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Direito Penal - Transcrições 2° Bimestre
	Tipicidade
Tipicidade é o enquadramento da conduta do agente no tipo legal, ou seja, o enquadramento na exata descrição do fato criminoso com todos seus elementos que é feito pela lei penal. A tipicidade é algo que é mais que a legalidade, a legalidade é o seguinte: tem que ter uma lei anterior, não ato do executivo, mas uma lei feita pelo legislativo que diga que tal conduta é crime, ai quando eu faço a conduta no mundo real, já existe uma lei anterior incriminando minha conduta, este é o principio da legalidade e da anterioridade, agora a tipicidade é algo mais profundo, porque, não basta eu fazer a conduta, mas a minha conduta precisa de moldar a todos os elementos subjetivos , objetivos e normativos do tipo penal, é um amoldar exato senão vai dar atipicidade . Exemplo: “Artigo 273 que é envenenar água potável, eu jogo veneno em água, só que ela não é potável, ela não tem a qualidade de ser potável, ela é de reuso, então da pra entender que não da pra QUASE fazer o tipo, precisa fazer o tipo com todos os seus elementos” .
1° fase: (Tempo de criação da tipicidade) é a teoria de Von Beling, que é a total independência do tipo em relação à antijuridicidade. Para Beling o tipo é só um estereótipo, o legislador tem o direito de estereotipar diversas condutas, mas em outro momento eu vou estudar se ela é antijurídica ou não, se ela está em acordo ou desacordo ao campo jurídico como um todo. Então, o tipo penal era um estereótipo da conduta. Em um segundo momento era analisado se o agente cometeu alguma conduta típica (típica ad eternun) sob o manto de alguma excludente de alguma antijuridicidade, uma analise totalmente a parte, quer dizer “eu matei (entrei no estereótipo matador), agora vamos ver se eu agi em legitima defesa, ou seja analises a parte, eu estou estereotipado para sempre nessa teoria da 1° fase.
2° fase: (Fase do caráter indiciário) foi uma teoria de Max Ernest Mayer: “Tipo penal é o indicio da antijuridicidade” aqui já começa a ter uma ligação, se o agente cometeu uma conduta típica, tudo indica que ela também seja antijurídica, quer dizer: eu matei, eu devo ter matado antijuridicamente, cabe a policia e MP provar a antijuridicidade, a menos que o agente tenha uma excludente de antijuridicidade a seu favor (conduta típica mas não é antijurídica) embora a tipicidade esta igual uma seta apontando para antijuridicidade, não é antijurídica, porque eu matei em legitima defesa. Cabe à defesa provar uma excludente a favor do agente. O finalismo está muito ligado a essa fase.
3° fase: (tipo do injusto) Injusto penal é a conduta: TÍPICA + ANTIJURÍDICA, que é o mínimo que o Promotor tem que ter em mãos para denunciar alguém, seja um são ou um louco, tem que ter conduta típica e antijurídica, porque o ”normal” eu vou provar a culpabilidade e impor a ele uma pena, o doido eu não provo a culpabilidade, mas ele é sujeito a uma medida de segurança. Baseado nisso, hoje não falamos mais em tipo penal, hoje falamos em tipo de injusto, porque abrange a tipicidade e a antijuridicidade. O tipo de injusto é uma criação depois de Mayer feita por Mezger, então segundo essa criação a tipicidade e a antijuridicidade são analisados em um só bloco, uma entra na outra, de modo que a queda da tipicidade implica também na queda de juízo da antijuridicidade, ou seja, se eu derrubar a antijuridicidade ou a tipicidade o tipo de injusto cai como um todo, essa que é a teoria atual, teoria seguida por Roxin.
