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Direito Penal 1 - Parte Geral (resumo completo)

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Keyla Moreira - Instituto Federal do Paraná
Tratado de Direito Penal – Cezar Roberto Bitencourt – Parte Geral 1 20ª Edição
Curso de Direito Penal Parte Geral – 13ª Edi. Rogério Greco.
Disciplina: Direito Penal – Parte Geral
28 de fevereiro de 2014
Dividido em Parte Geral e Parte Especial
Indicação de Leitura: O PROCESSO – Franz Kafka
Indicação de Filmes: Estação Carandirú – Hotel Ruanda – Risco Duplo – O Caso dos Irmãos Naves.
1 – Direito Penal ou Direito Criminal?
- 1830 Código Criminal (Este foi o primeiro), mas depois passou a ser chamado Direito Penal.
Código Penal: Conjunto de Normas condensadas num único diploma legal que visam tanto definir crimes, proibindo ou impondo condutas sob a ameaça de sansão para os imputáveis e medida de segurança para os inimputáveis.
Prof. Basileu Garcia (especialista na área) Ele critica a Expressão Direito Penal, para ele deveria ser Direito Criminal (advogado Criminalista)
2 – Considerações Introdutórias.
(primeira aula introduzir aqui) – 
O Crime acontece praticamente em todas as sociedades. É um fenômeno Social no mundo todo.
O Sociologo DURKEIN fala do Crime como um Fato Social, não privilégio apenas de uma estrutura Social.
É necessário estabelecer regras de convivência social, criar sansões, mais no sentido de desencorajar determinados atos.
Porque que matar alguém e crime? Porque valorizamos a vida!
Porque que roubar é crime? Porque valorizamos a propriedade.
A Parte Especial do nosso código que estabelece o crime é de 1940, a Geral é de 1984.
O que muda com o passar do tempo é a forma de interpretação da sociedade. O Direito esta sempre em movimento. (ex. Placa proibido usar Biquini).
3 – Conceito de Direito Penal.
Aspecto Formal: conjunto de normas; que qualifica certos comportamentos.
Aspecto Sociológica: Instrumento de Controle Social. (visa desencorajar determinadas condutas).
4 – Caracteres do Direito Penal.
- Regula a relação dos indivíduos entre si e com a sociedade; (é por isso que se bate muito na tecla da Educação). Pesquisa diz que grande parte dos presidiários não chegaram a concluir o ensino médio. Durkein fala que a Escola ensina a conviver em sociedade. Quando falta na base que é a família, então a escola tenta suprir esta falta.
- Direito de Punir – ius puniendi. É o Direito de Punir, este direito é do Estado. (só o Estado pode exercer esse direito, de punir, estabelecer penas, sansões...). Este direito é limitado. Mas tem uma excessão, onde as pessoas podem exercer esse Direito: Tribos Indigenas, no Lei 6001/73 Art. 57. As Tribos Indigenas podem aplicar determinadas sansões, desde que não firam os princípios da dignidade da pessoa humana. 
- Escala de Valores: Estabelece-se valores em uma determinada Sociedade, por exemplo, o Direito a Vida.
- A Sansão. Falando a questão preventiva, o Estado aplica a sansão. Magalhães Neto diz que o Direito Penal é ciência cultura, normativa, valorativa e finalista.
- Pena: A Pena no Direito Penal é considerada um instrumento de Coerção. De Punição.
- Utiliza-se Critério Político Para Seleção dos Bens a serem tutelados pelo Direito Penal.
- Movimento: A lei muda constantemente. (ex. Adulterio)
Conforme Gunther Jakobs diz que o Direito Penal visa proteger a Norma e todo o Sistema Jurídico. 
5 – Funcionalismo.
Ele visa apresentar o Direito Penal como uma função social. E esta função social, qual Seria?
 - Funcionalismo Racional ou Teleológico: (Claus Roxin) O Direito Penal exerce função social, mas a missão dele é assegurar bens que são jurídicamente relevantes para a Sociedade. Ele admite princípios que não estejam escritos, positivados. Dentre eles, o principio da Insignificância. Roxin diz que a função primordial do direito penal é possibilitar o adequado funcionamento da sociedade. Isso é mais importante do que seguir à risca a letra da lei. 
- Funcionalismo Sistêmico: (Jakobs). Para ele o que importa é a proteção da Norma. A função do Direito Penal, é resguardar o Sistema. Ele não admite aplicação de princípios não escritos.
6 – Direito Penal comum e Direito Penal Especial.
Direito Penal Parte Especial – Esta se referindo aos crimes tipificados no ordenamento. A partir do Art 121.
Legislação Penal Especial – São as extravagantes, não se encontram no corpo do código. (drogas, etc.).
Conforme Bitencourt:
Direito Especial: Direito Penal Militar e Direito Penal Eleitoral. É aquele praticada por um cidadão diferenciado, por estar incluso em uma classe diferente. A competência para julgar é de um tribunal especial. Ex: Roubo praticado por policial militar, competência do tribunal militar.
Direito Comum: É o restante... É aquele dirigido a todos os cidadãos, a competência para julgar é da justiça comum. Ex: Roubo praticado por cidadão comum.
Mas alguns autores não admitem que o Direito Penal Eleitoral, não pertenceria ao Direito Penal Especial. Mas isso é Minoritario. 
7 – Direito Penal Objetivo e Direito Penal Subjetivo.
Eles são pressupostos um do outro (complementam). Direito Penal Objetivo é conjunto de normas vigentes impostas pelo Estado. Direito Penal Subjetivo é o Direito de Punir do Estado, este direito não é ilimitado, é o caso das prescrições, territorialidade, pela dignidade da pessoa humana e pela humanização das penas. 
Direito Penal Objetivo é um conjunto de normas penais positivadas pelo Estado, da qual impõe normas de conduta para uma sociedade, sob pena de sanções ou medidas de segurança caso contrarie estas normas. 
Direito Penal Subjetivo é o poder que o Estado tem de aplicar e punir sobre o agente do fato típico. Denominado comumente de ius puniendi, da qual não se limita apenas, a aplicação das normas mas também, a criação das mesmas. Somente o Estado tem o poder executar as normas penais, cabendo ao cidadão apenas o ius accusationis (pedir a punição do agressor das normas).
8 – Direito Penal Substantivo e Direito Penal Adjetivo.
Já esta superada! 
9 – Códigos Penais no Brasil.
 1830 – Codigo Criminal do Império
1890 – Código Penal dos Estados Unidos do Brasil
1940 – Código Penal – Decreto Lei 2848/40
1969 – Código Penal – Revogado sem entrar em vigor.
1984 – Lei 7209/84 – revogou a parte geral.
10 – Modelo Penal Garantista: (Luigi Ferrajoli). Juizes Garantistas são mais pró reu.
- Não há pena sem crime – nulla poena sinei crimine
- Não Há crime sem Lei: - nullum criminem sine lege
- Não há Lei sem Necessidade: nulla les (poenalis) sine necessitate
- Não Há necessidade sem ofender a bem jurídico; nulla necessitate sine injuria - O Direito Penal tutela apenas os Bens Juridicos relevantes. (vida, liberdade, patrimônio...)
- Não Há ofensa a bem jurídicos sem conduta; nulla injuria sine actione
- Não há conduta sem culpabilidade; nulla actio sine culpa
- Não há culpabilidade sem o devido processo legal. Nulla culpa sine judicio
- Não há devido processo legal sem acusação; nullum judicium sine accusatione
- Não há acusação sem provas; nulla acusatio sine probatione – ONUS DA PROVA
- Não há provas sem a defesa. Nulla probatio sine defensione – PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA
Estes princípios constam no Livro do Rogério Greco.
11 – Funções do Direito Penal em um Estado Democrático de Direito.
A Principal Função: Proteção de bens jurídicos fundamentais.
Importante Autor – Welzel. Ele diz qual o principal objetivo do Direito Penal. Tem como objetivo a proteção dos valores éticos sociais da ordem jurídica. O Estado não pode, a não ser que seja um Estado totalitário, invadir a esfera individual do cidadão.
12 – Privatização do Direito Penal.
Expressão utilizada por alguns autores, para definir uma tendência. Um movimento de valorização da vítima. (após a II Guerra Mundial). A possibilidade de uma composição cível, (conciliação).
07 de Março
 - Ciência do Direito Penal, Política Criminal e Criminologia. 
Ciência do Direito Penal: Visa desenvolver um sistema a fim de interpretar e aplicar o Direito Penal. Trata-se de um conjunto de conhecimentos ordenados metodicamente. (O direito penal não é apenas sansão e crimes,mas como a lei pode ser aplicada, como deixar de ser aplicada, ela prevê várias formas de exteriorização do Direito Penal).
Política Criminal: Análise crítica e meta-jurídica (para além de) do Direito Posto. Baseia-se em considerações filosóficas, sociológicas, políticas e de oportunidade. (no STF muitas das decisões tem influência Política, qual o impacto que vai ter). A Função primordial do Direito é a pacificação social, e por isso todas as decisões precisam ser analisadas politicamente.
Por que no Brasil é adotado a idade maior de 18 Anos? É questão de Política Criminal.
Criminologia: Ciência empírica de cunho interdisciplinar que estuda o fenômeno criminal. Ocupa-se das questões relacionadas ao surgimento, prática, maneira de evitar o crime, assim como do tratamento do criminoso.
