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1 UNIDADE 1 – Comunicação 1. A Comunicação Comunicação é tudo! Por Marizete Furbino Assim como na vida pessoal, na vida profissional a comunicação é fundamental. É através da comunicação que alcançamos sinergia dentro de uma organização, uma vez que a comunicação nos permite unir forças, promover a integração e o inter-relacionamento entre pessoas e departamentos, permitindo que, todos além de conhecer, atuem de maneira a cooperar e a colaborar, somando forças e caminhando de forma interagida em prol dos objetivos organizacionais, procurando alcançar sempre a obtenção da maximização dos resultados, por meio de um trabalho em equipe. A organização deve aprender a valorizar cada mensagem recebida, para atuar em prol da melhoria contínua. Vivemos em um mundo globalizado, na era da incerteza, mundo recheado de mudanças constantes, onde a comunicação tem o seu valor, portanto, só poderão fazer o diferencial no mercado, as empresas que aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma interligada e inter- relacionada, somando forças, gerando assim, cada vez mais know-how, e por sua vez, agregação de valor, o que é essencial no processo de crescimento e expansão dos negócios, uma vez que, contribui e muito para que a empresa otimize seus resultados e se transforme em um diferencial competitivo, neste mercado onde a competitividade é demasiadamente acirrada. Além da valorização das pessoas envolvidas no processo organizacional, as empresas deverão apostar na comunicação de seus objetivos, onde, o ideal é haver sempre feedback da comunicação realizada, a fim de construir e manter relacionamentos harmoniosos , fortificando então, a relação não só dos clientes internos, mas de todos os stakeholders envolvidos no processo organizacional, permitindo surgir e manter um elo de ligação entre todos, além de promover e colaborar para perpetuar um ambiente harmonioso e o compartilhamento de idéias e valores, onde a ideia de parceria estará presente em tudo que se faça e em todos. Na era do conhecimento, a era em que vivemos, é preciso que para o empreendimento sobreviva no mercado, tenhamos pessoas talentosas, grandes líderes, uma ótima estrutura organizacional e que apresentem não só produtos e serviços de qualidade, mas também valores éticos. É também preciso, não só minimizar custos e maximizar lucros de seus acionistas, mas, ir além, se faz necessário enxergar todos os stakeholders como sendo parceiros, contribuindo assim para o desenvolvimento do empreendimento e compartilhamento de seus resultados. 2 A organização não se pode jamais esquecer que, para se obter êxito nas ações, eficiência e eficácia quanto à comunicação, deverá ficar “antenada” quanto ao meio e também quanto a todos os ruídos que por ventura aparecerem durante todo o processo. Fazer com que a comunicação flua de maneira satisfatória dentro de uma organização é de suma importância, uma vez que esta poderá determinar o sucesso ou o fracasso das organizações e negócios, influenciando no comportamento dos consumidores e nas relações de trabalho gerando impacto positivo ou negativo na vida organizacional, quanto aos valores, à política e a cultura organizacional existente. Diante desse cenário, as empresas inteligentes já começam a entender, o grandioso papel da comunicação dentro de uma organização e já iniciam transformações como a reformulação de seus conceitos, filosofias e práticas. Já são conscientes de que devem ficar atentas quanto aos valores e a cultura organizacional, uma vez que, os empreendimentos, assim como as pessoas, carregam sua história consigo e serão reconhecidos, analisados, valorizados e avaliados por esta, portanto, ficar atento quanto ao nosso comportamento e atitudes também é de suma importância. Incorporar valores à marca, aos produtos e aos serviços, constitui o grande desafio da comunicação empresarial. Portanto, pensar em responsabilidade social, meio ambiente e cidadania corporativa, é imprescindível nos dias atuais e o importante não é só a contemplação destas ideias, mas a implementação das mesmas. É de suma importância que, além de uma empresa trabalhar em prol de um ambiente transparente, respeitoso e acolhedor, que também tenha uma comunicação rápida, clara e eficiente, zelando sempre pela sua imagem, imagem esta que deve ser de fato de um empreendimento sério e confiável. Criar e implementar uma política de comunicação não constitui uma simples tarefa, pois, é preciso que haja mudanças no que tange a cultura organizacional e isto não é fácil. Temos que lembrar sempre que, as empresas são compostas de seres vivos e estes vivem de relacionamentos. O mundo mudou e nas organizações também é preciso que haja mudanças. Assegurar que a liderança da empresa acredite que os pilares do sucesso organizacional, passam por transparência e comunicação constitui um avanço. 1.2. Barreiras nas Comunicações Muitas vezes a comunicação deixa de efetivar-se por barreiras, “obstáculos”, que restringem a sua eficácia, os quais podem estar ligados ao emissor, ao receptor, ou a ambos, ou ainda a interferências presentes no canal de comunicação. Nós podemos entender como barreiras nas comunicações, desde as limitações de ordem emocional, tais como a incapacidade dos interlocutores para abordar determinados temas considerados por demais ameaçadores, até as dificuldades relacionadas a utilização dos códigos de linguagem; todos estes fatores representam maior ou menor grau de 3 obstáculos a uma comunicação plena. A ideia que se tem da comunicação é que ela existe em mão dupla, ou seja, um indivíduo pode ser ou não aceito simplesmente pela sua forma de expressar-se. Para que haja um sentido bilateral da comunicação, é necessário que tanto o emissor quanto o receptor percebam o outro. Não poderá haver uma comunicação correta, ou seja sem interferências, quando não há sintonia no que se diz, e no que se ouve. 1.2.1. Barreiras nas Comunicações Opiniões e atitudes O pai pede ao filho: “Vá a padaria da esquina, comprar pães.”, mas o pai não justifica qual o tipo de pão a ser comprado. O garoto terá neste caso livre conduta para comprar o pão que ele quiser. Egocentrismo ou Competição Essas duas palavras juntas acarretam um monólogo coletivo, onde o que predomina é o interesse individual e não o interesse do grupo. O locutor está falando enquanto o receptor, “quem ouve”, rebate tudo o que o outro diz, sem ao menos processar e analisar o que lhe está sendo dito. Esta atitude é muito comum para pessoas egocêntricas e/ou competitivas, pois esses indivíduos não aceitam ser o segundo plano, eles precisam estar sempre em evidência. “A pessoa egocêntrica ou competitiva quase sempre se envolve em situações ridículas e equívocas sem ao menos se dar conta.” Percepção Para ter percepção com as coisas que nos rodeiam, precisamos antes de mais nada é ter sensibilidade. Sabemos que a nossa percepção é influenciada por preconceitos e estereótipos. São esses fatores que nos predispõem a fazer com prestemos atenção ou não no que nos é dito ou vice- versa, ou ainda é assim que fazemos que as pessoas prestem a atenção no que falamos. É através da percepção que “captamos os fatos e adquirimos informações com auxílio de todos os sentidos” A percepção não é estática; é um processo dinâmico a envolver não somente a apreensão dos estímulos sensoriais, mas também a interpretação, por parte do receptor, da realidade observada. Uma característica da percepção consiste no seu caráter individual, isto é, cada pessoa capta uma mesma situação de forma única e inteiramente particular. Percebemos as situações de acordo com as nossas experiências anteriores, nossasexpectativas e necessidades, e também nos deixamos influenciar pelos fatores circunstanciais. A percepção é seletiva. Não percebemos, mas é através da percepção que selecionamos com quem nos relacionamos. Começamos um relacionamento buscando características que nos atraem no outro. Quando nos simpatizamos com alguém, tendemos a ver e reconhecer somente as suas qualidades, eliminando quase que por completo os seus defeitos, mas quando o indivíduo já não nos é tão querido, passamos a realçar seus defeitos, não mais vendo qualidades mesmo que elas existam. Frustração A pessoa frustrada também produz uma barreira na comunicação. Inconscientemente ele bloqueia o que lhe é dito, mas o seu problema é diferente dos casos mostrados anteriormente. A pessoa frustrada não vê saída para os problemas que lhe são apresentados, nada tem solução. O que lhe causa um negativismo muito grande, podendo ser passado para outras pessoas influenciáveis. 