no pagamento portável)
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos (no pagamento quesível);
III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
Ex: credor do credor.
V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento;
3 – requisitos de validade: deve-se atender os requisitos; autos da ação de consignação – devedor; réu – credor.
- Pessoal arts. 308/312 - ação deve ser dirigida ao credor, somente contra o credor. (representante e portador da quitação – somente pode receber o pagamento direto).
- Objeto arts. 313/318 – aquele objeto da prestação previamente combinado, não se pode mudar.
- Lugar arts. 327/330 – se for pagamento portável, proponho na comarca da residência do credor. Se for quesível – comarca da residência do devedor.
- Tempo arts. 331/335 – dia do vencimento; se está em mora – enquanto for possível o objeto e útil ao credor ex: se for dinheiro, com juros e correção monetária.
- Coisa certa – depósito da coisa certa. A entrega da coisa.
5 – coisa incerta – faz-se a escolha e a entrega.
Se a escolha for do credor – faz-se uma petição ao juiz para que intime o credor a fazer a escolha, se ele não a fizer, passa para o devedor.
Depositário – pessoa nomeada pelo juiz que cuidará da coisa, do objeto da prestação.
Art. 338. enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.
Devedor entra com ação e deposita a prestação. Credor ainda está no prazo para contestar, antes disso o devedor desiste e pega o objeto de volta, poderá desde que pagando as despesas.
Art. 340 – o credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Art. 339 – Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
Necessita do consentimento de todos que serão atingidos pela obrigação.
Consignação em pagamento – figura híbrida, disciplinada no direito material e também no direito processual.
Petição será dirigida ao juiz de direito do lugar onde o pagamento deveria se feito.
Autor da ação – devedor; réu – credor.
Juiz nomeia um fiel depositário para a prestação.
Não pode mudar o objeto; deve ser aquele que devedor e credor elegeram ao celebrar a obrigação.
Ao ser citado, credor tem 15 dias para contestar a ação.
Contestado, o juiz vai colher as provas para dar a sentença.
Consignatória extrajudicial / administrativa
- Possibilidade restrita.
Somente se o objeto da prestação for dinheiro (somente obrigação de dar pecuniária).
Dirige-se uma carta ao gerente do banco oficial, se não houver o oficial – privado.
Entrega ao gerente do banco uma outra carta, que notifica o credor que o dinheiro foi depositado.
1 – credor levanta o dinheiro – obrigação extinta, pagamento feito.
2 – credor se cala, em 10 dias, não aceita nem recusa – seu silêncio é assentimento, obrigação extinta.
3 – credor não aceita. Pode não aceitar e não tem que justificar.
Obrigação persiste. Não há mais como continuar na consignação administrativa, entra com a consignação judicial.
Sub-rogação – substituição, tomar o lugar de – arts. 346/351
Tanto pode ser real – trocar uma coisa por outra; ou pessoal – uma pessoa substitui a outra.
Nesse caso, será a pessoal.
Alguém vai substituir o credor, com todos os direitos que o credor tinha, mesmas ações, privilégios e garantias do credor originário.
Uma terceira pessoa paga o credor primitivo e toma o lugar dele. O credor é satisfeito no seu crédito, mas a obrigação não se extinguiu. Credor teve seu direito atendido mas por um terceiro, não pelo devedor.
É instituto jurídico autônomo, misto de pagamento e misto de cessão de credito.
Art. 346 – a sub-rogação opera-se de pleno direito (quando legal, prevista na lei), em favor:
I – do credor que paga a dívida do devedor comum;
Devedor comum a dois ou mais credores.
Devedor no momento não tem condições de pagar os dois credores, terácondições apenas daqui algum tempo. Credor 1 paga credor 2 e se torna credor das duas prestações a serem recebidas do devedor.
II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel.
Imóvel hipotecado pode ser vendido, mas continua respondendo pela dívida; novo proprietário paga o credor e sub-roga-se.
III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Ex: devedor solidário.
Art. 347. a sub-rogação é convencional:
I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
Terceiro não interessado. Tratativa feita entra o credor e o terceiro. Credor deve dar ao terceiro a quitação, deve contar clausula expressa do credor declarando que transfere ao terceiro seus direitos, ações, preferências e garantias.
II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Também terceiro não interessado. Mutuário – que pede dinheiro emprestado; mutuante – que empresta o dinheiro.
Acordo entre terceiro e devedor; credor não toma parte.
Sub-rogação e cessão de crédito.
