Apostila Módulo 5 - Relações Interpessoais

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Disciplina Relações Interpessoais Sócio-Ambientais 
Módulo 5
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Capítulo 1: Motivação no trabalho
Apresentação
Até aqui, já estudamos um pouco a respeito das variadas formas para com-
preendermos melhor nossas relações interpessoais, seja buscando refletir 
sobre nós mesmos (autoconhecimento), seja conhecendo um pouco sobre 
a personalidade dos indivíduos ou, ainda, sobre as relações humanas. 
Agora, chegou o momento de caminharmos na direção do aprimoramento 
de um melhor desempenho nas relações, no trabalho, através da motivação. 
Quem não gosta daquele colega que está sempre com o astral para cima, 
nunca resmunga da vida e ainda disposto a colaborar no trabalho de grupo 
e ajudando com idéias e soluções para os problemas que enfrentamos, dia-
riamente, nos grupos? 
1. O que é motivação?
A palavra motivação vem do latim “motivus” e significa movimento, algo que 
se move. Esta palavra tem sido aplicada com diferentes sentidos. Entre 
eles, podemos entender a motivação como sendo as condições vivenciadas 
pelos indivíduos e que influenciam sua conduta no dia- a -dia. 
A motivação mantém certa relação com as necessidades do indivíduo. 
Ela é uma força ou um estímulo que conduz o indivíduo a realizar uma 
determinada atividade ou ter um determinado comportamento, permitindo 
a satisfação da necessidade ou o alcance de um objetivo. Nesta linha de 
raciocínio, a motivação reflete o comportamento do indivíduo em busca da 
satisfação de suas necessidades. Assim, a motivação nos impele, de forma 
consciente ou inconsciente, a um tipo de comportamento, o qual permite o 
alcance de um objetivo. 
Do ponto de vista psicológico, constata-se que todo e qualquer compor-
tamento humano reflete algum estímulo ou motivação. A necessidade de 
solucionar um problema para o qual fomos estimulados leva-nos a nos 
esforçar (motivação) nesta direção. Ao solucionarmos o problema, ou, ao 
atingirmos um objetivo, nos aliviamos do esforço e sentimos o prazer de 
MOTIVAÇÃO E TRABALHO 
EM EQUIPE PODEM FAZER A 
DIFERENÇA 
Maria Inês Felippe
“Estar envolvido, interessado, 
inteiro no que se faz, assim 
como sentir-se desafiado, isso 
é motivação. Embora seja um 
movimento que venha de dentro, 
a motivação pode, como outras 
competências, ser estimulada 
por meio de cursos, treinamentos 
ou outras ajudas externas, como 
leitura, troca de experiências, 
enfim, tudo que trabalhe o campo 
da imaginação, do sonho, da 
fantasia. A pessoa motivada 
é aquela que, seja qual for a 
situação, olha os obstáculos 
de frente, como barreiras a 
serem transpostas e não como 
problemas a serem carregados 
como fardos. 
É o diferencial daqueles que 
não esperam a distribuição de 
tarefas e partem em busca de 
novas ações, conquistando 
melhores resultados tanto para si 
mesmos quanto para a empresa 
ou grupo de trabalho ao qual 
estejam ligados. A motivação 
nasce do entusiasmo natural de 
estar vivo, de pulsar com a vida. 
Assim, o indivíduo motivado tem 
perfil facilmente reconhecido: é 
positivo, entusiasmado com seu 
trabalho, gosta do que faz, tem 
macrovisão das situações e está 
sempre buscando motivações 
extras. Como é regido pela 
auto-realização, sente-se capaz, 
é criativo e está atento a tudo o 
que acontece, com uma visão 
abrangente. 
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estarmos livres (libertação do estado de tensão) daquilo que nos impulsionou 
inicialmente. 
As necessidades humanas que precisam de solução podem ser agrupadas 
em três tipos básicos: 1) Necessidades fisiológicas; 2) Necessidades psicoló-
gicas e 3) Necessidades de auto-realização.
As necessidades fisiológicas são aquelas diretamente ligadas à sobrevivên-
cia do indivíduo, tais como a necessidade de se alimentar, dormir, descansar 
(Figura 1), etc. O que o motiva a comer? Certamente você responderia a 
necessidade de saciar a fome. O que o incentiva a dormir? De igual forma, 
você me responderia a necessidade de aliviar o cansaço.
Figura 1. O sono é uma forma de descanso e atende a umas das necessidades 
fisiológicas do ser humano (Foto: Elcida L. Araújo).
As necessidades psicológicas são mais complexas do que as fisiológicas. 
