Buscar

Unidade VI - Dos crimes contra a liberdade individual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dos crimes contra a liberdade individual 
 
Neste título estão consignados os crimes de contra a liberdade individual, que também constituem os 
crimes contra as pessoas. 
Incluem-se neste capítulo os crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade de domicilio, 
inviolabilidade de correspondência e inviolabilidade de segredos. 
 
Dos crimes contra a liberdade pessoal 
 
 
1 Constrangimento ilegal. 
 
1.1 Conceito: 
 
Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por 
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de 
três pessoas, ou há emprego de armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se 
justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 
1.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é a liberdade física e psíquica. 
 O objeto material é a pessoa que é obrigada a não fazer o que a lei permite ou fazer o que 
ela não manda. 
 
1.3 Classificação doutrinária: 
 Comum. 
 Comissivo ou omissivo impróprio. 
 Dano. 
 Doloso. 
 Material. 
 Instantâneo. 
 Subsidiário. 
 Transeunte (podendo ser não-transeunte). 
 Monossubjetivo. 
 Plurissubsistente. 
 De forma livre. 
 
 
1.4 Elementos do tipo: 
 A ação nuclear é constranger, ou seja, coagir, compelir, forçar, obrigar a fazer ou deixar de 
fazer algo que por lei não está obrigado. 
 Há uma ação de constranger, que não pode ser legítima, seguida pela realização ou 
abstenção de um ato pelo constrangido. 
 
 Quando se constrange alguém a não praticar ou praticar ato que apesar de legal não é moral, 
se o ato não é obrigado por lei. Ainda assim resta configurado o delito. 
 Se houver erro escusável das circunstâncias, haverá exclusão do dolo ou da culpa, e, 
portanto, do crime em questão. 
 Se o erro for evitável, haverá culpa, como não há modalidade culposa prevista para o delito, 
responderá apenas por eventuais lesões culposas. 
 Se há erro de proibição, ou seja, o agente acredita que sua prática não constitui crime, 
aplicar-se-á o art. 21. 
 
Erro sobre a ilicitude do fato 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se 
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, 
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
Coação irresistível e obediência hierárquica. 
 
 O tipo exige o emprego de violência ou grave ameaça: 
 Violência é o emprego de força física, podendo esta ser direta (amarrar a vítima) ou 
indireta (bater no filho da vítima). Nesses casos, se a vítima é compelida a praticar um crime com violência 
irresistível, não responderá por ele, nos termos do art. 22, CP. 
 
 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, 
de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
 
 Coação ou grave ameaça é a violência moral. Esta deve ser grave, o mal anunciado 
deve ser certo, verossímil, iminente e inevitável, não se exigindo a proximidade entre agente e vítima. 
 Qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência do ofendido, por 
exemplo, a hipnose, os narcóticos. 
 Trata-se de crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. 
 O sujeito passivo é a qualquer pessoa que possua capacidade de querer. 
 Se for menor responderá pelo ECA. 
 
1.5 Tipo subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo, direto ou eventual. 
 O agente deve ter conhecimento da ilegitimidade da pretensão, deve haver emprego de 
meios coativos, e deve haver nexo de causalidade entre o constrangimento e a conduta da vítima. 
 Se não houver a finalidade específica de que o agente pratique determinado ato, não há que 
se falar em constrangimento ilegal. 
 A modalidade culposa não é admissível. 
 
 
1.6 Consumação e tentativa: 
 Trata-se de crime material, que só se consuma com a efetivação da conduta da vítima à qual 
foi constrangida. 
 Contudo a realização da conduta da vítima pode se dar apenas de forma parcial. 
 A tentativa é admissível. 
 
1.7 Forma majorada: 
 Precisa de no mínimo 4 agentes para configurar a qualificadora, incluindo-se coautores e partícipes. 
 O emprego de arma pode ser própria ou imprópria, desde que idôneas para constranger a vítima. 
 A arma pode estar descarregada. 
 
 O crime de constrangimento ilegal absorve o de porte ilegal de armas, apesar de o último ser mais 
grave. Todavia, como antes do constrangimento o agente já portava arma, Capez defende o concurso de 
crimes. 
 Depois da revogação da súmula 174 do STJ, o uso de arma de brinquedo não mais majora o crime 
de constrangimento ilegal. 
 
