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ESCOLAS_HERMENEUTICAS

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HERMENÊUTICA
JURÍDICA
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO
-CONCEITO DE HERMENÊUTICA JURÍDICA: é a parte da ciência jurídica que estuda e sistematiza os processos necessários a fixação do sentido e alcance (interpretação) das expressões do direito.
-CONCEITO DE INTERPRETAÇÃO: consiste em aplicar as regras, que a hermenêutica perquire e ordena, para o bom entendimento dos textos legais. 
A Hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar.
PRINCIPAIS ESCOLAS HERMENÊUTICAS
- Idade Média; considerado um período negro para hermenêutica, na qual a igreja católica dominava e inibia as formas de interpretação (Século IX ao XV).
- Movimento Iluminismo: se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Capacidade de explicar racionalmente os fenômenos naturais e sociais e a própria crença religiosa( com base na razão), o que se chocava com a crença religiosa (antigo regime). 
Representava a homogenia intelectual da visão de mundo da burguesia européia, rejeitando as tradições e a intolerância religiosa e os privilégios típicos do Antigo Regime, abrindo caminho para a Revolução Francesa.
PRINCIPAIS ESCOLAS HERMENÊUTICAS
Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Necessidade do apego, a lei como forma de manutenção da burguesia no Poder. Movimento de codificação: (1804) Código Civil Francês e Código Comercial de Napoleão.
ESCOLA DA EXEGESE
Formação da Escola de Exegese: passou por três períodos:
1804 a 1830: período de formação;
1830 a 1880: período do apogeu, onde tudo estava na lei, o código tinha resposta para tudo;
A partir de 1880: período de declínio.
A sua doutrina pode ser resumida no seguinte: o interprete da lei é um escravo desta, erigida em dogma(lei acima de tudo), portanto, somente o método gramatical é valido para interpretação dos textos legais. O interprete deve buscar a vontade do legislador e não da lei.
ESCOLA DA EXEGESE
 Escola possui duas motivações:
Preservação da legalidade conquistada pela Revolução Francesa, contra arbítrio e os privilégios do Antigo regime.
Preservação da codificação do Direito Francês (Código de Napoleão de 1804).
Frase que sintetizou a ideologia da Escola da Exegese: “NÃO CONHEÇO O DIREITO CIVIL, O QUE LECIONO É O CÓDIGO DE NAPOLEÃO”. Uma visão totalmente voltada para a lei, sem visão extensiva nem restritiva.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA DA EXEGESE :
1-A Teoria da Plenitude da Lei: a norma não teria lacunas. Seria necessário apenas a interpretação gramatical ( método gramatical para interpretação da lei ,ou seja, a vontade do legislador);
2-Apego à vontade do legislador - Separação do Poderes: o juiz não poderia substituir a vontade do legislador;
3-O Estado como única fonte do Direito - O Estado é o único que impõe o Direito (fonte instrumental).
OBS: Havia grande fetichismo ( adoração) à lei, a qual tinha respostas para tudo. O judiciário apenas aplicava a lei, sem qualquer interpretação extensiva ou restritiva. 
Criticas à Escola da Exegese:
 
Dinâmica Social contraria os postulados pregados pela Exegese (petrificação da interpretação do Direito e o homem está em constante evolução) A própria realidade dos fatos, a dinâmica social, contestou a Teoria da Plenitude da Lei;
Quem deve interpretar a lei é o doutrinador, e não o legislador que não é jurista especializado.
Nega a fonte mais autentica do Direito que é o Povo.
Há discordâncias entre os elaboradores da lei quanto a sua interpretação. Sendo assim, nem sempre há uma uniformidade de opiniões;
Criticas à Escola da Exegese:
De acordo com a Separação dos Poderes, fica a cargo do Poder Judiciário a função de interpretar as leis, por isso se critica a interpretação autêntica. Os litígios são diferentes um do outro, por isso é preciso interpretar a lei, de forma justa ao caso concreto; 
Outro argumento contra a interpretação autêntica é o de que ela não existe. De acordo com LICC, a lei secundária é considerada lei nova e, assim sendo, revoga a lei primária que o mesmo poder criou. Dessa maneira, a lei secundária não é interpretativa, mas uma nova lei vinculante.