Na sub-rogação uma terceira pessoa paga a dívida e o credor se satisfaz.
Na cessão de crédito – o cessionário paga um valor, pode ser igual ou menor que o valor da obrigação.
Na sub-rogação o terceiro só pode exigir o que pagou, não tem caráter especulativo.
Cessão de crédito – abrange todo o crédito, pode cobrar do devedor mais do que pagou, tem caráter especulativo.
Sempre que existir a sub-rogação legal fica totalmente proibida a especulação com intuito de lucro.
Outros dizem que na sub-rogação pode ocorrer que o devedor não tem conhecimento de que houve a sub-rogação enquanto que na cessão o devedor deve ser notificado.
Essa distinção não prevalece, pois na sub-rogação o devedor também é notificado.
a sub-rogação, tanto convencional como legal pode ser:
- Total – terceiro que paga a dívida toda
- Parcial – terceiro que paga só parte da dívida, caso em que o devedor que devia uma obrigação deve agora duas obrigações – concursu partis fiundi.
Deve 50% ao credor primitivo e 50% ao sub-rogado.
Se acontecer do devedor ter apenas a metade do pagamento, tem preferência o credor originário. Art. 251.
Conseqüências, efeitos jurídicos da sub-rogação. Art. 349. a sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
O credor que recebeu todo seu crédito nada mais poderá reclamar do devedor.
Quando não se faz a declaração por escrito, o terceiro tem direito a simples reembolso – se pagou em nome próprio.
Se em nome do devedor – doação.
Imputação do pagamento – arts. 352 – 355
Art. 352. A pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Imputação – indicação
Devedor deve, ao mesmo credor, duas ou mais prestações, devedor tem o direito de indicar qual das duas prestações está pagando. A lei da ao devedor um privilégio, imputar o pagamento daquela dívida que ele tem o interesse de extinguir. É uma forma de pagamento indireto. Não libera o devedor, pois ele ainda está preso ao outro débito, se alforria daquela prestação que pagou.
Requisitos:
- elemento subjetivo – identidade de devedor e credor, o devedor tem que adimplir mais de uma dívida com o mesmo credor.
- pluralidade de dívidas – duas ou mais prestações. Podem ser duas ou mais obrigações; ou apenas uma obrigação com duas ou mais prestações (cumulativa).
- art. 354. havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Devedor que deve ao banco capital e juros, paga certa importância, pagou capital ou juros? Tem o direito de imputar o pagamento.
Se o devedor imputa o capital até que este se extinga, os juros continuam, não se extinguem, nesse caso o acessório tem uma vida além do principal.
A lei permite que o devedor impute antes o capital, desde que o credor aceite.
- identidade da natureza dos débitos. Os débitos tem a mesma natureza quando são fungíveis entre si. (mesmo gênero, espécie, qualidade).
Tenho uma dívida de 1000 sacas de café de marca A, não posso pagar com 1000 sacas de café da marca B. é o mesmo gênero e espécie mas a qualidade é diferente.
- que as dívidas sejam líquidas e vencidas.
Líquida – certa quanto a existência, determinada quanto a quantidade, quanto ao objeto.
Determinados civilistas dizem que pode imputar o pagamento às dívidas vincendas, ou seja, que ainda não venceram, pois se o prazo corre em favor do devedor (reserva legal), e nada foi estabelecido pelas partes, então ele pode antecipar o pagamento. Porem, tal idéia favorece muito o devedor, acabando por prejudicar os direitos do credor.
- oferecimento de um valor que possa solver pelo menos uma das dívidas por inteiro, pois ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Art. 314
3 espécies de imputação:
Art. 352. A pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. – DEVEDOR IMPUTA
Se devedor não o fizer,
Art. 353. não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. – CABE AO CREDOR
Quitação feita por meio de violência ou dolo – vício de consentimento art. 171 – negócio anulável.
Alem dos casos expressos declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Terceira forma art. 355. se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
Se todas venceram no mesmo dia e são igualmente onerosas, devedor não imputou e credor também não imputou, o pagamento será por conta de todas as dívidas proporcionalmente.
Jurisprudência diz que se deve pagar proporcionalmente cada dívida, por outro lado, se pagar apenas uma, surtirá o mesmo efeito.
Dação em pagamento – arts. 356-359
Dar uma coisa distinta daquela previamente contratada.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
É onerosa pois o devedor despende coisa de seu patrimônio, é liberatória pois extingue a obrigação. Mas só pode dar objeto distinto se o credor concordar.