Direito Penal e Outros Ramos do Ordenamento Jurídico. (Luis Régis Prado)
Direito Penal e Direito Constitucional: Todo ordenamento jurídico penal é fundamentado em princípios dispostos na Constituição Federal. (todos temos direito a defesa). A Constituição é marco fundante de todo o ordenamento jurídico. Irradia sua força normativa para todos os setores do direito. O bem jurídico penal tem o texto constitucional como base de suas raízes materiais. (Ex. principio da legalidade; da reserva legal; da irretroatividade da lei penal; da individualização das penas; da vedação da pena de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados ou de qualquer outra de natureza cruel – chamados de principio da humanidade das penas). Ainda a competência para legislar em matéria penal esta definido na Constituição Federal.
Problema: O Código Penal é Anterior a Constituição Federal. 
Direito Penal e Direito Administrativo: Dentre muitas funções da Administração Pública, ressalta-se a sancionatória, de punição ou de polícia. As sansões administrativas não tem natureza de pena. As penas e as medidas de segurança se diferenciam das demais sansões porque tem como pressuposto essencial a realização de um crime ou contravenção. Delito é diferente de Ilícito Administrativo. Entre eles existem diferenças de grau, nunca de essência. (A gravidade do fato que pauta o legislador).
Direito Penal e Direito Processual Penal: (A todo momento o Direito Penal se serve do Processo Penal) – É tão somente através do Processo Penal que se pode dar aplicação prática ao Direito Penal. É ele o seu único instrumento de execução para os casos concreto. O Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal.
Direito Penal e Direito Privado. O Direito Penal contribui com o Direito Civil ao tratar das indenizações civis ex delicto (pelo delito); ao tutelar o direito de posse e propriedade. Ao sancionar o furto, o roubo e apropriação indébita por exemplo. 
Síntese Histórica do Pensamento Jurídico Penal.
- No principio era crime tudo o que atentava contra os deuses. Era confuso, o que era crime e o que era religioso. O Direito Penal passou por várias fases. A história do Direito Penal reflete o Estado Social e as idéias que o caracterizam.
Primeira Época: Crime é atentado aos deuses. (punir para evitar a ira dos deuses);
Segunda Época: Crime é agressão de uma tribo contra a outra.
Terceira Época: Crime é a transgressão da Ordem Jurídica e a pena é a reação do Estado contra a vontade individual oposta a sua.
Direito Penal Romano: 
(Eles começaram a tirar a visão mística do Direito). Ele deu um caráter público para a pena. Pater Familias. A Primeira legislação escrita é a Lei das XII tábuas, Sec. V aC. Outra contribuição é dividiu o Direito Público e o Direito Privado. A Noção de Tentativa, Noção imputabilidade (capacidade para ser aplicada a pena), A imputação da vontade, legítima defesa, noções de dolo e culpa, caso furtuíto, sanidade mental/insanidade mental, menor idade.
Direito Penal Germânico:
O Direito era dividido em vários reinos, e tinha como principal função era a de pacificação. Começa a noção de composição (acordos), ou seja a pacificação social, suprimindo a vingança privada. Para o Direito Germânico não havia a noção de tentativa, (Eles não abordam o aspecto subjetivo, qual era a intenção do individuo).
Direito Penal Canônico:
Nasce a noção de humanização das penas. Aplicar a pena com sentido de arrependimento. A pena de morte não permitira este arrependimento. A Individualização da Pena (antes a família toda era condenada). O aspecto SUBJETIVO não era desconsiderado, qual era a intenção da pessoa ao praticar determinado delito. Influenciou para a penetração do Direito no Ocidente.
Direito Penal Comum:
É uma junção dos direitos Canônico, Germânico, Romano e dos direitos nacionais. Aqui nasce a noção da importância da Lei.
Período Humanitário e Movimento Codificador: 
É uma fase iluminista, menor idade e maior idade do homem, emancipação do pensamento. Pensador Kant. Livre é somente aquele que tem autonomia, e para ter autonomia é preciso pensar por conta própria.
(BITENCOURT)
==================// =================
4.0 FONTES DO Direito Penal 
(De onde vem o Direito Penal)
Fonte de Produção (Material); Quem pode legislar em matéria penal no Brasil: UNIÃO. Art. 22 Constituição Federal .
Fonte de Conhecimento:
Imediata: Lei
Mediatas: Costumes/Jurisprudencias/Principios
Fontes – Nova visão de Luis Flávio Gomes
- Direito Penal Não Incriminador (Luis Flávio Gomes) – São normas que favorecem o réu.
Material – (Produção)
Direito Penal Internacional
Direito Penal Interno.
Formais:
Imediatas
Constituição e Seus Princípios;
Direito Internacional dos Direitos Humanos e seus Princípios;
Direito Internacional dos Direitos não humanos e seus princípios;
Legislação Ordinária. (leis)
Mediatas
Doutrina / Jurisprudências.
Informais:
Costumes
Fato Típico: O fato típico é iniciado por uma conduta humana que é produtora de um resultado naturalístico, aqui há um elo que liga a conduta do agente ao resultado (nexo causal), e por fim, que esta conduta se enquadra perfeitamente ao modelo abstrato de lei penal (tipicidade). Portanto o fato típico é composto de: 
conduta, (Doloso ou culposa – comissiva ou ofensiva)
resultado, 
nexo causal, (entre a conduta e o resultado)
e tipicidade. (formal e conglobante).
Exemplificando: Sujeito A intencionalmente desfere golpes de faca (conduta) em B que vem a falecer (resultado naturalístico), em virtude da conduta de A, a qual se amolda perfeitamente ao modelo em lei art. 121 do Código Penal (tipicidade). O nexo causal ou relação de causalidade é o elo que liga a conduta do agente com o resultado produzido, e, portanto o resultado será imputado ao agente que lhe deu causa, logo A responderá pelo resultado (morte de B).
- Direito Penal Incriminador:
Somente a lei é considerada como fonte. A Constituição Federal diz que não há crime sem lei anterior que o defina.
Quem Produz o Direito Penal? No Brasil exclusivamente a UNIÃO (Constituição Federal Art. 22). Os Estados membros não podem legislar sobre Direito Penal, com exceção de uma Lei Complementar autorizar o Estado para tanto, sobre uma questão específica. Ex. Questão ambiental, questão local.
De que maneira o Direito Penal se exterioriza? No âmbito interno o Direito Penal Incriminador se exterioriza através de Lei Ordinária ou Lei Complementar somente. No âmbito Internacional, através dos tratados.
14/03/14
PRINCIPIOS DO Direito Penal.
1. PRINCIPIO DA LEGALIDADE:
Qual a diferença entre o principio da legalidade e o principio da reserva legal? Legalidade é Geral. Todos os nossos atos são regidos por lei. Reserva Legal: Algumas matérias que a Constituição Federal prevê só podem ser reguladas em Lei Ordinária ou Lei Complementar. Ex. Criar um crime. Aqui esta a garantia da intervenção do Parlamento. Nenhuma outra lei. 
Paulo Bonavides (BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 112) diz:
O Principio da legalidade nasceu do anseio de estabelecer na sociedade humana regras permanentes e válidas, que fossem obras da razão, e pudessemabrigar os indivíduos de uma conduta arbitrária e imprevisível da parte dos governantes. Tinha-se em vista alcançar um estado geral de confiança e certeza na ação dos titulares do poder, evitando-se assim a dúvida, a intranquilidade, a desconfiança e a suspeição, tão usuais onde o poder é absoluto, onde o governo se acha dotado de uma vontade pessoal soberana ou se reputa legibus solutus e onde, enfim, as regras de convivência não foram previamente elaboradas nem reconhecidas.
Cesar Roberto Bitencourt (BITENCOURT, pg. 51) diz:
A adoção expressão expressa desses princípios significa que o nosso ordenamento jurídico cumpre com a exigência de segurança jurídica postulada pelos iluministas. Além disso, para aquelas sociedades que, a exemplo da brasileira, estão organizadas por meio de um sistema político democrático, o princípio da legalidade e da reserva legal representam a garantia política de que nenhuma pessoa poderá ser submetida ao poder punitivo estatal, se não com base em leis formais que sejam fruto do consenso democrático.
O Principio da Legalidade esta no Código Penal Art.1º 
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Medida Provisória pode criar crime, medida de segurança ou pena? NÃO. Constituição Federal Art. 62.
Constituição Federal Art. 62 Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetêlas de imediato ao Congresso Nacional.
Princípio da Insignificância: Conforme BITENCOURT, a insignificância de determinada conduta deve ser aferida não apenas em relação a importância do bem jurídico atingido, mas especialmente em relação ao grau de sua intensidade. Para aplica o principio da Insignificância faz-se necessário observar certos vetores: 
	- Mínima Ofensividade da Conduta do Agente;
	- Nenhuma periculosidade social da ação;
	- O Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
	- A Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Principio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos: O Direito Penal serve para proteger Bens Jurídicos Relevantes. Existem bens que são tocados como a vida. Art. 121 do Código Penal. 
O que são Bens Jurídicos? São os essenciais ou são relevantes para o indivíduo ou para a coletividade. São os Bens Existenciais. (meio ambiente, vida, patrimônio dentre outros). Deve ser levado em conta o interesse do ser humano no bem. Onde o direito toca, vira bem jurídico.