STJ Súmula nº 174 - 23/10/1996 - DJ 31.10.1996 – Cancelada – RESP 213.054-SP - 24/10/2001 
Roubo - Arma de Brinquedo 
No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena. 
 
1.8 Concurso de crimes. 
 O art. 146, §2º prevê que o agente responderá também pelas penas resultantes da violência, 
se do crime advier lesão corporal. Cumpre salientar que a regra seria a aplicação de concurso formal, todavia 
o Código previu a aplicação de concurso material de crimes. 
 
Concurso material 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, 
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação 
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, 
por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem 
compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
 
Concurso formal 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, 
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa 
e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
 
 Se o agente emprega vários meios violentos para obter a ação ou omissão da vítima, ter-se-á 
crime único. 
 Se o agente pratica vários atos de violência, reiteradamente, para obter várias ações ou 
omissões, ter-se-á crime continuado. 
 
 
Crime continuado 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma 
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes 
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ougrave ameaça à 
pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
 
 Haverá concurso formal se houver uma pluralidade de vítimas. 
 Segundo Capez, “subsidiária é a norma que descreve um grau menor de violação de um 
mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual, embora definido como delito 
autônomo, encontra-se compreendido em outro tipo como fase normal de execução de outro crime mais 
grave.” Neste caso, perceber-se-á a subsidiariedade do dispositivo, o que ocorrerá, por exemplo nos crimes 
de estupro, roubo. É cabível a absolvição pela prática do crime principal e a condenação pela prática do delito 
em comento. Também é necessário destacar a possibilidade de concurso material quando o constrangimento 
ilegal não configure meio de execução para o delito principal. 
 
 
1.9 Constrangimento ilegal e lei de tortura. 
 Como a lei de tortura exige para a configuração do delito a presença de sofrimento intenso 
físico ou mental, caso não haja intenso sofrimento físico ou mental, não há que se falar em tortura, podendo 
configurar o constrangimento ilegal. 
 
1.10 Causas especiais de exclusão da tipicidade. 
 Se o paciente está em iminente estado de perigo de vida a intervenção médica sem 
autorização do paciente ou algum representante legal não configura o constrangimento ilegal. 
 Apesar de se tratar de estado de necessidade de terceiro o Código tratou a causa como 
excludente da tipicidade. 
 Também é atípico o fato de constranger ilegalmente alguém a não cometer suicídio. 
 
1.11 Ação Penal: 
 Trata-se de crime que se processa mediante ação penal pública incondicionada, cuja 
competência é do Juizado Especial Criminal. 
 
2 Ameaça. 
 
2.1 Conceito: 
 
Ameaça 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal 
injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
2.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é a liberdade pessoal, há entendimento de que seria a 
liberdade psíquica. 
 O objeto material é a pessoa que sofreu a ameaça. 
 
2.3 Classificação doutrinária: 
 Comum. 
 Comissivo. 
 Doloso. 
 Formal. 
 Instantâneo. 
 Transeunte ou não-transeunte. 
 Monossubjetivo. 
 Unissubsistente ou plurissubsistente. 
 De forma livre. 
 
2.4 Elementos do tipo: 
 A ação nuclear é ameaçar, ou seja, intimidar, prometer oferecer castigo ou malefício. 
 Os meios podem ser palavras, gestos ou qualquer outro meio simbólico. 
 A ameaça pode ser direta, quando se refere ao próprio sujeito passivo, ou indireta, quando se 
refere a terceiro que não o sujeito passivo, mas ligado a ele. Pode ser explícita ou implícita. Também pode 
ser condicional, quando o mal prometido está na dependência de alguma atitude da vítima ou de terceiros. 
 O mal anunciado deve ser injusto e grave, constituindo estes os elementos normativos do 
tipo: 
 INJUSTO: quando o agente não tiver nenhum apoio legal para realiza-lo, se o mal for 
justo não há tipicidade do delito por ausência de elemento normativo. 
 GRAVE: a ameaça deve ser capaz de intimidar o homem médio. Há ameaça quando 
se usa arma descarregada ou de brinquedo. A gravidade também será medida por 
características psíquicas da vítima. A ameaça também deve ser possível de ser realizada. 
 EXIGÊNCIA DE PRENÚNCIO DE MAL FUTURO: parte da doutrina entende que o 
mal anunciado deve ser futuro, não configurando o delito se o mal se concretizar junto da 
ameaça. Para Damásio a exigência não está contida no tipo penal. 
 Trata-se de crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo é a pessoa contra quem é dirigida a ameaça, pode ser qualquer pessoa física 
que seja capaz de entender a ameaça, caso contrário haverá crime impossível por absoluta impropriedade do 
objeto, art. 17, CP. 
 
