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CRIMES, conceitos, definições, elementos e consequências

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP 
ESCOLA DE DIREITO 
DISCIPLINA TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL 
TURMA 3º NC 
 
 
 
 
 
 
CRIMES: conceitos, definições, elementos e consequências 
 
 
 
Profº Oscar Samuel Brito de Oliveira 
 
Emanuel Benevides de Menezes 
Jailson Ferreira de Oliveira Hennedy 
José Evaldo de Oliveira 
José Mendonça da Rocha Neto 
Lucian Delan da Silva 
 
 
 
 
 
MOSSORÓ – RN 
2015 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho abordará os crimes em seus referidos conceitos, como também 
alguns elementos e consequências inseridas em doutrinas pesquisadas. Sendo 
exemplificado conforme “linguagem de entendimento” com base na prévia leitura dos 
temas solicitados. Perceberemos as classificações de crimes em seus diferentes 
acontecimentos em nosso ordenamento jurídico, com isso notaremos as diferentes 
atribuições e consequências para os crimes cometidos em nosso país. 
 
Entretanto, perceberemos que a punibilidade de alguns crimes depende de diversas 
circunstâncias que, muitas das vezes poderá reduzir a punição ou até mesmo 
descriminar a conduta do agente. Traremos os conceitos de arrependimento e erro 
de tipo, condutas essas de grande importância para interpretação no Direito Penal, 
para que se chegue aos verdadeiros e reais fatos: consequentes nos eventos 
criminosas já praticados. 
 
Por fim, o objetivo desta pesquisa é compreender as bases doutrinárias, 
consequentemente reconhecer pilares plausíveis desses fundamentos, assimilando 
sua importância hoje, para a compreensão posterior na defesa e possíveis 
julgamentos de atos criminosos, - com isso termos discernimento na apuração e 
julgamento dos atos criminais perante ao Código Penal Brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. CRIMES 
 
Para podermos identificar se uma conduta é criminosa e consequentemente defini-la 
como contendo elementos que a caracterize, partiremos da análise do que é crime e 
dos elementos dessa conduta. O ordenamento jurídico penal brasileiro adota a teoria 
bipartida da infração penal, onde crimes e delitos penais são considerados 
sinônimos, e do outro lado, as contravenções penais; critério este contrário a de 
alguns países como, por exemplo, o ordenamento francês e o espanhol, que adota o 
critério tripartido onde os conceitos de crime, delito e contravenção penal são 
distintos. Por objeto de nosso estudo, iremos nos ater somente no que concerne ao 
crime. 
 
Podemos definir Crime com base em três pilares conceituais: conceito material, 
conceito formal e conceito analítico. 
 
1.1 CONCEITO MATERIAL DE CRIME 
Segundo Nucci, ”É a concepção da sociedade do que deve e pode ser proibido, 
mediante aplicação de sanção penal. É, pois, a conduta que ofende um bem 
juridicamente tutelado, merecedora de pena.” (Manual de Direito Penal, Parte Geral 
e Especial, p. 145). Em outras palavras, é a conduta reprovada socialmente, que 
atenta à evolução social e que merece a aplicação de uma pena. 
1.2 CONCEITO FORMAL DE CRIME 
Quando a conduta socialmente reprovável é incorporada ao ordenamento jurídico, 
pelo poder do legislador, dessa maneira, observando Nucci, “Cuida-se, na realidade, 
de fruto do conceito material, devidamente formalizado.” Daí temos, em nosso 
ordenamento, especificamente no Art. 1° da parte geral do Código Penal, exposto o 
principio da legalidade, “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena 
sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”. 
Diante disso para o conceito formal, Crime é toda conduta socialmente reprovável 
merecedora de pena, descrita em lei. 
 