Foi contratado a entrega do livro da Maria Helena Diniz, no lugar deste devedor oferece o livro do Carlos Roberto Gonçalves e credor aceita. Da-se a dação.
Tem por pressuposto o consentimento do credor.
Dentro da autonomia privada as partes podem regular seus interesses, devedor pode oferecer outra prestação, desde que tenha o consentimento do credor.
Requisitos:
- existência de um débito vencido.
Se trocar o objeto da prestação antes do vencimento, provavelmente dar-se-á uma novação.
- animus solvendi – vontade de solver, de pagar.
Quando o devedor oferece uma coisa por outra, está expondo, dentro de seu ato, sua vontade de solver a dívida. Vontadedo devedor é exteriorizada por sua conduta.
- coisa distinta da contratada.
Obrigação de dar – dar um objeto no lugar de outro.
Pode ser uma obrigação de dar por uma obrigação de fazer – muda-se a prestação.
Pode ser uma obrigação de fazer por uma de não fazer e vice-versa.
Cabe a dação nas três modalidades: dar, fazer e não fazer.
O importante é que o objeto que vai atender o interesse do credor seja diferente do objeto contratado quando a obrigação foi concluída.
- concordância do credor – pode ser uma concordância meramente verbal, uma concordância expressa ou até mesmo tácita.
A conduta do credor pode expressar sua concordância – devedor entrega uma apostila no lugar de um livro, credor aceita e não se manifesta, não cobra o livro; sua conduta expressou uma concordância tácita.
Efeitos jurídicos:
- extingue a obrigação
- libera o devedor
Natureza jurídica – forma de pagamento indireto.
Se ao invés de dar uma coisa por outra, pagar o preço, valor da coisa?
Devedor deve um livro, ao invés de entregar o livro, paga o valor do livro.
Lei diz que equipara-se ao contrato de compra e venda. Art. 357. determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.
Devedor devia um livro e entregou uma nota promissória no valor do livro. Devedor era credor da nota, agora o credor tomou seu lugar, se tornou credor da nota. 
Nesse caso o devedor é responsável pela existência do crédito, mas não responde pelo pagamento.
Se pagar com cheque – será pagamento à vista.
Art. 359. se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
Devedor entende que determinado livro seja dele, e oferece em pagamento ao credor no lugar de certa quantia em dinheiro. Chega uma terceira pessoa ao credor se dizendo dono do livro que o devedor entregou como pagamento. Devedor agiu de boa-fé, comprou o livro em uma livraria, mas o livro era roubado e esta terceira pessoa prova ser realmente dona do livro.
Credor será evicto; terá que devolver o livro e represtina-se a obrigação primitiva.
Art. 838, III – O fiador, ainda que solidário, ficara desobrigado:
III – se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perde-lo por evicção.
Represtina-se a obrigação primitiva, mas não a garantia da fiança.
Novação – arts 360 – 367
Operação jurídica pela qual uma obrigação nova substitui e extingue a obrigação originária.
Obrigação originária ai ser substituída e extinta por uma nova obrigação. Uma obrigação morre, nasce outra em seu lugar.
Credor não recebe seu crédito, aquele crédito da obrigação originaria vai ser extinto e passa a existir em outra obrigação. Credor não é satisfeito.
Na sub-rogação o credor é satisfeito, mas a obrigação não se extingue.
Na novação a obrigação se extingue, mas o credor não é satisfeito.
É forma de pagamento pois extingue a obrigação.
Art. 360. dá-se a novação:
I – quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior.
Novação objetiva, modificação do elemento objetivo – inova a prestação.
Locatário deve 3 alugueis ao locador; locador pode mover ação de despejo por falta de pagamento e ação de cobrança dos 3 alugueis.
Locatário propõe ao credor entregar uma nota promissória representando o total da dívida ao invés de ficar devendo os 3 alugueis. Credor aceita. Não poderá mais entrar com ação de despejo ou de cobrança, poderá apenas executar o título de crédito.
II – quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
Novação subjetiva passiva – inova na troca de devedor.
Assemelha-se com cessão de débito. Na cessão de débito substitui-se o devedor dentro da mesma obrigação; nesse caso substitui-se o devedor em uma nova obrigação.
2 formas de substituição – expromissão: negócio entre credor e terceiro que assume a dívida; delegação: negócio entre devedor primitivo e novo devedor, com consentimento do credor. – nesse caso, na letra da lei, é liberatória, nunca cumulativa.
III – quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.
Novação subjetiva ativa.
Troca de credor.
Não tem cumulatividade.
Credor originário é substituído por outro credor em uma nova obrigação.
Na cessão de crédito é dentro da mesma obrigação.
Requisitos:
- existência de uma obrigação anterior que será substituída e extinta por uma nova obrigação.
- criação de uma nova obrigação.
Uma obrigação natural pode ser novada?
Maioria dos civilistas dizem que sim, pois não é uma mera obrigação moral.
Tem devedor e credor, tem prestação e tem o vínculo jurídico até o shuld. Só não tem o haftung – responsabilidade.
Obrigação anulável pode ser novada?
Tem um vicio de consentimento, mas é eficaz, surte efeitos jurídicos enquanto não for declarada sua anulação. Pode ser novada, até mesmo para vencer o vício de consentimento, a nova obrigação fica sem o vício de consentimento.
E a obrigação nula? Não, pois não surte efeitos jurídicos.
Obrigação extinta – não se pode novar, não pode extinguir de novo, já está extinta.
Compensação:
 art. 368 – Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
A deve 100, B deve 50 – A paga apenas 50.
Legal – prevista em lei – art. 368 opera-se independentemente da vontade das partes. A lei exige – se um não aceitar, deverá consignar.
Requisitos: 
Reciprocidade de obrigações, dívidas devem ser fungíveis e homogêneas (mesma qualidade, não posso compensar uma vaca holandesa com uma vaca zebu pois são de qualidade diferente), dívidas vencidas (já exigível) e líquidas (certas quanto a existência e determinada quanto ao objeto); não pode ferir direitos de terceiros.
Convencional – resulta do acordo de vontade entre as partes e se regula pelo que ficar estabelecido entre as partes.
Judicial - Esta espécie de compensação é determinada pelo juiz, nos casos em que se acham presentes os pressupostos da compensação legal. 
A compensação pode ser total ou parcial.
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
A deve para B
B deve para A
Podem compensar. C paga a dívida de A – C não pode compensar, pois não tem o crédito, está pagando dívida alheia. Não há reciprocidade.
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
Fiador – tem responsabilidade, não débito - pode compensar.
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
A deve para B
B deve para A
Chega C e faz contrato de cessão de crédito com B
A (cedido) agora deve para C (cessionário) e B (cedente) deve para A.
Na hora em que for notificado, A deve dizer que tem crédito com B e que deseja compensar.
Se A não declarar nesse momento que deseja compensar, perderá o direito de compensação.
Compensação se da somente nas dívidas vencidas.
Se exigir antes do vencimento – art. 939
O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontaros juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Compensação não pode prejudicar direito de terceiros.
A deve para B
B deve para A
Crédito de B foi penhorado por C.
Se compensar, o crédito desaparece, prejudica os direitos de C, nesse caso não pode compensar.
Limites da Compensação:
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.
-Autonomia privada. Se as partes assim acordarem; podem contratar de maneira diferente quando ela não vir de maneira definitiva e prejudicar sensivelmente uma das partes. Não pode ferir a função social do contrato. Deve-se ter um motivo legítimo para excluir a compensação entre as partes.
Art. 373. a diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I – se provier de esbulho, furto ou roubo;
Credor furta o valor que o devedor lhe deve, não pode prevalecer ato ilícito para atender direito próprio, não pode compensar.
Devedor pedirá restituição da coisa.
II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
Se alguém tem em suas mãos coisa infungível de seu credor e deseja compensar – compensar com coisa alheia – não pode.
Alimentos – necessário para a pessoa viver de modo compatível com suas necessidades de vida – pai que paga os alimentos, da um dinheiro para o filho no meio do mês para comprar material escolar, na hora de pagar o alimento pai diz q vai compensar, pois já deu dinheiro ao filho no meio do mês – não pode.
Alimento não está sujeito a compensação.
III – se uma for de coisa não suscetível de penhora.
Ex: casa própria.
Art. 378. quando as dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias compensáveis, serão observadas, no compensa-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.
Uma pessoa é credora e devedora de outra, de varias dívidas. Ela indica qual dívida quer que insira a compensação.
Imputação cabe ao devedor, se não fizer cabe ao credor, se não fizer cabe ao juiz – que indicará as vencidas anteriormente ou mais onerosa.
Confusão
Art. 381. extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
Devedor dentro de uma obrigação passa a ser credor.