O são Bens Jurídicos Penais? São aqueles tocados pelo Direito Penal.
Quais são as funções dos bens jurídicos? 
Fundamentadora do Crime - Não há crime sem bem
Função Sistemática – é pelo bem jurídico que o Código Penal está dividido.
Função Processual – conforme o bem jurídico se determina a competência.
Só os Bens Jurídicos Constitucionais são protegidos? Pode proteger um bem que não esteja na Constituição Federal desde que esse bem seja compatível com o quadro axiológico da Constituição Federal. (Ex. Proteção aos mortos, não esta previsto na Constituição Federal mas é compatível com ela).
Principio da Intervenção Mínima: 
	- Principio da Fragmentariedade: Somente os bens jurídicos mais importantes devem ser protegidos. Somente os ataques intoleráveis devem ser punidos. O Direito Penal intervém no caso concreto quando houver relevante lesão ao bem jurídico tutelado. Deste princípio decorrem o Princípio da Insignificância.
	- Principio da Subsidiariedade: O Direito Penal é o último instrumento que deve ser utilizado para proteger os bens jurídicos. É a última ratio. Se outros ramos são suficientes deve se evitar o Direito Penal. O Direito Penal não deve punir ataques socialmente adequados. (Principio da Adequação Social. Ex. Perfurar a orelha de uma criança). 
Principio da Culpabilidade: Só pode punir uma pessoa se ela agiu com culpa ou com dolo. Trata-se de postulado limitador do direito de punir. O Estado só pode punir o agente imputável (capaz), com potencial consciência da ilicitude e quando dele era exigível conduta diversa. O Principio da Culpabilidade diz que o agente do fato só pode ser responsabilizado penalmente quando: 
Tinha capacidade de entender e de se motivar de acordo com a norma;
Quando poderia agir de maneira diversa e não agiu; 
Conforme GRECO diz respeito ao Juízo de censura, ao juízo da reprovabilidade que se faz sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente.
O Direito Penal deve punir as pessoas pelos atos que elas cometeram, não pelo que elas são. (judeus). Esta é a diferença entre direito penal do fato e direito penal do autor.
Principio da Humanidade: Diz Respeito à integridade física e moral do ser humano. Deve respeitar a dignidade da pessoa humana. Por este princípio proíbe-se penas cruéis, tortura, maus tratos e penas degradantes, tais como amputação, castração, morte e esterilização. Também chamado de Principio da Humanização das Penas.
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal: Desde que uma lei entra em vigor até que cesse a sua vigência ela rege todos os atos abrangidos pela sua destinação. Regra do “Tempus Regit Actum”.
Principio da Adequação Social: (Welzel) – O Direito Penal tipifica somente condutas que tenham uma certa relevância social, caso contrário não poderiam ser delitos. Ex. perfurar a orelha de uma criança. São condutas admitidas pela sociedade em determinados momentos, como em um jogo de futebol os acidentes, são condutas socialmente adequadas. Racismo no campo já não o é.
Principio da Ofensividade ou da Lesividade: Deve haver pelo menos algum perigo concreto, real e efetivo de dano a um bem jurídico penalmente protegido.
Alguns crimes não exigem resultado: Ex. Ameaça. 
Principio da Proporcionalidade: É o principio da vedação do excesso. (excesso deve ser proibido). Este princípio esta relacionado à Pena.
Principio da Materialização do Fato: O Direito Penal somente poderá punir o fato exteriorizado. Ninguém pode ser punido por seu pensamento. São formas de exteriorização a ação e a omissão. (o pensamento não pode ser punido).
Princípio da Responsabilidade Pessoal ou da Intranscendência: Proibe-se o castigo pessoal pelo fato de outrem. Ninguém pode responder Penalmente por fato de terceiros.
A Constituição Federal diz: 
Art. 5º Inciso XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
Principio da Igualdade: De acordo com a Constituição Federal todos são iguais perante a lei. Essa igualdade, contudo, não é formal mas substancial (admitem-se distinções justificadas).
	Existem duas teorias:
Teoria Paritária: A lei não pode distinguir pessoas ou situações.
Teoria Valorativa: A lei pode distinguir pessoas ou situações, desde que justificada. (esta é a teoria aceita hoje).
Tratar os desiguais na medida de suas desigualdades (procurando equilibrar).
Estudar Escolas Paginas 95 a 113. Bitencourt 
Escolas do Direito Penal:
Escola Clássica: Inspirou-se nos princípios filosóficos do iluminismo. Tinha como postulado básico o livre arbítrio. A pena tem finalidade preventiva e repressiva. Não tem finalidade reeducativa, pois o homem tem livre arbítrio e o fruto de sua vontade não precisa de reeducação.
Escola Positiva: Corresponde ao período filosófico do positivismo. Surge a partir do crescimento das ciências sociais, como a antropologia e a psiquiatria. Ao contrário da Escola Clássica visa defender mais o corpo social. Negou o livre arbítrio para os criminosos e rejeitou sua capacidade de auto-determinação. Estes seriam para pessoas normais, e para esta Escola criminosos não são normais. E o principal responsável foi Lombroso
Escola Técnico Jurídica: Surgiu como uma reação ao Positivismo. Visava estudar o crime como fenômeno jurídico nato. O principal expoente foi Arturo Rocco.
Escola Moderna Alemã.
Curso de Direito Penal Comentado 
Lei Penal
Costume Segundo o entendimentomais ou menos pacífico na doutrina, o Costume consiste na reiteração pacífica e uniforme de uma regra de conduta. É o conjunto de normas de comportamento que as pessoas obedecem de maneira constante, por convicção de sua obrigatoriedade.
Fontes do Direito
Espécies de Costumes:
Praeter Legem: Aplicável somente na omissão da lei, funcionando como elemento integrador das normas penais não incriminadoras. Utilizado pelo juiz na ausência de norma incidente ao caso. É um o costume supletivo ou integrativo, destinado a suprir eventuais lacunas na lei. Ex. índios em sua tribo.
Secundum Legem: Não conflita com a lei (apenas esclarece sua aplicação. é o costume que encontra suporte legal). Ex. o que é mulher honesta... cada sociedade entende de uma maneira.
Contra Legem: Conflita com a lei, sem poder revogá-la. É aquele formado em sentido contrário ao da lei. Ex. Jogo do Bicho.
Jurisprudência: Decisão reiterada dos juízes e tribunais em um mesmo sentido. Repetição de decisões em um mesmo sentido. (Súmulas vinculantes). Não podem criar lei, mas podem ser utilizadas em favor do réu.
Doutrina: Resultado da atividade intelectual de estudiosos/pesquisadores do direito. Isto é, o resultado da produção científica de cunho jurídico penal realizada pelos pesquisadores.
Lei Penal
É uma regra Geral que emanada de autoridade competente é imposta coativamente à obediência de todos. A Regra ou o Comando é geral, porque é endereçada a todas as pessoas. É imposta porque não existe escolha: é obrigação obedecer a lei.
Espécies de Lei Penal
Lei Penal Incriminadora: É a lei penal em sentido estrito. Descreve a infração e estabelece pena ou sansão. (entram aqui as medidas de segurança).
Lei Penal Não Incriminadora: É a lei penal em sentido lato. Não descreve infrações e não comuna pena. Podem ser permissivas como as excludentes de antijuricidade. (o que torna aquele fato um fato jurídico, por exemplo: Legítima defesa).
Norma Penal e Lei Penal.
A Norma Penal não seria uma regra escrita, mas uma regra social. Já a lei seria regra escrita. No caso da Norma Penal, o agente realiza o que a LEI prevê (matar alguém), mas viola algo que está por detrás da lei, ou seja a Norma Jurídica. A Norma é a interpretação da Lei.
Espécies de Normas
Norma Penal em Branco: É uma norma imperfeita, pois exige complemento quanto ao conteúdo.
Norma Penal em Branco em Sentido Lato: Depende de complementação do mesmo órgão que fez a lei, ou seja, tanto a norma ou lei ou a sua complementação também são feitos por lei. (expor mercadoria imprópria para consumo. O que seria mercadoria imprópria para consumo, teria que ir em outra lei para entender).
Norma Penal em Branco em Sentido Estrito: O complemento depende de outro poder, por exemplo, o poder executivo para suprir a necessidade de complementação. Também chamada de tecnicamente verdadeira ou própria. (A lei de drogas, não estabelece o que é droga, pois o que é droga é regulamentado por uma portaria emitida pelo pode executivo).
A LEi tem comando: Todas as normas possuem dois preceitos: Ex. Art. 121 
Primário: Dirigido a todos. 
Primeiro: “è proibido matar” 
Segundo: Pena de 6 a 20 anos de reclusão.
Secundário: Dirigida ao juiz. 
Primeiro: Se alguém matar aplique a pena. 
Segundo: Se não aplicar a pena ele pode ser processado penalmente.
Toda Norma Primaria possui dois aspectos que são: 
O aspecto valorativo; (A norma existe para proteger um valor, um determinado bem jurídico, exemplo: a vida)
O aspecto imperativo: (Impõe uma pauta de conduta a todos nós, no caso do homicídio seria: Respeite a vida.)
TÉCNICAS LEGISLATIVAS:
Para se criar uma norma:
Bem jurídico que se quer proteger; (vida) 
Norma proibitiva (proteger a vida);
Tipo Penal. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Duas ou mais leis vigentes são aparentemente aplicáveis à mesma infração penal. Há um confronto normativo em tese.
