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1 
 
 
UNIDADE 1 – Comunicação 
 
1. A Comunicação 
Comunicação é tudo! 
Por Marizete Furbino 
Assim como na vida pessoal, na vida profissional a comunicação é fundamental. 
É através da comunicação que alcançamos sinergia dentro de uma organização, uma vez que a 
comunicação nos permite unir forças, promover a integração e o inter-relacionamento entre 
pessoas e departamentos, permitindo que, todos além de conhecer, atuem de maneira a cooperar 
e a colaborar, somando forças e caminhando de forma interagida em prol dos objetivos 
organizacionais, procurando alcançar sempre a obtenção da maximização dos resultados, por meio 
de um trabalho em equipe. A organização deve aprender a valorizar cada mensagem recebida, 
para atuar em prol da melhoria contínua. 
Vivemos em um mundo globalizado, na era da incerteza, mundo recheado de mudanças 
constantes, onde a comunicação tem o seu valor, portanto, só poderão fazer o diferencial no 
mercado, as empresas que aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma interligada e inter-
relacionada, somando forças, gerando assim, cada vez mais know-how, e por sua vez, agregação 
de valor, o que é essencial no processo de crescimento e expansão dos negócios, uma vez que, 
contribui e muito para que a empresa otimize seus resultados e se transforme em um diferencial 
competitivo, neste mercado onde a competitividade é demasiadamente acirrada. 
Além da valorização das pessoas envolvidas no processo organizacional, as empresas deverão 
apostar na comunicação de seus objetivos, onde, o ideal é haver sempre feedback da comunicação 
realizada, a fim de construir e manter relacionamentos harmoniosos , fortificando então, a relação 
não só dos clientes internos, mas de todos os stakeholders envolvidos no processo organizacional, 
permitindo surgir e manter um elo de ligação entre todos, além de promover e colaborar para 
perpetuar um ambiente harmonioso e o compartilhamento de idéias e valores, onde a ideia de 
parceria estará presente em tudo que se faça e em todos. 
Na era do conhecimento, a era em que vivemos, é preciso que para o empreendimento sobreviva 
no mercado, tenhamos pessoas talentosas, grandes líderes, uma ótima estrutura organizacional e 
que apresentem não só produtos e serviços de qualidade, mas também valores éticos. É também 
preciso, não só minimizar custos e maximizar lucros de seus acionistas, mas, ir além, se faz 
necessário enxergar todos os stakeholders como sendo parceiros, contribuindo assim para o 
desenvolvimento do empreendimento e compartilhamento de seus resultados. 
2 
 
A organização não se pode jamais esquecer que, para se obter êxito nas ações, eficiência e eficácia 
quanto à comunicação, deverá ficar “antenada” quanto ao meio e também quanto a todos os ruídos 
que por ventura aparecerem durante todo o processo. 
Fazer com que a comunicação flua de maneira satisfatória dentro de uma organização é de suma 
importância, uma vez que esta poderá determinar o sucesso ou o fracasso das organizações e 
negócios, influenciando no comportamento dos consumidores e nas relações de trabalho gerando 
impacto positivo ou negativo na vida organizacional, quanto aos valores, à política e a cultura 
organizacional existente. 
Diante desse cenário, as empresas inteligentes já começam a entender, o grandioso papel da 
comunicação dentro de uma organização e já iniciam transformações como a reformulação de seus 
conceitos, filosofias e práticas. Já são conscientes de que devem ficar atentas quanto aos valores 
e a cultura organizacional, uma vez que, os empreendimentos, assim como as pessoas, carregam 
sua história consigo e serão reconhecidos, analisados, valorizados e avaliados por esta, portanto, 
ficar atento quanto ao nosso comportamento e atitudes também é de suma importância. 
Incorporar valores à marca, aos produtos e aos serviços, constitui o grande desafio da comunicação 
empresarial. Portanto, pensar em responsabilidade social, meio ambiente e cidadania corporativa, 
é imprescindível nos dias atuais e o importante não é só a contemplação destas ideias, mas a 
implementação das mesmas. 
É de suma importância que, além de uma empresa trabalhar em prol de um ambiente transparente, 
respeitoso e acolhedor, que também tenha uma comunicação rápida, clara e eficiente, zelando 
sempre pela sua imagem, imagem esta que deve ser de fato de um empreendimento sério e 
confiável. 
Criar e implementar uma política de comunicação não constitui uma simples tarefa, pois, é preciso 
que haja mudanças no que tange a cultura organizacional e isto não é fácil. 
Temos que lembrar sempre que, as empresas são compostas de seres vivos e estes vivem de 
relacionamentos. 
O mundo mudou e nas organizações também é preciso que haja mudanças. 
Assegurar que a liderança da empresa acredite que os pilares do sucesso organizacional, passam 
por transparência e comunicação constitui um avanço. 
 
1.2. Barreiras nas Comunicações 
 
Muitas vezes a comunicação deixa de efetivar-se por barreiras, “obstáculos”, que 
restringem a sua eficácia, os quais podem estar ligados ao emissor, ao receptor, ou a ambos, 
ou ainda a interferências presentes no canal de comunicação. 
Nós podemos entender como barreiras nas comunicações, desde as limitações de 
ordem emocional, tais como a incapacidade dos interlocutores para abordar determinados 
temas considerados por demais ameaçadores, até as dificuldades relacionadas a utilização 
dos códigos de linguagem; todos estes fatores representam maior ou menor grau de 
3 
 
obstáculos a uma comunicação plena. 
 
A ideia que se tem da comunicação é que ela existe em mão dupla, ou seja, um 
indivíduo pode ser ou não aceito simplesmente pela sua forma de expressar-se. 
Para que haja um sentido bilateral da comunicação, é necessário que tanto o emissor 
quanto o receptor percebam o outro. 
Não poderá haver uma comunicação correta, ou seja sem interferências, quando não 
há sintonia no que se diz, e no que se ouve. 
1.2.1. Barreiras nas Comunicações 
Opiniões e atitudes 
O pai pede ao filho: “Vá a padaria da esquina, comprar pães.”, mas o pai não justifica 
qual o tipo de pão a ser comprado. O garoto terá neste caso livre conduta para comprar o pão 
que ele quiser. 
 
Egocentrismo ou Competição 
Essas duas palavras juntas acarretam um monólogo coletivo, onde o que predomina 
é o interesse individual e não o interesse do grupo. O locutor está falando enquanto o 
receptor, “quem ouve”, rebate tudo o que o outro diz, sem ao menos processar e analisar o 
que lhe está sendo dito. Esta atitude é muito comum para pessoas egocêntricas e/ou 
competitivas, pois esses indivíduos não aceitam ser o segundo plano, eles precisam estar 
sempre em evidência. “A pessoa egocêntrica ou competitiva quase sempre se envolve em 
situações ridículas e equívocas sem ao menos se dar conta.” 
 
Percepção 
Para ter percepção com as coisas que nos rodeiam, precisamos antes de mais nada é ter 
sensibilidade. Sabemos que a nossa percepção é influenciada por preconceitos e estereótipos. São 
esses fatores que nos predispõem a fazer com prestemos atenção ou não no que nos é dito ou vice- 
versa, ou ainda é assim que fazemos que as pessoas prestem a atenção no que falamos. 
É através da percepção que “captamos os fatos e adquirimos informações com 
auxílio de todos os sentidos” 
A percepção não é estática; é um processo dinâmico a envolver não somente a 
apreensão dos estímulos sensoriais, mas também a interpretação, por parte do receptor, da 
realidade observada. 
Uma característica da percepção consiste no seu caráter individual, isto é, cada pessoa 
capta uma mesma situação de forma única e inteiramente particular. Percebemos as 
situações de acordo com as nossas experiências anteriores, nossasexpectativas e 
necessidades, e também nos deixamos influenciar pelos fatores circunstanciais. 
A percepção é seletiva. Não percebemos, mas é através da percepção que 
selecionamos com quem nos relacionamos. Começamos um relacionamento buscando 
características que nos atraem no outro. Quando nos simpatizamos com alguém, tendemos 
a ver e reconhecer somente as suas qualidades, eliminando quase que por completo os seus 
defeitos, mas quando o indivíduo já não nos é tão querido, passamos a realçar seus defeitos, 
não mais vendo qualidades mesmo que elas existam. 
 
