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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP ESCOLA DE DIREITO DISCIPLINA TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL TURMA 3º NC CRIMES: conceitos, definições, elementos e consequências Profº Oscar Samuel Brito de Oliveira Emanuel Benevides de Menezes Jailson Ferreira de Oliveira Hennedy José Evaldo de Oliveira José Mendonça da Rocha Neto Lucian Delan da Silva MOSSORÓ – RN 2015 RESUMO O presente trabalho abordará os crimes em seus referidos conceitos, como também alguns elementos e consequências inseridas em doutrinas pesquisadas. Sendo exemplificado conforme “linguagem de entendimento” com base na prévia leitura dos temas solicitados. Perceberemos as classificações de crimes em seus diferentes acontecimentos em nosso ordenamento jurídico, com isso notaremos as diferentes atribuições e consequências para os crimes cometidos em nosso país. Entretanto, perceberemos que a punibilidade de alguns crimes depende de diversas circunstâncias que, muitas das vezes poderá reduzir a punição ou até mesmo descriminar a conduta do agente. Traremos os conceitos de arrependimento e erro de tipo, condutas essas de grande importância para interpretação no Direito Penal, para que se chegue aos verdadeiros e reais fatos: consequentes nos eventos criminosas já praticados. Por fim, o objetivo desta pesquisa é compreender as bases doutrinárias, consequentemente reconhecer pilares plausíveis desses fundamentos, assimilando sua importância hoje, para a compreensão posterior na defesa e possíveis julgamentos de atos criminosos, - com isso termos discernimento na apuração e julgamento dos atos criminais perante ao Código Penal Brasileiro. 1. CRIMES Para podermos identificar se uma conduta é criminosa e consequentemente defini-la como contendo elementos que a caracterize, partiremos da análise do que é crime e dos elementos dessa conduta. O ordenamento jurídico penal brasileiro adota a teoria bipartida da infração penal, onde crimes e delitos penais são considerados sinônimos, e do outro lado, as contravenções penais; critério este contrário a de alguns países como, por exemplo, o ordenamento francês e o espanhol, que adota o critério tripartido onde os conceitos de crime, delito e contravenção penal são distintos. Por objeto de nosso estudo, iremos nos ater somente no que concerne ao crime. Podemos definir Crime com base em três pilares conceituais: conceito material, conceito formal e conceito analítico. 1.1 CONCEITO MATERIAL DE CRIME Segundo Nucci, ”É a concepção da sociedade do que deve e pode ser proibido, mediante aplicação de sanção penal. É, pois, a conduta que ofende um bem juridicamente tutelado, merecedora de pena.” (Manual de Direito Penal, Parte Geral e Especial, p. 145). Em outras palavras, é a conduta reprovada socialmente, que atenta à evolução social e que merece a aplicação de uma pena. 1.2 CONCEITO FORMAL DE CRIME Quando a conduta socialmente reprovável é incorporada ao ordenamento jurídico, pelo poder do legislador, dessa maneira, observando Nucci, “Cuida-se, na realidade, de fruto do conceito material, devidamente formalizado.” Daí temos, em nosso ordenamento, especificamente no Art. 1° da parte geral do Código Penal, exposto o principio da legalidade, “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”. Diante disso para o conceito formal, Crime é toda conduta socialmente reprovável merecedora de pena, descrita em lei. 1 2 CONCEITO ANALITICO Esse conceito, considerado o que realmente explica a definição do que é Crime é também o que mais sofre divergências doutrinárias, algumas correntes definem de forma analítica, crime, como sendo: um fato típico e antijurídico; um fato típico e culpável; um fato típico, antijurídico, culpável e punível; um fato típico, antijurídico e punível; e por ultimo, que é a corrente majoritária brasileira, o crime é um fato típico, antijurídico e culpável. Seguindo o entendimento de Greco: “segundo a maioria dos doutrinadores, para que se possa falar em crime é preciso que o agente tenha praticado uma ação típica, ilícita e culpável. Alguns autores, a exemplo de Mezger