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Unidade VIII - Dos crimes contra o patrimônio

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TÍTULO II 
Dos crimes contra o patrimônio 
 
Neste título estão consignados os crimes de contra o patrimônio, apesar de os ilícitos contra o 
patrimônio já estarem protegidos pelo Direito Civil, entendeu-se, por bem, que os ilícitos mais graves seriam 
considerados também ilícito penal. Isto foi feito de modo a proteger mais do que o patrimônio individual, mas 
o patrimônio como interesse social. 
Discute-se se patrimônio seria somente aquilo com valor financeiro, Hungria defende que não, o 
patrimônio atinge também aquilo que não tem valor econômico. 
 
CAPÍTULO I 
Furto 
 
 
1 Furto. 
 
1.1 Conceito: 
 
Furto 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão 
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
 
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior. 
 
Furto de coisa comum 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a 
coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
§ 1º - Somente se procede mediante representação. 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o 
agente. 
 
1.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é o patrimônio, englobando-se a posse. 
 O objeto material é a coisa alheia móvel contra qual é dirigida a conduta praticada pelo 
agente. 
 
1.3 Classificação doutrinária: 
 Comum. 
 Comissivo ou omissivo impróprio. 
 Doloso. 
 Material. 
 De dano. 
 De forma livre. 
 Instantâneo, podendo ser considerado de efeitos permanente se a res furtiva for destruída e 
permanente, nos casos de furto de energia. 
 Não transeunte. 
 Monossubjetivo. 
 Plurissubsistente. 
 
 
1.4 Elementos do tipo: 
 A ação nuclear é subtrair, ou seja, tirar, retirar de outrem sem a sua permissão com o fim de 
assenhoramento definitivo, sendo assim o furto de uso é considerado fato atípico. 
 É importante destacar que não pode haver consentimento da vítima ainda que o bem lhe seja 
retirado à vista da vítima. 
 É crime de forma livre, pois a subtração pode se dar de várias maneiras, só não pode haver 
violência ou grave ameaça, pois neste caso, estar-se-ia diante de um roubo. 
 “Coisa alheia” é patrimônio na posse de outra pessoa que não o autor do crime. 
 Não podem ser objeto do delito a res nullius (coisa sem dono), res derelicta (coisa 
abandonada), res desperdita (coisa perdida), neste último caso não se trata de furto, mas trata-se de crime, 
qual seja, apropriação de coisa achada (art. 169, p.ún., II). 
 Quando a coisa é própria, mas está sob a posse de outrem, há uma corrente que defende 
não haver furto, e, sim, crime contra a administração da justiça, se o bem estava com outrem devido à 
determinação judicial; outra corrente afirma que houve furto, pois este protege não só a propriedade, mas 
também a posse. 
 Famulato é o furto do empregado das coisas de seu patrão, utilizando-se da confiança que 
lhe é auferida, de forma transitória, não se trata de apropriação indébita, pois a disposição é transitória. 
 Trata-se de crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. 
 O sujeito passivo é a qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica. 
 
1.5 Tipo subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo, é necessário que o agente queira subtrair a coisa alheia. 
 A expressão “para si ou para outrem” faz pressupor a finalidade do assenhoramento 
definitivo, assim se o agente subtrai sem a finalidade de ficar com o objeto para si, não há crime, pois falta a 
finalidade específica que o crime exige, no caso estar-se-á diante de simples furto de uso. Se não houver a 
finalidade específica de que o agente pratique determinado ato, não há que se falar em constrangimento 
ilegal. 
 O consentimento da vítima, por óbvio, exclui o crime. 
 Não está prevista modalidade culposa, assim se o agente subtrai a coisa sem saber que é 
coisa alheia exclui o tipo penal, trata-se de erro de tipo. 
 
