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Apostila Módulo 3 - Relações Interpessoais

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Curso Superior de Tecnologia 
em Gestão Ambiental
Semestre 01 . Módulo 03
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco 
CEFET-PE
CEAD - Coordenação de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância
2007
 
Disciplina Relações Interpessoais Sócio-Ambientais 
Módulo 3
27
Disciplina Relações Interpessoais 
Sócio-Ambientais 
Módulo III - Capítulo 1: Comportamento Humano
Apresentação
Depois de termos aprendido e refletido um pouco sobre o autoconheci-
mento, vamos investigar mais a fundo o que está por trás de tão variada 
diferença no comportamento humano. O que será que faz com que as pes-
soas reajam de forma diferenciada diante dos fatos? Sejam eles positivos ou 
negativos, constatamos que são resolvidos de forma diferente, quando se 
consideram pessoas de mesmo nível social, idade e nível intelectual seme-
lhante. Poderíamos nos perguntar sobre que forças psicológicas conferem 
singularidade a cada pessoa? Essa força é denominada de personalidade, 
sendo intrínseca a cada um de nós. Mas o que é personalidade e como ela 
pode afetar as nossas relações interpessoais? Isso é o que veremos nesse 
capítulo, a fim de compreendermos melhor o comportamento humano.
Há muito temos ouvido a palavra personalidade, sendo este um termo 
familiar, usado para descrever e caracterizar comportamentos e atitudes 
das pessoas em nosso meio relacional. Taxamos ou classificamos, muitas 
vezes, as pessoas como agradáveis ou desagradáveis, seguindo-se um 
julgamento, via de regra dicotômico, em que tentamos distinguir uma per-
sonalidade da outra. Quanto mais uma pessoa apresenta características 
marcantes, positivas e destacadas, como, por exemplo, sendo dinâmica, 
cortês, amigável, simpática, somos direcionados a taxá-la como um indiví-
duo que “tem personalidade” e a admiramos por isso. Se a pessoa, por outro 
lado, demonstra características menos admiráveis, como negatividade, irri-
tabilidade excessiva ou de pouca reação às intempéries da vida, dizemos 
que ela “não tem personalidade”, ou tem “personalidade fraca”.
Na verdade, todos temos personalidade, o que pode acontecer é que ela 
seja mais ou menos interessante, tenha mais ou menos destaque e, por 
isso, desperte mais curiosidade e atenção, ao proporcionar sensações agra-
dáveis no âmbito de convivência.
SIGMUND FREUD 
(Fonte: /www3.sympatico.ca 
/jbeili/images/Freud-1.jpg)
Médico especializado em 
doenças mentais, Sigmund 
Freud (1856-1939) desenvolveu 
a Psicanálise, uma teoria do 
funcionamento da mente humana 
e um método exploratório de sua 
estrutura, destinado a tratar os 
comportamentos compulsivos 
e muitas doenças de natureza 
psicológica supostamente 
sem motivação orgânica. Ele 
recolheu, de várias fontes, os 
elementos com que compôs sua 
teoria e o fez, principalmente, 
a partir das descobertas 
do médico austríaco Josef 
Breuer, da doutrina platônica 
e do pensamento filosófico de 
Schopenhauer, consolidando, 
através de longa prática clínica, 
os postulados da teoria que 
chamou Psicanálise. 
 A maioria das biografias 
divulgadas sobre Freud 
baseiam-se em Ernest Jones, o 
psicanalista inglês que se tornou 
seu biógrafo. Sigmund Freud 
(Sigismund Schlomo Freud até 
os 21 anos) nasceu a 6 de maio 
de 1�56, em Freiberg, Moravia, 
no império austro-húngaro (hoje 
Pribor, Checoslováquia). Filho 
de Jacob Freud, um comerciante 
judeu, e de sua jovem segunda 
2�
1. Teoria da personalidade
A palavra personalidade deriva do latim “persona”, que significa “máscara”. 
Existem conceitos variados para o termo personalidade. De uma forma geral, 
é admitido que personalidade seja a organização dinâmica do individuo, 
envolvendo os sistemas psicofísicos que determinam seu comportamento e 
pensamento. A personalidade caracteriza o modo do indivíduo interagir com o 
mundo. Representa a forma particular como o indivíduo se relaciona com os 
outros, o que, de certa forma, permite para as suas atitudes um determinado 
nível de previsibilidade. 
