Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Dr. Samuel Merbach UNIDADE I Didática Específica: Filosofia em Sala de Aula A Filosofia se relaciona com a didática objetiva, já que “ensina a pensar”. Para ensinar alguma coisa, o aluno precisa querer aprender, bem como atender aos pré-requisitos necessários a fim de que consiga fazê-lo. Os métodos de ensino devem buscar qualidade cognitiva da aprendizagem que se associa ao pensamento da aprendizagem. Filosofia e didática A necessidade da formação de professores foi proposta por Comenius no século XVII. A primeira instalação educacional para formação de professores foi o Seminário Teológico de Mestrado em Reims, em 1684 (DUARTE, 1986, p. 65-66). Outros estudos apresentam o impacto da mídia, como influência, no pensamento juvenil, e as práticas sociais, tecnologia da informação e mídia, diversificação, educação e processos de aprendizagem. Filosofia e didática O docente deve se ater ao requisito de que a pesquisa mais recente seja incorporada ao papel de mediação do professor na aprendizagem, na maneira de ensinar e na preparação do pensamento do aluno. É importante compreender que o conhecimento assume o desenvolvimento do pensamento, e o pensamento de desenvolvimento é baseado em uma metodologia sistemática e um procedimento de pensamento. Até a década de 1980, pode-se afirmar que o chamado debate pedagógico, no qual as lições foram ampliadas em conjunto com as discussões pedagógicas, não ultrapassou o limite do argumento das lições que foram aprendidas. A primeira escola Normal foi proposta na convenção, em 1794, e foi fundada em Paris, em 1795. História da didática Durante o período colonial, desde a época dos colégios jesuítas, passando pelas aulas régias, que foram implantadas pelas reformas pombalinas, até os cursos superiores, que foram criados a partir da vinda de D. João VI, no ano de 1808, não é manifestada preocupação explícita com a questão da formação de professores. Foi na Lei das Escolas de Primeiras Letras, em 1827, que essa preocupação apareceu pela primeira vez. O ato adicional de 1834 estabeleceu a instrução primária como responsabilidade das províncias e a formação dos professores. História da didática Organização e implantação dos cursos de Pedagogia e de licenciatura e consolidação do padrão das escolas normais (1939-1971): elevaram-se os Institutos de Educação do Distrito Federal e de São Paulo ao nível universitário, o que os tornou a base dos estudos superiores de educação: o paulista incorporou-se à Universidade de São Paulo, fundada no ano de 1934, e o carioca incorporou-se à Universidade do Distrito Federal, criada no ano de 1935. Sobre essa base organizaram-se e foram generalizados para todo o Brasil os cursos de formação de professores para as escolas secundárias, a partir do Decreto-lei n. 1.190/39, que organizou a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. História da didática Substituição da Escola Normal pela habilitação específica de Magistério (1971-1996): a Lei n. 5.692/71 previu, para as quatro últimas séries do ensino de 1º grau e para o ensino de 2º grau, a formação de professores em nível superior, em cursos de licenciatura curta (três anos de duração) ou plena (quatro anos de duração). Ao curso de Pedagogia, além da formação de professores para habilitação específica de Magistério (HEM), foi conferida a atribuição de formar os especialistas em Educação, o que compreende os diretores de escola, os orientadores educacionais, os supervisores escolares e os inspetores de ensino. Depois, as instituições tenderam à formação de professores para a Educação Infantil e primeiras séries do Ensino. Fundamental como atribuição dos cursos de Pedagogia. História da didática Advento dos Institutos Superiores de Educação e das Escolas Normais Superiores (1996-2006): o quadro de mobilização dos professores alimentou a expectativa de que, terminado o regime militar, o problema da formação docente no País seria mais bem equacionado. Contudo, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 20 de dezembro de 1996, após diversas vicissitudes, não correspondeu a essa expectativa. Ao introduzir como alternativa aos cursos de Pedagogia e Licenciatura os Institutos Superiores de Educação e as Escolas Normais Superiores, a LDB direcionou-se a uma política educacional com tendência a efetuar um nivelamento por baixo. História da didática A necessidade de formação de professores foi proposta