1 2 CONCEITO ANALITICO 
Esse conceito, considerado o que realmente explica a definição do que é Crime é 
também o que mais sofre divergências doutrinárias, algumas correntes definem de 
forma analítica, crime, como sendo: um fato típico e antijurídico; um fato típico e 
culpável; um fato típico, antijurídico, culpável e punível; um fato típico, antijurídico e 
punível; e por ultimo, que é a corrente majoritária brasileira, o crime é um fato típico, 
antijurídico e culpável. Seguindo o entendimento de Greco: 
 
“segundo a maioria dos doutrinadores, para que se 
possa falar em crime é preciso que o agente tenha 
praticado uma ação típica, ilícita e culpável. Alguns 
autores, a exemplo de Mezger e, entre nós, Basileu 
Garcia, sustentam que a punibilidade também integra 
tal conceito, sendo o crime, pois, uma ação típica, 
ilícita, culpável e punível. Estamos com Juarez 
Tavares, que assevera que a punibilidade não faz 
parte do delito, sendo somente a sua conseqüência.” 
(Greco, Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, 
vol. I, p. 142) 
 
Ainda analisando os conceitos de Greco, temos na indicação qual seria a função do 
conceito analítico: 
 
“é a de analisar todos os elementos ou características 
que integram o conceito de infração penal sem que 
com isso se queira fragmentá-lo. 0 crime é, 
certamente, um todo unitário e indivisível. Ou o 
agente comete o delito (fato típico, ilícito e culpável), 
ou o fato por ele praticado será considerado um 
indiferente penal. 0 estudo estratificado ou analítico 
permite-nos, com clareza, verificar a existência ou 
não da infração penal; daí sua importância.” (Greco, 
Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, vol. I, p. 
142) 
2 CONDUTA 
Segundo Greco, “a conduta como primeiro elemento integrante do fato típico”. 
Concluindo ainda, ”Conduta é sinônimo de ação e de comportamento. Conduta quer 
dizer, ainda, ação ou comportamento humano”, Assim sendo a conduta é parte 
crucial para o determinante Crime, a conduta pode ser ainda definida, como: 
“qualquer comportamento humano comissivo 
(positivo) ou omissivo (negativo), podendo ser ainda 
dolosa (quando o agente quer ou assume o risco de 
produzir o resultado) ou culposa (quando o agente 
infringe o seu dever de cuidado, atuando com 
negligência, imprudência ou imperícia).” (Greco, 
Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, vol. I,p. 
148) 
A conduta humana só será considerada crime se exteriorizada, ou seja, se produzir 
efeitos no meio social e se seus efeitos forem classificados como tal. Essa ação 
pode ser de forma dolosa, ou culposa, dependendo da forma em que foi efetuada. 
3 CRIME DOLOSO 
O conceito de dolo, segundo Nucci, vai depender da doutrina adotada, que pode ser: 
finalista, causalista, axiológica (defendida por Miguel Reale Junior). A definição que 
iremos nos ater será a finalista onde, a definição de dolo consiste em “vontade 
consciente em realizar a conduta típica”. Em nosso Código Penal, há a seguinte 
definição de que é crime doloso: Art. 18, I, “doloso, quando o agente quis o resultado 
ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”, assim 
sendo crime doloso é aquele praticado por individuo com vontade de agir e total 
consciência da realidade e que se adeque perfeitamente na norma incriminadora, 
mesmo sem conhecimento, por parte do autor, de tal vedação. O nosso Código 
Penal está de total acordo com a teoria finalista. 
3.1 ELEMENTOS DO DOLO 