Frustração 
A pessoa frustrada também produz uma barreira na comunicação. Inconscientemente ele bloqueia o 
que lhe é dito, mas o seu problema é diferente dos casos mostrados anteriormente. A pessoa frustrada 
não vê saída para os problemas que lhe são apresentados, nada tem solução. O que lhe causa um 
negativismo muito grande, podendo ser passado para outras pessoas influenciáveis. 
4 
 
 
UNIDADE 2 – Linguagem – Língua – Fala 
 
1. Linguagem 
 
É o exercício oriundo da faculdade, inerente ao homem, que lhe possibilita a 
comunicação. Embora nem todos os teóricos assumam esse posicionamento, podemos dizer 
que todo ser humano possui, ao nascer, uma predisposição que faculta a aquisição da mesma 
(característica inata). 
A linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem 
o outro. 
A cada instante, a linguagem implica, ao mesmo, um sistema estabelecido e uma 
evolução. Por outro lado, sem o convívio social, essa predisposição se atrofia. Assim, tudo indica 
que a aprendizagem, na criança, se dá por imitação (característica adquirida). 
 
2. Língua 
 
Há um instrumento peculiar de comunicação – a língua – distinta da fala e que representa 
a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que por si só não pode modificá- la. Língua 
é forma. 
Enquanto a linguagem, como faculdade natural, é um todo heterogêneo, a língua é de 
natureza homogênea – sistema de signos (código) convencionais e arbitrários. 
 
3. Fala 
 
A fala, ao contrário, é um ato intencional, em nível individual, de vontade e de 
inteligência. 
 
4. Registros ou Níveis de Lingua(gem) 
 
A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se, 
através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, percebemos grandes 
mudanças no estilo e nas expressões. 
Por que a pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que considerar múltiplos 
fatores: época, região geográfica, ambiente e status sócio-cultural dos falantes. 
Há uma língua padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos parâmetros 
utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em 
que se encontra, da situação sócio-cultural dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis 
diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois 
tipos de língua: a falada e a escrita. 
 
5 
 
 
4.1. Língua Falada 
 
4.1.2. Língua Culta 
 
Língua culta é a língua falada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. 
Obedece à gramática da língua-padrão. É mais restrita, pois constitui privilegio e conquista 
cultural de um número reduzido de falantes. 
 
Exemplo: 
Temos conhecimento de que alguns casos de delinquência juvenil no mundo 
2 
hodierno decorrem da violência que se projeta, através dos meios de comunicação, com, 3 
programas que enfatizam a guerra, o roubo e a venalidade . 
4.1.3. Língua Coloquial 
 
Língua coloquial é a língua espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais 
do falante sem muita preocupação com as formas linguísticas. É a língua cotidiana, que 
comete – mas perdoáveis – deslizes gramaticais. 
 
Exemplo: 
Cadê o livro que te emprestei? Me devolve em seguida, sim? 
 
4.1.4. Língua Vulgar ou Inculta 
 
Língua vulgar é própria das pessoas sem instrução. É natural, colorida, expressiva, 
livre de convenções sociais. É mais palpável, porque envolve o mundo das coisas. Infringe 
totalmente as convenções gramaticais. 
 
Exemplo: 
Nóis ouvimo falá do pograma da televisão. 
 
4.1.5. Língua Regional 
 
Língua Regional, como o nome já indica, está circunscrita a regiões geográficas, 
caracterizando-se pelo acento linguístico, que é a soma das qualidades físicas do som 
(altura, timbre, intensidade). Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de cada região. 
 
Exemplo: 
Égua! Esse carimbó tem um ritmo paid’égua! 
 
4.1.6. Língua Grupal 
Língua grupal é uma língua hermética
4
, porque pertence a grupos fechados. 
 
2 
Adj. Que diz respeito ao dia de hoje, recente, bem moderno. 
3 
Qualidade ou caráter de vendável 
4 
Adj. Diz-se de um fechamento perfeito: um recipiente hermético. Confuso, difícil de ser compreendido, 
misterioso: poesia hermética. 
6 
 
 
4.1.6.1. Língua Grupal (Técnica) 
A língua grupal técnica desloca-se para a escrita. Existem tantas quantas forem as 
ciências e as profissões: a língua da Medicina (como é difícil entender um diagnóstico...), a 
do Direito (restrita aos meios jurídicos), etc. Só é compreendida, quando sua aprendizagem 
se faz junto com a profissão. 
 
Exemplo: 
O materialismo dialético
5 
rejeita o empirismo
6 
realista e considera que as 
premissas do empirismo materialista são justas no essencial. 
 
4.1.6.2. Língua Grupal (Gíria) 
 
Existem tantos quantos grupos fechados. Há a gíria policial, a dos jovens, dos 
estudantes, dos militares, dos jornalistas, etc. 
Exemplo: 
O negocio agora é comunicação, e comunicação o cara aprende com material vivo, 
deslocando um papo legal. Morou? 
 
OBERVAÇÃO Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão. 
 
4.2. Língua Escrita 
 
4.2.1. Língua Não literária 
A língua não literária apresenta as mesmas características das variantes da língua falada tais 
como língua-padrão, coloquial, inculta ou vulgar, regional, grupal, incluindo a gíria e a técnica 
e tem as mesmas finalidades e registros, conforme exemplificaremos abaixo: 
 
4.2.1.1. Língua-Padrão 
A língua-padrão é aquela que obedece a todos os parâmetros gramaticais. 
Exemplo: 
“O problema que constitui o objeto da presente obra põe-se, com evidente 
principalidade, diante de quem quer que enfrente o estudo filosófico ou o estudo só científico 7 
do conhecimento. Porém não é mais do que um breve capítulo de gnosiologia .” 
(Pontes de Miranda) 
 
 
 
 
5 
Adj. Que diz respeito à dialética. Materialismo dialético, v. MARXISMO. Aquele que cultiva a 
dialética. Aquele que argumenta com habilidade e método. 
6 
Filosofia Doutrina filosófica que encara a experiência sensível como a única fonte fidedigna de 
conhecimento. O filósofo empirista baseia-se na observação e na experimentação para decidir o que é 
verdadeiro. Chega a conclusões através do emprego do método indutivo, baseado no que observou. O filósofo 
racionalista enfatiza a razão como fonte de conhecimento. Começa com princípios a priori, ou verdades 
evidentes, e usa o método dedutivo. 
7 
 
 
4.2.1.2. Língua Coloquial 
 
Exemplo: 
- Me faz um favor. Vai ao banco pra 
mim. 4.2.1.3. Língua Vulgar ou Inculta 
Exemplo: 
(TRECHO DE UMA LISTA DE COMPRAS) 
- assucar (= açúcar) 
- basora (= vassoura) 
- qejo (= queijo) 
- xalxixa (= salsicha) 
 
4.2.1.4. Língua Regional 
 
Exemplo: 
Deu-lhe com a boladeira
8
 
4.2.1.5. Língua Grupal 
nos cascos, e o índio correu mais que cusco
9
 
 
em procissão. 
 
Os exemplos dados no item 4.1.6. servem para ilustrar tanto a língua grupal 
gíria como a técnica. 
 
OBERVAÇÃO 
Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo permita, ou seja, se 
estamosdissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se geralmente, a língua padrão – não podemos 
passar desse nível para outro, como a gíria, por exemplo. 
4.2.2. Língua Literária 
 
A língua literária é o instrumento utilizado pelos escritores. Principalmente, a partir 
do modernismo, eles cometeram certas infrações gramaticais, que, de modo algum, se 
confundem com os erros observados nos leigos. Enquanto nestes as incorreções 
acontecem por ignorância da norma, naqueles as mesmas ocorrem por imposição da 
estilística. 
 