e, entre nós, Basileu Garcia, sustentam que a punibilidade também integra tal conceito, sendo o crime, pois, uma ação típica, ilícita, culpável e punível. Estamos com Juarez Tavares, que assevera que a punibilidade não faz parte do delito, sendo somente a sua conseqüência.” (Greco, Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, vol. I, p. 142) Ainda analisando os conceitos de Greco, temos na indicação qual seria a função do conceito analítico: “é a de analisar todos os elementos ou características que integram o conceito de infração penal sem que com isso se queira fragmentá-lo. 0 crime é, certamente, um todo unitário e indivisível. Ou o agente comete o delito (fato típico, ilícito e culpável), ou o fato por ele praticado será considerado um indiferente penal. 0 estudo estratificado ou analítico permite-nos, com clareza, verificar a existência ou não da infração penal; daí sua importância.” (Greco, Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, vol. I, p. 142) 2 CONDUTA Segundo Greco, “a conduta como primeiro elemento integrante do fato típico”. Concluindo ainda, ”Conduta é sinônimo de ação e de comportamento. Conduta quer dizer, ainda, ação ou comportamento humano”, Assim sendo a conduta é parte crucial para o determinante Crime, a conduta pode ser ainda definida, como: “qualquer comportamento humano comissivo (positivo) ou omissivo (negativo), podendo ser ainda dolosa (quando o agente quer ou assume o risco de produzir o resultado) ou culposa (quando o agente infringe o seu dever de cuidado, atuando com negligência, imprudência ou imperícia).” (Greco, Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, vol. I,p. 148) A conduta humana só será considerada crime se exteriorizada, ou seja, se produzir efeitos no meio social e se seus efeitos forem classificados como tal. Essa ação pode ser de forma dolosa, ou culposa, dependendo da forma em que foi efetuada. 3 CRIME DOLOSO O conceito de dolo, segundo Nucci, vai depender da doutrina adotada, que pode ser: finalista, causalista, axiológica (defendida por Miguel Reale Junior). A definição que iremos nos ater será a finalista onde, a definição de dolo consiste em “vontade consciente em realizar a conduta típica”. Em nosso Código Penal, há a seguinte definição de que é crime doloso: Art. 18, I, “doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”, assim sendo crime doloso é aquele praticado por individuo com vontade de agir e total consciência da realidade e que se adeque perfeitamente na norma incriminadora, mesmo sem conhecimento, por parte do autor, de tal vedação. O nosso Código Penal está de total acordo com a teoria finalista. 3.1 ELEMENTOS DO DOLO Os elementos constitutivos do dolo são: o elemento intelectual ou cognitivo, que é a consciência que o autor tem no momento em que comete o fato típico, o outro elemento é o elemento volitivo que consiste na vontade de agir do autor. Não existe dolo sem a ligação entre os dois elementos, pois, se não existe capacidade cognitiva do agente no momento da pratica do fato típico não há dolo e da mesma forma, se não há vontade de agir também não há dolo. 3.2 ESPÉCIES DE DOLO As espécies de dolo sãoclassificadas em dolo direto e dolo indireto. 3.2.1 DOLO DIRETO É quando o individuo em sua vontade de agir pratica o fato típico, empregando para isso, meios específicos para conseguir. O dolo direto pode ser dividido em dolo direto de primeiro grau, que é a obtenção de um resultado especifico sem promover e sem que haja, na sua execução, o dolo direto de segundo grau. Neste segundo Nucci assim o define: “também denominado de dolo de consequências necessárias, dolo necessário ou dolo mediato, é a intenção do agente, voltada a determinado resultado, efetivamente desejado, embora, na utilização dos meios para alcança-los, termine por incluir efeitos colaterais, praticamente certos. O agente não persegue os efeitos colaterais, mas tem por certa a sua ocorrência, caso se concretize o resultado almejado.” 