Os elementos constitutivos do dolo são: o elemento intelectual ou cognitivo, que é a 
consciência que o autor tem no momento em que comete o fato típico, o outro 
elemento é o elemento volitivo que consiste na vontade de agir do autor. Não existe 
dolo sem a ligação entre os dois elementos, pois, se não existe capacidade cognitiva 
do agente no momento da pratica do fato típico não há dolo e da mesma forma, se 
não há vontade de agir também não há dolo. 
3.2 ESPÉCIES DE DOLO 
As espécies de dolo sãoclassificadas em dolo direto e dolo indireto. 
3.2.1 DOLO DIRETO 
É quando o individuo em sua vontade de agir pratica o fato típico, empregando para 
isso, meios específicos para conseguir. O dolo direto pode ser dividido em dolo 
direto de primeiro grau, que é a obtenção de um resultado especifico sem promover 
e sem que haja, na sua execução, o dolo direto de segundo grau. Neste segundo 
Nucci assim o define: 
“também denominado de dolo de consequências 
necessárias, dolo necessário ou dolo mediato, é a 
intenção do agente, voltada a determinado resultado, 
efetivamente desejado, embora, na utilização dos 
meios para alcança-los, termine por incluir efeitos 
colaterais, praticamente certos. O agente não 
persegue os efeitos colaterais, mas tem por certa a 
sua ocorrência, caso se concretize o resultado 
almejado.” 
3.2.2 DOLO INDIRETO 
Também chamado de dolo eventual, é considerado quando o individuo em sua 
vontade de agir assume o risco, mesmo sem querer, de promover a efetivação do 
ato ilícito e suas consequências. Um exemplo que podemos citar é, se em pratica de 
um homicídio o agente desfere disparos de arma de fogo contra uma vitima que está 
com o filho no colo, e mesmo assim assume o risco de provocar também a morte do 
filho, mesmo sem intenção, age contra a vitima com dolo direto e contra o filho com 
dolo eventual. 
3.3 OUTROS TIPOS DE DOLO 
Temos ainda os seguintes tipos de dolo: dolo alternativo, dolo cumulativo e dolo 
geral.(Nucci,2014). 
3.3.1 DOLO ALTERNATIVO 
De acordo com o a definição que nos traz Nucci, “significa querer o agente, 
indiferentemente, um resultado ou outro”. 
3.3.2 DOLO CUMULATIVO 
Quando o agente na prática de um tipo penal pretende cometer outro em sequencia. 
Exemplo é na pratica de lesão corporal pretenda-se o homicídio. (Nucci,2014) 
3.3.3 DOLO GERAL 
Também conhecido como erro sucessivo, trata-se de um engano nos meios de 
execução do ato, mas por fim tem como resultado o que se pretendia inicialmente. 
Um exemplo característico é quando na tentativa de homicídio o autor imaginando a 
vitima estar morta, por ter-lhe desferido pauladas, e tentando se livrar de provas joga 
a vítima no rio e esta morre por afogamento, a intenção inicial foi conseguida, o dolo 
existiu desde o inicio da ação, mas os meios pelo qual se consegue o resultado 
foram diversos do inicial. (Nucci,2014) 
4 CRIME CULPOSO 
Segundo Greco, apenas duas formas de conduta humana interessa ao Direito Penal, 
que são: conduta dolosa e culposa. 
“o agente atua dolosamente, querendo ou assumindo 
o risco de produzir o resultado, ou, culposamente, dá 
causa a esse mesmo resultado, agindo com 
imprudência, imperícia ou negligência. Dessa forma, 
somente podemos falarem conduta dolosa ou 
culposa.” (Greco, Rogerio, Curso de Direito Penal, 
Parte Geral, vol. I, p. 195) 
No nosso ordenamento, encontramos no Código Penal a definição de Crime culposo 
no Art. 18: 
“II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado 
