Buscar

Fisiologia do Exercicio_2008 pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGI
DO E X E R C Í C
F IS IOLOG
DO E X E R C Í C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOL
DO E X E R
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOG
DO E X E R C Í
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOG
DO E X E R C Í C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLO
DO E X E R C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
volume 07 - número 01 • Jan/Abr 2008 www.at lant icaedi tora.com.br
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ISSN 16778510
NUTRIÇÃO
• Correlação entre perfil lipídico 
e percentual de gordura 
• Nutrição de futebolistas infantis 
e juvenis
• Educação nutricional 
para nadadores infantis 
ESPORTE
• Aspectos físicos e fisiológicos 
do jovem jogador de futebol
• Respostas fisiológicas ao remo 
competitivo
• Freqüência cardíaca de um ciclista 
altamente treinado
ESTERÓIDES
• Esteróides anabólicos no fisiculturismo
R
e
v
i
s
t
a
 
B
r
a
s
i
l
e
i
r
a
 
d
e
 
F
I
S
I
O
L
O
G
I
A
 
D
O
 
E
X
E
R
C
Í
C
I
O
vo
lum
e
 0
7
 - n
úm
e
ro
 0
1
 •
 Ja
n
/A
b
r 2
0
0
8
Fisiologia_CAPA_v7n1.indd 1Fisiologia_CAPA_v7n1.indd 1 24/10/2008 17:10:0024/10/2008 17:10:00
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
volume 07 - número 02 • Mai/Ago 2008 www.at lant icaedi tora.com.br
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F i s i o l o g i a
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ISSN 16778510
NUTRIÇÃO
•	 Perfil	nutricional	de	praticantes		
de	badminton	
CARDIOLOGIA
•	 Qualidade	de	vida	após	revascularização	
de	miocárdio
•	 Freqüência	cardíaca	máxima	e	consumo		
de	oxigênio	em	mulheres	saudáveis
ESPORTE
•	 Treinamento	de	força	para	fibromiálgicos
•	 Fatores	geradores	de	fadiga	muscular
•	 Recondicionamento	físico	após	lesão
MUSCULAÇÃO
•	 Consumo	de	recursos	ergogênicos
R
e
v
i
s
t
a
 
B
r
a
s
i
l
e
i
r
a
 
d
e
 
F
i
s
i
o
l
o
g
i
a
 
d
o
 
e
x
e
r
c
í
c
i
o
vo
lu
m
e
 0
7
 - n
ú
m
e
ro
 0
2
 •
 M
a
i/
A
g
o
 2
0
0
8
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGI
DO E X E R C Í C I
F IS IOLOG
DO E X E R C Í C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOL
DO E X E R
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOG
DO E X E R C Í C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOG
DO E X E R C Í C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLO
DO E X E R C
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
volume 07 - número 03 • Set/Dez 2008 www.at lant icaedi tora.com.br
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ISSN 16778510
ESPORTE
• Jump Fit no desempenho dos exercícios 
resistidos
• Identificação de riscos em adolescentes
• Autopercepção da saúde após alongamento
• Exercícios resistidos em hipertensos
• Adaptações ao destreinamento
NUTRIÇÃO
• Natação, suplementação de sacarose 
e seus efeitos em ratas 
CRIOTERAPIA
• A crioterapia na inflamação muscular
PERGUNTAS E RESPOSTAS
• Treinamento da força para idosos
R
e
v
i
s
t
a
 