Exemplo: 
“Macunaima ficou muito contrariado. Maginou, maginou e disse prá 
velha...” (Mário de Andrade) 
 
 
7 
Parte da filosofia que estuda as bases do conhecimento humano. 
8 
Dança tradicional gaúcha. 
9 
Rio Grande do Sul - Cão pequeno, de raça ordinária. Pessoa de baixa estatura e pouca importância. 
RESPONDER AS ATIVIDADES DA APOSTILA 
 
9 
 
UNIDADE 3 – Noção de Texto 
 
1. Conceitos Básicos 
 
O que é texto? É um conjunto de frases? É uma entidade material por meio da qual 
se comunica algo. 
 
O texto é uma ocorrência linguística, que tem um sentido completo, dotada 
de certas formalidades que lhe permite estabelecer uma comunicação entre o seu 
produtor e o destinatário. A sua função é essa, ou seja, estabelecer uma comunicação 
entre estes dois sujeitos. 
 
2. Categorias de Textos 
 
2.1. Narração 
 
A narração é um texto dinâmico, que contém vários fatores de dependência que são 
extremamente importantes para a boa estruturação do texto. Narrar é contar um fato, e como 
todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre um começo um meio e 
um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa. 
 
2.2. Elementos que formam a estrutura da narrativa 
 
TEMPO: O intervalo de tempo em que o(s) fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo 
cronológico, 
ou seja, um tempo especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe 
que existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo. 
 
ESPAÇO: O espaço é imprescindível, e deve ser esclarecido logo no início da narrativa, pois 
assim o leitor poderá localizar a ação e imaginá-la com maior facilidade. 
 
ENREDO: É o fato em si. Aquilo que ocorreu e que está sendo narrado. Deve ter um 
começo, um meio e um fim. 
 
PERSONAGENS: São os indivíduos que participaram do acontecimento e que estão sendo 
citados pelo narrador. Há sempre um núcleo principal da narrativa que gira em torno de um ou 
dois personagens, chamados de personagens centrais ou principais (protagonistas). 
 
NARRADOR: É quem conta o fato. Pode ser em primeira pessoa, o qual por participar da 
história é chamado narrador-personagem, ou em terceira pessoa, o qual não participa dos 
fatos, e é denominado narrador-observador. 
 
Alguns elementos que ajudam na construção do enredo: 
 
INTRODUÇÃO: Na introdução devem conter informações já citadas acima, como o tempo, o 
espaço, o enredo e as personagens. 
10 
 
 
TRAMA: Nessa fase você vai relatar o fato propriamente dito, acrescentando somente os 
detalhes relevantes para a boa compreensão da narrativa. A montagem desses fatos deve levar 
a um mistério, que se desvendará no clímax. 
 
CLÍMAX: O clímax é o momento chave da narrativa, deve ser um trecho dinâmico e 
emocionante, onde os fatos se encaixam para chegar ao desenlace. 
 
DESENLACE: O desenlace é a conclusão da narração, onde tudo que ficou pendente durante 
o desenvolvimento do texto é explicado, e o “quebra-cabeça”, que deve ser a história, é 
montado. 
 
Para que no seu texto estejam presentes esses elementos, é necessário que na 
organização do texto você faça alguns questionamentos: O que aconteceu? (enredo), quando 
aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço), com quem aconteceu? (personagens), como 
aconteceu? (trama, clímax, desenlace). 
 
DICAS IMPORTANTES 
 
Após fazer essas perguntas e responder a elas, pode-se iniciar a redação da narrativa, na qual 
são incluídos todos os itens citados. Para a produção de uma boa redação, o melhor é que se 
distribuam as informações dessa forma: 
 
Introdução: Com quem aconteceu? Quando aconteceu? Onde aconteceu? 
Desenvolvimento: O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu? 
Conclusão: Qual a consequência desse acontecimento? 
 
Se essas dicas forem seguidas, com certeza a narração estará completa e não faltará 
nenhuma informação para que se possa entender os fatos. 
 
Pneu furado 
 
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, 
olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás 
parou outro carro e dele desceu um homem dizendo "Pode deixar". Ele trocaria o pneu. 
– Você tem macaco? - perguntou o homem. 
– Não - respondeu a moça. 
– Tudo bem, eu tenho - disse o homem - Você tem estepe? 
– Não - disse a moça. 
– Vamos usar o meu - disse o homem. E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da 
moça. Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele 
ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar. Dali a pouco chegou o dono do 
carro. 
– Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado. 
– É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar. 
– Coisa estranha. 
– É uma compulsão. Sei lá. 
(Luís Fernando Veríssimo. Pai não entende nada. L&PM, 1991). 
11 
 
 
2.2. DESCRIÇÃO OU TEXTO DESCRITIVO 
 
O objetivo do texto descritivo é mostrar algo, retratar, relatar as características de uma 
pessoa, um objeto, uma situação, um local. Essa categoria de texto é construída por uma série 
de enunciados simultâneos, ele não é regido por uma cronologia, como no texto narrativo, ou 
por uma lógica, como no texto dissertativo. 
O texto descritivo por excelência consiste em uma percepção sensorial, representada 
pelos cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) no intuito de relatar as impressões 
capturadas com base em uma pessoa, objeto, animal, lugar ou mesmo um determinado 
acontecimento do cotidiano. 
É como se fosse uma fotografia traduzida por meio de palavras, sendo que estas são 
“ornamentadas” de riquíssimos detalhes, de modo a propiciar a criação de uma imagem do 
objeto descrito na mente do leitor. 
A descrição pode ser retratada apoiando-se sob dois pontos de vista: o objetivo e o 
subjetivo. 
 
2.2.1. Descrição objetiva 
Na descrição objetiva, como literalmente ela traduz, o objetivo principal é relatar as 
características do “objeto” de modo preciso, isentando-se de comentários pessoais ou 
atribuições de quaisquer termos que possibilitem a múltiplas interpretações. 
 
2.2.2. Descrição subjetiva 
 
A subjetiva perfaz-se de uma linguagem mais pessoal, na qual são permitidas opiniões, 
expressão de sentimentos e emoções e o emprego de construções livres em que revelem um 
“toque” de individualismo por parte de quem a descreve. 
 
Clarinete 
 
Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, 
é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o 
lugar do violino na orquestra. 
O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário 
por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é 
feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes 
dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção 
das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais 
fixam a palheta bucal. 
Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes onde se encontra urna sensível passagem 
entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca deoitenta centímetros e pesando 
aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a 
propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de 
largura. 
Com pouco mais de um século, este clarinete permanece calado, latente, sem produzir sons 
nem músicas, pois, não herdei o dom de meu bisavô e nunca me interessei por este tipo de 
instrumento, mas, quem sabe se daqui a alguns anos não aparecerá um novo João Rodolfo, 
que herde ao mesmo tempo, de seus bisavôs e tataravôs, respectivamente, o instrumento e o 
dom. 
João Rodolfo Cavalcanti A. de Araújo 
12 
 
 
2.3. DISSERTAÇÃO OU TEXTO DISSERTATIVO 
 
Esse tipo de texto caracteriza-se pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo 
questionamento acerca de um determinado assunto. O texto dissertativo dá ênfase ao 
enunciado e não ao enunciador. E nele se evitam os verbos me primeira pessoa, como: digo, 
afirmo, falo, concluo, entre outros. Deve-se utilizar a linguagem formal. Em geral, para se obter 
maior clareza na exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir a matéria em três partes. 
Introdução – Apresenta-se a ideia ou o ponto de vista que será defendido. Desenvolvimento 
ou argumentação – Desenvolve-se um ponto de vista para tentar convencer o leitor; para 
isso, deve-se usar uma sólida argumentação, citar exemplos, recorrer à opinião de 
especialistas, fornecer dados, etc. 
Conclusão – Nela se dá um fecho ao texto, coerente com desenvolvimento, com os 
argumentos apresentados. 
PLANEJANDO A DISSERTAÇÃO 
 