Por exemplo, descendo de um ônibus no final de uma tarde, um estudante 
de 19 anos que havia sido aprovado no vestibular do CEFET-PE, foi cruel-
mente atropelado. Quebrou costelas, perfurou o pulmão, o fígado, baço e 
vários órgãos. A população presente que correu para socorrer ainda pergun-
tou a ele a quem devia avisar. O rapaz apenas respondeu: “dor, dor, celular 
no bolso”, e morreu em seguida. Seu tempo de vida foi de cinco minutos. 
Vendo a trágica cena, um senhor disse:” Meu Deus, ele é tão jovem quanto a 
minha filha.” E começou a passar mal. Alguns jovens presentes ali, apesar do 
impacto sofrido, reagiram e utilizaram o celular do rapaz para localizar seus 
parentes e amigos. Outros observaram a cena e ficaram sem ação. Outros, 
ainda, evitaram passar próximo ao acidente, como forma de evitar a dor. 
Em um outro exemplo, numa situação de um assalto de carro a mão armada 
em um sinal de trânsito, é comum escutarmos que as pessoas assaltadas 
tenham diferentes atitudes. Há pessoas que entregam o carro sem reação, 
que reagem e dão partida no carro, que entregam o carro e começam a cho-
rar; e até mesmo algumas que, ao entregarem o carro, passam por tamanho 
medo e tensão que urinam na roupa. Estas são algumas dentre tantas outras 
reações. 
Nos trágicos exemplos acima, observa-se que pessoas diferentes têm ações 
diferentes frente ao mesmo fato. Assim, podemos concluir que a personalidade 
envolve variadas características do indivíduo, tais como seu temperamento, 
seu conjunto de saberes e valores aprendidos durante a sua vida, suas 
orientações éticas, políticas e religiosas. A necessidade de conceituar a per-
sonalidade surge a partir da observação de constantes no comportamento 
dos indivíduos, comportamentos esses que se repetem no tempo e são pas-
síveis de generalizações, muitas vezes de contexto para contexto. 
Apesar das constantes de comportamento presentes nos indivíduos, é con-
senso, também, que algumas situações vivenciadas, pontualmente, possam 
afetar o comportamento e provocar alterações.
esposa, Amalia Nathanson, 
Freud tinha irmãos do primeiro 
casamento do pai com Sally 
Kanner, falecida em 1852, que 
eram cerca de vinte anos mais 
velhos que ele. Em 1�60, devido 
à falência do negócio do pai, sua 
família mudou-se para Viena; 
Freud tinha 4 anos. 
Aos nove anos, Freud entrou 
para a escola onde teve um 
aproveitamento acima da média. 
Para sua formação superior, 
matriculou-se na Universidade de 
Viena, em 1�73. Ao escolher sua 
futura carreira, estudou primeiro 
Filosofia, mas decidiu-se depois 
pela Medicina, e se especializou 
em Fisiologia Nervosa, uma área 
onde a prática diária atenderia 
mais de perto à sua preocupação 
em conhecer a natureza humana. 
Freud, com certeza, deveu mais 
aos seus estudos de Filosofia a 
inspiração para sua doutrina que 
à atrasada Fisiologia Nervosa 
do seu tempo. Em 1�74, na 
universidade, foi aluno do filósofo 
Franz Brentano (Fonte: www.
cobra.pages.nom.br/ecp-freud.
html).
PERSONALIDADE
“O que seria, então, 
personalidade?
A personalidade é uma estrutura 
interna, formada por diversos 
fatores em interação. Não se 
reduz a um traço apenas, como 
a autodeterminação ou um valor 
moral. Pode ser muito ou pouco 
valorizada. Não importa. Uma 
pessoa, mesmo sem valores, 
mal formada, com falhas morais 
ou limitações psicológicas, não 
deixa de ter personalidade, 
29
A Psicologia Moderna surgiu no século XIX como um produto da Filosofia 
e da Fisiologia Experimental. Assim,a teoria da personalidade foi conce-
bida por profissionais da Medicina que trabalhavam como psicoterapeutas, 
sendo, desta forma, Freud, Jung e McDougall considerados os pioneiros 
nesta área. Vamos, então, comentar um pouco sobre a teoria da personali-
dade, baseados, apenas, na visão de Freud.