no século XVII por: a) Comenius. b) Rousseau. c) Aristóteles. d) Paulo Freire. e) Morin. Interatividade Modelos contrapostos de formação de professores. Conteúdos culturais-cognitivos: a formação do professor esgota-se na cultura geral e no domínio dos conteúdos da área de conhecimento que corresponda à disciplina a qual irá lecionar. Pedagógico-didático: se diferencia do anterior em razão de considerar que a formação do professor só se completa com o preparo pedagógico-didático efetivo. A formação pedagógico-didática virá a partir do domínio dos conteúdos do conhecimento organizado logicamente. A formação de professores implica: Objetivos. Competências. Formação de professores A partir desse entendimento, conclui não ser possível utilizar a psicologia vygotskiana para legitimar o lema do “aprender a aprender”. O entendimento de Duarte acerca do “aprender a aprender” está ligado a uma conotação política e ideológica. Vygotsky: a Teoria Sociocultural: foca a mediação semiótica, especialmente a fala. Teorias pedagógicas Teoria Psicológica da Atividade (Leontiev): acentua mais a atividade. Essência do conceito filosófico-psicológico materialista dialético da atividade está no fato de ele refletir a relação entre o sujeito humano como ser social e a realidade externa: Uma relação que se media pelo processo de transformação e de modificação dessa realidade externa. Teorias pedagógicas A educação é um processo dinâmico e sem término definido na vida de um indivíduo, envolvendo múltiplos aspectos, desde humanos propriamente ditos (tais como cognição e desenvolvimento de habilidades) a sociais (culturais e políticos). Atualmente, a docência é definida como ação educativa que constitui o processo de ensino-aprendizagem e tem por funções estimular a criação cultural, o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo, bem como criar situações favoráveis ao desenvolvimento dos alunos nas diferentes áreas do conhecimento, no aspecto afetivo-emocional, nas habilidades e nas atitudes e valores. Educação e docência Abordar as metodologias ativas é uma vez mais se perguntar pela corrente construtivista, encabeçada por pesquisadores de distintos lugares do mundo que se questionaram sobre a melhor forma de “ativar” o conhecimento dos seres curiosos. Educação e docência Pensadores como Jean Piaget (1896-1980), na Suíça; Lev Vygotsky (1896-1934), na Rússia; e Paulo Freire (1921-1997), no Brasil – em tempos diferentes –, indagaram-se sobre as formas possíveis de construção de conhecimentos, além de se debruçarem também sobre aqueles que poderiam auxiliar/mediar/facilitar essa produção de saberes (GONÇALVES et al., 2018). Metodologia ativa é uma concepção educativa que estimula processos construtivos de ação-reflexão-ação, em que o discente tem uma postura ativa em relação ao seu aprendizado numa situação prática de experiências, por meio de problemas que lhe sejam desafiantes e lhe permitam pesquisar e descobrir soluções aplicáveis à realidade. Filósofos da Educação Em um ambiente de aprendizagem ativa, odocente atua como orientador, supervisor, facilitador do processo de aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e conhecimento (BARBOSA; MOURA, 2013). Filósofos da Educação E, na busca por articulação com a educação bancária, criticada por Paulo Freire, pode-se apontar que não é, definitivamente, a característica de “depositário”, nem de observador daquilo que seria sacado daquela conta. Ou seja, não é um docente que espera o entendimento e a repetição de conteúdos. Nas palavras do autor, “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (GONÇALVES et al., 2018, p. 32). No fomento à aprendizagem, destacam-se: discentes mais ativos e envolvidos com a aula; menos ênfase em transmitir a informação e mais estímulo ao desenvolvimento de competências para os estudantes; alunos mais envolvidos em pensamentos de ordem mais complexas como análise, síntese e avaliação; estudantes engajados nas atividades como leitura, escrita e discussão; maior ênfase na exploração dos próprios valores e atitudes dos discentes. Paulo Freire O plano de ensino constitui o objeto pedagógico responsável por apresentar a organização de todo o período letivo, compreendendo todos os conteúdos programáticos da disciplina que será ministrada, bem como o ementário, as estratégias de trabalho, a metodologia, os recursos utilizados, as habilidades e as competências que serão desenvolvidas, a avaliação e