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O_EMPREGADOR

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* NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO
* TEORIAS ACONTRATUALISTAS: 
A) Teoria da relação de trabalho: Parte do princípio de que a vontade não cumpre papel significativo e necessário na constituição é desenvolvimento do vínculo de trabalho subordinado. A prestação material dos serviços, a prática de atos de emprego no mundo físico e social é que seriam fontes da relação jurídica de trabalho. A relação empregatícia seria uma situação jurídica objetiva. O simples fato da prestação de serviço seria elemento essencial e gerador de direitos e obrigações na ordem jurídica. O ato inicial de adesão do trabalhador ao círculo do trabalho não configuraria ato de vontade. Mantém a ideia de ocupação, de inserção do trabalhador junto à empresa. Para Mario de La Cueva “nada existiria antes dessa efetiva realização da prestação de serviços (teoria do contrato realidade)”. A tese não se harmoniza com o art. 4º da CLT que considera “serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador aguardando ordens”. Mas a CLT teve influência da teoria contratualista e anticontratualista – art. 442 da CLT
B) Teoria institucionalista: aqui também a ideia de vontade e liberdade não cumpriria papel relevante. Compreendem a empresa como uma instituição, um corpo social que se impõe objetivamente a um certo conjunto de pessoas e cuja permanência e desenvolvimento não se submetem à vontade particular de seus membros componentes. O empregado queda-se em uma situação estatutária, objetiva nada criando de iniciativa pessoal quando se insere na empresa.
* CONTRATUALISTA
	VONTADE, ADESÃO (DIRIGISMO CONTRATUAL)
ART. 442, 468
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
* ELEMENTOS DO CONTRATO DE TRABALHO
ART. 104 CC
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
SUJEITOS 
1) EMPREGADOR
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. 
1.1) TIPOS DE EMPREGADOR
1.1.1) EMPRESÁRIO: ART. 966 CC
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Aqui são incluídas as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista. ART. 173 CR:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
1.1.2) EMPREGADOR POR EQUIPARAÇÃO: ART. 2,§1º CLT
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 
 PRÉDIOS RESIDENCIAIS: ART. 1º LEI 2.757/56
Art. 1º São excluídos das disposições da letra "a" do art. 7º do decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (CLT), e do art. 1º do decreto-lei nº 3.078, de 27 de fevereiro de 1941, os empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de prédios de apartamentos residenciais, desde que a serviço da administração do edifício e não de cada condômino em particular.
Art. 2º São considerados representantes dos empregadores nas reclamações ou dissídios movimentos na Justiça do Trabalho os síndicos eleitos entre os condôminos.
Art. 3º Os condôminos responderão, proporcionalmente, pelas obrigações previstas nas leis trabalhistas, inclusive as judiciais e extrajudiciais.
1.1.2) EMPREGADOR DOMÉSTICO (LEI COMPLEMENTAR 150): 
Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e:
 de finalidade não lucrativa 
à pessoa ou à família, 
no âmbito residencial destas, 
POR MAIS DE 2 (DOIS) DIAS POR SEMANA, aplica-se o disposto nesta Lei.
FAMÍLIA: EMENTA : Empregada Doméstica - República de Estudantes - Responsabilidade Solidária. Restando demonstrado que todos os membros da república usufruíram da prestação de serviços da obreira, a responsabilidade é solidária, podendo a empregada se voltar contra qualquer um dos obrigados. (TRT da 3.ª Região; Processo: RO - 2543/99; Data de Publicação: 09/11/1999, DJMG , Página 11; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Jose Eustaquio de Vasconcelos; Revisor: Maria Laura Franco Lima de Faria)
NO ÂMBITO RESIDENCIAL DESTAS: EMENTA: RELAÇÃO DE EMPREGO. EMPREGADO DOMÉSTICO. CASEIRO. Nos termos do art. 1º da Lei n. 5.859, de 11 de dezembro de 1972, são requisitos configuradores da relação de emprego doméstica: a) o trabalho realizado por pessoa física; b) em caráter contínuo; c) no âmbito residencial de uma pessoa ou família; c) sem destinação lucrativa. Dessa forma, compreendem-se no conceito de empregado doméstico, não somente a babá, a cozinheira, a lavadeira, mas também aqueles que prestam serviços nas dependências ou em prolongamento da residência, como o jardineiro, o caseiro e os zeladores de casas de veraneio ou sítios destinados ao recreio dos proprietários. Evidenciado, nos autos, que o reclamante cuidava de propriedade do primeiro reclamado, prolongamento de sua residência, cuidando da limpeza dos móveis e plantas ali existentes, e que o seu trabalho não tinha finalidade lucrativa, acertada a sentença recorrida ao reconhecer a condição de empregado doméstico ao reclamante. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0002199-45.2012.5.03.0008 RO; Data de Publicação: 15/04/2014; Disponibilização: 14/04/2014, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 318; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Fernando Luiz G.Rios Neto; Revisor: Paulo Roberto de Castro)
1.1.3) EMPREGADOR RURAL (LEI 5889/73): 
	Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em PROPRIEDADE RURAL OU PRÉDIO RÚSTICO, presta serviços de natureza não eventual A EMPREGADOR RURAL, sob a dependência deste e mediante salário.