A personalidade está estruturada segundoesses teóricos por três grandes 
sistemas: o id, o ego e o superego, estando, estes sistemas, intimamente, 
conectados e raramente operando um deles com a exclusão dos outros 
dois.
Esquema dos sistemas dos três grandes sistemas que constituem a personalidade. 
(Esquema: Elcida L. Araújo e Suzene I. da Silva).
Vamos, agora, conhecer um pouquinho sobre as características desses sis-
temas.
Id – O id pode ser descrito como a matriz de onde se originaram o ego e o 
superego, sendo a fonte e a reserva da energia psíquica, também denomi-
nada de libido, que impulsiona o ego e o superego. O id é considerado como 
tendo origem orgânica e hereditária, portanto, estando presente no indivíduo 
desde seu nascimento, incluindo, assim, os instintos. Está relacionado a 
todos os impulsos naturais do tipo irracional. 
O id é muito sensível às variações de energia. Quando a energia aumenta, 
ele tende a reagir de forma a descarregá-la o mais rápido quanto possível, 
de forma a restabelecer um nível de energia confortável, constante e baixo, 
pois é regido pelo princípio do prazer, funcionando como um sistema de 
escape de evitação do sofrimento e dor. Localiza-se na zona inconsciente 
da mente. O id não conhece a realidade objetiva, por isso surge o Ego.
Ego – A palavra ego vem do latim e significa “eu”. O ego é responsável pelo 
equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens 
porque tem uma estrutura 
interna, embora defeituosa. 
Também, a personalidade não é 
a simples soma ou justaposição 
de elementos, mas um todo 
organizado e individual, produto de 
fatores biopsicossociais.
Nos fatores biológicos estão: o 
sistema glandular e o sistema 
nervoso
Componentes da Personalidade 
(Temperamento e Caráter)
Sendo a personalidade o que 
distingue uma pessoa da outra, 
a mesma encontra-se apoiada 
em herança biológica e na ação 
ambiental. Os fatores biológicos, 
principalmente o sistema glandular 
e o sistema nervoso determinam 
no indivíduo o temperamento, 
que é constituído de impulsos 
naturais. Ser agressivo ou não 
ser agressivo, ser irrequieto ou 
indolente, ser emotivo ou não 
emotivo, ter reações primárias ou 
secundárias, podem ter traços 
temperamentais.
Assim, o indivíduo nasce com 
determinado temperamento, 
mas fatores ambientais podem 
modificá-lo até certo ponto.
Deste modo, a educação pode 
manter domínio e controle sobre 
o temperamento, a alimentação, 
as doenças, o clima, os 
acontecimentos e outros fatores 
causam algumas transformações 
nos traços temperamentais (Fonte: 
http:/pt.wikipedia.org /wiki/Teoria_
da_personalidade)”
30
do superego. O ego nasce da necessidade que o organismo tem de realizar 
interações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. 
Por exemplo, uma pessoa que está com muita sede, procura água para saciar 
sua sede. Isso significa que ela, inconscientemente, faz diferença entre a 
necessidade da água (imagem da necessidade) e a percepção da necessi-
dade de buscar a água no mundo real. O prazeroso, para esta pessoa, talvez, 
fosse encontrar água gelada, mas ela encontra apenas água natural. Então, 
para satisfazer a necessidade da sede, ela bebe a água. Portanto, o ego é um 
sistema que funciona como regulador, na medida em que modifica o princípio 
do prazer para buscar da satisfação, considerando as condições objetivas da 
realidade, evitando, assim, o desprazer. 
O ego tem como funções básicas a percepção, memória, sentimentos e o 
pensamento, localizando-se na zona consciente da mente. O ego pode ser 
considerado, também, como o executivo da personalidade, uma vez que ele 
controla o acesso à ação. Ele seleciona as características do ambiente e 
decide que instintos serão satisfeitos e de que maneira.