 
1.6 Consumação e tentativa: 
 Discute-se tanto doutrinária, como jurisprudencialmente, qual é o momento consumativo do 
delito, para Capez e Damásio basta que a coisa se transfira para a disponibilidade do autor do furto, já uma 
segunda corrente defende que para a consumação do crime é necessária a posse mansa e pacífica da res 
furtiva. 
 Hipóteses em que o crime de furto se reputa consumado: o agente que furtou perde o bem 
subtraído, prisão em flagrante de um dos agentes e fuga dos demais com a res, subtração de parte dos bem, 
prisão em flagrante. 
 A tentativa é admissível, por tratar-se de crime material, desde que a consumação seja 
impedida por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 Tentativa de furto ou mero ato preparatório, para diferenciar neste caso devemos observar se 
já houve algum ato para dar início ao núcleo da ação. 
 Crime impossível ou tentativa de furto: loja com sistema de alarmes e segurança, punguista 
que enfia a mal no bolso errado. 
 Desistência voluntária ou tentativa de furto: deve haver voluntariedade na ação sempre. 
 
1.7 Concurso de pessoas: 
 O crime é monossubjetivo, podendo ser praticado por uma só pessoa. 
 O Código Penal adota a teoria restritiva, sendo autor do crime apenas aquele que 
efetivamente subtraiu a coisa, todavia pela teoria do domínio do fato também se considera coautor do o 
mentor intelectual dele. 
 Diferenças entre coautoria e participação. 
 Autor mediato: se utiliza de pessoa sem discernimento. 
 Participação mediante omissão (art. 13, §2º, Código Penal), por exemplo o empregado que 
deixa a chave na porta do estabelecimento para o outro mais tarde entrar para furtar. 
 O ajuste prévio é indispensável ao concurso de pessoas. 
 A participação posterior no crime só será considerada concurso de pessoas se tiver sido 
anteriormente acertada. 
 
1.8 Concurso de crimes: 
 O concurso material de crimes é possível (p.ex. estupro e furto) , todavia há que se observar 
que a prática do crime não pode ser meio necessário para a prática do furto, haja vista o princípio da 
consunção(p. ex. vilipêndio a cadáver e furto; violação de domicílio/dano e furto). 
 O concurso formal de crimes também é possível (p.ex. agente que furta várias pessoas em 
um ônibus). 
 A figura do crime continuado também é admitida apenas para crimes da mesma espécie 
(furto simples e furto simples), uma vez que não se admite que seja executado de maneira diversa, quanto ao 
furto e roubo o STF, bem como o STJ já se manifestaram no sentido de não ser possível. 
 Discute-se doutrinariamente se aquele que rouba e vende a res furtiva estaria cometendo 
furto e estelionato ou a venda configuraria apenas um post factum impunível, a corrente majoritária defende 
ser um post factum impunível. 
 No caso de se furtar um talão de cheques em branco e emitir os referidos cheques 
posteriormente há decisões em vários sentidos, inclusive no próprio STF: trataria de concurso de crimes (furto 
e estelionato); trataria depost factum impunível, respondendo apenas pelo furto; o furto estaria absorvido pelo 
estelionato. Capez defende que se o estelionato ocorre uma vez só é estelionato, já se se usa de vários 
cheques estar-se-á diante de concurso de crimes. 
 O furto de documento com sua posterior alteração configura concurso de crime de furto coom 
falsificação de documento público (art. 297, CP). 
 No caso de furto de arma de fogo, haverá concurso de crimes entre o furto e o porte ilegal ou 
irregular da arma, haja vista haver ofensa a bens jurídicos diversos. 
 
1.9 Furto famélico ou necessitado. 
 É o furto cometido pelo miserável, que precisa do alimento para saciar a fome, neste caso 
não há crime, graças à exclusão da ilicitude pelo estado de necessidade. 
 O furto famélico não se aplica a bens supérfluos. 
 
1.10 Formas: 
 
1.10.1 Furto noturno: 
 Previsto no §1º, trata-se de causa de aumento de pena (1/3). 
 Trata-se de período de repouso noturno e não noite, ou seja, depende dos hábitos locais, é 
aquele momento em que as pessoas se recolhem em suas casas para repousar. 
 Não é necessário que a casa esteja habitada, ou mesmo que tenha pessoas dormindo na 
casa, basta que se esteja no período de repouso noturno, assim já foi entendido pelo STF. 
 A majorante não se aplica a furto qualificado. 
 