Veja a seguir um tipo de roteiro. Siga os passos: 
1) Interrogue o tema; 
2) Responda-o de acordo com a sua opinião; 
3) Apresente um argumento básico; 
4) Apresente argumentos auxiliares; 
5) Apresente um fato-exemplo; 
6) Conclua. 
Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Nenhum homem vive sozinho. Tente 
seguir o roteiro: 
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem vive sozinho? 
2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou 
discordando (ou concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto 
de vista. 
3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão 
para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal. 
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a 
fundamentar sua posição. Estes serão os argumentos auxiliares. 
5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este 
fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. 
Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa 
ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo geralmente dá 
força e clareza à argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos 
demais. 
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua redação. 
13 
 
 
Armas nucleares 
Introdução 
A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar 
na história da humanidade. Pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente 
a sua própria raça da face do planeta. 
Argumentação 
A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, 
as consequências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade 
de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito 
dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das 
explosões. 
Conclusão 
Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e 
desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. 
Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais 
convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo “Paz e corrida 
armamentista” in Douglas Tufano, p. 47) 
2.4. O TEXTO DE INSTRUÇÕES OU TEXTO INJUNTIVO 
 
 
Um texto instrucional é aquele cuja função é instruir, ensinar, mostrar como algo deve 
ser feito. Descrevem as etapas que devem ser seguidas para um determinado procedimento. 
Neste tipo de gênero textual, encontramos as mais diversas formas de texto, desde 
simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um 
avião, por exemplo. 
As instruções são construídas com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o 
fermento), ou com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o açúcar). O estudo de textos 
normativos também pode ser associado ao estudo de sinalizações normalmente utilizadas com 
a mesma função, por exemplo, os sinais de trânsito e outras placas indicativas como: “proibido 
fumar”, “reservado a deficientes físicos”, etc. 
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucionais, que nos 
ajudam a usar corretamente um telefone celular ou um computador; a fazer uma comida 
saborosa ou a seguir uma dieta para emagrecer. É necessário atribuir um título como por ex. 
“Bolo de cenoura”. Isso ajudará o leitor a identificar o tipo de instrução. 
Algumas instruções podem vir acompanhadas, em seu texto, de uma relação de 
materiais, por exemplo. No caso de instruções para a montagem de um móvel, normalmente há 
uma relação das peças. 
É importante lembrar que, para uma redação de vestibular ou concurso, há sempre um 
limite de espaço, portanto, seja objetivo, porém, se faça entender. 
14 
 
 
 
15 
 
 
UNIDADE 4 – Redação Técnica 
 
1. Conceito 
 
1.1. O que é redação técnica? 
Primeiramente, vejamos esses dois termos em separado: 
Redação é o ato de redigir, ou seja, de escrever, de exprimir pensamentos e ideias 
através da escrita. 
Técnica é o conjunto de métodos para execução de um trabalho, a fim de se obter 
um resultado. 
Logo, para que você escreva uma redação técnica é necessário que certos 
processos sejam seguidos, como o tipo de linguagem, a estrutura do texto, o espaçamento, 
a forma de iniciar e finalizar o texto, dentre outros. 
Dessa forma, a necessidade de certa habilidade e de se ter os conhecimentos 
prévios para se fazer uma redação técnica é imprescindível! 
A redação técnica engloba textos como: atas, cartas, certificados, declarações, e- 
mail’s comerciais/empresariais, memorandos, ocorrências (termo de), ofícios, relatórios. 
 
2. Ata (de reunião) 
 
2.1. Conceito. 
 
“Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião 
para um determinado fim” (Martins, 2003, p. 148). 
Medeiros (2005, p. 178), conceitua “... como um registro em que se relata o que se 
passou numa reunião, assembleia ou convenção”. 
 
2.2 Normas 
 
Geralmente, as atas são transcritas a mão pelo secretário, em livro próprio, que deve 
conter um termo de abertura e um de encerramento, assinados pela autoridade máxima da 
entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação de poderes para tanto; esta 
também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro. 
Por ser um documento de valor jurídico a ata deve ser lavrada de tal forma, que nada 
lhe poderá ser acrescentado ou modificado. Caso haja engano, o secretário escreverá 
“digo”, retificando o pensamento. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a 
expressão – “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”. 
No livro de atas, os números dever ser escritos por extenso, evitando também as 
abreviações. As atas são redigidas sem se deixarem espaços ou parágrafos, a fim de se 
evitarem acréscimos. 
O tempo verbal preferencialmenteutilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo 
(disse, declarou, decidiu…). Com relação às assinaturas, todas as pessoas presentes deverão 
assinar a ata, ou, quando deliberado, apenas o presidente e o secretário. 
 
Para se evitar a fraude, permite-se também a transição da ata em folhas digitadas, 
desde que as mesmas sejam convenientes arquivadas. 
16 
 
 
Só em casos especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais. 
Medeiros (2005, p. 179), destaca os elementos constitutivos básicos de uma ata. 
• dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso); 
• local da reunião; 
• relação e identificação do presidente e secretário; 
• ordem do dia (pauta) e 
• fecho. 
 
2.3. Modelo de Ata (de Reunião) 
 
17 
 
Evite terminar a carta anunciando tal fato (Termino esta) ou de forma muito direta (Sem 
mais para o momento, despeço-me). 
 
3. Carta Comercial Tradicional e Moderna 
 
3.1. Conceito 
 
A carta comercial, também chamada de correspondência técnica, é um documento 
com objetivo de se fazer uma comunicação comercial, empresarial. 
A redação comercial tem como características comuns: 
a) clareza: o texto, além de ser claro, deve ser objetivo, como forma de evitar múltiplas 
interpretações, o que prejudica os comunicados e negócios. 
b) estética: a fim de causar boa impressão, o texto deve estar bem organizado e dentro da 
estruturação cabível. Não pode haver rasuras ou “sujeiras” impregnadas ao papel. 
c) linguagem: seja conciso e objetivo: passe as informações necessárias, sem ficar 
usufruindo de recursos estilísticos. Seja impessoal, ou seja, não faça uso da subjetividade e de 
sentimentalismo. E por fim, escreva com simplicidade, mas observando a norma culta da língua. 
É muito importante que haja correção, pois um possível equívoco pode gerar 
desentendimento entre as partes e possíveis prejuízos de ordem financeira. 
 
3.2. Estrutura de uma Carta Comercial 
 
1º passo: O papel deve ter o timbre e/ou cabeçalho, com as informações necessárias (nome, 
endereço, logotipo da empresa). Normalmente, já vem impresso. 
 
2º passo: Coloque o nome da localidade e data à esquerda e abaixo do timbre. Coloque vírgula 
depois do nome da cidade! O mês deve vir em letra minúscula, o ano dever vir junto (2018), sem 
ponto ou espaço. Use ponto final após a data. 
 
3º passo: Escreva o nome do destinatário à esquerda e abaixo da localidade e data. 
 
4º passo: Coloque um vocativo impessoal: Prezado(s) Senhor(Senhores), Caro cliente, Senhor 
diretor, Senhor Gerente, etc. 
 
5º passo: Inicie o texto fazendo referência ao assunto, tais como: “Com relação a...”, “Em atenção à 
carta enviada..”, “Em atenção ao anúncio publicado...”, “Atendendo à solicitação...”, “Em cumprimento 
a...”, “Com relação ao pedido...”, “Solicito que...”, “Confirmamos o recebimento”, dentre outras. 
 
OBERVAÇÃO 
 
6º passo: Exponha o texto, como dito anteriormente, de forma clara e objetiva. Pode-se fazer 
abreviações do pronome de tratamento ao referir-se ao destinatário: V.Sª.; V. Exa.; Exmo.; Sr.; etc. 
 
7º passo: Corresponde ao fecho da carta, o qual é o encerramento da mesma. Despeça-se em tom 
amigável: Cordialmente, Atenciosamente, Respeitosamente, Saudações, etc. 
OBERVAÇÃO 
Evite iniciar com “Através desta”, “Solicito através desta”, “Pela presente” e similares, pois são 
expressões pleonásticas, uma vez que está claro que o meio de comunicação adotado é a carta. 
18 
 
 
3.3.3. Modelo de Carta Comercial 
 
 
Loja da Maria 
 
Belém, 3 de março de 2008. 
Ao diretor 
Joaquim Silva 
 
Assunto: Depósito bancário 
Prezado Senhor: 
Confirmamos ter recebido uma reivindicação de depósito no valor três mil reais 
referente ao mês de fevereiro. Informamos-lhe que o referido valor foi depositado no 
dia 1º de março, na agência 0003, conta corrente 3225, Banco dos Empresários. 
Informamos ainda que o motivo da demora em efetuar o depósito ocorreu porque 
não tínhamos o número da nova conta desta empresa. Por favor, pedimos que os 
senhores verifiquem o extrato e nos comunique o recebimento do valor mencionado. 
 