Superego – O superego é o terceiro sistema da personalidade e atua como 
censor do Ego. Este sistema origina-se com o famoso complexo de Édipo, 
descrito por Sigmund Freud. Este complexo surge quando um menino atinge, 
na segunda infância, o período sexual fálico. Ou seja, representa o período 
da infância que vai dos três a seis anos, quando a criança desperta para a 
percepção dos órgãos genitais. Nesta fase, ocorre o apego erótico e exces-
sivo, às vezes, inconsciente do filho em relação à mãe. Em paralelo, ocorre 
o desenvolvimento de sentimentos de ciúmes em relação ao pai, que passa 
a ser visto pela criança como um rival. No caso da menina, este complexo 
é conhecido, na Psicanálise, como complexo de Electra, representando o 
desejo da filha pelo pai. A criança, nessa fase, passa a ver a mãe como 
rival. 
De acordo com os princípios morais e sociais, muitas repressões são dadas 
à criança neste período. Assim, o superego origina-se da internalização das 
proibições, dos limites e da autoridade. Portanto, o superego é o represen-
tante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade que foram 
transmitidos pelos pais, através do sistema de castigos e de recompensas 
impostos ao indivíduo quando este ainda era criança. 
O superego funciona como a força moral da personalidade. Representa nos-
sos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e 
nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa), quando fazemos algo 
errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho), quando 
fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez 
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA DA 
PERSONALIDADE
“Para Freud, os três níveis 
Os níveis de consciência são: 
consciente, pré-consciente e 
inconsciente.
Consciente – inclui tudo aquilo 
de que estamos cientes num 
determinado momento. Recebe, 
ao mesmo tempo, informações 
do mundo exterior e do mundo 
interior.
Pré-consciente – (ou sub-
consciente) – constitui-se 
nas memórias que podem se 
tornar acessíveis a qualquer 
momento, como, por exemplo, o 
que você fez ontem, o teorema 
de Pitágoras, o seu endereço 
anterior, etc. É uma espécie 
de “depósito” de lembranças à 
disposição, quando necessárias.
Inconsciente – estão os 
elementos instintivos e material 
reprimido, inacessíveis à 
consciência e que podem vir à 
tona num sonho, num ato falho 
ou pelo método da associação 
livre. Os processos mentais 
inconscientes desempenham 
papel importante no 
funcionamento psicológico, na 
saúde mental e na determinação 
do comportamento (Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_
personalidade)”
31
que este não conhece a moralidade. As principais funções do Superego são: 
inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) 
e lutar pela perfeição. 
Os três sistemas da personalidade não devem ser considerados como fato-
res independentes que governam a personalidade. Cada um deles tem suas 
funções próprias, seus princípios, seus dinamismos, mas atua um sobre o 
outro de forma tão estreita que é impossível separar os seus efeitos. De uma 
maneira geral, o id representa o componente biológico da personalidade, 
o ego representa o componente psocológico e o superego, o componente 
social.
1.1 Mecanismos de defesa da personalidade
O mecanismos de defesa da personalidade são variados e eles existem 
para evitar prejuízos à nossa personalidade, devido a frustrações e conflitos 
que vivenciamos no nosso dia-a-dia, como, por exemplo: um compromisso 
agendado que vem sendo esperado há tempo e que é cancelado; um recep-
cionista que não nos atende direito, entre outros. Aqui, neste texto, vamos 
comentar apenas sobre alguns dos mecanismos de defesa da personali-
dade que são mobilizados em situações como esta, visando evitar danos 
à mesma. Esses mecanismos são processos realizados pelo ego e são 
inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. 
Tais processos são executados pelo ego, a fim de excluir da consciência os 
conteúdos indesejáveis, protegendo, desta forma, o aparelho psiquíco. Entreeles, temos: recalque, racionalização, projeção, deslocamento, regressão e 
somatização (Figura 2).
