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Princípios relevantes para nulidades no direito penal

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ARTIGO
PRINCÍPIOS relevantes para NULIDADES no DIREITO PENAL
OS PRINCÍPIOS DAS NULIDADES
Aphonso Vinicius Garbin
 Acadêmico do 6º período do curso de Direito (Universidade do Vale do Itajaí)
 aphonso@tjsc.jus.br.
Marcelo Vieira Ramos
 Acadêmico do 6º período do curso de Direito (Universidade do Vale do Itajaí)
 sgtvr@hotmail.com
Luiz Eduardo Cleto Righetto
 Advogado criminalista
  Especialista em Direito Público pela Escola Superior da Magistratura Federal do Estado de Santa Catarina
 Mestre em Ciências Jurídicas (UNIVALI)
Introdução
Este  artigo  visa  esclarecer  e  definir  o  que  são  os  princípios  referentes  às  nulidades,  apontando  suas
características,  tipificações  e  exemplificando  na  prática,  de  acordo  com  julgados  dos  tribunais  superiores  do
Brasil.
Porém, cabe antes definir as nulidades no ordenamento jurídico­penal brasileiro, dando um breve relato acerca
dos seus dois maiores antros, as nulidades relativas e as nulidades absolutas, que passamos a estudar no item
a seguir.
1. O que são nulidades
O  instituto das nulidades possui  fundamento no ordenamento  jurídico brasileiro e é obtido na  teoria dos atos
jurídico  em  geral.  A  norma,  de  modo  abstrato,  define  a  forma  como  alguns  atos  devem  ser  praticados,
submetendo­os, compulsoriamente, às partes envolvidas no caso concreto. 
Para elucidar a questão, estudaremos o artigo 104 do Código Civil brasileiro, Lei 10.406/02:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Neste caso, atendendo o negócio jurídico os ditames da lei, será um ato jurídico perfeito, do qual resultarão os
efeitos  pretendidos.  Entretanto,  a  inobservância  de  algum  dos  pressupostos  ali  descritos  acarretará  em  sua
imperfeição, gerando uma consequência, com rigor proporcional ao desrespeito  legal praticado, e, de acordo
com o estudo deste artigo, no descumprimento da ordem processual penal, suscitará uma nulidade.
No processo penal  brasileiro,  a  prática de ato processual  em desconformidade  com a previsão  legal  poderá
resultar  em  nulidade.  Em  se  tratando  de  direito  penal,  em  que,  via  de  regra,  está  em  risco  a  liberdade  do
indivíduo, tal formalidade não poderia ser menos rigorosa.
Considerando esta causa e efeito, respectivamente a infração da ordem processual e a sansão cabível, leciona
Paulo Rangel (1):
Quando o ato  jurídico, em particular o ato processual, está provido de  todos os seus requisitos, é dito que é
perfeito.  À  perfeição  do  ato,  na  qual  se  expressa  a  presença  de  todos  os  seus  requisitos,  opõe­se  sua
imperfeição, a qual se resolve, reciprocamente, na ausência de algum de seus requisitos, isto é, na presença de
algum vício.
Da  perfeição  do  ato  deriva  sua  eficácia.  Da  imperfeição  do  ato  pode  derivar  sua  ineficácia.  A  perfeição  é
conceito estático; a eficácia é conceito dinâmico; a primeira refere­se ao ser do ato, a segunda a seu operar. Os
atos são eficazes ou ineficazes segundo produzam ou não efeitos jurídicos.
O ato processual é espécie do ato jurídico em sentido amplo. Assim para compreender a consequência de um
ato processual ilícito, inicialmente tem­se que sedimentar a teoria dos atos jurídicos.
Assim,  as  nulidades  processuais  operam  no  processo  penal,  quiçá  com  rigor  máximo.  Tanto  as  normas
constitucionais, quanto as                                 infraconstitucionais, regulamentam as formas como os atos
processuais penais devem ser realizados, visando à paridade formal de condições entre as partes, por meio da
ordem preestabelecida dos atos processuais, sendo que sua infração resultará na análise da nulidade.
O julgamento da existência de uma nulidade é norteado pelos princípios a ela inerentes. Estes princípios visam
uma análise mais ampla por parte do magistrado, impedindo­o de proceder a um julgamento estritamente literal
da norma.
