Buscar

Civil III - Evicção

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Direito Civil III- II GQ – Aula 10 – Artigos 948-954
Da Indenização – Continuação 02
Começamos a tratar da questão relativa à indenização, abordando os aspectos gerais que deveriam ser considerados para a fixação da indenização devida em razão da prática de ato ilícito. 
O nosso legislador optou por indicar, da forma mais precisa possível, os parâmetros para cálculo da indenização devida por atos ilícitos. Nessas circunstâncias, vimos anteriormente a indenização dos atos ilícitos em geral e, em continuação, veremos quais são os parâmetros que serão considerados para indenização em determinados atos ilícitos que estão previstos no próprio texto legal
Aqui temos, no artigo 948, a referência expressa ao crime de homicídio, que é o crime o crime tipificado no artigo 121, do Código Penal - matar alguém, simples, pena de 6-20 anos. O que interessa ao direito civil é a caracterização do ato de homicídio.
Do ponto de vista penal, aplicar-se-ia a legislação penal, no civil, a regra do artigo 948, CC. Neste dispositivo estão indicadas as verbas que seriam incluídas na reparação civil para indenização em razão do delito tipificado no artigo 948 (121, CP).
A origem da obrigação alimentícia, nesse caso, tem o ato ilícito como razão de ser.Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
I – O tratamento da vítima seriam as despesas que teriam sido objeto de gasto em razão do homicídio quando, claro, houver despesa com o tratamento. Luto da família seria o valor utilizado para aquisição da indumentária que demonstrasse o pesar (preto). A indenização seria devida pelo delinquente.
II - Ainda é aplicado com considerável frequência, embora essa reparação correspondente a prestação com alimento ser entendido de forma bastante ampla e considerando a idade média de vida dos brasileiros. Há certo tabu entre nós que o filho da vítima peça alimentos ao delinquente.
Vale lembrar que se caso o delinquente que paga a indenização morrer a obrigação de indenizar não será repassada aos seus filhos, haja vista que não se herda dívida, salvo existência de quinhão hereditário.
No caso do homicídio, todas as possíveis reparações devem ser incluídas na indenização a ser devida. Isso aflora o chamado dano moral, que seria o sofrimento psicológico da pessoa.
No caso de lesão corporal ou ofensa à saúde seria aplicado o artigo 949:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
	É abrangido o chamado dano emergente – é o prejuízo efetivo que a pessoa sofre, a diminuição do patrimônio da pessoa, o prejuízo que se tem em razão da prática de determinado ato - e o lucro cessante – o que a pessoa deixa de ganhar. Ex.: Acidente cuja vítima é taxista. Dano emergente vai ser o prejuízo que ele tiver, reparação do carro e tal. Lucro cessante vai ser o que ele deixou de receber, viagens...
Hospital não tem personalidade jurídica, desse modo, no caso de uma demanda judicial, deve-se adentrar contra o ente personalizado. A rigor, existe uma solidariedade entre o médico e o Estado, conforme 950.Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Ex. 1: É a hipótese de alguém que é jogador de futebol, é atropelado e sofre uma sequela que implica em defeito físico na perna. Essa seria uma sequela irreversível. Trata-se de situação em que se concretizaria a hipótese do 950, quando há inabilitação de exercício de atividade laboral ou depreciação em razão do dano sofrido.
Ex.2: Pessoa vai fazer cirurgia para retirar o rim direito e na cirurgia tiram o esquerdo. De quem seria essa responsabilidade? Do médico ou do proprietário do hospital? Há solidariedade. A questão desse artigo é mais destacada hoje, quando a lesão é causada no meio da medicina. 
Para consolidar essa responsabilidade, no caso de dano provocado no exercício da atividade profissional há a aplicação do disposto no artigo 951.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
É a situação do chamado “erro profissional”. Essa questão é mais destacada, hoje, quando a lesão é decorrente do exercício da medicina, a tal ponto que, hoje, já se admite a existência ou reconhecimento de um direito médico. Mas, quaisquer profissões admitem a possibilidade de se reconhecer o erro de profissional, inclusive na nossa. Se um advogado, no exercício da advocacia é negligente – perde um prazo que cause dano ao cliente – pode ser chamado civilmente para responder por esse dano. 
No artigo 952 se formula a regra na hipótese de usurpação ou esbulho. Usurpação é uma espécie de subtração de coisa alheia, é parecida com esbulho, que é a posse, subtração por abuso de confiança. 
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Valor afetivo não pode ser superior ao valor material da coisa. Qualquer coisa tem um valor material, que é o valor de mercado. No caso de usurpação ou esbulho a vítima será reparada pelo correspondente ao valor da coisa, podendo ser incluído também, o valor sentimental, desde que não ultrapasse o valor do material. 
No artigo 953 temos os parâmetros para indenização nos casos de crime contra a honra. 
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
Nessa fixação deve ser observado o princípio da razoabilidade. Indenização não é causa de enriquecimento ou empobrecimento. Quem causa um prejuízo deve reparar O DANO CAUSADO, isso não implica enriquecimento. 
O artigo 954 estabelece os padrões para indenização nos casos de ofensa à liberdade pessoal.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I - o cárcere privado; (148, CP)
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III - a prisão ilegal. (Erro judiciário)
	Teve um caso aqui em PE que um indivíduo foi condenado por um crime que não cometeu. Passou 20 anos preso e nesse período ficou cego, muito doente. Qual seria indenização num caso desses? Quanto vale 20 anos de liberdade de uma pessoa? É uma questão muito difícil de calcular; o julgador tem que ter muito equilíbrio para que houvesse uma reparação. 
No caso do inciso II se incluiria também a hipótese de denunciação caluniosa, que é quandoalguém imputa a outra pessoa a prática de um crime que ela não cometeu (Calúnia?? Seria a junção dos dois artigos??Não ficou claro! Vou perguntar a ele e coloco uma observação na próxima aula...)

Outros materiais