ESCOLA HISTÓRICA DE SAVIGNY
A Escola histórica na Alemanha teve Gustavo Hugo como seu precursor e Savigny como seu grande difusor. A obra que celebrizou Savigny na Alemanha intitulava-se “Da vocação do nosso século para a legislação e jurisprudência”.
Nesse trabalho, Savigny contestava que a codificação do Direito pudesse contribuir, decisivamente, para a unificação da Alemanha. Savigny se opunha à idéia de um Direito Natural Universal, sendo favorável a um Direito para cada Nação, proveniente do Espírito do Povo. 
O costume era priorizado como manifestação imediata do espírito do povo, tendo em vista sua evolução espontânea. Para Saviny, a codificação petrificaria o Direito, e qualquer legislação existente só seria válida se estivesse de acordo com o costume. Para Savigny, o Direito deve estar em consonância com o espírito do povo.
ESCOLA HISTÓRICA DE SAVIGNY
Para a Escola Histórica, o jurista seria o representante do Espírito do Povo (origem das instituições), pois o intuiria nas instituições, descobrindo, assim, o Direito e enunciando-o de forma erudita. Savigny admitia as interpretações: gramatical, lógica, sistemática e histórica. Sua pretensão era introduzir o método hermenêutico na dogmática jurídica, de forma a elevar o Direito à categoria de ciência, no caso, ciência do espírito.
 Savigny foi quem introduziu posteriormente a hermenêutica no Direito, vivificando a dogmática jurídica com o elemento crítico e elevando o Direito à categoria de Ciência do Espírito. 
FASES DO PENSAMENTO DE SAVIGNY
1ª Fase: Só o costume(espírito do povo) seria realmente Direito. Para ele a norma jurídica é aquela que é aprendida diretamente do espírito do povo, sem mediação de legisladores (só bastava o costume que seria a norma legal);
2ª Fase: A Lei é elaborada por mediadores do povo (Legisladores), que expressassem a vontade do povo, ou seja, o espírito do povo;
3ª Fase: A Lei deveria ser atualizada pela doutrina para permanecer fiel ao COSTUME ( acompanhar a dinâmica social, a evolução da sociedade).
SÍNTESE DO PENSAMENTO DE SAVIGNY
Contestava a Codificação do Direito( quebrou reinado do fetichismo legal - Escola da Exegese);
Se opunha a idéia de um Direito Natural Universal, mas favorável ao Direito Natural de cada nação- Espírito do povo (pois cada estado da Alemanha representava uma cultura, forma de pensar de seu povo);
Costume: era a manifestação do Espírito do Povo ( foi ao extremo, valorando muito o costume e desprezando a lei); 
SÍNTESE DO PENSAMENTO DE SAVIGNY
Introduziu a Hermenêutica do Direito: Hermenêutica jurídica;
A metodologia proposta por Savigny veio consolidar os chamados cânones tradicionais da Hermenêutica jurídica, quais seja:
a) Interpretação gramatical;
b) Interpretação lógica;
c) Interpretação sistemática; 
d) Interpretação histórica;
e) Interpretação Teleológica ( Ihering ).
CRÍTICAS AO PENSAMENTO DE SAVIGNY
Impossibilidade de se ter segurança jurídica, pois só o COSTUME seria o fundamento da norma jurídica ( exagero na exaltação do costume, o que seria totalmente inseguro);
O jurista não pode ficar exclusivamente atrelado ao COSTUME e esquecer das outras formas de expressão do Direito, tais como: as leis, a equidade, a analogia, os princípios gerais do direito, etc.