Art. 3º - Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.
§ 1º Inclui-se na atividade econômica, referida no "caput" deste artigo, além da exploração industrial em estabelecimento agrário NÃO compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho, A EXPLORAÇÃO DO TURISMO RURAL ANCILAR À EXPLORAÇÃO AGROECONÔMICA.
Art. 2º do Decreto 73.626 - § 4º Consideram-se como exploração industrial em estabelecimento agrário, para os fins do parágrafo anterior, as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem transformá-los em sua natureza, tais como:
I - o beneficiamento, a primeira modificação e o preparodos produtos agropecuários e hortigranjeiros e das matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização;
II - o aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in natura, referidas no item anterior.
§ 5º Para os fins previstos no § 3º não será considerada indústria rural aquela que, operando a primeira transformação do produto agrário, altere a sua natureza, retirando-lhe a condição de matéria-prima.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Art. 4º - Equipara-se ao empregador rural, a pessoa física ou jurídica que, habitualmente, em caráter profissional, e por conta de terceiros, execute serviços de natureza agrária, mediante utilização do trabalho de outrem.
OJ 38 SDI-1 – EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA DE REFLORESTAMENTO. PRESCRIÇÃO PRÓPRIA DO RURÍCOLA. 
O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento, cuja atividade está diretamente ligada ao manuseio da terra e de matéria-prima, é rurícola e não industriário, nos termos do Decreto n.º 73.626, de 12.02.1974, art. 2º, § 4º, pouco importando que o fruto de seu trabalho seja destinado à indústria. Assim, aplica-se a prescrição própria dos rurícolas aos direitos desses empregados.
OJ 419 SDI-1 – ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EM EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIÇÃO PELA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA. (cancelada) 
Considera-se rurícola, a despeito da atividade exercida, empregado que presta serviços a empregador agroindustrial (art. 3º, § 1º, da Lei nº 5.889, de 08.06.1973), visto que, neste caso, é a atividade preponderante da empresa que determina o enquadramento.
OJ 315 SDI-1 – MOTORISTA. EMPRESA. ATIVIDADE PREDOMINANTEMENTE RURAL. ENQUADRAMENTO COMO TRABALHADOR RURAL (cancelada) 
É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de empresa cuja atividade é preponderantemente rural, considerando que, de modo geral, não enfrenta o trânsito das estradas e cidades.
1.1.3.1) CONSÓRCIO DE EMPREGADORES RURAIS (LEI 8.212): 
Art. 25A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos. 
§ 1o O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de cada um dos produtores rurais. 
§ 2o O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados os poderes, na forma do regulamento. 
§ 3o Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata o caput serão responsáveis SOLIDÁRIOS em relação às obrigações previdenciárias.
1.2) POSSÍVEIS RESPONSÁVEIS PELO DÉBITO TRABALHISTA
1.2.1) DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – ART. 28 CDC
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
NOVIDADE - Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: 
I - a empresa devedora; 
II - os sócios atuais; e 
III - os sócios retirantes. 
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.
1.2.2) SUBEMPREITADA - RESPONSABILIDADE EMPREITEIRO PRINCIPAL
* ART. 455
Art. 455 - Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obrigações previstas neste artigo.
- INADIMPLÊNCIA NÃO SE CONFUNDE COM INSOLVÊNCIA
- SUBISIDIÁRIA / SOLIDÁRIA: ARTS. 265 CC + 2º, §2º CLT
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
- DONO DA OBRA: OJ 191,SDI-1
CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE. - Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.
Teses jurídicas aprovadas no julgamento do incidente de recurso de revista repetitivo:
I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista a que se refere a Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST não se restringe à pessoa física ou micro e pequenas empresas, compreende igualmente empresas de médio e grande porte e entes públicos 
II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na parte final da Orientação Jurisprudencial 191, por aplicação analógica do artigo 455 da CLT, alcança os casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro;
III) Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas "a pessoa física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado" 
IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do artigo 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria, vencido o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).
