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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA AULA 01 – DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO Os recursos financeiros são obtidos através de receitas originárias e derivadas . Atualmente, a concentração das receitas do Estado provém das receitas derivadas. Direito Tributário: Regula a atividade financeira do Estado no que se refere à tributação. Ramo do Direito publico que rege as relações entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas (tributos). Relação jurídica entre um sujeito ativo (físico) e um sujeito passivo (contribuinte ou responsável), envolvendo uma prestação (tributo). Direito Financeiro: Toda atividade financeira do Estado menos tributação e fiscalização. Ramo das Ciências Jurídicas que trata das relações que dizem respeito às finanças publicas (O Estado exerce sobre o cidadão, a imposição do dever e obrigação de contribuir com a inserção de dinheiro nos Cofres Publicos). Orçamento: É o ato complexo dos poderes executivo e legislativo que prevê e fixa despesas e receitas para um determinado período, instrumentalizando assim, o poder executivo de recursos monetários - a receita pública - para atendimento das necessidades públicas, satisfazendo-as através das despesas públicas. Sendo assim, a principal matéria-prima utilizada para a elaboração da proposta de orçamento é buscada em elementos integrantes do sistema de planejamento. O Poder Executivo é o responsável pela elaboração da proposta orçamentária. O orçamento, sendo um só, deve atender também aos Poderes Legislativo e Judiciário. Considerando que os três Poderes são independentes e harmônicos, as propostas parciais das unidades orçamentárias do Legislativo e Judiciário são negociadas em um nível superior àquele que vigora para os setores do Executivo. PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA encaminhada do Poder Executivo ao Poder Legislativo: - Mensagem com exposição circunstanciada da situação econômico-financeira; - Projeto de Lei do Orçamento; - Tabelas Explicativas - Na tabela deve constar o comportamento da receita e da despesa de diversos exercícios; - Especificação dos programas especiais custeados por dotações globais; - Descrição sucinta das principais finalidades de cada unidade administrativa com a respectiva legislação - O Artigo 163 e incisos da Constituição Federal atual, determina que a lei complementar deverá possuir um conteúdo normativo mínimo para abranger normas de orçamento, receitas, despesas públicas e crédito público. CREDITO - captação de recursos pecuniários, na figura de empréstimos, para pagá-los no prazo e nas condições acordadas a curto, médio e longo prazo. O Estado documenta-o em papéis de crédito público de vários tipos, tais como Bônus do Tesouro, Letras do Tesouro, Apólices da Dívida Pública, Títulos da Dívida Agrária etc. A partir do Século XX, observa-se um crescimento em relação às despesas públicas para manter um processo de evolução em relação à manutenção da vida como, por exemplo: • introdução de novas tecnologias; • avanço industrial; • surgimento de novos empreendimentos; • relação internacional com outros Estados no campo da exportação e importação. O bem comum é a principal finalidade do Estado para satisfazer as necessidades públicas. Para obter os recursos necessários, o Estado utiliza do seu poder soberano, ou seja, o direito de tributar pelo qual pode fazer derivar para seus cofres uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas a sua administração, originando as receitas derivadas. Mas, não é só de receitas derivadas que sobrevive o Estado para suprir uma demanda em relação às despesas públicas, ele também utiliza receitas originárias, provenientes do patrimônio do Estado, através de aluguéis, vendas, leilões etc. A Receita Pública é a soma de ingressos, impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos arrecadados para atender às Despesas Públicas. As receitas derivadas originam-se do patrimônio do particular, cujo regime jurídico é de Direito Público, com características de um Estado que usa o seu poder e obriga o particular a contribuir em dinheiro através dos tributos, multas, penalidade etc. As receitas originárias são provenientes do patrimônio do Estado, cujo regime jurídico predominante é de Direito Privado, e tem como característica principal o Estado explorando seu próprio patrimônio. O Ingresso Público significa todo dinheiro recolhido aos cofres públicos, mesmo sujeito à restituição e compreende as importâncias e valores realizados a qualquer título: • os tributos, que são impostos, taxas e contribuição de melhoria; e • as rendas da atividade econômica do estado (preços), que são ingressos ou entradas (não restituíveis) e as fianças, cauções, empréstimos públicos (restituíveis). A destinação de Receita Pública, para fins de aplicação, é dividida da seguinte forma: Destinação Vinculada: Processo de vinculação de fonte na aplicação de recursos em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela legislação vigente. Destinação Ordinária: Processo de alocação livre de fonte parcial ou totalmente não vinculada à aplicação de recursos para atender às finalidades gerais do ente. A despesa pública é a utilização de dinheiro do erário público para objetivos públicos. "ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de lei" As despesas correntes são usadas para manter serviços anteriormente instituídos. Inclui: - Despesas de custeio, em que considera as dotações destinadas à manutenção de serviços já existentes, inclusive as que devam atender à conservação e adaptação de imóveis. Exemplos: despesas com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e outros encargos, não incluídas em despesas específicas. - Despesas ou transferências correntes, estão descritas nos parágrafos 1º ao 3º do mesmo artigo da mencionada lei. As despesas de capital são as despesas públicas de investimentos para execução de obras, inversões financeiras para aquisição de imóveis, etc. Exemplos: Investimentos, Transferências de capital. O Poder Público controla a execução orçamentária, ou seja, controla as despesas através de Controle Interno(executado pelo poder Executivo para diligenciar que os administradores sejam capacitados, impedindo interferências) e Controle Externo(executado pelo Poder Legislativo através do Tribunal de Contas). Síntese da Aula 1 – Direito Tributário e Financeiro Nesta aula, você: • compreendeu as principais diferenças entre direito financeiro e direito tributário, sob o aspecto da atividade financeira do estado; • aprendeu as principais receitas a serem entregues aos Cofres Públicos, para que o Estado possa promover o Bem Comum a todos da sociedade; • aprendeu sobre as funções das arrecadações; - analisou a classificação das Receitas Públicas Originárias e das Receitas Públicas Derivadas. OBS: De acordo com o artigo 165 da Constituição Federal vigente, qual a Lei, dentre as indicadas, compõe o rol das leis orçamentárias que deverão ser propostas para regular as finanças do Estado. Os orçamentos anuais, As diretrizes orçamentárias e O plano plurianual. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – AULA 02 Direito Constitucional Tributário e Hermenêutica Tributária A competência para legislar sobre o direito tributário: Significa o poder determinado pela Carta Magna atribuindo poderes para editar leis sobre os tributos e as relações jurídicas decorrentes da aplicação das mesmas. Competência Tributária: É o poder estabelecido na própria Constituição a quem deverá editar as leis que instituam tributos. parcela do poder de tributar conferida pela Constituição a cada ente político para criartributos; aptidão para criar, in abstracto, tributos; limite do poder fiscal para legislar e cobrar tributos. O Código Tributário Nacional surgiu justamente do exercício da competência para legislar sobre direito tributário. A União o editou, abordando a lei de normas gerais sobre a matéria tributária. A partir deste momento, foi no exercício da competência tributária, que a União institui, por meio de lei, o imposto sobre importação, exportação, rendas e proventos, COFINS etc. Em relação à competência para legislar sobre direito tributário, os constitucionalistas utilizaram técnicas através de repartição constitucional de competência legislativa, baseando o raciocínio no Artigo 22, I CRFB, que estabelece a competência privativa à União. Compete à União editar normas gerais sobre a matéria tributária, pois caso contrário, os Estados e o Distrito Federal não teriam a competência legislativa para atender as necessidades necessárias. Constituição Federal não criou os tributos, apenas estabeleceu a competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem através de lei. Assim, não é a Constituição Federal que obriga o pagamento de um tributo, mas a lei. A Competência tributária é o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos, visto que a CF não cria tributos, apenas outorga competência para os entes da federação, para que os mesmos façam por meio de leis próprias. Espécies de Competência Tributária: Competência Comum: é a que possibilita a cobrança das “taxas” e “contribuição de melhorias” pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, evidentemente dentro das respectivas competências de atuação. Competência Cumulativa: A regra decorre das peculiaridades dos Territórios e do Distrito Federal, conforme determina os Artigos 32; 155 e 156 da CRFB. Competência Privativa: ocorre quando apenas uma pessoa política pode tributar determinado fato, excluindo-se a competência dos demais entes (ex.: IPI). Os empréstimos compulsórios (Artigo 148, CRFB); Contribuições Especiais (Artigo 149, CRFB); Contribuições Previdenciárias e as Contribuições de Iluminação Pública, também podem ser denominadas de privativas. Competência Residual: É o poder de instituir outros tributos não previstos na Constituição Federal, em seus Artigos 153, 154 e 155. No Brasil, somente a União detém a competência residual, nos termos do Artigo 154. Competência Legislativa: Dividida em Legislativa Plena e Supletiva / Suplementar. A plena é o poder de legislar sobre todos os aspectos do tributo, tais como fato gerador, base de cálculo, alíquota, contribuintes etc. Já a supletiva ou suplementar, é atribuída aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munícipios para, nas suas respectivas esferas, editarem normas complementares. Competência Concorrente: É a competência atribuída pela Constituição Federal aos três níveis de governo para legislar sobre direito tributário, conforme o Artigo 24. A Constituição Federal atribui a competência em matéria tributária e traça os contornos gerais do Estado nas suas três esferas de poder. Como expressão pura desse pacto, distribui as competências tributárias entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, formando, juntamente com os princípios e as normas de direito tributário, o Sistema Tributário Nacional. As limitações à competência tributária, consistem em princípios e normas jurídicas, consubstanciadas em vedações constitucionais, que têm por objetivo a garantia do cidadão contra o abuso do poder de tributar do Estado. Os princípios constitucionais são "aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Isto só é possível na medida em que estes não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua força sobre todo o mundo jurídico". As limitações constitucionais ao poder de tributar são consideradas como verdadeiros Princípios Constitucionais Tributários. São Princípios Constitucionais Tributários: • Princípio da legalidade; • Princípio da isonomia; • Princípio da irretroatividade e da anterioridade; • Princípio da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária. Características da Competência Tributária Inalterabilidade - A Constituição Federal atribuiu competência tributária, por exemplo, aos Estados-membros para instituir impostos sobre causa mortis (Artigo 153, I, CF), e, à União para instituir impostos sobre importação de produtos. Indelegabilidade e Irrenunciabilidade - O Artigo 7º do CTN dispõe que a competência tributária é indelegável, o que, não obstante, inviabiliza a delegação de uma pessoa jurídica de direito público a outra, mediante convênio, as funções de arrecadar, fiscalizar, executar leis, serviços. Incaducabilidade - o eventual não exercício da competência tributária não a defere a qualquer outra pessoa jurídica de Direito Público diversa daquela a quem a Constituição haja entregue referida competência". Facultatividade - A facultatividade do exercício da competência é um dos pressupostos da competência tributária, "em razão do que a falta de seu exercício não lhes afasta o direito assegurado pela Constituição, que não estabeleceu qualquer espécie de perda em razão de mera inércia legislativa". Privatividade - União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios gozam de privatividade para instituir, cobrar e fiscalizar o tributo de sua competência. Principais artigos da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro: 1º Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 2º Trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes. São eles: • Critério Hierárquico; • Critério Cronológico; • Critério da Especialidade. Sobre a vigência de uma lei O legislador tem o poder discricionário para determinar o termo inicial da vigência de uma lei. A LICC deve ser utilizada para a vigência da legislação tributária (Artigo 101, CTN), desde que o instrumento legal não seja uma norma complementar (Artigo 103, CTN), ou que não seja uma lei tratando das hipóteses previstas no Artigo 104 do CTN, pois para esta última, deve-se respeitar o princípio da anterioridade. O período de tempo transcorrido entre a publicação da lei e o marco inicial da sua vigência é chamado de vacatio legis. Este lapso temporal somente não correrá caso a lei entre em vigor na data de sua publicação. Sobre a aplicação da lei A aplicação da lei deve respeitar, no geral, o princípio da irretroatividade. Aplica-se, normalmente, a lei no que se concerne aos fatos futuros (princípio da irretroatividade da lei) e aos pendentes, assim compreendidos como aqueles cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se completado, conforme Artigo 105 e 116 do CTN. O intérprete não cria, apenas limita- se a declarar o alcance e o significado da norma. Sobre a integração da lei A integração da legislação tributária, por sua vez, consiste em não se permitir que nenhum evento do mundo real não se inclua nas previsões legais. Pode-se afirmar, que a integração é uma atividade “criadora”, mas, vinculada a normas pré-existentes. Conclusão A vigência da legislação tributária no Código Tributário Nacional, tem sua determinação no Artigo 101, do CTN. Objetivando a interpretação da vigência espacial, que tem por fim revelar qual o âmbito territorial cada norma integrante da legislação tributária vigora, cada ente federativo possui um território claramente demarcado, em que as normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos territóriodos demais. Já o Artigo 102, do CTN, determina a regra da territorialidade. Em relação à vigência temporal da legislação tributária, pode-se verificar de imediato ou após um lapso de temporal no próprio texto legal, denominado vacatio legis, com base no Artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil. Publicada uma lei tributária, a vigência se dará de acordo com a cláusula própria que deve constar do texto legal, no caso de inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarentena e cinco dias após a data de publicação para o início da vigência. Os Artigos 100 e 103, do CTN dispõem sobre as regras de vigência das normas. Por isso, o estudo da capacidade tributária, da legislação tributária e sua aplicação no nosso ordenamento, deve ser entendido em conformidade com os princípios tributários e com as fontes do direito para poder verificar a proteção ao contribuinte cidadão. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA AULA 03 – TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO Obrigação Tributária constitui-se em dois tipos de obrigação: Principal: É a prestação a qual se obriga o sujeito passivo, sendo de natureza patrimonial. É sempre uma quantia em dinheiro, ou seja, uma obrigação de dar dinheiro, de pagar. O não pagamento enseja em uma penalidade pecuniária. Acessória: É uma obrigação de fazer, um dever e é sempre não patrimonial. Por exemplo, emitir nota fiscal, escriturar livros, inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ. A relação entre o Estado e o particular, sujeitos à tributação, não é uma relação de poder, mas sim uma relação jurídica, de natureza obrigacional. A lei descreve um fato, e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém e o Estado. Ocorrido o fato, que recebe o nome de fato gerador ou fato imponível – nasce a relação tributária, que compreende no dever de alguém (sujeito passivo da obrigação) e o direito do Estado (sujeito ativo da obrigação). O código tributário nacional, diferencia obrigação tributária e crédito tributário: A Obrigação Tributária é o primeiro momento da relação tributária. Seu conteúdo ainda não é determinado e o sujeito passivo não está formalmente identificado. Por isso mesmo ainda não é exigível e seu campo é abstrato. Já o Crédito Tributário decorre da Obrigação Tributária e tem a mesma natureza desta, surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza. O campo do Crédito Tributário é materializado, então torna-se aquilo que era ilíquido e incerto, em líquido e certo. A obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” A Obrigação Acessória descumprida é fato gerador de uma Obrigação Principal. As fontes da Obrigação Tributária são: a lei (fonte formal) e o fato gerador (fonte material). Fato Gerador da Obrigação Acessória: É qq situação que na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou abstenção de ato que não configure como principal. Ex: Vender mercadorias. Obrigação principal: pagar o ICMS, Obrigação Acessória: emitir nota fiscal. Fato Gerador da Obrigação Principal: é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua concorrência, a saber: Situação: fato ou conjunto de fatos; Definida em Lei: é matéria de reserva legal. Só lei em sentido estrito pode descrever, definir, situação cuja ocorrência gera obrigação tributária principal; Necessária: é indispensável que ocorra a situação descrita em lei, para surgir a obrigação tributária; Suficiente: basta ocorrer o fato previsto em lei para que surja a obrigação tributária principal. Fato Gerador e Hipótese de Incidência: a hipótese designa a descrição contida em lei, da situação necessária e suficiente da obrigação tributária. Considera consumado quando ocorre: Situação de Fato: desde o momento em que se verifiquem as circunstancias materiais necessárias a que produza os efeitos que lhe são próprios; Situação Jurídica: desde o momento em que tal situação jurídica esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável. (exemplo: ser proprietário de um bem). Quem são as pessoas da obrigação tributária ? São eles: Sujeito Ativo: pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento (Artigo 119 do CTN). É aquele que, por exemplo, pode promover execução fiscal, arrecadar ou fiscalizar tributos, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. São Pessoas de Direito Privado. As pessoas naturais não podem ser qualificadas como sujeitos ativos de obrigação tributária. Sujeito Passivo: pessoa natural ou jurídica que tem o dever de cumprir a obrigação principal, que é pagar, contribuir. Contribuinte: quando tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; Responsável: quando, sem revestir condição de contribuinte, sua obrigação decorra de Lei. E quem são os responsáveis tributários ? Sucessão Imobiliária; • Sucessão Causa Mortis; • Sucessão Comercial (Artigo 132 do CTN); • Responsabilidade de Terceiros - quando houver impossibilidade da exigência da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos; os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados;os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; No campo da Obrigação Tributária, estamos diante da questão tributária ilíquida e incerta, já no Crédito Tributário estamos no campo líquido e certo, materializando a obrigação tributária principal. Para realizar o Crédito Tributário, é necessário que o Estado realize um procedimento administrativo denominado Lançamento para constituir um Crédito em seu favor. A partir do Lançamento, poderá exigir o objeto da prestação obrigacional, o pagamento do tributo ou da penalidade e identificar o sujeito. A lei descreve a hipótese em que o tributo é devido e, ocorrendo a situação descrita na norma (fato gerador), surge a Obrigação Tributária. Crédito Tributário - É o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado pode exigir do particular o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica, se extingue, tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos na Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade. A constituição do Crédito Tributário é de Competência Privativa da Autoridade Administrativa, ou seja, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Lançamento - É o procedimento administrativo que busca verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular ou, por outra forma, definir o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Só pode ser alterado em virtude de: • impugnação do sujeito passivo (fase contenciosa); • recurso de ofício; • iniciativa da própria autoridade administrativa, nos caso previstos em lei (Artigo 149 do CTN). São três as modalidades de lançamento: • de Ofício; • por Declaração; • por Homologação. Pontos importantes que podem modificar o crédito tributário: Suspensão do Crédito Tributário; Extinção do Crédito Tributário; Exclusão do Crédito Tributário. LT – AULA 04 - Direito Tributário: Conceito e Classificação de Tributos Tributo é uma prestação pecuniária (em dinheiro) e compulsória (obrigatória) que não constitua sanção de ato ilícito (contrárioà lei) instituído em lei (só a lei cria tributos) e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, a lei diz como o tributo deve ser cobrado. A CF cita cinco espécies tributárias: 1 – Taxa - É um tributo que pode ser cobrado em razão do exercício efetivo do poder de polícia (poder da administração de limitar e disciplinar direito, interesse ou liberdade) e, ainda, pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos prestados ou colocados a sua disposição. Ex: Inspeção Sanitária – cobrada por alguns municípios que quando, efetivamente, utilizando o seu "poder de polícia", fiscalizam as instalações sanitárias de bares e restaurantes. Coleta de Lixo – também de competência dos municípios, é cobrada a partir de uma contraprestação por parte da Administração Pública de prestar efetivamente o serviço de limpeza e coleta de lixo. Serviços Efetivamente – quando o serviço for realmente utilizado pelo contribuinte a qualquer título; Serviços Potencialmente – só pelo fato do serviço estar a disposição do contribuinte mesmo que não seja utilizado, já é passível de cobrança de taxa. Ex: taxa de incêndio. Serviços Específicos - O pagamento deste tipo de taxa é vinculado a uma atividade administrativa específica. Serviços divisíveis - Quando cada contribuinte puder utilizar o serviço separadamente e, este uso, também puder ser apurado. 2 – Contribuição de Melhoria – este tributo é cobrado para custear obras públicas de que decorra valorização imobiliária, ou seja, se a ADM publica faz uma obra, e como consequência, o imóvel passa a ter um maior valor de mercado, o poder publico, respeitando os limites da CF e do CTN, pode cobrar pela mesma. 3 – Imposto - É um tributo cujo fato gerador da obrigação de pagar é uma situação independe de qualquer atividade estatal específica em relação ao contribuinte, utilizado para gerar riqueza para o poder publico. O que se arrecada com o tributo é usado para fazer frente às despesas gerais, como por exemplo: • pagamento de servidores; • construção de escolas, estradas e hospitais. 4 – Empréstimo Compulsório - a União, nos casos de enchentes, guerra externa ou sua iminência, e investimento publico urgente e relevante, poderá obrigar a população ou parte dela a emprestar-lhe dinheiro com a promessa de devolvê-lo após o período determinado. 5 – Contribuições parafiscais (ou especiais) – são tributos competentes à União. São estes: Contribuição Social (PIS): existe previsão constitucional para que os Estados, o DF e os Municípios possam instituir contribuições sociais. Contribuição de intervenção no domínio econômico: Contribuição para controle de produção de açúcar, café, laranja, etc. Contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas: Contribuições para a OAB. Os tributos podem ser instituídos pela União, Estados, Municípios e o Distrito Federal podem, por lei, instituir os tributos de sua competência. Esta competência é dada pela CF. O Tributo em etapas: 1 - Prestação Pecuniária Compulsória - Prestação em dar dinheiro de forma obrigatória, de pagar. 2 - Em moeda corrente ou cujo valor nela se possa exprimir - Tal obrigação deve ser feita em dinheiro. 3 - Que não constitua sanção de ato ilícito - Tributo não é multa, visto que sanção de ato ilícito é multa, ou seja, penalidade pecuniária e não tributo. 4 - Instituído por lei - Em regra, um tributo é cobrado através de lei ordinária, seja federal, estadual ou municipal. Decretos e portarias nunca poderão criar tributos. 5 - Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada - O poder de tributar é de competência do Estado e somente ele poderá cobrar tributos. O mesmo determina as finalidades a serem designadas. Função dos Tributos: Fiscal – criado com uma única finalidade. Ex: IPVA, ICMS, ISS, IR. Para Fiscal – cobrado para cobrir despesas de determinadas atividades estatais. Ex: PIS, PASEP, COFINS, INSS, CSLL. Extrafiscal – principal finalidade é equilibrar a economia. Ex.: II, IE, IOF. AULA 05 – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Legislação é um conjunto de normas que regula determinado ramo do direito. O Artigo 96 do CNT não específica qual o tipo de lei, então a interpretação pode estender as leis complementares, ordinárias e delegadas, mas a maioria dos tributos no Brasil são cobrados mediante lei ordinária. É importante saber que: • a criação de um tributo, com base no princípio da legalidade, somente poderá ser feita pela lei, bem como sua extinção. Lei ordinária federal, municipal ou estadual. • o aumento ou a redução de um tributo somente serão possíveis através de lei. Por exemplo, se a União for aumentar o IR (Imposto de Renda), necessita de uma lei ordinária federal, aprovada pelo Congresso Nacional. • o fato gerador da obrigação tributária principal também será feito por lei, já é a situação jurídica que, se praticada, acarretará uma obrigação fiscal, seja principal (pagamento) ou acessória (obrigação de fazer e não fazer). Por exemplo, se uma pessoa tiver um carro terá que pagar o IPVA, porque existe uma lei ordinária do Estado do Rio de Janeiro estabelecendo que esta situação é um fato gerador para o pagamento do tributo devido, identificando o sujeito e a matéria tributável. • a base de cálculo e alíquota somente poderão ser fixadas por lei. A LICCB (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro), Decreto-lei 4.657 de 4/09/1942, lei de Ordem Pública aplicável a todos os ramos do direito, é a regra geral aplicada ao direito tributário por força do Artigo 101 do CTN, ressalvados em especial, os Artigos 103 e 104 do CTN. Artigo 1º - Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Artigo 2º - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue; Artigo 3º - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Artigo 4º - Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Artigo 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Artigo 6º - A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. O Artigo 2º da LICCB trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes: Critério Hierárquico - Uma lei de superior hierarquia revoga a lei de inferior hierarquia. A de nível mais alto, qualquer que seja a ordem cronológica, terá prevalência em relação à de nível mais baixo. Critério Cronológico - Se duas normas forem conflitantes, e do mesmo nível ou escalão, prevalecerá a que foi editada por último. Critério da Especialidade - O tipo geral está contido no especial, ou seja, a norma especial contém todos os elementos da geral, mais um, que é a diferença específica. Sobre a existência da regra jurídica: Além da vigência, pode-se também falar do conceito de existência da regra jurídica. VÁLIDA - se obedecidas as condições formais (órgão competente) e materiais (ratione materiae) de sua produção e consequente integração no sistema; ou INVÁLIDA - caso contrário, contudo, a regra inválida existe e produz eficácia. Vigência ou eficácia jurídica: incidir/juridicizar o fato ocorrido no mundo real que anteriormente foi previsto em abstrato. Eficácia social ou efetividade: é a repercussão dos efeitos normativos ocorridos no mundo real, na ordem dos fatos sociais, por força da incidência que produz efeito na realidade. Não existe fato gerador pendente. Ou o fato gerador ocorre ou não ocorre. A leido IR só poderá incidir sobre fatos não apenas futuros, mas, além disso, ocorridos em exercícios futuros. A lei nova que tenha reduzido a alíquota de certo tributo, só se aplica para o futuro, sendo vedada aplicá-la ao passado, exceto se houver expressa previsão legal no corpo da mesma. Retroatividade benigna em matéria de infrações – aplicação retroativamente a lei nova, quando mais favorável ao acusado do que a lei vigente à época da ocorrência do fato, prevalece assim, a lei mais branda. Interpretação x Integração Interpretação: O intérprete visa estabelecer premissas para o processo de aplicação da norma com recursos na argumentação retórica dentro do sentido possível do texto; Integração: O operador do direito se vale de argumento de ordem lógica, como a analogia o argumento a contrário, bem como os previstos, LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – AULA 06 – FATO GERADOR E SUJEITO PASSIVO Fato Gerador – é um fato gerado praticado por alguém (sujeito passivo), que irá gerar, acarretar, uma obrigação tributária (principal ou acessória). Quando não há fato gerador, não há obrigação tributária. Se usarmos a compra de 1 veiculo como exemplo, caso uma pessoa venha a ter o veiculo, incidirá uma obrigação. Logo quando realmente ocorre a compra do veiculo, o fato gerador existiu. Os elementos que compõem um fato gerador são: • lei; • situação jurídica; • sujeitos passivos; • sujeitos ativos. Os aspectos do fato gerador são: • material; • pessoal; • temporal; • espacial; • valorativo. As situações do fato gerador podem ser: • de fato, aquela em que o fato se concretizará independentemente da condição futura. A realização do fato gerador é automática, por exemplo a exportação de uma mercadoria, o ato de exportar, já realiza o fato gerador do Imposto de Exportação); • de direito, aquela em que o fato será definitivamente concretizado quando houver a realização de uma condição futura. Por exemplo, a doação de um imóvel, pois somente após a doação se realizará a incidência do Imposto ITD. O fato gerador indica a ocorrência de um determinado procedimento que gera, no mundo fenomênico, uma obrigação tributária. Porém, para surgir esta obrigação tributária é imprescindível que a ocorrência da situação - fato - esteja prevista em lei. Costuma-se definir o fato gerador como uma situação abstrata, descrita na lei, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o nascimento da obrigação tributária. Logo, essa expressão fato gerador pode ser entendida em dois planos: no plano abstrato da norma descritiva do ato ou do fato e no plano da concretização daquele ato ou fato descritos. Fato Gerador é a ocorrência de um fato concretamente, é o acontecimento do fato. Hipótese de Incidência é a descrição abstrata de um fato na lei que gerará uma obrigação tributária, caso ocorra. Conclusão - “fato gerador” é o sinônimo de “hipótese de incidência” sendo apenas uma questão de divergência terminológica. O Código Tributário Nacional (CTN) anuncia os fatos geradores (hipóteses de incidência) de cada tributo: incidência do IPI, incidência do IOF (operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários), incidência do ICM/S (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias). Sujeito ATIVO: “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”, é aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito passivo, é o credor, ou seja, o que integra o polo ativo da relação jurídica tributária. Sujeito PASSIVO: O CTN, nos Artigos 121 e 122, prevê a existência de dois sujeitos passivos, o da obrigação acessória e o da obrigação principal que se divide em direto e indireto, ou seja, o contribuinte e o responsável. A obrigação tributária principal e/ou acessória é dever do sujeito passivo assim como o crédito tributário é direito do sujeito ativo, nascendo assim a relação jurídica tributária entre estes dois sujeitos, passivo e ativo. Fato Gerador da Obrigação Principal: é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência", ou seja, é a situação de fato que gera a obrigação tributária de pagamento imposta ao sujeito passivo a crédito do sujeito ativo. Fato Gerador da Obrigação Acessória: qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Quando o Artigo 115 diz “na forma da legislação aplicável”, está dizendo que não necessariamente deva ser definido por “lei”, pode ser definido pela legislação infralegal. Um exemplo “A situação de quem é estabelecido comercialmente faz nascer as obrigações acessórias de não receber mercadorias sem o documento fiscal correspondente e de tolerar a fiscalização em seus livros e documentos”. Pagar o ICMS (Obrigação principal) e obrigação de emitir nota fiscal (obrigação acessória). AULA 07 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E HIPOTESE DE SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO O que é crédito tributário ? É a quantia devida a título de tributo, isto é, o objeto da obrigação jurídica tributária. O crédito decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. (Artigo 139 do CTN). Geralmente, o crédito tributário surge ilíquido, não podendo ser voluntariamente pago pelo contribuinte e nem exigido pela Fazenda Pública, dependendo, portanto, de uma liquidação. Tal liquidação é feita pelo lançamento. Com o lançamento, a obrigação jurídica tributária que já existia, mas é ilíquida e incerta, passa a ser líquida e certa, exigível em data e prazo predeterminado. Uma vez constituído o crédito, a autoridade não pode dispensá-lo sem expressa autorização legal, sob pena de responsabilidade funcional. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos em lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Lançamento - É o ato administrativo que torna líquido o crédito tributário, ou seja, o ato que consubstancia o mesmo, declarando formal e solenemente quem é o contribuinte e quanto ele deve à Fazenda Pública. Não é o lançamento que dá nascimento ao tributo, mas sim a ocorrência do fato imponível. Estes eventos, que adiam a exigibilidade do crédito tributário, são suas causas suspensivas. Entende-se por lançamento o procedimento administrativo vinculado que: Verifica a ocorrência de um fato gerador; Identifica o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) da obrigação tributária; Determina a matéria tributável; Aponta o montante do crédito; Aplica, se for o caso, a penalidade cabível. Pelo lançamento, que é da competência privativa da autoridade administrativa tributária, se constitui o crédito tributário. Caso não realize esse procedimento, seus servidores ficam sujeitos à responsabilidade funcional. Como o crédito tributário é constituído com o lançamento, a partir do momento da notificação feita ao sujeito passivo, somente pode ser modificado nas seguintes situações: • impugnação do sujeito passivo; • recurso de ofício; • iniciativa da própria autoridade administrativa. Existem três modalidades de lançamento, são elas: Lançamento de ofício (direto), Lançamento por declaração (misto), Lançamento por homologação (auto-lançamento). Lançamento de ofício (direto) - A autoridade realiza todo o procedimento administrativo, obtém as informações e realiza o lançamento, sem qualquer auxílio do sujeito passivo ou de terceiro (IPTU,IPVA). São características deste tipo de lançamento: • de iniciativa da autoridade tributária; • independe de qualquer colaboração do sujeito passivo. Lançamento por declaração (misto) - O sujeito passivo presta informações à autoridade tributária quanto à matéria de fato; cabendo a administração pública apurar o montante do tributo devido. Ex: apuração do imposto de importação, decorrente de declaração do passageiro que desembarca do exterior. São características deste tipo de lançamento: o sujeito passivo fornece informações à autoridade tributária; a autoridade tributária lança após receber as informações. Lançamento por homologação (autolançamento) - O sujeito antecipa o pagamento em relação ao lançamento, sem prévio exame da autoridade tributária, ficando a declaração sujeita à confirmação posterior da autoridade administrativa. (IR, ICMS, IPI, ISS) São características deste tipo de lançamento: • sujeito passivo antecipa o pagamento; • não há prévio exame da autoridade tributária; • a autoridade tributária faz a homologação posterior; • pode ocorrer homologação tácita, não confirmação após 5 anos. Sobre a suspensão do crédito tributário (Artigo 151 do CTN): suspende-se a exigibilidade e não o Crédito Tributário; tem natureza temporária; diz respeito à obrigação principal – pagar tributo ou penalidade pecuniária; pode ocorrer antes ou depois de constituído o Crédito Tributário. Causas: Moratória; Depósito do seu montante integral; Reclamações e os recursos nos termos da lei reguladora do processo tributário administrativo; Concessão de medida liminar em mandado de segurança; Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada; Parcelamento. AULA 08 - Extinção do Crédito Tributário Extingue-se o crédito tributário, extingue-se o tributo. Na Confusão, o Fisco, por qualquer motivo, torna-se ao mesmo tempo credor e devedor do mesmo tributo, fazendo com que o tributo desapareça. Exemplo: herança vacante. No Desaparecimento sem sucessor do sujeito ativo ou do sujeito passivo do tributo, se qualquer deles desaparece, também desaparece a obrigação jurídica tributária. Se o sujeito passivo desaparece e deixa sucessor, este não responderá pela obrigação jurídica tributária, senão até os limites da herança. A extinção do crédito tributário ocorre nas seguintes modalidades: Pagamento do crédito tributário: É a entrega do valor devido ao sujeito ativo da obrigação tributária. Compensação: Ocorre quando duas pessoas por serem, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra poderem extinguir suas obrigações pelo simples encontro de contas. Transação: Ocorre quando há concessões recíprocas do sujeito ativo (FISCO) e do sujeito passivo (contribuinte) da obrigação tributária. Remissão: É o perdão total ou parcial do crédito tributário. Decadência: É a perda do próprio direito. A Fazenda Pública não pode mais efetuar o lançamento tributário. Prazo: 5 anos. Prescrição: É a perda do direito da pretensão de exigibilidade. Prazo: 5 anos. Pela conversão do depósito em renda: Ocorre quando o contribuinte perde a ação e o valor do depósito é convertido em favor da Fazenda Pública, independente de execução fiscal. Com o pagamento antecipado e a homologação do pagamento: Ocorre quando a fazenda homologa, expressa ou tacitamente, o pagamento realizado de forma antecipada pelo contribuinte. Ocorre nos lançamentos por homologação. Com a consignação em pagamento: Ocorre quando o sujeito da obrigação tributária se propõe a pagar e não está conseguindo. Ocorre sempre na esfera judicial. Com a decisão administrativa favorável ao sujeito passivo de caráter irreformável: É a decisão proferida no âmbito dos processos administrativos fiscais (Decreto 70.235/1972). Faz coisa julgada contra o fisco. Com a decisão judicial passada em julgado: O Poder Judiciário reconhece que o crédito tributário não é devido, não há recurso pela fazenda pública no prazo de lei e a sentença transita em julgado. Dação em pagamento em bens imóveis: O contribuinte pode oferecer bens imóveis espontaneamente ao Fisco para liquidar seus créditos tributários. Todas as causas (modalidades) extintivas do crédito tributário previstas no Código Tributário Nacional têm a mesma força de fazer desaparecer o crédito tributário (de gerar certidão negativa do crédito fiscal). O rol não é taxativo. 1 • Pagamento (Artigo 156, I do CTN): É o cumprimento do objeto da prestação tributária. Não é um fenômeno apenas tributário, mas sim jurídico, pois está presente em todos os ramos do direito. Tempo – a lei fixa o prazo de recolhimento do tributo no lançamento. Se não houver prazo, o mesmo será de 30 dias. Lugar – Quando a legislação não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado no domicílio do contribuinte. Modo – Em moeda corrente ou equivalente. Imputação - Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos, ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecida as seguintes regras, na ordem em que enumeradas (Artigo 163 do CTN), a saber: • primeiro os débitos por obrigação própria; segundo os decorrentes de responsabilidade tributária (Artigo163, I do CTN); • primeiro as contribuições de melhoria, depois as taxas e por fim os impostos (Artigo 163, II do CTN); • na ordem crescente dos prazos de prescrição (Artigo 163, III do CTN); • na ordem decrescente dos montantes (Artigo 163, IV do CTN). Repetição do indébito - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do pagamento indevido, ressalvado o disposto no Artigo 162, §4º do CTN (Artigo 165 do CTN). A Fazenda Pública não pode ficar com aquilo que não lhe é devido. Prescrição da ação de repetição do indébito na esfera judicial; (5 anos) Prescrição da ação anulatória na esfera administrativa; (2 anos) Restituição de tributos que comportem transferência do encargo financeiro (tributos indiretos). 2 - • Compensação (Artigo 156, II do CTN). É o encontro de contas do Fisco e do contribuinte quando forem credor e devedor um do outro. No direito tributário só há compensação legal (autorizada por lei), em razão da indisponibilidade do interesse público. Requisitos para compensação legal: A lei autorizadora tem que ser especifica e da pessoa política tributante e As partes devem ser as mesmas e seus créditos devem ser líquidos e certos. 3 - • Transação (Artigo 156, IIII do CTN) - É um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e o contribuinte pelo qual as partes, mediante concessões recíprocas, põem fim a um litígio judicial (Artigo 171 do CTN). “A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.” 4 - • Remissão (Artigo 156, IV do CTN). - É uma medida de política fiscal semelhante à moratória, que confere o perdão ao débito tributário, por meio de lei. Não confunda com remição (grafada com ç), que é pagamento. A Fazenda Pública não pode perdoar débitos tributários sem respaldo na lei, em razão da indisponibilidade do interesse público. 5 - • Prescrição e Decadência (Artigo 156, V do CTN). - Antes do lançamento pode-se ter a decadência, mas depois somente a prescrição. Assim, quem paga o crédito tributário prescrito não pode repetir o que pagou, mas quem paga crédito que decai pode repetir. Prescrição – é a perda da pretensão (ação) inerente ao direito e de toda sua capacidade defensiva por seu não exercício durante certo lapso de tempo;Decadência – é a perda do direito pelo seu não exercício durante certo lapso de tempo. Desaparece o próprio direito e com ele a ação que viabiliza. 6 - • Consignação em pagamento, nos termos do disposto no §2º do Artigo 164 (Artigo 156, VIII do CTN). São hipóteses de consignação judicial do crédito: • recusa do recebimento ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória (Artigo 164, I do CTN); • subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal (Artigo 164, II do CTN); • exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre mesmo fato gerador (Artigo 164, III do CTN). Sendo improcedente a consignação, no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros da mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis (Artigo 164, §2º do CTN). AULA 09 – EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Somente pode ocorrer quando há a promulgação de lei que determina a não exigibilidade do Crédito Tributário por parte do sujeito ativo, ou seja, do Estado ou ente publico presente na relação do crédito tributário. Significa retirar a existência de um débito fiscal que, normalmente, seria devido. Isenção - A isenção é uma exceção à regra tributária, na qual o sujeito passivo deveria pagar, mas foi perdoado por esta lei isentiva. Na isenção ocorre o fato gerador, há a obrigação tributária, mas o crédito tributário não chega a ser constituído pelo lançamento. A alíquota zero se assemelha à isenção, que poderá ser concedida em caráter geral ou condicional. Classifica-se em: forma, natureza, tempo e lugar. De acordo com o Artigo 177, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria e aos tributos instituídos posteriormente a sua concessão. No caso de concessão por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do Artigo 104 do CTN. Anistia - Significa esquecimento, perdão ou graça, onde há o perdão das penalidades pecuniárias. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele e, salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. A anistia poderá ser concedida em caráter geral ou limitadamente: • às infrações da legislação relativa à determinado tributo; • às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; • à determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; • sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Importante - Caso não seja concedida em caráter geral, a anistia é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. Esse despacho também, não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155 do CTN (a concessão da moratória em caráter individual). AULA 10 – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL A Administração Tributária integra o Poder Executivo e é um órgão encarregado de executar uma função administrativa: • cuidando da atividade administrativa relacionada à captação de receita tributária; e • exercendo uma função fiscal, visto que na relação jurídica entre o sujeito ativo e o sujeito passivo encontra-se o tributo. A Administração Tributária faz valer a função fiscal no âmbito da obtenção das receitas (tributos), ou seja, o cumprimento da obrigação tributária. A função fiscal por ter como finalidade o cumprimento de obrigações tributárias, acessória e principal, recebe o nome de Processo Administrativo Fiscal. Apesar do Poder Estar demonstrar sua supremacia, não há uma liberdade para prática de seus atos quanto a instituir ou exigir o pagamento de um tributo, existe uma limitação do poder de tributar previsto na Carta Magna (vide súmula nº 473, do STF). O PAF é o instrumento e autotutela da legalidade pela Administração. Origem do processo administrativo O processo administrativo nasceu com o estado de direito, em que as garantias individuais constituem direitos fundamentais. Possivelmente, nos estados totalitários, a vontade do Estado se sobrepõe aos direitos individuais e pratica-se a arbitrariedade, em que a vontade do Estado é a do seu governante. A cláusula law of land, evoluída do campo estritamente processual, em matéria predominantemente penal, segundo a qual ninguém seria julgado por um juízo pré-constituído (juiz natural) e somente nos fatos previamente tipificado como crime (nullum crimen sine lege), para assegurar a própria regularidade da atividade jurisdicional. Toda pessoa tem o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente pela lei, para sustentação de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para determinação de seus direitos e obrigações de ordem civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outro caráter. Abolição da garantia da instância na esfera administrativa - a autorização para o Executivo regular processo administrativo de determinação e exigência de créditos tributários federais, penalidades, empréstimos compulsórios e o de consulta. Atualmente, várias legislações exigem como condição do recurso o depósito de parte do crédito tributário, como é o caso do Estado de Pernambuco – Lei nº 10. 654/91, alterada pela Lei nº 11.903/2000 - e da própria União, Decreto nº 70.235/72. Isso é bastante eficaz, pois serve de obstáculo aos recursos meramente procrastinatórios e, por outro lado, já garante parte do crédito, que se converterá em renda com o trânsito em julgado da decisão administrativa. Base legislativa do processo administrativo tributário no Brasil Sempre que houver uma obrigação tributária, seja ela principal ou acessória, que espontaneamente não tenha sido satisfeita pelo contribuinte, poderá dar ensejo a um conflito e nascimento do processo administrativo. Obrigação Principal - "obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente " Obrigação Acessória - "obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos " Lançamento – é procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor, a aplicação da penalidade cabível. Sistema tributário - normas que integra o ordenamento jurídico tributário brasileiro. Processo administrativo tributário - somente no âmbito judicial tem-se a nítida compreensão do processo. Finalidade: Justiça Administrativa A justiça administrativa não vem sendo alcançada como se espera, seja porque falta independência funcional dos julgadores que, quer queira ou não, normalmente seguem uma orientaçãodo ente tributante, que os impede de livre apreciar o conflito; quer seja pela morosidade no julgamento, em flagrante prejuízo à administração pública; quer seja, ainda, porque, considerando que o nosso sistema adota a teoria dualista, que implica em processos autônomos nas esferas administrativas e judicial, ao cabo do processo administrativo, permanecendo incólume o lançamento, o contribuinte se utilizará das vias judiciais, repetindo todo o processo. Conclusão A Constituição Federal, em seu Artigo 22, I, estabelece que compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo aeronáutico, espacial e do trabalho. O processo administrativo fiscal assume a natureza jurídica de forma de controle do ato administrativo e aplicação de sanções por descumprimento da obrigação. Buscando soluções para os conflitos da relação jurídica tributária através do Poder Judiciário. Na busca da justiça quando, por exemplo, uma cobrança judicial não estiver de acordo com a lei, ou se estiver a mesma infringindo a Carta Magna, deverá o contribuinte ou o responsável da carga tributária procurar a via judicial como proteção desses caminhos tortuosos que se encontram o nosso sistema tributário. Estuda-se o processo administrativo tributário, não como um processo uniforme para todos os entes da federação, como é o processo civil e o penal, por exemplo, pois somente no âmbito judicial tem-se a nítida compreensão do processo. Atualmente, várias legislações exigem como condição do recurso o depósito de parte do crédito tributário. Entretanto, há quem afirme ser inconstitucional tal exigência, sob o argumento de que o depósito constitui cerceamento do direito de defesa.
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