3.2.2 DOLO INDIRETO Também chamado de dolo eventual, é considerado quando o individuo em sua vontade de agir assume o risco, mesmo sem querer, de promover a efetivação do ato ilícito e suas consequências. Um exemplo que podemos citar é, se em pratica de um homicídio o agente desfere disparos de arma de fogo contra uma vitima que está com o filho no colo, e mesmo assim assume o risco de provocar também a morte do filho, mesmo sem intenção, age contra a vitima com dolo direto e contra o filho com dolo eventual. 3.3 OUTROS TIPOS DE DOLO Temos ainda os seguintes tipos de dolo: dolo alternativo, dolo cumulativo e dolo geral.(Nucci,2014). 3.3.1 DOLO ALTERNATIVO De acordo com o a definição que nos traz Nucci, “significa querer o agente, indiferentemente, um resultado ou outro”. 3.3.2 DOLO CUMULATIVO Quando o agente na prática de um tipo penal pretende cometer outro em sequencia. Exemplo é na pratica de lesão corporal pretenda-se o homicídio. (Nucci,2014) 3.3.3 DOLO GERAL Também conhecido como erro sucessivo, trata-se de um engano nos meios de execução do ato, mas por fim tem como resultado o que se pretendia inicialmente. Um exemplo característico é quando na tentativa de homicídio o autor imaginando a vitima estar morta, por ter-lhe desferido pauladas, e tentando se livrar de provas joga a vítima no rio e esta morre por afogamento, a intenção inicial foi conseguida, o dolo existiu desde o inicio da ação, mas os meios pelo qual se consegue o resultado foram diversos do inicial. (Nucci,2014) 4 CRIME CULPOSO Segundo Greco, apenas duas formas de conduta humana interessa ao Direito Penal, que são: conduta dolosa e culposa. “o agente atua dolosamente, querendo ou assumindo o risco de produzir o resultado, ou, culposamente, dá causa a esse mesmo resultado, agindo com imprudência, imperícia ou negligência. Dessa forma, somente podemos falarem conduta dolosa ou culposa.” (Greco, Rogerio, Curso de Direito Penal, Parte Geral, vol. I, p. 195) No nosso ordenamento, encontramos no Código Penal a definição de Crime culposo no Art. 18: “II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” Observando o conceito de Nucci, sobre culpa, temos: “ É o comportamento voluntario desatencioso, voltado a um determinado objetivo, lícito ou ilícito, embora produza resultado ilícito, não desejado, mas previsível, que podia ter sido evitado”. Existem duas modalidades de culpa (Nucci,2014), uma é a culpa por excelência, que é aquela situação em que o agente não tem como prevê o resultado, mas uma vaga possibilidade de prevê-lo. A outra modalidade de culpa é a “culpa com previsão”, situação aquela em que o agente prevê que sua ação pode causar um dano, mas acredita que não acontecerá porque confia na sua capacidade de evitar. 4.1 ELEMENTOS DA CULPA 4.1.1 CONCENTRAÇÃO NA ANÁLISE DA CONDUTA VOLUNTÁRIA DO AGENTE Essa concentração na análise da conduta, quer dizer que para se determinar se o ato é de natureza culposa, a análise do comportamento é mais importante do que a análise do resultado, ou seja, a análise dos meios empregados pelo agente para conseguir o resultado.(Nucci,2014) 4.1.2 AUSÊNCIA NO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO Expresso também como “inobservância de um dever objetivo de cuidado”(Greco,2011). O ser humano em sua vida social, não pode mais fazer o que bem entender. Não está mais em um estado de natureza e sim numa condição totalmente regida por normas e acordos, se o homem voltasse a se comportar como no principio, sem a observância desses acordos sociais, isto causaria um total desequilíbrio e consequentemente o fim da organização social que conhecemos. Nem todas as normas de comportamento social estão escritas, mas o nosso próprio senso de perigo, de proteção, nos ajuda a manter esse equilíbrio social, evitando assim comportamentos que mesmo sem intenção, mas por falta de cuidado, possa provocar algum dano que, pelo qual, hoje, possamos ser responsabilizados. 4.1.3 Resultado danoso involuntário Esse elemento deve ser observado na caracterização de um crime culposo, na ordem em que o agente praticou uma ação danosa, mas de forma alguma tinha essa intenção, o ato ocorreu de forma totalmente alheia ao seu querer. 4.1.4 NEXO DE CAUSALIDADE É a relação entre a ação, descuidada, e os resultados danosos provocados por essa ação, não pretendidos pelo agente. 