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Civil III - Elementos dos Contratos

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Na verdade, trata-se de instituto já conhecido. Em casos de dúvidas revisem as aulas 01-03 do I GQ.Direito Civil III- II GQ – Aula 02 - Artigos 854 – 860
 Uma nova fonte de obrigações
Na ultima aula terminamos de tratar das disposições gerais dos contratos. Hoje, vamos tratar de uma nova fonte das obrigações. É válido que relembremos as fontes das obrigações. Vimos que as obrigações civis têm três fontes, os contratos, os atos unilaterais e os atos ilícitos. 
Numa obrigação civil, o vínculo jurídico que permite a uma pessoa exigir de outra o cumprimento de uma prestação tem como fonte mais comum a observação de um contrato. Essa fonte decorre de um consenso. Então, a obrigação surge da vinculação jurídica que duas ou mais pessoas estabelecem entre si.
O consenso é importante porque vimos que, quanto à formação, os contratos são sempre bilaterais. O consenso é, sem dúvida, a fonte mais precípua de obrigações. Mas não é só o contrato que constitui fonte das obrigações. A palavra "fonte" significa lugar de onde provém. 
Em relação às obrigações civis, as dotadas de coercibilidade, de força vinculante, elas possuem essas três fontes em face da fonte primária que é a lei. 
É interessante que revisem toda a classificação dos contratos dada pelo professor.
DAS FONTES JÁ VISTAS:
CONTRATO – é fonte porque a lei os disciplina;
ATOS UNILATERAIS - porque a leis os confere eficácia geradora de obrigação;
ATOS ILÍCITOS - porque a lei impõe, ao agente, o dever de reparação. 
No sistema jurídico cível anterior os atos unilaterais eram chamados de declaração unilateral de vontade. 
Para existir uma obrigação, como vimos, é fundamental que exista um sujeito ativo e um passivo; alguém que vai responder e alguém que irá cobrar o cumprimento. 
Nos atos unilaterais como fonte, a obrigação surge a partir do momento em que alguém emite uma declaração unilateral de vontade.
São poucos os atos unilaterais que, efetivamente, vêm a caracterizar fonte de obrigação. Não é todo ato unilateral que cria uma obrigação, porque nem todo ato unilateral proporciona uma vinculação que permita que o declarado seja exigido, ou seja, existem declarações unilaterais de vontade as quais a lei não confere eficácia geradora de obrigação. 
1ª SITUAÇÃO QUE RETRATA ATO UNILATERAL ENQUANTO FONTE DE OBRIGAÇÃO:
PROMESSA DE RECOMPENSA – exemplo: recompensa por Belinha, a cadela - constitui uma fonte de obrigação. Ninguém é obrigado a prometer uma recompensa, mas na hora em que promete, o indivíduo se obriga. Essa declaração ou o ato unilateral que faz surgir uma obrigação esta disciplinado nos artigos 854-860 CC. O ato unilateral é destituído de consenso, é uma vontade que, uma vez exteriorizada nos moldes legais, faz surgir uma obrigação. 
Os atos unilaterais que vão fazer surgir uma obrigação civil são aqueles casos expressamente enumerados em lei e que geram uma espécie de crédito. A obrigação decorrente da promessa de recompensa surge quando uma pessoa se obriga publicamente a cumprir uma prestação em favor de quem atender a determinada condição ou realizar um serviço específico. 
A promessa de recompensa faz surgir uma obrigação civil.Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
Gera-se um crédito em favor de quem preencher a condição ou realizar o serviço específico. A promessa de recompensa é uma vinculação para o promitente, que será obrigado a cumprir a condição prometida. Quem realizar a condição é posto na situação de credor, de modo que pode exigir o cumprimento da promessa. 
A promessa de recompensa deve ser realizada publicamente.
Publicamente é quando a promessa é realizada, indistintamente, a qualquer pessoa. O anúncio público pode ser de qualquer forma. Se a proposta for feita a uma pessoa definida deixa de seriam promessa de recompensa e passa a ser um contrato de prestação de serviço. ANÚNCIO PÚBLICO É AQUELE EM QUE A PESSOA A QUEM O ANÚNCIO SE DIRIGE NÃO É IDENTIFICÁVEL. 
Pergunta: Se uma pessoa pedir a outra que esta espalhe pela vizinhança a hipótese da promessa, por exemplo, “espalhe que se encontrarem o cachorro pago R$ 500,00”, vai ser promessa de recompensa? Vai ser público? VAI. Tem como provar, de fato, a existência da promessa nesse caso, em que não houve anúncio por escrito? SIM. PODERIA SER COMPROVADA A PARTIR DA PROSTITUTA DAS PROVAS, KKK, OU SEJA, A PARTIR DAS PROVAS TESTEMUNHAIS.