Princípios norteadores para Resolver Conflitos:
Princípio da Especialidade: Lex specialis derogat generali. Lei especial afasta a lei Geral. Esse principio pressupões a aplicação/existência de duas leis vigentes: Se uma Lei Posterior revogou a anterior, não este princípio mas sim o princípio da posterioridade. Uma lei é especial quando contém todos os requisitos da Lei Geral mais alguns requisitos especializantes. O Pressuposto lógico é a existência de duas Leis Vigentes. Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam‑se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Princípio da Subsidiariedade: Lex primaria derrogat legi subsidiariae. Trata de graus de proteção diferentes ao mesmo bem jurídico. Determinados tipos penais só podem ser usados quando um tipo mais grave não insidir. Art. 238. Atribuir‑se falsamente autoridade para celebração de casamento: Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
Uma Norma que prevê uma ofensa maior a um bem jurídico afasta a aplicação de outra norma que prevê uma ofensa menor a esse mesmo bem jurídico. Pode ser: 
Expressa: por exemplo Art. 132, 238 e 239 do Código Penal – A própria lei formalmente já declara que só tem incidência se o fato não constitui crime mais grave. 
Tácita: ocorre quando um fato menos grave está contido na descrição típica de um fato mais grave. Exemplo, o furto é subsidiário em frente ao roubo. A lesão corporal é subsidiária frente ao homicídio.
Princípio da Consunção ou Absorção: O Crime fim absorve o crime meio; o crime maior absorve o crime menor. Fatos mais amplos e mais graves absorvem fatos menos amplos e menos graves. Exemplo: A Coautoria absorve a participação.
Crime Progressivo: Ocorre quando para alcançar uma ofensa maior o agente passa necessariamente por uma ofensa menor. (crime de ação de passagem) O Crime que é passagem para um mais grave será consumido. Exemplo: Homicídio. Para chegar ao homicídio é preciso passar pela lesão. Desde o início o agente quer o crime mais grave.
Crime Progressivo x Progressão Criminosa: Na progressão o sujeito quer uma ofensa menor e a consuma, só depois decide praticar uma ofensa maior. O agente inicia a execução do fato e muda de objetivo buscando um resultado maior que absorverá os fatos anteriores. Exemplo: O sujeite quer ferir e fere, quer bater e bate, mas logo depois quer matar e mata, nesse caso o maior absorve o menor. A diferença esta no fato de que no crime progressivo o agente desde o inicio já quer o maior enquanto que na progressão ele quer o menor e depois delibera pelo maior.
Princípio da Alternatividade: Aplica-se aos crimes de conteúdo múltiplo ou variado (crimes com vários verbos, exemplo: Art. 33 da Lei de Drogas) – Tipos mistos alternativos. Várias condutas praticadas em um mesmo contexto fático constitui crime único. Por que? Porque os verbos são alternativos. Entre os verbos coloca-se “OU” (alternatividade). Assim, se entre os comportamentos que caracterizam diferentes ações nucleares (núcleo de tipo) houver relação causalidade no mesmo contexto fático (no mesmo momento), haverá um crime punido mais severamente. 
INTEGRAÇÃO DA NORMA PENAL
Lacuna: O Legislador não pode prever tudo, mas seria tecnicamente incorreto falar-se em lacuna na lei, tendo em vista que a legislação pode ser preenchida pelos princípios gerais do direito, que já existem no ordenamento jurídico. O direito é uno e completo, permitindo que suas normas se inter-relacionem ou se conectem. O Art. 4º da Lei de Introdução ao Direito cita os instrumentos para integração: Analogia, Costumes e Princípios Gerais do Direito. Como vimos os princípios e o costume são tratados como fontes enquanto que a analogia como forma de integração do direito.
	Analogia: Não é fonte do Direito Penal. É forma de auto-integração da lei. Consiste em aplicar um regramento constante em uma norma, princípio ou jurisprudência a uma hipótese semelhante não prevista em lei. Baseia-se na regra: “onde houver a mesma ração aplica-se o mesmo direito”.
“Bonam partem” – Quando o agente criminoso é beneficiado. Exemplo: Aplicação da extinção da punibilidadedo Art. 34 da Lei 9249/95 – Quando o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denuncia. Embora não haja previsão expressa na referida lei, aplica-se também aos crimes de contrabando e descaminho previstos no Art. 344 do Código Penal.
“Malam partem” - Quando o agente criminoso é prejudicado pela sua aplicação. No Estado Democrático de Direito, preservado o principio da reserva legal, não se permite a utilização da analogia em Malam partem. Só se admite a analogia em Bonam Partem.
INTERPRETAÇÃO LEI PENAL
Conceito: A interpretação da Lei Penal é a atividade de identificar o alcance e significado da Norma Penal. Exemplo: Porque existe tentativa em um crime e em outro não? 
Objetivo: Busca delimitar a vontade da lei. Mesmo uma lei sendo extremamente clara ela exige interpretação.
CLASSIFICAÇÕES DA FORMA DE INTERPRETAÇÃO
Interpretação da Lei quanto ao sujeito ou quanto às fontes:
Autêntica: Aquela originária do próprio órgão encarregado de elaborar a lei, podendo ser denominada de legislativa. Exemplo: Art. 327 do Código Penal- Art. 327. Considera‑se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Doutrinária: Estudiosos da ciência jurídica penal. A interpretação fornecida pela exposição de motivos é doutrinária e não autêntica.
Juris Prudencial ou Judicial: Feita pelos Tribunais, com reiteração de seus julgamentos. Juris Prudência e a reiteração de decisões no mesmo sentido.
Interpretação da Lei quanto ao modo ou quanto aos meios:
Gramatical: Fundada nas regras gramaticais e no sentido literal das palavras. Recorre ao que dizem as palavras.
Lógica/Teleológica ou sistemática: (Telos=Objetivo) Qual é o fim da lei. Busca a finalidade daquela lei.
Histórica: Busca alcançar a vontade da lei através da história: entender porque o legislador optou por determinada política penal segundo os acontecimentos daquele período. Recai sobre a história do nascimento da lei. Se relaciona com a doutrinária.
Interpretação da Lei quanto aos resultados:
Declarativa: Visa fornecer o seu sentido literal, sem extensão ou restrição. Não seria propriamente um tipo de interpretação pois somente mostra o existente. Semelhante a gramatical.
Restritiva: Restringe o limite da norma (a lei disse mais do que deveria).
Extensiva: Quando a interpretação da norma requer ampliação porque as palavras do texto legal dizem menos que sua vontade. 
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
É a que se vale de um raciocínio por semelhança, mas permitido na própria lei. Semelhança quer dizer analogia. No homicídio, o motivo torpe (repugnante) admite interpretação analógica como também a expressão prevista no Art. 121 § 2º Inciso III III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Na interpretação analógica não há qualquer lacuna. A própria leia afirma que se aplica aqueles fatos a seus assemelhados (aponta uma forma genérica) Já na analogia reconhece-se um lacuna na lei. A interpretação analógica evita o uso da analogia, respeitando o principio da reserva legal. Observa-se que a interpretação analógica é admissível independentemente de ser a favor ou contra o réu. A interpretação analógica ao contrário da analogia pode ser e normalmente é aplicada às normas penais incriminadoras, que não podem ter suas lacunas integradas pela analogia.
Eficácia da Lei Penal no Tempo
Generalidades: 
Nascimento da Lei: O processos Constitucional de elaboração da lei penal compreende 3 fazes:
Fase Introdutória: Se refere a inciativa para propositura do projeto de lei. Art. 61 Constituição Federal. (OS tribunais não possuem legitimidade para apresentação de projeto de lei penal).
Fase Constitutiva: Que é a fase das deliberações parlamentares (discussão e votação) e executiva (sansão ou veto).
Fase Complementar ou Integratória de Eficácia: A promulgação e a publicação da lei.
Auto Revogação da Lei Penal: Lei Excepcional e lei temporária Art. 3º Código Penal.
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica‑se ao fato praticado durante sua vigência.
São espécies de lei que demandam uma ordem jurídica de exceção. A lei temporária tem determinado em seu texto o tempo de vigência. Já a lei excepcional perdura apenas para atender situações de emergência, sessando logo que são solucionadas. Estas leis se auto-revogam. Não é necessária lei pena posterior que as revogue. São leis Ultra-ativas, ou seja produzem efeito após sua extinção. Importante: Lei nova favorável que revogue a lei excepcional ou temporária não retroage.
CUIDADO: Se o legislador verificar que a lei penal que cuidou do fato (A) tinha um exagero de pena, editando lei nova, mais benéfica cuidando do mesmo fato, mas para corrigir o equivoco, nesse caso a lei nova retroage.
Para uma minoria de doutrinadores o Art. 3º do Código Penal seria inconstitucional não ressalvou as leis temporárias e excepcionais. (Zafaroni e LOPES). 
CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Tepus regit actum
A Lei penal do tempo do ato o acompanha. 
A lei mais grave é chamada de Lex Gravior. À lei mais grave se aplica o principio da não extra-atividade da lei penal ou seja ela não é nem retroativa nem ultra-ativa. Ela abrange duas espécies:
Novatio legis incriminadora: Lei que torna um fato atípico em típico (crime).