 Exemplo: “2 boxeadores A e B. O boxeador A pode dar soco do topo da cabeça até a linha da cintura que esta dentro das regras do Box, do jeito que ele quiser, ele não pode é tirar uma faca e dar uma facada no outro. Então, o soco de A causou um hematoma no olho do B ou quebrou um nariz. Pelo finalismo: Tipo objetivo: há conduta de A dar soco no B; Nexo Causal: há nexo causal porque os socos do A que feriram o B. Resultado: lesão corporal leve/grave/gravíssima ou morte do B. Tipo subjetivo: lógico que A agiu com dolo, agora indo um degrau para frente que se chama antijuridicidade vemos que tem exercício regular do direito do esporte. Conclusão, é uma conduta típica mas não antijurídica, se não houver um excesso doloso ou culposo. Adotado um tipo de injusto que já é englobado a tipicidade, a antijuridicidade: há uma conduta de A bater em B. Houve nexo causal. Resultado: lesão ou morte de B, mas não há nexo de imputação, pois o lutador A agiu dentro do risco tolerável do Box”. 
Exemplo 2: “Estou dentro do stand de tiro ao alvo, dentro de um clube de tiro, onde é perfeitamente licito dar tiros. Estou dando tiros no alvo, de repente sai um cara que estava escondido atrás do alvo e bota parte do corpo fora do alvo e acidentalmente eu acerto um tiro nele. O finalismo vai dizer que: Tipo Objetivo: houve conduta do atirador de atirar. Nexo Causal: a bala do atirador que matou. Resultado: morte da pessoa que estava escondida. Tipo subjetivo: Se ele podia ter mais cautela, ele agiu com culpa. Antijuridicidade: O atirador estava no exercício regular de direito esportivo. Agora, adotando a teoria do injusto, teoria do funcionalismo de Roxin: há uma conduta do atirador de atirar. Nexo causal: a bala que matou o cara. Resultado: morte, mas não há nexo de imputação, ele estava dentro do risco permitido, então não há nexo de imputação.” Derrubando a tipicidade objetiva, ela arrasta consigo a antijuridicidade é um tipo de injusto total. No GRANDE ALEMANHA, quando eu falo que uma coisa não é antijurídica para o Direito Penal, não tem indenização nem no cível. Essa teoria do injusto, nós vamos aplicar, portanto, no exercício regular do direito e para o estrito cumprimento do dever legal, nós não vamos chegar nem na antijuridicidade porque da tipicidade nós já vamos resolver o problema englobando tudo no nexo de imputação. Exemplo do devido cumprimento do dever legal: “A violação de domicilio é crime de mera conduta, não tem resultado, mas o oficial de justiça entra dentro de casa alheia, e o morador diz que não quer que ele entre, ou seja, o oficial está se enquadrando no artigo 150 CP, entrando na residência sem o consentimento de quem de direito. No entanto, ele está amparado por um mandado judicial, fazer uma penhora, uma prisão por exemplo, ele pode fazer isso durante o dia das 6h às 18h. Os finalistas diziam que tipicidade é crime de mera conduta não tem resultado e nem nexo causal, o funcionário público violou a residência de alguém e consciente disso, fez essa mera conduta. No tipo subjetivo, lógico que é dolo. Na antijuridicidade ele agiu com estrito cumprimento do dever legal, portanto a conduta é típica, mas não é antijurídica. Agora, adotando o tipo de injusto e na teoria funcionalista de Roxin: o oficial de justiça entrou dentro de casa alheia sem o consentimento de quem de direito, aparentemente o crime está consumado, mas ele está no estrito cumprimento do dever legal, portanto, a conduta dele é atípica, essa atipicidade já derruba a antijuridicidade junto”.
O erro de tipo, é uma criação do finalista, é aquele que recai sobre um dos elementos do tipo, a mente do agente não atinge tal elemento, existe o erro de tipo, invencível e vencível. 