B
r
a
s
i
l
e
i
r
a
 
d
e
 
F
I
S
I
O
L
O
G
I
A
 
D
O
 
E
X
E
R
C
Í
C
I
O
vo
lum
e
 0
7
 - n
úm
e
ro
 0
3
 •
 S
e
t/D
e
z 2
0
0
8
Fisiologia_CAPA_v7n3.indd 1Fisiologia_CAPA_v7n3.indd 1 18/12/2008 23:10:0018/12/2008 23:10:00
β
EDITORIAL
Carta ao leitor, Paulo Tarso Veras Farinatti ................................................................................................................... 3
ARTIGOS ORIGINAIS
Correlação entre perfi l lipídico e percentual de gordura de acordo 
com a característica dos sistemas energéticos glicolítico e oxidativo 
em indivíduos na faixa etária de 25 a 35 anos, Eduardo Fernandes de Miranda, 
Marco Antonio Freitas de Souza, Higor Lira Bastos, Daniele Bueno Godinho Ribeiro, 
Cesamar Fernandes de Miranda, João Bartholomeu Neto, Ricardo Yukio Asano, 
Max Luciano Dias Ferrão, Estélio Henrique Martin Dantas ......................................................................................... 4
Nutrição de futebolistas infantis e juvenis, Silvia Teixeira de Pinho, 
Daniel Medeiros Alves, Diego Vaz Vaguethi, Patrícia dos Santos Behling, Márcia Buchewaitz ..................................... 10
Educação nutricional aplicada para nadadores infantis de um clube 
do município de São Paulo, Juliana Oliveira Figueiredo, Tatiana Akemi Kondo, 
Eliane Araújo dos Santos Cristóvão, Renata Furlan Viebig........................................................................................... 16
REVISÕES
Esteróides anabólicos no fi siculturismo, Marcus Vinicius Grecco, 
Charles Ricardo Morgan .............................................................................................................................................21
Aspectos físicos e fi siológicos do jovem jogador de futebol, 
Giovani dos Santos Cunha, Alvaro Reischak de Oliveira .............................................................................................. 29
Respostas fi siológicas ao remo competitivo, Rafael Reimann Baptista, 
Alvaro Reischak de Oliveira ......................................................................................................................................... 37
RELATO DE CASO
Efeito do percurso sobre a freqüência cardíaca de um ciclista altamente 
treinado, Débora Wagner, Carlos Mota, Felipe Carpes .............................................................................................. 43
NORMAS DE PUBLICAÇÃO .................................................................................................................................. 49
EVENTOS ................................................................................................................................................................. 51
Índice
volume 7 número 1 - janeiro/abril 2008
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Fisiologia v7n1.indb 1Fisiologia v7n1.indb 1 9/10/2008 17:00:159/10/2008 17:00:15
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 6 Número 1 - janeiro/dezembro 20072
© ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada 
ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyri-
ght, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à 
confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário 
estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou 
do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências, Nutrição Brasil e MN-Metabólica.
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
Editora Assistente
Guillermina Arias
Editoração e arte
Cristiana Ribas
Atendimento ao assinante
atlantica@atlanticaeditora.com.br
Redação e administração
Todo o material a ser publicado deve 
ser enviado para o seguinte endereço por 
correio ou por email aos cuidados de:
Jean-Louis Peytavin
Rua da Lapa, 180/1103
20021-180 - Rio de Janeiro - RJ
artigos@atlanticaeditora.com.br 
Rio de Janeiro
Rua da Lapa, 180/1103 
20021-180 – Rio de Janeiro – RJ
Tel/Fax: (21) 2221-4164 / 2517-2749
E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br
www.atlanticaeditora.com.br
São Paulo
Rua Teodoro Sampaio, 2550/cj 15
Pinheiros – 05406-200 – São Paulo – SP
Tel: (11) )3816-6192
Recife
Rua Dona Rita de Souza, 212
52061-480 – Recife – PE
Tel.: (81) 3444-2083
Assinaturas
1 ano – R$ 175,00
Rio de Janeiro: (21) 2221-4164
São Paulo: (11) 3361-5595
Email: melloassinaturas@uol.com.br
Recife: (81) 3444-2083
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da Silva Soares, 
Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Editor Chefe
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Editor Associado
Pedro Paulo da Silva Soares
Conselho Editorial
Antonio Carlos Gomes (PR)
Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ)
Dartagnan Pinto Guedes (PR)
Douglas S. Brooks (EUA)
Emerson Silami Garcia (MG)
Fernando Pompeu (RJ)
Francisco Martins (PB)
Jacques Vanfraechem (BEL)
Luiz Fernando Kruel (RS)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (SP)
Paulo Sérgio Gomes (RJ)
Rolando Baccis Ceddia (CAN)
Robert Robergs (USA)
Rosane Rosendo (RJ)
Sebastião Gobbi (SP)
Steven Fleck (USA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (SP)
Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Publicidade e marketing
Rio de Janeiro: 
René C. Delpy Jr
rene@atlanticaeditora.com.br
(21) 2221-4164
Gerência de vendas e assinaturas
Djalma Peçanha
djalma@atlanticaeditora.com.br
Fisiologia v7n1.indb 2Fisiologia v7n1.indb 2 9/10/2008 17:00:189/10/2008 17:00:18
3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 6 Número 1 - janeiro/dezembro 2007
Editorial
Carta ao leitor
Prof. Dr. Paulo Tarso Veras Farinatti
Editor-Chefe da RBFEx
É com prazer que apresentamos o primeiro número 
do volume 7 da Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 
(RBFEx). A partir de 2008, a revista volta a ser publicada 
com periodicidade quadrimestral, com a perspectiva de, 
progressivamente, aumentar o número de artigos em cada 
número. 
A quantidade de manuscritos submetidos vem cres-
cendo sistematicamente. De fato, de 2006 a 2008 o número 
de textos enviados para avaliação elevou-se em quase 40%. 
Com isso, foi possível implementar um processo efetivo 
de revisão por pares, com a participação de um número 
expressivo de revisores. Além disso, projeta-se em prazo 
relativamente curto o aumento da periodicidade da revista, 
a fi m de se veicular um quantitativo anual de artigos com-
patível com a indexação em bases de dados que permitam 
uma melhor classifi cação da RBFEx. Conforme apontado 
em ocasião anterior, estuda-se igualmente a possibilidade 
de se ampliar, a partir de 2009, a abrangência da revista. 
Para tanto, devem ser criadas seções específi cas tratando 
dos diferentes ramos da fi siologia do exercício (básica, 
treinamento físico, nutrição etc). 
É claro que todos esses planos continuam dependen-
do da colaboração dos pesquisadores que acreditam no 
projeto da RBFEx, alimentando-a com os resultados de 
seus trabalhos. Somos de opinião de que a diversifi cação 
de veículos qualifi cados para divulgação do que se faz em 
termos de pesquisa é algo necessário para a popularização 
do consumo da produção de conhecimento da área em 
nosso país. Contamos com a ajuda de todos, agradecen-
do muito àqueles que enviaram manuscritos, investiram 
energia e tempo na seleção de artigos para publicação e 
que, enfi m, vêm participando ativamente do processo de 
publicação da revista.
Cordialmente.
Fisiologia v7n1.indb 3Fisiologia v7n1.indb 3 9/10/2008 17:00:189/10/2008 17:00:18
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 20084
Artigo original
Correlação entre perfil lipídico e percentual de gordura 
de acordo com a característica dos sistemas energéticos 
glicolítico e oxidativo em indivíduos na faixa etária 
de 25 a 35 anos
Correlation between lipid profile and the percentage of fat according 
to the characteristics of the oxidative and glycolic energy systems 
in people between 25 and 35 years old
Eduardo Fernandes de Miranda*, Marco Antonio Freitas de Souza**, Higor Lira Bastos**, Daniele Bueno Godinho Ribeiro***, 
Cesamar Fernandes de Miranda***, João Bartholomeu Neto****, Ricardo Yukio Asano****, Max Luciano Dias Ferrão*****, 
Estélio Henrique Martin Dantas****** 
*Especialista em Personal Training pela ESEFIC-SP, Professor da Faculdade UNIRG-TO, Laboratório do Exercício da Faculdade 
UNIRG-TO, **Acadêmico do curso de Educação Física da Faculdade UNIRG-TO, Bolsista do CNPq no Laboratório do Exer-
cício da Faculdade UNIRG, ***Acadêmico do curso de Educação Física da Faculdade UNIRG-TO, Laboratóriodo Exercício da 
Faculdade UNIRG-TO, **** Professor da Faculdade UNIRG-TO, Laboratório do Exercício da Faculdade UNIRG-TO, *****Pes-
quisador do Laboratório de Biociências da Motricidade Humanas, Professor da Universidade Estácio de Sá, ******Professor Titular 
do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da UCB-RJ, Pesquisador do Laboratório de 
Biociências da Motricidade Humanas
Resumo
Objetivo: Analisar a correlação do perfi l lipídico e percentual 
de gordura de acordo com a característica do sistema energético 
(oxidativo e glicolítico). Amostra: Foram convidados 25 indivíduos 
de ambos o sexo, com idade entre 25 e 35 anos. Materiais e métodos: 
Utilizou-se exame de dermatoglifi a para dividir os grupos de acordo 
com a prevalência do sistema energético, avaliação antropométrica 
para determinação da composição corporal e análise de sangue para 
determinação do perfi l lipídico. Análise dos dados: Através de uma 
estatística descritiva que foi composta por medidas de tendência 
central e a estatística inferencial para correlação linear de Pearson. 
Os resultados não demonstraram perfeita correlação, nem se obteve 
inexistência correlativa em ambos os grupos. Apenas os grupos fe-
mininos apresentaram alta correlação como também signifi cância p 
< 0,05 em algumas das variáveis do perfi l lipídico. Grupo oxidativo: 
(TG = 0,8522; VLDL = 0,8572) grupo glicolítico: (LT = 0,8597; 
TG = 0,8759; VLDL = 0,8612). Conclusão: Os grupos femininos, 
tanto o de sensibilidade ao sistema energético oxidativo quanto o 