Recalque – O recalque é um mecanismo de defesa que funciona supri-
mindo uma parte da realidade. Ele não é percebido pelo indivíduo, e, ao 
ficar invisível, altera, deforma o sentido de um todo. É como se, ao ler este 
texto, você pulasse uma linha, o que impediria a compreensão da frase ou 
o sentido do que está sendo dito. Por exemplo, às vezes, estamos diante 
de frases proibitivas (não pise na grama), que vão de encontro ao que que-
remos (sentar na grama). Então, suprimimos de nossa percepção o “não” 
proibitivo e sentamos na grama. Quando chamados a atenção sobre o que 
estamos fazendo, dizemos que não tínhamos visto a proibição. O recalque 
é o mais radical dos mecanismos de defesa da personalidade. Muitos casos 
de amnésia (excluídas as causas orgânicas) podem ser explicados através 
deste mecanismo. Esquecemos o que é desagradável.
 CARL GUSTAV JUNG
(Fonte: images.google.com 
.br/images?hl=pt-R&q=Jung 
%20&ie=UTF-�&oe=UTF-
8&um=1&sa=N&tab=wi)
Carl Gustav Jung nasceu em 
Kesswyl, uma cidade no lago 
Canstance, Suíça, em 26 de 
julho de 1�75. Formou-se em 
Medicina pela Universidade da 
Basiléa. Iniciou sua carreira na 
Psiquiatria como assistente no 
Hospital Mental de Burghölzli, em 
Zurique, e na clínica psiquiátrica 
de Zurique. A publicação de 
uma bibliografia completa sobre 
a vida dele ainda inexiste. Por 
60 anos, Car Jung dedicou-se 
com grande afinco a analisar os 
processos vastos e profundos 
da personalidade humana. 
Seus escritos são volumosos 
e a extensão de sua influência 
na Psicologia é incalculável. 
É conhecido não apenas por 
psicólogos e psiquiatras, mas 
também por pessoas instruídas 
em todas as profissões. 
Embora a teoria da 
personalidade de Jung 
normalmente seja identificada 
como uma teoria psicanalítica, 
devido à ênfase que dá aos 
processos inconscientes, ela 
difere, em alguns aspectos 
notáveis, da teoria da 
personalidade de Freud. Talvez, 
o aspecto mais proeminente 
32
Alguns dos mecanismos de defesa da personalidade 
(Esquema: Elcida L. Araújo e Suzene Izídio da Silva).
Racionalização – Este mecanismo consiste em justificar, de forma mais ou 
menos lógica e ética, a nossa própria conduta. Por ele, arranjamos desculpas 
e explicações que nos inocentem de erros e fracassos. Portanto, ele, prova-
velmente, é um dos mecanismos menos inconscientes.
 A criação de um “bode expiatório” é também racionalização. Dar uma des-
culpa para inocentar nosso “eu” ou jogar a culpa em outro tem a mesma 
finalidade: aliviar nossa “culpa”, ou nos proteger de algo que nos inferiorize 
diante de nós e dos outros. Isto é tão antigo quanto Adão e Eva. Depois de 
cometido seu “pecado original”, para livrar seu “eu” da culpa, Adão optou por 
um “bode expiatório”, culpando sua mulher, Eva. Esta, por sua vez, optou 
pela desculpa: “fui tentada pelo diabo, em forma de serpente”. Na racionaliza-
ção, o ego coloca a razão a serviço do irracional e utiliza para isto o material 
fornecido pela cultura, ou mesmo pelo saber científico.
Projeção – É um mecanismo de personalidade que consiste em atribuir a 
outros as idéias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas. 
Sem que percebamos, muitas vezes, vemos nos outros defeitos que nos são 
próprios. Como exemplo, pode ser citado o caso de um aluno que, ao ser 
reprovado nas avaliações, justifica-se dizendo que o seu professor era incom-
petente. Assim, ele projeta a sua frustração no professor. 
Deslocamento – É um mecanismo de defesa muito comum. Ele funciona na 
tentativa de ajustar nosso comportamento e eliminar as tensões, que, muitas 
vezes, não podem ser descarregadas na fonte de nossa frustração (um chefe, 
a organização, etc). Assim, passamos a agredir terceiros que não têm nada a 
ver com o problema que nos causou a frustração. Exemplificando, uma pes-
soa tem um dia muito turbulento em seu trabalho, não podendo descarregar 
as tensões no momento em as mesmas ocorrem. Assim, ao chegar em casa, 
passa a agredir seus familiares, como forma de aliviar a tensão. 
e distintivo da visão de Jung 
sobre os seres humanos é que 
ela combina teleologia com 
causalidade. Comportamento 
humano é condicionado não 
apenas pela história individual e 
racial (causalidade), mas também 
pelas metas e aspirações 
(teleologia). 