1.10.2 Furto privilegiado: 
 Trata-se do furto de pequeno valor e tem alguns requisitos para ocorrer, quais sejam a 
primariedade e pequeno valor da coisa furtada. 
 A primariedade é apenas a não reincidência não exigindo a lei bons antescedentes. 
 O pequeno valor da coisa subtraída fixado pela jurisprudência é aquele que não ultrapassa o 
valor de um salário mínimo. 
 Não se confunde pequeno valor da coisa subtraída com pequeno prejuízo, requisito aplicado 
para o crime de estelionato e não para o crime de furto. 
 O valor deve ser medido no tempo da subração.. 
 No crime continuado, leva-se em consideração o valor total dos bens subtraídos. 
 O benefício concedido constitui direito subjetivo do réu, em que pese a presença do verbo 
poder. 
 Admite-se a figura do furto noturno privilegiado, observando-se a disposição na lei. 
 Também admite-se o furto privilegiado-qualificado, tendo em vista serem as qualificadoras de 
natureza objetiva. 
 Não se deve confundir furto privilegiado com princípio da insignificância, já que este último é 
muito mais abrangente. 
 
1.10.3 Furto de energia: 
 A energia foi equiparada à coisa alheia móvel. 
 Furta-se energia antes de esta passar pelo medidor, a utilização de fraude faz com que o 
crime seja de estelionato. 
 
1.10.4 Furto qualificado: 
 Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (inciso I): a violência 
é contra obstáculo e jamais contra pessoa; a violência pode se dar em qualquer momento da consumação do 
crime; observa-se que o obstáculo não pode fazer parte do coisa subtraída, assim como deve 
necessariamente ser destruído; o STJ vem entendo que a prova pericial não é indispensável nestes casos. 
 Com abuso de confiança , ou mediante fraude, escalada ou destreza (inciso II): a 
confiança decorre de certas relações (difere-se da apropriação indébita); fraude é meio ardil para diminuir a 
vigilância; não se deve confundi-lo com estelionato, neste a vítima entrega a coisa a ser subtraída ao agente, 
naquele o agente se vale de um engodo para subtrair algo sem a vítima ver; a escalada significa o obstáculo 
exigir esforço incomum , o critério é objetivo relacionando-se ao obstáculo e não ao agente; destreza, a 
chamada punga, o apoderamento do bem sem percepção pela vítima. 
 Com emprego de chave falsa (inciso III): a chave falsa deve ser usada para transpor o 
obstáculo; chave furtada não é chave falsa; o STF já exigiu exame pericial do objeto. 
 Mediante concurso de duas ou mais pessoas (inciso IV): discute-se se configuraria o 
concurso se os agentes não estivessem todos presentes, o STJ já admitiu que não há furto qualificado sem a 
presença, Capez acredita ser dispensável o requisito; quanto à associação criminosa ainda temos pouca 
jurisprudência, em relação à quadrilha discutia-se, inclusive jurisprudencialmente, a existência ou não do bis 
in idem; se o coautor for absolvido não há furto qualificado. 
 
1.10.5 Furto de veículo automotor: 
 Ocorrerá sempre que o veículo automotor furtado for transportado para outro estado ou para 
o exterior. 
 A consumação se dá apenas com a transposição do limite territorial imposto. 
 
1.11 Distinções. 
 Apropriação indébita. 
 Estelionato. 
 Exercício arbitrário das próprias. 
 Favorecimento real. 
 Receptação. 
 Roubo. 
 Peculato-furto. 
 
1.13 Ação penal. Procedimento. Lei dos Juizados Especiais Criminais. 
 Ação penal pública incondicionada. 
 É cabível a suspensão condicional do processo para o crime de furto simples. 
 
1.14 Do furto de coisa comum. 
 O tipo penal tutela a posse legítima ou a propriedade. 
 Trata-se de crime próprio quanto ao sujeito ativo já que pode ser cometido por condômino, 
coerdeiro ou sócio. 
 O sujeito passivo também é próprio devendo ser as mesmas pessoas citadas acima. 
 É preciso existir o dolo para ficar para si ou para outrem aquilo que é comum. 
 O §2º trata de causa de exclusão da ilicitude. 
 
 
CAPÍTULO II 
Roubo e Extorsão 
 
 
1 Roubo. 
 
1.1 Conceito: 
 
Roubo 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave 
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se 
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
 
1.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é o patrimônio, englobando-se a posse, a integridade física e a 
liberdade individual. 
 O objeto material é a coisa alheia móvel e a pessoa humana contra as quais é dirigida a 
conduta praticada pelo agente. 
 