Exemplo de erro de tipo invencível: aquele que exclui o dolo e a culpa - “Eu estou em cabana de caças (estação de caças) e eu resolvo caçar às 00:00, escuro total e eu não tenho lanterna, só uma espingarda, então eu começo a ouvir um rosnado atrás de uma moita e o rosnado vai aumentando, eu atiro na moita e o que está atrás da moita grita “Ai” (?), num escuro daquele não tinha como verificar, ai eu vou ate atrás da moita ver, era um amigo querendo me pregar uma peça. Esse erro é invencível, porque tudo conspirou contra mim: escuridão, falta de lanterna, sozinho, sem cachorro. Qualquer um daria o tiro só para depois ver o que era. Esse exemplo não tem dolo, não tem culpa.
Exemplo de erro vencível: aquele que pode ser vencível com a cautela - “Eu estou numa fazenda de caças e saio para caçar, é 12:00, luz meridiana, companheirosde caça, cachorros, espingarda. Eu escuto o rosnado atrás da moita, pra piorar minha situação, tem até uma pedra que eu posso subir para olhar o que esta atrás da moita antes de atirar, só que eu atiro apressadamente, para depois saber em que eu atirei. Exclui o dolo, porque meu dolo era de matar animal, eu não queria matar ser humano. Eu vou responder por homicídio culposo, porque todo o cenário estava bom para eu ter cautela e olhar antes atrás da moita”. Vale dizer que quando eu faço um erro de tipo, sempre retiro o meu dolo e pode retirar a culpa ou não conforme for invencível ou vencível.
Tipo Subjetivo é onde reside o dolo e a culpa.
	- Dolo é o propósito. Exemplo: propósito de matar alguém, eu tenho o propósito de subtrair para mim bem alheio móvel, tenho o propósito de causar em outrem uma lesão corporal.
Dolo direto: A quer matar B, A coloca o revolver na cabeça de B e atira.
Dolo eventual: o resultado me é indiferente, “eu boto o carro correndo para o lado da pessoa A, e falo o seguinte: Se o resultado acontecer, “não estou nem ai”, e se o resultado não acontecer “também não estou nem ai”, se o resultado acontecer até que eu fico um pouquinho satisfeito”.
Dolo alternativo: Eu dou um tiro para o corpo de B, se matar tudo bem, se só ferir tudo bem também.
- Culpa: é o resultado não almejado pelo agente, em razão da sua falta de cuidado objetivo que aqui no Brasil é da modalidade da imprudência, negligencia e imperícia Art. 18 CP. Na Alemanha fala-se apenas em negligencia que abrange as 3 modalidades. 
Imprudência: é a pratica de um ato arriscado, por exemplo, “estou descendo em uma estrada muito íngreme e ela é sinuosa também, cheia de mancha de óleo que os caminhões deixaram, e eu vou a 150 km/h”, isso é imprudência.
Negligência: é a pratica de um ato displicente. Por exemplo, “eu estou cansado de ver o pneu do carro careca e não troco o pneu”. 
Imperícia: Pode ser a falta de aptidão prática ou teórica para qualquer exercício de qualquer atividade ou arte. Por exemplo, vamos pegar a pratica de dirigir veículo automotor, eu posso ter a falta de aptidão teórica, “eu tenho um bom controle sobre o veiculo, porém eu que eu nunca li o livrinho do motorista, eu não sei nenhum daqueles sinais, quando eu vejo um triangulo de cabeça para baixo eu não sei o que significa (falta de aptidão teórica)”, e falta de aptidão pratica é quando eu decorei todo o livrinho de transito, mas na prática eu não controlo bem o veiculo.