4.1.5 PREVISIBILIDADE É a possibilidade de se antecipar, antever um resultado provável. Na condição em que seja impossível essa possibilidade é afastada a culpa, pois não tem como a uma pessoa normal ser exigida uma atenção fora do comum. Segundo Nucci, a melhor forma para se analisar a previsibilidade em um caso concreto, é o critério “objetivo- subjetivo”, consiste na verificação se na média da população, através da diligência e da perspicácia, teria capacidade de prever o resultado, e se faz relação com a capacidade do agente.(Nucci,2014) 4.1.6 TIPICIDADE É quando a conduta considerada culposa deve estar presente na norma, ou seja, o tipo penal deve estar explicito no ordenamento jurídico, para que, em caso concreto o crime seja considerado culposo. 4.2 ESPÉCIES DE CULPA A culpa é dividida no Art. 18, II, do CP, em: Imprudência é a forma ativa de culpa, segundo Nucci. E uma ação praticada de forma precipitada, perigosa, descuidada e sem moderação. Um exemplo dessa conduta é quando no transito, o motorista desprende velocidade, superior, incompatível à via, pondo em risco sua vida e a vida de outros. Negligência é quando no caso de descuido ou desatenção, omissão, na forma de agir, deveria se proceder ao contrário, um exemplo no caso concreto seria, por esquecimento, se deixa uma criança exposta ao contato de produtos químicos de limpeza. Imperícia nessa espécie de culpa, o agente pratica ato lesivo por desconhecer, ser inapto ou insuficientemente capacitado à execução de uma determinada tarefa, ou profissão. Se um operador de máquinas resolve manusear um equipamento novo, pelo qual não passou por treinamento e provoca um acidente, esta situação foi caracterizada pela falta de conhecimento específico, logo, imperícia do operador. 5 CRIMES AGRAVADOS PELO RESULTADO Em síntese, “é o delito que possui um fato base, definido e sancionado como crime, mas que também acarreta um outro resultado, inicialmente não desejado, que agrava o primeiro, proporcionando a aplicação de pena mais severa”. (Nucci,2014) 5.1 CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO X CRIMES PRETERDOLOSO Por muito tempo eram consideradossinônimos, os crimes qualificados pelo resultado e os delitos preterdolosos, os crimes qualificados pelo resultado, são infrações penais que ocorrem, conforme o caso concreto, em duas etapas, levando- se em consideração o dolo e a culpa na execução das etapas do crime. Com dolo na antecedente e dolo na consequente, com dolo na antecedente e culpa na consequente, com culpa na antecedente e culpa na consequente. O crime preterdoloso faz parte do crime qualificado, mas tão somente na definição de dolo na fase antecedente e culpa na consequente, fazendo necessário que o bem jurídico protegido seja o mesmo nas duas fases de execução do crime. 5.2 CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO a) Crimes com dolo na conduta antecedente e na consequente b) Crime com culpa na conduta antecedente e na consequente c) Crime com culpa na conduta antecedente e dolo na consequente d) Crime com dolo na conduta antecedente e culpa na consequente Este tipo de crime também se equipara aos crimes preterdolosos, segundo a doutrina, se o bem jurídico tutelado for o mesmo nas duas fases de execução do crime. 6. CONSUMAÇÃO DO CRIME Observando o artigo 14, I do código penal, percebemos a descrição de um crime consumado: Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Ora, veja bem. O crime para ser consumado, basta que a conduta do individuo coincida com um tipo penal descrito no código penal. Ex: Matar alguém. Artigo 121 Descreve uma conduta, portanto a constatação da morte de alguém, seja com dolo ou culposa, tipifica a consumação do crime. Podemos assim concluir que de regra a consumação de um crime se dará quando a conduta de um indivíduo tipificar e confirmar por assim dizer a abstração da previsão de uma lei incriminadora. A consumação do Crime onde há dolo dar-se-á quando houver as seguintes características embutidas na conduta: Cogitação, ato preparatório, execução e por fim a consumação. Cogitação é a parte onde o individuo planeja o crime a ser