Mortis causa – filho deve para o pai, pai falece. Filho passa a ser credor dele mesmo.
Inter vivos – mulher que recebe dinheiro emprestado. Tem débito com credor, que emprestou o dinheiro. Se casa com ele em comunhão universal de bens, passa a ser credora da dívida, pois o patrimônio é um só. Por isso extingue-se a obrigação.
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
Requisitos:
1 – unidade de relação obrigacional.
Dentro de uma mesma obrigação sujeito será ativo e passivo.
Ninguém pode ser credor de si mesmo.
2 – união de uma mesma pessoa das qualidades de devedor e credor. Uma mesma pessoa passa a ser credor e devedor de si mesmo.
3 – ausência de separação patrimônio. Ex: casamento com comunhão universal de bens.
Alguém que tem uma firma e se torna credor dessa firma. Não há confusão – o patrimônio da pessoa natural não se confunde com o patrimônio da pessoa jurídica.
A confusão pode cessar – art. 384. cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.
Art. 383. a confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
3 devem, credor perdoa 1. credor tem direito de só dois terços; apenas aquele está perdoado, os outros dois continuam obrigados, podendo o credor cobrar de um ou do outro devedor solidário.
Remissão das dívidas – arts 385 à 388.
Perdão da dívida
Extingue a obrigação – mas sem prejuízo de terceiro – art. 385. a remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
É um ato bilateral – devedor tem que aceitar.
Duas vontades concorrem – vontade do credor em perdoar a dívida e consentimento do devedor. Se o devedor não aceitar, não se da o perdão. Nesse caso, se o credor não aceitar receber, devedor vai consignar o pagamento.
Liberação graciosa que o credor oferece ao devedor. Não se confunde com renúncia, que é ato unilateral.
Remissão – expressa ou tácita.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
-atitude mostra que o credor ofereceu o perdão e que o devedor aceitou.
Perdão de garantia – art. 1436. extingue-se o penhor:
V – dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
Art. 387. a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Pagamento indevido
É todo pagamento feito quando o devedor entende que existe uma dívida, posteriormente ele identifica que esta dívida é inexistente ou ele paga uma pessoa que não é credor.
O credor putativo que recebe deve restituir, pois recebeu indevidamente – repetição de indébito – para que não haja enriquecimento sem causa.
Sempre que houver pagamento indevido alguém empobrece indevidamente e alguém enriquece sem causa.
 
Inadimplemento das obrigações
Descumprimento, não pagamento da dívida.
Pode ser voluntária ou involuntária.
Obrigação nasce para ser cumprida – pacta sunt servanda.
Obrigação é um processo dinâmico voltado para seu exato cumprimento, por 3 motivos:
De ordem moral – cumprimento da palavra empenhada
De ordem econômica – cada um planeja sua vida econômica na certeza de que ira receber seus direitos. Cumprimento da obrigação traz estabilidade aos negócios.
E sob o ponto de vista jurídico – ordenamento procura dar segurança aos negócios. Obriga o cumprimento. Se não cumprir, o direito da ao credor a possibilidade de investir contra o patrimônio do devedor.
Art. 391. pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Bens reservados, impenhoráveis – art. 591 CPC. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Não são penhoráveis os bens necessários para atender as necessidades mínimas de sobrevivência – ex: a casa própria, o alimento, instrumento de trabalho. 
Art. 389. (consectários da mora) Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos. E honorários de advogado.
- perdas e danos se houver; se não houver e pagar – enriquecimento sem causa.
Art. 390. nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplemento desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
-obrigação de não fazer; se não cumpriu – inadimplemento total. 
Obrigações negativas não admitem a mora. Se praticar o ato é imediatamente inadimplemento, não é mora.
Art. 392. nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
-- pode ser contrato benéfico mesmo sendo bilateral. Ex: doação.
Comodato – empréstimo gratuito de coisa infungível – empresto uma casa por 10 dias, passados os 10 dias a pessoa não sai da casa – inadimplemento.
Contrato oneroso – um paga outro recebe – as partes respondem pelo inadimplemento com simples culpa.
Contratos benéficos – quem aproveita responde por simples culpa.
Quem não aproveita, quem doa – só responde se agir com dolo.Art. 393. o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
-- caso fortuito – fato humano; força maior – fato da natureza; ambos são imprevisíveis e irresistíveis. Podem ate ser previsíveis, mas a força humana é incapaz de evitar, mesmo que se tome as precauções. Fato invencível.