Neste  diapasão,  passaremos  a  definir  o  que  são  os  princípios  referentes  às  nulidades,  apontando  suas
definições  teóricas,  os  exemplos  práticos  e  suas  consequências,  seguindo  a  linha  dos  tribunais  superiores
pátrios. Trataremos das nulidades no ordenamento jurídico processual penal brasileiro, em especial acerca de
suas  principais  classificações,  as  quais  sejam  nulidades  relativas  e  nulidades  absolutas;  após,  dissertamos
sobre o ato  inexistente, que, embora, de  tão esdrúxulo não seja uma forma de nulidade, guarda semelhança
aos efeitos produzidos ou não produzidos, conforme veremos.
2. O que são atos inexistentes
De antemão destaca­se neste estudo o ato inexistente, pois, embora, perante a doutrina majoritária, não seja
classificado  como  uma  forma  geradora  de  nulidades,  acarreta  consequências  semelhantes.  Enquanto  o  ato
jurídico praticado em desacordo com a formalidade legal, poderá ser declarado nulo, o ato inexistente, sequer
gera efeito jurídico, logo, seu defeito foi tão burlesco, que o tornou incapaz de constituir um ato jurídico.
O conceito de ato inexistente, de certa forma, pode confundir o leitor, em razão de que o mencionado ato não
existiu ou não gerou efeito no mundo jurídico, ambos sinônimos em per si. A respeito da matéria, leciona Paulo
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(revista impressa)
30/06/15 ­ LEGISLAÇÃO
 EMENDA
CONSTITUCIONAL 88/15
­ Modifica o ART. 40/CF
no que diz respeito ao
limite de IDADE para a
APOSENTADORIA
COMPULSÓRIA do
SERVIDOR PÚBLICO 
29/06/15 ­ ARGUMENTO
 AGENTE que causa o
INICIAL REVISTAS INSTITUCIONAL CANAIS CADASTRO ATENDIMENTO MAPA DO SÍTIO LOJA VIRTUAL
Rangel (2):
A  própria  definição  da  palavra  ato  contradiz  com a  palavra  inexistente.  Ato  é  aquilo  que  se  fez,  feito,  ação.
Inexistente é falta de existência, carência. Portanto, falar em ato inexistente é uma contradição de palavras. O
correto, pensamos, é falarmos em inexistência jurídica dos efeitos do ato. O ato em si, óbvio, existe e por isso é
ato. O que não há é a produção natural dos seus efeitos jurídicos.
Ainda neste tema, acrescenta­se a sabedoria de Guilherme de Souza Nucci  (3), que descreve a distinção entre
ato inexistente e a nulidade, como sendo:
À  margem  das  nulidades,  existem  atos  processuais  que,  por  violarem  tão  grotescamente  a  lei,  são
considerados inexistentes. Nem mesmo de nulidade se trata, uma vez que estão distantes do mínimo aceitável
para  o  preenchimento  das  formalidades  legais.  Não  podem  ser  convalidados,  nem  necessitam  de  decisão
judicial para invalidá­los. Ex.: audiência presidida pelo promotor de justiça ou por advogado. Como partes que
são  no  processo,  não  possuindo  poder  jurisdicional,  é  ato  considerado  inexistente.  Deve,  logicamente,  ser
integralmente renovado.
Portanto,  o  ato  inexistente  é  resultado  da  inobservância  absurda  da  norma  processual.  Pode  ser  fictamente
exemplificado  como  o  promotor  de  justiça  que  preside  uma  audiência  judicial,  atribuição  exclusiva  do
magistrado;  a  pessoa  sem  registro  na  Ordem  dos  Advogados  do  Brasil  que  exerce  o  direito  postulatório,
exercício  intrínseco  ao  advogado;  o  particular  que,  per  si,  efetua  a  autenticação  de  documentos,  função
atribuída  aos  auxiliares  da  justiça;  o  magistrado  daJustiça  Militar  que  profere  sentença  em  jurisdição  do
Trabalho.