Navatio legis in pejus: Lei que torna mais grave a pena, não altera a natureza criminosa do fato, mas piora a condição jurídica do réu.
Obs: Pode haver retroação da lei penal, atingindo inclusive a coisa julgada, no caso de lei posterior mais benéfica. Lex mitior.
Art. 2º do Código Penal: 
Art. 2º Ninguém pode ser punido ato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica‑se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Casos: 
Um fato atípico (não crime) que lei posterior torna típico (crime) – IRRETROATIVO
Fato típico que lei posterior torna atípico – (abolitio criminis) – RETROAGE
Fato típico que a lei posterior torna a pena mais severa – IRRETROATIVO
Fato típico que lei posterior torna a pena menos severa, ou comina outra consequência menos grave. Exemplo: Lei que permite a progressão de regime quando isso não era permitido. – RETROAGE
Eficácia da Lei Penal: É o período em que ela esta em vigor.
Exemplos: 
Lei A(2005- reclusão de 2 a 6 anos).
Lei B (2006 – detenção de 1 a 3 anos)
Lei C (2007 – reclusão de 1 a 5 anos)
O Fato (que aconteceu em 2005) será regido pela Lei B, porque mais favorável ao réu em relação as leis A e C. A Lei esta sendo aplicada a um fato anterior a sua vigência e num momento posterior a sua revogação. Ultra-atividade e revogação no mesmo exemplo. (ultra-ativa porque produziu efeitos para frente, o caso de 2005 foi julgado em 2014).
RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA: A lei anterior, quando for mais favorável ao indivíduo tido como infrator, terá ultra-atividade e prevalecerá ao tempo da vigência da lei nova, apesar de já revogada. O Inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior for mais benéfica, retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência.
O que é a Lei Penal mais Benéfica? Aquela que amplia as garantias de liberdade dos indivíduos, reduz as proibições e as consequências negativas do crime (abolindo crime ou ampliando o campo de licitude.
O que é uma lei mais Grave? Aquela que representa um gravame aos direitos de liberdade, que agrave as consequências penais direta do crime, criminalize condutas ou restrinja a liberdade.
E se houver Dúvida? O interessado deve ser ouvido.
Oberservações:
Observação 01 – A Regra Geral é a ATIVIDADE da Lei pena no período de sua vigência. A EXTRA atividadeé excessão.
Observação 02 – EXTRA-ATIVIDADE é igual a retroatividade e ultra-atividade.
Observação 03 – O que é Ultra-Atividade? É um fenômeno que ocorre quando a Lei revogada for mais benéfica podendo ser aplicada ao fato cometido durante sua vigência.
Observação 04 – O que é Retroatividade? Ocorre quando a Lei Revogadora for mais benigna e poderá ser aplicada retroativamente.
Observação 05 – Durante a vacátio Légis aplica-se a lei retroativamente ou não? Há divergência na Doutrina quanto a retroatividade da Lei Posterior mais benéfica quando ainda em vacatio légis. Minoria: Nelson Hungria, Bitencourt e Alberto Silva Franco. Eles entendem que a Lei em período de vacatio deixa de ser lei posterior, devendo pois ser aplicada desde logo se mais favorável ao réu .Maioria: Damázio de Jesus; José Frederico Marques e Guilherme de Souza Nucci defendem que não é possível. Para eles a lei na vacatio não retroage por não ter eficácia jurídica ou social.
Observação 06 – Quem pode aplicar a lei mais benéfica? A) Durante o processo de conhecimento (até a sentença) quem aplica é o juiz de primeiro grau. B) Na fase recursal, por exemplo, quem aplica é a Instância Superior. C) Após o Trânsito em Julgado, já na fase executória, a Súmula 611 do STF dispõe que compete ao juízo das execuções a aplicação da Lei mais Benigna.
LEI INTERMEDIÁRIA E CONJUGAÇÃO DE LEIS
E QUANDO A LEI MAIS FAVORÁVEL FOR UMA LEI INTERMEDIÁRIA? (A Lei que não estava vigendo ao tempo do fato delitivo nem no momento da solução do caso). Um setor da Doutrina considera que não pode ser aplicada a Lei Intermediária, pois a Lei Penal não se refere a ela expressamente. Contudo, de acordo com os princípios gerais do Direito Penal inter-temporal, deve ser aplicada a Lei mais favorável. A Lei Intermediária tem dupla extra-atividade, é ao mesmo tempo retroativa e ultra-ativa. (pg 212).
É possível conjugar Aspectos Mais favoráveis de uma Lei com aspectos mais favoráveis de outra lei? (Lex Tertia). Há divergência. Há quem entenda que não é possível a combinação, pois o juiz assim agindo deixa de aplicar a lei e passa a criá-la. Há quem entenda que é possível essa combinação. Essa é a posição da doutrina majoritária e quem vem sendo aplicada nos tribunais. Contudo, esse entendimento não é unânime havendo divergência entre as turmas do STJ. Quanto ao STF, no informativo 525 entende que cabe combinação de leis. Todavia há decisões recentes proibindo a combinação.
Observação: No que se refere a Norma Penal em Branco só há variação da norma complementar com influência quando importe em verdadeira alteração da figura abstrata do Direito Penal e não mera circunstância que na realidade deixa subsistente a norma. Concluindo: As Leis Penais em Branco não são revogadas em consequência da revogação de seus complementos. (ex. Portaria da Anvisa que determina o que é droga).
Lei Processual
Lei Processual pode Retroagir? A Lei Processual não se submete ao principio da extra-atividade da Lei Penal. É pacífico o entendimento da doutrina e da jurisprudência que em matéria processual, vige o princípio do tempus regit actum. Isso implica afirmar que a lei processual não tem efeitos retroativos.
O que é uma Lei Processual? É aquela que disciplina o processo e o procedimento, sem ligação direta com o direito de punir do Estado.
Normas Híbridas ou Mistas
Klauss Roxin utilizou a expressão Normas Híbridas, ou seja, Leis Penais que disciplinam matéria tanto de natureza penal quando de natureza processual. Exemplo: Art. 366 do Código de Processo Penal.
Art. 366. se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no artigo 312.
Dá-se preferência sempre a parte Penal da norma híbrida ou seja, se ela for favorável ao réu, retroage, se não, não retroage. Assim, a maioria entende que o artigo 366 do CPP não retroage, porque a parte material (suspensão da prescrição) não é mais benéfica ao réu.
E se houver dúvida se a Lei é ou não mais benéfica? Ouve-se o réu.
TEMPO DO CRIME
Art. 4º Considera‑se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
- Teoria da Atividade:
É no momento que o individuo exterioriza sua vontade. Esta teoria foi acolhida pelo Código Penal porque o que importa é o momento da ação ou da omissão. O momento do crime é o da conduta.
- Teoria do Resultado:
Tempo do crime é o momento da produção do resultado (não adotada pelo Código Penal).
- Teoria Mista:
Também chamada teoria ubiquidade diz que: Tempo do crime é tanto momento da conduta como do Resultado. (Não adotada).
Prescrição com Cálculo diferente. 
Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I – do dia em que o crime se consumou;
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido;
- Crime permanente (Súmula 711 do STF).
Mesmo que a ação ou omissão tenha se iniciado antes da maior idade penal, se o sujeito a prolongou, aplica-se o Código Penal. (exemplo do sequestro).
II BIMESTRE
9 mai. 14
Movimentos
Abolicionismo Penal: Prega a completa abolição do Direito Penal. Rompimento da cultura punitiva da sociedade. Visa a superação da abordagem punitiva que deve ser substituído pro processos de descriminalização e despenalização.
Garantismo
Lei e Ordem: 
Principio da Bagatela imprópria: 
Infimo desvalor da culpabilidade
Ausência de antecedentes criminais
Reparação do dano
Reconhecimento da culpa ou colaboração com a justiça.
- Imunidades Parlamentares 
- Imunidade Formal Processual
16 de Maio 2014
PRINCIPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO TÍPICO:
Neste PRINCIPIO há alteração formal mas permanece a matéria. A intenção do legislador é continuar considerando a conduta criminosa mas com outra forma (roupagem). Exemplo: Art 12 da Lei 6368/76 (Tráfico de Drogas) que migrou para o Art 33 da 11.343/06. – Exemplo também do atentado violento ao pudor.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Homologação de Sentença Estrangeira: Art. 9 Código Penal. Para que a sentença estrangeira possa ser homologada no Brasil exige-se que esteja provado o seu trânsito em Julgado. (Súmula 420 STF). Essa homologação compete ao STJ nos termos do Art. 105, Inciso 1 Alinea I da Constituição, merecendo releitura o Art. 787 do CPP., que atribuía ao STF.
Contagem do Prazo: Em matéria Penal devem ser diferenciados os prazos processuais e os prazos penais. 
PRAZOS PROCESSUAIS PENAIS: Seguirão a regra do Art. 798 § 1º do CPP., não se computando o dia de começo, mas incluindo-se o do vencimento. O Prazo que terminar em um domingo ou feriado considerar-se-á prorrogado até o imediato dia útil subsequente. Art. 798 § 3º do CPP., e a intimação feita na sexta feira conduz ao inicio do prazo processual na segunda feira seguinte – ou primeiro dia útil que se seguir (súmula 310 STF).