São exclusivas do ser humano e tornam-se difíceis de serem satisfeitas em 
sua totalidade, pois, à medida que cresce e amadurece, o homem torna-se 
mais exigente. Ou seja, quando criança, a satisfação das necessidades psi-
cológicas, às vezes, são mais fáceis de serem atendidas. Quando adulto, as 
necessidades psicológicas tornam-se mais complexas, em função do amadu-
recimento que vem com a idade e com a soma das experiências vivenciadas 
pelo indivíduo. As necessidades psicológicas podem ocorrer tanto no plano 
individual (necessidade de proteção contra o perigo, ameaça à segurança, 
necessidade de autoconfiança), como no social (necessidade de aceitação 
no grupo, de desenvolver relacionamentos afetivos, de ter lazer no convívio 
de familiares e amigos) (Figura 2).
As pessoas motivadas, 
geralmente, são extremamente 
pragmáticas, pois têm uma 
alta capacidade de não se 
deixar levar por caminhos ou 
discursos que levem à dispersão 
e, conseqüentemente, à perda 
do foco a ser perseguido. 
Por estarem constantemente 
se conduzindo, são capazes 
de motivar e comandar 
equipes, sem se imporem ou 
serem autoritárias, pois são 
naturalmente respeitadas. Tanto 
o trabalho em equipe quanto a 
motivação poderão ser treinados. 
Assim, o sucesso de uma 
organização é substancialmente 
influenciado pela interação 
de vários grupos na busca 
de soluções criativas para 
problemas, lançamentos de 
novos produtos, ações e 
obtenção de resultados em 
conjunto. O trabalho em grupo 
vai exigir dos componentes 
características comuns a 
qualquer time que queira 
alcançar bons resultados, 
como estar aberto a desafios, à 
coesão, a comprometimento, à 
responsabilidade e motivação. 
A maturidade é fundamental 
para o trabalho em equipe, 
pois ele vai exigir abrir mão de 
opiniões para escutar os outros 
e, muitas vezes, concordar 
que há opiniões melhores 
que as suas. Assim, controlar 
as emoções é importante e 
demonstra segurança nas 
próprias habilidades. Com essa 
consciência de que todos na 
equipe têm algo para contribuir, 
ninguém se torna o dono da 
verdade. 
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Figura 2. O lazer é a forma de atender algumas das necessidades psicológicas do ser 
humano, seja este realizado sozinho ou com parentes e amigos (Foto: suzene i. silva).
A necessidade de auto-realização reflete a soma das necessidades fisio-
lógicas e psicológicas do ser humano, sendo influenciada pelo nível de 
educação e pelo tipo de cultura de cada pessoa. A necessidade de auto-
realização nem sempre é satisfeita plenamente, porque o indivíduo é muito 
dinâmico e, ao atingir uma auto-realização, logo estabelece uma outra meta 
mais elevada para ser atendida. Por exemplo, você não tem um veículo e 
estabelece como meta obter um. Então, você consegue comprar um veículo 
do ano de 1980. Assim que compra, logo estabelece que quer algo melhor, 
como, por exemplo, um do ano 2000 e assim sucessivamente.
2. A importância da motivação para o trabalho
No trabalho, é muito importante que o ser humano sinta-se motivado para 
desempenhar suas funções. Um trabalhador motivado é mais feliz no 
desempenho de suas atividades, realizando-as de maneira mais eficaz e 
produtiva. 
Atualmente, as empresas têm se preocupado em gerenciar melhor a moti-
vação de seus profissionais. Para isso, elas têm adotado estratégias que 
resultem na motivação de seus funcionários. Entre as estratégias, são ado-
tadas dinâmicas de grupo no sentido de melhorar as relações interpessoais 
e sensibilizar o funcionário a entender a necessidade de realizar bem sua 
função. 
A produtividade está diretamente 
ligada à motivação. Embora se 
saiba que a pessoa motivada é 
aquela que gosta do que faz e 
considera o dinheiroconseqüência 
positiva do trabalho bem-feito, 
isso não exclui a motivação que 
vem do reconhecimento por parte 
dos colegas, superiores e até 
recompensas do ponto de vista 
econômico, como bônus, prêmios, 
participação nos lucros. 
Entretanto, em tempos de 
“vacas magras” como o que 
vivemos, quando a política de 
recompensas financeiras é mais 
difícil, a empresa pode investir em 
treinamento, cursos, fortalecimento 
da auto-estima dos funcionários. 
