APOSTILA_-_Gestao_Social_e_Ambiental_-_09

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Gestão Social e Ambiental
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O objetivo desta unidade é analisar os conceitos de econdesenvolvimento, desenvolvimento sustentável 
ou sustentabilidade, para compreender historicamente a construção da necessidade de criação de uma 
sociedade sustentável. Além disso, é importante chamar a atenção para os inúmeros problemas enfrentados 
no que concerne a necessidade de formulação de metas gerais para a diminuição da degradação ambiental 
nos países ricos e pobres. 
Ao estudar esta unidade de aprendizagem, você poderá:
 ● Apresentar os conceitos de ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável;
 ● Analisar o papel das organizações na construção da dimensão da sustentabilidade. 
No decorrer deste material você conhecerá diferentes temas. Confira abaixo:
 ● Responsabilidade social ambiental; 
 ● Ecodesenvolvimento;
 ● Desenvolvimento sustentável;
 ● Sustentabilidade;
 ● Justiça social.
Introdução
Objetivo
Tópicos Abordados
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Responsabilidade Social Ambiental
A Revolução Industrial ocorrida em fins do século XVIII e início do século XIX, além de promover grandes 
avanços tecnológicos, mudaram por completo a estrutura social. Naquele momento, havia o consenso 
de que todo resíduo produzido pelas indústrias encontrariam na natureza o seu lugar de escoamento. 
Portanto, não havia preocupação por parte dos industriais e do Estado no que dizia respeito ao processo 
crescente de poluição jogado no meio ambiente. 
Durante praticamente todo o século XIX vigorou a idéia de que a natureza seria uma fonte inesgotável de 
recursos para a sobrevivência do homem. Entretanto, o constante aperfeiçoamento tecnológico após a 
Revolução Industrial e o crescimento acelerado da população, especialmente nos países industrializados, 
demonstrou que os recursos naturais são passíveis de escassez. 
Essa escassez é provocada pelo 
aumento acelerado da população e o 
descarte constante dos resíduos sólidos 
no meio ambiente. 
Na primeira metade do século XX, a 
preocupação com o meio ambiente 
existia, mas sem análises formais e sem 
o devido interesse dos chefes de Estado 
dos países desenvolvidos. 
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No contexto dos anos 1960 em diante, as preocupações com a agressão ao meio ambiente, a 
necessidade de pensar estratégias para resolver o impacto dos desastres ecológicos e criação de 
fóruns de discussão mundial sobre desenvolvimento econômico e tecnológico e a questão ambiental, 
tornaram-se intensas, conforme apontado na unidade 7. 
A intensidade dessas discussões cresceu ao longo dos anos 1980 e tornaram-se palavra de ordem 
para o século XXI.
Diante desse quadro, as discussões em torno do papel social das organizações tornaram-se importantes. 
A idéia de filantropia e caridade que acompanhava a ação empresarial no contexto do processo de 
industrialização cedeu espaço, aos poucos, para mudanças na lógica das estratégias empresariais. 
Além disso, o Estado não conseguiu dar as respostas necessárias para os inúmeros problemas 
ambientais que atingem diretamente a população. Por este motivo, a sociedade civil, devidamente 
organizada (com a criação das ONGs), e as entidades empresariais, passaram a integrar as discussões 
em torno dos problemas sociais e ambientais. 
Assim, a idéia de Responsabilidade Social Empresarial se apresenta como uma estratégia importante 
na construção de novos elementos de competitividade, integração social e preocupação com a questão 
socioambiental por parte das empresas. 
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 09É fato que, no contexto do capitalismo, o desenvolvimento é inevitável. No entanto, o problema 
está na tentativa de conciliar desenvolvimento econômico, resolução dos problemas sociais 
e diminuição da agressão ao meio ambiente. Do ponto de vista conceitual, num primeiro 
momento o desenvolvimento econômico está atrelado à idéia do “darwinismo social”, ou seja, 
na evolução de estágios, pois assim como a natureza, as sociedades humanas deveriam 
evoluir de formas inferiores para superiores. Assim, a sociedade gradativamente deixaria 
de ser rudimentar para assimilar os valores culturais e econômicos típicos da civilização 
altamente industrializada de consumo, considerada única e universal. (Layrargues, 1997). 
É possível observar essa dimensão evolutiva nos estudos que comparam os países altamente desenvolvidos 
com os chamados países de Terceiro Mundo (subdesenvolvidos ou em desenvolvimento; ricos e pobres; 
centro e periferia). 
No geral, essa forma de identificar as sociedades, do ponto de vista econômico, foi estrategicamente 
criada por organizações internacionais (ONU, OCDE, Banco Mundial), cuja finalidade era criar um discurso 
ideológico de neutralidade para estabelecer uma escala de modernização, que começa nos países menos 
avançados até chegar aos países altamente industrializados.
Fatos Históricos
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Ecodesenvolvimento
Assim, difundiu-se a idéia de que o Terceiro Mundo, marginalizado do sistema mundial, deveria integrar-se 
a ele. Desse modo, nos anos 1960, a ONU dedicou-se ao desenvolvimento dos países subdesenvolvidos 
com a transferência de recursos financeiros e tecnológicos. Em seguida, O Banco Mundial e o FMI, 
incentivaram a abertura econômica do Terceiro Mundo, acreditando no aumento dos padrões de vida 
nessas localidades, influenciados pelos resultados positivos dos Tigres Asiáticos (China e Japão). 
Os EUA assumiram o status de “boa sociedade desenvolvida”, e no imaginário social acreditava-se na 
eficiência do “jeito americano de ser”. Essa dimensão transformou o estilo de vida norte-americano no 
referencial que o Terceiro Mundo deveria seguir. O resultado disso foi a integração dos países recém 
saídos do regime colonialista europeu (portanto, na condição de subdesenvolvimento), na chamada 
divisão internacional do trabalho.
Essa divisão internacional do trabalho diz respeito à inserção maciça das multinacionais nesses países, 
cuja mão-de-obra era mais barata, os recursos naturais abundantes e a energia subsidiada. 
Dessa forma, o desenvolvimento tornou-se dependente, pois a matriz dessas empresas permaneceu nos 
seus lugares de origem (nos países desenvolvidos). E, ainda, essas organizações não se submetem às 
questões culturais do país, e sim à lógica do mercado internacional.
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O resultado do texto que vimos na tela anterior e configurado ao longo de pouco mais de 40 anos (dos anos 
1960 até o limiar do século XXI), não resolveu os problemas sociais dos países ocidentais e não diminuiu 
a pobreza inerente dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (do chamado Terceiro Mundo). 
Aliado a estas discussões, o conceito de desenvolvimento passou a ceder espaço para outra forma de 
compreensão dos problemas sociais, especialmente aqueles relacionados ao perigo da degradação 
ambiental e, por conseguinte, à extinção dos recursos necessários para a sobrevivência humana. 
Num primeiro momento, assimilou-se o conceito de Ecodesenvolvimento, lançado por Maurice 
Strong em 1973. 
Nessa conceituação, a idéia seria adaptar o desenvolvimento às áreas rurais do Terceiro Mundo, conciliando 
recursos locais sem comprometer o esgotamento da natureza.Em 1974, na Declaração de Cocoyoc no México, as cidades do Terceiro passaram a ser integradas no 
ecodesenvolvimento. 
Na década de 1980, o economista Ignacy Sachs, reavalia o conceito de ecodesenvolvimento e cria 
estratégias baseada em três dimensões:
Dessa forma, Sachs lançou um alerta à atuação ilimitada do mercado, deixando claro que o crescimento 
econômico e a modernização tecnológica poderiam levar a sociedade há dois caminhos:
Mal desenvolvimento (crescimento econômico ignorando os impactos sociais e ambientais).
Desenvolvimento dessa forma, a melhor estratégia seria conjugar crescimento econômico, com justiça 
social e respeito ao meio ambiente. 
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Desenvolvimento Sustentável
Em 1983, a ONU produziu um relatório, intitulado “Nosso Futuro Comum”, cuja finalidade era propor estratégias a 
longo prazo para construir um desenvolvimento sustentável, a partir do ano de 2000.
