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Funcionalismo e NeoFuncionalismo - Mitrany e Haas. Resumo de Obras


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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL (UDF)
Disciplina: Processos de Integração Regional (OE)
Professor: Me. Alan Camargo
Curso: Larissa Oliveira Alves
MITRANY, David. The functional approach to world organization. International Affairs, v. 24, issue 3, p. 350-363, jul. 1948. 
HASS, Ernst. Regionalism, Functionalism and Universal International Organization. World Politics, v. 8, n. 2, Jan. 1956, p. 238-263 
Mitrany desenvolve a teoria funcionalista tomando como base duas tendências políticas que se sobrepunham pós Segunda Guerra Mundial: a tendência de governos autônomos e a de uma mudança social radical, enquanto o mundo havia sido conduzido à uma divisão em Estados independentes pelo nacional socialismo, onde o autor temia um perigo sério de regressão. 
Analisando tal cenário internacional e considerando o princípio de necessidade de cooperação entre os Estados-nação, o autor chega a um esquema de três alternativas, para um esquema de reorganização internacional, pretendendo pressionar governos a prosseguir com uma política internacional ativa, a partir de fatos e medidas praticáveis.
A primeira seria uma entidade geral e solta, para ações pontuais, onde cada membro teria liberdade de participar ou não, como a liga das nações ou a organização das nações unidas, que mesmo que aperfeiçoada, acredita ser nacionalmente separatista, uma vez que não ordena ou toma decisões por conta própria, além de que a curta experiência com as nações unidas havia mostrado ser um caminho inadequado e incerto, o que o leva à segunda categoria. 
Um sistema federal, tomando a vontade de unidade, o grau de proximidade e a gerência de fatos isolados. Porém, mesmo afirmando ser uma das grandes invenções do Novo Mundo, é um sistema concebido para colocar as menores funções possíveis da vida local nas mãos de uma autoridade central, como o caso da união europeia. Em condições de nacionalismo político, torna-se uma ideia vaga para o campo internacional, sendo difícil de alcançar e de manter, necessitando de uma base muito estreita com arranjos rígidos quanto à forma e suas funções, além de apresentar ideias de unidade política separada, sem evidência de obtenção de paz.
Por fim, a colaboração funcional, que ele chama de única esperança para construir uma verdadeira unidade entre países em conflitos, uma vez que para ele são, na melhor das hipóteses, complementares entre si para um país ajudar outro e na pior das hipóteses independentes um do outro. Mitrany tinha a idéia de que deveríamos começar de novo com objetivos claros de que as nações poderiam ser unidas em uma comunidade internacional focando em aspectos de unificação, aos invés de aspectos que levam à segregação, mudar a ênfase de questões políticas ou de poder, para questões sociais para o bem coletivo, onde atividades de atuação econômicas e sociais seriam designadas à uma autoridade central internacional, onde as nações diluiriam suas soberanias trabalhando em conjunto para alcançar o bem comum, levando a um governo mundial, que por meio da cooperação resulta na integração com agencias funcionais igualmente plenas, mas específicas e separadas.
 
Partindo do funcionalismo, Haas acredita que o poder não é mais garantia de segurança e afirma que a integração vai além de questões técnicas, partindo do interesse individual de cada Estado em políticas nacionais, motivado por quatro pontos: o delicado processo de segurança comum para o bloco; a cooperação para se chegar ao desenvolvimento econômico e bem estar social; o interesse em uma nação mais forte em controlar nações menores pela persuasão ou coerção e a vontade comum de unificação.
Utilizando de duas máximas operacionais: 
Permissive enforcement, que vem da observação da forma de ação das Nações Unidas e tem como base a disposição de grandes poderes em agir, permitindo interprender medidas econômicas e militares a serviço da política nacional, delegando a um único poder de autoridade. 	Balancing, que é o resultado de esforços do bloco mediador de impedir uma ação coercitiva, abdicando da tomada de decisão individual por um bem coletivo.
Assim, na ideia do autor, forma-se uma Entidade com poder de decisão superior aos pré-existentes em nível nacional. Um núcleo central com líderes de governo, elites, partidos políticos e grupos de interesse, onde as políticas nacionais se sujeitam às pressões de equilíbrio do bloco com a ação de um conciliador, que teria interesses diferentes do líder para estar em posição de alívios de tensões. Criando um ambiente da paz, estabilidade e coexistência entre as super potências, surgindo a cooperação.