por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, 
ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” 
Observando o conceito de Nucci, sobre culpa, temos: “ É o comportamento 
voluntario desatencioso, voltado a um determinado objetivo, lícito ou ilícito, embora 
produza resultado ilícito, não desejado, mas previsível, que podia ter sido evitado”. 
Existem duas modalidades de culpa (Nucci,2014), uma é a culpa por excelência, que 
é aquela situação em que o agente não tem como prevê o resultado, mas uma vaga 
possibilidade de prevê-lo. A outra modalidade de culpa é a “culpa com previsão”, 
situação aquela em que o agente prevê que sua ação pode causar um dano, mas 
acredita que não acontecerá porque confia na sua capacidade de evitar. 
4.1 ELEMENTOS DA CULPA 
4.1.1 CONCENTRAÇÃO NA ANÁLISE DA CONDUTA VOLUNTÁRIA DO AGENTE 
Essa concentração na análise da conduta, quer dizer que para se determinar se o 
ato é de natureza culposa, a análise do comportamento é mais importante do que a 
análise do resultado, ou seja, a análise dos meios empregados pelo agente para 
conseguir o resultado.(Nucci,2014) 
4.1.2 AUSÊNCIA NO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO 
Expresso também como “inobservância de um dever objetivo de 
cuidado”(Greco,2011). O ser humano em sua vida social, não pode mais fazer o que 
bem entender. Não está mais em um estado de natureza e sim numa condição 
totalmente regida por normas e acordos, se o homem voltasse a se comportar como 
no principio, sem a observância desses acordos sociais, isto causaria um total 
desequilíbrio e consequentemente o fim da organização social que conhecemos. 
Nem todas as normas de comportamento social estão escritas, mas o nosso próprio 
senso de perigo, de proteção, nos ajuda a manter esse equilíbrio social, evitando 
assim comportamentos que mesmo sem intenção, mas por falta de cuidado, possa 
provocar algum dano que, pelo qual, hoje, possamos ser responsabilizados. 
4.1.3 Resultado danoso involuntário 
Esse elemento deve ser observado na caracterização de um crime culposo, na 
ordem em que o agente praticou uma ação danosa, mas de forma alguma tinha essa 
intenção, o ato ocorreu de forma totalmente alheia ao seu querer. 
4.1.4 NEXO DE CAUSALIDADE 
É a relação entre a ação, descuidada, e os resultados danosos provocados por essa 
ação, não pretendidos pelo agente. 
4.1.5 PREVISIBILIDADE 
É a possibilidade de se antecipar, antever um resultado provável. Na condição em 
que seja impossível essa possibilidade é afastada a culpa, pois não tem como a uma 
pessoa normal ser exigida uma atenção fora do comum. Segundo Nucci, a melhor 
forma para se analisar a previsibilidade em um caso concreto, é o critério “objetivo-
subjetivo”, consiste na verificação se na média da população, através da diligência e 
da perspicácia, teria capacidade de prever o resultado, e se faz relação com a 
capacidade do agente.(Nucci,2014) 
4.1.6 TIPICIDADE 
É quando a conduta considerada culposa deve estar presente na norma, ou seja, o 
tipo penal deve estar explicito no ordenamento jurídico, para que, em caso concreto 
o crime seja considerado culposo. 
4.2 ESPÉCIES DE CULPA 
A culpa é dividida no Art. 18, II, do CP, em: 
 Imprudência é a forma ativa de culpa, segundo Nucci. E uma ação praticada 
de forma precipitada, perigosa, descuidada e sem moderação. Um exemplo 
dessa conduta é quando no transito, o motorista desprende velocidade, 