Agradecemos a compreensão. 
Atenciosamente, 
Amélia Sousa 
Gerente comercial 
 
 
 
EXERCÍCIO – Elabore uma Carta Comercial sobre o não recebimento de mercadoria solicitada. 
 
4. Declaração 
 
4.1. Conceito 
 
A declaração é um tipo de texto muito ligado às situações cotidianas, que constitui- 
se num relato proferido por alguém a favor de outra pessoa, procurando evidenciar uma 
verdade em que se acredita. 
Trata-se de uma comunicação escrita, cuja estética segue alguns padrões fixos que 
envolvem conhecimentos linguísticos adequados, tais como o tipo de linguagem, a estrutura 
textual, o espaçamento, a forma de iniciar e finalizar a mensagem, dentre outros fatores. 
 
4.2. Estrutura de uma Declaração. 
Visando aprimorar nossos conhecimentos acerca da composição textual em 
evidência, enfatizaremos as seguintes particularidades: 
 
a) a declaração deverá fazer referência ao objetivo pretendido por meio do discurso, ou 
seja, a expressão “declaração” é grafada com letras maiúsculas, ocupando uma 
posição de destaque sobre as demais; 
b) Em seguida redige-se a mensagem pretendida, focalizando o assunto específico; 
c) Ao final, cita-se o local, a data, enfatizando dia, mês e ano, seguida da assinatura do 
emissor (declarante) e seu respectivo cargo (função), quando for o caso. 
 
5.3. Modelo de Declaração 
 
EXERCÍCIO – Elabore uma declaração conforme orientação da professora. 
 
6. E-mail’s (mensagens eletrônicas) 
 
 
p. 60). 
“A mensagem eletrônica é como qualquer outra mensagem escrita” (Medeiros, 2005, 
 
Ao redigir um e-mail comercial, levam-se em consideração os mesmos aspectos 
técnicos da carta comercial, inclusive seus elementos estruturais. Deve haver clareza, 
simplicidade, coerência e coesão entre as ideias. 
Um perigo constante neste tipo de comunicação é o vício de linguagem. Muitos acham 
que o e-mail deve ser redigido com palavras abreviadas (ex. vc = você, td = tudo bem), mas 
lembre-se estamos escrevendo uma carta comercial (a um cliente, fornecedor, etc.) em nome 
de nossa empresa e devemos passar seriedade e confiança ao receptor da mensagem. 
Ao terminar o texto, sempre coloque seu nome completo, para que o interlocutor 
possa identificar quem escreveu o e-mail. 
Lembramos que estas regras se aplicam aos e-mails comerciais. Não temos aqui o 
intuito de criticar ou querer normatizar os e-mail’s particulares, que tem suas próprias regras 
e linguagem. 
6.1. Modelo de E-mail Comercial 
 
EXERCÍCIO – Imagine que você é um Promotor de Vendas on-line, e que você deseja mostrar seu 
produto via internet para o seu consumidor. Assim, elabore e envie um e-mail comercial para um 
amigo(a), mostrando as qualidades deste produto, para provável comercialização virtual. 
 
7. Memorando 
 
O memorando é um aviso por escrito de caráter interno e administrativo, uma vez que 
estabelece a comunicação entre as unidades, departamentos ou setores de uma mesma 
empresa, instituição, órgão. 
Pode apresentar algumas finalidades: complementar uma correspondência 
anteriormente enviada, expor projetos e ideias, apresentar novas diretrizes, dentre outras. 
21 
O memorando, estabelecendo uma comparação, é uma espécie de bilhete comercial de que as 
empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna entre seus 
setores e departamentos. Por ser um tipo de correspondência cotidiana, rápida e objetiva, o 
memorando segue uma forma fixa, sendo para isso utilizado um papel impresso. 
Observe a estrutura de um memorando, atentando para a ausência de saudações e 
finalizações: 
 
• Timbre; 
• Número do memorando; 
• Data;• De (Órgão e/ou responsável); 
• Para (Órgão e/ou responsável); 
• Corpo do texto; 
• Assinatura. 
O despacho pode ser realizado na própria folha do memorando de modo resumido, 
o que permite agilidade e transparência no andamento das decisões tomadas. 
7.1. Estrutura de um Memorando 
Quanto à estrutura, o memorando deve ter identificação por número, data, vocativo, assunto, 
texto objetivo e claro, despedida e a assinatura, acompanhada do cargo que se atribui ao remetente 
do referido documento. A linguagem é formal. 
 
7.2. Modelo de Memorando 
 
Memorando Nº 01/17 Imperatriz, 25 de maio de 2017. 
Ao Encarregado de Recursos Humanos 
 
Assunto: Desligamento de funcionário 
Com base na determinação do próprio funcionário Luciano da Silva, comunicamos 
que o mesmo foi desligado, hoje, deste departamento e, portanto, está sob orientação 
dos senhores para as tramitações legais. 
Atenciosamente, 
 
João José 
Gerente administrativo do Departamento de Produção. 
 
22 
9. Ofício 
 
Ofício é a correspondência de caráter oficial, equivalente à carta comercial. É dirigido por 
um funcionário a outro, da mesma ou de outra categoria, bem como por uma repartição a uma 
pessoa ou instituição particular, ou, ainda, por instituição particular ou pessoa a uma repartição 
pública. Por tratar-se, sobretudo, de comunicação de caráter público, o ofício requer certo grau 
de formalidade. 
 
A redação, tal como no caso da carta comercial, tem de ser breve e concisa. 
 
9.1. Modelo de Ofício 
 
 
EXERCÍCIO – Você é presidente de uma associação de bairros e solicita ao Secretário do 
Departamento de Meio Ambiente - DEMA, uma equipe responsável pela poda (corte) de árvores, 
as quais estão obstruindo a visão dos semáforos. 
23 
 
 
10.0. Relatório 
 
O relatório tem por finalidade expor informações sobre um decreto, uma decisão, um 
projeto, uma atividade, uma pesquisa ou algo semelhante, a fim de prestar contas, sejam 
financeiras ou administrativas. Pode ser complexo como de uma empresa e simples como 
de um estágio. 
O discurso em um relatório deve ser claro, objetivo, conciso e exato. 
Dessa forma, o relatório tem a finalidade de apresentar resultados parciais ou finais 
de determinada tarefa ou atividade. 
Utilizado especialmente no meio profissional ou acadêmico, o relatório deve ser 
informativo e ao mesmo tempo objetivo quanto ao assunto abordado. 
 
10.1. Modelos de Relatório 
 
RELATÓRIO DE AUDITORIA 
 
 
Filial São Paulo 
 
 
Nos dias 28 e 29 de dezembro de 2007 foi realizada uma auditoria nas 
dependências da filial São Paulo da Empresa Industrial Amazonas onde se 
constatou que: 
- O número de funcionários administrativos não é suficiente para atender aos 
clientes e vendedores externos da empresa; 
 
- Equipamentos como máquinas de escrever, calculadoras, telefones, etc estão 
em péssimo estado de conservação, são muito antigos e apresentam defeitos 
que comprometem a qualidade e eficiência dos serviços; 
- As salas atuais são insuficientes para acomodar o número de funcionários 
necessário às suas atividades. 
Baseado nos fatos acima, recomendamos: 
- Admissão de dois funcionários administrativos; 
- Aquisição de um microcomputador; 
- Aquisição de duas linhas telefônicas. 
- Ampliação das salas. 
 