Teoria Tradicional acerca dos Delitos Culposos 
Tradicional é aquela que vem até o finalismo. A culpa se baseia em dois grandes pilares, a previsibilidade e a dirigibilidade. A previsibilidade se subdivide em duas: objetivo e subjetivo. A previsibilidade é aquela capacidade do ser humano de antever certos resultados pela maneira que ele atua “todo mundo sabe quer pela experiência particular ou coletiva que brincar com fogo pode queimar” isso que é previsibilidade. A previsibilidade objetiva é aquela do homem médio, e ela cobiça a tipicidade, se o fato é previsível e eu fiz uma conduta, por exemplo, de dirigir veículo automotor, tem o nexo causal. Resultado: eu agi com culpa. Pensamento dos finalistas: o fato era previsível e eu agi com falta de atenção. O homem médio sabe, por exemplo, que se eu acendo um fogão a lenha, eu não devo deixar uma criança pequena perto. Isso é objetivamente previsível, eu não posso deixar uma brasa cair no chão e deixar uma criança por a mão, porque eu tenho o dever de cuidar dela, essa previsibilidade objetiva leva à tipicidade. A previsibilidade subjetiva é do agente em si, com as suas condições intelectivas, cognitivas e perceptivas, próprias do agente e que leva a culpabilidade ou não. Exemplo: “Uma pessoa que é criada nas barrancas do rio Solimões talvez não tenha a mesma percepção dos fatos de alguém que foi criado nos grandes centros urbanos, se ele teria então tem a culpabilidade, se ele não tem a percepção dos fatos como uma pessoa media, tem a tipicidade, mas não a culpabilidade”.
A dirigibilidade é a capacidade do homem de dirigir qualquer ato dentro da vida social com atenção. Exemplo: “eu posso andar com um cachorro, mas se ele for bravo é preciso segurar na guia, eu não posso largar o cachorro de repente, porque ele pode atacar uma criança e aquela mordida é uma lesão corporal culposa, por omissão da minha parte de guardar o animal”.
Espécies de culpa: De acordo com o Dr. Constantino, o nosso artigo 18 CP foi muito infeliz ao dizer que “disse o crime 1- doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo (“assumir o risco de produzir”, nós temos que entender que quem age com dolo eventual assume o risco, mas quem age com culpa consciente também assume o risco, nós diferimos primeiro pelo lado subjetivo, eu assumo o risco na culpa consciente, mas eu acredito firmemente que não vai acontecer o resultado e procuro evitá-lo. Agora, no dolo eventual eu falo “to nem ai, pra mim é indiferente se acontecer o resultado”. Quanto ao lado objetivo, na culpa consciente o agente assume o risco, mas, que é menor daquele do dolo eventual”.
- Culpa consciente: Não é dolo eventual, por tabela é culpa consciente, porque a culpa consciente é um dos lados da moeda, é mais ou menos igual ao dolo eventual.
	- A culpa inconsciente: “Eu to tão distraído que eu nem vejo o sinal”, não agiu com atenção, SCHLUSS PUNKT no agente. Na culpa inconsciente vai ser uma pena mínima. Existe tipo subjetivo mesmo na culpa inconsciente, é a minha falta de atenção. 
	- Culpa própria: é a mesma culpa consciente, é a culpa comum. É a culpa derivada de negligencia, imprudência ou imperícia, é a culpa propriamente dita.
	- Culpa imprópria: é a culpa impropriamente dita, é aquela derivada de tipo vencível. Esse tipo de culpa imprópria permite tentativa. Nelson Hungria diz que é possível a tentativa na culpa imprópria derivado de erro de tipo vencível. Exemplo: “Uma pessoa foi furtada por diversas semanas, então ele se arma para esperar o ladrão, o homem vê um portão abrir e um vulto vir e da um tiro para o lado do vulto e era o guarda noturno. Se esse homem tivesse acendido a luz e olhado com cautela, ele teria visto que era o guarda noturno, mas ele atirou apressadamente. O guarda foi para o hospital atingido em uma parte nobre do corpo, mas foi salvo pela operação, isso é uma tentativa de homicídio culposo de culpa imprópria derivada de erro vencível”.
Essa previsibilidade é igual a causalidade, causalidade sem imputação não vale nada, a previsibilidade também precisa ser completada pela imputação. Os finalistas falam que certos fatos são imprevisíveis e nesse caso de fato imprevisível de homem médio conduziria à tipicidade. O Dr. Consta não concorda, porque tudo que é possível é previsível, só coisas impossíveis que são imprevisíveis. Exemplo: “Eu estou dirigindo meu carro na rodovia; se acontecer de um disco voador pousar na minha frente (imprevisível), agora um avião pode”.