superior, incompatível à via, pondo em risco sua vida e a vida de outros. 
 Negligência é quando no caso de descuido ou desatenção, omissão, na 
forma de agir, deveria se proceder ao contrário, um exemplo no caso concreto 
seria, por esquecimento, se deixa uma criança exposta ao contato de 
produtos químicos de limpeza. 
 Imperícia nessa espécie de culpa, o agente pratica ato lesivo por 
desconhecer, ser inapto ou insuficientemente capacitado à execução de uma 
determinada tarefa, ou profissão. Se um operador de máquinas resolve 
manusear um equipamento novo, pelo qual não passou por treinamento e 
provoca um acidente, esta situação foi caracterizada pela falta de 
conhecimento específico, logo, imperícia do operador. 
5 CRIMES AGRAVADOS PELO RESULTADO 
Em síntese, “é o delito que possui um fato base, definido e sancionado como crime, 
mas que também acarreta um outro resultado, inicialmente não desejado, que 
agrava o primeiro, proporcionando a aplicação de pena mais severa”. (Nucci,2014) 
5.1 CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO X CRIMES PRETERDOLOSO 
Por muito tempo eram consideradossinônimos, os crimes qualificados pelo 
resultado e os delitos preterdolosos, os crimes qualificados pelo resultado, são 
infrações penais que ocorrem, conforme o caso concreto, em duas etapas, levando-
se em consideração o dolo e a culpa na execução das etapas do crime. Com dolo na 
antecedente e dolo na consequente, com dolo na antecedente e culpa na 
consequente, com culpa na antecedente e culpa na consequente. 
O crime preterdoloso faz parte do crime qualificado, mas tão somente na definição 
de dolo na fase antecedente e culpa na consequente, fazendo necessário que o bem 
jurídico protegido seja o mesmo nas duas fases de execução do crime. 
5.2 CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO 
a) Crimes com dolo na conduta antecedente e na consequente 
b) Crime com culpa na conduta antecedente e na consequente 
c) Crime com culpa na conduta antecedente e dolo na consequente 
d) Crime com dolo na conduta antecedente e culpa na consequente 
Este tipo de crime também se equipara aos crimes preterdolosos, segundo a 
doutrina, se o bem jurídico tutelado for o mesmo nas duas fases de execução do 
crime. 
6. CONSUMAÇÃO DO CRIME 
Observando o artigo 14, I do código penal, percebemos a descrição de um crime 
consumado: 
Diz-se o crime: Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os 
elementos de sua definição legal; 
Ora, veja bem. O crime para ser consumado, basta que a conduta do individuo 
coincida com um tipo penal descrito no código penal. Ex: Matar alguém. Artigo 121 
Descreve uma conduta, portanto a constatação da morte de alguém, seja com dolo 
ou culposa, tipifica a consumação do crime. 
Podemos assim concluir que de regra a consumação de um crime se dará quando a 
conduta de um indivíduo tipificar e confirmar por assim dizer a abstração da previsão 
de uma lei incriminadora. 
A consumação do Crime onde há dolo dar-se-á quando houver as seguintes 
características embutidas na conduta: Cogitação, ato preparatório, execução e por 
fim a consumação. 
 Cogitação é a parte onde o individuo planeja o crime a ser praticado. (É 
importante observar que a cogitação não se incrimina no código penal a não 
ser quando ela vem a ser expressa publicamente em forma de ameaça, Art. 
147 ou por incitar o crime no Art. 286 ou até mesmo por formação de bando 
ou de quadrilha previsto no Art. 288) 
 