PRAZOS PENAIS: Ao contrário do que ocorre com os Prazos Processuais, os Prazos Penais são improrrogáveis e na sua contagem o dia do começo é incluído no cálculo. Art. 10 do Código Penal. Tal forma de cômputo se aplica ao todos os prazos da lei material, tais como os de duração das penas da prescrição e da decadência. 
A Diferença na contagem dos prazos foi fixada apenas para favorecer o réu. Nos prazos processuais dá-se ao agente “um dia a mais”. Em contrapartida, como os prazos penais sempre correm em favor do réu, começam a ser contados um dia antes, sem a prorrogação. Assim se a prescrição, por exemplo, ocorrer em um domingo, este será o marco da extinção da punibilidade do agente.
Frações não Computáveis de Pena: Nos termos do Art. 11 do Código Penal, se montante final da pena não for um númerointeiro deve o juiz desprezar as frações de dia nas penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, e na pena de multa as frações de real.
DIREITO PENAL DO INIMIGO
- Gunther Jakobs – 
- 1985 durante “Jornadas de Professores de Direito Penal Frankfurt”.
Jakobs em sua teoria afirma que ao direito penal do cidadão, incumbiria garantir a eficácia da norma. Baseou-se no seguinte raciocínio: o indivíduo que comete crime desrespeita a norma, a qual, por meio da pena aplicada, mostra que permanece incólume (garantindo-se deste modo, que ela continua valendo apesar da infração). No direito penal do cidadão operam os direitos e garantias fundamentais.
Já o Direito Penal do Inimigo (isto é, indivíduos que reincidem constantemente na prática de delitos ou praticam atos de extrema gravidade, como ações terroristas). Ele teria como finalidade combater perigos. Neste o infrator não é considerado sujeito de direitos, mas como inimigo a ser eliminado e privado do convívio social.
Como exemplo de legislação típica desse setor do Direito Penal a Lei Patriótica dos EUA que autoriza dentre outras disposições, a detenção de pessoas por tempo indeterminado, se suspeitas de envolvimento em atentados terroristas e de violação ao outros direitos individuais. Outro exemplo é a prisão Norte Americana de Guantanamo, na qual se emprega a detenção por tempo indeterminado e a tortura como meios legítimos de interrogatório. Pode se citar ainda o episódio controvertido que resultou na morte de Osama Bin Laden, morto como verdadeiro inimigo de guerra.
FASES DO DIREITO PENAL DO INIMIGO – 
Fase Crítica: Assim não. Nesta fase o autor se preocupava com o fato de que alguns dispositivos do Direito Penal do Inimigo “contaminassem” o Direito Penal do Cidadão.
Fase Descritiva: Para sim talvez sim (1999) Notava-se, quando Jakobs voltou a tratar do tema em 1999 uma sútil mudança no tom do discurso. A fase Crítica dava lugar à Descritiva. O Autor então apontou critérios para definir o Direito Penal do Inimigo:
Ampla Antecipação da Punibilidade;
Falta de Redução da Pena proporcional a esta antecipação;
Transposição de Legislação própria de Direito Penal para uma Legislação combativa.
A Supressão de Garantias Processuais Penais.
Fase Legitimadora: Assim, se não há remédio, sim (2003) Nesse ano Jakobs afirmou que aquele que discrepa por princípio não oferece nenhuma garantia de comportamento pessoal; por isso não pode ser combatido como cidadão, mas como inimigo. Percebe-se assim uma acentuada mudança de enfoque: incialmente critico, posteriormente descritivo e finalmente legitimador.
Quem é o inimigo? 
Uma das criticas mais severas a essa teoria consiste em definir quem é o inimigo. Jakobs conceitua-o como um individuo que não apenas de modo intencional, com seu comportamento (crimes sexuais) ou com sua ocupação profissional (delinquencia econômica, tráfico de drogas) ou principalmente por meio de uma organização (terrorismo, delinquência organizada) ou seja de forma presumidamente duradoura abandonou o Direito e por isso não fornece garantias de segurança de seu comportamento.
CARACTERÍSTICAS:
Eliminação de Perigos;
Baseia-se na Periculosidade do Agente – Inimigo é igual a não “pessoa”;
Antecipação da Punibilidade (pune atos preparatórios);
Penas severas;
Legislação com enfoque combativo;
Garantias processuais penais são suprimidas.
Obs. A Maioria dos Penalistas adotou posição contrária ou questionadora da teoria. Claus Roxin refuta veementemente tal teoria afirmando ser incompatível com a Ordem Constitucional Democrática.
Principais Questionamentos a esta Teoria:
Estão relacionados com os pressupostos e os limites de aplicação como por exemplo que órgãos estatais devem ser consultados e a quem caberá dizer quando se deve aplicar o Direito Penal do Inimigo.
Direito Penal do Inimigo enquanto Direito de 3ª Velocidade:
Alexandre Rocha Morais adverte que o Direito Penal do Inimigo é o retrato da crise da humanidade. Ele não representa, portanto, um fortalecimento do Estado de Direito, senão sua própria debilidade ou inexistência.
Direito Penal de 3ª Velocidade é aquele que defende a punição do criminoso com pena privativa de liberdade (primeira velocidade), permitindo para determinados crimes (tidos como graves) a flexibilização ou eliminação dos direitos e garantias Constitucionais (segunda velocidade) para uma punição mais rápida. Exemplo: Direito Penal do Inimigo. 
VELOCIDADES DO DIREITO PENAL (Jesus Maria Silva Sánchez)
- Direito Penal de Primeira Velocidade: Enfatiza as infrações penais mais graves punidas com penas também mais graves (pena privativa de liberdade), exigindo procedimento demorado OBSERVA TODAS AS GARANTIAS PENAIS E PROCESSUAIS.
- Direito Penal de Segunda Velocidade: Relativiza e flexibiliza os direitos e garantias fundamentais, possibilitando uma punição mais célere (RÁPIDA), mas como compensação prevê como conseqüências Jurídicas do crime sanções não privativas de liberdade, como penas alternativas.
	
	1ª Velocidade
	2ª Velocidade
	3ª Velocidade
	Espécie de Sanção Penal
	Penas Privativas de Liberdade
	Penas Alternativas
	Penas Privativas de Liberdade
	Procedimento
	Garantista (direitos)
	Flexibilizado
	Flexibilizado
TEORIA DO CRIME
Substratos: Estágios do Crime.
INTRODUÇÃO A TEORIA DO CRIME
O Crime é composto por dados constitutivos que se bipartem em elementares e circunstâncias.
Conceitos Fundamentais: 
Elementar: São dados essenciais da figura típica, sem os quais não há crime, ou ainda, cuja ausência provoca o surgimento de outro delito. Encontram-se no chamado Tipo Fundamental (caput da norma penal incriminadora).
Circunstâncias: São dados acessórios da figura típica, Agregados ao tipo fundamental, influem na quantidade da pena, aumentando-a ou atenuando-a.
(Ver furto de uso)
Tais Elementos, sejam essenciais, sejam acessórios, podem ter natureza objetiva, subjetiva ou normativa.
Elementos OBJETIVOS: Dados de natureza concreta, perceptíveis sensorialmente. Exemplo: 
Verbos núcleos: (matar alguém, subtrair para si...) verbos do núcleo do tipo.
Lugar do Crime: Caso do Art. 233 Código Penal (atos obscenos em “Lugar Públicos” é uma elementar objetiva.
Quanto ao Momento do Crime: Art. 123 Código Penal, fala do infanticídios “sob influência do estado puerperal durante o parto ou logo após”.
Quanto ao Modo de Execução: Art. 157 Código Penal “Mediante grave ameaça ou violência”.
Quanto ao Objeto Material do Delito: Art. 121 Código Penal “Alguém”.
Elementos SUBJETIVOS: Dados de natureza psíquica, refere-se a intenção do agente. Não são perceptíveis concretamente, mas apenas examinando-se o que se passa na mente do sujeito ativo. Exemplos:
Exemplo 1: Art. 155 Código Penal “Para Si ou para outrem” .
Exemplo 2: Art. 158 Código Penal “com um intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica”.
Elementos NORMATIVOS: Dados da figura típica que não são aferíveis nem no mundo concreto nem na intenção do autor. Abrangem expressões contidas no tipo penal que requerem um juízo de valor. Exemplos:
Exemplo 1: Art. 297 Código Penal a expressão “Documento”.
Exemplo 2: Art. 327 Código Penal a expressão “Funcionário público”.
Exemplo 3: Art. 140 Código Penal a expressão “dignidade”.
Exemplo 4: Art. 233 Código Penal a expressão “ato obsceno”.
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS
Podem ser:
Judiciais: Art. 59 Código Penal. Aquelas presentes neste artigo. (culpabilidade, antecedentes, conduta social do agente, personalidade do agente, consequências e motivos do crime e o comportamento da vítima).
Legais: Podem ser genéricas quando previstas na parte geral do Código Penal (agravantes, atenuantes, causas de aumento e diminuição de pena), ou específicas se estiverem na parte especial do Código Penal (qualificadoras, causas especiais de aumento e redução).
COMUNICABILIDADE ENTRE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS NO CONCURSO DE AGENTES
O Art. 30 do Código Penal informa que são incomunicáveis as condições de caráter pessoal (aquelas que se referemao autor do fato), salvo quando elementares do crime. Graças a esse dispositivo, por exemplo, o fato de um dos concorrentes do crime ser reincidente não prejudica os demais que forem primários, ou ainda se um deles for menor de idade, somente a ele aproveitará tal condição. 