 A quebra do principio da confiança. Cabe ao cidadão comum. Em regra eu tenho que confiar em todo mundo, eu posso desconfiar de quem me deu motivos de desconfiança, me ameaçaram ou fizeram alguma coisa contra mim. Eu estou diante de um semáforo, o sinal esta verde para mim, princípio da confiança, eu confio que ninguém vai cortar meu sinal verde, por isso eu vou passar. Este princípio da confiança é algo inteligente, porque quem passou no sinal verde tem uma presunção absoluta de inocência (retira o nexo de imputação) e quem passou no vermelho, SCHLUSS PUNKT nele, ele é o culpado único dessa ação.
Cumprimento correto de uma regra, o Direito Penal esta caminhando para o lado normativo. Eu sou medico anestesista, Larissa é a paciente, todo mundo sabe que anestesia é perigoso, mas é um risco tolerável, eu faço nela os exames prévios, dou a dose de anestesia correta e assim mesmo ela morre - “azar o dela”. Não há nexo de imputação porque eu cumpri corretamente a norma. Agora se eu falar que vou dar uma dose um pouco acima porque eu quero ver ate que ponto o corpo humano aguenta,culpa consciente. Teoria da motivação: Eu não gosto da Larissa, então é dolo eventual, eu cometi um nexo de imputação, eu fiz um risco acima do tolerável, eu apliquei anestesia a mais.
Antijuridicidade: ou ilicitude, porque são expressões sinônimas, é a desconformidade entre a conduta do agente e as exigências da ordem jurídica. Eu mato uma pessoa, em principio estou errado, afronta a ordem jurídica, mas não afronta se eu matei em legítima defesa ou estado de necessidade . Quando uma pessoa mata em legítima defesa está fazendo uma conduta típica, em tese, porém não esta desatendendo às normas da ordem jurídica, pois a ordem jurídica pensa o seguinte: Se o estado do Sr. Hobbes, onipotente e onipresente estado, não pode estar de verdade presente em todo lugar no mesmo tempo, então o individuo quando atacado é certo que ele mate em legitima defesa, para defender a si próprio ou sua família, então está de acordo com as ordens da norma jurídica.
Numa legítima defesa, em princípio é aquela briga de foice no escuro, não sabemos quem deu a primeira foiçada e quem se defendeu, nós denunciamos o réu pela conduta típica, o juiz vai receber a denuncia por essa tipicidade indiciaria, vai pronunciar talvez. Lá no fim nos vamos analisar se há antijuridicidade ou não, isto é, o sujeito cometeu uma conduta de matar alguém, contra a ordem das exigências jurídicas como um todo ou ele tem uma excludente a favor dele? “Um serial killer esta para passar a faca no pescoço da vitima, o atirador de elite atira no serial killer, imagine que não feriu a vítima, apenas matou o serial killer, aquele atirador de elite esta certinho, está dentro do cumprimento do dever legal e ao mesmo tempo esta dentro da legítima defesa da vítima, então ele esta agindo dentro do risco tolerável, não tem tipicidade e derruba também a antijuridicidade. Nesse caso vamos usar a teoria do injusto.
As excludentes da ilicitude ou da antijuridicidade e causa dirimentes da culpabilidade, na Alemanha é tudo causa excludente. Aqui vamos falar das excludentes contidas no artigo 23 do CP, que seriam :
- Legitima defesa real: é aquela em há uma verdadeira agressão, não é só aquela agressão que esta só na minha cabeça, senão seria uma legítima defesa putativa.
- Estado de necessidade real: é aquele que há um perigo verdadeiro, não é só na minha cabeça.
- Estrito cumprimento do dever legal real: o funcionário esta cumprindo o dever dele certinho.
- Exercício regular de direito: Eu estou exercendo um direito realmente existente.