 Ato preparatório é o momento que se faz útil ou necessário para haver a 
execução do crime. Vale ressaltar que nem sempre o ato preparatório vai 
ganhar relevância penal. 
 
 Execução é a parte onde o individuo atua em ação tipificando uma lei 
incriminadora, ou seja, é o ataque ao bem jurídico de outrem. 
 
 Consumação é o resultado da ação. 
Diferente do crime doloso, o culposo não é dotado de cogitação por ser uma ação 
digamos que involuntária e que sua consumação acontecerá quando houver um 
resultado típico penal. Ex: Num homicídio culposo a consumação será observada 
com a morte da vítima. 
Também existe a possibilidade na não ação de alguém ocasionar a consumação de 
um crime, é o que veremos logo a seguir acerca dos crimes por omissão. 
Quanto aos crimes por omissão, podemos dividi-los em dois: 
 Omissivos próprios, é quando o individuo deixar de fazer algo que pudesse 
ajudar a um terceiro em determinada situação. Um exemplo muito usado é a 
omissão de socorro previsto no artigo 135 que diz: 
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo 
sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao 
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não 
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
O fato de não agir já configura a consumação do crime. 
 Omissivos impróprios, quanto à omissão imprópria, entende-se quanto o 
individuo está revestido de poder jurídico para que o resultado do crime não 
aconteça e ainda assim o crime acontece, estamos falando a omissão 
imprópria. 
Um exemplo claro é um segurança que foi contratado para vigiar, proteger 
determinado bem e num lapso de tempo esse segurança veio a dormir ocorrendo o 
crime do furto exatamente do bem no qual ele estava sendo pago para resguardar, 
proteger. 
Dentre vários exemplos podemos destacar o de uma babá que foi contratada para 
cuidar de uma criança enquanto seus pais trabalham, e ao assistir o capitulo final da 
novela a babá não percebe que a criança caiu dentro da piscina e veio a morrer. 
Nesses dois casos configura-se a consumação do crime com a particularidade da 
omissão imprópria respaldada no artigo 13 do CP no seu segundo inciso. 
Podemos assim definir que a consumação se dará quando uma conduta se encaixar 
perfeitamente em uma lei incriminadora. 
7. TENTATIVA 
A tentativa não deixa de ser crime, pois o individuo agiu de forma voluntária e por 
isso adquire dolo em sua conduta tendo ela um resultado diferenciado do esperado. 
É importante ressaltar que a justiça brasileira adota em regra o critério objetivo na 
conduta do sujeito entendendo assim que a tentativa não pode sofrer as mesmas 
punições se caso a consumação do crime fosse diferente da intenção inicial. 
Podemos caracterizar as tentativas em: 
7.1 PERFEITA OU CRIME FALHO 
É quando o resultado “ideal” não é atingido mesmo que todos os passos de 
execução tenham sido feitos. Ex: Depois de ter sofrido alguns disparos de arma de 
fogo o individuo é socorrido por médicos e consegue sobreviver. 
7.2 IMPERFEITA 
A tentativa imperfeita dar-se-á quando o agente ativo é impedido no meio da 
execução. EX: No momento em que o individuo está roubando uma moto e por 
coincidência é surpreendido pela policia. 
7.3 IDÔNEA 
Uma tentativa idônea é representada na não consumação do crime ainda que o 
desejo do sujeito seja cometê-lo. Exemplo muito utilizado é o de tentar envenenar 
alguém, as em vez de colocar o veneno na comida o individuo coloca sal. 
7.4 INIDÔNEA OU INADEQUADA 
É quando o meio utilizado para causar o dano à vítima é absolutamente ineficaz. 
Como por exemplo: Tentar matar alguém com um palito de dente. Conhecida como 
crime impossível. 
7.5 CRUENTA 
É quando a ação do sujeito atinge a vitima mais ainda assim não lhe causa o dano 
relativo para que seja caracterizado crime. Jogar uma pedra num avião na tentativa 
de matar alguém que está lá dentro. 
7.8 INCRUENTA 
Acontece à tentativa incruenta quando o sujeito tenta de todas as formas atingir a 
vítima e ainda assim ela sai ilesa. Descarregar as 6 balas do revolver e não atingir 
nenhuma na vítima se caracteriza uma tentativa incruenta. 
7.9 CRIME PUTATIVO 
Caracteriza crime putativo quando o individuo pratica uma conduta que não tipifica 
uma lei incriminadora porém seus elementos são encontrados na norma de forma 
implícita. Saber que tal ato é tacitamente ilegal mas não tem pena prevista em lei 
caracteriza uma conduta atípica. Podemos citar o não pagamento de uma nota 
promissória sem causa superior que o obrigue a pagar, caracteriza um fato atípico. 
8 DESITÊNCIA VOLUNTÁRIA 
Conforme art. 15, do CP, a desistência voluntária acontece, quando o agente 
“voluntariamente” desiste de prosseguir com a ação criminosa, contudo responderá 
pelos atos já cometidos ou praticados. É válido salientarmos que a desistência 
voluntária, acontece somente quando o indivíduo inicia o ato criminoso expresso em 
lei. 
9 ARREPENDIMENTO EFICAZ 
O arrependimento eficaz, acontece após o agente já havendo cometido o ato 
criminoso, após essa execução e ciente que não obtece êxito no ato fatal, resolve 
voltar atrás com seu ato. Um exemplo muito utilizado em artigos é no caso onde o 
individuo colocaveneno na comida da vítima e antes que o veneno produza efeito o 
individuo lhe dê o antídoto livrando assim o resultado do crime. 
 