4 UNIDADE 2 – Linguagem – Língua – Fala 1. Linguagem É o exercício oriundo da faculdade, inerente ao homem, que lhe possibilita a comunicação. Embora nem todos os teóricos assumam esse posicionamento, podemos dizer que todo ser humano possui, ao nascer, uma predisposição que faculta a aquisição da mesma (característica inata). A linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro. A cada instante, a linguagem implica, ao mesmo, um sistema estabelecido e uma evolução. Por outro lado, sem o convívio social, essa predisposição se atrofia. Assim, tudo indica que a aprendizagem, na criança, se dá por imitação (característica adquirida). 2. Língua Há um instrumento peculiar de comunicação – a língua – distinta da fala e que representa a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que por si só não pode modificá- la. Língua é forma. Enquanto a linguagem, como faculdade natural, é um todo heterogêneo, a língua é de natureza homogênea – sistema de signos (código) convencionais e arbitrários. 3. Fala A fala, ao contrário, é um ato intencional, em nível individual, de vontade e de inteligência. 4. Registros ou Níveis de Lingua(gem) A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, percebemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por que a pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que considerar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status sócio-cultural dos falantes. Há uma língua padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sócio-cultural dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita. 5 4.1. Língua Falada 4.1.2. Língua Culta Língua culta é a língua falada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Obedece à gramática da língua-padrão. É mais restrita, pois constitui privilegio e conquista cultural de um número reduzido de falantes. Exemplo: Temos conhecimento de que alguns casos de delinquência juvenil no mundo 2 hodierno decorrem da violência que se projeta, através dos meios de comunicação, com, 3 programas que enfatizam a guerra, o roubo e a venalidade . 4.1.3. Língua Coloquial Língua coloquial é a língua espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas linguísticas. É a língua cotidiana, que comete – mas perdoáveis – deslizes gramaticais. Exemplo: Cadê o livro que te emprestei? Me devolve em seguida, sim? 4.1.4. Língua Vulgar ou Inculta Língua vulgar é própria das pessoas sem instrução. É natural, colorida, expressiva, livre de convenções sociais. É mais palpável, porque envolve o mundo das coisas. Infringe totalmente as convenções gramaticais. Exemplo: Nóis ouvimo falá do pograma da televisão. 4.1.5. Língua Regional Língua Regional, como o nome já indica, está circunscrita a regiões geográficas, caracterizando-se pelo acento linguístico, que é a soma das qualidades físicas do som (altura, timbre, intensidade). Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de cada região. Exemplo: Égua! Esse carimbó tem um ritmo paid’égua! 4.1.6. Língua Grupal Língua grupal é uma língua hermética 4 , porque pertence a grupos fechados. 2 Adj. Que diz respeito ao dia de hoje, recente, bem moderno. 3 Qualidade ou caráter de vendável 4 Adj. Diz-se de um fechamento perfeito: um recipiente hermético. Confuso, difícil de ser compreendido, misterioso: poesia hermética. 6 4.1.6.1. Língua Grupal (Técnica) A língua grupal técnica desloca-se para a escrita. Existem tantas quantas forem as ciências e as profissões: a língua da Medicina (como é difícil entender um diagnóstico...), a do Direito (restrita aos meios jurídicos), etc. Só é compreendida, quando sua aprendizagem se faz junto com a profissão. Exemplo: O materialismo dialético 5 rejeita o empirismo 6 realista e considera que as premissas do empirismo materialista são justas no essencial. 4.1.6.2. Língua Grupal (Gíria) Existem tantos quantos grupos fechados. Há a gíria policial, a dos jovens, dos estudantes, dos militares, dos jornalistas, etc. Exemplo: O negocio agora é comunicação, e comunicação o cara aprende com material vivo, deslocando um papo legal. Morou? OBERVAÇÃO Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão. 4.2. Língua Escrita 4.2.1. Língua Não literária A língua não literária apresenta as mesmas características das variantes da língua falada tais como língua-padrão, coloquial, inculta ou vulgar, regional, grupal, incluindo a gíria e a técnica e tem as mesmas finalidades e registros, conforme exemplificaremos abaixo: 4.2.1.1. Língua-Padrão A língua-padrão é aquela que obedece a todos os parâmetros gramaticais. Exemplo: “O problema que constitui o objeto da presente obra põe-se, com evidente principalidade, diante de quem quer que enfrente o estudo filosófico ou o estudo só científico 7 do conhecimento. Porém não é mais do que um breve capítulo de gnosiologia .” (Pontes de Miranda) 5 Adj. Que diz respeito à dialética. Materialismo dialético, v. MARXISMO. Aquele que cultiva a dialética. Aquele que argumenta com habilidade e método. 6 Filosofia Doutrina filosófica que encara a experiência sensível como a única fonte fidedigna de conhecimento. O filósofo empirista baseia-se na observação e na experimentação para decidir o que é verdadeiro. Chega a conclusões através do emprego do método indutivo, baseado no que observou. O filósofo racionalista enfatiza a razão como fonte de conhecimento. Começa com princípios a priori, ou verdades evidentes, e usa o método dedutivo. 7 4.2.1.2. Língua Coloquial Exemplo: - Me faz um favor. Vai ao banco pra mim. 4.2.1.3. Língua Vulgar ou Inculta Exemplo: (TRECHO DE UMA LISTA DE COMPRAS) - assucar (= açúcar) - basora (= vassoura) - qejo (= queijo) - xalxixa (= salsicha) 4.2.1.4. Língua Regional Exemplo: Deu-lhe com a boladeira 8 4.2.1.5. Língua Grupal nos cascos, e o índio correu mais que cusco 9 em procissão. Os exemplos dados no item 4.1.6. servem para ilustrar tanto a língua grupal gíria como a técnica. OBERVAÇÃO Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo permita, ou seja, se estamosdissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se geralmente, a língua padrão – não podemos passar desse nível para outro, como a gíria, por exemplo. 4.2.2. Língua Literária A língua literária é o instrumento utilizado pelos escritores. Principalmente, a partir do modernismo, eles cometeram certas infrações gramaticais, que, de modo algum, se confundem com os erros observados nos leigos. Enquanto nestes as incorreções acontecem por ignorância da norma, naqueles as mesmas ocorrem por imposição da estilística. Exemplo: “Macunaima ficou muito contrariado. Maginou, maginou e disse prá velha...” (Mário de Andrade) 7 Parte da filosofia que estuda as bases do conhecimento humano. 