 
Guarulhos, 14 de janeiro de 2008. Diógenes Ferreira 
 
 
Auditor Senior 
24 
 
 
UNIDADE 5 – Gramática e Ortografia 
1. Introdução 
 
A falta de capacidade de escrever, falar e ler corretamente decorre, por vezes, da falta do 
hábito de ler, pois quem lê com frequência escreve melhor, tem melhor raciocínio, melhor 
interpretação e melhor organização de ideias. Mas não é somente essa questão que faz com que 
tenhamos dificuldades de nos comunicar. O pouco domínio ou a falta de conhecimento das regras 
básicas estabelecidas em nosso código linguístico são, também, fatores importantes que devemos 
considerar no processo de uma comunicação eficiente e eficaz. Pensando nisso, propomos nesta 
unidade recuperar alguns conceitos gramaticais e ortográficos de nosso código linguístico. 
 
2. Forma e grafia de algumas palavras que apresentam mais 
dificuldades para uma comunicação escrita ideal 
2.1. Uso do “a” ou “há” 
 
Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para 
facilitar a eliminação de dúvidas a esse respeito: 
 
• Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado 
na terceira pessoa do singular. 
 
Exemplo: 
Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. 
Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. 
 
• Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo 
decorrido, assim como o verbo “fazer”. 
 
Exemplos: 
Há muito tempo não como esse bolo. 
Faz muito tempo que não como esse bolo. 
 
Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas 
expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, 
emprega-se “há” 
 
Exemplos: 
Há cinco anos não escutava uma música como essa. 
Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa. 
 
• Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem 
de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”. 
25 
 
 
 
Exemplos: 
Daqui a pouco você poderá ir embora. 
Estamos a dez minutos de onde você está. 
 
3. Concordância Nominal – Regra Geral 
 
3.1. Introdução 
 
Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas terminações, 
para se adequar harmonicamente umas às outras na frase. Há dois tipos de concordância: 
a Nominal e a Verbal. 
 
3.2. Concordância Nominal 
 
É o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, 
adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular). 
 
Exemplo: 
Minha casa é extraordinária. 
 
Temos o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O pronome 
possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o substantivo. O adjetivo 
“extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração com complemento 
conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda com o substantivo “casa” 
em gênero (feminino) e número (singular). 
Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada: 
Exemplo: Dois cavalos fortes venceram a competição. 
Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos 
modificadores do substantivo “cavalos” são: o numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Esses 
termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de acordo 
com a norma culta, concordar em gênero e número com o mesmo. 
Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a concordância 
dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no 
plural. Observe que o numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do 
que “um”. Então temos por regra geral da concordância nominal que os termos referentes 
ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com o mesmo em gênero e 
número. 
 
DICA IMPORTANTE 
Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. 
Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no 
sentido de tempo decorrido. 
26 
 
 
 
DICA IMPORTANTE 
 
Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último exemplo. 
Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos 
referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de 
gênero e número com o nome (substantivo).3.2.1 Casos especiais de Concordância Nominal 
 
Lembro que a matéria é complexa e controversa, sujeita a soluções divergentes. 
As normas que a seguir mostramos têm como base as regras da gramática normativa. 
 
• Alerta é advérbio e invariável: 
 
Exemplo: 
Ambos estavam alerta. 
Mas atenção: É variável como sinônimo de aviso (substantivo): 
 
Exemplo: 
As sentinelas deram vários alertas (= vários avisos). 
 
• Menos sempre, menas nunca: 
 
Exemplo: 
Havia menos alunas na aula. 
• Bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Como advérbio (intensidade = muito) é invariável: 
Exemplo: 
Eles falam bastante (muito). Como adjetivo concorda com o substantivo: Você 
ainda verá bastantes > novidades. 
 
Macete 
Para fazermos à diferenciação basta substituirmos [bastante] por [muito]; 
se muito variar bastante também ira variar, em qualquer circunstância: 
 
Exemplos: 
Você conheceu muitas pessoas (muitas = bastantes). 
Elas são muito simpáticas (muito = bastante). 
 
• Meio (= um pouco, um tanto) é advérbio e invariável: 
 
Exemplo: 
A porta estava meio (um tanto) aberta. 
 
Significando metade, concordará com o nome a que se refere: 
27 
 
 
 
Exemplo: 
Tomou meia > garrafa de cerveja. 
 
• Anexo, Incluso e Junto são palavras adjetivas e, como tais, concordam com o nome a 
que se referem: 
 
Exemplos: 
Remeto-lhe anexa, inclusa > a fotocópia do recibo. 
Remeto-lhe anexos, inclusos > os convites. 
Remeto-lhe anexas, inclusas > as faturas. 
As irmãs estavam juntas. 
Encontrei os amigos juntos. 
 
Mas Atenção: Anexo precedido da preposição [em] fica invariável: Em anexo, seguem as 
faturas. Junto à / junto de / junto com (= perto de) são invariáveis: 
 
Exemplos: 
As certidões seguem junto com / dos / aos documentos. 
Construiu os edifícios junto às estações. 
 
• Mesmo, Próprio, são palavras adjetivas e, como tais, concordam com o nome a que se referem: 
 
Exemplos: 
Ela < mesma / própria fará os convites. 
Ele < mesmo / próprio fará os convites. 
 
Mesmo [= de fato, realmente], é invariável: Elas farão mesmo (= de fato) parte do grupo. 
 
• Quite é palavra adjetiva e concorda com o nome a que se refere: 
 
Exemplos: 
Estou < quite com o serviço militar. 
Estamos < quites com o serviço militar. 
 
• Caro e Barato são invariáveis quando usados com o verbo custar: 
 
Exemplo: 
Curiosidade está custando caro. 
 
Sem o verbo custar concorda com o nome a que se refere: 
 
Exemplo: 
A gasolina está cara. 
 
• É Bom / É Necessário / É Proibido / É Permitido, estas expressões só concordam com o 
substantivo se este vier precedido de um artigo ou palavra semelhante; caso contrário, a 
expressão fica invariável: 
 
Exemplos: 
28 
 
 
Água mineral é bom para a saúde. A 
água mineral é boa para a saúde. 
Virtude é necessário. / A virtude é necessária. 
Sua demissão não foi boa para o governo. 
Bebida alcoólica é proibido. / A bebida alcoólica é proibida. 
 
• Sós (= sozinho, único) é adjetivo. Concorda em número com o substantivo: 
 
Exemplo: 
Os dirigentes ficaram sós (= sozinhos). 
 
A locução adverbial [a sós] é invariável: 
 
Exemplo: 
Estamos a sós. 
 
• Só (= somente, apenas) é advérbio e invariável: 
 
Exemplo: 
 
Nesta sala, só (= somente) os dirigentes podem entrar. 
 
 
• Obrigado concorda normalmente com o nome a que se refere. A mulher deve dizer 
[obrigada] (= grata, reconhecia): 
 
Exemplos: 
A moça disse: muito obrigada. O rapaz disse: muito obrigado. 
As moças disseram: muito obrigadas. 
Os rapazes disseram: muito obrigados. 
 
• Pronomes de Tratamento que tenham um adjetivo como referente, concordarão com o 
sexo da pessoa representada por esse nome: 
 
Exemplos: 
Vossa Majestade (um rei) está preocupado. 
Vossa Majestade (uma rainha) está preocupada. 
 
• Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos concorda, por norma, com o substantivo 
mais próximo: 
 
Exemplos: 
Manifestou profundo respeito e admiração. 
Manifestou profunda admiração e respeito. 
 
• Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos haverá duas opções de concordância. O 
adjetivo concorda com o substantivo mais próximo. 
 