o plano de aulas. O plano de ensino constitui o objeto pedagógico responsável por apresentar a organização de todo o período letivo, compreendendo todos os conteúdos programáticos da disciplina que será ministrada, bem como o ementário, as estratégias de trabalho, a metodologia, os recursos utilizados, as habilidades e as competências que serão desenvolvidas, a avaliação e o plano de aulas. Plano de ensino São modelos contrapostos de formação de professores: a) Modelo dos conteúdos culturais-cognitivos e modelo pedagógico-didático. b) Modelo pedagógico-didático e plano de ensino. c) Modelo dos conteúdos culturais-cognitivos e plano de aula. d) Plano de aula e plano de ensino. e) Didática e plano de aula. Interatividade As estratégias didáticas se dividem em: Aulas expositivas tradicionais: estão ultrapassadas, mas são muito utilizadas, o aluno é passivo. Aulas expositivas dialogadas: os alunos resolvem exercícios e interagem na aula. Seminário: ajuda o aluno a aprender a expor o tema diante de um grupo. Filmes, vídeos, videoaulas e documentários: produções são tão bem-feitas que, geralmente, o docente pode julgar serem mais interessantes do que qualquer outra estratégia letiva que ele venha a conduzir. Leitura dirigida: texto é lido e estudado pelos alunos. Todas as estratégias facilitam o aprendizado dos alunos. Estratégias didáticas para as aulas de Filosofia Algumas sugestões para melhorar o aprendizado: Rotina: a mente condiciona o organismo às atividades planejadas e executadas com determinada repetição. Pré-requisitos: criar condições favoráveis ao aprendizado. É praticamente impossível aprender estando sujo e com fome. Ambiente de estudo: o local deve ser silencioso, sem barulhos, TV etc. Mesa e cadeira confortáveis. Escolha um local apropriado: sala, quarto, cozinha, biblioteca, parque ou praça. Material necessário: não há concentração que resista às excessivas buscas de materiais essenciais para estudos. Assim, deve ter próximos todos os materiais que serão usados no estudo. Aprender a estudar Planejamento: todo processo pode ter sucesso ou fracasso, dependendo da existência ou não de planejamento. Comumente gostamos de estudar às vésperas, o que é errado. Nossa mente tem maior produtividade se nos planejarmos para melhor utilizá-la. Se você for estudante, por exemplo, revise – nas suas duas horas de estudo individual em casa apenas as matérias vistas naquele dia na escola. Você se recordará com mais facilidade dos conteúdos, melhorando sua performance nos exercícios de fixação e revisão do que foi ensinado na escola. Seus estudos terão melhoras quantitativas e qualitativas. Aprender a estudar Lembre-se: siga todos os passos aqui propostos para ter o sucesso almejado; crie rotina, condicionando seu corpo e mente a uma maior produtividade, atente aos pré-requisitos, já que não há como estudar sujo e com fome, muito menos tentar absorver informações após grandes refeições que usam suas forças para o processo digestivo; escolha um ambiente de estudos onde possa colocar uma mesa ou escrivaninha; para que possa, com o silêncio, desfrutar de duas horas enriquecedoras; tenha em fácil acesso todo o material necessário, otimizando seu tempo para melhor compreensão do conteúdo. Não se esqueça do planejamento, sabendo que todos os itens anteriores não funcionarão se você insistir em estudar o que será cobrado no dia seguinte, ao invés de revisar em casa o que foi visto naquele dia na escola. Aprender a estudar Para melhor compreensão de um texto, podemos sublinhar os tópicos frasais, isto é, as ideias mais importantes de cada parágrafo. Nos tópicos frasais devem ser evitados: exemplos, adjetivos, advérbios, apostos, explicações secundárias, citações etc. Ou seja, o tópico frasal é a frase verbal mais sucinta do parágrafo. Quando o parágrafo for uma citação direta, pula-se esse parágrafo, pois ele não entrará como ideia central. Compreensão do texto O tópico frasal deve ser de, no máximo, 20% de cada parágrafo. Isto é, um quinto do parágrafo irá compor o tópico frasal dele. Ao ir sublinhando as ideias centrais, o redator poderá pular algumas palavras, algumas expressões ou alguns termos sintáticos, desde que seu recorte tenha sentido, contendo sujeito, verbo e complemento. Compreensão do texto Na referida estratégia didática, o texto é lido e estudado pelos alunos. Assinale a alternativa correta: a) Leitura dirigida. b) Aula expositiva tradicional. c) Aula expositiva