	Não é preciso que na promessa se descreva detalhadamente o objeto, o que é necessário é que se comprove que é o mesmo da promessa. Ex.: Se o professor promete recompensa de R$ 100,00 por uma caneta preta perdida em sala e uma pessoa chega com outra caneta preta que não seja a do professor, exigindo o cumprimento da promessa, o promitente não tem obrigação de cumprir o prometido, porque se trata de objeto outro.
Pode haver desistência da promessa de recompensa a partir da publicação realizada do mesmo modo o qual foi feita a promessa inicial.
A promessa pode ter prazo ou não, de maneira que, tendo prazo esgotado a promessa se tornará sem efeito.Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a promessa, contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
Havendo a determinação de que a pessoa será bem recompensada e a pessoa ficar insatisfeita, caberá ao juiz determinar o que é ser bem recompensado, porque a “boa gratificação” é relativa, varia de pessoa para pessoa. 
ELEMENTOS DA PROMESSA DE RECOMPENSA:
1) Anúncio público - dirigido indistintamente a um grupo indeterminada de pessoas – aviso, cartaz, rádio, tv; 
2) A promessa deve ter destinatário geral;
3) A promessa deve indicar a recompensa prometida;
4) A condição imposta - aquilo que deveria fazer o credor para fazer jus à recompensa. 
A exigibilidade da recompensa depende do cumprimento da condição, conforme regra do artigo 855.
Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.
Quem preencher a condição tem a prerrogativa de exigir a recompensa prometida, mas pode não exigir. 
Existe um dito popular que não possui respaldo jurídico, a saber: “perdeu, perdeu! Achei é meu!”. Que, acha uma coisa alheia deve devolver-lhe ao dono de direito, independente de recompensa. Só se adquire direito sobre uma coisa, nessa situação, se ela fosse abandonada, porque seria "coisa de ninguém". Quem encontra deve procurar a quem pertence a coisa para restituí-la. 
Quem faz a promessa deve recompensar, mesmo que a pessoa que preencheu os requisitos, que satisfez as condições propostas, não tenha conhecimento dela. 
Pergunta: Eu achei um malote de dinheiro e devolvi, eu tenho direito a receber alguma coisa? Não necessariamente. Deve-se ressarcir os possíveis prejuízos que a pessoa teve, pelo menos o deslocamento até o local da entrega. Evidentemente que tem que se usar o bom senso, a razoabilidade. Ex.: A perde um vade mecum de R$ 30,00 e a pessoa que achou viu, na capa, o endereço do dono. A pessoa que achou decide levar o livro na casa de A. Pega um táxi e gasta R$ 40,00 para chegar à casa de A; chegando lá, entrega o livro e solicita o dinheiro do táxi. A se nega, tendo em vista que o valor do táxi superaria o valor do livro. Então, a pessoa pode desistir de receber a coisa, perdendo em favor daquele que a encontrou e vai devolver. Se A não tivesse perdido e sim deixado de propósito, não teria responsabilidade nenhuma para ressarcir os possíveis prejuízos de quem achou.
Quem Seria o credor? O artigo 855 diz:
Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.Se o ato for praticado por mais de uma pessoa, terá direito à recompensa aquele que primeiro executou. 
Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá direito à recompensa o que primeiro o executou.
	Se a execução tiver sido feita simultaneamente por mais de uma pessoa, quem seria o credor?
Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual na recompensa; se esta não for divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu quinhão.
PROMESSA PÚBLICA DE RECOMPENSA EM CONCURSOS 
	Equipara-se à promessa de recompensa. 
Exemplo: TV tribuna faz uma marchinha de carnaval e promete um prêmio de cinco mil para quem ficar em primeiro lugar. 
Exemplo2: Católica promete uma mensalidade gratuita para o aluno que elaborar o melhor hino para a universidade. 
Vale lembrar o que Carol disse no período passado quanto ao ressarcimento da pessoa que acha no tocante às coisas necessárias. Exemplo: Se a pessoa que encontra gasta com tosa, banho, alimentação e veterinária pode solicitar ressarcimento e sendo este negado ela poderá ingressar em juízo solicitando tal feito.Art. 859. Nos concursos que se abrirem com promessa pública de recompensa, é condição essencial, para valerem, a fixação de um prazo, observadas também as disposições dos parágrafos seguintes.
§ 1° A decisão da pessoa nomeada, nos anúncios, como juiz, obriga os interessados.
Se a promessa disser que quem vai escolher será Fulano de Tal, a escolha da pessoa obriga os candidatos naquele concurso. Se a comissão julgadora é um júri, sua decisão também obrigará os candidatos. 
§ 2° Em falta de pessoa designada para julgar o mérito dos trabalhos que se apresentarem, entender-se-á que o promitente se reservou essa função.
Quando não há indicação ou nomeação de pessoas ou de comissões para efetuar o julgamento, essa opção é dada ao promitente, ou seja, de que, fez a promessa. Não deixa de haver certa subjetividade. Se vários trabalhos tiverem mérito igual diz o §3°:
§ 3° Se os trabalhos tiverem mérito igual, proceder-se-á de acordo com os arts. 857 e 858. (Rateará a recompensa).

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