 
10 ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Conforme crítica de Capez, todo arrependimento é posterior, pois ninguém pode se 
arrepender antes de começar a fazer alguma coisa, a expressão é, portanto 
redundante. Portando precisamos compreender que somente se dará o 
arrependimento posterior quando o agente causador do dano fizer a execução do 
crime sem que aja violência ou grave ameaça ao terceiro e havendo a restituição de 
bem ou reparação do antes que a vítima denuncie ou dê queixa para que somente 
assim ele ganhe diminuição da pena de um a dois terços. 
11 CRIME IMPOSSÍVEL 
No crime impossível o sujeito pratica a conduta que visa à prática de crime, mas 
realmente de qualquer forma o bem jurídico não está sob risco. Portanto, não há 
relevância penal, já que o bem jurídico não sofre risco. 
 A previsão legal é do artigo 17 do Código Penal. 
"Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime." 
Então podemos afirma que; crime impossível é aquele em que o objeto material por 
sua total impropriedade é inidôneo para que o ilícito se consume ou o meio de 
execução empregado pelo agente no cenário fático é absolutamente despido de 
força para produzir o efeito e o resultado almejado. 
Como conceitua também Fernando Capez, "é aquele que, pela ineficácia total do 
meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material é impossível de 
se consumar”. O crime impossível é também chamado pela doutrina de quase crime, 
tentativa inadequada ou inidônea. 
A teoria adotada pelo direito é a teoria objetiva moderada, onde exige que o meio 
empregado pelo agente e o objeto sobre o qual recai a conduta seja absolutamente 
inidôneos para produzir a finalidade e o resultado buscado. O instituto ao que se 
denomina crime impossível ou quase crime apresenta-se em três espécies: 
 Primeira espécie: Delito impossível por ineficácia absoluta do meio ocorre tal 
hipótese quando o elemento executório empregado pelo autor, pela sua 
natureza, é absolutamente incapaz de causar o resultado. 
Um exemplo clássico na doutrina de ineficácia absoluta do meio: É o sujeito, por 
erro, desejando matar a vítima mediante veneno, coloca açúcar em sua alimentação. 
 Segunda espécie: Delito impossível por impropriedade absoluta do objeto 
material; ocorre quando a conduta do agente seja potencialmente lesiva, 
inexiste a coisa ou pessoa a ser protegida. Em face disso, não havendo 
objeto material, inexiste interesse jurídico a ser tutelado, por exemplo: É o 
caso de o agente atirar em um cadáver supondo tratar-se de pessoa viva. 
Nessa hipótese, não existe imputação objetiva da conduta por inexistência de 
objeto jurídico. 
 
 Terceira espécie: Crime impossível por obra de agente provocador é quando 
alguém, vítima ou terceiro, de forma insidiosa, provoca o sujeito a cometer um 
crime, ao mesmo tempo em que toma providências para que não atinja a 
consumação, a exemplo: Um policia a paisana vai a uma boca de fuma para 
comprar drogas e no ato da negociação prende o traficante. Concluímos que 
Crime impossível não tem relevância penal. A consequência é a absolvição, 
pela atipicidade do fato. 
12 ERRO DE TIPO 
12. 1 CONCEITO 
É quando você age de forma não corretamente ao contrario que você queria 
realiza-lo de forma correta, ou seja, quando o evento que queria realiza-lo num 
local e realiza em outro nada a ver com o que realmente queria fazer. Ex: um 
elemento tenta esfaquear o seu alvo principal e atinge outro alvo que não tenha 
nada haver com o alvo que ele queria praticar, assim podemos afirmar que erro de 
tipo e quando o sujeito se confunde troca o alvo, sem a intenção de atingir o alvo 
errado, mas mesmo assim será penalizado pela imprudência e erro que cometeu. 
 