3. Princípios das nulidades
Não  há  uma  codificação  acerca  dos  princípios  das  nulidades, mesmo  sendo  eles  baseados  na Constituição
brasileira e nos artigos do livro das nulidades, positivado no Código de Processo Penal. O que vemos no nosso
sistema  jurídico­penal  são correntes doutrinárias que, de  forma  incorporada, e majoritariamente, entendem e
definem tais princípios. 
Parte da doutrina entende como nulidade o vício processual decorrente da inobservância de exigências legais,
capaz de invalidar o processo no todo ou em parte. Outra corrente doutrinária entende por nulidade processual,
a sanção imposta ao vício processual praticado, decorrente do descumprimento de alguma formalidade prevista
no ordenamento jurídico. Assim, independente do posicionamento, o produto final será o reconhecimento do ato
jurídico imperfeito, o qual poderá ser sanado, quando tratar­se de nulidade relativa ou declarado nulo, quando
referir­se à nulidade absoluta, conforme o caso.
  A  nulidade  poderá  ser  de  ordem  relativa,  quanto  infringir  princípio  normativo  ou  ordenamento
infraconstitucional,  visando  o  interesse  predominante  das  partes.  Assim,  a  declaração  da  nulidade  fica
condicionada a diversos requisitos, os quais serão avaliados pelo juiz, por ocasião do julgamento. 
O  douto  Fernando Capez  (4),  didaticamente,  descreve  as  características  básicas  da  nulidade  relativa,  como
sendo: 
a) formalidade estabelecida em ordenamento infraconstitucional; 
b) finalidade de resguardar um direito da parte; 
c) interesse predominante das partes; 
d) possibilidade de ocorrência de prejuízo; 
e) necessidade de provar a ocorrência do efetivo prejuízo, já que este pode ou não ocorrer; 
f) necessidade de arguição oportuno tempore, sob pena de preclusão; 
g) necessidade de pronunciamento judicial para o reconhecimento desta espécie de eiva.
A ocorrência da nulidade relativa, portanto, não resultará automaticamente na nulidade do ato ou do processo.
Alguns atos viciados poderão ser saneados a critério do juízo, conforme comprovarem as partes, a natureza do
defeito e as consequências que dele resultarem.
A nulidade absoluta  (ou objetiva), de sua vez, ocorre quando na prática do ato processual,  forem  infringidos
preceitos  constitucionais.  Não  se  trata  de  prejuízo  restrito  à  parte,  mas  sim  de  ofensa  à  ordem  pública,
notadamente em razão da prática de infração ao princípio constitucional do devido processo legal, verificado na
ampla defesa, no contraditório, na publicidade, na motivação das decisões judiciais, no princípio do juiz natural
etc.
Por ter natureza de ordem coletiva, ou ordem pública, são consideradas insanáveis e não precluem. A nulidade
pode ser suscitada pela parte ou declarada de ofício pelo magistrado, salvo exceção da Súmula 160 do STF,
que proíbe a intervenção do tribunal, para reconhecer ex officio nulidade, absoluta ou relativa, em prejuízo do
réu, quando diz:  “É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício. ”
Assim,  verifica­se  que  o  reconhecimento  das  nulidades  relativas  deve  ser  suscitado  pela  parte  que  foi
molestada, enquanto as nulidades absolutas podem, em regra, ser reconhecidas de ofício pelo magistrado, não
obstante, em ambos os casos, exigir­se a comprovação do prejuízo efetivamente causado a uma das partes, e
desde que esta não tenha dado causa.
Quando existentes, as nulidades podem anular atos ou até o processo, de forma parcial ou integral.
As nulidades estão positivadas nos artigos 563 a 573 do Código de Processo Penal, com destaque ao artigo
564 e seus incisos e alíneas, os quais definem os casos em que poderão ocorrer a nulidade.
3.1. Princípio do prejuízo ou transigência: não há nulidade sem prejuízo de quem a alega
Encabeçando o título das nulidades do Código de Processo Penal brasileiro, o artigo 563 prevê que “nenhum
ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa”, desta forma, o
magistrado somente vislumbrara a nulidade quando esta for prejudicial a uma das partes.