praticado. (É importante observar que a cogitação não se incrimina no código penal a não ser quando ela vem a ser expressa publicamente em forma de ameaça, Art. 147 ou por incitar o crime no Art. 286 ou até mesmo por formação de bando ou de quadrilha previsto no Art. 288) Ato preparatório é o momento que se faz útil ou necessário para haver a execução do crime. Vale ressaltar que nem sempre o ato preparatório vai ganhar relevância penal. Execução é a parte onde o individuo atua em ação tipificando uma lei incriminadora, ou seja, é o ataque ao bem jurídico de outrem. Consumação é o resultado da ação. Diferente do crime doloso, o culposo não é dotado de cogitação por ser uma ação digamos que involuntária e que sua consumação acontecerá quando houver um resultado típico penal. Ex: Num homicídio culposo a consumação será observada com a morte da vítima. Também existe a possibilidade na não ação de alguém ocasionar a consumação de um crime, é o que veremos logo a seguir acerca dos crimes por omissão. Quanto aos crimes por omissão, podemos dividi-los em dois: Omissivos próprios, é quando o individuo deixar de fazer algo que pudesse ajudar a um terceiro em determinada situação. Um exemplo muito usado é a omissão de socorro previsto no artigo 135 que diz: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. O fato de não agir já configura a consumação do crime. Omissivos impróprios, quanto à omissão imprópria, entende-se quanto o individuo está revestido de poder jurídico para que o resultado do crime não aconteça e ainda assim o crime acontece, estamos falando a omissão imprópria. Um exemplo claro é um segurança que foi contratado para vigiar, proteger determinado bem e num lapso de tempo esse segurança veio a dormir ocorrendo o crime do furto exatamente do bem no qual ele estava sendo pago para resguardar, proteger. Dentre vários exemplos podemos destacar o de uma babá que foi contratada para cuidar de uma criança enquanto seus pais trabalham, e ao assistir o capitulo final da novela a babá não percebe que a criança caiu dentro da piscina e veio a morrer. Nesses dois casos configura-se a consumação do crime com a particularidade da omissão imprópria respaldada no artigo 13 do CP no seu segundo inciso. Podemos assim definir que a consumação se dará quando uma conduta se encaixar perfeitamente em uma lei incriminadora. 7. TENTATIVA A tentativa não deixa de ser crime, pois o individuo agiu de forma voluntária e por isso adquire dolo em sua conduta tendo ela um resultado diferenciado do esperado. É importante ressaltar que a justiça brasileira adota em regra o critério objetivo na conduta do sujeito entendendo assim que a tentativa não pode sofrer as mesmas punições se caso a consumação do crime fosse diferente da intenção inicial. Podemos caracterizar as tentativas em: 7.1 PERFEITA OU CRIME FALHO É quando o resultado “ideal” não é atingido mesmo que todos os passos de execução tenham sido feitos. Ex: Depois de ter sofrido alguns disparos de arma de fogo o individuo é socorrido por médicos e consegue sobreviver. 7.2 IMPERFEITA A tentativa imperfeita dar-se-á quando o agente ativo é impedido no meio da execução. EX: No momento em que o individuo está roubando uma moto e por coincidência é surpreendido pela policia. 7.3 IDÔNEA Uma tentativa idônea é representada na não consumação do crime ainda que o desejo do sujeito seja cometê-lo. Exemplo muito utilizado é o de tentar envenenar alguém, as em vez de colocar o veneno na comida o individuo coloca sal. 7.4 INIDÔNEA OU INADEQUADA É quando o meio utilizado para causar o dano à vítima é absolutamente ineficaz. Como por exemplo: Tentar matar alguém com um palito de dente. Conhecida como crime impossível. 7.5 CRUENTA É quando a ação do sujeito atinge a vitima mais ainda assim não lhe causa o dano relativo para que seja caracterizado crime. Jogar uma pedra num avião na tentativa de matar alguém que está lá dentro. 7.8 INCRUENTA Acontece à tentativa incruenta quando o sujeito tenta de todas as formas atingir a vítima e ainda assim ela sai ilesa. Descarregar as 6 balas do revolver e não atingir nenhuma na vítima se caracteriza uma tentativa incruenta. 