Aí entra em jogo a capacidade 
dos dirigentes e líderes de serem 
criativos e descobrirem o que faz a 
diferença para manter as pessoas 
unidas em torno de um projeto em 
situações adversas. 
A pessoa motivada é otimista 
e parece estar sempre com os 
hemisférios esquerdo e direito do 
cérebro conectados. Pragmática, 
sabe planejar e manter uma noção 
de tempo e espaço bem definida, o 
que nasce do lado esquerdo, onde 
prevalece o raciocínio, a lógica, a 
razão. 
Ao mesmo tempo, são bem 
humoradas, usam a imaginação 
e o lúdico na medida certa. São 
criativas e, portanto, capazes de 
pular de um pensamento, conversa 
ou situação, onde o pessimismo 
pode levar à paralisia, até com 
uma gargalhada. É o lado direito 
do cérebro, dono da fantasia, 
abrindo uma janela para o novo, o 
passo seguinte. 
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Outra estratégia é o oferecimento de cursos de treinamento e capacitação 
nas áreas de atuação do profissional na empresa. Por exemplo, em uma 
indústria de transformação de petróleo, torna-se importante oferecer cursos 
de capacitação aos funcionários para o melhor gerenciamento da emissão 
dos gases para atmosfera, minimizando danos ambientais. Neste curso, o 
homem precisa ser sensibilizado sobre a importância de seu papel social. 
Cuidar da emissão dos gases significa manter o ambiente saudável para ele 
e para toda sociedade. 
Outra estratégia que vem sendo adotada pelas empresas é estabelecer um 
momento de descanso e de descontração que proporcione um cuidado com o 
próprio funcionário. São, geralmente, atividades em prol da saúde do funcio-
nário, como, por exemplo, momentos de exercícios físicos coletivos, através 
de caminhadas (Figura 3 ), ginástica, etc. 
Figura 3. Pessoas realizando uma caminhada em uma trilha de vegetação nativa 
(Foto: Marília I. Montaño).
Confraternizações são também estratégias utilizadas pela empresa que moti-
vam o funcionário, pois o mesmo se sente reconhecido quando uma data ou 
fato importante é lembrado e comemorado (Figura 4).Como assim, profes-
sora? O que é uma relação, o que é um sistema produtivo? 
Em criatividade, é importante ter 
o pensamento livre, para criar, 
e a disciplina, para sistematizar, 
fazer tudo funcionar, avaliar. 
Tanto no trabalho individual 
quanto em equipe, é fundamental 
desenvolver a tolerância e a 
paciência. Sabemos que a 
tolerância é fundamental para 
permanecermos motivados e 
criativos, já que, em criatividade, 
não existem erros, pois tudo 
é parte de um processo. 
Mantenha o bom humor e a 
confiança. Afinal, sua criatividade 
e motivação precisam estar 
conectadas a essa luzinha 
interior que ilumina todos os 
momentos. *Maria Inês Felippe 
é consultora de Recursos 
Humanos e Inovação Aplicada 
ao Negócio e vice-presidente 
da APARH - Associação 
Paulista dos Administradores 
de Recursos Humanos (Fonte: 
http://www.vencer.com.br/
view_artigos_colaboradores.
asp?codtext=485)” .
SITUAÇÃO QUE REQUER 
MOTIVAÇÃO
Muitas vezes, na profissão de 
Gestor Ambiental, necessitamos 
de estímulo para vencer os 
obstáculos e alcançar os 
objetivos. Por exemplo, observe 
nas fotos abaixo a necessidade 
de motivação na escalada de 
uma serra:
No momento inicial, todos se 
admiram com a altura da serra 
que terão que subir (Foto: 
suzene i. silva). 
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Figura 4. Confraternização do aniversário de um dos funcionários do laboratório 
(Foto: Danylo e. Barreto).
Reconhecer e premiar o funcionário pelo seu excelente desempenho na 
empresa é outra estratégia que vem sendo adotada e que tem motivado 
os funcionários que recebem destaque e os demais para a busca deste 
destaque. Por exemplo, você já deve ter observado que, em algumas lojas 
do Shopping que você freqüenta, existe um quadro com a fotografia do fun-
cionário que se destacou no desempenho de suas funções no mês. Esta 
ação é muito simples e não custa muito para a empresa, mas ela repre-
senta um forte estímulo para o funcionário que se sente motivado a manter 
a qualidade de seus serviços. Ou seja, é, para o funcionário, um momento 
de auto-realização e também um exemplo para os demais buscarem esta 
mesma satisfação.