O  legislador,  visando  a  economia  processual  e  com  os  gastos  financeiros,  entre  outros  desperdícios
decorrentes,  optou  por  programar  este  artigo  no  código  a  fim  de  evitar  que,  por  mera  burocracia,  ou  por
artimanhas, tanto da defesa quanto da acusação, um ato tenha que ser refeito em proveito de uma das partes,
tão  somente  com  o  intuito  de  prolongar  o  processo,  postergando  o  julgamento  ou  até  alcançando  uma
prescrição.
Define Tourinho Filho  (5):
(...) em matéria de nulidade, e para simplificar o rigorismo formal, foi adotado o princípio do pas de nullité sans
grief. Não há nulidade sem prejuízo. Para que o ato seja declarado nulo é preciso haja, entre a sua imperfeição
ou atipicidade e o prejuízo às partes, um nexo efetivo e concreto. Se, a despeito de imperfeito, o ato atingiu o
seu fim, sem acarretar­lhes prejuízo, não há cuidar­se de nulidade. A não ser que se trate de nulidade absoluta,
cujo prejuízo é presumido. O prejuízo, aqui, evidentemente, é o juris et de jure... inadmitindo prova em contrário.
Minuciosamente, os atos processuais que podem ser alegados como nulos são apenas meio a fim de se obter
um produto final. Desta forma, chegando­se a um objetivo alçado por meio dito nulo, sem nenhum prejuízo às
partes, este não será acatado, por conta de tratar­se de mera formalidade processual penal, conforme texto do
artigo 566 do Código de Processo Penal:  “Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.”
Igual  entendimento  tira­se  da  obra  do  doutrinador  Edilson  Mougenot  Bonfim    (6),  que  no  seu  “Curso  de
Processo Penal” preleciona acerca da matéria astuciosamente:
Assim também, não será declarada a nulidade de ato processual inócuo ou irrelevante, isto é, relativa a ato que
não influi na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. É o eu estabelece o art. 566 do CPP.
Conclui­se, portanto, que somente quando houver prejuízo para as partes ou para o próprio processo deverá
ser reconhecida a nulidade do ato processual praticado em desacordo com os preceitos legais.
Deste modo, define­se o princípio como regulador dos demais, haja vista sua acuidade. 
Temos como exemplo o julgado do Supremo Tribunal Federal:
EMENTA  HABEAS  CORPUS.  PROCESSUAL  PENAL.  INQUIRIÇÃO  DE  TESTEMUNHA.  ART.  212  DO
CÓDIGO  DE  PROCESSO  PENAL  COM  AS  ALTERAÇÕES  DA  LEI  11.690/2008.  ADOÇÃO  DO  SISTEMA
PRESIDENCIALISTA.  PERGUNTAS  INICIADAS  E  INTERMEDIADAS  PELO  JUIZ.  IRREGULARIDADE.
PREJUÍZO NÃO COMPROVADO. ORDEM DENEGADA.
O art. 212 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei 11.690/08, inaugurou nova sistemática
para  o  exame  das  testemunhas,  sendo  a  inquirição  inaugurada  pelas  partes  e  complementada  pelo  juiz,
franqueando­se  ainda  às  partes  a  realização  de  perguntas  diretamente.  Do  fato  de  o  juiz  ter  perguntado
primeiro  e  não  ao  final  não  decorre  prejuízo  às  partes,  ao  contrário,  da  irregularidade,  provém  vantagem
processual para a parte que pergunta por último, o que, em  tese,  lhe é mais  favorável. Do  fato de o  juiz  ter
intermediado as perguntas das partes decorre mero prejuízo à dinâmica da audiência. O prejuízo à celeridade
não é suficiente para justificar a pronúncia de nulidade. O princípio maior que rege a matéria é de que não se
decreta nulidade sem prejuízo, conforme o art. 563 do Código de Processo Penal. Não se prestigia a forma pela
forma, com o que se, da irregularidade formal, não deflui prejuízo, o ato deve ser preservado. Habeas corpus
denegado  (7).
3.2. Princípio do interesse: não há nulidade a quem deu causa para concorrênciaO  princípio  a  ser  abordado  alude  à  inexistência  do  direito  de  arguir  nulidade  pela  parte  que,  de má­fé,  deu
causa para o vício. Este princípio  tem fundamento no texto do artigo 565 do Código Penal brasileiro que diz:
“Nenhuma  das  partes  poderá  arguir  nulidade  a  que  haja  dado  causa,  ou  para  que  tenha  concorrido,  ou
referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.”
Claramente, este princípio visa o amparo à parte adversa, protegendo­a da maldosa ação da outra parte que
faz  uso  de  lacunas,  meio  ilícitos,  ou  deixa  de  praticar  algum  ato,  a  fim  de  posteriormente  anular  total  ou
parcialmente o processo, postergando seu andamento a fim de adiar sua eficácia. 
A doutrina e a jurisprudência não têm duvida quanto à insurgência do instituto, visto que, em coligação com o
princípio  da  transcendência,  anteriormente  estudado,  são  usados  a  fim  de  anular  sentenças  condenatórias,
usando  de  mazelas  insignificantes  à  lide  para  auferir  a  existência  de  nulidade  quanto  infração  de  norma
constitucional e processual penal.
É  como  exemplifica  o  doutrinador  Guilherme  Souza  Nucci  (8)  em  sua  obra  “Manual  de  Processo  Penal  e
Execução Penal”, que diz:
Nesse cenário, é possível que qualquer das partes, por razões variadas, deseje plantar uma nulidade, durante
os  debates  em  plenário  do  Tribunal  do  Júri.  Para  tanto,  bastaria  fazer  menção  a  qualquer  dos  assuntos
proibidos. Ora, detectada a má­fé ou a estratégia antiética, parece­nos natural que o  feito não seja anulado,
permanecendo na íntegra o julgamento realizado. 
E  o  Superior  Tribunal  de  Justiça  também  recusa  tal  conduta maliciosa  da  parte  que  deu  causa  a  nulidade
visando beneficiar a si:
HABEAS  CORPUS.  TRÁFICO  DE  ENTORPECENTES.  ABSOLVIÇÃO.  APRECIAÇÃO  INVIÁVEL  NA  VIA
ELEITA.  INTERROGATÓRIO.  NÃO­COMPARECIMENTO  DO  RÉU  AO  INTERROGATÓRIO.  ATO
REALIZADO.  AUSÊNCIA  DE  CONSTRANGIMENTO  ILEGAL.  REGIME  INICIAL  DE  CUMPRIMENTO  DE
PENA. ORDEM DENEGADA. HABEAS CORPUS CONCEDIDO, DE OFÍCIO. 
2. Recusando­se  o  réu  a  comparecer  aos  interrogatórios  designados,  apesar  de  devidamente  intimado,  não
pode ser aceita sua alegação de nulidade processual, beneficiando­se de sua própria torpeza, em contradição
ao art. 565 do Código de Processo Penal.  (9)
3.3. Não há nulidade alegada que só interesse à parte adversa
Este princípio visa a recusa da alegação de nulidade que somente interessa seja a parte adversa, ou seja, uma
parte não pode alegar uma nulidade não sendo de seu próprio prejuízo. 
Este princípio visa a economia processual, como também evitar a turbulência no processo por ânimo de uma
das  partes,  haja  vista  que  favorecer  a  parte  adversa,  na  visão  da  doutrina,  seria  apenas  uma  tentativa  de
prejudicar o processo e prejudicar a si mesmo. 
Este  princípio  é  extraído  da  segunda metade  do  artigo  565  do  Código  de  Processo  Penal,  que  regula  que
“nenhuma das partes poderá arguir nulidade (...) referente a formalidade cuja observância só à parte contrária
interesse”.
Acerca do instituto, tem­se o parecer de Mougenot  (10):
Em segundo lugar, exige que a parte tenha interesse na decretação da nulidade, em face da necessidade de
evitar  um  prejuízo  ou  a  perda  da  uma  faculdade  processual.  Em  suma,  para  invocar  nulidade  deve  a  parte
possuir interesse em sua decretação, não podendo arguir irregularidade que só à parte contraria interesse. 
E a suprema corte da justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal, entende da mesma forma:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. APELAÇÃO CRIMINAL. PRELIMINAR. INDISPENSABILIDADE DO MEMBRO
DO  MINISTÉRIO  PÚBLICO.  2.  ACÓRDÃO  QUE  DESACOLHEU  PRELIMINAR  DE  NULIDADE  DO
PROCESSO,  POR  AUSÊNCIA  DO  REPRESENTANTE  DO  MINISTÉRIO  PÚBLICO,  DEVIDAMENTE
INTIMADO PARA A AUDIÊNCIA. 3. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 2º E 127, "CAPUT", DA CF/88. 4. A
ESSENCIALIDADE DA PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA ADMINISTRAÇÃO DA  JUSTIÇA,  A
TEOR DO ART. 127, DA CARTA MAGNA, NÃO SE PODE TER COMO OFENDIDA QUANDO O ÓRGÃO DO
MINISTÉRIO  PÚBLICO,  REGULARMENTE  INTIMADO  PARA  DETERMINADO  ATO  PROCESSUAL,  DEIXA
DE  COMPARECER  OU  DELE  NÃO  PARTICIPA  A  SEU  CRITÉRIO  OU  EX  SPONTE  SUA.  5.  RECURSO
EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.  (11)
3.4. Princípio da convalidação: não há nulidade acerca de ato irrelevante ao andamento desfecho da causa
Este  princípio  encontra­se  norteado  pelo  texto  do  artigo  566  do Código  de  Processo  Penal,  haja  vista  que,
conforme o  texto,  se  algum vicio  encontrado não  tiver  influência  na  apuração da  verdade  real,  este  ato  não
será, de forma alguma, nulo.
Vislumbra­se  assim  que  o  legislador,  no  artigo  acima  e  logo  a  doutrina  neste  principio,  visou  a  economia
processual, pois é certo que não há motivos para se repetir algo para obter um fim já tido.
Nucci  (12) define e exemplifica:
Baseado no principio geral de que, sem prejuízo, não há que se  falar em nulidade, é possível haver um ato
processual praticado sem as formalidades legais, que, no entanto, foi irrelevante para chegar­se à verdade real
no  caso  julgado.  Assim,  preserva­se  o  praticado  e  mantem­se  a  regularidade  do  processo.  Exemplo:  A
testemunha que se pronunciar em idioma estrangeiro deve ter intérprete (art. 223). É a formalidade do ato. Se
ela for ouvida sem o interprete, mas seu depoimento foi considerado irrelevante pelo juiz e pelas partes, não se
proclama a nulidade. 
Reforça o inciso segundo do artigo 572 do Código de Processo Penal ao dispor que, sendo usado outro meio
para atingir o mesmo fim, o ato não será nulo.
Por derradeiro, cabe também ressaltar o entendimento do doutrinador Fernando Capez  (13), o qual leciona que
“o art. 572, II, reforça essa ideia, ao dispor que certas irregularidades serão relevadas, ‘se, praticado por outra
forma, o ato tiver atingido o seu fim’”.
3.5. Princípio da causalidade: nulidade processual que pode desencadear a dos consequentes
O princípio da causalidade lida notoriamente acerca de atos que, quando anulados, causarão o mesmo efeito
em outros que dele dependem. 
Este princípio se subdivide de duas formas: as nulidades originárias e as nulidades derivadas.
As  nulidades  originárias  simplesmente  tratam­se  do  vicio  inicialmente  reconhecido  pelo  magistrado,  e  não
possuem esse efeito causal anulando outros atos. Em contrapartida, a nulidade derivada será reconhecida em
um momento póstumo do processo, após o surgimento de outros atos ao decorrer da lide, logo acarretando em
uma nulidade abrangente a todos que dele dependerem.
Acerca deste princípio, Nucci  (14) exemplifica:
O interrogatório do réu é feito com base na denuncia. Se esta é anulada, naturalmente o interrogatório também
precisa ser feito. Entretanto, se uma testemunha é ouvida sem a presença do réu, não intimado, provocando a
impossibilidade do reconhecimento, por exemplo, anula­se o ato, o que não prejudica outra audiência que se
tenha seguido aquela, cujas partes compareceram regularmente. 
Este princípio é decorrente do texto do artigo 573, § 1º, do Código de Processo Penal, que diz que “a nulidade
de um ato, uma vez declarada, causará a dos aos que dele diretamente dependam ou sejam consequência”,
porém, ressalva­se que este principio fica, de certa forma, subordinado ao princípio da convalidação, pois, se
um ato “nulo” alcançou seu objetivo, sem prejudicar nenhuma das partes, não há o que se falar em nulidade do
mesmo.