do sistema energético glicolítico, apresentaram maior tendência às 
disfunções lipídicas quando seu percentual de gordura estavam fora 
dos padrões normais.
Palavras-chave: perfil lipídico, sistema energético, percentual de 
gordura. 
Abstract
Objective: To analyze the correlation of the lipid profi le and 
percentage of fat according to the characteristic of the energy system 
(oxidative and glycolic). Samples: 25 people of both sexes aged betwe-
en 25 and 35 were invited. Materials and methods: A dermatogliphy 
exam was used to divide the groups according to the prevalence of 
the energy system, anthropometric assessment to determine the 
body composition and blood analysis to determine the lipid profi le. 
Data analysis: A descriptive statistic, which was composed by the 
measures of central tendency and the inferential statistics for the 
Pearson line correlation were needed. Th e results didn’t show perfect 
correlation and the correlative inexistence wasn’t reached in any of 
the sexes either. Only the female groups showed high correlation 
and signifi cance p < 0.05 in some of the changes of the lipid profi le. 
Oxidative group: (TG = 0.8522; VLDL = 0.8572) glycolic group: 
(LT = 0.8597; TG = 0.8759; VLDL = 0.8612). Conclusion: In the 
female groups the sensibility both to the oxidative energy system 
and to the glycolic energy system shows higher tendency to lipid 
dysfunctions when its fat percentage is off the normal patterns.
Key-words: lipid profile, energy system, fat percentage.
Recebido em 12 de maio de 2008; aceito em 23 de maio de 2008.
Endereço para correspondência: Eduardo Fernandes de Miranda, Rua C 7, 134, 7735-070 Gurupi TO, Tel: 63-33125541, E-mail: 
eduardo251077@hotmail.com
Fisiologia v7n1.indb 4Fisiologia v7n1.indb 4 9/10/2008 17:00:189/10/2008 17:00:18
5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
Introdução
A obesidade é uma desordem metabólica e nutricional 
crônica que tem conseqüências graves, como aumento dos 
adipócitos, a hiperlipidemia e a resistência à insulina. Atu-
almente é considerada um dos mais graves problemas de 
saúde [1,2]. 
Sabe-se que tal desordem metabólica é de etiologia mul-
ticausal, ou seja, pode ser determinada por diversos fatores 
- genéticos, neuroendócrinos, metabólicos, dietéticos, am-
bientais, sociais, familiares, psicológicos e medicamentosos -, 
que proporciona acúmulo excessivo de energia no organismo, 
sob a forma de gordura [3].
O tratamento dietético da obesidade deve objetivar metas 
realistas quanto à velocidade de perda ponderal e à quantidade 
de peso perdido. Preconiza-se prescrição de dieta hipocalórica 
balanceada e enfatiza-se, inicialmente, a qualidade dos alimen-
tos, seguindo modelo proposto pela pirâmide alimentar, com 
a intenção de que o paciente adquira critérios adequados de 
escolha e faça opções saudáveis [4].
A ingestão calórica excessiva provocará um acúmulo de 
gordura, que está relacionado a dislipidemias, difusão ca-
racterizada por distúrbios nos níveis de lipídios circulantes 
associada a níveis séricos aumentados de colesterol total (CT); 
fração de colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL) 
e de triglicerídeos, que atuam como fatores de risco. Entre-
tanto, o colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), 
que atua como fator de proteção do sistema cardiovascular, 
sofrerá uma diminuição [5,6]. 
A pesquisa de Kannel [5] demonstra que, além do co-
lesterol, as doenças coronarianas são precedidas por outras 
variáveis biologicamente plausíveis e correlação de fatores 
de predisposição de risco à saúde. As variáveis ambientais 
envolvidas na alteração do perfi l lipídico incluem: tabagismo, 
sedentarismo e dieta, e estão associados posteriormente com 
lesões avançadas de aterosclerose [6]. 
Alguns estudos demonstraram a relação entre obesidade 
e o tipo de fi bra muscular, pois pessoas com predominância 
de fi bra tipo II (glicolíticas) terão maior probabilidade à 
obesidade; esse tipo de fi bra apresenta uma baixa efi ciên-
cia na utilização da gordura como fonte energética. Desse 
modo, o indivíduo que apresenta predominância de fi bras 
tipo I (oxidativas) tem menor probabilidade de acúmulo 
de gordura por ter facilidade de utilizá-las como fonte de 
energia [7,8].
As fi bras musculares do tipo I (oxidativa) possuem um 
conteúdo mais efi ciente na captação de glicose (insulina-
regulado) do que o metabolismo da glicose da fi bra muscu-
lar do tipo II (glicolíticas) [9]. A partir dessas informações, 
por tal investigação, este trabalho visa verifi car, a predomi-
nância do sistema energético e sua correlação entre perfi l 
lipídico e o percentual de gordura em indivíduos entre 
25 e 35 anos.
Materiais e métodos
Amostra 
A amostra foi composta de 25 indivíduos na faixa etária 
de 25 a 35 anos, de ambos os sexos e residentes na cidade Gu-
rupi/TO. Foram convidadas a serem voluntárias da pesquisa, 
as pessoas que estiveram presentes no Laboratório Labnort, 
no horário das 7 às 10 horas, nos meses de março e abril de 
2007 e que apresentassem, em seu pedido de exame médico o 
perfi l lipídico. A amostra foi dividida de acordo com as carac-
terísticas dos desenhos dermatoglífi cos em grupo de sistema 
energético oxidativo (Grupo I) e grupo de sistema energético 
glicolítico (Grupo II). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê 
de Ética da Faculdade UNIRG, em fevereiro de 2007.
Procedimentos
Para que as metas propostas por este estudo fossem 
alcançadas, utilizamos para determinar as características 
antropométricas uma balança com estadiômetro, da marca 
Balmak. Para obtermos o percentual de gordura, utilizamos o 
protocolo de três dobras de Jackson e Pollock e, para isso, foi 
necessário um adipômetro da marca Lange Skinford Caliper. 
Através do kit Labtest, chegamos ao perfi l lipídico das pessoas 
que participaram do estudo. Para a dermatoglifi a, utilizou-
se o coletor da marca Print Matic e papel branco tamanho 
A4. O estudo de Abramova et al. [10] mostra um esquema 
de associações das impressões das digitais com as qualidades 
físicas, com a seguinte base: para o sistema energético glico-
lítico, a qualidade física de velocidade e a força explosiva são 
caracterizadas pelo aumento das presilhas (L > 7), diminui-
ção dos verticilos (W < 3), presença de aumentodos arcos 
(A) e redução do somatório das quantidades totais de linhas 
(SQTL). Já no sistema energético oxidativo, a resistência e 
as atividades de combinações motoras complexas são carac-
terizadas pela diminuição dos A e L < 6, aumento dos W > 4 
e maior contagem de SQTL. Com base em Silva et al. [11], 
podemos correlacionar os sistemas energéticos (glicolítico e 
oxidativo) com os parâmetros dermatoglífi cos.
Arco “A” – sem delta Presilha “L” – 1 delta Verticilo “W” – 2 delta 
Análise estatística
O tratamento estatístico foi realizado com o programa 
BioEstat 4.0 para determinar a característica descritiva da 
Fisiologia v7n1.indb 5Fisiologia v7n1.indb 5 9/10/2008 17:00:189/10/2008 17:00:18
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 20086
amostra, através dos cálculos de média e desvio padrão. Em 
seguida foi determinada a normalidade da amostra através do 
teste de Shapiro-Wilk. Então, utilizou-se o teste de Pearson 
para determinar a correlação entre as variáveis do perfi l lipí-
dico e o percentual de gordura.
Resultados 
A Tabela I apresenta os valores das médias e desvio pa-
drão das variáveis que caracterizam as amostras masculina e 
feminina do grupo com predominância do sistema oxidativo. 
Utiliza-se o IMC como parâmetro de classifi cação da relação 
peso e altura dos sujeitos da pesquisa, que fi cam classifi cados 
como em estado de sobrepeso. 
Adiante, verifi ca-se que o percentual de gordura dos in-
divíduos do sexo masculino se classifi ca em um estado ruim. 
Já quando se trata do público feminino, nesta pesquisa, os 
resultados fi cam classifi cados como estar “abaixo da média” 
em relação de percentual de gordura subcutânea. Essa clas-
sifi cação indica que o público da pesquisa se encontra com 
a quantidade de gordura subcutânea acima dos valores con-
siderados saudáveis. 
Tabela I - Comportamento médio das características do grupo I.
Variáveis Masculino Feminino
Indivíduos 5 6
Índice massa cor-
poral
 27,71 ± 4,78b 25,51 ± 6,20b
Percentual de 
gordura
 26,10 ± 7,75b 29,70 ± 7,55b
Lipídios totais 660,20 ± 239,04a 668,83 ± 161,58a
Triglicerídeos 132,60 ± 70,97a 117,33 ± 83,64a
Colesterol total 191,80 ± 63,54a 200,50 ± 41,63a 
HDL 43,00 ± 7,48c 55,17 ± 19,49a
LDL 122,60 ± 48,42a 122,00 ± 42,01a
VLDL 26,20 ± 13,81a 23,33 ± 16,87a
Normalidades: a = dentro da normalidade; b = acima da normalidade; 
c = abaixo da normalidade
A Tabela II apresenta os valores das médias e desvio padrão 
das variáveis que caracterizam a amostra masculina e feminina 
do grupo com predominância do sistema glicolítico. O IMC 
do grupo masculino aponta uma classifi cação de sobrepeso. Já 
a classifi cação do grupo feminino, dentro dos parâmetros do 
IMC, fi ca estabelecida como normal. Por conseguinte, apre-
sentados os resultados dos valores de percentual de gordura 
da amostra, nota-se que tanto o grupo masculino quanto o 
grupo feminino estão classifi cados, segundo Pollok e Wilmore, 
como abaixo da média predita, ou seja, com valores acima do 
recomendado para uma população com essas características 
para a manutenção dos níveis de saúde. 
Com esses resultados expostos nas Tabelas I e II, o estudo 
de Pinto [12], que parte de uma análise do estudo nutricional 
em adolescentes na faixa etária entre 14 e 18 anos, demonstra 
que, de acordo com o gênero, encontrou-se uma prevalência 
maior de obesidade entre os jovens do sexo masculino quando 
comparados aos valores do sexo feminino no índice de massa 
corpórea, no mesmo estudo o autor apresenta o resultado da 
gordura subcutânea, cuja prevalência foi maior no %G no 
sexo feminino cerca de 92% e de 56% no sexo masculino, 
confi rmando os escores do estudo expostos na Tabela II. Ali-