dialogada. d) Seminário. e) Filmes, vídeos e documentários. Interatividade Síntese é a transcrição das principais ideias do autor com as palavras do próprio autor. Ou seja, após identificar os tópicos frasais que são as ideias centrais de cada parágrafo, deve o redator apenas transcrever essas ideias centrais na íntegra, usando o vocabulário do próprio autor. Na síntese, portanto, assim como nos tópicos frasais, devem ser evitados: exemplos, adjetivos, advérbios, apostos, explicações secundárias, citações etc. Ou seja, o tópico frasal é a frase verbal mais sucinta do parágrafo. Quando o parágrafo for uma citação direta, pula-se esse parágrafo, pois ele não entrará como ideia central e, portanto, não irá compor a síntese. Síntese de textos Resumo é a transcrição das principais ideias do autor com as palavras do redator. Ou seja, após identificar os tópicos frasais que são as ideias centrais de cada parágrafo, deve o redator parafrasear essas ideias centrais, usando o seu próprio vocabulário. Parafrasear é reescrever um texto com suas palavras, mantendo as mesmas ideias do autor do texto a ser resumido (GONÇALVES, 2015, p. 53). No resumo, portanto, assim como nos tópicos frasais e na síntese, devem ser evitados: exemplos, adjetivos, advérbios, apostos, explicações secundárias, citações etc. Ou seja, o tópico frasal é a frase verbal mais sucinta do parágrafo. Resumo de textos Como a resenha parte de um resumo, então, a resenha é a transcrição das principais ideias do autor, com as palavras do redator, acrescida de uso, preferencialmente explícito, de terceira pessoaque faça referência ao autor e/ou ao texto, juntamente com a utilização da técnica do endosso (elogio acadêmico) (GONÇALVES, 2015, p. 54). É obrigatório usar a terceira pessoa, referencialmente explícita, embora, em alguns casos, também se possa usar a terceira pessoa implícita. Esse uso de terceira pessoa explícita significa fazer referência ao autor e/ou ao texto juntamente com a paráfrase do tópico frasal do texto resenhado. Resenha Na resenha, usa-se a linguagem da 3ª pessoa. O resenhista, portanto, mostra que é uma 3ª pessoa avaliando uma obra, inclusive manifestando opinião (como aparece destacado). Quando for possível localizar os créditos do autor (currículo, formação, local de trabalho, publicações etc.), deve ser colocado um parágrafo inicial contendo isso. Convém ressaltar que as normatizações acadêmicas diferenciarão a resenha crítica, deixando claro que a resenha em si tem esse caráter de endosso, ou seja, de reconhecimento do domínio do conteúdo por parte do autor. Resenha A resenha crítica, que parte de uma resenha, é, então, a transcrição das principais ideias do autor, com as palavras do redator, acrescida de uso, preferencialmente explícito, de terceira pessoa que faça referência ao autor e/ou ao texto, juntamente com a utilização da técnica do endosso (elogio acadêmico), tudo isso agregado à contribuição externa que é justamente o que diferencia uma resenha crítica de uma resenha. Essa contribuição externa que compõe a resenha crítica se constitui pela citação de autores que concordem com a obra resenhada (resenha crítica positiva) ou de autores que discordem da obra resenhada (resenha crítica negativa). Resenha crítica A dissertação é um gênero literário muito importante para todos os estudantes. Vários segmentos da educação atuam com o texto dissertativo: educação básica (Ensino Fundamental e Ensino Médio) e educação superior. Dissertar é o ato de convencer o leitor sobre determinado ponto de vista acerca de algum tema. Essa estrutura buscou engessar o ato de dissertar a partir da determinação do número de parágrafos, de frases por parágrafos e de linhas efetivamente escritas. Esse modelo rígido, aqui denominado dissertação técnica, tem por objetivo dar mais segurança aos redatores que, geralmente, têm medo de escrever, alegando não estarem inspirados ou não conseguirem produzir uma dissertação completa. A dissertação técnica resolve esse problema, pois sua organização e estrutura independem de inspiração, além de oferecer maior segurança a quem escreve. Dissertação técnica É a transcrição das principais ideias do autor com as palavras do próprio autor. Você deverá elaborar apenas uma questão de múltipla escolha. O referido conceito se refere a: a) Síntese. b) Resumo. c) Resenha crítica. Interatividade d) Paráfrase. e) Dissertação técnica. ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar