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apres anos 60

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Moda do Século XX
Anos 1960
O grupo Prêt-à-porter Création foi fundado em 1957 por Jacques Heim, presidente da Câmara Sindical da Alta-costura de 1958 a 1962 para associar os costureiros com o prêt-à-porter: Carven, Grès, Madeleine de Rauch, Lanvin, Jean Dessès, Marggy Rouff, Nina Ricci, Jacques Griffe, Jacques Heim, juntou-se no ano seguinte Guy Laroche. 
A revolução do prêt-à-porter
O grupo Prêt-à-porter Création organizou em cada estação, nos salões do hotel George V ou o Hôtel d'Orsay, desfiles para a imprensa e compradores internacionais. Esta organização tem mérito de institucionalizar, na Alta-costura, uma atividade então subestimada que tornou-se progressivamente essencial. O Prêt-à-porter Création perdeu sua razão de existir, quando a grande maioria dos designers criou uma coleção de prêt-à-porter. Os desfiles comuns pararam em 1962.
 
Em 1959, o costureiro Pierre Cardin lança o prêt-à-porter de luxo ao criar uma coleção para o grande magazine Printemps.
Assim é que se fala desde a sua criação em 1950, prêt-à-porter des couturiers. Em seguida a confecção correspondia a 25% na Libertação da França e 40% em 1954, desenvolve exportação em 1960 sob o nome de "prêt-à-porter" à custa da Alta-costura e vestirá quase todas as mulheres nos anos 1980.
“Nos anos 1960, certas casas ainda podiam trabalhar basicamente com o sob medida; em 1975, a parcela do sob medida não representava mais que 18 por cento da cifra de negócios diretas das casas de Costura, e, em 1985, 12 por cento.” 
“Paradoxos da Alta Costura, que conjuga a moda e o absoluto, o frívolo e a perfeição, que já não cria para ninguém, que tanto mais representa a loucura estética desinteressada quanto ela melhor corresponde aos interesses do marketing”. 
LIPOVETSKI, Gilles. O Império do Efêmero: A moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. P.198-109.
O IMPULSO DA JUVENTUDE
	Após a 2ª Guerra Mundial uma nova categoria de consumidores de moda começava a emergir com força: a juventude. Um público com sensibilidade diferente da moda desenvolvida por costureiros que objetivavam os salões. Este mercado jovem identificado com a vida na rua cresceu vertiginosamente durante os anos 1950. 
	Esta geração, que ficou conhecida como baby-boomer, promoveu novos comportamentos e diversas maneiras de vestir. Já não eram mais as filhas que vestiam roupas criadas para as mães, as senhoras é que passam a buscar a imagem dinâmica e despojada da nova geração através de roupas justas e saias cada vez mais curtas. 
	A indústria de prêt-à-porter será uma das incentivadoras deste processo. 
A modelo inglesa Twiggy. 
Youthquake 
Esses jovens geraram novos comportamentos identificados com a cultura de rua e a música pop, e formaram uma categoria de consumidores com sensibilidade diferente que repercutiu em novas maneiras de vestir. 
A modelo inglesa Jean Shrimpton fotografada por Richard Avedon em 1965. 
Swinging London 
Adolescentes em Carnaby Street, Londres. 
Grupo de Estilo 
MODS
Embora os Beatles vestiam-se como ‘mods’, a sua música não era popular entre eles, que preferiam ouvir jazz moderno. 
Eram essencialmente de Londres e cada um tinha que ter uma lambreta. Tinham como inimigos os Rockers, a versão britânica da gangue de motociclistas Hell's Angels. Os meninos Mods vestiam ternos, gravatas, calças estreitas e sapatos bicudos. As meninas tinham uma imagem de menino. Elas escureciam os olhos e usavam o cabelo curto. O símbolo usado pelo movimento mod é originário da pop art, e foi baseado no símbolo usado nos aviões na 2ª Guerra Mundial.
	Uma nova forma de comércio diferenciado começa a invadir as ruas das grandes cidades nos anos 50 e se proliferam na década seguinte, as butiques. 
	A concepção de uma butique parte de um conceito estético, onde os produtos estão harmonizados, lá se encontra não só a roupa, mas os acessórios e perfumes que complementam o estilo proposto. Durante os anos 60 as butiques se especializaram na moda jovem. 
Imagens da butique Biba, Londres. 
	A Biba é uma verdadeira caverna de Ali Babá. Em meados dos anos 60, por causa de Carnaby Street, Londres se torna uma cidade de Butiques. Essas lojas, que fazem lembrar caves e discotecas, têm sempre dois traços em comum: o ambiente sonoro e visual criado por música pop e spots e a vastíssima liberdade de opções numa parafernália de artigos. (VINCENT-RICARD, 1989, p.86)
Blow-Up - Depois Daquele Beijo de 1966 conta a história do envolvimento acidental de um fotógrafo de moda com um assassinato. O personagem foi inspirado no famoso fotógrafo da época da Swinging London, o britânico David Bailey. A modelo alemã Veruschka interpreta a si mesma no filme. 
1960
Embora a década de 60 tenha testemunhado diversos estilos, ela sempre estará associada à minissaia. Os designers fizeram também muitas experiências com malhas de alta qualidade, coloridas e decoradas.
Maquiagem pesada nos olhos.
Vestido trapézio
A Op Art iniciou sua influência na moda quando o confeccionista americano Larry Aldrich encomendou ao desenhista de estampas têxteis Julian Tomchin uma coleção de estamparia inspirada em pinturas de Bridget Roley.
Bridget Riley
Movement in Squares, 1961. 
Jean Shrimpton, em estampa criada por Julian Tomchin, - Foto de Richard Avedon para Harper's Bazaar, 1965.
A Op Art influenciou a moda da década de 60. Essa influência aparece nas estampas geométricas e cores vibrantes dos vestidos, como os registrados na foto da direita de Gosta Peterson. 
O terno Nehru e o terno Mao, em referência ao primeiro primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehru e ao ex-líder chinês Mao Tsé-Tung, eram usados por intelectuais e artistas como manifestos políticos. James Bond, em 1962, veste um terno Nehru. 
Enquanto a pílula anticoncepcional revolucionava o comportamento feminino, os jeans tornaram-se justos, e as roupas de baixo cada vez menores e ajustadas no corpo. A calcinha de náilon stretch tipo biquíni, popularizou-se em cores vibrantes, em padronagens chamativas, como amarelo-limão, rosa-choque, roxo, laranja, ou tudo isso misturado numa peça só. 
A produção de roupas de baixo de todos os tipos foi influenciada pela introdução da Lycra em meados da década. 
A década de 1960 também foi uma época em que o sutiã foi posto em questão. Nos Estados Unidos, o vanguardista designer Rudi Gernreich apresentou, em 1963, um modelo monokini para ser usado sem a parte de cima, no ano seguinte, anunciou o sutiã "No-Bra", feito em tecido fino stretch sem armação, sem estofamento ou forro de qualquer tipo, de proposta tão natural que chegava a ser invisível. 
monokini
No-Bra
MARY QUANT (1934-)
Mary Quant, na Inglaterra, em 1962 popularizou a minissaia, criando também meias-calças coloridas, blusas caneladas, calças e saias saint-tropez e cintos usados nos quadris. Abriu sua primeira butique Bazaar em 1955 na King´s Road, com a proposta de vender moda jovem de vanguarda de baixo preço. Seu sucesso foi instantâneo.
Mary Quant e seu cabeleireiro, Vidal Sasoon. Corte de cabelo em cincos pontos exatos, uma releitura moderna do clássico corte Chanel. 
Suas saias cada vez mais curtas representavam mais que um modismo era considerado um estilo de vida delirante e ousado. Fez uma maratona de 14 desfiles nas principais capitais americanas em 1965. Mary Quant chegou a criar 28 coleções por ano, estando sua marca em mais de 150 pontos-de-venda na Inglaterra e 300 nos EUA. Em 1966 lançou sua bem-sucedida linha de cosméticos.
Mary Quant promoveu com ousadia a minissaia com meias-calças coloridas e vestidos soltos que expressavam o desejo de liberdade, sendo a primeira marca internacional de designer, criou o moderno merchandising de massa. Mary Quant desenvolveu roupas de baixo inspiradas em roupas esportivas com sua logomarca em forma de margarida na parte de trás das peças, combinou sutiãs com calcinhas estampados com seu gosto alegre. Quanto mais os anos avançavam, suas saias
tornavam-se mais curtas, fazendo o uso de meias-calças generalizado, essas viraram ícones de estilo na década, cobrindo as pernas inclusive nas coxas, região tradicionalmente deixada nua, de tal modo que as cintas-ligas ficaram menos populares.
BIBA
A estilista palestina, radicada em Londres, Barbara Hulanicki, abriu sua loja Biba em 1964 tornando-se um ícone fashion desta década. Suas batas, vestidos rodados com mangas retro e roupas coloridas com grafismos psicodélicos estavam bem ao gosto da juventude da Swinging London dos anos 60 e atraiam visitantes de todo o mundo. 
1967 
OSSIE CLARK (1942-96)
	Estilista nascido em Liverpool, desenhou para a Quorum, uma das butiques londrinas mais famosas do inicio dos anos 1960. Foi responsável pelo lançamento de diversas tendências, como o revival eduardiano. Reconhecido como linha de frente da vanguarda dos swinging sixties, sua habilidade estava associada ao uso de crepe, cetim, jérsei e chiffon. 
	O período de 1965 a 1974 é considerado o seu apogeu, durante os quais ele tinha muitos clientes famosos como Mick Jagger, The Beatles, Marianne Faithfull e Liza Minnelli, entre outros. A imprensa o apelidou de "The King Of King's Road".
Casamento de Ossie Clark com a designer têxtil Celia Britwell,1970. 
Twiggy veste conjunto de Ossie Clark. 
YVES SAINT LAURENT (1936 - 2008) 
É tido como um dos principais designers do século. Sua marca registrada era saber usar muito bem a forma e a cor.
A primeira coleção de Yves Saint Laurent para a Casa de Dior, em 1958, estreou o modelo trapézio, que influenciou muitas mudanças radicais no mundo da moda na época
Yves-Saint Laurent, 1962 e 1963.
Em 1962, Yves Saint Laurent apresenta a primeira coleção...perfeita assimilação da distinção contemporânea. A nova geração deixara de considerar o chique sofisticado como valor supremo. Quem realmente promoveu o prêt-à-porter foi YSL “Costurar é um ofício...um ofício poético, sim, mas um traje bem-feito tem de ser reproduzido”. 
Este vestido tem como referência os quadros do pintor Mondrian.
Yves-Saint Laurent, 1966.
Em 1966, Laurent cria uma coleção prêt-à-porter em fabricação comercial, e não mais adaptado à alta-costura.Todos os costureiros, é claro entrarão na área industrial.
Coleção de YSL, em 1966, inspirada na Pop Art
Yves Saint Laurent, em 1966, cria uma coleção prêt-à-porter em fabricação comercial, e não mais adaptado à alta-costura. 
Com visual safári, a saharienne de 1968 é uma versão sexy e feminina do uniforme dos soldados ingleses, em sua coleção inspirada na África - daí seu nome vir de Saara (em francês, sahara).
Na foto, Veruschka, amiga íntima do estilista e top model de sucesso nos anos 1960 e 1970, veste a peça para editorial. 
Le Smoking criado em 1966 por Yves Saint Laurent, foto de Helmut Newton em 1975. 
FUTURISMO
Funcionalidade com o estilo futurista.
O catsuit, macacão justo fechado com zíper ou botões na frente, era geralmente confeccionado com couro ou tecido sintético, e cobrindo o tronco, pernas e, por vezes, os braços. 
2001: Uma Odisséia no Espaço, 1968. 
Viagem Fantástica 
Viagem Fantástica, 1966. 
PIERRE CARDIN (1922 -)
Considerado como um estilista de vanguarda, Cardin “designer da era espacial”, foi um dos primeiros a valorizar a moda masculina e testar estilos unissex.
Ele foi o primeiro a abrir, em 1959, um espaço de prêt-à-porter numa grande loja de departamentos, o Printemps. 
Cardin 1967
Cardin para Printemps, 1959.
O terno em estilo cilíndrico de Pierre Cardin de 1960, possível inspiração de Douglas Millings, alfaiate dos The Beatles. Design simples, magro e elegante, sem colarinho, refletia uma jovialidade diferente dos ternos largos e tradicionais do homem maduro.
ANDRÉ COURRÈGES (1923-) 
Nos anos 60, Courrèges produziu coleções de prêt-à-porter com design espacial nas roupas.
Engenheiro diplomado e com a experiência de onze anos trabalhando na maison do renomado estilista espanhol Cristobal Balenciaga, imprimiu um caráter geométrico em suas criações.
Courréges introduziu na França o uso da minissaia, a malha colante e o minimalismo do vestuário. Inovou no uso de sintéticos em coloridos primários, suas criações foram rapidamente adaptadas à produção industrial 
PACO RABANNE (1934-) 
É um estilista espanhol radicado na França. 
Na história da moda, Paco Rabanne ficou famoso por suas roupas futuristas, que fizeram o guarda-roupa das modernas da década de 1960. Ele foi um dos estilistas pioneiros a usar matérias como plástico e metais em suas peças e provocou uma revolução na criação da moda.
Barbarella é um série de história em quadrinhos para adultos, criada pelo ilustrador e escritor francês Jean-Claude Forest. A personagem Barbarella é uma aventureira espacial sexy.
Levada às telas de cinema pelo diretor Roger Vadim em 1968, Barbarella virou um filme extremamente popular e transformou a atriz norte-americana Jane Fonda, no símbolo sexual da época. Paco Rabanne foi responsável por alguns figurinos usados pela heroína no filme.
A partir da segunda metade da década de 1960 começa uma forte influência da indumentária oriental, principalmente a indiana, esta tendência convivia com elementos da cultura americana, como franjas de origem Western e calças jeans. Dos brechós emergem roupas velhas, xales, blusas rendadas e uniformes militares. Estas peças, que continham em si próprias uma atitude étnica ou retrô, fizeram parte do estilo dos hippies que provocaram uma estrondosa revolução cultural. 
A meditação transcendental de Maharish Mahesh Yogi influenciou uma nova fase dos Beatles.
O protesto contra a guerra do Vietnam, contagiou a todos. Na foto a cantora Joan Baez.
Jimi Hendrix no festival de Woodstock, 1969.
Grupo de Estilo 
 HIPPIES
O foco da juventude passa de Londres para São Francisco onde se concentravam os arautos do movimento. 
Produção com peças hippies de 1969-72.
The F.I.T. Museum, NY.
Surge a moda unissex, roupas criadas para ambos os sexos, calças coloridas e estampas florais para homens, e calças, jaquetas e coletes para as mulheres. 
Cher e Sonny 
Jimi Hendrix sintetizou o estilo rock / hippie com uma fusão de bordados étnicos, calças justas de veludo, colete e joias, com um penteado afro. (c.1967) 
Afghan coat
Prof. Flávio Bragança
flavio.braganca@uva.br
Referências:
BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.
BOLLON, Patrice. A moral da Máscara: merveilleux, zazous, dândis, punks, etc. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
CALLAN, Georgina O´Hara. Enciclopédia da Moda, de 1840 a década de 90. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 
CATOIRA, Lu. Moda Jeans - Fantasia Estética Sem Preconceito. São Paulo: Idéias & Letras, 2009. 
POLHEMUS, Ted. Streetstyle. London: Thames and Hudson, 1994.
VINCENT-RICARD, Françoise. As espirais da Moda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
SABINO, Marco. Dicionário da Moda. Rio de Janeiro. Elsevier, 2007.
SEELING, Charlotte. Moda – século dos estilistas. Colônia: Konemann, 1999. 	STEELE, Valerie. Fifty years of Fashion: new look to now. Nova York: Yale University Press,1997.
VINCENT-RICARD, Françoise. As espirais da Moda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.86

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