7.9 CRIME PUTATIVO Caracteriza crime putativo quando o individuo pratica uma conduta que não tipifica uma lei incriminadora porém seus elementos são encontrados na norma de forma implícita. Saber que tal ato é tacitamente ilegal mas não tem pena prevista em lei caracteriza uma conduta atípica. Podemos citar o não pagamento de uma nota promissória sem causa superior que o obrigue a pagar, caracteriza um fato atípico. 8 DESITÊNCIA VOLUNTÁRIA Conforme art. 15, do CP, a desistência voluntária acontece, quando o agente “voluntariamente” desiste de prosseguir com a ação criminosa, contudo responderá pelos atos já cometidos ou praticados. É válido salientarmos que a desistência voluntária, acontece somente quando o indivíduo inicia o ato criminoso expresso em lei. 9 ARREPENDIMENTO EFICAZ O arrependimento eficaz, acontece após o agente já havendo cometido o ato criminoso, após essa execução e ciente que não obtece êxito no ato fatal, resolve voltar atrás com seu ato. Um exemplo muito utilizado em artigos é no caso onde o individuo colocaveneno na comida da vítima e antes que o veneno produza efeito o individuo lhe dê o antídoto livrando assim o resultado do crime. 10 ARREPENDIMENTO POSTERIOR Conforme crítica de Capez, todo arrependimento é posterior, pois ninguém pode se arrepender antes de começar a fazer alguma coisa, a expressão é, portanto redundante. Portando precisamos compreender que somente se dará o arrependimento posterior quando o agente causador do dano fizer a execução do crime sem que aja violência ou grave ameaça ao terceiro e havendo a restituição de bem ou reparação do antes que a vítima denuncie ou dê queixa para que somente assim ele ganhe diminuição da pena de um a dois terços. 11 CRIME IMPOSSÍVEL No crime impossível o sujeito pratica a conduta que visa à prática de crime, mas realmente de qualquer forma o bem jurídico não está sob risco. Portanto, não há relevância penal, já que o bem jurídico não sofre risco. A previsão legal é do artigo 17 do Código Penal. "Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime." Então podemos afirma que; crime impossível é aquele em que o objeto material por sua total impropriedade é inidôneo para que o ilícito se consume ou o meio de execução empregado pelo agente no cenário fático é absolutamente despido de força para produzir o efeito e o resultado almejado. Como conceitua também Fernando Capez, "é aquele que, pela ineficácia total do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material é impossível de se consumar”. O crime impossível é também chamado pela doutrina de quase crime, tentativa inadequada ou inidônea. A teoria adotada pelo direito é a teoria objetiva moderada, onde exige que o meio empregado pelo agente e o objeto sobre o qual recai a conduta seja absolutamente inidôneos para produzir a finalidade e o resultado buscado. O instituto ao que se denomina crime impossível ou quase crime apresenta-se em três espécies: Primeira espécie: Delito impossível por ineficácia absoluta do meio ocorre tal hipótese quando o elemento executório empregado pelo autor, pela sua natureza, é absolutamente incapaz de causar o resultado. Um exemplo clássico na doutrina de ineficácia absoluta do meio: É o sujeito, por erro, desejando matar a vítima mediante veneno, coloca açúcar em sua alimentação. Segunda espécie: Delito impossível por impropriedade absoluta do objeto material; ocorre quando a conduta do agente seja potencialmente lesiva, inexiste a coisa ou pessoa a ser protegida. Em face disso, não havendo objeto material, inexiste interesse jurídico a ser tutelado, por exemplo: É o caso de o agente atirar em um cadáver supondo tratar-se de pessoa viva. Nessa hipótese, não existe imputação objetiva da conduta por inexistência de objeto jurídico. Terceira espécie: Crime impossível por obra de agente provocador é quando alguém, vítima ou terceiro, de forma insidiosa, provoca o sujeito a cometer um crime, ao mesmo tempo em que toma providências para que não atinja a consumação, a exemplo: Um policia a paisana vai a uma boca de fuma para comprar drogas e no ato da negociação prende o traficante. Concluímos que Crime impossível não tem relevância penal. A consequência é a absolvição, pela atipicidade do fato. 12 ERRO DE TIPO 12. 1 CONCEITO É quando você age de forma não corretamente ao contrario que você queria realiza-lo de forma correta, ou seja, quando o evento que queria realiza-lo num local e realiza em outro nada a ver com o que realmente queria fazer. Ex: um elemento tenta esfaquear o seu alvo principal e atinge outro alvo que não tenha nada haver com o alvo que ele queria praticar, assim podemos afirmar que erro de tipo e quando o sujeito se confunde troca o alvo, sem a intenção de atingir o alvo errado, mas mesmo assim será penalizado pela imprudência e erro que cometeu. 12. 2 ERRO DE TIPO ESSENCIAL Dá-se quando o elemento age de uma forma inocente e que não sabe que aquilo que praticou seja ato ilícito de forma inconsciente mais praticando um crime. Ex: um elemento lhe empresta o seu carro e esse carro e roubado mais que não era de sua ciência que era produto de furto e você o elemento e pego dentro desse carro andando pelas ruas, mesmo que não percebesse que estava cometendo crime. 12.3 ERRO DE TIPO ACIDENTAL E quando o erro e de forma que o sujeito não tem a intenção de pratica-lo e de forma acidental comete o ato ilícito. Ex: venho dirigindo meu carro e com muita atenção vou dirigindo e de repente passa um moto a minha frente e não há tempo de desviar, isso significa erro acidental. 12.4 ERRO DE TIPO INCRIMINADOR E quando o sujeito equivocadamente comete um ato ilícito, mais se soubesse que esse ato que estaria praticando, traria consequência acerca do código penal, com a força das leis jamais cometeria o ato ilícito. Ex: recebo uma encomenda na minha casa por engano, só que abro a encomenda e não verifico se está no meu nome só depois vejo que não que estava em nome do meu vizinho, pratiquei um crime de violação, mias como na verdade foi um equivocadamente, com um sentimento e ansioso acabei cometendo o ato ilícito, pois se soubesse que não era em meu nome jamais teria aberto a encomenda. Com isso ele responderá pelo art. 151 violações de correspondência, pena, detenção, de um a seis meses ou multa. 12.5 ERRO DE TIPO DESCRIMINANTE O descriminante ele exclui-se a antijuricidade do caso, estão previstas no art. 23 CP sendo eles, legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e o exercício lugar do direito. Ex.: elemento A e elemento B estão em um local entre quatro paredes as portas se fecham e os mesmos ficam trancados e ao mesmo tempo haverá um explosão dentro de um determinado local da casa e com isso entra muita fumaça e no quarto tem um balão de oxigênio para uma pessoa , quando os dois avistam entram em luta corporal elemento A mata elemento B asfixiada e pega o balão de oxigênio para sobreviver , neste caso havia um omissão de socorro , mais o elemento A estaria amparado pela exclusão de antijuricidade descriminante ou seja estado de necessidade. 12.6 ERRO DE TIPPO ACIDENTAL SOBRE A PESSOA E quando um elemento pretende ofender ou cometer um ato ilícito sobre um sujeito que não pretendia cometer sobre esse sujeito e sim no outro. Ex.: Sua irmã Lúcia entra em luta corporal com sua outra irmã Ana sendo que Lúcia está correta e a outra errada na situação da briga , com Tiago o irmão observando a situação resolve deferir um soco em Ana e acerta Lúcia a quem ele defendia comete um crime contra a face , com isso será levado em conta a intenção do agente, no qual iria cometer um crime contra uma irmã e acabou acertando a outra , irá responder pelo crime de lesão corporal art. 129 CP pena e detenção de 3 meses a um ano. REFERÊNCIAS CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Volume 1: parte geral - 11ª Edição revisada e atualizada - São Paulo: Saraiva, 2007, p. 256. GRECO, Rogério.Curso de Direito Penal / Rogério Greco. - 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal / Guilherme de Souza Nucci. - 10.ed.rev.,atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014. http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=184&id_titulo=2603&pagina =22 http://robertoinfanti.com.br/?p=561
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