TEORIA DE IHERING 
- Jurista e romancista alemão, Rudolf Von Ihering nasceu em Hannover, em 22.08.1818;
- Foi professor universitário, onde configurou seu pensamento jurídico inovador, centrado no estudo das relações entre o direito e as mudanças sociais;
- Escreveu vários livros, dentre eles, “O fim do direito” e “A luta pelo Direito” (a obra mais importante), etc.;
TEORIA DE IHERING 
O SEU PENSAMENTO PASSOU POR 3 FASES, DENTRE AS QUAIS PODEMOS CITAR:
1.ª FASE: foi alvo de inúmeras críticas de vários teóricos da época. Foi uma fasetotalmente negra e desconsiderada. Críticos dizem que apenas quis se contrapor a tudo o que diziam há época para se destacar (como forma de causar choques de pensamentos).
- Ihering equiparou o Direito ás ciências naturais, tomando a Biologia como paradigma;
- Nesta fase, contrapôs-se a Savigny, uma vez que este classificou o Direito dentre as ciências culturais;
- Para Ihering, o costume (de Savigny) não guardava qualquer relação com o Direito. 
TEORIA DE IHERING 
2.ª FASE: foi a fase mais fecunda e larga de seu pensamento; teve muita contribuição para o direito: seu pensamento resume-se: luta de classes, Ação Judicial e coação para efetividade do direito.
- Nesta fase, Ihering foi contra tudo o que defendeu na sua fase anterior;
- Para ele, a sociedade era palco constante de uma luta de classes, e o Direito existe para regular essas relações em sociedade;
- O direito protegia os interesses daqueles que conseguiam se impor socialmente (os que estavam no topo da pirâmide), portanto, o direito seria o resultado dessa luta de interesses e não mais a evolução espontânea do costume (já dizia Savigny);
TEORIA DE IHERING
- O direito, para ter realização prática, deveria se valer da AÇÃO JUDICIAL. E o Estado, com toda a sua força, através da COAÇÃO, deveria garantir uma decisão; 
- Nessa fase, foi considerado marxista, por defender essa eterna e incessante luta de classes;
- Finalizando, escreveu a sua tão conhecida obra “A Luta Pelo Direito”;
TEORIA DE IHERING 
3.ª FASE: momento conclusivo de seu pensamento;
- Desenvolveu a interpretação TELEOLÓGICA (sendo aquela que busca a finalidade dos fatos, dando ênfase nos fins sociais);
- Admitia uma exarcerbada liberdade ao texto legal;
- Exaltava o livre trabalho do intérprete.
TEORIA PURA DO DIREITO- HANS KELSEN
Kelsen deixou uma vasta obra, da qual se destaca, principalmente, por ser uma condensação de seus estudos a respeito do Direito: “A Teoria Pura do Direito”
Foi considerado o expoente máximo da corrente filosófica denominada de “Positivismo Jurídico”;
Por intermédio da “Teoria Pura do Direito”, Kelsen demonstrou uma concepção de ciência jurídica segundo a qual o Direito celebraria um corte epistemológico relativamente à moral e qualquer outra disciplina, visando torna-lo um saber objetivo e exato; 
TEORIA PURA DO DIREITO- HANS KELSEN
O direito deveria está separado das outras ciências, dada a sua auto suficiência;
“Teoria Pura do Direito”: preocupação em construir uma ciência do Direito livre de toda ideologia, de toda intervenção extra-jurídica, bem como, pregava a autonomia da ciência jurídica;
Pregava a purificação do direito, pois o direito era auto suficiente, não precisava da intervenção das outras ciências (principal característica da Teoria Pura do Direito”); 
Kelsen classificou o Direito entre as ciências formais, como a matemática.
TEORIA PURA DO DIREITO- HANS KELSEN
- Em oposição a Teoria Tridimensional do Direito (de Miguel Realy: Fato, Valor e Norma), Kelsen propôs um normativismo abstrato, considerando a norma Jurídica esvaziada de conteúdo, ou seja, apenas levando-se em consideração a sua estrutura lógica; 
-DIREITO=NORMA(só norma) – (menos FATO+VALOR, não precisava do conteúdo fático e nem axiológico): Estrutura Lógica ou Juízo Hipotético;
- Kelsen afirmava que o ordenamento jurídico tinha estrutura piramidal, onde as normas superiores fundamentavam as inferiores sob o aspecto dinâmico-formal, sendo que as normas eram mais gerais e abstratas quando se aproximavam do topo, e mais específicas e concretas quando se aproximavam da base da pirâmide. A norma mais geral e abstrata já não teria nenhum conteúdo e seria a norma hipotética fundamental (Estrutura Lógica ou Juízo Hipotético.