Nessa proposta, a intenção era criar espaços de cooperação entre os países desenvolvidos e os que estão em 
outra fase (menos avançada) de desenvolvimento, para que a preocupação com o meio ambiente assumisse 
lugar de destaque nas agendas dessas nações. 
É a partir desse relatório, que o conceito de desenvolvimento sustentável foi delineado. A principal ênfase desse 
documento estava nas conseqüências da pobreza sobre o meio ambiente e, portanto, pensar as resoluções para 
a degradação ambiental perpassava, também, pela conscientização de que os problemas sociais (especialmente 
os do Terceiro Mundo) deveriam receber a devida atenção dos Estados e dos órgãos internacionais. 
Mais do que lançar metas para ser seguida pelas nações, a dificuldade apontada por alguns especialistas está, 
justamente, nas disparidades socioeconômicas entre os países do mundo. A chamada crise de produção, típica 
das sociedades capitalistas, com a inserção do modelo neoliberal, retirou o Estado de cena e atribui ao mercado 
a condução da competitividade. Dessa forma, também as questões ambientais são regidas pela dimensão 
mercadológica, postulada pela idéia de desenvolvimento sustentável.
Outro problema está na discussão sobre justiça social, cuja expectativa estaria na necessidade de melhor o padrão 
de vida dos países pobres. Entretanto, se as sociedades elevarem seus padrões de vida ao nível do estilo de vida 
norte-americano, o impacto negativo ecológico seria inevitável. Ou seja, a elevação do consumo mundial provocaria 
uma nova pressão no uso de recursos naturais e produção de elementos degradantes para o meio ambiente. 
É importante destacar que os conceitos de ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável 
apresentam semelhanças. Ambos assimilam a idéia de preservação ambiental para as 
gerações futuras como um princípio ético e profundamente necessário. A idéia é, portanto, a 
criação de sociedade sustentável. Na atualidade, essas dimensões também assinalam outras 
interpretações. Os inúmeros debates promovidos por organizações mundiais, bem como as 
metas gerais lançadas nesses eventos, conferências e reuniões sobre a questão ambiental, 
não alcançam efetivamente os resultados esperados. 
Importante
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Sustentabilidade
Por um lado, o século XXI, adotou a questão da sustentabilidade como elemento fundamental para a manutenção 
da vida na terra. Não é por acaso que a sociedade civil (através de ONGs) e as discussões dentro das empresas, 
chamam constantemente a atenção para a necessidade de elaboração de projetos e iniciativas sustentáveis. 
As estratégias empresariais, do ponto de vista da competitividade, perpassam necessariamente pelo grau de 
intervenção que os projetos sociais e ambientais lançados pelas organizações.Nesse contexto, a gestão ambiental 
assumiu um papel de destaque, em termos de vantagem competitividade, baseada nos seguintes fatores:
 ● 1º A partir das exigências normativas (leis), as empresas melhoram o seu desempenho ambiental, 
pois melhoram sua imagem com os clientes e a comunidade em geral.
 ● 2º Os produtos passam a ser delineados de acordo com as exigências ambientais, tornam-se mais 
flexíveis e com custo menor e vida útil maior.
 ● 3º Redução de consumo de recursos energéticos e, por conseguinte, redução nos custos da produção.
 ● 4º Redução ao mínimo de material utilizado por produto, que levam a redução dos custos da matéria-
prima e do consumo de recursos naturais.
 ● 5º Utilização cada vez maior de processos de reciclagem.
 ● 6º Otimização das técnicas de produção, melhoria na capacidade de inovação, redução das etapas 
de processo produtivo e melhor uso do tempo de entrega do produto e, por conseguinte, diminuição 
do impacto ambiental do processo.
 ● 7º Otimização do espaço nos meios de transporte e a diminuição do uso da gasolina, promovendo 
menor lançamento de gases tóxicos no meio ambiente. (Dias, 2009: 52-53)
No Brasil, a Responsabilidade Social traduz-se nas inúmeras tentativas de adequação dos 
empresários às leis ambientais e a busca de alternativas que possam diminuir os impactos 
socioambientais promovidos pela necessidade do avanço tecnológico e econômico.
Exemplo
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A sustentabilidade, portanto, em seus conceitos e usos estratégicos, tende a criar na sociedade, discussões 
que possam traduzir-se em planejamentos positivos para o controle e a diminuição de ações que aceleram a 
degradação ambiental. 
A sociedade do consumo, baseada na necessidade incessante de produzir cada vez mais de acordo com a 
demanda do mercado, cede espaço para a promoção de alerta e criação da educação ambiental, tecnologia 
para a reciclagem, políticas públicas de intervenção nas esferas sociais e ambientais, criação de protocolos 
internacionais e promoção de estratégias de controle e prevenção de desequilíbrio ecológico. 
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Avaliação a Distância
Responda Certo ou Errado.
1 - Quais são as semelhanças entre os conceitos de ecodesenvolvimento e desenvolvimento 
sustentável?
Ambos assimilam a idéia de preservação ambiental para as gerações futuras como um princípio 
ético e profundamente necessário. A idéia é, portanto, a criação de sociedade sustentável.
2 - Quais são as prerrogativas do relatório produzido pela ONU, intitulado “nosso futuro comum”, 
em 1983?
Em 1983, a ONU produziu um relatório, intitulado “Nosso Futuro Comum”, cuja finalidade era propor 
estratégias a longo prazo para construir um desenvolvimento sustentável, a partir do ano de 2000.
Respostas - 1 - A. 2 - A
A - Certo
A - Certo
B - Errado
B - Errado
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3 - Quais são as prerrogativas do relatório produzido pela ONU, intitulado “nosso futuro comum”, 
em 1983?
Nessa proposta, a intenção era impedir a criação de espaços de cooperação entre os países 
desenvolvidos e os que estão em outra fase (menos avançada) de desenvolvimento, para que a 
preocupação com o meio ambiente não assumisse lugar de destaque nas agendas dessas nações.
Quais são as prerrogativas do relatório produzido pela ONU, intitulado “nosso futuro comum”, em 
1983?
A principal ênfase desse documento estava nas conseqüências da pobreza sobre o meio ambiente e, 
portanto, pensar as resoluções para a degradação ambiental perpassava, também, pela conscientização 
de que os problemas sociais (especialmente os doTerceiro Mundo) deveriam receber a devida atenção 
dos Estados e dos órgãos internacionais.
Respostas - 3 - B. 4 - A, 5 - acesse o ambiente e veja e resposta comentada.
A - Certo
A - Certo
B - Errado
B - Errado
5 - Por que as discussões sobre o papel social das organizações tornaram-se fundamentais a partir 
dos anos 1980?
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Atividade Obrigatória
A partir da leitura desta unidade e do artigo “Cuidar do Lixo, Cuidar do Planeta”, disponível na página http://
diplo.org.br/imprima2710 , faça uma análise crítica sobre o tema “sustentabilidade”. 
Síntese
Em síntese, a sustentabilidade, na condição de elemento de discussão fundamental na atualidade, apresenta 
certa dificuldade em sua conceituação. Desde os anos 1960, as discussões acerca do desenvolvimento 
econômico e o impacto social e ambiental provocado por ele, é tema de vários trabalhos acadêmicos e 
preocupação dos órgãos mundiais, conforme apontando nesta unidade. É importante destacar que, na 
perspectiva empresarial, a sustentabilidade e as questões ecológicas assumiram posição de destaque. Por 
um lado, o Estado, ao criar uma legislação para que as empresas assumam suas devidas responsabilidades 
(sociais e ambientais), incorporam a necessidade de atuação intensa das organizações no processo de 
construção de uma sociedade sustentável, ou seja, de preservação ecológica para as gerações futuras. 
 ● Dias, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 1ª Ed. São Paulo: 
Ed. Atlas. 2009.
 ● Layrargues, Philippe Pomier. Do ecodesenvolvimento ao desenvolvimento sustentável: evolução de 
um conceito? In: Proposta, 25 (71): 5-10. 1997.
 ● Tachizawa, Takeshi; Andrade, Rui Otávio Bernardes de. Gestão Socioambiental Estratégica: 
estratégias na nova era da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Campus. 2008. 
Bibliografia Recomendada