O dispositivo (Art. 30) consubstancia duas regras fundamentais:
Todas as Elementares do Crime (Objetivas, Normativas ou Subjetivas) comunicam-se aos concorrentes (se por eles forem conhecidas). Assim, por exemplo no caso da elementar do crime de PECULATO Art. 312 do Código Penal – Qualidade de Funcionário Público, estende-se ao coautor, que embora particular responderá pelo delito do caso de PECULATO.
No que se refere às circunstâncias da infração penal, comunicam-se apenas quando objetivas (se forem conhecidas pelos demais concorrentes). Por este motivo o emprego de arma por um dos agentes no crime de roubo provoca, com relação a todos a causa de aumento prevista no Art. 157 § 2º Inciso I do Código Penal.
As Circunstâncias Subjetivas são incomunicáveis. Exemplo Art. 163 § Único Inciso IV do Código Penal (Motivos egoísticos).
SUJEITOS DO CRIME: 
Sujeito Ativo: É a pessoa que prática, que comete a infração. Em princípio só pode ser o ser humano, maior de 18 anos (Art. 228 da Constituição Federal e Art. 27 do Código Penal).[1: A Pessoa Juridica também pode cometer Crimes (ambientais, financeiros) Mas sofre dupla imputação.]
Capacidade especial do Sujeito Ativo: Em regra, as infrações penais poderão ser praticadas por quaisquer pessoas. Neste caso teremos um crime comum. (praticado por qualquer sujeito ativo). Casos há, no entanto, que se exige do sujeito ativo uma capacidade especial, uma condição específica. exemplo: Peculato Art. 312 do Código Penal (que pode ser praticado por funcionário público e o infanticídio). Essa qualidade especial funciona como elementar do crime. Neste caso teremos um crime próprio.
Os Crimes próprios não se confundem com os crimes de mão própria. Estes são aqueles que somente podem ser praticado por pessoas que ostentem a condição exigida em lei. Admitem somente a participação, nunca a coautoria. Exemplo: Art. 342 do Código Penal (Crime de falso testemunho) somente aquela pessoa poderá executar aquele fato. Crime BIPRÓPRIO – Quando a lei exigir qualidade especial tanto do sujeito ativo quanto do sujeito passivo. Exemplo. Art. 136 do Código Penal “Crime de Maus Tratos”.
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
Tradicionalmente afirmava-se que a sociedade, entenda-se Pessoa Jurídica não poderia delinquir “societas delinquere non potest”. Na atualidade, contudo, tem prevalecido um entendimento contrário. No ordenamento pátrio não há como negar a responsabilidade penal da pessoa jurídica, a luz dos artigos 173, § 5º Constituição Federal e 225 § 3º da Constituição Federal. Bem como depois da lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais. O STJ já se manifestou favoravelmente a punição de entes fictícios. Conforme RESP (Recurso Especial) 800.817/SC 6ª Turma do STJ em 04.02.2010. Nossos tribunais tem condicionado a instauração de um processo penal contra uma Pessoa Jurídica à descrição concumitante dos delitos praticados pelos dirigentes da empresa e em benefício dela (teoria da dupla imputação).
Nota-se no entanto que o STF Já Decidiu Concluindo que a responsabilização penal da Pessoa Jurídica independe da Pessoa Física. Argumentou-se que a obrigatoriedade da Dupla Imputação afronta o Artigo 225 § 3º da Constituição Federal. (Recurso Especial 548.181 1ª Turma do STF Relatoria Ministra Rosa Weber em 19.06.2013.
Pessoa Jurídica de Direito Público pode ser Responsabilizada Penalmente?
A quem sustente que a omissão da Constituição e da Lei 9.605/98 em diferenciar as Pessoas Juridicas de Direito Privado e de Direito Público não autoriza a conclusão de que ambas podem se submeter a pena criminal. Para essa corrente não se poderia admitir o Estado como delinquente porque é o titular do direito de punir “Ius puniendi” e a reprimenda constituiria ônus para a própria sociedade. (Vladimir Passos de Freitas).
Há ainda outra orientação daqueles que sustentam positivamente essa possibilidade, porque as normas que disciplinam a responsabilidade penal da pessoa jurídica (Constituição Federal Lei 9.605/98) não excepcionam quanto às de Direito Público devendo ambas receber o mesmo tratamento. (Luiz Flávio Gomes). 
Obs. Da Lei 9.504/ Estudar o Art.3º . Art. 21 e 22. 
Ler Curiosamente Lei 12.846/13 Fev.2014 – Responsabilidade Civil e Administrativa pessoa civil Juridica.
Sujeito Passivo: 
Quem pode ser Sujeito Passivo de Crime? O Sujeito Passivo é o titular do bem jurídico tutelado pela norma penal. Divide-se em: Sujeito Passivo Constante/Formal/Geral ou Genérico e Sujeito Passivo Eventual/Imediato/Material/Particular ou Acidental. O crime, formalmente é a violação da lei. A prática de um crime gera dano ao Estado (Sujeito Passivo Constante). A Vítima é o titular do bem jurídico protegido (Sujeito Passivo Eventual).
Observações: Pode ser Sujeito Passivo do CRIME
Civilmente Incapaz: SIM
Recém Nascido: SIM – Art. 123 Código Penal. (Estado Puerperal)
Feto: SIM – Art. 124 a 127 Código Penal – Crime de Aborto.
Cadáver: NÃO (vilipendio) é um crime contra toda a coletividade. A Pessoa morta não poderá ser sujeito passivo de crime. No delito de VILIPÊNDIO de cadáver, Art. 212 Código Penal o sujeito passivo é a coletividade. E no crime de calunia contra os mortos, sua família.
Animais: NÃO – Pois o direito não lhes reconhece a titularidade de bens jurídicos. Podem, por óbvio ser objeto material.
Entes sem personalidade jurídica: Exemplo Família, apesar de não serem titulares de bens jurídicos podem ser sujeito passivo.
OS CRIMES QUE POSSUEM COMO SUJEITO PASSIVO UM ENTE SEM PERSONALIDADE SÃO CHAMADOS DE CRIMES VAGOS. Crimes contra a Família.
Observação:
Há crimes que são considerados de dupla subjetividade passiva (pluralidade de vítimas). Art. 151 do Código Penal. – Violação de Correspondência, tem duas vitimas, o remetente e o destinatário.
É possível uma pessoa ser sujeito ATIVO e PASSIVO ao mesmo tempo do mesmo crime? NÃO – Principio da Alteridade – excede o indivíduo e ofender bens jurídicos alheios. A doutrina majoritária considera que no crime de RIXA Art. 137 Código Penal os rixentos embora pratiquem ação criminosa e possam sofrer as consequências dela, são sujeitos ATIVOS das condutas que realizam e vítima dos demais participantes.
OBJETO DO CRIME
Considera-se OBJETO MATERIAL a coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
Considera-se OBJETO JURÍDICO o interesse tutelado pela norma.
Exemplo: Matar Alguém. Objeto material alguém, objeto Jurídico a vida.
Observação: Alguns tipos penais protegem mais de um interesse jurídico, classificados como crimes PLURIOFENSIVOS. 
Não há crime sem objeto jurídico. Em contrapartida pode haver crime cuja conduta não recai sobre coisa ou pessoa, estando destituído de objeto material. Ex. Art. 338 do Código Penal. 
OS crimes que não possuem objeto material são chamados de CRIME DE MERA CONDUTA, ou seja crimes nos quais a mera conduta do agente, independentemente de qualquer alteração do mundo exterior, já ofende o objeto jurídico tutelado. Ex. Invasão de domicilio.
	
	HOMICIDIO
	FURTO
	PECULATO
	Sujeito ATIVO
	Pessoa Física capaz e com 18 anos completos que mata alguém
	Pessoa Física e com 18 anos completos que subtrai
	Funcionário Público
	Sujeito PASSIVO constante
	Estado
	Estado
	Estado
	Sujeito PASSIVO eventual
	Pessoa Morta
	Pessoa Física ou Pessoa Jurídica desfalcada no patrimônio
	Estado e eventual particular
	Objeto Material
	Pessoa morta
	Coisa subtraída
	Dinheiro/valor/qualquer outro bem
	Objeto Jurídico
	Vida
	Patrimônio
	Em especial, a regularidade das Atividades e a moralidade da Administração Pública.
TEORIA DO CRIME
Diferenças entre crimes e Contravenções Penais. Previstas no Decreto lei 3688/41
	
	Crime 
	Contravenção Penal
	Pena Privativa de Liberdade Imposta
	Reclusãoou Detenção.
	Prisão Simples ou Multa.
	Quanto à espécie de ação penal
	Admitem ação penal de iniciativa privada ou pública CONDICIONADA.
	Se processam mediante ação penal pública incondicional.
	Quanto a admissibilidade da Tentativa
	A Tentativa é punida
	A Tentativa não é punida.
	Quanto a competência para Julgar
	Justiça Federal e Estadual
	Sempre da Justiça Estadual.
	Quanto aos limites das Penas
	O limite máximo de 30 anos.
	Não pode exceder a 5 anos.
	Quanto ao cabimento da Prisão preventiva e Temporária
	Cabem as duas (na temporária, tem o rol taxativo)
	Não cabem nenhuma.