TEORIA PURA DO DIREITO- HANS KELSEN
- Relação de Hierarquia: a norma inferior tem que estar em conformidade com a norma superior do ponto de vista formal;
- A norma mais geral e abstrata não teria nenhum conteúdo e seria a Norma Hipotética Fundamental, tendo existência necessária para dar fundamento de validade a todo ordenamento jurídico. 
 - Para Kelsen, a sentença emanada da autoridade judiciária, não era um ato de interpretação, era apenas uma decisão de acordo com a norma, ou seja, a aplicação da interpretação literal (gramatical).
- Kelsen não propôs nenhum método hermenêutico, pois levava em conta nenhum critério extrajurídico para iluminar a interpretação;
TEORIA PURA DO DIREITO- HANS KELSEN
- Para Kelsen, o ordenamento jurídico não poderia ser estudado como um simples conjunto de normas que regulam o comportamento humano, mas, ao contrário, deveria ser vislumbrado como um todo unitário e sistemático, pelo fato de todas as normas possuírem o mesmo fundamento de validade;
-OBS: Como Kelsen pregava a norma desprendida de fato e valor, desprezando totalmente o ato de interpretar, foi um retrocesso para a ciência da hermenêutica, embora tenha contribuído muito para o direito, pois até hoje é muito citado pelos autores (teóricos).
TEORIA AUTOPOIÉTICA DO DIREITO
- Origem da palavra “AUTOPOIESE”: deriva do grego “autos” (por si próprio) e “poiesis” (criação própria, produção, origem). O direito auto se completa, auto se regula. É uma amenização da teoria pura do direito, no entanto, faz uma seleção do que realmente interessa da sociedade para o direito;
- O termo “Autopoiese” foi criado na década de 70 pelos biólogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela, em forma de uma concepção biológica que tenta explicar o fenômeno da vida, ou seja, a Teoria Autopoiética, que tem como idéia básica um sistema organizado, fechado e auto-suficiente;
- No início da década de 80, através do sociólogo alemão Nicklas Luhmann, o conceito de autopoiese é introduzido nas ciências sociais, porém de forma diferenciada. Depois foi levada para as ciências jurídicas e criada a teoria autopoiética do Direito; 
TEORIA AUTOPOIÉTICA DO DIREITO
Trata-se de uma teoria que tenta explicar o sentido do Direito através da sua própria criação/produção, considerando a influência que a sociedade exerce indiretamente sobre o sistema jurídico, uma vez que este assimila fatores do meio ambiente de acordo com seus próprios critérios e, em face dessa influência indireta da sociedade, o direito soluciona o que dela provém e interessa ao ordenamento jurídico.
O ordenamento jurídico deve interagir com os acontecimentos sociais, políticos e econômicos que permeiam a sociedade em cada etapa histórica vivificada pelo homem. 
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA AUTOPOIÉTICA :
a) A sociedade exerce influência indireta sobre o direito, ou seja, o sistema jurídico pode assimilar os fatores do meio ambiente de acordo com seus próprios critérios, não sendo influenciados diretamente por tais fatores (através da cognição); 
b) A autopoiese exige para o ordenamento jurídico um sistema dotado de fechamento auto-referencial, isto é, a própria normatividade para o sistema jurídico; 
c) Em face da influência indireta da sociedade, o direito seleciona o que dela provém e interessa ao ordenamento jurídico ( o que realmente traz benefícios para as ciências jurídicas);
CARACTERÍSTICAS DA TEORIA AUTOPOIÉTICA :
d) O direito é, portanto, um SISTEMA NORMATIVAMENTE FECHADO, que serve à autopoiese, mas COGNITIVAMENTE ABERTO, na medida em que permite a concordância do processo com o meio ambiente; 
e) Abertura cognitiva adequada ao meio ambiente (EXTERNO) e capacidade de conexão da reprodução normativa autopoiética (INTERNO);
OBS: Na Teoria Autopoiética do Direito a auto-suficiência não é absoluta como na Teoria Pura do Direito, mas apenas relativa. 