2.5 Elemento subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. 
 O agente deve ter consciência de que o mal é grave e injusto e não precisa ter intenção de 
concretizá-lo, apenas ameaça-lo. 
 
 Se houver intenção de que a vítima apresente determinado comportamento o crime será de 
constrangimento ilegal e não de ameaça, já que ameaça é crime subsidiário. 
 É necessário haver o ânimo de provocar intimidação na vítima. 
 Se a ameaça advém de momento de exaltação emocional a doutrina e jurisprudência 
divergem acerca da ocorrência do delito, para uns a ameaça exige o ânimo calmo do agente, para outros não, 
dentre os quais se inclui Capez que diz que a ameaça deve ser séria, pouco importando o estado emocional 
do agente. 
 Também discute-se o afastamento do tipo penal em casos de embriaguez, para a maioria não 
afasta, nos termos do art. 28, §2º. 
 
2.6 Consumação e tentativa: 
 O crime é formal, basta que o agente tenha conhecimento da ameaça. 
 A tentativa é admissível, apesar de se tratar de crime formal, quando a ameaça ocorrer por 
escrito. 
 
2.7 Concurso de crime: 
 Trata-se de crime subsidiário, portanto difícil a configuração de concurso de crimes, todavia pode 
ocorrer. 
 
2.8 Distinção entre constrangimento ilegal e ameaça: 
 Para o constrangimento ilegal o mal pode ser justo. 
 Para o constrangimento legal é necessário exigir uma ação ou omissão da vítima. 
 
2.9 Ação Penal: 
 
 É crime de ação penal pública condicionada à representação. 
 Por se tratar de infração de menor potencial ofensivo será processado mediante o Juizado 
Especial Criminal. 
 
3 Sequestro e cárcere privado. 
 
3.1 Conceito: 
 
Sequestro e cárcere privado 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias. 
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 
3.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é a liberdade pessoal, sendo esta física. 
 O objeto material é a pessoa que sofreu o sequestro ou cárcere privado. 
 
3.3 Classificação doutrinária: 
 Comum. 
 Comissivo. 
 Doloso. 
 Material. 
 Permanente. 
 Monossubjetivo. 
 Plurissubsistente. 
 De forma livre. 
 
3.4 Elementos do tipo: 
 A ação nuclear é privar, ou seja, destituir alguém, no caso, de sua liberdade de locomoção. 
 No cárcere privado há confinamento, mantendo a vítima em local fechado, já no sequestro 
basta que a vítima esteja privada de sua liberdade, não precisando estar confinada. 
 A privação não precisa ser total, basta que a vítima não possa se desvencilhar do 
sequestrador. 
 O sequestro ou cárcere privado pode se dar por detenção, quando a vítima é deslocada de 
lugar, ou por retenção, quando a vítima é impedida de sair de onde está. 
 Não há crime quando há consentimento do ofendido, exceto se a privação de liberdade 
contrariam os Princípios de Direito Público e da moral social. 
 Para haver crime a detenção ou retenção deve ser ilegítima. 
 Trata-se decrime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo é a pessoa que é privada da liberdade, podendo ser, inclusive, pessoas com 
dificuldade de locomoção, loucos e crianças. 
 
 
3.5 Elemento subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. 
 A lei não prevê nenhuma finalidade específica. 
 O tipo em estudo é crime subsidiário, se houver finalidade de receber vantagem pecuniária é 
extorsão mediante sequestro, por exemplo. 
 O erro de tipo exclui o dolo. 
 
 
 
3.6 Consumação e tentativa: 
 O crime é material, para consumar a vítima tem que estar privada da liberdade, como se trata 
de delito permanente a sua consumação se perdura no tempo. 
 A respeito do tempo de duração da privação de liberdade, a primeira corrente não admite a 
ocorrência quando o tempo de privação de liberdade não é razoável, para a segunda corrente é necessário 
que a vítima tenha sua liberdade privada por tempo razoável, do contrário, tratar-se-ia de constrangimento 
ilegal. 
 A tentativa é admissível. 
 
