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Civil III - Estipulação em Favor de Terceiro

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Direito Civil III – Aula 08 - Em 09/03/2015
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO (436-438)
A estipulação em favor de terceiro surgiu no direito alemão em razão da constatação da existência numa relação contratual tendo interesse econômico ou moral em favor de quem não contrata. A estipulação em favor de terceiro se impôs pela necessidade PRÁTICA, caracterizando uma relação jurídica "suigeneres". Essa é um situação ímpar, o que vimos até então, é uma relação contratual em que, ao menos duas pessoas chegam a um consenso e instituem uma relação contratual, que subsiste no âmbito dessas pessoas que a originaram. 
Vimos que quanto à formação, os contratos são sempre bilaterais, podendo haver ou não reciprocidade. Ex.: contrato de compra e venda. Temos um contrato sinalagmático em que cada parte pode fazer a exigência de uma prestação. 
Os partícipes nos contratos são, respectivamente, credores e devedores uns dos outros. 
A vantagem decorrente do contrato reverterá em favor de um terceiro que não contratou. Essa é a peculiaridade. Quem vai se beneficiar, quem vai exigir a prestação não é nenhum dos contratantes, mas sim, um terceiro que não contratou, mas que, por força do contrato, possui legitimação para tal. 
Segundo Bevilaqua há estipulação em favor de terceiro quando uma pessoa convenciona com outra certa vantagem em benefício de terceiro que não toma parte no contrato. A vantagem é estabelecida em favor de quem não contrata; por isso o nosso CC chama essa situação de estipulação em favor de terceiro.
Ex.: Contrato de seguro de vida. Existe o segurado e o segurador. O segurado paga ao segurador um determinado valor, chamado de prêmio, para que o segurador assuma o risco de que aconteça um evento contra o bem jurídico tutelado. Ocorrendo o evento, o sinistro, cabe ao segurador o pagamento de uma indenização. No contrato de seguro de vida, o segurado indica ao segurador um beneficiário, que seria aquela pessoa a que, se confere legitimidade para exigir a prestação do outro contratante, caso a condição prevista no contrato venha a se concretizar. O beneficiário, por não ser parte no contrato é chamado de terceiro. As partes no contrato são o segurador e o segurado. A VANTAGEM REVERTERÁ EM FAVOR DE UM TERCEIRO ESTRANHO AO NEGÓCIO JURÍDICO E QUE DELE NÃO PARTICIPOU.
Assinatura presente: A compra assinatura de revista em favor de B. A doa a assinatura para B.
Uma das partes que celebra o negócio jurídico é chamado de estimulante - aquele que entra com a proposta; aquele que contrata e obtém uma promessa de que a prestação será cumprida. O outro contratante é chamado de devedor ou promitente. Haverá um terceiro que é assim chamado por não integrar a relação OBRIGACIONAL, mas é o seu beneficiário, porque é em seu favor que se cumprirá a prestação. Embora não tenha contratado, possui legitimidade para exigir a prestação. 
No caso do seguro de vida, o estimulante é o contratante e o devedor será o segurador. 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
A substituição do beneficiário se dá independente da anuência do beneficiário anterior e do promitente, porque a prerrogativa de substituição é do estipulante. A vedação ocorre quando a pessoa é impedida de receber doações. Essa substituição, que seria uma inovação no contrato pode ser feita por ato inter vivos - contrato - ou pode ser por exposição de última vontade - testamento. 
Na estipulação em favor de terceiro, o elemento objetivo é a vantagem que se estabelece em favor de que, não contrata. Prevalece a vontade unilateral do estipulante. NÃO PODERÁ HAVER CONTRAPRESTAÇÃO DO TERCEIRO: se não fosse assim não seria estipulação em favor de terceiro. 
IMPOSSIBILIDADE DO ESTIPULANTE EXONERAR O DEVEDOR: 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Só quem pode exonerar o devedor é o terceiro, porque ele é o credor. Se o estipulante não estabelecer um beneficiário, deverá obedecer à ordem do direito das sucessões.

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