ESCOLA TÓPICA
-Pregava a abertura completa, por isso foi considerada a teoria mais aberta, sem restrições ou limitações.
- O termo “Tópica” tem a sua origem na expressão grega “topos”, que corresponde ao termo “lugar comum”; Foi atribuído por Aristóteles no seu famoso texto denominado de “Tópica” e expressa uma técnica que propunha a adoção de um raciocínio fundado na solução de problemas ( cujo fim era o de chegar aum lugar comum, uma única solução); 
- Theodor Viehweg, filósofo alemão, em sua obra “Tópica e Jurisprudência”, publicado pela primeira vez em 1953, na qual sugere que a tópica deveria ser utilizada como técnica de interpretação do Direito; 
- Tópica é uma técnica de pensar por problemas, desenvolvida pela retórica, visando a solução de problemas. É favorável à abertura e dialética.
ESCOLA TÓPICA
•	A tópica surgiu como uma reação à concepção de sistema fechado prevalecente no positivismo jurídico. A tópica se opõe ao método sistêmico. Enquanto o último é fechado e dedutivo, a tópica é favorável à abertura e à dialética.
•	A tópica é uma técnica de enforcar problemas para solucioná-los. O julgador deverá examinar um problema em toda a sua complexidade e, em seguida, eleger critérios para solucioná-los, ou seja, padrões de avaliação baseados em fragmentos de justiça materbial.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
A) 	QUANTO AO AGENTE DE INTERPRETAÇÃO: é com base no órgão prolator do entendimento da lei. Assim, a interpretação pode ser:	
1) 	PÚBLICA: que é prolatada pelos órgãos do Poder Público, quer do Legislativo, quer do Executivo, quer do Judiciário. A interpretação pública é dividida em autêntica ou legislativa, judicial e administrativa.
1.1.) 	INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA OU LEGISLATIVA: é oriunda do próprio órgão fautor da lei, levada a efeito mediante a confecção de diplomas interpretativos. Assim será interpretação autêntica a explicação que um dispositivo legal dá a um outro, ou que uma lei dá a outra e assim por diante. Já houve tempo em que a interpretação autêntica teve prestígio, como no Direito Romano, quando Justiniano chegou a proibir qualquer interpretação que não a sua própria. Hoje, grande parte dos autores ressalta a inconveniência da interpretação autêntica, por prender o aplicador da norma a conceitos rígidos e indesejáveis, bem como pelo fato de que muitas vezes esse recurso ainda deixa dúvidas, nascendo então a interpretação da interpretação. 
  No art.327, do Código Penal, temos um exemplo dessa interpretação, quando o dispositivo determina o conceito de funcionário público.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
1.2.) 	INTERPRETAÇÃO JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL: é a que é realizada pelos órgãos do Poder Judiciário em todas as instâncias, através do julgamento dos conflitos, posto que como já vimos é impossível aplicar a norma ao caso concreto sem antes explicitar o seu significado.
 Assim sentenças, acórdãos e súmulas contém a interpretação que os magistrados conferem as normas. Essa interpretação é a mais frequente e a que em grande parte produz a evolução do nosso Direito, posto que influencia novas posturas, tanto por parte de outros juízes quanto por parte dos advogados. Apesar disso, devemos lembrar que a interpretação judicial em nosso país ainda não tem caráter obrigatório ou geral, sendo válida apenas para o caso que está sendo julgado ou como meio de convencimento em outras ocasiões.
 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
1.3.) INTERPRETAÇÃO ADMINISTRATIVA: realizada pelos órgãos do Poder Público, que não são detentores do Poder Legislativo nem do Judiciário. Esta é interpretação elaborada por aquele órgão que irá executar a norma. Pode ser:
1.3.1.) REGULAMENTAR: é a que se destina ao traçado de normas gerais como a grande massa de decretos, portarias etc., em relação a certas prescrições das leis ordinárias. (A rigor, não é interpretação).