Exemplos: 
Encontramos uma jovem e um homem preocupado. 
Encontramos um homem e uma jovem preocupada. 
29 
 
 
 
Ou vai para o plural, concordando com os substantivos. Se os substantivos forem 
gêneros diferentes, prevalecerá sempre o masculino: 
 
Exemplos: 
Encontramos uma jovem e um homem preocupados. 
Encontramos uma jovem e uma mulher preocupadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aprender" 
Alvin Toffler 
"Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou 
escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a 
32 
 
 
 
 
ANEXO I 
ANEXOS 
 
Formas simples para escrever bem - As qualidades de um texto 
A palavra texto provém do latim “textum”, que significa tecido, entrelaçamento. 
Existem algumas qualidades de linguagem que costumam ser apontadas como importantes para 
que o texto seja considerado bom. 
CLAREZA - Permite a compreensão numa primeira leitura, consiste na expressão exata de um 
pensamento, é evidente. Recomenda-se o uso de períodos curtos, ausência de adjetivação e 
rodeio de palavras, frases com duplo sentido e quebra da ordem lógica. 
CONCISÃO - É a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Para ser 
conciso, elimine as expressões supérfluas. O contrário da concisão é a prolixidade. 
PRECISÃO – É a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer dizer. 
A precisão depende mais do domínio do vocabulário que temos do que do conhecimento de um 
grande número de palavras. 
Vocabulário preciso abrevia a expressão e facilita a recepção da mensagem. 
COESÃO – Precisa existir uma ligação lógica entre as palavras, orações, períodos, parágrafos. 
Dica – Não escreva palavras ou frases “soltas”. Use corretamente os conectivos (mas, porém, 
contudo, todavia, o qual, cujo, quanto, que, quem, onde). Isso evita a repetição excessiva das 
mesmas palavras. 
COERÊNCIA – As ideias expostas estão atadas de tal modo que a conexão é evidente, existe 
uma linguagem lógica. Não há nada destoante, ilógico, contraditório ou desconexo. 
É a principal característica de um texto, é o que converte uma mensagem verbal em texto. 
Dicas para elaboração de textos 
• não tente utilizar palavras “difíceis”, que você tenha dúvidas quanto ao significado, só para 
causar uma boa impressão; 
• prefira recorrer à linguagem culta e formal, ao invés de gírias; 
• escrever a grafia corretamente sempre causa uma boa imagem. Evite estrangeirismos. Ao 
invés de, por exemplo, escrever “hobby” prefira “passatempo”; 
• ao escrever você poderá ter algumas dúvidas quanto a grafia correta das palavras e querer 
enriquecer seu vocabulário, portanto sempre utilize o dicionário como suporte para elaboração 
de textos. 
Problemas comuns na comunicação escrita 
Pensar antes de falar e refletir antes de escrever são regras fundamentais para a comunicação 
eficaz. O entendimento de uma mensagem depende da sequência ordenada das informações 
transmitidas. 
Sua preocupação básica como escritor deve ser com o receptor. 
Evite estes erros na sua comunicação: 
1. Prolixidade – evitar palavras supérfluas. 
33 
 
 
Ex.: Já tratamos desse assunto muito apressadamente. Já tratamos desse assunto 
apressadamente. Tratamos desse assunto apressadamente. 
2. Afetações, colocações exageradas – às vezes, até contrárias à verdade, devem ser 
evitadas. 
Ex.: a seu inteiro dispor, protestos de elevada estima e consideração, temos a honra de,temos especial prazer em renovar. 
3. Gíria – pode ser admitida entre jovens em conversas de grupos, em momentos de 
descontração, mas não é adequada na comunicação escrita empresarial, que deve ser a 
mais gramatical possível. 
7. Estrangeirismo – só deve ser utilizado na linguagem técnica, quando não há em 
português termo apropriado. 
Exemplos: 
O show é hoje! (espetáculo) 
Vamos tomar um drink? (drinque) 
8. Falhas gramaticais – impossível escrever bons textos sem recorrer à gramática e ao 
dicionário continuamente. Além disso, é preciso ler jornais, revistas, livros da literatura 
nacional. 
9. Ambiguidade – é um vício de linguagem pelo qual uma frase é construída, 
involuntariamente, com mais de uma interpretação. 
A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto. (Qual quarto? o da mãe ou da filha?) 
A mãe pediu à filha que arrumasse o próprio quarto. 
10. Gerundismo - De um tempo para cá começamos a ouvir: “vou estar falando com ele”, ou 
“vamos estar em reunião neste horário”, “vou estar transferindo sua ligação”, “vou estar 
providenciando seu pagamento”. Esta estrutura (verbo auxiliar + verbo auxiliar + gerúndio) 
não existe na Língua Portuguesa e, sim, na inglesa. 
11. Redundância - excesso, demasia, exagero 
“Precisamos criar um elo de ligação entre o DN e os Regionais.” (Se há elo, há ligação.) 
“Na minha opinião pessoal.” (Opiniões são pessoais.) 
34 
 
 
ANEXO II 
 
A gente x Nós 
1. Quando o sujeito é “a gente”, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. 
2. Quando o sujeito é “nós”, o verbo fica na 1ª pessoa do plural. 
Observe: 
A gente fez o exercício de Português. 
Nós fizemos o exercício de Português. 
MAS: 
• Quando pode ser trocado por Como ou Porém (conjunção). 
MÁS: 
• Quando pode ser trocado por Boas (adjetivo). 
MAIS: 
• Quando pode ser trocado por Menos (advérbio ou pronome). 
 
 
LETRAS MAIUSCULAS 
 
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ANEXO II - Atividade 
1) Leio o texto e responda no caderno. 
“POBREMA” É PROBLEMA? 
 
O que se entende por escrever bem? Claro que já nascemos em um sistema linguístico 
preestabelecido: regras gramaticais, léxico, estruturas sintáticas e semânticas etc. Ao mesmo 
tempo, o domínio desse sistema não é distribuído igualitariamente. Isso equivale a dizer que nem 
todos reconhecem esse sistema de regras. Mas até onde é necessário esse domínio? É possível 
estabelecer outro tipo de domínio sobre a língua? Isso não só é possível, como já acontece 
cotidianamente. A maior parte da população não controla esse sistema de regras e se comunica 
trocando informações, enfim, se expressando de modos variados ao longo da vida. 
Um sistema linguístico não é homogêneo, em outras palavras o conhecimento desse sistema não 
é igual em todos os falantes. O próprio sistema difere, muito ou pouco, em função de diversos 
fatores (região, contexto, idade, escolaridade, sexo...). O que há em comum entre todos os falantes 
de uma língua é a capacidade de comunicar-se por meio dela, graças ao conhecimento intuitivo e 
empírico que a condição de falantes nativos lhes dá. Ou seja, não é necessária a homogeneização 
da língua. 
O problema não começa quando escrevemos um texto, e sim quando esse conhecimento 
linguístico, não importa se falado ou escrito, circula em CONTEXTOS regidos por relações de 
poder. Exemplos? Uma entrevista de trabalho, uma prova da faculdade, um concurso público, uma 
petição judicial. 
Não cabe aqui afirmar se falar ou escrever “pobrema” é certo ou errado em si mesmo. No entanto, 
temos a intenção de apontar em que situações “pobrema” será considerado, mais que uma 
inadequação, um problema. Ressaltamos aqui que estamos utilizando a palavra “pobrema” 
figurativamente, ou seja, representando um emprego considerado inculto pelos gramáticos. 
 
Imagine as seguintes situações: 
Uma pessoa recorre a gírias, numa entrevista de trabalho ou utiliza o termo “pobrema” em ambiente 
letrado. Essas situações revelam uma inadequação do interlocutor ao ambiente que ocupa em dado 
momento. 
a. Descreva situações nas quais você teve que moldar seu uso da língua em função de tais 
tipos de contextos. 
b. Como você caracterizaria os “contextos sociais regidos pelas relações de poder”? 
 
2) Relacione as duas colunas: 
 
a) Fenômeno universal ( ) Língua 
b) Fenômeno limitado a grupos culturais ( ) Linguagem 
c) fenômeno individual ( ) Fala 
 
3) Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira: 
 
(1) Estou preocupado. ( ) gíria, limite da língua popular 
(2) Tô preocupado. ( ) língua popular 
(3) Tô grilado. ( ) norma culta 
 
 
4) Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso as afirmativas abaixo. 
a) ( ) A língua-padrão é aquela que desobedece a todos os parâmetros gramaticais. 
b) ( ) Língua coloquial é a língua espontânea, usada para satisfazer as 
necessidades vitais do falante,porém preocupa-se com as formas linguísticas. 
c) ( ) A língua grupal técnica desloca-se para a escrita. Ex. A língua da Medicina. 
d) ( ) A comunicação não é regida por normas fixas e mutáveis. 
e) ( ) Língua vulgar é própria das pessoas sem instrução. 
f) ( ) Língua Regional, como o nome já indica, está circunscrita a regiões geográficas. 
g) ( ) A língua culta, é a representação do cotidiano. 
h) ( ) A língua literária é o instrumento utilizado pelos escritores. 
 