A literatura que discute o tema motivação tem dividido a motivação no tra-
balho em dois grupos, que foram denominados fatores de higiene e fatores 
de motivação. O grupo fatores de higiene envolve políticas da empresa, 
políticas administrativas, estilo de chefia, salários, condições de trabalho e 
relações interpessoais. O grupo fatores de motivação envolve realização, 
reconhecimento, conteúdo do trabalho, responsabilidade e promoção.
Como podemos perceber, os fatores de higiene mantêm relação com as 
condições de trabalho, impedindo a insatisfação no ambiente de trabalho. 
Já os fatores de motivação, como discutidos anteriormente, levam ao reco-
nhecimento da atividade exercida pelo profissional, permitindo a realização 
do trabalhador. Na motivação para o trabalho, torna-se necessário envolver 
pessoas na tomada de decisões; estimular a responsabilidade das pessoais 
Em um segundo momento, 
à medida que os obstáculos 
aparecem (trechos muito 
inclinados), torna-se necessária 
a motivação para continuar a 
escalada. Essa motivação é 
obtida através do incentivo e 
cooperação dentro do próprio 
grupo (Foto: suzene i. silva).
Finalmente, a vitória conquistada 
por todos, representando a 
realização conjunta de um 
objetivo - auto-realização (Foto: 
Suzene I. Silva).
REPOUSO
Repouso é necessidade vital 
do ser humano que, quando 
satisfeita, promove equilíbrio 
espiritual, mental e físico. 
Repousar é intercalar, nas 
atividades de trabalho, a prática 
diária de atividades relaxantes 
recreativas, ligadas ao lado direito 
do nosso cérebro, que responde 
pelo nosso aspecto sensível, 
emocional, intuitivo, artístico, 
musical, espiritual. 
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na execução de seu trabalho; incentivar que o trabalhador pense na solução 
dos problemas encontrados; reconhecer o trabalhador pelo desempenho de 
suas atividades; criar oportunidades de capacitação e de atualização para o 
desempenho de uma atividade; envolver o servidor no estabelecimento de 
metas no trabalho e estabelecer desafios que promovam o crescimento pes-
soal e profissional. 
Assim, caro(a) aluno(a), na qualidade de Gestor Ambiental, procure motivar 
a responsabilidade ambiental de todos que executam ações que possam vir 
trazer prejuízo ao ambiente.
3. Atividade a ser desenvolvida
Caro(a) aluno(a), após leitura deste texto, liste dez (10) ações que promove-
riam motivação no seu ambiente de trabalho, ou no seu lar, ou,ainda, neste 
curso a distância que você está realizando.
4. Bibliografia consultada 
BOCK, A.; BAHIA, O. 2000. Psicologias: uma introdução ao estudo da 
Psicologia. 1 ª ed. Saraiva, São Paulo.
BRAGHIROLLI, M. E.; BISI, G. P.; RIZZEN, L. A.; NICOLETTO, U. 2000. 
Psicologia Geral. 1ª ed. Vozes, Petrópolis- RJ.
ROGERS, C. 1989. Psicologia e pedagogia sobre o poder pessoal. São 
Paulo, Martins Fontes, 3ª ed.
ZIMERMAN, D.; OSÓRIO, L. C. 1997. Como trabalhamos em grupo. 1 ª ed. 
Artes-Médicas, Porto Alegre.
As nossas atividades produtivas 
de trabalho, que são racionais, 
estão ligadas ao lado esquerdo 
do nosso cérebro e não 
substituem as atividades de 
repouso.Parece claro, para mim, 
que, para aumentarmos a nossa 
capacidade cerebral, temos o 
dever de praticar atividades dos 
dois lados do cérebro:direito e 
esquerdo.
Somente as atividades de 
natureza relaxante e sensível 
podem produzir tranqüilidade, 
alegria e sentimento de bem-
estar, porque promovem o 
equilíbrio com as atividades 
racionais.
O cirurgião plástico Maxell Maltz, 
criador da Psicocibernética, 
afirma que as horas do nosso 
dia devem ser distribuídas em 
3 tipos de atividade, para que 
estejamos sempre em equilíbrio, 
sem estresse:
1) � horas de sono; 2) � horas de 
trabalho profissional produtivo; 
3) � horas intercaladas 
de atividades relaxantes 
recreativas.
As atividades relaxantes 
se caracterizam por serem 
espontâneas e recriarem o 
nosso estado natural de alegria, 
felicidade, tranqüilidade e bem-
estar. São atividades de aspecto 
sensível, ligadas ao lado direito 
do cérebro.
VIRtual G O V E R N O F E D E R A L
Ministério 
da Educação