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Civil III - Princípios Regentes dos Contratos

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Direito Civil III- II GQ – Aula 05 – Artigos 186-188
Aula de Reposição – Da Responsabilidade Civil Aquiliana
Nós já estudamos as duas primeiras fontes das obrigações - os contratos e os atos unilaterais. Vamos iniciar a última parte do programa, a terceira fonte das obrigações - os atos ilícitos. 
Quem pratica um ato ilícito deve responder pelas suas consequências, isso se chama responsabilidade, que é uma obrigação que pode impor a uma pessoa, a reparação de dano causado a outrem por fato próprio ou por fato de pessoa que dele dependa. 
A responsabilidade, em que a pessoa pode se submeter para responder pelas consequências dos seus atos, é extremamente ampla. O objeto de estudo nesse momento é a responsabilidade civil extracontratual. 
Um ato ilícito, aquele que contraria o ordenamento, pode ensejar uma responsabilidade extremamente ampla, que compreende a responsabilidade penal e civil. O próprio texto legal ressalta a distinção entre essas duas responsabilidades; está explicitado no artigo 935, CC. 
Pela repercussão que o ato ilícito pode ensejar, o interesse de chamar alguém a responder pelo ilícito, ultrapassa a pessoa que foi vítima do ato; trata-se de um interesse da sociedade. O Estado tem instrumentos legais que fazem com que, ex ofício, ou seja, independentemente da provocação da vítima, todo o aparelho judiciário se movimenta para que a pessoa seja chamada para responder pelo ato ilícito praticado. 
Ex.: Atropelamento. A rigor, ninguém tem o direito de provocar um ato dessa natureza; ninguém pode atropelar outrem, excetuadas as condições de exclusão de responsabilidade, como ocorre nos casos em que o condutor age de acordo com as normas de condução e um indivíduo se joga na frente do carro, porque aí há culpa concorrente da vítima. É um ato ilícito porque ninguém pode atropelar outra pessoa, contraria a ordem, mas todo nosso aparato social é dotado de instrumentos que, em constatando a prática de um ato ilícito, o Estado promove instaura procedimento para apurar em que circunstâncias o ato foi praticado. 
A responsabilidade penal é apurada independentemente da provocação da vítima, não há necessidade de ação proposta pela vítima para que a responsabilidade penal seja apurada. A responsabilidade penal pode ensejar a aplicação de uma pena. Essa responsabilidade se dá quando o ato ilícito é tipificado como crime no Código Penal. 
Quem comete o ato ilícito pode ser compelido a prestar alimentos aos familiares da vítima. Isso ocorre no caso criminal, dessa forma, depende de representação. O ato ilícito também é fonte geradora de uma obrigação civil, só que, no âmbito civil, a iniciativa de exigir reparação depende de quem sofreu o dano; o Estado não toma iniciativa, porque no caso da responsabilidade civil foi atingido o direito privado. 
O mesmo ato ilícito pode ensejar responsabilidade civil e penal. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Vale lembrar que a responsabilidade criminal constitui título executivo para a cível, dessa forma, havendo condenação na esfera criminal, é preciso que haja condenação na cível. Se o juízo criminal decidir que não houve injusto penal, todavia, não há vinculação do juízo cível, o indivíduo pode ser responsabilizado ainda no cível. Porém, ocorrendo a negativa de autoria no âmbito penal haverá a constituição de um título executivo vinculante ao cível. 
Dentro da responsabilidade civil temos outras modalidades de responsabilidade, veremos apenas, como dito anteriormente, a responsabilidade extracontratual ou aquiliana. Essa responsabilidade é diferente da chamada responsabilidade contratual. 
Modalidades de responsabilidade civil:
- Contratual;
- Extracontratual - aquiliana. 
A extracontratual é aquela que decorre do descumprimento de um contrato. Anteriormente, existia um vínculo entre as pessoas - credor e devedor/ responsável e vitima - e o responsável descumprir uma norma prevista em contrato. Então, ele vai responder pelo descumprimento contratual. 
Ex.: Pactua-se com loja especializada um contrato de compra e venda de maquinário. Após o pagamento fica acordado que a loja entregaria o maquinário em 72 horas. Não havendo a entrega a vítima pode acionar a responsabilidade civil do estabelecimento comercial, porque ela, a vítima, sofrerá danos. 
A responsabilidade contratual decorre do inadimplemento de uma obrigação civil. Essa responsabilidade está configurada no artigo 389 - consequência do inadimplemento das obrigações.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Quem tem um vínculo contratual e não o cumpre responde por perdas e danos. Toda responsabilidade decorrente do descumprimento de um contrato é responsabilidade contratual. 
EM SUMA:
A responsabilidade contratual é a que decorre do descumprimento de um contrato, qualquer que seja ele. O que não cumprir responde pelos danos causados ao outro. Decorre do inadimplemento a vínculo jurídico preexistente. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
A responsabilidade extracontratual é aquela que não decorre de um contrato, mas sim de um ato ilícito, indicando a necessidade de reparação de um dano. Se é um ato ilícito, logicamente não há vínculo contratual preexistente. 
A RESPONSABILIDADE CIVIL É A REPARAÇÃO DO DANO CAUSADO. 
Na responsabilidade contratual, quase sempre, há disposição do próprio contrato nesse sentido. Ex.: Contrato de aluguel prevê que no caso de atraso será devido o pagamento de uma multa. 
O que é ato ilícito? Nosso Código diz o que é ato ilícito no artigo 186.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O legislador Equipara a ato ilícito o uso abusivo de direito, conforme o 187.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Ocorre quando o exercício do direito é extrapolado pelo seu titular, quando este excede os limites impostos. Se o exercício abusivo de um direito causa dano a outrem, o que agora responde pelo dano causado. 
Ex.: Pessoa que recebe cheque sem fundo pode exigir o adimplemento da obrigação, aqueles assegurados pelo ordenamento, mas não pode abusar do direito de credor, pondo, por exemplo, postagem rede social mostrando que o cheque do devedor não tinha fundos. 
Quando é que não constitui ato ilícito? 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

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