12. 2 ERRO DE TIPO ESSENCIAL 
Dá-se quando o elemento age de uma forma inocente e que não sabe que aquilo 
que praticou seja ato ilícito de forma inconsciente mais praticando um crime. Ex: 
um elemento lhe empresta o seu carro e esse carro e roubado mais que não era de 
sua ciência que era produto de furto e você o elemento e pego dentro desse carro 
andando pelas ruas, mesmo que não percebesse que estava cometendo crime. 
12.3 ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
E quando o erro e de forma que o sujeito não tem a intenção de pratica-lo e de 
forma acidental comete o ato ilícito. Ex: venho dirigindo meu carro e com muita 
atenção vou dirigindo e de repente passa um moto a minha frente e não há tempo 
de desviar, isso significa erro acidental. 
12.4 ERRO DE TIPO INCRIMINADOR 
E quando o sujeito equivocadamente comete um ato ilícito, mais se soubesse que 
esse ato que estaria praticando, traria consequência acerca do código penal, com a 
força das leis jamais cometeria o ato ilícito. 
Ex: recebo uma encomenda na minha casa por engano, só que abro a encomenda e 
não verifico se está no meu nome só depois vejo que não que estava em nome do 
meu vizinho, pratiquei um crime de violação, mias como na verdade foi um 
equivocadamente, com um sentimento e ansioso acabei cometendo o ato ilícito, pois 
se soubesse que não era em meu nome jamais teria aberto a encomenda. 
Com isso ele responderá pelo art. 151 violações de correspondência, pena, 
detenção, de um a seis meses ou multa. 
12.5 ERRO DE TIPO DESCRIMINANTE 
O descriminante ele exclui-se a antijuricidade do caso, estão previstas no art. 23 CP 
sendo eles, legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever 
legal e o exercício lugar do direito. 
Ex.: elemento A e elemento B estão em um local entre quatro paredes as portas se 
fecham e os mesmos ficam trancados e ao mesmo tempo haverá um explosão 
dentro de um determinado local da casa e com isso entra muita fumaça e no quarto 
tem um balão de oxigênio para uma pessoa , quando os dois avistam entram em luta 
corporal elemento A mata elemento B asfixiada e pega o balão de oxigênio para 
sobreviver , neste caso havia um omissão de socorro , mais o elemento A estaria 
amparado pela exclusão de antijuricidade descriminante ou seja estado de 
necessidade. 
12.6 ERRO DE TIPPO ACIDENTAL SOBRE A PESSOA 
E quando um elemento pretende ofender ou cometer um ato ilícito sobre um sujeito 
que não pretendia cometer sobre esse sujeito e sim no outro. Ex.: Sua irmã Lúcia 
entra em luta corporal com sua outra irmã Ana sendo que Lúcia está correta e a 
outra errada na situação da briga , com Tiago o irmão observando a situação resolve 
deferir um soco em Ana e acerta Lúcia a quem ele defendia comete um crime 
contra a face , com isso será levado em conta a intenção do agente, no qual iria 
cometer um crime contra uma irmã e acabou acertando a outra , irá responder pelo 
crime de lesão corporal art. 129 CP pena e detenção de 3 meses a um ano. 
REFERÊNCIAS 
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Volume 1: parte geral - 11ª Edição 
revisada e atualizada - São Paulo: Saraiva, 2007, p. 256. 
 GRECO, Rogério.Curso de Direito Penal / Rogério Greco. - 13. ed. Rio de Janeiro: 
Impetus, 2011. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal / Guilherme de Souza Nucci. - 
10.ed.rev.,atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=184&id_titulo=2603&pagina
=22 
http://robertoinfanti.com.br/?p=561

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