8 Dança tradicional gaúcha. 9 Rio Grande do Sul - Cão pequeno, de raça ordinária. Pessoa de baixa estatura e pouca importância. RESPONDER AS ATIVIDADES DA APOSTILA 9 UNIDADE 3 – Noção de Texto 1. Conceitos Básicos O que é texto? É um conjunto de frases? É uma entidade material por meio da qual se comunica algo. O texto é uma ocorrência linguística, que tem um sentido completo, dotada de certas formalidades que lhe permite estabelecer uma comunicação entre o seu produtor e o destinatário. A sua função é essa, ou seja, estabelecer uma comunicação entre estes dois sujeitos. 2. Categorias de Textos 2.1. Narração A narração é um texto dinâmico, que contém vários fatores de dependência que são extremamente importantes para a boa estruturação do texto. Narrar é contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre um começo um meio e um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa. 2.2. Elementos que formam a estrutura da narrativa TEMPO: O intervalo de tempo em que o(s) fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe que existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo. ESPAÇO: O espaço é imprescindível, e deve ser esclarecido logo no início da narrativa, pois assim o leitor poderá localizar a ação e imaginá-la com maior facilidade. ENREDO: É o fato em si. Aquilo que ocorreu e que está sendo narrado. Deve ter um começo, um meio e um fim. PERSONAGENS: São os indivíduos que participaram do acontecimento e que estão sendo citados pelo narrador. Há sempre um núcleo principal da narrativa que gira em torno de um ou dois personagens, chamados de personagens centrais ou principais (protagonistas). NARRADOR: É quem conta o fato. Pode ser em primeira pessoa, o qual por participar da história é chamado narrador-personagem, ou em terceira pessoa, o qual não participa dos fatos, e é denominado narrador-observador. Alguns elementos que ajudam na construção do enredo: INTRODUÇÃO: Na introdução devem conter informações já citadas acima, como o tempo, o espaço, o enredo e as personagens. 10 TRAMA: Nessa fase você vai relatar o fato propriamente dito, acrescentando somente os detalhes relevantes para a boa compreensão da narrativa. A montagem desses fatos deve levar a um mistério, que se desvendará no clímax. CLÍMAX: O clímax é o momento chave da narrativa, deve ser um trecho dinâmico e emocionante, onde os fatos se encaixam para chegar ao desenlace. DESENLACE: O desenlace é a conclusão da narração, onde tudo que ficou pendente durante o desenvolvimento do texto é explicado, e o “quebra-cabeça”, que deve ser a história, é montado. Para que no seu texto estejam presentes esses elementos, é necessário que na organização do texto você faça alguns questionamentos: O que aconteceu? (enredo), quando aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço), com quem aconteceu? (personagens), como aconteceu? (trama, clímax, desenlace). DICAS IMPORTANTES Após fazer essas perguntas e responder a elas, pode-se iniciar a redação da narrativa, na qual são incluídos todos os itens citados. Para a produção de uma boa redação, o melhor é que se distribuam as informações dessa forma: Introdução: Com quem aconteceu? Quando aconteceu? Onde aconteceu? Desenvolvimento: O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu? Conclusão: Qual a consequência desse acontecimento? Se essas dicas forem seguidas, com certeza a narração estará completa e não faltará nenhuma informação para que se possa entender os fatos. Pneu furado O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo "Pode deixar". Ele trocaria o pneu. – Você tem macaco? - perguntou o homem. – Não - respondeu a moça. – Tudo bem, eu tenho - disse o homem - Você tem estepe? – Não - disse a moça. – Vamos usar o meu - disse o homem. E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça. Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar. Dali a pouco chegou o dono do carro. – Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado. – É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar. – Coisa estranha. – É uma compulsão. Sei lá. (Luís Fernando Veríssimo. Pai não entende nada. L&PM, 1991). 11 2.2. DESCRIÇÃO OU TEXTO DESCRITIVO O objetivo do texto descritivo é mostrar algo, retratar, relatar as características de uma pessoa, um objeto, uma situação, um local. Essa categoria de texto é construída por uma série de enunciados simultâneos, ele não é regido por uma cronologia, como no texto narrativo, ou por uma lógica, como no texto dissertativo. O texto descritivo por excelência consiste em uma percepção sensorial, representada pelos cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) no intuito de relatar as impressões capturadas com base em uma pessoa, objeto, animal, lugar ou mesmo um determinado acontecimento do cotidiano. É como se fosse uma fotografia traduzida por meio de palavras, sendo que estas são “ornamentadas” de riquíssimos detalhes, de modo a propiciar a criação de uma imagem do objeto descrito na mente do leitor. A descrição pode ser retratada apoiando-se sob dois pontos de vista: o objetivo e o subjetivo. 2.2.1. Descrição objetiva Na descrição objetiva, como literalmente ela traduz, o objetivo principal é relatar as características do “objeto” de modo preciso, isentando-se de comentários pessoais ou atribuições de quaisquer termos que possibilitem a múltiplas interpretações. 2.2.2. Descrição subjetiva A subjetiva perfaz-se de uma linguagem mais pessoal, na qual são permitidas opiniões, expressão de sentimentos e emoções e o emprego de construções livres em que revelem um “toque” de individualismo por parte de quem a descreve. Clarinete Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o lugar do violino na orquestra. O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal. Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes onde se encontra urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca deoitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura. Com pouco mais de um século, este clarinete permanece calado, latente, sem produzir sons nem músicas, pois, não herdei o dom de meu bisavô e nunca me interessei por este tipo de instrumento, mas, quem sabe se daqui a alguns anos não aparecerá um novo João Rodolfo, que herde ao mesmo tempo, de seus bisavôs e tataravôs, respectivamente, o instrumento e o dom. João Rodolfo Cavalcanti A. de Araújo 12 2.3. DISSERTAÇÃO OU TEXTO DISSERTATIVO Esse tipo de texto caracteriza-se pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um determinado assunto. O texto dissertativo dá ênfase ao enunciado e não ao enunciador. E nele se evitam os verbos me primeira pessoa, como: digo, afirmo, falo, concluo, entre outros. Deve-se utilizar a linguagem formal. Em geral, para se obter maior clareza na exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir a matéria em três partes. Introdução – Apresenta-se a ideia ou o ponto de vista que será defendido. Desenvolvimento ou argumentação – Desenvolve-se um ponto de vista para tentar convencer o leitor; para isso, deve-se usar uma sólida argumentação, citar exemplos, recorrer à opinião de especialistas, fornecer dados, etc. Conclusão – Nela se dá um fecho ao texto, coerente com desenvolvimento, com os argumentos apresentados. PLANEJANDO A DISSERTAÇÃO Veja a seguir um tipo de roteiro. Siga os passos: 1) Interrogue o tema; 2) Responda-o de acordo com a sua opinião; 3) Apresente um argumento básico; 4) Apresente argumentos auxiliares; 5) Apresente um fato-exemplo; 6) Conclua. Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro: 1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem vive sozinho? 2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista. 3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal. 4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão os argumentos auxiliares. 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos demais. 6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua redação. 13 Armas nucleares Introdução A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade. Pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta. Argumentação A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as consequências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões. Conclusão Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo “Paz e corrida armamentista” in Douglas Tufano, p. 47) 2.4. O TEXTO DE INSTRUÇÕES OU TEXTO INJUNTIVO Um texto instrucional é aquele cuja função é instruir, ensinar, mostrar como algo deve ser feito. Descrevem as etapas que devem ser seguidas para um determinado procedimento. Neste tipo de gênero textual, encontramos as mais diversas formas de texto, desde simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião, por exemplo. As instruções são construídas com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o açúcar). O estudo de textos normativos também pode ser associado ao estudo de sinalizações normalmente utilizadas com a mesma função, por exemplo, os sinais de trânsito e outras placas indicativas como: “proibido fumar”, “reservado a deficientes físicos”, etc. Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucionais, que nos ajudam a usar corretamente um telefone celular ou um computador; a fazer uma comida saborosa ou a seguir uma dieta para emagrecer. É necessário atribuir um título como por ex. “Bolo de cenoura”. Isso ajudará o leitor a identificar o tipo de instrução. Algumas instruções podem vir acompanhadas, em seu texto, de uma relação de materiais, por exemplo. No caso de instruções para a montagem de um móvel, normalmente há uma relação das peças. É importante lembrar que, para uma redação de vestibular ou concurso, há sempre um limite de espaço, portanto, seja objetivo, porém, se faça entender. 14 15 UNIDADE 4 – Redação Técnica 1. Conceito 1.1. O que é redação técnica? Primeiramente, vejamos esses dois termos em separado: Redação é o ato de redigir, ou seja, de escrever, de exprimir pensamentos e ideias através da escrita. Técnica é o conjunto de métodos para execução de um trabalho, a fim de se obter um resultado. Logo, para que você escreva uma redação técnica é necessário que certos processos sejam seguidos, como o tipo de linguagem, a estrutura do texto, o espaçamento, a forma de iniciar e finalizar o texto, dentre outros. Dessa forma, a necessidade de certa habilidade e de se ter os conhecimentos prévios para se fazer uma redação técnica é imprescindível! A redação técnica engloba textos como: atas, cartas, certificados, declarações, e- mail’s comerciais/empresariais, memorandos, ocorrências (termo de), ofícios, relatórios. 2. Ata (de reunião) 2.1. Conceito. “Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim” (Martins, 2003, p. 148). Medeiros (2005, p. 178), conceitua “... como um registro em que se relata o que se passou numa reunião, assembleia ou convenção”. 2.2 Normas Geralmente, as atas são transcritas a mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de abertura e um de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro. Por ser um documento de valor jurídico a ata deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescentado ou modificado. Caso haja engano, o secretário escreverá “digo”, retificando o pensamento. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão – “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”. No livro de atas, os números dever ser escritos por extenso, evitando também as abreviações. As atas são redigidas sem se deixarem espaços ou parágrafos, a fim de se evitarem acréscimos. O tempo verbal preferencialmenteutilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo (disse, declarou, decidiu…). Com relação às assinaturas, todas as pessoas presentes deverão assinar a ata, ou, quando deliberado, apenas o presidente e o secretário. Para se evitar a fraude, permite-se também a transição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientes arquivadas. 16 Só em casos especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais. Medeiros (2005, p. 179), destaca os elementos constitutivos básicos de uma ata. • dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso); • local da reunião; • relação e identificação do presidente e secretário; • ordem do dia (pauta) e • fecho. 2.3. Modelo de Ata (de Reunião) 17 Evite terminar a carta anunciando tal fato (Termino esta) ou de forma muito direta (Sem mais para o momento, despeço-me). 3. Carta Comercial Tradicional e Moderna 3.1. Conceito A carta comercial, também chamada de correspondência técnica, é um documento com objetivo de se fazer uma comunicação comercial, empresarial. A redação comercial tem como características comuns: a) clareza: o texto, além de ser claro, deve ser objetivo, como forma de evitar múltiplas interpretações, o que prejudica os comunicados e negócios. b) estética: a fim de causar boa impressão, o texto deve estar bem organizado e dentro da estruturação cabível. Não pode haver rasuras ou “sujeiras” impregnadas ao papel. c) linguagem: seja conciso e objetivo: passe as informações necessárias, sem ficar usufruindo de recursos estilísticos. Seja impessoal, ou seja, não faça uso da subjetividade e de sentimentalismo. E por fim, escreva com simplicidade, mas observando a norma culta da língua. É muito importante que haja correção, pois um possível equívoco pode gerar desentendimento entre as partes e possíveis prejuízos de ordem financeira. 3.2. Estrutura de uma Carta Comercial 1º passo: O papel deve ter o timbre e/ou cabeçalho, com as informações necessárias (nome, endereço, logotipo da empresa). Normalmente, já vem impresso. 2º passo: Coloque o nome da localidade e data à esquerda e abaixo do timbre. Coloque vírgula depois do nome da cidade! O mês deve vir em letra minúscula, o ano dever vir junto (2018), sem ponto ou espaço. Use ponto final após a data. 3º passo: Escreva o nome do destinatário à esquerda e abaixo da localidade e data. 4º passo: Coloque um vocativo impessoal: Prezado(s) Senhor(Senhores), Caro cliente, Senhor diretor, Senhor Gerente, etc. 5º passo: Inicie o texto fazendo referência ao assunto, tais como: “Com relação a...”, “Em atenção à carta enviada..”, “Em atenção ao anúncio publicado...”, “Atendendo à solicitação...”, “Em cumprimento a...”, “Com relação ao pedido...”, “Solicito que...”, “Confirmamos o recebimento”, dentre outras. OBERVAÇÃO 6º passo: Exponha o texto, como dito anteriormente, de forma clara e objetiva. Pode-se fazer abreviações do pronome de tratamento ao referir-se ao destinatário: V.Sª.; V. Exa.; Exmo.; Sr.; etc. 7º passo: Corresponde ao fecho da carta, o qual é o encerramento da mesma. Despeça-se em tom amigável: Cordialmente, Atenciosamente, Respeitosamente, Saudações, etc. OBERVAÇÃO Evite iniciar com “Através desta”, “Solicito através desta”, “Pela presente” e similares, pois são expressões pleonásticas, uma vez que está claro que o meio de comunicação adotado é a carta. 