1.3 Classificação doutrinária: 
 Comum. 
 Comissivo. 
 Doloso. 
 Material. 
 De dano. 
 De forma livre. 
 Instantâneo, podendo ser considerado de efeitos permanente se a res furtiva for destruída e 
permanente, nos casos de furto de energia. 
 Não transeunte. 
 Monossubjetivo. 
 Plurissubsistente. 
 
1.4 Elementos do tipo: 
 A ação nuclear, tanto no roubo próprio quanto no roubo impróprio, é subtrair, ou seja, tirar, 
retirar de outrem sem a sua permissão com o fim de assenhoramento definitivo, como no furto, entretanto é 
mais grave que o furto, pois exige a que a ação seja realizada mediante violência ou grave ameaça. 
 O crime descrito no caput é conhecido como roubo próprio e o do §1º é o roubo impróprio, a 
diferença entre eles é o momento em que a violência ou grave ameaça é praticada. 
 Meios executórios do crime de roubo: 
 Emprego de grave ameaça: qualquer tipo de ameaça, inclusive o uso ostensivo de 
arma, ainda que seja de brinquedo ou que o agente simule estar armado. 
 Emprego de violência física: seo empurrão é com intuito de distrair a vítima constitui 
furto, já se é com intuito de lhe diminuir o poder de reação roubo; no caso de arrebatamento de objeto preso 
ao corpo da vítima, há discussão doutrinária se o delito constituirá furto ou roubo; 
 Qualquer meio que reduza a impossibilidade de resistência: utiliza-se de sonífero na 
bebida, por exemplo. 
 Trata-se de crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. 
 O sujeito passivo é a qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica. 
 O sujeito passivo pode ser imediato (quando é possuidor ou proprietário da coisa) ou mediato 
(quando não é), no último caso está-se diante de duplo sujeito passivo. 
 
1.5 Tipo subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo, é necessário que o agente queira subtrair a coisa alheia, 
assim também ocorre no roubo impróprio. 
 Roubo de uso: Apesar de não haver similitude com o furto já se decidiu em vários tribunais 
que no caso de roubar com a devolução posterior, tratar-se-ia de constrangimento ilegal, para parte da 
doutrina o constrangimento ilegal somente existiria se o uso fosse imediato seguido da devolução. 
 
1.6 Princípio da insifignificância – roubo privilegiado. 
 Não se aplica, visto o atentado à segurança social. 
 
1.7 Crime impossível. 
 Ocorre quando não há objetos a serem subtraídos, entretanto responderá no caso pelo crime 
correspondente à violência utilizada. 
 
1.8 Desistência voluntária. 
 Pode ocorrer, mas se houver emprego de violência, o agente deverá responder por ela. 
 
1.9 Formas: 
 
1.9.1 Roubo próprio: 
 O constrangimento é empregado no início ou durante a subtração. 
 Discute-se, assim como no furto, o momento da consumação do crime, enquanto para alguns 
é indispensável a retirada do bem da esfera de proteção da vítima, para outros basta o apoderamento da 
coisa. 
 O crime se consuma ainda que o agente perca ou se desfaça do bem subtraído; também há 
consumação no caso de prisão em flagrante, mesmo que somente um dos agentes sem a res seja preso. 
 
1.9.2 Roubo impróprio: 
 O constrangimento é empregado posteriormente à subtração, com a finalidade de assegurar 
a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si. 
 Faz-se indispensável a existência de todos os elementos para haver a configuração do delito, 
caso contrário poderá haver concurso de crimes. 
 A consumação se dá com o emprego de violência. 
 A tentativa não é admissível, pois se o crime não se consuma há furto ou tentativa de furto. 
 Observa-se que se a subtração não se consuma há concurso de crimes, já se não se 
consuma o constrangimento, há quem defenda, ainda que minoritariamente, que há tentativa de roubo 
impróprio. 
 