A realidade do passado e a 
potencialidade do futuro orientam 
nosso comportamento presente. 
Segundo Jung, a pessoa vive por 
metas e por causas. 
Jung morreu em 06 de junho de 
1961, em Zurique, aos 85 anos 
de idade. (Extraído de Hall, C.S. 
Teoria da Personalidade. Porto 
Alegre. Artes Médicas Sul, 2000).
SAIBA MAIS UM POUCO 
“Distúrbios da Personalidade
A melhor maneira de definir 
“distúrbio” é caracterizá-lo como 
deficiência psicológica, com 
repercussão na área emocional 
e interpessoal. Este termo 
caracteriza uma faixa que vai 
desde formas neuróticas leves 
até a loucura, na plenitude do 
seu termo. Normal seria aquela 
personalidade com capacidade 
de viver eficientemente, manter 
relacionamento duradouro e 
emocionalmente satisfatório 
com outras pessoas, trabalhar 
produtivamente, repousar e 
divertir-se, ser capaz de julgar 
realisticamente suas falhas e 
qualidades, aceitando-as. A 
falha de uma ou outra dessas 
características pode indicar a 
presença de uma deficiência 
psicológica ou “distúrbio” da 
personalidade.
Classificamos distúrbios da 
personalidade em 3 grandes 
tipos básicos:
33
Regressão – Neste mecanismo de defesa, o indivíduo, frente a uma expe-
riência traumática, reage com expressões peculiares a um estágio psíquico 
imaturo. Ou seja, ele passa a apresentar comportamentos imaturos, não 
compatíveis com a fase de desenvolvimento real que ele tem no momento. 
Por exemplo, uma criança em idade escolar, no primeiro dia de aula, na 
escola, pode regredir a um estágio anterior de desenvolvimento, apresen-
tando um comportamento típico de um bebê, voltando a chupar o dedo, 
chorando ou escondendo-se num canto da sala, como formas de defesa. 
Outro exemplo seria o de um homem adulto que, passando por uma separa-
ção conjugal, busca consolo na bebida, retomando comportamentos típicos 
da fase oral (beber). 
Somatização – Neste mecanismo defesa, o conflito vivenciado acaba 
gerando uma perturbação fisiológica. Por exemplo, numa família em que um 
dos pais necessita viajar com freqüência em função das necessidades de 
seu trabalho, o filho, ao perceber que a mãe ou o pai vai viajar novamente, 
pode somatizar o problema e adoecer, passar mal, vomitar, etc., como forma 
de apelação para que seus pais não viajem. 
2. A compreensão das diferenças individuais 
 e a complexidade do ser humano
Após termos discutido um pouco sobre a constituição da personalidade 
humana, tentaremos, abaixo, falar um pouco sobre as diferenças individuais 
e a complexidade do ser humano. As diferenças observadas entre os indi-
víduos foram sempre objeto de curiosidade dos psicólogos e profissionais 
da área humana. A Psicologia nos ajuda a perceber as diferenças de per-
sonalidade e as diferenças entre as pessoas. Usar de Psicologia auxilia no 
relacionamento entre as pessoas. 
Os referenciais teóricos a que as pessoas têm acesso, durante a sua for-
mação, reforçam sua compreensão sobre a complexidade das pessoas com 
as quais convivem. O que guardamos desses referenciais teóricos são os 
estágios do desenvolvimento cognitivo ou os comportamentos emocionais 
esperados em cada etapa, estabelecendo, assim, um perfil de desenvolvi-
mento ao qual deve encaixar-se o indivíduo. 
O termo cognição é derivado da palavra latina cognitione, que significa 
a aquisição de um conhecimento através da percepção. Ela deriva da 
Psicologia Cognitiva e pressupõe que o aprendizado se dá pela apreensão 
dos dadose do conhecimento imediato. 