3.7 Forma qualificada: 
 Estão previstos no §1º e 2º do dispositivo. 
 
 Quando a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 
60 (sessenta) anos. 
 Quando crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital, 
ressalva-se que se o agente crê que a vítima necessite ser internada, há erro de tipo. 
 Quando a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias, a contagem do prazo inclui o 
dia do início. 
 Quando o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos, configurará o crime ainda que 
a vítima complete a idade no cativeiro. 
 Quando o crime é praticado com fins libidinosos. 
 Quando resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral. 
 
3.8 Prescrição e ação Penal: 
 
 A prescrição só começa a correr da data em que se deu a soltura. 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 
4 Redução a condição análoga à de escravo. 
 
4.1 Conceito: 
 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada 
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua 
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de 
trabalho; 
II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do 
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: 
I - contra criança ou adolescente; 
II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
 
 
4.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é a liberdade pessoal, em todo o conjunto de suas 
manifestações. 
 O objeto material é a pessoa que fica sujeita àquela condição. 
 
4.3 Classificação doutrinária: 
 Próprio. 
 Comissivo ou Omissivo impróprio. 
 Doloso. 
 Material. 
 Permanente. 
 Monossubjetivo. 
 Plurissubsistente. 
 De forma vinculada. 
 
4.4 Elementos do tipo: 
 É a submissão total do sujeito passivo ao poder do agente, suprimindo por completo sua 
liberdade e atentando contra sua integridade física e moral. 
 Pode ser praticado quando se submete o agente a trabalhos forçados, ou a jornada 
exaustiva; mediante à sujeição a condições degradantes ou mediante a restrição de sua locomoção em razão 
de dívida com o empregador. 
 Pode ser praticado mediante violência, fraude ou grave ameaça, o que para Capez significa 
ser um crime de ação livre; já Greco defende ser um crime de ação vinculada, uma vez que a lei dispõe 
mediante quais meios o crime pode ocorrer. 
 O presente crime sempre absorverá o crime de constrangimento ilegal, ameaça e cárcere 
privado. 
 Pra Capez é crime comum, já Greco defende tratar-se de crime próprio já que só pode ser 
praticado quando existir uma relação de trabalho entre as partes. 
 Quanto ao sujeito passivo se encerra a mesma discussão já demonstrada em relação ao 
sujeito ativo. 
 Destaca-se que o consentimento do ofendido não afasta a ocorrência do crime, dada a 
existência de princípios constitucionais e internacionais que proíbem terminantemente a conduta criminosa. 
 O parágrafo primeiro traz algumas figuras assemelhadas, quais sejam, quando a vítima quer 
se retirar do local, mas não tem condições materiais de fazê-lo e tal direito lhe é negado ou quando o agente 
 
mantém vigilância ostensiva sobre a vítima ou retém seus documentos ou objetos pessoais, impedindo sua 
retirada. 
 
4.5 Elemento subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. 
 Nas figuras equiparadas do §1º exige-se o dolo específico. 
 
4.6 Consumação e tentativa: 
 O crime é material, sendo necessário que o agente consiga reduzir a vítima à condição de 
escravo. 
 É crime permanente, sendo o flagrante possível enquanto o crime perdurar. 
 A tentativa é admissível, basta o agente não lograr êxito na redução do agente à condição de 
escravo, por circunstâncias alheias a sua vontade. 
 
4.7 Forma majorada: 
 A pena será aumentada se o sujeito passivo for criança ou adolescente ou por motivos de 
raça, cor ou etnia. 
 
4.8 Concurso de crimes. 
 O agente responderá também pelas penas resultantes da violência, conforme dispõe o caput, 
se do crime advier lesão corporal. Cumpre salientar que a regra seria a aplicação de concurso formal, todavia 
o Código previu a aplicação de concurso material de crimes. 
 
Concurso material 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, 
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação 
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, 
por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem 
compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
 
Concurso formal 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, 
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa 
e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
 
 Haverá concurso formal se houver uma pluralidade de vítimas. 
 
 
4.9 Ação Penal: 
 É crime de ação penal pública incondicionada. 
 É crime que se processa mediante procedimento ordinário, dado o quantum de sua pena. 
 Há discussão acerca da competência par julgamento, se seria da Justiça Estadual ou 
Federal.

Outros materiais