1.9.3 Causas especiais de aumento de pena: 
 Não se tratam de qualificadoras, mas majorantes que devem ser utilizadas na terceira fase de 
aplicação da pena. 
 Emprego de arma: seja ela própria ou imprópria, para alguns vale a idoneidade da arma em 
causar maior temor na vítima, aplicando-se a majorante no caso ao uso de armas de brinquedo, aptas a 
causar o temor, entretanto este não foi o entendimento do STJ ao cancelar a súmula 174 em 2001, o fez 
sobre o fundamento que a majorante tem por fundamento punir mais gravemente o perigo real à incolumidade 
física, portanto a majorante não deve ser aplicada também à arma desmuniciada, por exemplo. Sendo assim 
impõe-se algumas questões: 
 Na hipótese em que o agente emprega arma de brinquedo para praticar crime de roubo, ele 
responderá por qual crime? Roubo simples, mas há quem conteste. 
 E a simulação de porte de arma constitui causa especial de aumento de pena? Não. 
 É necessário o manejamento da arma para ocorrência da majorante ou basta apenas o seu 
porte ostensivo? É necessário o manejamento. 
 É necessária a apreensão da arma de fogo e posterior elaboração do laudo pericial para a 
configuração da causa de aumento de pena? Sim, mas alguns acreditam que não. 
 O agente que pratica o crime de roubo mediante emprego de arma de fogo, tendo o porte 
ilegal desta, responde pelo crime previsto no art. 14 ou 16 da Lei 10.826/2003? Em regra 
não, o crime é absorvido pelo delito de roubo, havendo absurdos nestas questões, por 
exemplo, quando o crime é do art.16 (arma de uso restrito) e o roubo é tentado. O 
mesmo não acontece se o porte da arma se dá em momento consumativo diferente, 
sem a intenção de praticar o roubo no primeiro momento. 
 A circunstância se comunica aos demais agentes? Sim, por se tratar de circunstância 
objetiva. 
 É possível a cumulação da majorante de emprego de arma do crime de roubo com a do crime 
de associação criminosa? Haveria bis in iden neste caso? O STF entende possível a 
cumulação. 
 Concurso de duas ou mais pessoas: aplicam-se os mesmos comentários ao furto 
qualificado, dependerá da presença ou não dos agentes. Destaca-se a presença de menor, a absolvição de 
um dos coautores e a situação da associação criminosa. 
 Transporte de valores: A majorante se relaciona com o sujeito passivo e exige que o agente 
reconheça a situação da vítima. O transporte de valores deve ser uma prestação de serviços específica. 
 Roubo de veículo automotor: Neste caso, a majorante se relaciona com o objeto material 
do crime. 
 Agente que mantém vítima em seu poder: Esta majorante foi incluída para combater o 
sequestro-relâmpago, todavia não serviu ao que veio, sendo que neste caso, geralmente ocorre extorsão e 
não roubo, os referidos tipos penais se diferenciam porque naquele é imprescindível a atuação do sujeito 
passivo. Assim, a majorante não serviu ao que veio, também não era possível punir o agente por extorsão 
mediante sequestro, pois neste caso é indispensável a presença de terceiro para pagar o resgaste. A 
situação se resolve apenas em 2009, quando é acrescentado uma majorante parecida ao crime de extorsão. 
Se o sequestro é praticado depois de se obter a res furtiva há concurso de crimes. 
 
1.9.4 Roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave: 
 Trata-se de crime complexo (roubo + lesões graves). 
 A lesão pode ser provocada por dolo ou culpa que o agente responderá pelo roubo 
qualificado, haja vista a aplicação do princípio da consunção aos crimes complexos. 
 Se a lesão advém de culpa, não se admite tentativa, todavia se advém de dolo a tentativa é 
admitida. 
 A lesão leve é absorvida pelo crime de roubo. 
 A lesão pode ser aplicada em terceiro. 
 Não se puniu a lesão que não advém de violência física, o que para Magalhães Noronha foi 
um erro, devendo nestes casos responder em concurso por roubo simples e lesão. 
 As causas de aumento de pena não incidem sobre a hipótese de roubo qualificado. 
 O crime se consuma com a subtração da res furtiva e a produção das lesões corporais. 
 Não está incluído no rol dos crimes hediondos. 
 