1º Tipo: Neuroses: é a existência 
de tensão excessiva e 
prolongada, de conflito persistente 
ou de uma necessidade 
longamente frustrada, é sinal 
de que na pessoa se instalou 
um estado neurótico. A neurose 
determina uma modificação, 
mas não uma desestruturação 
da personalidade e, muito 
menos, de perda de valores da 
realidade. Costuma-se catalogar 
os sintomas neuróticos em certas 
categorias, como:
a) Ansiedade - a pessoa é tomada 
por sentimentos generalizados e 
persistentes de intensa angústia, 
sem causa objetiva. 
b) Fobias – uma área da 
personalidade passa a ser 
possuída por respostas de medo 
e ansiedade. Na angústia, o 
medo é difuso e, quando vem à 
tona, é sinal de que já existia há 
longo tempo. Na reação fóbica, o 
medo se restringe a uma classe 
limitada de estímulos. Verifica-se 
a associação do medo a certos 
objetos, animais ou situações.
c) Obsessiva-Compulsiva: a 
obsessão é um termo que se 
refere a idéias que se impõem 
repetidamente à consciência. 
São por isto dificilmente 
controláveis. A compulsão refere-
se a impulsos que levam à ação. 
Está intimamente ligada a uma 
desordem psicológia chamada 
transtorno obsessivo-compulsivo. 
2º Tipo: Psicoses: o psicótico 
pode encontrar-se ora em estado 
de depressão, ora em estado 
de extrema euforia e agitação. 
Em dado momento, age de um 
modo e, em outro, comporta-se 
de maneira totalmente diferente. 
Houve uma desestruturação 
da sua personalidade. O dado 
clínico para se aferir a psicose 
34
Por exemplo, em uma sala de aula, uma professora pode perceber mui-
tas diferenças entre seus alunos. Uma criança pode ser extrovertida, outra 
calada, outra participativa, outra tímida, outra meiga, outra agressiva, etc. 
Estas diferenças são determinadas pelos fatores que influenciam a persona-
lidade de cada indivíduo. 
O indivíduo pode ser influenciado por aspectos inconscientes. Por exemplo, 
o indivíduo pode fazer algo para alguém no desejo de ser semelhante a uma 
pessoa importante de seu relacionamento, como seus próprios pais. Também, 
as diferenças individuais podem ser influenciadas pelas forças do ego, que 
oferecem um sentimento de identidade, também denominado de self. Ainda 
precisamos considerar as diferenças da própria origem biológica existentes 
entre os seres humanos, ou seja, a natureza genética, física, fisiológica e 
temperamental que cada um tem. As experiências vivenciadas por um indi-
víduo, bem como o ambiente onde ele vive, também podem condicionar e 
modelar sua forma de ser, constituindo-se em motivos de diferenças entre 
as pessoas. Ou seja, as circunstâncias à nossa volta podem nos ensinar a 
responder de uma forma ou de outra, possibilitando nosso crescimento em 
diversas culturas. Portanto, a cultura pode ser tida como um fator importante 
na determinação de quem somos. 
A dimensão cognitiva de cada ser humano pode ser um fator que auxilie 
entender as diferenças existentes entre os mesmos. Cada pessoa pensa e 
interpreta o mundo ao seu redor do seu próprio jeito. Um indivíduo reúne 
um conjunto de características, habilidades e predisposições, isto é, cada 
pessoa tem sua própria capacidade e inclinação, as quais podem ser perce-
bidas no seu comportamento. Ainda podemos perceber, no indivíduo, uma 
dimensão espiritual, intrínseca ao seu caráter e que o induz a refletir sobre 
o significado de sua existência. Apesar de todas essas diferenças, todas as 
pessoas buscam a felicidade e auto-realização. Por fim, podemos entender 
que a natureza humana é produto da interação contínua entre o indivíduo e o 
ambiente específico que o circunda. 
Assim, caro(a) aluno(a), tomando por base o conhecimento discutido acima, 
cabe-nos ter sensibilidade para compreender e respeitar diferenças de 
indivíduo para indivíduo, observadas diariamente em nosso âmbito social, 
quer seja em casa, na escola ou desempenhando a nossa profissão, como, 
por exemplo, a de Gestor Ambiental. Necessitamos, muitas vezes, de uma 
parada para refletir, não somente sobre as atitudes dos outros, mas também 
para avaliarmos a razão de muitas de nossas atitudes. 