18 3.3.3. Modelo de Carta Comercial Loja da Maria Belém, 3 de março de 2008. Ao diretor Joaquim Silva Assunto: Depósito bancário Prezado Senhor: Confirmamos ter recebido uma reivindicação de depósito no valor três mil reais referente ao mês de fevereiro. Informamos-lhe que o referido valor foi depositado no dia 1º de março, na agência 0003, conta corrente 3225, Banco dos Empresários. Informamos ainda que o motivo da demora em efetuar o depósito ocorreu porque não tínhamos o número da nova conta desta empresa. Por favor, pedimos que os senhores verifiquem o extrato e nos comunique o recebimento do valor mencionado. Agradecemos a compreensão. Atenciosamente, Amélia Sousa Gerente comercial EXERCÍCIO – Elabore uma Carta Comercial sobre o não recebimento de mercadoria solicitada. 4. Declaração 4.1. Conceito A declaração é um tipo de texto muito ligado às situações cotidianas, que constitui- se num relato proferido por alguém a favor de outra pessoa, procurando evidenciar uma verdade em que se acredita. Trata-se de uma comunicação escrita, cuja estética segue alguns padrões fixos que envolvem conhecimentos linguísticos adequados, tais como o tipo de linguagem, a estrutura textual, o espaçamento, a forma de iniciar e finalizar a mensagem, dentre outros fatores. 4.2. Estrutura de uma Declaração. Visando aprimorar nossos conhecimentos acerca da composição textual em evidência, enfatizaremos as seguintes particularidades: a) a declaração deverá fazer referência ao objetivo pretendido por meio do discurso, ou seja, a expressão “declaração” é grafada com letras maiúsculas, ocupando uma posição de destaque sobre as demais; b) Em seguida redige-se a mensagem pretendida, focalizando o assunto específico; c) Ao final, cita-se o local, a data, enfatizando dia, mês e ano, seguida da assinatura do emissor (declarante) e seu respectivo cargo (função), quando for o caso. 5.3. Modelo de Declaração EXERCÍCIO – Elabore uma declaração conforme orientação da professora. 6. E-mail’s (mensagens eletrônicas) p. 60). “A mensagem eletrônica é como qualquer outra mensagem escrita” (Medeiros, 2005, Ao redigir um e-mail comercial, levam-se em consideração os mesmos aspectos técnicos da carta comercial, inclusive seus elementos estruturais. Deve haver clareza, simplicidade, coerência e coesão entre as ideias. Um perigo constante neste tipo de comunicação é o vício de linguagem. Muitos acham que o e-mail deve ser redigido com palavras abreviadas (ex. vc = você, td = tudo bem), mas lembre-se estamos escrevendo uma carta comercial (a um cliente, fornecedor, etc.) em nome de nossa empresa e devemos passar seriedade e confiança ao receptor da mensagem. Ao terminar o texto, sempre coloque seu nome completo, para que o interlocutor possa identificar quem escreveu o e-mail. Lembramos que estas regras se aplicam aos e-mails comerciais. Não temos aqui o intuito de criticar ou querer normatizar os e-mail’s particulares, que tem suas próprias regras e linguagem. 6.1. Modelo de E-mail Comercial EXERCÍCIO – Imagine que você é um Promotor de Vendas on-line, e que você deseja mostrar seu produto via internet para o seu consumidor. Assim, elabore e envie um e-mail comercial para um amigo(a), mostrando as qualidades deste produto, para provável comercialização virtual. 7. Memorando O memorando é um aviso por escrito de caráter interno e administrativo, uma vez que estabelece a comunicação entre as unidades, departamentos ou setores de uma mesma empresa, instituição, órgão. Pode apresentar algumas finalidades: complementar uma correspondência anteriormente enviada, expor projetos e ideias, apresentar novas diretrizes, dentre outras. 21 O memorando, estabelecendo uma comparação, é uma espécie de bilhete comercial de que as empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna entre seus setores e departamentos. Por ser um tipo de correspondência cotidiana, rápida e objetiva, o memorando segue uma forma fixa, sendo para isso utilizado um papel impresso. Observe a estrutura de um memorando, atentando para a ausência de saudações e finalizações: • Timbre; • Número do memorando; • Data;• De (Órgão e/ou responsável); • Para (Órgão e/ou responsável); • Corpo do texto; • Assinatura. O despacho pode ser realizado na própria folha do memorando de modo resumido, o que permite agilidade e transparência no andamento das decisões tomadas. 7.1. Estrutura de um Memorando Quanto à estrutura, o memorando deve ter identificação por número, data, vocativo, assunto, texto objetivo e claro, despedida e a assinatura, acompanhada do cargo que se atribui ao remetente do referido documento. A linguagem é formal. 7.2. Modelo de Memorando Memorando Nº 01/17 Imperatriz, 25 de maio de 2017. Ao Encarregado de Recursos Humanos Assunto: Desligamento de funcionário Com base na determinação do próprio funcionário Luciano da Silva, comunicamos que o mesmo foi desligado, hoje, deste departamento e, portanto, está sob orientação dos senhores para as tramitações legais. Atenciosamente, João José Gerente administrativo do Departamento de Produção. 22 9. Ofício Ofício é a correspondência de caráter oficial, equivalente à carta comercial. É dirigido por um funcionário a outro, da mesma ou de outra categoria, bem como por uma repartição a uma pessoa ou instituição particular, ou, ainda, por instituição particular ou pessoa a uma repartição pública. Por tratar-se, sobretudo, de comunicação de caráter público, o ofício requer certo grau de formalidade. A redação, tal como no caso da carta comercial, tem de ser breve e concisa. 9.1. Modelo de Ofício EXERCÍCIO – Você é presidente de uma associação de bairros e solicita ao Secretário do Departamento de Meio Ambiente - DEMA, uma equipe responsável pela poda (corte) de árvores, as quais estão obstruindo a visão dos semáforos. 23 10.0. Relatório O relatório tem por finalidade expor informações sobre um decreto, uma decisão, um projeto, uma atividade, uma pesquisa ou algo semelhante, a fim de prestar contas, sejam financeiras ou administrativas. Pode ser complexo como de uma empresa e simples como de um estágio. O discurso em um relatório deve ser claro, objetivo, conciso e exato. Dessa forma, o relatório tem a finalidade de apresentar resultados parciais ou finais de determinada tarefa ou atividade. Utilizado especialmente no meio profissional ou acadêmico, o relatório deve ser informativo e ao mesmo tempo objetivo quanto ao assunto abordado. 10.1. Modelos de Relatório RELATÓRIO DE AUDITORIA Filial São Paulo Nos dias 28 e 29 de dezembro de 2007 foi realizada uma auditoria nas dependências da filial São Paulo da Empresa Industrial Amazonas onde se constatou que: - O número de funcionários administrativos não é suficiente para atender aos clientes e vendedores externos da empresa; - Equipamentos como máquinas de escrever, calculadoras, telefones, etc estão em péssimo estado de conservação, são muito antigos e apresentam defeitos que comprometem a qualidade e eficiência dos serviços; - As salas atuais são insuficientes para acomodar o número de funcionários necessário às suas atividades. Baseado nos fatos acima, recomendamos: - Admissão de dois funcionários administrativos; - Aquisição de um microcomputador; - Aquisição de duas linhas telefônicas. - Ampliação das salas. Guarulhos, 14 de janeiro de 2008. Diógenes Ferreira Auditor Senior 24 UNIDADE 5 – Gramática e Ortografia 1. Introdução A falta de capacidade de escrever, falar e ler corretamente decorre, por vezes, da falta do hábito de ler, pois quem lê com frequência escreve melhor, tem melhor raciocínio, melhor interpretação e melhor organização de ideias. Mas não é somente essa questão que faz com que tenhamos dificuldades de nos comunicar. O pouco domínio ou a falta de conhecimento das regras básicas estabelecidas em nosso código linguístico são, também, fatores importantes que devemos considerar no processo de uma comunicação eficiente e eficaz. Pensando nisso, propomos nesta unidade recuperar alguns conceitos gramaticais e ortográficos de nosso código linguístico. 