1.9.5 Latrocínio: 
 Também é um crime complexo (roubo + homicídio). 
 É um crime contra o patrimônio, pois o principal objetivo do agente é subtrair a res furtiva. 
 Pode haver dois sujeitos passivos, um suporta a diminuição do patrimônio e o outro o óbito. 
 Não se trata de crime preterdoloso, sendo admitida a morte em caso de dolo ou culpa. 
Ressalte-se que na hipótese de preterdolo não há que se falar em tentativa. 
 A morte deve advir de violência, caso contrário não há que se falar em latrocínio. 
 Também não se fala em latrocínio se a morte advier de motivos que não a diminuição do 
patrimônio alheio, o agente respoderá em concurso de crimes. 
 A doutrina e a jurisprudência convencionaram algumas respostas acerca da consumação do 
crime, prevalecendo a consumação do crime com relação ao crime contra a vida: subtração consumada e 
morte consumada – latrocínio consumado; subtração consumada e morte tentada – tentativa de latrocínio; 
subtração tentada e morte consumada – latrocínio consumado(súmula 610, STF); subtração tentada e morte 
tentada – latrocínio tentado. 
 A competência é do juiz singular, pois por questão de política criminal inseriu o dispositivo 
nos crimes contra o patrimônio, não admitindo, portanto a interpretação extensiva de dispositivo 
constitucional. 
 São coautores do crime quem subtrai e quem mata, a menos que o agente que subtraiu não 
soubesse que seu comparsa levava uma arma de fogo. 
 Ainda que haja várias mortes, se houve apenas uma subtração o crime é único. 
 As causas de aumento de pena não se aplicam a este tipo penal. 
 A morte do coautor por erro qualifica o delito. 
 Trata-se de crime hediondo. 
 Atualmente, entende-se que aquele que mata e depois lhe ocorre de subtrair pertences da 
vítima respondem por latrocínio. 
 
 
1.9.6 Concurso de crimes: 
 Há crime único no caso de roubo a várias pessoas com a subtração patrimonial de apenas 
uma; no caso de uma pessoa ser roubada, mas levar consigo além de seus bens, bens de terceiros; no caso 
de voltar várias vezes a uma mesma residência em uma só ação para subtrair tudo que lá há. 
 Haverá concurso formal quando num só contexto subtraia bens de várias pessoas. 
 
1.9.7 Ação penal e procedimento: 
 Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. 
 Processa-se mediante procedimento ordinário. 
 
2 Extorsão. 
 
2.1 Conceito: 
 
Extorsão 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter 
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar 
fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-
se a pena de um terço até metade. 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo 
anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas 
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) 
 
2.2 Bem juridicamente tutela e objeto jurídico: 
 O bem juridicamente tutelado é o patrimônio, englobando-se a posse, a integridade física e a 
liberdade individual. 
 O objeto material é a coisa alheia móvel e a pessoa humana contra as quais é dirigida a 
conduta praticada pelo agente. 
 
2.3 Classificação doutrinária: 
 Comum. 
 Comissivo. 
 Doloso. 
 Formal. 
 De dano. 
 De forma livre. 
 Instantâneo, podendo ser considerado de efeitos permanente se a res furtiva for destruída e 
permanente, nos casos de furto de energia. 
 Transeunte ou não transeunte. 
 Monossubjetivo. 
 Plurissubsistente. 
 
2.4 Elementos do tipo: 
 A ação nuclear é a ação de constranger. 
 Os meios de execução do constrangimento é o emprego de violência ou grave ameaça. 
 Não é requisito que a ameaça seja injusta, ainda que ela seja justa configura o delito, por 
exemplo, alguém que obriga o outro a fazer algo sob pena de denunciá-lo a respeito de crime efetivamente 
praticado pela vítima. 
 O crime é idêntico ao de constrangimento ilegal, porém aqui existe o dolo específico de se 
exigir alguma vantagem econômica. 
 A vantagem precisa ser indevida, caso contrário configura crime de exercício arbitrário das 
próprias razões. 
 Trata-se de crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa. 
 O sujeito passivo é a qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica. 
 O sujeito passivo pode ser aquele que sofre a violência, aquele que deixa de fazer ou tolere 
que se faça algo que ele não queira e aquele que tem seu patrimônio diminuído. 
 
2.5 Tipo subjetivo: 
 O elemento subjetivo é o dolo específico, pois exige a finalidade de se obter vantagem 
econômica. 
 
2.6 Consumação e tentativa. 
 Apesar de pequena parte da doutrina defender tratar-se de crime material, a doutrina 
majoritária sustenta ser crime forma, que se consuma com o simples constrangimento, tal posição está na 
súmula 96 do STJ que prevê: “o crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção do 
resultado.”. 
 A tentativa é admissível, basta que o agente não pratique o que foi intimidado. Ressalte-se 
que a violência ou grave ameaça deve ser idônea, ou seja, constranger o homem médio. 
 