cerçando aos resultados obtidos da pesquisa, Paula [13], em 
seu estudo com participação de adultos com idade superior 
a 20 anos (homens e mulheres), com enfermidades crônicas 
não transmissíveis (hipertensão arterial, diabetes mellitus, 
dislipidemia), mostrou que, independentemente de tais en-
fermidades, 75% dos indivíduos estavam com IMC acima do 
normal, ditos em obesidade grau I (Organização Mundial de 
Saúde 1995, 1997). Conclui-se que as ECNT (enfermidades 
crônicas não transmissíveis) foram mais prevalentes dentre 
os indivíduos classifi cados como obesos e, no entanto, os 
indivíduos do sexo feminino estão mais susceptíveis a tais 
enfermidades. 
Tabela II - Comportamento médio das características do grupo II.
Variáveis Masculino Feminino
Indivíduos 7 7
Índice massa 
corporal
 28,02 ± 3,38b 23,47 ± 2,87ª
Percentual de 
gordura
 22,69 ± 8,78b 27,13 ± 6,30b
Lipídios totais 656,70 ± 88,19a 629,14 ± 121,09a
Triglicerídeos 150,43 ± 52,62a 113,57 ± 45,21a
Colesterol total 185,57 ± 21,28a 187,43 ± 32,12a
HDL 46,00 ± 12,87c 54,14 ± 9,65c
LDL 95,40 ± 33,79a 111,00 ± 26,94a
VLDL 29,89 ± 10,69a 22,29 ± 9,20a
Normalidades: a = dentro da normalidade; b = acima da normalidade; 
c = abaixo da normalidade
O Gráfi co 1 apresenta os resultados da correlação entre 
percentual de gordura e perfi l lipídico nos grupos masculino 
e feminino, para os que têm maior predominância para uti-
lização da fonte energética oxidativa. É notória a diferença 
entre os sexos na correlação dos dados, pois no grupo mascu-
lino as variáveis analisadas que caracterizam o perfi l lipídico 
foram: TG (triglicerídeos) e VLDL (lipoproteína de muito 
baixa densidade), entre as quais se notou baixa correlação; 
já os LT (lipídios totais), o CT (colesterol total) e os LDL 
(lipídios de lipoproteína de baixa densidade) apresentaram 
média baixa correlação, sendo que na HDL (lipoproteína 
de alta densidade) foi determinada uma média correlação 
com o percentual de gordura. Adiante, observou-se que no 
grupo feminino ocorreu uma maior alteração nas correlações 
das variáveis do perfi l lipídico, principalmente nos: TG, 
VLDL, que foram classifi cados por apresentar uma média 
alta correlação; nos LT, para os quais se notou uma média 
correlação; nos LDL, com média baixa correlação; e, por 
Fisiologia v7n1.indb 6Fisiologia v7n1.indb 6 9/10/2008 17:00:189/10/2008 17:00:18
7Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
fi m, as HDL, apresentaram uma baixa correlação com o 
percentual de gordura. 
No entanto, é possível afi rmar, também, que os indivíduos 
do sexo feminino deste grupo demonstraram uma maior cor-
relação em algumas das variáveis lipídicas com o percentual 
de gordura quando comparado com os dados dos indivíduos 
do sexo masculino, com isso exibem uma maior tendência a 
disfunções lipídicas. 
Gráfi co 1 - Correlação entre percentual de gordura e perfi l lipídico 
do grupo I.
Gráfi co 2 - Correlação entre percentual de gordura e perfi l lipídico 
no grupo II
*indica significancia para p < 0,05. LT: Lipidios totais. TG: Trigliceride-
os. HDL: Lipoproteína de alta densidade. LDL: Lipoproteína de baixa 
densidade. VLDL: Lipoproteína de muito baixa densidade. 
O Gráfi co 2 apresenta os resultados da correlação entre 
percentual de gordura e perfi l lipídico no grupo masculino 
e feminino, agora com predominância de fi bras glicolíticas. 
Diante dos resultados, nota-se que, nos indivíduos do sexo 
masculino, as variáveis analisadas que caracterizam o perfi l 
lipídico, tais como LT (lipídios totais), HDL (lipoproteína 
de alta densidade), e LDL (lipoproteína de baixa densidade), 
apresentam média baixa correlação com o percentual de 
gordura subcutânea; já entre os TG (triglicerídeos), a VLDL 
(lipoproteína de muito baixa densidade) mostrou-se com 
baixa correlação; no entanto, em relação ao CT (colesterol 
total), verifi cou-se uma média correlação. Trataremos, agora, 
dos convocados do sexo feminino. Pode-se afi rmarque as va-
riáveis do perfi l lipídico apresentaram uma maior correlação 
com o percentual de gordura, quando comparados com os 
resultados dos indivíduos do sexo masculino, pois os dados 
abaixo demonstram claramente tal afi rmativa. Houve alta 
correlação entre LT, TG e VLDL; adiante, no CT e LDL 
percebeu-se média alta correlação e, por fi m, no HDL, 
nota-se média baixa correlação. Portanto, nos resultados 
analisados dentro do universo da pesquisa, é valido dizer 
que existe correlação entre o perfi l lipídico e o percentual 
de gordura, tanto nos indivíduos do sexo masculino quanto 
e, principalmente, nos do sexo feminino. Mesmo assim, é 
preciso salientar que não se obteve perfeita correlação nem 
se demonstrou inexistência nas classifi cações das estimativas 
de correlação. 
*indica significância para p < 0,05. **indica significância para p < 
0,01. LT: Lipidios totais. TG: Triglicerideos. HDL: Lipoproteína de alta 
densidade. LDL: Lipoproteína de baixa densidade. VLDL: Lipoproteína 
de muito baixa densidade. 
Discussão
Diversos estudos foram realizados em diferentes regiões 
do país, com o intuito de detectar os níveis de sobrepeso e 
obesidade, mas tais informações que representam a população 
brasileira ainda são escassas devido à dimensão territorial, 
fi cando os resultados restritos a estudos regionais [12]. 
Portanto, na região norte do nosso país, ainda existem 
poucos estudos sobre obesidade e sobrepeso, o que difi culta 
uma discussão mais aprofundada sobre os dados apresenta-
dos.
Um estudo feito nas principais capitais do país, realizado 
pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição [13], 
evidenciou que 32% da população brasileira apresentam 
algum tipo de sobrepeso, destes, 8% são obesos, sendo tal 
prevalência maior entre as mulheres, as quais chegam a 
38%, enquanto nos homens essa proporção chega a 27%. A 
proporção de sobrepeso e obesidade aumenta com a idade, 
principalmente entre os 45 e 55 anos: nos homens o índice 
chega a 37% e nas mulheres a 55%. Cerca de 60% das mu-
lheres no período da menopausa ganham peso entre 2,5 kg a 
5,0 kg rapidamente [14]. 
Portanto, dentro da faixa etária de 25 a 35 anos, a proba-
bilidade de adquirir obesidade é menor, pois o metabolismo 
basal nesta faixa etária é mais elevado, quando comparado às 
faixas etárias posteriores. Após os 35 anos de idade, inicia-se 
a diminuição das variáveis orgânicas, como massa muscular, 
massa óssea, potência aeróbia e neuromuscular.
A diminuição da massa muscular está relacionada à idade, 
que, por sua vez, está diretamente relacionada à diminuição 
do gasto calórico diário, aumentando assim as possibilidades 
de aumento de massa gorda [15]. 
Em estudo com a participação de adolescentes de ambos os 
sexos, verifi cou-se maior percentual de risco de sobrepeso no 
sexo masculino e de gordura corporal elevada, no feminino. 
Fisiologia v7n1.indb 7Fisiologia v7n1.indb 7 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 20088
Com isso, o percentual de gordura corporal apresentou uma 
tendência a ser signifi cativamente maior no sexo feminino 
[16].
É nesse sentido que o estudo de Martins [17] investigou 
237 mulheres portuguesas obesas com idade média de 31 ± 14 
anos e IMC médio de 34,2 ± 6,0 kg/m2, e observou índices de 
hipercolesterolemia (200 mg/dl) de 36% e de hipertrigliceri-
demia (200 mg/dl) de 10%. Em outra investigação, Cercato 
[18], em São Paulo, estudou 412 mulheres obesas com idade 
média de 42,9 ± 13,4 anos e IMC médio de 38,9 ± 7,2 kg/
m2; observou freqüências maiores de hipercolesterolemia 
(colesterol 240 mg/dl em 53%) e de hipertrigliceridemia 
(triglicérides 200 mg/dl em 18,6%).
Partindo desses achados e com a análise dos resultados dos 
indivíduos do sexo feminino do presente estudo, notou-se alta 
correlação em algumas das variáveis do perfi l lipídico com o 
percentual de gordura. Do mesmo modo, os escores obtidos 
pelo grupo de predominância de fonte energética glicolítica 
apresentaram uma maior correlação em todas as variáveis do 
perfi l lipídico do que as do grupo com predominância de 
utilização da fonte energética oxidativa. Esse fato pode ser 
justifi cado pelo tipo de sistema predominante na fi bra mus-
cular esquelética, entretanto não é o único determinante para 
obesidade. O sistema oxidativo geralmente tem uma atividade 
de enzima de oxidação mais alta do que o sistema glicolítico; 
na realidade, foi formado para possuir um conteúdo mais 
alto do transportador de glicose (insulina-regulado) e maior 
sensibilidade à insulina do que para metabolismo de glicose 
do que o sistema glicolítico [9]. 
Com os resultados expostos nos gráficos do estudo, 
pode-se dizer que houve correlações das variáveis do perfi l 
lipídico com o percentual de gordura no grupo masculino 
e principalmente no público feminino, salientando que não 
apresentou inexistência, como também não atingiu perfeição 
correlativa. Entende-se que o fato ocorreu pelo baixo percen-
tual de gordura, juntamente pela não constatação de valores 
do IMC com níveis de classifi cação que indicam obesidade 
no perfi l da amostra. 
Estudo realizado em crianças gravemente obesas apre-
sentou positividade na correlação com colesterol total (CT), 
triglicérides (TG), LDL e negativamente com HDL [19].
Com base no estudo de Quintão [20], a dislipidemia está 
relacionada a valores aumentados de colesterol total, valores 
aumentados de LDL, valores aumentados de triglicerídeos 
e valores diminuídos de HDL. Dessa forma, os achados da 
pesquisa expostos, não demonstraram alterações anormais 
relacionadas às dislipidemias, como pode ser visto nas Tabelas 
I e II.
Conclusão
Os dados da pesquisa científi ca demonstraram que, nos 
grupos masculino e feminino, existem altas estimativas cor-
relacionais entre o perfi l lipídico e o percentual de gordura. 
No entanto, os escores correlacionais obtidos nos grupos do 
sexo feminino (oxidativo e glicolítico), apresentaram diferença 
entre si, quanto ao grau correlacional e de signifi cância devido 
a predominância da fonte energética, assim o grupo femini-
no com predominância a utilização do sistema energético 
glicolítico atingiu alta estimativa de correlação assim como a 
signifi cância (p < 0,05). 
Portanto, o grupo feminino, tanto com predominância do 
sistema energético oxidativo como do sistema energético glico-
lítico, tem uma maior tendência a disfunções lipídicas do que 
os indivíduos do sexo masculino com a mesma sensibilidade 
a utilização das fontes energéticas acima mencionadas. 
A investigação revela que, para obter resultados mais ex-
pressivos relacionados à estimativa de correlação, teríamos que 
selecionar um grupo com percentual de gordura mais elevado 
e com os níveis de IMC indicadores de obesidade. Por fi m, 
estudos com o propósito de investigar a este assunto ainda 
são muito escassos no meio científi co e, nesse sentido, existe a 
necessidade de outras investigações para que tais confi rmações 
possam ser ampliadas e mais fundamentadas. 
Agradecimentos
Agradecemos aos Doutores Jusábdon Naves Cansado e 
Wanderly Fernandes de Miranda, proprietários do Laborató-
rio Clínico Labnort, onde foi feito o exame de identifi cação 
do perfi l lipídico. Também somos gratos aos acadêmicos de 
Educação Física da Faculdade UNIRG, que participaram 
como amostra da pesquisa e, em especial, ao acadêmico Marco 
Antonio Freitas Souza.
Referências 
Gauthier MS, Couturier K, Charbonneau A, Lavoie JM. Eff ects 1. 
of introducing physical training in the course of a 16-week 
high-fat diet regimen on hepatic steatosis, adipose tissue fat 
accumulation, and plasma lipid profi le. Int J Obes Relat Metab 
2004; 28(8):1064-71. 
Wang Y, Jones P. Conjugated linoleic acid and obesity con-2. 
trol: effi cacy and mechanisms. Int J Obes Relat Metab2004; 
28(8):941-55. 
Felippe FM. O peso social da obesidade. [Tese]. Porto Alegre: 3. 
PUCRS; 2001. 
Lottenberg AMP. Tratamento dietético da obesidade. São Paulo: 4. 
Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein; 2003.
Kannel WB. Risk stratifi cation of dyslipidemia: insights from 5. 
the Framingham Study. Curr Med Chem 2005;3(3):187-93.
Coelho VG, Caetano LF, Junior RDRL, Cordeiro JA, Souza 6. 
DRS. Perfi l lipídico e fatores de risco para doenças cardio-
vasculares em estudantes de medicina. Arq Bras Cardiol 
2005;85(1):57-62.
Tanner CJ, Barakat, HA, Dohm G, Lynis P, Walter J, Macdo-7. 
nald KG, et al. Muscle fi ber type is associated with obesity 
and weight loss. Am J Physiol Endocrinol Metab 2002;282: 
E1191-E1196. 
Fisiologia v7n1.indb 8Fisiologia v7n1.indb 8 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
9Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
Malenfant P, Joanisse DR, Th e’Riault R, Goodpaster BH, 8. 
Kelly DE, Simoneau JA. Fat content in individual muscle 
fi bers of lean and obese subjects. Int J Obes Relat Metab 
2001;25:1316-21.
Marette A, Richardson JM, Ramlal T, Balon TW, Vranic M, 9. 
Pessin JE et al. Abundance, localization, and insulin-induced 
translocation of glucose transporters in red and white muscle. 
Am J Physiol 1992;263:C443-452.
Abramova TE, Nikitina TM, Ozolin NN. Possibilidades de 10. 
utilização das impressões dermatoglífi cas na seleção desportiva. 
Teoria e prática da cultura física 1995;3:10-15. 
Silva RR, Malina RM. Sobrepeso, atividade física e tempo de 11. 
televisão entre adolescentes de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. 
Rev Bras Ciênc Mov 2003;11(4): 63-66.
Pinto SL, Franceschini SCC, Priore SE. Estado nutricional, 12. 
composição corporal e hábito alimentar de adolescentes de 
Viçosa MG. Nutrição Brasil 2005;4(5):251-57.
Paula TCCB, Nacif MAL, Viebig RF. Prevalência de enfermida-13. 
des crônicas não transmissíveis em pacientes adultos atendidos 
em uma clinica. Nutrição Brasil 2006;5(1):26-32.
Souza LM, Virtuoso JSJ. A efetividade de programas de exer-14. 
cício físico no controle do peso corporal. Rev Saúde Com 
2005;1(1):71-78.
Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN). Con-15. 
dições nutricionais da população brasileira adulta e idosa. 
Pesquisa nacional sobre saúde e nutrição. Brasília: Ministério 
da Saúde; 1991. 
Oliveira CL, Fisberg M. Obesidade na infância e adolescência 16. 
uma verdadeira epidemia. Arq Bras Endocrinol Metab 2003; 
47(2):107-8.
Matsudo SM, Matsudo VKR, Barros Neto TL. Impacto do 17. 
envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromo-
toras e metabólicas da aptidão física. Rev Bras Ciênc Mov 
2000;8(4):21-32.
Pereira PF, Vieira PCR, Franceschini SCC, Priore SE. Associação 18. 
do estado nutricional, composição corporal e localização da gor-
dura corporal com lipídios séricos em adolescentes do município 
de Viçosa-MG. Nutrição Brasil 2006;5(2):82-90.
Martins JM, Carreiras F, Falcão J, Afonso A, Costa JC. Disli-19. 
pidaemia in female overweight and obese patients. Relation to 
antropometric and endocrine factors. Int J Obes Relat Metab 
Disord 1998;22:164-70. 
Cercato C, Silva S, Sato A, Mancine M, Halpern A. Risco car-20. 
diovascular em uma população de obesas. Arq Bras Endocrinol 
Metab 2000;44:42-80. 
Sarni RS, Souza FIS, Schoeps DO, Catherino P, Oliveira 21. 
MCCP, Pessotti CFX et al. Relação da cintura abdominal com 
a condição nutricional, perfi l lipídico e pressão arterial em pré-
escolares de baixo estrato socioeconômico. Arq Bras Cardiol 
2006;87(2):153-58.
Quintão E. Drogas: mecanismo de ação. In: Quintão E, ed. Co-22. 
lesterol e aterosclerose. Rio de Janeiro: Qualitymark; 1992.
Fisiologia v7n1.indb 9Fisiologia v7n1.indb 9 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 200810
Artigo original
Nutrição de futebolistas infantis e juvenis
Nutrition in sub-15 and sub-17 soccer players
Silvia Teixeira de Pinho*, Daniel Medeiros Alves**, Diego Vaz Vaguethi ***, Patrícia dos Santos Behling****, 
Márcia Buchewaitz*****
*Mestranda em Educação Física da ESEF – UFPEL, **Especialista em Treinamento Desportivo – UEL, Preparador Físico do Grê-
mio Esportivo Bagé, ***Graduado em Nutrição pela UFPEL, ****Graduada em Educação Física da ESEF – UFPEL, 
*****Professora e Diretora da Nutrição da UFPEL
Resumo
O presente estudo teve como objetivo traçar o perfi l nutricio-
nal de jogadores de futebol e discutir a adequação dietética com 
as necessidades para esse esporte. A amostra foi composta de 20 
jogadores infantis e 20 jogadores juvenis. Para avaliar o hábito ali-
mentar, aplicou-se o questionário recordatório alimentar e os dados 
foram analisados no software de análise de macro e micronutrientes 
(DietWin, 2003). Os resultados encontrados demonstraram uma 
adequação calórica em 40% dos atletas juvenis e apenas 20% dos 
atletas infantis. A adequação dos macronutrientes na categoria 
juvenil foi de 50% (CHO), 50% (proteínas) e 60% (lipídeos). 
Já a categoria infantil apresentou uma dieta hipolipídica (50%), 
hipoprotéica (80%) e hiperglicídica (50%). Sobre os micronutrien-
tes encontrou-se um consumo abaixo do recomendado (< 70% 
adequação) em vitamina C, vitamina A, cálcio e cobre, além de 
uma ingestão excedente (> 110% adequação) de ferro para as duas 
categorias. Esses resultados permitem concluir que é necessário que 
se faça uma intervenção nutricional nesse grupo de atletas, tanto 
para otimizar o desempenho como para garantir uma prática mais 
saudável para os grupos estudados.
Palavras-chave: futebol, nutrição, composição corporal, dieta. 
Abstract
Th e aim of the present study was to draw the fi eld soccer players’ 
corporal and feeding profi le and to discuss the dietary adaptation 
with the needs of this sport. Th e sample was composed by 20 players 
14 to 15 years old and 20 players 16 and 17 years old. To make 
the evaluation of feeding habits, we used the nutritional questio-
nnaire, analyzed by DietWin 2003 software. Th e results pointed 
out a caloric adaptation on 40% of the sub-17 players and only 
20% of the sub-15 players. An appropriation of macronutrients in 
the younger category was 50% (CHO), 50% (proteins) and 60% 
(fat). Th e sub-15 players presents a diet with less fat (50%) and 
protein (80%), and hyperglicidic (50%). About the micronutrients 
was found a consumption below the recommended level (< 70% 
adaptation) in vitamin C, vitamin A, calcium and copper and a 
spare (>110% adaptation) ingestion of iron in most of players of 
the two categories. Th e results showed that it is necessary to make 
a nutritional intervention in teenage soccer players to increase the 
sport performance as well as to obtain healthier dietary practices 
for those age groups.
Key-words: soccer, nutrition, corporal composition, diet.
Recebido em 10 de dezembro de 2007; aceito 15 de fevereiro de 2008.
Endereço para correspondência: Silvia Teixeira de Pinho, Rua Carlos Gotuzo Giacoboni, 1271, 96040-240 Pelotas RS, Tel: (53) 9157 
3329, E-mail: silvia_esef@yahoo.com.br
Fisiologia v7n1.indb 10Fisiologia v7n1.indb 10 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
11Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
Introdução
O futebol é um dos esportes mais praticados no mundo, 
e conseqüentemente no Brasil. Apesar disso, o futebol ainda 
carece de estudos científi cos sobre os efeitos da prática dessa 
modalidade em crianças e adolescentes [1]. Embora os aspec-
tos relacionados ao alto rendimento sejam amplamente dis-
cutidos na literatura mundial, os atletas em fase de formação 
raramente são objetos de estudo científi cos.
Segundo Ribas [2], o exercício altera as necessidades dieté-
ticas do atleta, devido ao aumento na utilização de substratos 
energéticos. A falta de orientação nutricionalpode levar a 
erros na reposição energética, comprometendo assim, não só 
a saúde, como também a performance do atleta.
Uma aparente solução para resolver as possíveis defi ci-
ências alimentares de atletas é a suplementação. Porém, a 
escassez de estudos nutricionais para atletas, difi culta a adoção 
da melhor estratégia alimentar por parte dos profi ssionais 
atuantes na educação física e no esporte, impedindo afi rmar 
se o uso de suplementos é adequado ou não.
Acredita-se que a prática do futebol requisita dos atletas 
elevadas demandas energéticas que compreendem valores 
entre 3150 a 4300 kcal [3,4]. No entanto, diferentes estudos 
têm demonstrado que o gasto calórico pode ser de 2100 a 
2520 kcal em uma única partida [5,6]. No que se refere 
à reposição calórica, os atletas de futebol ingerem menos 
calorias do que necessitam para a reposição de seu desgaste 
[5], ressaltando a importância da utilização de soluções ricas 
em carboidratos (CHO) com o intuito de retardar o início 
da fadiga muscular durante o exercício. Além disso, essa 
estratégia dietética tem a propriedade também de promover 
a reposição da perda hídrica devido ao desgaste imposto 
pelo exercício. 
O estabelecimento de uma dieta equilibrada possibilita ao 
atleta o aporte calórico e de macronutrientes compatíveis com 
o exercício, recuperando o desgaste ocorrido [7-9]. Nenhum 
alimento garante altos níveis de performance em todos os 
atletas [4], sendo necessário uma adequada orientação nutri-
cional apoiada na experiência e no conhecimento científi co, 
evitando problemas como a superestimação ou subestimação 
de nutrientes durante a dieta. 
Os cuidados nutricionais com atletas devem oportunizar 
um adequado desempenho esportivo e a reposição dos nu-
trientes utilizados durante a atividade, bem como proporcio-
nar a reposição das perdas de vários nutrientes que ocorreram 
durante os exercícios. 
A adequada ingestão de carboidratos garante a reposi-
ção do glicogênio muscular e hepático utilizado durante 
a atividade física [10]. Após os exercícios, o carboidrato é 
utilizado para repor rapidamente os estoques de glicogênio, 
benefi ciando assim a recuperação e a preparação dos mesmos 
músculos para atividades posteriores. Atletas que treinam 
diariamente de forma intensa devem ingerir de 60 a 70% do 
valor energético diário total ou de 6-10 g de carboidratos/kg 
de peso corporal/dia [4,6,11,12].
Ressalta-se que crianças e adolescentes esportistas de-
mandam um cuidado especial no que se refere ao seu estado 
nutricional tendo em vista que estão em uma fase da vida 
sobre intenso crescimento e desenvolvimento e que a prática 
esportiva poderá provocar modifi cações de suas necessidades 
nutricionais normais. Dessa maneira, torna-se importante a 
realização de avaliação periódica de parâmetros de crescimento 
e desenvolvimento, bem como de aspectos nutricionais que 
possam sugerir risco à saúde [13].
O treinamento é capaz de estimular o crescimento mus-
cular, porém sem uma dieta equilibrada, o resultado fi ca 
limitado. Segundo Miller [14], além de fatores genéticos e do 
treinamento, o principal fator que infl uência a performance 
é a dieta.
Considerando as demandas fi siológicas decorrentes da 
prática do futebol e o papel da nutrição dos atletas para o 
fortalecimento desse esporte, o presente estudo objetivou 
analisar o perfi l nutricional de jogadores infantis e juvenis 
de futebol de campo na cidade de Pelotas, e assim discutir 
a adequação dietética dos mesmos em comparação com as 
necessidades requeridas para esse esporte.
Material e métodos
A amostra foi composta de 20 jogadores de futebol de 
campo com idades de 14 e 15 anos (categoria infantil) e 20 
jogadores de 16 e 17 anos (categoria juvenil), de duas equi-
pes classifi cadas para as semifi nais do campeonato citadino, 
na cidade de Pelotas, RS, todos fi liados à liga pelotense de 
futebol. A escolha pelos atletas se deu aleatoriamente, repre-
sentando aproximadamente um terço da população total de 
cada equipe.
A rotina de treinamento dos atletas constava de 5 sessões 
de treinamento semanais, com duração de aproximadamente 
100 minutos para os infantis e 120 minutos para os juvenis. 
Para a avaliação não foram considerados os níveis de matu-
ração biológica.
Foram coletados dados de peso e altura dos jogadores 
e também as medidas das pregas cutâneas: triciptal (DTR) 
e subescapular (DSE), utilizando-se o compasso de dobras 
cutâneas. Para a análise do percentual de gordura utilizou-se 
a equação proposta por Slaughter [13].Os materiais utilizados 
foram: uma balança analógica e estadiômetro (marca Secca) 
para medir a estatura, um compasso de dobras cutâneas (marca 
Lange) para medir as dobras cutâneas. 
Os valores médios encontrados para estatura, peso, IMC 
e percentual de gordura encontram-se na Tabela I.
Observa-se que o peso médio do grupo de jogadores 
juvenil apresentou valor superior ao grupo infantil o que é 
indicativo de ingestão alimentar maior.
Fisiologia v7n1.indb 11Fisiologia v7n1.indb 11 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 200812
Tabela I - Caracterização da amostra.
Ida-
de
Altu-
ra
Peso IMC DSE DTR % 
Gord
Juve-
nil
Mé-
dia 
16,4 1,75 58,2 21,1 8,7 8,9 13,8
Desv 
Pad
0,6 0,06 7,3 1,9 1,6 1,8 2,5
In-
fantil
Mé-
dia 
14,4 1,69 55,9 19,9 9,5 8,5 13,6
Desv 
Pad
0,7 0,06 6,9 2,3 1,6 1,8 2,4
Para avaliar o hábito alimentar, aplicou-se o questionário 
recordatório alimentar de 24 horas, em 3 dias não consecu-
tivos da semana (sendo 1 no fi m de semana) para se obter 
uma amostra de consumo, representativa da dieta habitual 
de cada jogador conforme o procedimento apresentado por 
Willet [15]. 
O questionário foi aplicado por estudantes do curso de 
nutrição e de educação física da Universidade Federal de 
Pelotas, sob a orientação e supervisão de uma professora do 
curso de nutrição, sendo o mesmo aplicado em uma sala 
onde cada aluno era entrevistado individualmente antes das 
sessões de jogo.
Os resultados dos dados de ingestão calórica de macro 
e micro-nutrientes foram representados pela média dos 3 
dias de recordatório, analisados em software de análises de 
alimentos (DietWin, 2003) e expressos em percentuais. Os 
percentuais encontrados de consumo foram comparados às 
recomendações do Institute of Medicine’s Food and Nutrition 
Board que preconiza as Referências de Ingestão Dietética 
(DRI’s) [16] para todos os nutrientes. A estimativa do gasto 
energético dos jogadores foi determinada através da Taxa 
de Metabolismo Basal (TMB) dos mesmos, calculada pela 
equação 66,5 + (13,75 x kg) + (5,003 x cm) - (6,775 x age) 
[17]. Após a divisão do valor da TMB por hora, o resultado 
foi multiplicado pelas constantes metabólicas, considerando 
as atividades despendidas com as horas de treinamento físico 
e outras atividades consideradas leves e muito leves, segundo 
a Organização Mundial da Saúde [18]. 
Foram analisados os valores percentuais de adequação 
dietética para o consumo calórico, consumo de macronutri-
netes e micronutrientes (vitaminas e minerais) nas categorias 
juvenil e infantil.
Os participantes assinaram um termo de consentimento 
livre e esclarecido antes da coleta de dados.
Resultados 
Observa-se na Figura I sobre a ingestão calórica total, que 
40% dos jogadores da categoria juvenil consumiam dieta 
adequada e 30% acima do recomendado. Para a categoria 
infantil, observa-se que a grande maioria (70%), apresentou 
uma dieta hipercalórica. 
Figura 1 - Percentual de atletas em função do percentual de adequa-
ção da ingestão calórica total de futebolistas infantis e juvenis.
Os resultados demonstram um consumo excessivo dos 
jogadores, contrariando os estudos realizados por Rico-Sanz 
[5] e Leblanc et al. [19], ondea ingestão de energia total dos 
atletas investigados era insufi ciente. 
A Tabela II apresenta a análise da adequação dos macronu-
trientes, respectivamente para as categorias juvenil e infantil. A 
dieta dos jogadores da categoria juvenil apresentou expressivo 
percentual de adequação de acordo com o recomendado para 
todos os nutrientes CHO (50%); proteínas (50%) e lipídeos 
(60%). Entretanto, pode-se observar também na Tabela II 
que a dieta dos jogadores da categoria infantil apresentou-se, 
em sua maioria: hiperglicídica (50% acima da adequação) 
hipoprotéica (80% abaixo do recomendado) e hipolipídica 
(50% abaixo do recomendado), respectivamente.
Tabela II - Adequação do percentual de macronutrientes. 
Nutriente
Adequação
Abaixo Recomendado Acima
Juvenil
Carboidratos
Proteínas
Lipídeos
30%
40%
20%
50%
50%
60%
20%
10%
20%
Infantil
Carboidratos
Proteínas
Lipídeos
20%
80%
50%
30%
20%
30%
50%
-
20%
*Percentual de adequação – CHO: 60 – 70 %; Proteínas: 12 – 15 %; 
Lipídeos: 25 – 30 % 
No presente estudo, 50% dos jogadores da categoria ju-
venil apresentaram a proporção recomendada de consumo de 
CHO, entretanto uma parcela expressiva da amostra (30%) 
apresentou baixa adequação do consumo desse nutriente, 
confi rmando os resultados observados na literatura para 
essa modalidade esportiva. Entretanto, a categoria infantil 
apresentou resultados opostos ao encontrado por Ruiz et al. 
[19], pois a maioria consumia CHO em proporções acima do 
recomendado (50%) ou em nível recomendado (30%).
Com relação ao consumo de proteínas, observa-se que 
ocorreu adequação em metade dos jogadores da categoria ju-
venil (50%), entretanto parcela signifi cativa apresentou dieta 
Fisiologia v7n1.indb 12Fisiologia v7n1.indb 12 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
13Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
hipoprotéica (40%). O mesmo não aconteceu com a categoria 
infantil que em sua maioria apresentou dieta hipoprotéica 
(80%). No estudo de Rico-Sanz [5] foram encontrados 
percentuais de proteína de 14% e 14,4%, ressaltando um 
consumo de carboidratos abaixo do recomendado.
Uma vez que a depleção de glicogênio é observada após 
as partidas de futebol [5], alimentos contendo grandes 
quantidades de carboidratos são importantes, pois auxiliam 
na reposição da reserva de glicogênio corporal. Os resultados 
demonstram que a quantidade de carboidratos ingerida pelos 
atletas da categoria juvenil está adequada ao recomendado 
(60 –70%). Já nos jogadores da categoria infantil, observa-se 
que a metade teve uma ingestão superior ao recomendado 
para carboidratos e uma ingestão inferior em proteínas. Este 
fato pode estar relacionado com um balanço nitrogenado 
negativo, comprometendo o crescimento e desenvolvimento 
dessa população de jogadores. 