2. Forma e grafia de algumas palavras que apresentam mais dificuldades para uma comunicação escrita ideal 2.1. Uso do “a” ou “há” Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para facilitar a eliminação de dúvidas a esse respeito: • Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. • Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”. Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo. Faz muito tempo que não como esse bolo. Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há” Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa. Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa. • Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”. 25 Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora. Estamos a dez minutos de onde você está. 3. Concordância Nominal – Regra Geral 3.1. Introdução Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas terminações, para se adequar harmonicamente umas às outras na frase. Há dois tipos de concordância: a Nominal e a Verbal. 3.2. Concordância Nominal É o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular). Exemplo: Minha casa é extraordinária. Temos o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O pronome possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o substantivo. O adjetivo “extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração com complemento conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda com o substantivo “casa” em gênero (feminino) e número (singular). Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada: Exemplo: Dois cavalos fortes venceram a competição. Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos modificadores do substantivo “cavalos” são: o numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Esses termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o mesmo. Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural. Observe que o numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do que “um”. Então temos por regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com o mesmo em gênero e número. DICA IMPORTANTE Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de tempo decorrido. 26 DICA IMPORTANTE Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com o nome (substantivo).3.2.1 Casos especiais de Concordância Nominal Lembro que a matéria é complexa e controversa, sujeita a soluções divergentes. As normas que a seguir mostramos têm como base as regras da gramática normativa. • Alerta é advérbio e invariável: Exemplo: Ambos estavam alerta. Mas atenção: É variável como sinônimo de aviso (substantivo): Exemplo: As sentinelas deram vários alertas (= vários avisos). • Menos sempre, menas nunca: Exemplo: Havia menos alunas na aula. • Bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Como advérbio (intensidade = muito) é invariável: Exemplo: Eles falam bastante (muito). Como adjetivo concorda com o substantivo: Você ainda verá bastantes > novidades. Macete Para fazermos à diferenciação basta substituirmos [bastante] por [muito]; se muito variar bastante também ira variar, em qualquer circunstância: Exemplos: Você conheceu muitas pessoas (muitas = bastantes). Elas são muito simpáticas (muito = bastante). • Meio (= um pouco, um tanto) é advérbio e invariável: Exemplo: A porta estava meio (um tanto) aberta. Significando metade, concordará com o nome a que se refere: 27 Exemplo: Tomou meia > garrafa de cerveja. • Anexo, Incluso e Junto são palavras adjetivas e, como tais, concordam com o nome a que se referem: Exemplos: Remeto-lhe anexa, inclusa > a fotocópia do recibo. Remeto-lhe anexos, inclusos > os convites. Remeto-lhe anexas, inclusas > as faturas. As irmãs estavam juntas. Encontrei os amigos juntos. Mas Atenção: Anexo precedido da preposição [em] fica invariável: Em anexo, seguem as faturas. Junto à / junto de / junto com (= perto de) são invariáveis: Exemplos: As certidões seguem junto com / dos / aos documentos. Construiu os edifícios junto às estações. • Mesmo, Próprio, são palavras adjetivas e, como tais, concordam com o nome a que se referem: Exemplos: Ela < mesma / própria fará os convites. Ele < mesmo / próprio fará os convites. Mesmo [= de fato, realmente], é invariável: Elas farão mesmo (= de fato) parte do grupo. • Quite é palavra adjetiva e concorda com o nome a que se refere: Exemplos: Estou < quite com o serviço militar. Estamos < quites com o serviço militar. • Caro e Barato são invariáveis quando usados com o verbo custar: Exemplo: Curiosidade está custando caro. Sem o verbo custar concorda com o nome a que se refere: Exemplo: A gasolina está cara. • É Bom / É Necessário / É Proibido / É Permitido, estas expressões só concordam com o substantivo se este vier precedido de um artigo ou palavra semelhante; caso contrário, a expressão fica invariável: Exemplos: 28 Água mineral é bom para a saúde. A água mineral é boa para a saúde. Virtude é necessário. / A virtude é necessária. Sua demissão não foi boa para o governo. Bebida alcoólica é proibido. / A bebida alcoólica é proibida. • Sós (= sozinho, único) é adjetivo. Concorda em número com o substantivo: Exemplo: Os dirigentes ficaram sós (= sozinhos). A locução adverbial [a sós] é invariável: Exemplo: Estamos a sós. • Só (= somente, apenas) é advérbio e invariável: Exemplo: Nesta sala, só (= somente) os dirigentes podem entrar. • Obrigado concorda normalmente com o nome a que se refere. A mulher deve dizer [obrigada] (= grata, reconhecia): Exemplos: A moça disse: muito obrigada. O rapaz disse: muito obrigado. As moças disseram: muito obrigadas. Os rapazes disseram: muito obrigados. • Pronomes de Tratamento que tenham um adjetivo como referente, concordarão com o sexo da pessoa representada por esse nome: Exemplos: Vossa Majestade (um rei) está preocupado. Vossa Majestade (uma rainha) está preocupada. • Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos concorda, por norma, com o substantivo mais próximo: Exemplos: Manifestou profundo respeito e admiração. Manifestou profunda admiração e respeito. • Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos haverá duas opções de concordância. O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo. Exemplos: Encontramos uma jovem e um homem preocupado. Encontramos um homem e uma jovem preocupada. 