Observação: A diferenciação entre crime e contravenção penal esta prevista no Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal.
Conceito de CRIME
	
	Formal
	Material
	Analítico
	CRIME
	Infração Penal é aquilo que está rotulado em uma norma penal sob ameaça de pena.
	Infração Penal é o comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sansão penal.
	Leva em consideração elementos estruturais que compõe a infração Penal prevalecendo Fato Típico, Ilícito (Anti Jurídico) e Culpável. (Giuseppe Bettiol, fala em substrato do crime)
Obs. No Brasil Infração Penal é gênero podendo ser dividida em CRIME (Delito) ou Contravenção Penal (crime anão, delito liliputiano ou crime vagabundo). 
Ontologicamente “ser” CRIME e CONTRAVENÇÃO PENAL não se diferem. Se diferenciam apena axiologicamente (com relação ao valor).
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
	Classificação 
	CRIME
	Dolosos (dólo)
	Art. 18 Código Penal. Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
	Culposos
	Art. 18 Inciso II Código Penal. Quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
	Preterdolosos
	A Pessoa age com dólo no antecedente e culpa no consequente. (Exemplo: Quis estuprar e acabou matando) Também chamado de PreterIntencional é o crime cujo resultado total é mais grave do que aquele pretendido pelo agente. O agente quer um crime menor mas produz um maior.
	Comissivo
	É praticado por meio de ação.
	Omissivo
	É praticado por meio de omissão. OMISSIVO PRÓPRIOS: É aquele em que não existe o dever jurídico de agir e o omitente não responderá pelo resultado, mas apenas por sua conduta omissiva. Ex. Art. 135 Código Penal. OMISSIVO IMPRÓPRIOS: São também denominados de comissivos por omissão: são aquelas em que o omitente tinha o dever jurídico de impedir o resultado, portanto por ele responderá. Exemplo Art. 13 § 2º Código Penal.
	Comum
	É aquele que qualquer pessoa pode cometer.
	Próprios
	Só podem ser cometidos por determinadas pessoas ou categoria. Ex. Crimes contra administração Pública.
	De Mão Própria
	Só podem ser cometidos pelo sujeito em pessoa como o crime de falso testemunho. Art. 342 Código Penal.
	De Dano
	Exigem efetiva lesão ao bem jurídico protegido para a sua consumação. Homicídio, Furto.
	De Perigo
	Para a consumação basta a possibilidade de dano ou seja a exposição do Bem a perigo de DANO. Exemplo Art. 132 Código Penal.
	Material
	Só se consuma com a produção do resultado naturalístico. Exemplo Homicídio que se consuma com a morte.
	Formal
	O tipo penal não exige a produção do resultado naturalístico para a consumação do crime, embora seja possível a sua ocorrência. Exemplo: Ameaça.
	Mera Conduta
	O Resultado naturalístico não é apenas irrelevante mas impossível. Exemplo: Violação de domicílio ou desobediência. (não provoca modificação no mundo concreto).
	Instantâneo
	Consuma-se em um dado instante. Exemplo: Homicídio.
	Permanente
	O momento consumativo se protrai no tempo. Art. 148 Código Penal (sequestro).
	Unissubsistente
	É aquele que se perfaz com único ato. Exemplo: Injúria verbal.
	Plurissubsistente
	É aquele que exige mais de um ato para sua realização. Exemplo: Estelionato. Art. 171 Código Penal.
	Vago
	É aquele que tem por sujeito passivo, entidade sem personalidade jurídica, como a coletividade. Exemplo: Ato obsceno.
	Transeunte
	São as infrações penais que não deixam vestígios. Exemplo: A injúria verbal.
	Não Transeuntes
	São aquelas que deixam vestígios. Exemplo: Homicídio.
	Unisubjetivo
	É aquele que pode ser praticado pelo agente individualmente.
	Plurisubjetivo
	É o crime de concurso necessário. Por sua estrutura típica exige o concurso de no mínimo duas pessoas. Pode ser de conduta paralela (quadrilha, Art. 288 Código Penal) pode ser de conduta convergente (bigamia, Art. 235 Código Penal) ou de conduta divergente (rixa, Art. 137 Código Penal).
FATO TÍPICO
Conceito: O Direito Penal se interessa por fatos humanos indesejados, que através de uma conduta prova um resultado que se ajusta ao um Tipo Penal gerando assim um Fato Típico. Dessa forma Fato Típico é o fato humano, indesejado, que norteado pelo princípio da Intervenção Mínima consiste em uma conduta produtora de um resultado se adequando a um Tipo Penal.
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
	
	Descrição (Conceito)
	Conduta
	Conduta para o causalismo ou teoria causal – Naturalista da ação: Principal Expoente: Franz Von Liszt. Surge no inicio do século XIX e faz parte de um panorama científico marcado pelos ideais positivistas (ciências naturais). Para esta teoria crime é Fato Típico ilícito e culpável. Conduta para o causalismo é MOVIMENTO CORPORAL QUE CAUSA MODIFICAÇÃO NO MUNDO EXTERIOR. A Conduta é objetiva e desprovida de dolo ou culpa que estão na culpabilidade, não admitindo valoração. COMPORTAMENTO HUMANO VOLUNTÁRIO.
Críticas a Teoria Causalísta: 
A conduta possui requisitos subjetivos (Ex. Art. 319 Código Penal) que não podem ser desconsiderados e o causalismo os desconsidera. 
O Causalismo não consegue explicar os crimes omissivos
O Causalismo diz que a conduta não admite valoração.
Conduta para a Teoria Neokantista – Para esta teoria CRIME é Fato Típico Ilicito e Culpável. CONDUTA PARA ESTA TEORIA É A AÇÃO OU OMISSÃO NÃO MAIS NEUTRA, QUE EXPRESSA UMA VALORAÇÃO NEGATIVA DA LEI. NÃO DEIXA DE SER UM MOVIMENTO VOLUNTÁRIO. Pode ser considerada como uma evolução da Teoria Causalista. Nela dolo e culpa continuam na culpabilidade. Não fala em ação humana e sim em COMPORTAMENTO HUMANO o que abrange a omissão. Principal expoente dessa teoria é: Edmund Mezger.
Críticas a Teoria Neokantista: 
Adota premissas do causalismo e por isso fica contraditória porque reconhece elementos subjetivos mas continua com o dolo e a culpa na culpabilidade; 
Conduta para a Teoria Finalista: Principal Expoente: Hans Welzel. Para o Finalismo crime é Fato Típico Ilicito e Culpável. No entanto há finalistas discIdentes que não reconhecem a culpabilidade como substrato do crime. Esses não deixam de ser finalistas porque tem um conceito comum de conduta. Para o finalismo CONDUTA É MOVIMENTO HUMANO VOLUNTÁRIO NÃO MERAMENTE CAUSAL, MAS SIM PSIQUICAMENTE DIRIGIDO A UM FIM. A conduta visa algo diferente do causalismo que era uma atividade cega. Para o finalismo DOLO E CULPA MIGRAM DA CULPABILIDADE PARA O FATO TÍPICO. 
Críticas ao Finalismo: 
A finalidade não explica os crimes culposos;
É frágil em relação aos crimes omissivos;
Ignoram o desvalor do resultado;
Praticamente esvazia a culpabilidade. Que seria mero juízo de reprovação.
Conduta para a Teoria Social da Ação: Expoente: Johanmes Wessels e Eb Schmidt. Esta teoria mantém a classificação tripartite do crime (fato típico, ilícito e culpável). A CONDUTA CONTINUA SENDO MOVIMENTO HUMANO VOLUNTÁRIO PORÉM ACRESCENTAM QUE É PSIQUICAMENTE DIRIGIDA A UM FIM SOCIALMENTE REPROVÁVEL. Trabalha com a base no finalismo, mas acrescenta a reprovabilidade social da conduta. Alguns autores dizem que esta teoria adotou a denominada dupla função/posição do dolo que seria elemento do tipo e forma de culpabilidade. (Hans Heirich Iescheck).
Críticas a teoria:
Não há clareza do que seja conduta socialmente reprovável.
Conduta para a Teoria Funcionalista: 
Funcionalismo Dualista/Moderado/Teleológico ou da políticacriminal: Desenvolvida por Claus Roxin. Para esta teoria Crime é Fato Típico, Ilícito e Reprovável. Não usa a culpabilidade que para ele é medida da pena. Tirou a culpabilidade do substrato do crime. afirma que a reprobabilidade e constituída de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude; da exigibilidade de conduta diversa e da necessidade da pena. CONDUTA ESTA ORIENTADA PELO PRINCIPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA. O dolo e a culpa estão no Fato Típico. Trabalha com princípios não positivados como a insignificância.
Críticas:
A reprobabilidade não possui base sólida.
Funcionalismo Radical, Sistêmico, Monista ou Funcionalismo de Iakobs: Para esta teoria crime seria fato típico, ilícito e culpável e a CONDUTA É O MOVIMENTO HUMANO VOLUNTÁRIO CAUSADOR DE UM RESULTADO EVITÁVEL, VIOLADO DO SISTEMA, FRUSTRANDO AS EXPECTATIVAS NORMATIVAS. Não admite princípios não positivados. Dolo e culpa estão no fato típico. 
Críticas:
Serve a Estados totalitários. Basta ser crime que tem que obedecer.
	
	
	Nexo 
	
	Tipicidade

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