Cabe mostrar caso real, onde o Superior Tribunal de Justiça prolata seu entendimento:
HABEAS  CORPUS.  PROCESSUAL  PENAL.  CRIME  DE  TRÁFICO  ILÍCITO  DE  ENTORPECENTES.
SENTENÇA CONDENATÓRIA ANULADA DE OFÍCIO PELO TRIBUNAL A QUO. INVERSÃO DA ORDEM DE
APRESENTAÇÃO  DAS  ALEGAÇÕES  FINAIS  PELAS  PARTES.  CONSTRANGIMENTO  ILEGAL.  TESE
DEFENSIVA  DE  QUE  A  NULIDADE  SE  ESTENDERIA  INCLUSIVEAOS  ATOS  PRATICADOS
ANTERIORMENTE  ÀQUELE  DECLARADO  NULO.  IMPOSSIBILIDADE.  PRINCÍPIO  DA  CAUSALIDADE.
EXCESSO DE PRAZO NÃO CONFIGURADO. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 52 DO STJ. PRECEDENTES.
1.  Não  é  possível  estender  os  efeitos  nulificantes  aos  atos  processuais  praticados  anteriormente  àquele
declarado nulo pela Corte de origem, porquanto, a teor do disposto no art. 573, § 2.º, do Código de Processo
Penal, a extensão da nulidade deverá ser declarada pelo órgão julgador e tão­somente poderá atingir os atos
que dele dependem (princípio da causalidade).
2.  Inexiste o alegado constrangimento  ilegal por excesso de prazo na formação de culpa, pois a anulação da
sentença condenatória não enseja, per si, a revogação da custódia cautelar de réu que já se encontrava preso
durante  toda  a  instrução,  mormente  se  o  feito,  consoante  se  verifica  das  informações  contidas  nos  autos,
encontra­se  na  fase  das  alegações  finais.  Aplicação,  in  casu,  do  enunciado  da  Súmula  n.  52  do  STJ.
Precedentes 
3. Ordem denegada.  (15)
3.6. Princípio da conservação dos atos processuais: mesmo nulo, o ato pode ser aproveitado
Este  princípio  é  oriundo  do  entendimento  utile  per  inutile  non  vitiatur,  no  português,  “o  útil  pelo  inútil  não  é
viciado”, desta forma, mesmo que o princípio da causalidade assombre o processo, alguns atos, que por esse
ato nulo não foram prejudicados, influenciados, ou mesmo descendendo dele, se de outra maneira fosse, teriam
o mesmo fim, serão reaproveitados, respeitando também o princípio da economia e celeridade processual.
O  princípio  da  conservação  tem  embasamento  na  primeira  metade  do  texto  do  artigo  567  do  Código  de
Processo  Penal,  o  qual  diz  que  “a  incompetência  do  juízo  anula  somente  os  atos  decisórios,  devendo  o
processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente”.
Este  princípio  não  é  muito  abordado  pela  gama  de  doutrinadores  mais  populares  no  Brasil,  haja  vista  sua
obviedade e estar  subentendido no principio da causalidade e da convalidação, pois,  conforme abordado no
item anterior, por ordem de economia e celeridade processual, atos não influenciados pela nulidade de outros
são mantidos.
Mougenot  (16) leciona acerca da matéria:
Mesmo  reconhecida  a  nulidade  de  determinado  ato  irregularmente  praticado,  serão  aproveitados  os  demais
atos processuais que com ele não guardem relação de dependência ou de consequência.
E o Supremo Tribunal  Federal  já  se  pronunciou em  longínquo  julgado que,  nos  dias  de hoje,  ainda é muito
utilizado pelas cortes nacionais:
HABEAS CORPUS. NULIDADES DE ATOS PROCESSUAIS. INOCORRENCIA. O ARTIGO 567 DO CÓDIGO
DE  PROCESSO  PENAL  CONSAGRA  O  PRINCÍPIO  DE  CONSERVAÇÃO  DOS  ATOS  QUE,  EMBORA
CONTENHAM  CERTA  CARGA  DECISORIA,  NÃO  SÃO  TERMINATIVOS  DO  PROCESSO  E  NEM
CONSTITUEM ENTREGA DE PRESTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. O ATO DE RECEBIMENTO DA DENUNCIA
ESTA SUJEITO AO PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO.  (17)
Considerações finais
Conclui­se  que  os  princípios  das  nulidades  visam,  objetivamente,  a  proteção  das  partes  e  da  celeridade
processual, defendendo­as das mazelas e brechas da lei para obter vantagens indevidas.