A Tabela III indica o percentual de adequação das vitami-
nas consumido pelos jogadores.
A análise da adequação de ingestão dos micronutrientes 
nas duas tabelas mostra que os percentuais de adequação são 
muito semelhantes para as duas categorias. Pode-se notar 
que uma parte dos jogadores da categoria infantil teve um 
consumo inadequado de vitaminas, sendo que todos (100%) 
ingeriram quantidade marginal (< 70% adequação) de vita-
mina C e 70%, de vitamina A. A maioria dos jogadores da 
categoria juvenil também não atingiu o percentual adequado 
para o consumo de vitamina A, sendo 70% com ingestão 
marginal (< 70% adequação). O mesmo observa-se quanto 
ao consumo de vitamina C, ressaltando que 80% tiveram 
adequação inferior a 70%. 
A ingestão insufi ciente das vitaminas A e C pode compro-
meter o crescimento ósseo [20], fato relevante por se tratar 
de atletas em fase de crescimento. Além disso, essas vitaminas 
desempenham um papel importante no metabolismo aeró-
bio [21], e uma ingestão inadequada pode comprometer o 
desenvolvimento da capacidade aeróbia, importante para o 
bom rendimento no futebol [1]. 
Quanto às demais vitaminas, na dieta da categoria juvenil 
os maiores percentuais estavam acima do recomendado e para 
a categoria infantil os maiores percentuais encontraram-se 
adequados ou acima do recomendado.
Com relação aos minerais, os resultados encontrados também 
apresentaram semelhanças entre as duas categorias. Na categoria 
juvenil (Tabela IV), constata-se que 70% dos jogadores não atin-
giram um consumo maior que 70% de adequação de cálcio. Igual 
resultado pôde ser constatado quanto ao consumo de cobre, já 
que 100% obtiveram um consumo marginal. Quanto aos jogado-
res da categoria infantil (Tabela IV), apresentaram uma ingestão 
inadequada para cálcio (80%) e cobre (100%) e um consumo 
superior em ferro (90%). Com relação à ingestão de ferro dos 
jogadores da categoria juvenil, verifi ca-se que a maior parte (60%) 
atingiu um percentual maior do que o recomendado. 
Discussão
Vários estudos realizados com atletas de futebol constata-
ram que as gorduras têm importante participação na ingestão 
Tabela III - Análise da adequação do consumo de vitaminas. 
Vitaminas Adequação
< 70 %
Juvenil Infantil
70 – 80 %
Juvenil Infantil
80 – 110 %
Juvenil Infantil
> 110 %
Juvenil Infantil
Vitamina C
Vitamina B12
Vitamina B6
Vitamina A
Vitamina B2
Vitamina B1
Vitamina E
Niacina
80% 100%
 - 10%
40% 30%
70% 70%
20% 20%
30% 20%
20% -
30% 20%
 - -
20% -
10% 10%
10% 10%
 - -
 - 40%
 - -
 - 20%
 - -
10% 20%
30% 40%
10% -
20% 30%
30% 30%
20% 20%
30% 40%
20% -
70% 70%
20% 20%
10% 20%
60% 50%
40% 20%
60% 80%
40% 20%
Tabela IV - Adequação do percentual de minerais. 
Minerais Adequação
< 70 %
Juvenil Infantil
70 – 80 %
Juvenil Infantil
80 – 110
Juvenil Infantil
> 110 %
Juvenil Infantil
Cálcio
Cobre
Ferro
Folato
Fósforo
Magnésio
Zinco
 70% 80%
100% 100%
 - 10%
 40% 50%
 10% 20%
 40% 10%
 20% 10%
 - -
 - -
 - -
10% 10%
10% 10%
10% 30%
 - 20%
20% 20%
 - -
40% -
20% 30%
20% 20%
30% 30%
30% 30%
10% -
 - -
60% 90%
30% 10%
60% 50%
 20% -
50% 40%
Fisiologia v7n1.indb 13Fisiologia v7n1.indb 13 9/10/2008 17:00:199/10/2008 17:00:19
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 200814
energética total desses atletas e ao mesmo tempo apresentam 
um baixo consumo de CHO [4,16,17]. Leblanc et al. [19], 
também verifi caram em seu estudo que a dieta dos atletas 
apresentava uma ingestão na proporção de macronutrientes 
ingeridos oriundas das gorduras (29,1 a 34,1% do VCT) e 
ao mesmo tempo baixa em carboidratos (48,5 a 56,6% do 
VCT). Ruiz et al. [18], estudando jogadores de 14 anos de 
idade, mostraram que a contribuição de CHO na ingestão 
de nutrientes encontrava-se em torno de 47,4%. 
Apesar dos carboidratos e gorduras serem quantitativa-
mente os combustíveis preferenciais para o exercício, alguns 
tipos de atividades podem aumentar a oxidação de amino-
ácidos, principalmente os de cadeia ramifi cada [22]. Como 
resultado do aumento da oxidação de aminoácidos, estes são 
irreversivelmente perdidos. No caso que esses aminoácidos 
não sejam repostos pela dieta, o processo normal de síntese 
protéica será prejudicado, o que resultaria em uma redução 
das proteínas corporais, podendo levar a uma perda crônica de 
massa muscular, que é relevante no desempenho do jogador 
de futebol [23]. 
Uma ingestão de 1,4 - 1,7 g/kg/dia de proteína estariaadequada para jogadores de futebol [21]. Outra recomendação 
seria de 12 – 15% da ingestão energética de proteínas para 
adolescentes esportistas [24], o que se pode observar na dieta 
da metade dos jogadores da categoria juvenil.
A recomendação de consumo de gorduras na dieta é de 
25 – 30% das calorias totais. Juntamente com o carboidrato, 
a gordura é a principal fonte de energia durante o exercício. 
O objetivo da utilização de gordura durante o exercício é 
poupar o uso do glicogênio muscular [25]. Neste estudo 
encontrou-se um consumo adequado de gordura em 60% 
dos jogadores da categoria juvenil, entretanto, metade dos 
jogadores da categoria infanto-juvenil teve uma ingestão 
abaixo do recomendado. A restrição excessiva do consumo de 
gorduras pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento, 
por restringir o consumo energético e também a absorção de 
vitaminas lipossolúveis e carotenóides [26].
Em um estudo realizado com atletas nadadores com idades 
entre 13 e 21 anos [27], foi observado baixo consumo em 
vitamina A e elevada ingestão em ferro para os homens, dados 
que corroboram com os encontrados na presente pesquisa. 
Porém, a pesquisa realizada com atletas nadadores também 
constatou o consumo excedente em vitamina C, resultado 
esse que não foi verifi cado nesse estudo.
Algumas vitaminas e minerais desempenham um papel 
chave no metabolismo energético [21]. A atividade física au-
menta a necessidade do consumo de alguns destes nutrientes, 
o que pode ser alcançado mediante a ingestão de uma dieta 
adequada [11]. Estudos alertam que o aumento da ingestão 
de cálcio e vitamina E, diminui os efeitos provocados pelos 
radicais livres [28,29].
Ainda não há evidências científi cas de que a suplementação 
de vitaminas e minerais promova um efeito ergogênico para 
os atletas. No entanto, a suplementação pode ser útil quando 
houver necessidade de compensar dietas defi citárias devido 
a aspectos, como: estilo de vida, desgaste físico devido ao 
treinamento intenso, correção de inadequação nutricional, 
adequando às recomendações [10].
No estudo feito por Leblanc et al. [19], também foi cons-
tatado um baixo consumo de cálcio e consumo satisfatório 
de ferro pelos atletas, igualmente encontrado no presente 
trabalho para as duas categorias de jogadores. Os estudos 
demonstram que a carência de cálcio pode levar à desmine-
ralização óssea, havendo diminuição da calcemia, tornado os 
ossos mais predispostos à fraturas. A ingestão adequada de 
cálcio é importante para maximizar o depósito deste mineral 
do tecido ósseo [14].
Em outro estudo, realizado por Rico-Sanz et al. [5], foi 
verifi cado que as ingestões de cálcio também estavam abai-
xo do recomendado, o que reforça a importância de se ter 
um maior cuidado com esse nutriente, já que a amostra da 
presente pesquisa é composta por adolescentes e, em média, 
essa população consome quantidades menores do que a 
recomendação.
Considerando as limitações deste estudo na área da 
reposição hídrica, na utilização de suplementos por parte 
dos atletas analisados e nos níveis de maturação biológica, o 
estudo contribuiu para apontar problemas e soluções práticas 
relativos aos aspectos nutricionais dos atletas analisados.
Conclusão
Dentro dos objetivos propostos pelo estudo, foi possível 
constatar através dos resultados encontrados um elevado 
consumo de carboidratos, um baixo consumo de proteínas 
e gorduras dos jogadores da categoria infantil, sendo que a 
maioria destes obteve ingestão do valor calórico total acima 
do recomendado. Já nos jogadores da categoria juvenil, os 
percentuais de adequação de macronutrientes apresentaram-
se dentro da normalidade e a ingestão do valor calórico total 
estava adequada em 40% da amostra. 
Com relação aos micronutrientes, os resultados das duas 
categorias foram muito semelhantes, verifi cando-se ingestão 
marginal (< 70%) de vitamina C, vitamina A, cálcio e cobre 
nas duas categorias. No entanto, houve um elevado consumo 
de ferro, também observado nas duas categorias. Esse con-
sumo inadequado das vitaminas A e C pode comprometer o 
desenvolvimento ósseo, fazendo-se necessária uma interven-
ção nutricional no sentido de garantir o crescimento de forma 
saudável desses atletas.
Com base nesses resultados, é aconselhável uma educa-
ção nutricional a esses jogadores de futebol, sugerindo uma 
adequação calórica, adequação dos macronutrientes, vita-
minas e minerais, não apenas com o intuito de melhorar o 
desempenho esportivo, mas também para promover hábitos 
alimentares mais saudáveis que persistam no decorrer da vida 
desses jogadores. 
Fisiologia v7n1.indb 14Fisiologia v7n1.indb 14 9/10/2008 17:00:209/10/2008 17:00:20
15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
Ainda é pequeno o número de estudos relacionados com 
atividades esportivas de adolescentes. Muitas das recomen-
dações são originadas de estudos com adultos, o que reforça 
a necessidade de estudos direcionados para esta faixa etária. 
Portanto, sugere-se que novos estudos sejam realizados com 
o objetivo de difundir os conhecimentos referentes à nutrição 
aplicada ao esporte e em especial ao futebol.
Referências
Frisselli A, Mantovani M. Futebol, teoria e prática. São Paulo: 1. 
Phorte; 1999.
Ribas M. Futebol. 1a ed. São Paulo: Brasipal; 1946. 175p. 2. 
Barros TL, Guerra I. Ciência do futebol. São Paulo: Manole; 3. 
2004. 338p.
Clark K. Nutritional guidance to soccer players for training and 4. 
competition. J Sports Sci 1994;12:S43-S50.
Rico-Sanz J. Body composition and nutritional assessments in 5. 
soccer. Int J Sport Nutr 1998;8(2):113-23.