1.2.3) GRUPO ECONÔMICO ART. 2º, §2º CLT + Lei 5889/83 - art. 3º, §2º: 
ART. 2º, §2º CLT § 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra (VERTICAL), ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia (HORIZONTAL), integrem grupo econômico, serão responsáveis SOLIDARIAMENTE pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Lei 5889/83 - art. 3º, §2º Art. 3º - § 2º Sempre que umaou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia (HORIZONTAL), integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis SOLIDARIAMENTE nas obrigações decorrentes da relação de emprego.
* COORDENAÇÃO (HORIZONTAL) OU SUBORDINAÇÃO (VERTICAL): EMENTA: GRUPO ECONÔMICO POR COORDENAÇÃO Sob o prisma da lei juslaboral, a existência do grupo econômico independe da administração, controle ou fiscalização de uma empresa líder sobre as demais. Ainda que o grupo atue de forma horizontal, detendo as empresas que o compõem personalidade e autonomia próprias, sem relação de subordinação, interessa, do ponto de vista objetivo, que persigam ou explorem um fim comum, em um mesmo plano e participando de um mesmo empreendimento, de forma coordenada. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0001503-96.2010.5.03.0131 AP; Data de Publicação: 11/03/2015; Órgão Julgador: Primeira Turma; Relator: Jose Eduardo Resende Chaves Jr.; Revisor: Convocado Cleber Lucio de Almeida)
* MAIS DE UM CONTRATO? SÚM. 129 TST
CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO 
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
SÚMULA Nº 93 DO TST - BANCÁRIO 
Integra a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consentimento, tácito ou expresso, do banco empregador.
* NECESSIDADE DE PARTICIPAR DO PROCESSO PARA SER RESPONSABILIZADO: SÚM 205 CANCELADA
GRUPO ECONÔMICO. EXECUÇÃO. SOLIDARIEDADE 
O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.
* PODE EXISTIR GRUPO ENTRE ATIVIDADES SEM FINS LUCRATIVOS E PROFISSIONAIS LIBERAIS (ART. 2º, §1º)? NÃO
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO. SESI/SENAI. GRUPO ECONÔMICO. IMPOSSIBILIDADE DE CONFIGURAÇÃO. AUSÊNCIA DE FINALIDADE LUCRATIVA. O art. 2º, parágrafo segundo, da CLT, impõe a finalidade lucrativa como requisito para o reconhecimento do grupo econômico. In casu, considerando que SESI e SENAI são pessoas jurídicas de direito privado não voltadas para o lucro, administradas e coordenadas por associações sindicais de grau superior (CNI e FIEMG), é juridicamente impossível a formação de grupo econômico entre ambos. Mantido o duplo vínculo de emprego reconhecido em primeiro grau. Apelo desprovido.(TRT da 3.ª Região; Processo: 0001332-02.2013.5.03.0078 RO; Data de Publicação: 07/03/2014; Disponibilização: 06/03/2014, DEJT, Página 518; Órgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Relator: Convocada Maria Raquel Ferraz Zagari Valentim; Revisor: Heriberto de Castro)
1.2.4) SUCESSÃO DA TITULARIDADE DA EMPRESA
* CONCEITO: ART. 10 E 448
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
* REQUISITOS: 
- MUDANÇA NA ESTRUTURA JURÍDICA OU NA PROPRIEDADE DA EMPRESA.
	Fusão, cisão, incorporação.
	Venda, ainda que parcial. - EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. POSSIBILIDADE DE CESSÃO PARCIAL DE UNIDADE AUTÔNOMA. RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR RESTRITA AOS EMPREGADOS LOTADOS NA UNIDADE TRANSFERIDA. A sucessão trabalhista tanto pode abranger a totalidade do empreendimento econômico da empresa quanto apenas unidades desta. Em caso de transferência parcial, o sucessor assume tão-somente a responsabilidade pelos débitos trabalhistas daqueles empregados ou ex-empregados lotados na unidade por ele adquirida. No caso dos autos, ficou provado que houve sucessão apenas de uma unidade autônoma da empresa, na qual não laborava a reclamante. Assim, não se pode condenar a recorrente pelos créditos reconhecidos à autora na presente demanda. Recurso ordinário a que se dá provimento para excluir da lide a recorrente. (TRT da 3.ª Região; Processo: 00145-2009-129-03-00-0 RO; Data de Publicação: 11/09/2009; Disponibilização: 10/09/2009, DEJT, Página 51; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Convocada Maristela Iris S.Malheiros; Revisor: Jales Valadao Cardoso)
- SE TIVER FRAUDE NA CESSÃO PARCIAL: OJ-SDI-1- transitória - 30. CISÃO PARCIAL DE EMPRESA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. PROFORTE (DJ 09.12.2003) É solidária a responsabilidade entre a empresa cindida subsistente e aquelas que absorverem parte do seu patrimônio, quando constatada fraude na cisão parcial.