é a alteração dos juízos da 
realidade. Nas psicoses, além 
da alteração do comportamento, 
são comuns alucinações (ouvir 
vozes, ter visões e delírios). 
Pode ser possuído por intensas 
fantasias de grandeza ou 
perseguição. Pode sentir-se 
vítima de uma conspiração 
assim como se julgar milionário, 
um ser divino, etc. As psicoses 
se manifestam como:
a) Esquizofrenia - apatia 
emocional, carência de 
ambições, desorganização 
geral da personalidade, perda 
de interesse pela vida nas 
realizações pessoais e sociais.
b) Maníaca-depressiva – 
caracteriza-se por perturbações 
psíquicas duradouras e intensas, 
decorrentes de uma perda ou de 
situações externas traumáticas. 
O estado maníaco pode ser 
leve ou agudo. É assinalado 
por atividade e excitamento. Os 
maníacos são cheios de energia, 
inquietos, barulhentos, falam 
alto e têm idéias bizarras, uma 
após outra. O estado depressivo, 
ao contrário, caracteriza-se por 
inatividade e desalento. 
c) Paranóia – caracteriza-se, 
sobretudo, por ilusões fixas. É 
um sistema delirante. As ilusões 
de perseguição e de grandeza 
são mais duradouras do que 
na esquizofrenia paranóide. Os 
ressentimentos são profundos. 
É agressivo, egocêntrico e 
destruidor. Acredita que os fins 
justificam os meios e é incapaz 
de solicitar carinho. Não confia 
em ninguém
d) Psicose alcoólica – é, 
habitualmente, marcada por 
violenta intranqüilidade, 
acompanhada de alucinações de 
uma natureza aterradora.
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3. ATIVIDADE A SER DESENVOLVIDA PELO(A) ALUNO(A)
Caro(a) aluno(a), após realizar a leitura deste texto, utilize de sua percepção 
e indique as diferenças de personalidade que você consegue visualizar em 
seu ambiente de trabalho ou em seu lar. Posteriormente, faça uma crítica de 
como essas diferenças interferem nas relações interpessoais e apresente-a 
no fórum da disciplina.
4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; Teixeira, M. L. T. 2005. Psicologias: uma 
introdução ao estudo da Psicologia. Ed. Saraiva, São Paulo.
BRAGHIROLLI, M. E.; BISI, G. P.; RIZZEN, L. A.; NICOLETTO, U. 2000. 
Psicologia Geral. 1ª ed. Vozes, Petrópolis- RJ.
DAVIDOFF, L. 2001. Introdução à Psicologia. Ed. Makron Boos Ltda. São 
Paulo.
HALL, C. S; LINDZEY, G. 2000. Teorias da Personalidade. ArtMed, Porto 
Alegre. 
ROGERS, C. 1989. Psicologia e pedagogia sobre o poder pessoal. São 
Paulo, Martins Fontes, 3ª ed.
e) Arteriosclerose Cerebral 
– evolui de um modo semelhante à 
demência senil. O endurecimento 
dos vasos cerebrais dá lugar a 
transtornos de irrigação sangüínea, 
os quais são causa de que partes 
isoladas do cérebro estejam mal 
abastecidas de sangue. 
3º Tipo: Psicopatias: os psicopatas 
não estruturam determinadas 
dimensões da personalidade, 
verificando-se uma espécie de 
falha na própria construção. Os 
principais sintomas das psicopatias 
são: diminuição ou ausência da 
consciência moral. O certo e o 
errado, o permitido e o proibido 
não fazem sentido para eles. 
Desta maneira, simular, dissimular, 
enganar, roubar, assaltar, matar 
não causam sentimentos de 
repulsa e remorso, em suas 
consciências. Valores para eles 
são seus interesses egoístas. 
Em geral, eles têm bom nível de 
inteligência e baixa capacidade 
afetiva.Parecem incapazes de se 
envolver emocionalmente. Não 
entendem o que seja socialmente 
produtivo (Texto extraído de http:/
pt.wikipedia.org./wiki/Teoria_da_
personalidade)”

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