1.3.2.) CASUÍSTICA: é a que se orienta no sentido de esclarecer dúvidas especiais, de caráter controversial ou não, que surgem quando da aplicação, por parte dos aludidos órgãos, das normas gerais aos casos concretos. Ocorre quando um órgão superior da Administração Pública orienta um órgão inferior a entender a norma de determinado modo.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Exemplo: Quando o Secretário da Fazenda, através de uma Portaria explica como devem ser cumpridas as determinações de um decreto governamental, etc..
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
PRIVADA: é levada a efeito pelos particulares, mostrando assim doutrinária, é aquela produzida pelo jurista, estudioso do Direito, cientista dedicado a produzir, bem como a buscar o verdadeiro sentido do que já se produziu no Direito. É a interpretação que se impõe exclusivamente pela força dos argumentos, sendo de todas a mais livre por não estar comprometida com quaisquer autoridades ou poderes, o doutrinador só deve fidelidade às suas próprias convicções e à Ciência Jurídica. 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
B) 	QUANTO À NATUREZA: é aquela que tem como fundamento os diversos tipos de elementos contidos nas leis e que servem como ponto de partida para a sua compreensão.
1)GRAMATICAL OU LITERAL: é aquela que toma como ponto de partida o exame do significado e alcance de cada uma das palavras do preceito legal. Parte-se do pressuposto de que toda coletividade possui determinados usos linguísticos e que o legislador no momento de elaboração da norma ficou atento a esses usos e foi fiel ao que desejou expressar. O ideal é portanto que ao elaborar a norma tenha-se o cuidado de recorrer a termos com sentido unívoco ou o mais técnico possível, sem ceder a modismos ou regionalismos. O inconveniente óbvio desse processo é o de que as palavras variam de significado com o tempo e o legislador nem sempre domina perfeitamente a língua em que escreve, razão pela qual o método é falho e o seu uso exclusivo corresponde a uma visão doutrinária ultrapassada.
 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
2)LÓGICA: é aquela que se leva a efeito, mediante a perquirição do sentido das diversas locuções e orações do texto legal, bem assim através do estabelecimento da conexão entre os mesmos. Supõe quase sempre a posse dos meios fornecidos pela integração gramatical. 
Este método consiste em avaliar a norma através de determinados postulados lógicos, como por exemplo : * o acessório segue o principal; * o geral abrange o especial; * não se pode distinguir onde a lei não distingue; * as leis não contêm palavras inúteis. O método lógico busca descobrir o sentido da lei sem o auxílio de qualquer elemento externo senão a própria norma e sua racionalidade, usando para tanto de argumentos lógicos.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
3)Histórica: é aquela que indaga das condições de meio e momento da elaboração da norma legal, bem assim, das causas pretéritas da solução dada pelo legislador. É a interpretação da norma à luz da evolução histórica dos institutos que ela regula. 
. O jurista que se utiliza deste método reconhece a historicidade do fenômeno jurídico e que o texto legal pode até permanecer imutável durante anos ou séculos, mas seu sentido se transforma através dos tempos, conforme as aspirações da nossa sociedade, e por isso é preciso conhecer o desenvolvimento dos institutos jurídicos a fim de melhor aplicá-los.
 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
4)Sistemática: a interpretação da norma jurídica pode e deve ser pesquisada em conexão com as demais do estatuto onde se encontra. É a interpretação da norma à luz do ordenamento jurídico, entendido como um conjunto de normas e uma principiologia. 
A interpretação sistemática busca manter a coerência entre as normas, e isso se torna ainda mais adequado em sistemas como o nosso com “constituições pormenorizadas, exaustivas, regulando matérias atinentes aos mais diversos campos do Direito”, pois nessa hipótese é sempre necessário confrontar a norma que se pretende interpretar com a Constituição Federal a fim de harmonizá-la com os mais altos princípios do nosso ordenamento jurídico. 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Quanto à extensão e aos efeitos: éaquele que tem por base o alcance maior ou menor das conclusões a que o intérprete chegue ou tenha querido chegar. Aqui a classificação se atém ao produto final, à conclusão a que chegou o intérprete após a análise do texto normativo. 