Aqui os dois são sinônimos, devedor não responde por caso fortuito ou força maior. Se for fato humano ou fato da natureza o efeito jurídico é o mesmo – impede o cumprimento da obrigação sem culpa do devedor. Resolve-se a obrigação.
É um inadimplemento involuntário.
Alforria o devedor dos consectários do inadimplemento.
Podem contratar diversamente, de modo que o devedor se responsabilize pelo caso fortuito ou força maior – depende do contrato. Deve ser uma clausula acessória expressa. Isso em obrigações intersubjetivas – pelo C.C
Obrigação do código de defesa do consumidor não permite que o consumidor se responsabilize pelo caso fortuito ou força maior, pois o consumidor é parte mais frágil.
Inadimplemento total – prestação é inteiramente descumprida.
Inadimplemento parcial – prestação parcialmente cumprida.
Art. 395. responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários do advogado.
Parágrafo único – se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeita-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.
Inadimplemento relativo ou absoluto.
Relativo – devedor não pagou no dia do vencimento, mais ainda é possível pagar, prestação ainda é útil ao credor.
Teria que pagar 300 reais no dia 3 de junho, mas paga somente no dia 15 – prestação ainda é possível e útil ao credor, interessa ao credor; mas o devedor terá que pagar com juros e perdas e danos (se houver perdas e danos).
Absoluto – inutilidade. O vestido da noiva não foi entregue no dia do casamento. Não interessa mais ao credor objetivamente. 
Cantor contratado para fazer um show, aparece no outro dia – inutilidade objetiva.
Inadimplemento relativo – mora, cumprimento depois do vencimento.
Inadimplemento absoluto – não pode existir mora, pois a coisa perece e não é mais possível entrega-la, ou ela já não é mais útil ao credor.
A mora pode ser: do devedor – solvendi ou debitória
Ou do credor – accipiendi ou creditoris.
Considera-se em mora também o credor que, injustificadamente, se recusar a receber.
Art. 394. considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
A mora debitória exige que o devedor labute com culpa. Devedor só cai em mora quando o credor pode lhe imputar uma conduta culposa.
Credor cai em mora independentemente de culpa. Mora creditoris é mais amena, por isso dispensa culpa.
Mora ex re – decorre da própria lei. Dies interpellat pro homine.
Quando a data é um dia do calendário. Este dia interpela o devedor para que ele faça o pagamento.
Mora ex persona – exige que o credor interpele o devedor. Não tem data de vencimento.
Art. 397. o inadimplemento da obrigação, positiva (pois na obrigação negativa não tem mora) e liquida (a quantidade deve ser certa para poder exigir), no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. – mora ex re.
Parágrafo único – não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. – mora ex persona.
Efeitos da mora – responsabiliza o devedor pelas perdas e danos – nem sempre haverá perdas e danos na mora.
Quando incide a mora para quem pratica ato ilícito? A partir da citação.
Art. 399. o devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
--- aqui o devedor, durante o período de sua mora, responde pelo caso fortuito ou força maior. Exceto: caso fortuito – se não agiu com culpa; força maior – provando que o dano aconteceria mesmo que a obrigação fosse desempenhada.
Consectários da mora – se o devedor vai pagar quando está em mora, deve-se acrescentar – perdas e danos, se houver; juros; atualizações e correção monetária; honorários do advogado; custas processuais, se houver processo.
Mora creditória, accipiendi, do credor – o credor que não quiser receber o pagamento no tempo, lugar e condições estabelecidas pela lei ou pela convenção das partes.
Se não teve culpa, não conseguiu chegar a tempo, de alguma maneira foi impossibilitado – está em mora. Mora creditória independe de conduta culposa.
Na debitória necessita de conduta culposa do devedor.
Credor – se não quiser ou não puder receber – está em mora.
Se a recusa for por motivo justo – o credor não está em mora.
Ex: devedor trouxe objeto diferente do combinado, credor não aceita – quem está em mora é o devedor por trazer objeto diferente. Nesse caso a recusa do credor é recepcionada pelo ordenamento jurídico.
A oferta da prestação pelo devedor tem que ser efetiva, tal qual contratada.
Efeitos da mora creditória:
Art. 400. a mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conserva-la e sujeita-o a recebe-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
-- primeira parte – devedor se responsabiliza pela conservação do objeto que o credor recusou, mas se este objeto se perder sem culpa do devedor, é como se o pagamento já tivesse sido feito.