Apontando  um  caminho  coeso  e  certo,  os  princípios  visam  regular  imprevistos  processuais,  amparando  o
julgador  e  as  partes  acerca  do  uso  das  alegações  das  nulidades  positivadas,  tanto  no Código  de Processo
Penal, quanto na Constituição. 
Ao  passo  que  se  obtém  a  celeridade  e  segurança  jurídica  acerca  da  matéria  processual,  notadamente
presentes  no  texto  constitucional  e  infraconstitucional,  os  princípios  agem  como  uma  espécie  de  freios  e
contrapesos,  evitando  com  que  o meio,  representado  pela matéria  processual,  prejudique  o  fim,  ou  seja,  a
aplicação da lei penal.
Ademais,  os  princípios  aqui  elencados  atuam  conjunta  e  harmonicamente  entre  si,  complementando­se  no
objetivo de único de aplicar, ordineiramente, o instituto da nulidade processual.
Referências 
BRASIL.  Superior  Tribunal  de  Justiça.  Habeas  Corpus  328969/MG.  Relator  Ministra  Laurita  Vaz,  DJO
17/05/2004,  Disponível  em:  https://ww2.stj.jus.br/processo/jsp/revista/abreDocumento.jsp?
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Acesso em 27 de novembro de 2012.
BRASIL.  Supremo  Tribunal  Federal.  Habeas  Corpus  112446/SP.  Relatora  ministra  Rosa  Weber,  DJO
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TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 3 vol. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
Citações
(1) RANGEL, Paulo. Direito processual penal, p.893.
(2) RANGEL, Paulo. Direito processual penal, p.895.
(3) NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal, p. 824.
(4) CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 694.
(5) TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal, p. 115.
(6) MOUGENOT, Edilson Bonfin. Curso de processo penal, p. 593.
(7)  BRASIL.  Supremo  Tribunal  Federal.  HC  112446/SP.  Relatora  ministra  Rosa  Weber,  DJO  01/06/2012,
Disponível em:http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2122095. Acesso em 22 de
novembro de 2012.
(8) NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal, p. 826.
(9)  BRASIL.  Superior  Tribunal  de  Justiça.  HC  87997/SP,  Relator  ministro  Arnaldo  Esteves  Lima,  DJO
16/06/2008,  Disponível  em:  https://ww2.stj.jus.br/processo/jsp/revista/abreDocumento.jsp?
componente=ATC&sequencial=3973770&num_registro=200701775528&data=20080616&tipo=5&formato=PDF.
Acesso em 27 de novembro de 2012.
(10) MOUGENOT, Edilson Bonfin. Curso de processo penal, p. 594.
(11) BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RExt. 179272/RS, Relator ministro Néri da Silveira, DJO 02/10/2001,
Disponível  em:  https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?
sLink=ATC&sSeq=3973770&sReg=200701775528&sData=20080616&sTipo=5&formato=PDF.  Acesso  em  27
de novembro de 2012.
(12) NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal, p. 827.
(13) CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 701.
(14) NUCCI,Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal, p. 827.
(15)  BRASIL.  Superior  Tribunal  de  Justiça.  HC  328969/MG.  Relator  ministra  Laurita  Vaz,  DJO  17/05/2004,
Disponível  em:  https://ww2.stj.jus.br/processo/jsp/revista/abreDocumento.jsp?
componente=ATC&sequencial=1190294&num_registro=200302389394&data=20040517&tipo=5&formato=PDF.
Acesso em 27 de novembro de 2012.
(16) MOUGENOT, Edilson Bonfin. Curso de processo penal, p. 595.
(17)  BRASIL.  Supremo  Tribunal  Federal.  HC  63580/RJ.  Relator  ministro  Carlos  Madeira,  DJO  11/04/1986,
Disponível  em:  http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=68742.  Acesso  em  27  de
novembro de 2012.
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