2.7 Formas. 
 
2.7.1 Simples: 
 Prevista no caput. 
 
2.7.2 Causa especial de aumento de pena: 
 Tal circunstância é reconhecida inapropriadamente como qualificadora, apesar de se tratar de 
causa de aumento de pena. 
 Cometimento do crime por duas ou mais pessoas: aqui não se exige concurso e sim 
cometimento, ou seja, somente se aplica no caso de coautoria. 
 Com emprego de armas: valem os mesmos comentários acerca do crime de roubo. 
 
2.7.3 Qualificada: 
 É a extorsão qualificada pelo resultado morte, aplica-se todos os comentários feitos ao crime 
de roubo qualificado pelo resultado lesão ou morte. 
 Ressalte-se que a extorsão qualificada pelo resultado morte é crime hediondo. 
 
1.9.4Qualificada: “Sequestro relâmpago”: 
 Trata-se de crime complexo (roubo + lesões graves). 
 A lesão pode ser provocada por dolo ou culpa que o agente responderá pelo roubo 
qualificado, haja vista a aplicação do princípio da consunção aos crimes complexos. 
 Se a lesão advém de culpa, não se admite tentativa, todavia se advém de dolo a tentativa é 
admitida. 
 A lesão leve é absorvida pelo crime de roubo. 
 A lesão pode ser aplicada em terceiro. 
 Não se puniu a lesão que não advém de violência física, o que para Magalhães Noronha foi 
um erro, devendo nestes casos responder em concurso por roubo simples e lesão. 
 As causas de aumento de pena não incidem sobre a hipótese de roubo qualificado. 
 O crime se consuma com a subtração da res furtiva e a produção das lesões corporais. 
 Não está incluído no rol dos crimes hediondos. 
 
1.9.5 Latrocínio: 
 Também é um crime complexo (roubo + homicídio). 
 É um crime contra o patrimônio, pois o principal objetivo do agente é subtrair a res furtiva. 
 Pode haver dois sujeitos passivos, um suporta a diminuição do patrimônio e o outro o óbito. 
 Não se trata de crime preterdoloso, sendo admitida a morte em caso de dolo ou culpa. 
Ressalte-se que na hipótese de preterdolo não há que se falar em tentativa. 
 A morte deve advir de violência, caso contrário não há que se falar em latrocínio. 
 Também não se fala em latrocínio se a morte advier de motivos que não a diminuição do 
patrimônio alheio, o agente respoderá em concurso de crimes. 
 A doutrina e a jurisprudência convencionaram algumas respostas acerca da consumação do 
crime, prevalecendo a consumação do crime com relação ao crime contra a vida: subtração consumada e 
morte consumada – latrocínio consumado; subtração consumada e morte tentada – tentativa de latrocínio; 
subtração tentada e morte consumada – latrocínio consumado (súmula 610, STF); subtração tentada e morte 
tentada – latrocínio tentado. 
 A competência é do juiz singular, pois por questão de política criminal inseriu o dispositivo 
nos crimes contra o patrimônio, não admitindo, portanto a interpretação extensiva de dispositivo 
constitucional. 
 São coautores do crime quem subtrai e quem mata, a menos que o agente que subtraiu não 
soubesse que seu comparsa levava uma arma de fogo. 
 Ainda que haja várias mortes, se houve apenas uma subtração o crime é único. 
 As causas de aumento de pena não se aplicam a este tipo penal. 
 A morte do coautor por erro qualifica o delito. 
 Trata-se de crime hediondo. 
 Atualmente, entende-se que aquele que mata e depois lhe ocorrede subtrair pertences da 
vítima respondem por latrocínio. 
 
1.9.6 Concurso de crimes: 
 Há crime único no caso de roubo a várias pessoas com a subtração patrimonial de apenas 
uma; no caso de uma pessoa ser roubada, mas levar consigo além de seus bens, bens de terceiros; no caso 
de voltar várias vezes a uma mesma residência em uma só ação para subtrair tudo que lá há. 
 Haverá concurso formal quando num só contexto subtraia bens de várias pessoas. 
 
1.9.7 Ação penal e procedimento: 
 Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. 
 Processa-se mediante procedimento ordinário.

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