Qualquer uma desses quatros excludentes vai derrubar a antijuridicidade, é o que esta dizendo o artigo 23 CP. A doutrina e a jurisprudência aceitam uma quinta que não está prevista no artigo 23, que se chama consentimento do ofendido, consentimento do ofendido só pode quando houver direitos disponíveis.
Legitima defesa real, há uma real agressão atual, ou iminente. É licito repelir a força através da força, mas ai já começa o primeiro questionamento, artigo 25, para estar em legitima defesa eu preciso estar repelindo, então eu não posso ser o iniciante, se eu fizer a ação agressiva eu já estou errado, eu só posso me defender. Assim como existe um tipo incriminador, envenenar água do potável, o Artigo 25 é o tipo permissivo. Não cabe a ofensa à honra, dar facada em quem falou mal da sua mãe não pode. Se a ofensa foi verbal, eu posso fazer a retorção com outra injuria verbal. Tem que ser atos humanos de ataque, ou seja, condutas, e essas condutas precisam ser direcionadas a terceiros, quem ataca tem que fazer uma conduta voluntaria, e consciente e eu por minha vez farei uma conduta de me defender. Se um homem vai atirar em mim com uma espingarda e eu atiro na espingarda dele não é legitima defesa, e sim estado de necessidade, mas se eu acerto o tiro no portador da espingarda é legitima defesa. Vai ser estado de necessidade quando eu atirar em qualquer material que seria usado pelo homem que quer me matar. Agressão injusta é aquela que é contrária à ordem jurídica, o oficial de justiça entra na casa de uma pessoa para penhorar um objeto, eu vou defender meu patrimônio, bato no oficial de justiça, não posso. A legítima defesa precisa ser usada moderadamente. Se houver excesso doloso descaracterizou toda a legítima defesa, vai responder por homicídio doloso. No excesso culposo eu vou responder por homicídio culposo. Excesso excupável, há o excesso físico, mas exclui-se o dolo e a culpa, não há imputação nem a titulo de dolo, nem a título de culpa. A legitima defesa subjetiva é a exculpável, aquela que afasta o dolo e a culpa, portanto eu não respondo por nada. A legítima defesa sucessiva é o direito de defender-se do excesso, quando a pessoa que estava se defendendo da agressão começa extrapolar ela passa ser o agressor e a pessoa que esta sofrendo o excesso pode se defender.
Seria possível legitima defesa real contra legitima defesa real? Não é possível, não tem como duas legitimas defesas contrapostas. A legitima defesa putativa contra legitima defesa real é possível. Também é possível a legitima defesa sucessiva contra a legitima defesa subjetiva. Legitima defesa real e estado de necessidade real não é possível.
(Há 3 tipos de tipo: incriminador, que traz uma conduta e uma pena; permissivo, que me permite fazer; e explicativo, são normas de interpretação.)
Estado de necessidade real: 24 CP, a necessidade carece de lei. Se não houvesse uma lei escrita, conseguiríamos extrair dos princípios. A pessoa está morrendo de fome e furta um pão pra se alimentar, o direito à vida é maior que o direito a propriedade. Nessa excludente sempre haverá o conflito de 2 bens jurídicos, a propriedade sobre o bem e a vida e o salvamento de uma deles que vai ser em detrimento do outro. Para ter razoabilidade, tem o bem jurídico maior e o bem jurídico menor, o racional é eu salvar o bem jurídico maior, ou no máximo bens jurídicos idênticos, vida humana x vida humana. Para eu estar em estado de necessidade é preciso eu estar em um perigo real, atual, ou iminente, esse perigo não pode ter sido criado a titulo de dolo, não havia um outro modo de salvar o bem jurídico X se não eliminando o bem jurídico Y, isso é a proporcionalidade, usando o método menos gravoso.
Estado de necessidade Agressivo: é aquele que eu me volto para um terceiro inocente. “Um cachorro bravo sai correndo atrás de mim e eu saio correndo, então eu atropelo um terceiro que não tem nada a ver na minha corrida, as lesões que eu vou deixar no corpo dela é estado de necessidade agressivo”.

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