Shepard RJ. Biology and medicine of soccer: an update. J Sports 6. 
Sci 1999;17:757-86.
Coombes JS, Hamilton KL. Th e eff ectiveness of commercially 7. 
available sports drinks. Sports Med 2000;29(3):181-209.
Hawley JA, Burke LM. Eff ect of meal frequency and timing on 8. 
physical performance. Br J Nutr 1997;77 (suppl.1):s91-103.
Nicholas CW, Tsintzas K, Boobis L, Williams C. Carbohydrate-9. 
electrolyte ingestion during intermittent high-intensity run-
ning. Med Sci Sports Exerc 1999;31(9):1280-6.
Burke LM, Read RS. Dietary supplements in sport. Sports 10. 
Med 1993;1:43-65.
Economos CD, Bortz SS, Nelson ME. Nutritional practices 11. 
of elite athletes: practical recommendations. Sports Med 
1993;16:381-99.
Schokmam CP, Rutishauser IHE, Wallace RJ. Pre and pos-game 12. 
macronutrient intake of a group of elite Australian football 
players. Int J Sports Nutr 1999;9:60-69.
Slaughter MH, Lohman TG, Boileau RA, Horswill Ca, Still-13. 
man RJ, Van Loan MD, Bemben DA. Skinfold equations for 
estimation of body fatness in children and youth Hum Biol 
1988;60(5):709-23.
Miller EC, Maropis CG. Nutrition and diet-related problems. 14. 
Med 1998;25(1):193-210.
Willet W. Nutritional Epidemiology. 2a ed. Oxford: Oxford 15. 
University Press; 1998. 514p.
Ebert TR. Nutrition for the Australian rules football player. J 16. 
Sci Med Sport 2000;3(4):369-82.
Iglesias-Gutiérrez E, García-Rovés PM, Rodríguez C, Braga S, 17. 
García-Zapico P, Patterson AM. Food habits and nutritional 
status assessment of adolescent soccer players. A necessary and 
accurate approach. Can J Appl Physiol 2005;30(1):18-32.
Ruiz F, Irazusta A, Gil S, Irazusta J, Casis L, Gil J. Nutri-18. 
tional intake in soccer players of diff erent ages. J Sports Sci 
2005;23(3):235-42.
Leblanc JCH, LeGall F, Grandjean V, Verger P. Nutritional 19. 
intake of French soccer players at the clairefontaine training 
center. Int J Sport Nutr Exerc Metab 2002;12(3):268-80.
Wilmore JH, Costill DL. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 20. 
São Paulo: Manole; 2001.
Seluianov NV, Sarsania SK, Sarsania KS. Futebol: aspectos 21. 
fi siológicos e metodológicos. Curitiba: Juruá; 2007.
Lemon PW, Dolny DG, Yarasheski KE. Moderate physical 22. 
activitycan increase dietary protein needs. Can J Appl Physiol 
1997;22:494-03.
Lemon PW. Protein requirements of soccer. J Sports Sci 23. 
1994;12:S17- S22.
Bar-Or O. Nutritional considerations for the child athlete. Can 24. 
J Appl Physiol 2001; 26:186-91.
Burke LM, Kiens B, Ivy JL. Carbohydrate and fat for training 25. 
and recovery. J Sports Sci 2004;22:15-30.
Th ompson JL. Energy balance in young athletes. Int J Sports 26. 
Nutr 1998;8(2):160-74.
Kazapi LM, Ramos LAZ. Hábitos e consumo alimentares de 27. 
atletas nadadores. Rev Nutr 1998;11(2):117-24.
Schrüder H, Navarro E, Tramullas A, Mora J, Galiano D. 28. 
Nutrition antioxidant status and oxidative stress in professional 
basketball players: eff ects of a three compound antioxidative 
supplement. Int J Sports Med 2000;21(2):146-50.
Schrüder H, Navarro E, Mora J, Galiano D, Tramulas A. 29. 
Eff ects of alpha-tocopherol, beta-carotene and ascorbic acid 
on oxidative, hormonal and enzymatic exercise stress markers 
in habitual training activity of professional basketball players. 
Eur J Nutr 2001; 40(4):178-84.
Fisiologia v7n1.indb 15Fisiologia v7n1.indb 15 9/10/2008 17:00:209/10/2008 17:00:20
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 200816
Artigo original
Educação nutricional aplicada para nadadores infantis 
de um clube do município de São Paulo
Nutritional education applied for young swimmers of a club 
in the city of São Paulo
Juliana Oliveira Figueiredo*, Tatiana Akemi Kondo*, Eliane Araújo dos Santos Cristóvão*, Renata Furlan Viebig**
*Graduandas do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo-SP, **Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica, 
Doutoranda em Medicina Preventiva pela FMUSP, Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo-SP
Resumo
Objetivo: Demonstrar, por meio de gincanas aplicadas à popu-
lação estudada, como as atividades educativas são importantes para 
introduzir a educação nutricional de atletas infantis, especialmente 
para o incentivo ao aumento do consumo de frutas, verduras e 
legumes. Materiais e métodos: O estudo foi realizado com 30 nada-
dores mirins e para estes foram aplicadas três gincanas educativas, 
focadas no tema “importância do consumo de frutas e hortaliças 
para nadadores”. Resultados: Na gincana sobre a importância das 
frutas, das perguntas realizadas durante a atividade houve 90% de 
acerto e 10% de erro, enquanto que na gincana sobre as verduras 
houve 75% de acerto e 25% de erro. Na gincana sobre legumes não 
houve perguntas. Conclusão: Quanto mais cedo forem instalados 
nas crianças fi sicamente ativas hábitos alimentares saudáveis, dire-
cionados para o desempenho no esporte, maior a probabilidade de 
que permaneçam na vida futura como uma garantia de melhores 
resultados nos eventos competitivos. 
Palavras-chave: educação nutricional, criança, frutas, hortaliças, 
atividade física.
Abstract
Objective: To demonstrate through education activities how is 
important to introduce nutritional education for young athletes, 
especially as an incentive to increase fruits and vegetables intake. 
Materials and methods: Th e sample was composed by 30 swimming 
children and were applied three educative activities, with focus in 
the theme importance of fruit and vegetables consumption for 
swimmers. Results: In the activities about the importance of fruits, 
of the asked questions during the activity, we observed 90% correct 
and 10% incorrect, while in the activities about vegetables, 75% 
were correct and 25% incorrect. On the second part of the activity 
about vegetables we did not make any questions. Conclusion: Th e 
earlier the nutritional healthy patterns are installed in the physically 
active children, aiming at sport’s performance, more probability 
that these remain in future life, as a guarantee of better results in 
competitive events.
Key-words: nutritional education, children, fruits, vegetables, 
physical activity.
Recebido em 10 de janeiro de 2008; aceito em 15 de março de 2008.
Endereço para correspondência: Juliana Oliveira Figueiredo, Rua Benedito Jacinto Mendes, 163, 03922-000 São Paulo SP, Tel: (11) 
6705-0284, E-mail: ju.oliveira20@gmail.com
Fisiologia v7n1.indb 16Fisiologia v7n1.indb 16 9/10/2008 17:00:209/10/2008 17:00:20
17Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 7 Número 1 - janeiro/abril 2008
Introdução
As crianças praticantes de atividades físicas necessitam 
de um maior cuidado com a alimentação, uma vez que esta 
deve suprir as necessidades da fase de desenvolvimento desses 
indivíduos, além de fornecer a energia adicional que é exigida 
pelo esporte [1,2].
A educação física tem forte ligação com a nutrição tanto 
na área de cunho mais pedagógico e escolar, como no trei-
namento em esportes, visando alto rendimento ou mesmo a 
promoção da saúde [2]. 
Os atletas jovens comumente adotam comportamentos 
alimentares inadequados, os quais podem comprometer o 
estado nutricional destes, bem como seu desempenho no 
esporte [3]. Estudos mostram que os atletas não prestam 
atenção à alimentação, e consequentemente, prejudicam seu 
rendimento [4,5].
Geralmente, os indivíduos não pensam na alimentação 
como uma fonte de energia para a execução de suas atividades 
diárias, ou de nutrientes para a constituição do seu corpo, mas, 
fundamentalmente, em termos de prazer gustativo, olfatório e 
visual [6]. Assim, percebe-se que a maioria dos atletas ignora 
qual seria sua nutrição adequada [4,7,8].
Nos últimos anos, notou-se que no Brasil os padrões ali-
mentares modifi caram-se, elucidando em partes o contínuo 
aumento de adiposidade nas crianças em geral, como o baixo 
consumo de frutas, hortaliças e leite, além do consumo eleva-
do de guloseimas (bolachas recheadas, salgadinhos e doces) e 
refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã [9].
Atualmente, estima-se que no Brasil o consumo de frutas 
e hortaliças seja inferior a metade do que é recomendado nu-
tricionalmente [10]. Estes alimentos são fontes de vitaminas 
e minerais, os quais devem ter as necessidades atingidas com 
uma dieta quali-quantitativamente adequada, suprindo a 
demanda energética do treinamento [11].
Desta maneira, a escolha de uma alimentação adequada 
e principalmente equilibrada promove uma melhoria na res-
posta fi siológica do indivíduo praticante de exercícios físicos. 
Assume-se, assim, que a prescrição dietética, de acordo com 
o gasto energético, sexo, idade, o calendário de competição e 
treinamento e o momento de ingestão de uma refeição apro-
priada à prática desportiva, é essencial para a performance de 
atletas mirins [6]. 
Diante das práticas alimentares inadequadas destes indiví-
duos, a educação alimentar e nutricional torna-se fundamental 
para converter os hábitos errôneos em saudáveis, propiciando 
conhecimento, principalmente, sobre as vantagens do consu-
mo de frutas e hortaliças para a saúde [12].
O presente estudo objetivou demonstrar, através de ginca-
nas aplicadas à população estudada, como as atividades edu-
cativas são importantes para auxiliar na educação nutricional 
de atletas infantis, no incentivo ao aumento do consumo de 
frutas, verduras e legumes.
Materiais e métodos
O estudo foi realizado com 33 nadadores mirins, meninos 
e meninas, com idade entre 6 e 10 anos, das equipes competi-
tivas de um importante clube do município de São Paulo.
Foram aplicadas 3 gincanas visando a educação nutricio-
nal dessa população, especifi camente educativas, focadas no 
tema “importância do consumo de frutas e hortaliças para 
nadadores”.
A seguir, são descritos os procedimentos empregados em 
cada uma das atividades educativas empreendidas.
Gincana das frutas
Objetivo: Realizar a abordagem inicial do assunto consumo 
de frutas com os nadadores, mostrando a importância destes 
alimentos na alimentação

Outros materiais