Se agir dolosamente vai responder; deve conservar a coisa.
Segunda parte – o credor deve ressarcir as despesas do devedor para a conservação da coisa. O devedor teve despesas que não deveria ter, portanto o credor deve ressarcir.
Terceira parte – a coisa valia 100, no dia do vencimento devedor foi entrega-la e credor se recusou a receber. Depois do vencimento, quando foi entregar, a coisa já estava valendo 102. credor deve pagar 2, pois é conforme a oscilação mais favorável ao devedor.
Se oscilou para menos, paga-se o valor do contrato.
Ate quando pode-se purgar a mora?
Até quando o pagamento for possível e útil ao credor,
Ate quando há possibilidade do devedor cumprir a prestação.
Pode haver uma mora simultânea – tanto do credor como do devedor – uma anula a outra.
Art. 401. purga-se a mora:
I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;
II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.
Juros – arts 406, 407.
Remuneratórios ou compensatórios – remuneração do capital alheio; são distintos da correção monetária. Juros são os acessórios do capital, são frutos civis.
Moratórios – em razão da mora; consectários da mora.
Convencionais – contratados pelas partes.
Art. 406.quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à fazenda nacional.
--este artigo não prevalece. Se a fazenda nacional utiliza várias taxas, qual taxa é usada para fixação de juros? Ver Sumula 379 do STJ
Juros moratórios poderão ser convencionados no máximo de 1% ao mês.
Juros simples – incidem apenas sobre o capital.
Compostos – sobre o capital e sobre os juros capitalizados (anatocismo).
Banco me entrega R$100,00, com juros de 1% - 10 reais por mês de juros.
A partir do primeiro ano, os juros podem ser incorporados ao capital – juros sobre juros.
Somentepode ser feito isso anualmente.
Cláusula penal
Obrigação de natureza acessória, não tem existência jurídica própria, está ligada à existência de uma obrigação principal.
Por meio da clausula penal imputa-se uma multa, uma penalidade civil para a parte que deixar de cumprir ou que retardar o pagamento.
Duas funções:
1 – estimular o devedor a cumprir a prestação no tempo, lugar e modo previstos na lei ou no contrato.
Alerta, intimida a parte inadimplente.
2 – pré-fixação das perdas e danos. 
Perdas e danos abrange aquilo que efetivamente perdeu (danos emergentes – se da imediatamente, momento presente) como também aquilo que razoavelmente deixou de lucrar (lucros cessantes – voltados para o futuro).
Deve ser feito todo um procedimento probatório para provar as perdas e danos. Lucros cessantes são mais difíceis de serem provados. (ex: taxista fica sem seu táxi durante 10 dias devido a um acidente de trânsito, fica difícil provar os lucros que ele teria durante esses 10 dias).
A clausula penal que prevê perdas e danos executa imediatamente o patrimônio do individuo com base no previsto na clausula penal – ganha-se tempo. 
Se a contra-parte não cumpriu o contrato, já se investe diretamente contra seu patrimônio.
Clausula penal ao avesso, camuflada – aluguel de x reais por mês, se pagar ate o dia determinado terá o abatimento de um percentual do valor.
Obrigação acessória que impõe uma penalidade a parte que deixa de cumprir total ou parcialmente a obrigação.
Imposta, em regra, por uma multa em dinheiro.
Art. 408. incorre de pleno direito o devedor na clausula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
-- culposamente deixar de cumprir ou cumpri-la tardiamente – em mora.
Aquele que não paga – inadimplemento absoluto – clausula penal compensatória.
Clausula penal moratória – pagamento feito após o vencimento da obrigação – inadimplemento relativo – ainda é possível e útil ao credor.
Art. 411. quando se estipular a clausula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra clausula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
-- exijo o pagamento da clausula penal + o pagamento da obrigação principal.
É cumulada com a obrigação principal.
Cumulada com juros moratórios.
Art. 410. quando se estipular a clausula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
-- clausula penal compensatória. Total inadimplemento. Converte-se em alternativa em benefício do credor (opção).
Não pode se cumular, pode se escolher – ou provar as perdas e danos ou executar-se imediatamente a clausula penal – escolha cabe ao credor.
Ou opta por ação ordinária (tendo que provar perda e danos) ou opta por diretamente executar a clausula penal.
Quando posso estipular a clausula penal moratória, compensatória ou ambas? Na celebração do contrato – meio mais comum.