 
ANEXO III 
 
Produza um texto descritivo sobre a moça usando, se necessário, as questões 
norteadoras apresentadas pela professora. 
 
 
 ANEXO IV 
 
 
 
 
 
1. Que variedade linguística o personagem da imagem acima usou para se 
expressar: linguagem culta ou coloquial? 
2. Observando bem a imagem, diga pelo menos dois fatores que contribuem para que o 
personagem fale dessa forma? 
3. Esse jeito como o personagem falou dar para o ouvinte/leitor compreender? 
4. Essa variedade linguística usada por ele é considerada “correta” ou “errada”? Por quê? 
5. Reescreva as falas do personagem seguindo a norma culta da linguagem. 
 
ANEXO V 
 
1. Para que você continue praticando a leitura e a escrituração de textos, sua atividade de hoje 
será a de redigir um texto dissertativo, ou seja, deverá expor, defender e argumentar suas ideias 
sobre um dos temas abaixo relacionados, lembrando que neste tipo de texto não deve fazer 
uso da primeira pessoa do singular (eu), nem conjugar verbos nesta pessoa (acredito). 
2. Lembre-se de que leituras deverão ser feitas sobre o tema escolhido para que tenha 
argumentos para defender o que pensa. Não deixe para fazer este texto na última hora, como 
alguns fazem, vez que, sem tempo para reflexões, não poderá desenvolver uma boa atividade 
e, consequentemente, será prejudicado! 
3. Seu texto terá que ter, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 28 linhas. Não escreva um texto 
com menos de quatro parágrafos. 
4. Atividade individual! 
 
TEMAS: 
 
A - Criança abandonada, futuro marginal. 
B - Comunicar é um ato cultural, é participar da sociedade. 
C - O desafio do combate à pedofilia no Brasil Contemporâneo. 
D - AIDS: Uma questão de educação ou ação? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO VI 
 
 
RELATÓRIO DE INSPEÇÃO 
 
 
Diretor Regional 
Sr. Davi Conceição Marinho 
Senhor Diretor, 
Inspecionei, conforme suas orientações, as instalações da oficina da concessionária Granvel em Imperatriz, para 
averiguar a veracidade das denuncias de clientes que apontaram falta de condições físicas no local. Afirmou-se 
que a cobertura oferecia perigo aos clientes e colaboradores que ali circulam. Foram apontados também 
problemas nos banheiros, como falta de chuveiros e deficiência de iluminação. Vistoriei o local demoradamente 
em todas as dependênciase constatei o seguinte: 
a - Cobertura: 
 
 
 
 
 
 
b - Vestiários e sanitários: 
 
 
 
 
 
 
 
c - Orçamento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colocamo-nos inteiramente à disposição para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. 
 
 
Imperatriz de de 
 
 
 
Encarregado de Oficina 
 
ANEXO VII 
 
A REGREÇÃO DA REDASSÃO 
 
 
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. 
Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a 
escrever. 
- Mas, minha senhora - desculpei-me -, eu não 
sou professor. 
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não 
têm conseguido muito. 
- A culpa não é deles. A falha é do ensino. 
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o 
menino. O senhor escreve muito bem. 
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito 
nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os 
acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor. 
- Não faz mal - insistiu -, o senhor vem e traz um revisor. 
- Não dá, minha senhora - tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com 
crianças. 
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos. 
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: "Você não deve se 
assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever". No dia seguinte, ouvi de outro educador: 
"O estudante brasileiro não sabe escrever". Depois li no jornal as declarações de um diretor 
da faculdade: "O estudante brasileiro escreve muito mal". Impressionado, saí a procura de 
outros educadores. Todos me disseram: acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever. 
Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém mais faz 
diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem 
aquelas inscrições, geralmente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, 
é verdade que não tenho visto nem árvore. 
- Quer dizer - disse a um amigo enquanto íamos pela rua - que o estudante brasileiro 
não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante 
emprego por mais dez anos. 
- Engano seu - disse ele. - A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar 
de profissão. 
- Por quê? - espantei-me. - Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu 
tenho de sobreviver. 
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever? 
- Sei lá - dei com os ombros -, vai ver que é porque não pega direito no lápis. 
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito da leitura. E quando o 
perder completamente, você vai escrever para quem? Taí um dado novo que eu não havia 
considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar 
carne? Então vou trabalhar num açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira 
nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em 
banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer 
às pessoas, assim como quem oferece hoje bilhete de loteria: 
- Por favor amigo, leia - disse, puxando um cidadão pelo paletó. 
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é 
a bula de remédio. 
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma 
universitária. 
 
– A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso. 
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica 
mais fácil ouvi-lo no meu gravador. 
- E o senhor, não está interessado nuns textos? 
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro? 
- E o senhor, vai? Leva três e paga um. 
- Deixa eu ver o tamanho - pediu ele. 
Assustou-se com o tamanho do texto: 
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo 
para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo em cinco linhas? 
(Carlos Eduardo Novaes) 
 
Com base no texto, responda ao que se pede: 
1. No diálogo entre a mãe e o autor do texto, percebe-se uma crítica velada a respeito dos 
professores no Brasil. Identifique a crítica. 
2. O texto apresenta a causa porque os estudantes brasileiros não sabem escrever. Qual 
é? 
3. Se os estudantes brasileiros, segundo o autor, não sabem escrever porque não lêem, 
qual deve ser a estratégia que os professores devem utilizar para reverter essa situação? 
4. Que outras causas podem contribuir para que o estudante brasileiro tenha dificuldades 
para escrever? 
5. Por que o autor utilizou a grafia errada nas palavras do título do texto? 
6. O autor se valeu dos fonemas e suas representações gráficas, em português, para 
chamar a atenção do leitor. Algumas palavras, em português, podem ter o seu sentido 
alterado (ou não) em razão da sua representação gráfica. No caso do título do texto, 
houve alteração de sentido? Justifique. 
 
39 
ANEXO VIII 
 
MEU IDEAL SERIA ESCREVER... Rubem Braga 
 
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está 
naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que 
chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então 
a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a 
história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente 
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, 
irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de 
casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada 
ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo 
muito engraçada!” 
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante 
aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal 
também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que 
aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, 
tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo 
sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, 
se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida 
de estarem juntos. 
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história 
chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos 
limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade 
policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, 
judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles 
bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – 
“por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim 
todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes 
em alegre e espontânea homenagem à minha história. 
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, 
e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país 
da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago 
– mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu 
encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito 
pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão 
engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-
la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza 
algum anjo fórmula da reconquista tagarela que a contou aos ouvidos de um santo 
que dormia, e que ele pensou que já estivessemorto; sim, 
 
deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso 
até nosso conhecimento; é divina.” 
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” 
– eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um 
desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar 
assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...” 
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha 
história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, 
que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa 
cinzenta de meu bairro. 
 
 
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO 
 
1. Por que o autor deseja escrever uma história engraçada? 
 
2. Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela? 
 
3. Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às 
da moça. Cite algumas dessas características opostas. 
 
4. Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”? 
 
5. O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique. 
 
6. Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história: 
(a) moça triste ( ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não 
gostava de prender ninguém 
(b) amigas da moça triste ( ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de 
namoro 
(c) casal mal-humorado ( ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça 
(d) comissário do distrito ( ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir 
uma história tão engraçada 
(e) sábio chinês ( ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas 
7. Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a 
moça triste e doente? Marque a alternativa correta: 
(a) porque, na verdade, a moça triste não existia 
(b) por que ele mesmo não achava a história engraçada 
(c) por modéstia e humildade 
(d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história 
8. Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas? 
 
9. Em sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português Instrumental. 24 
ed.Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2003. 
 
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental: para cursos de 
contabilidade, economia e administração. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
 
ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antônio; Língua Portuguesa: 
noções básicas para cursos superiores. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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