29 Ou vai para o plural, concordando com os substantivos. Se os substantivos forem gêneros diferentes, prevalecerá sempre o masculino: Exemplos: Encontramos uma jovem e um homem preocupados. Encontramos uma jovem e uma mulher preocupadas. aprender" Alvin Toffler "Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a 32 ANEXO I ANEXOS Formas simples para escrever bem - As qualidades de um texto A palavra texto provém do latim “textum”, que significa tecido, entrelaçamento. Existem algumas qualidades de linguagem que costumam ser apontadas como importantes para que o texto seja considerado bom. CLAREZA - Permite a compreensão numa primeira leitura, consiste na expressão exata de um pensamento, é evidente. Recomenda-se o uso de períodos curtos, ausência de adjetivação e rodeio de palavras, frases com duplo sentido e quebra da ordem lógica. CONCISÃO - É a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Para ser conciso, elimine as expressões supérfluas. O contrário da concisão é a prolixidade. PRECISÃO – É a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer dizer. A precisão depende mais do domínio do vocabulário que temos do que do conhecimento de um grande número de palavras. Vocabulário preciso abrevia a expressão e facilita a recepção da mensagem. COESÃO – Precisa existir uma ligação lógica entre as palavras, orações, períodos, parágrafos. Dica – Não escreva palavras ou frases “soltas”. Use corretamente os conectivos (mas, porém, contudo, todavia, o qual, cujo, quanto, que, quem, onde). Isso evita a repetição excessiva das mesmas palavras. COERÊNCIA – As ideias expostas estão atadas de tal modo que a conexão é evidente, existe uma linguagem lógica. Não há nada destoante, ilógico, contraditório ou desconexo. É a principal característica de um texto, é o que converte uma mensagem verbal em texto. Dicas para elaboração de textos • não tente utilizar palavras “difíceis”, que você tenha dúvidas quanto ao significado, só para causar uma boa impressão; • prefira recorrer à linguagem culta e formal, ao invés de gírias; • escrever a grafia corretamente sempre causa uma boa imagem. Evite estrangeirismos. Ao invés de, por exemplo, escrever “hobby” prefira “passatempo”; • ao escrever você poderá ter algumas dúvidas quanto a grafia correta das palavras e querer enriquecer seu vocabulário, portanto sempre utilize o dicionário como suporte para elaboração de textos. Problemas comuns na comunicação escrita Pensar antes de falar e refletir antes de escrever são regras fundamentais para a comunicação eficaz. O entendimento de uma mensagem depende da sequência ordenada das informações transmitidas. Sua preocupação básica como escritor deve ser com o receptor. Evite estes erros na sua comunicação: 1. Prolixidade – evitar palavras supérfluas. 33 Ex.: Já tratamos desse assunto muito apressadamente. Já tratamos desse assunto apressadamente. Tratamos desse assunto apressadamente. 2. Afetações, colocações exageradas – às vezes, até contrárias à verdade, devem ser evitadas. Ex.: a seu inteiro dispor, protestos de elevada estima e consideração, temos a honra de,temos especial prazer em renovar. 3. Gíria – pode ser admitida entre jovens em conversas de grupos, em momentos de descontração, mas não é adequada na comunicação escrita empresarial, que deve ser a mais gramatical possível. 7. Estrangeirismo – só deve ser utilizado na linguagem técnica, quando não há em português termo apropriado. Exemplos: O show é hoje! (espetáculo) Vamos tomar um drink? (drinque) 8. Falhas gramaticais – impossível escrever bons textos sem recorrer à gramática e ao dicionário continuamente. Além disso, é preciso ler jornais, revistas, livros da literatura nacional. 9. Ambiguidade – é um vício de linguagem pelo qual uma frase é construída, involuntariamente, com mais de uma interpretação. A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto. (Qual quarto? o da mãe ou da filha?) A mãe pediu à filha que arrumasse o próprio quarto. 10. Gerundismo - De um tempo para cá começamos a ouvir: “vou estar falando com ele”, ou “vamos estar em reunião neste horário”, “vou estar transferindo sua ligação”, “vou estar providenciando seu pagamento”. Esta estrutura (verbo auxiliar + verbo auxiliar + gerúndio) não existe na Língua Portuguesa e, sim, na inglesa. 11. Redundância - excesso, demasia, exagero “Precisamos criar um elo de ligação entre o DN e os Regionais.” (Se há elo, há ligação.) “Na minha opinião pessoal.” (Opiniões são pessoais.) 34 ANEXO II A gente x Nós 1. Quando o sujeito é “a gente”, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. 2. Quando o sujeito é “nós”, o verbo fica na 1ª pessoa do plural. Observe: A gente fez o exercício de Português. Nós fizemos o exercício de Português. MAS: • Quando pode ser trocado por Como ou Porém (conjunção). MÁS: • Quando pode ser trocado por Boas (adjetivo). MAIS: • Quando pode ser trocado por Menos (advérbio ou pronome). LETRAS MAIUSCULAS 35 ANEXO II - Atividade 1) Leio o texto e responda no caderno. “POBREMA” É PROBLEMA? O que se entende por escrever bem? Claro que já nascemos em um sistema linguístico preestabelecido: regras gramaticais, léxico, estruturas sintáticas e semânticas etc. Ao mesmo tempo, o domínio desse sistema não é distribuído igualitariamente. Isso equivale a dizer que nem todos reconhecem esse sistema de regras. Mas até onde é necessário esse domínio? É possível estabelecer outro tipo de domínio sobre a língua? Isso não só é possível, como já acontece cotidianamente. A maior parte da população não controla esse sistema de regras e se comunica trocando informações, enfim, se expressando de modos variados ao longo da vida. Um sistema linguístico não é homogêneo, em outras palavras o conhecimento desse sistema não é igual em todos os falantes. O próprio sistema difere, muito ou pouco, em função de diversos fatores (região, contexto, idade, escolaridade, sexo...). O que há em comum entre todos os falantes de uma língua é a capacidade de comunicar-se por meio dela, graças ao conhecimento intuitivo e empírico que a condição de falantes nativos lhes dá. Ou seja, não é necessária a homogeneização da língua. O problema não começa quando escrevemos um texto, e sim quando esse conhecimento linguístico, não importa se falado ou escrito, circula em CONTEXTOS regidos por relações de poder. Exemplos? Uma entrevista de trabalho, uma prova da faculdade, um concurso público, uma petição judicial. Não cabe aqui afirmar se falar ou escrever “pobrema” é certo ou errado em si mesmo. No entanto, temos a intenção de apontar em que situações “pobrema” será considerado, mais que uma inadequação, um problema. Ressaltamos aqui que estamos utilizando a palavra “pobrema” figurativamente, ou seja, representando um emprego considerado inculto pelos gramáticos. Imagine as seguintes situações: Uma pessoa recorre a gírias, numa entrevista de trabalho ou utiliza o termo “pobrema” em ambiente letrado. Essas situações revelam uma inadequação do interlocutor ao ambiente que ocupa em dado momento. a. Descreva situações nas quais você teve que moldar seu uso da língua em função de tais tipos de contextos. b. Como você caracterizaria os “contextos sociais regidos pelas relações de poder”? 2) Relacione as duas colunas: a) Fenômeno universal ( ) Língua b) Fenômeno limitado a grupos culturais ( ) Linguagem c) fenômeno individual ( ) Fala 3) Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira: (1) Estou preocupado. ( ) gíria, limite da língua popular (2) Tô preocupado. ( ) língua popular (3) Tô grilado. ( ) norma culta 4) Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso as afirmativas abaixo. a) ( ) A língua-padrão é aquela que desobedece a todos os parâmetros gramaticais. b) ( ) Língua coloquial é a língua espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais do falante,porém preocupa-se com as formas linguísticas. c) ( ) A língua grupal técnica desloca-se para a escrita. Ex. A língua da Medicina. d) ( ) A comunicação não é regida por normas fixas e mutáveis. e) ( ) Língua vulgar é própria das pessoas sem instrução. f) ( ) Língua Regional, como o nome já indica, está circunscrita a regiões geográficas. g) ( ) A língua culta, é a representação do cotidiano. h) ( ) A língua literária é o instrumento utilizado pelos escritores. ANEXO III Produza um texto descritivo sobre a moça usando, se necessário, as questões norteadoras apresentadas pela professora. ANEXO IV 1. Que variedade linguística o personagem da imagem acima usou para se expressar: linguagem culta ou coloquial? 2. Observando bem a imagem, diga pelo menos dois fatores que contribuem para que o personagem fale dessa forma? 3. Esse jeito como o personagem falou dar para o ouvinte/leitor compreender? 4. Essa variedade linguística usada por ele é considerada “correta” ou “errada”? Por quê? 5. Reescreva as falas do personagem seguindo a norma culta da linguagem. ANEXO V 1. Para que você continue praticando a leitura e a escrituração de textos, sua atividade de hoje será a de redigir um texto dissertativo, ou seja, deverá expor, defender e argumentar suas ideias sobre um dos temas abaixo relacionados, lembrando que neste tipo de texto não deve fazer uso da primeira pessoa do singular (eu), nem conjugar verbos nesta pessoa (acredito). 2. Lembre-se de que leituras deverão ser feitas sobre o tema escolhido para que tenha argumentos para defender o que pensa. Não deixe para fazer este texto na última hora, como alguns fazem, vez que, sem tempo para reflexões, não poderá desenvolver uma boa atividade e, consequentemente, será prejudicado! 3. Seu texto terá que ter, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 28 linhas. Não escreva um texto com menos de quatro parágrafos. 4. Atividade individual! TEMAS: A - Criança abandonada, futuro marginal. B - Comunicar é um ato cultural, é participar da sociedade. C - O desafio do combate à pedofilia no Brasil Contemporâneo. D - AIDS: Uma questão de educação ou ação? ANEXO VI RELATÓRIO DE INSPEÇÃO Diretor Regional Sr. Davi Conceição Marinho Senhor Diretor, Inspecionei, conforme suas orientações, as instalações da oficina da concessionária Granvel em Imperatriz, para averiguar a veracidade das denuncias de clientes que apontaram falta de condições físicas no local. Afirmou-se que a cobertura oferecia perigo aos clientes e colaboradores que ali circulam. Foram apontados também problemas nos banheiros, como falta de chuveiros e deficiência de iluminação. Vistoriei o local demoradamente em todas as dependênciase constatei o seguinte: a - Cobertura: b - Vestiários e sanitários: c - Orçamento: Colocamo-nos inteiramente à disposição para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. Imperatriz de de Encarregado de Oficina ANEXO VII A REGREÇÃO DA REDASSÃO Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever. - Mas, minha senhora - desculpei-me -, eu não sou professor. - Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito. - A culpa não é deles. A falha é do ensino. - Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem. - Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor. - Não faz mal - insistiu -, o senhor vem e traz um revisor. - Não dá, minha senhora - tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças. - E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos. Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: "Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever". No dia seguinte, ouvi de outro educador: "O estudante brasileiro não sabe escrever". Depois li no jornal as declarações de um diretor da faculdade: "O estudante brasileiro escreve muito mal". Impressionado, saí a procura de outros educadores. Todos me disseram: acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém mais faz diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore. - Quer dizer - disse a um amigo enquanto íamos pela rua - que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante emprego por mais dez anos. - Engano seu - disse ele. - A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão. - Por quê? - espantei-me. - Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver. - E você sabe por que essa geração não sabe escrever? - Sei lá - dei com os ombros -, vai ver que é porque não pega direito no lápis. - Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito da leitura. E quando o perder completamente, você vai escrever para quem? Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar num açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece hoje bilhete de loteria: - Por favor amigo, leia - disse, puxando um cidadão pelo paletó. - Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio. - E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso. - O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador. - E o senhor, não está interessado nuns textos? - É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro? - E o senhor, vai? Leva três e paga um. - Deixa eu ver o tamanho - pediu ele. Assustou-se com o tamanho do texto: - O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo em cinco linhas? (Carlos Eduardo Novaes) Com base no texto, responda ao que se pede: 1. No diálogo entre a mãe e o autor do texto, percebe-se uma crítica velada a respeito dos professores no Brasil. Identifique a crítica. 2. O texto apresenta a causa porque os estudantes brasileiros não sabem escrever. Qual é? 3. Se os estudantes brasileiros, segundo o autor, não sabem escrever porque não lêem, qual deve ser a estratégia que os professores devem utilizar para reverter essa situação? 4. Que outras causas podem contribuir para que o estudante brasileiro tenha dificuldades para escrever? 5. Por que o autor utilizou a grafia errada nas palavras do título do texto? 6. O autor se valeu dos fonemas e suas representações gráficas, em português, para chamar a atenção do leitor. Algumas palavras, em português, podem ter o seu sentido alterado (ou não) em razão da sua representação gráfica. No caso do título do texto, houve alteração de sentido? Justifique. 39 ANEXO VIII MEU IDEAL SERIA ESCREVER... Rubem Braga Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!” Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história. E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi- la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo fórmula da reconquista tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivessemorto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.” E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...” E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro. INTERPRETAÇÃO DO TEXTO 1. Por que o autor deseja escrever uma história engraçada? 2. Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela? 3. Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas dessas características opostas. 4. Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”? 5. O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique. 6. Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história: (a) moça triste ( ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de prender ninguém (b) amigas da moça triste ( ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro (c) casal mal-humorado ( ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça (d) comissário do distrito ( ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão engraçada (e) sábio chinês ( ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas 7. Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste e doente? Marque a alternativa correta: (a) porque, na verdade, a moça triste não existia (b) por que ele mesmo não achava a história engraçada (c) por modéstia e humildade (d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história 8. Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas? 9. Em sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique. REFERÊNCIAS MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português Instrumental. 24 ed.Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2003. MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental: para cursos de contabilidade, economia e administração. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005. ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antônio; Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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