Pode também ser posteriormente à celebração do contrato, mas sempre anteriormente ao vencimento ou ao fato que acarreta perdas e danos.
Art. 409. a clausula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa de obrigação, à de alguma clausula especial ou simplesmente à mora.
Art. 412. o valor da cominação imposta na clausula penal não pode exceder o da obrigação principal.
Art. 413. a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Ex: contrato de locação por 3 anos, clausula penal de 50 mil se o contrato for descumprido. Individuo ficou um ano e meio e então saiu, o valor da clausula penal deve ser ajustado pois o contrato foi parcialmente cumprido.
O perfil da clausula penal não é enriquecer ninguém, é cobrir o prejuízo.
3 devedores
D1
D2
D3
Devem um cavalo – cavalo morre por culpa de D1. valor do cavalo é 3 mil reais e se estabeleceu uma clausula penal compensatória nesse valor.
De quem o credor pode cobrar? Art 414. sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só poderá demandar integralmente do culpado, respondendo pela sua quota.
§ único – aos não culpados fica reservada a ação de regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena.
-- do devedor culpado pode cobrar a totalidade da clausula penal. Se cobrar dos 3 conjuntamente, cada um paga 1/3 e os não culpados tem direito de regresso contra o devedor culpado, pois pagaram aquilo que não tiveram culpa.
O cavalo é indivisível, mas no momento em que ocorre a clausula penal perde a indivisibilidade.
Art.416. para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
§ único – ainda que o prejuízo exceda ao previsto na clausula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
--- prejuízo já está pré-fixado, ele só tem que provar que o contrato não foi cumprido pela outra parte.
Ou cobra as perdas e danos ou executa a clausula penal.
No art 410 - Clausula penal de 50 mil reais – opta-se por ela ou então prova-se que o prejuízo foi maior, abrindo mão da clausula penal.
no 416 não se abre mão da clausula penal, prova que houve um prejuízo maior e soma com a clausula penal.
É remunerado pela clausula penal + o que excedeu, desde que se prove prejuízo maior.
Se a clausula penal é de 50 mil e o prejuízo foi de 70 mil – recebe os 50 da clausula penal + os 20 excedente. A clausula penal é acrescida pelo prejuízo excedente.
Para isso deve ser contratado – deve existir uma outra clausula dizendo que q clausula penal é o mínimo, podendo ser acrescido o que exceder.
Arras ou sinal (direito romano ARRHA) – arts 417 – 420
Entrega de dinheiro ou bem móvel que uma pessoa da a outra para confirmar o negócio. Garantia da seriedade em cumprir o contrato.
Natureza iminentemente acessória – depende da existência da obrigação principal.
Mínimo de indenização no caso de uma das partes desistir; confirmação do negocio, demonstração que a parte esta atuando com seriedade e pretende cumprir a palavra empenhada.
Arras confirmatórias – arts 471-419
Cumulam-se com indenização suplementar – perdas e danos. 
Art. 417. se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a titulo de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
-- ex: entro em uma concessionária e dou um sinal de 500 reais para confirmar o negocio, vou comprar um carro no valor de 5000, a arras passa a integrar o preço, devo pagar 4500. se fosse dado um bem móvel como arras – não teria como integrar o preço, pois não é da mesma espécie, nesse caso deve ser pago os 5000 e o bem móvel deve ser restituído.
Art. 418. se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra te-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários do advogado.
-- quem deu arras desiste do negócio – perde as arras, parte contrária pode rete-las.
Se a parte que recebeu as arras é que desiste do negócio, quem deu as arras pede de volta, é restituído das arras e mais o equivalente, ou seja, recebe as arras de volta em dobro.
Art. 419. a parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente, exigir a execução docontrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.
-- duas opções que favorecem a parte inocente:
Indenização suplementar – a mora + indenização daquilo que houve de perdas e danos em cima das arras.
Pode também exigir a execução do contrato (tutela específica) + perdas e danos.
Em ambos os casos as arras valem como o mínimo de indenização.
Arras penitenciais – art. 420
O contrato estipula o direito das partes desistirem, mas quem desistir pagará uma penalidade – as arras penitenciais.
Não tem cumulação, não tem indenização suplementar.
Quem da as arras e desiste – perde as arras. Quem recebe as arras e desiste – restitui e paga o equivalente – devolve em dobro.
nao há cumulação, não admite também a tutela especifica. Da-se o direito de desistir, deve respeitar.

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