Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso: Tecnologia em Segurança Pública e Social Disciplina: Analise Politicas Publicas Atividade: Atividade Avaliativa 1 – AD1 Nome: Caroline Barboza Matricula: 16113150020 Polo: Campo Grande Pergunta 1) Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, o "crime" e a "violência" são fenômenos "normais" da sociedade. Sua explicação, portanto, não deve ser buscada na "natureza humana", ou seja, em fatores biológicos que, muito embora possam exercer alguma influência sobre o fenômeno, não são determinantes para explicar as diversas formas que este assume, variando de região para região (entre países, cidades, bairros etc.), entre segmentos sociais (homens, mulheres, jovens, idosos, negros etc.) e profissionais (policiais, médicos de emergência etc.). Ao levar em consideração estes diversos contextos e pertencimentos sociais, podemos compreender melhor as motivações dos sujeitos e a forma assumida pela dinâmica criminal e pelas manifestações de violência. Este é, portanto, a razão de ser e o objetivo dos estudos de Sociologia do Crime e da Violência: compreender esses condicionantes sociais que ajudam a explicar essas manifestações do crime e da violência em sociedade Com base nesta breve explicação sobre o objeto de interesse da Sociologia do Crime e da Violência e nos materiais disponibilizados em nossa AULA 1, siga as instruções abaixo para responder o Fórum AD1: 1) Relate brevemente UM EXEMPLO, extraído de sua experiência profissional ou de um/a colega: Um policial sempre havia sido lotado em uma unidade da zona sul do Rio de Janeiro mas no entanto acabou sendo transferido para a Zona Norte. No entanto todas as vezes que era chamado sempre se via tendo que resolver conflitos inerentes ao convívio entre vizinhança. Após algum tempo, se deparou com a realidade de estupros entre adolescentes, e principalmente de brigas entre um casal que ocorreu por cerca de 6 vezes consecutivas em seus plantões. No entanto, ao final das ocorrências, a mulher sempre acabava afirmando que não havia acontecido nada e que eles já tinham se entendido e que não queria estragar o casamento relatando isso em uma delegacia. Um certo dia, o policial foi chamado para verificar um possível homicídio e o local que foi orientado a ir era aquele das ocorrências de brigas anteriores. Ao chegar se deparou com a mulher morte vítima de facadas. 2) Identifique neste exemplo as características sociológicas do público envolvido (idade, sexo, gênero, cor/etnia, origem social, local, profissão etc., o que for relevante para compreendermos os valores que movem os atores envolvidos e as características do fenômeno) Identificando as características dos envolvidos: autor homem, negro de aproximadamente 45 anos, trabalhador informal, viciado em álcool. Vítima: mulher negra de 30 anos, dona de casa, sem vícios, com 3 filhos. 3) Disserte sobre como uma compreensão "mais sociológica" da situação poderia se somar às experiências e ao conhecimento técnico do profissional de segurança e, no exemplo que você apresentou, COMO essa "compreensão" poderia ter contribuído para o seu processo de tomada de decisão e para o desfecho do caso relatado. Antes de relatar um exemplo de violência e crime é importante ressaltar que, como vimos, essa construção social do crime possui uma gama de vertentes. Em verdade a violência existe há muito tempo e não vai deixar de existir. Nesse sentido vemos que o crime é decorrente de vários aspectos conjuntos e entrelaçados, mas, não necessariamente obrigatórios em todo contexto social. Os valores sociais que o envolvem, por exemplo, podem variar. Nós, como agentes de segurança somos muitas vezes chamados a intervir em situações conflituosas que não necessariamente podem ser qualificadas como crimes. Misse, quando analisa essa proposta de construção social do crime , fala que existem 4 níveis para uma completa construção: criminalização, criminação, incriminação e a sujeição criminal e só a partir daí o processo se faz completo e que através dele vemos uma tipificação social do crime e dos sujeitos. A violência e a criminalidade são problemas existentes em todos os ambientes seja de forma mais agressiva como em um homicídio, seja mais branda como uma lesão corporal simples, e que ainda assim traduzem as características do ambiente social em que ocorrem. Então, podemos perceber que o agente público muitas vezes se vê no meio de questões que não são simplesmente jurídicas. A questão da violência e da criminalidade está muito mais ligada aos problemas sociais do que ao relacionado à política criminal em si. A violência vem ligada a fatores externos, diferença social, poder aquisitivo, construção familiar. Os vícios causados pelo consumo de álcool muitas vezes são piores do que os entorpecentes e geralmente estão inseridos no contexto familiar onde trazem maiores consequências trágicas. Por conseguinte, vemos que a prática das atividades policiais em casos de violência bate de frente com a questão da eficácia da aplicabilidade da lei. Todo esse contexto pode ser minimizado quando as condições de trabalho, o ambiente e a valorização do profissional andam juntas. Obviamente que uma reforma na política criminal se faz necessário, inúmeras políticas públicas tentam ser estabelecidas para compensar os problemas causados pela violência e criminalidade. Buscar uma melhor aplicação da lei, porque acredito que é através da penalização eficaz, judicialidade atuante, que também se minimizam os fatores psicológicos que atingem os agentes. A sensação de “enxugar gelo” passa a ser melhor analisada. Assim sendo, entendemos que a violência e criminalidade sempre farão parte da convivência humana, o que se procura é garantir o direito do cidadão dentro do Estado Democrático de Direito.
Compartilhar