Declarativa: é aquela cujo enunciado coincide, na sua amplitude, com aquele que, à primeira vista, parece conter-se nas expressões do dispositivo. O intérprete limita-se a simplesmente declarar o conteúdo da norma, sem que seja preciso expandir nem restringir o texto. Aqui o legislador foi feliz ao usar as palavras e o intérprete chega a conclusão de que o texto exprime satisfatoriamente o conteúdo da norma. Essa espécie de interpretação é usada no direito penal, preferencialmente quando tratamos de agravar a situação do acusado.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Extensiva: também conhecida como ampliativa, diz-se a interpretação segundo a qual a fórmula legal é menos ampla do que pode ser deduzida pela sua interpretação. Aqui o legislador foi tímido ao usar as palavras, e elaborou uma norma com um sentido menos abrangente do que o necessário, cabendo ao intérprete corrigir o defeito, ampliando o sentido da norma, a fim de que ela cumpra os seus objetivos. 
Exemplo : O artigo 1719, CC, quando proibiu a nomeação da concubina como herdeira, na verdade queria referir-se a qualquer um que tivesse sido cúmplice adulterino, e não só a concubina. 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Restritiva: é a interpretação cujo resultado leva a afirmar que o legislador, ao exarar a norma, usou de expressões aparentemente mais amplas que o seu pensamento. É preciso restringir o texto. Ocorre quando o legislador disse muito mais do que deveria ter dito, ou seja, exagerou nas palavras que usou, cabendo ao intérprete corrigir os excessos, reduzindo o sentido. 
Exemplo : Na Constituição Federal de 1967, o constituinte disse que o casamento era indissolúvel, mesmo antes do divórcio ele não era indissolúvel, pois a morte e a anulação eram casos de dissolução.
 
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Teleológico : é a busca do significado da norma pelo conhecimento do objetivo que esta pretende atingir na sociedade, por isso alguns também o denominam de método sociológico. Enfim, o seu uso consiste em procurar pela finalidade social da lei, assim como ordena o art.5º, da LICC (“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”); no uso desse mecanismo o intérprete sempre deverá buscar o “para quê” da norma, e aplicá-la de modo que esta alcance seu ideal. 
A aplicação deste método baseia-se no fato de que o Direito não é um fim em si mesmo, mas representa um instrumento para a satisfação de interesses coletivos, um mecanismo para a realização de necessidades de ordem prática. Portanto, o texto legal jamais poderá ser interpretado contra a sociedade. É a interpretação da norma em consonância com o fim social a que ela se destina. Entenda o fim, não como justiça social, mas como ênfase social.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Modificativa: modificação do sentido textual para adaptar a realidade.
Ab-rogante: exclui uma das normas que se contradizem.
Mutuamente ab-rogante: exclui as duas e a conduta passa ao campo da licitude.
Filológica: é a interpretação da norma à luz da tradição histórica das palavras. Está entre a gramatical e a histórica. É a interpretação que descobre o sentido das palavras em um dado contexto histórico.
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Sociológica: tem como objetivos, os seguintes:
-Conferir à norma aplicabilidade aos fatos por ela previstos. Não se destina a produzir direito.
-Conferir à norma aplicabilidade aos fatos que não puderam ser previstos. (interpretação atualizadora)
-Conferir à norma correspondência com os anseios sociais, realizar a justiça.
Genética: é a interpretação que procura o sentido das normas nas causas imediatas. Examina o processo de elaboração da norma, o projeto de lei, os debates, as discussões no congresso etc. 
OBS: A Interpretação sociológica e a teleológica estão consagradas no art. 5o. da LICC, que diz: “O intérprete, para atingir o seu fim, deve consagrar o bem comum e os fins sociais”.

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