- CONTINUIDADE DA MESMA EMPRESA 
ATENÇÃO!! ATIVIDADE IGUAL É DIFERENTE DE MESMA ATIVIDADE 
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. CARACTERIZAÇÃO. Consoante denuncia a prova testemunhal, houve apenas uma alteração na titularidade da atividade empresarial, ficando mantidos o ramo do negócio, ponto, clientela, organização, e empregados, não havendo dúvidas, pois, de que aí se conformou uma sucessão trabalhista, na dicção dos art. 10 e 448, da CLT. Isto porque, conforme lição de Valentin Carrion, "o contrato de trabalho é intuitu personae (ou infungível) com referência ao empregado (art. 2o.), mas não quanto ao empregador (art. 448)" - Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, Saraiva, 31a. edição, p. 295/296. Daí os contratos de trabalho passarem incólumes frente à modificação na estrutura jurídica do empregador. Esclarece Délio Maranhão que "a transferência do estabelecimento, como um bem que resulta do conjunto de vínculos existentes entre os diferentes fatores de produção, supõe a de todos os elementos organizados", e que "um desses elementos é o trabalho" - Instituições de Direito do Trabalho, Vol. 1, LTr, 17a. edição, p. 308. A empresa sucessora, assim, "herda" os status de empregadora dos empregados que se encontram imersos naquele universo empresarial. (TRT da 3.ª Região; Processo: 01394-2008-067-03-00-0 RO; Data de Publicação: 15/04/2009; Disponibilização: 14/04/2009, DEJT, Página 141; Órgão Julgador: Decima Turma; Relator: Deoclecia Amorelli Dias; Revisor: Taisa Maria M. de Lima)
NÃO É SÓ PEGAR O IMÓVEL
RECURSO ORDINÁRIO. SUCESSÃO TRABALHISTA. TRANSFERÊNCIA DA ATIVIDADE EMPRESARIAL. Para que se aperfeiçoe a sucessão trabalhista, imperioso é que haja a transferência de uma unidade econômica de produção, isto é, de uma atividade empresarial. A mera transferência da propriedade de um bem, que receberá destinação econômica diversa da que lhe era dada antes da venda, em atividade empresarial absolutamente distinta, não configura a sucessão trabalhista. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0000583-34.2011.5.03.0052 RO; Data de Publicação: 19/12/2012; Órgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Relator: Luiz Antonio de Paula Iennaco; Revisor: Jose Miguel de Campos)
- CONTINUIDADE DOS CONTRATOS DE TRABALHO COM A UNIDADE ECONÔMICA
	Este requisito era importante, hoje não é mais diante da nova teoria da sucessão, onde o sucessor responde pelos contratos atuais e anteriores, inclusive os já extintos. Inclusive é objeto de regulamentação da reforma trabalhista:
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. 
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.
OJ-SDI1-261: BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA - As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais,caracterizando típica sucessão trabalhista.
* PACTO DE NÃO RESPONSABILIDADE 
Não tem validade na Justiça do Trabalho, mas a parte prejudicada fica com direito de regresso na Justiça Comum.
* ESTATIZAÇÃO – ART 37, II DA CR 
* PRIVATIZAÇÃO: 
SIM. Inclusive a privatização retira a nulidade dos contratos anteriores. SÚMULA Nº 430 TST - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAÇÃO. CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO. 
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado NULO por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua privatização.
* TRANSFERÊNCIA APENAS DA MARCA: SIM
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. O contrato de arrendamento da "marca" PROMOVE, seguido da assunção do passivo trabalhista pela arrendatária, configura a sucessão trabalhista (art. 10 e 448, CLT), sobretudo quando o direito de propriedade desse patrimônio ideal constitui expressiva parte do acervo patrimonial da arrematante, dado o seu elevado valor econômico, que é superior ao patrimônio físico desta última. Dessarte, a transferência da marca é suficiente para o reconhecimento da sucessão trabalhista. (TRT da 3.ª Região; Processo: 00977-2007-001-03-00-1 RO; Data de Publicação: 27/03/2008, DJMG , Página 19; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Convocado Antonio G. de Vasconcelos; Revisor: Taisa Maria M. de Lima)
* CARTÓRIO
1.1.5) CARTÓRIOS NOTARIAIS E DE REGISTRO: 
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público.
§ 1º - Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2º - Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.
§ 3º - O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
ART 236 CR - QUESTIONÁVEL por ser forma de aquisição originária da atividade mediante concurso, por isso muitos entendes que o aprovado no concurso não pode assumir os débitos anteriores – mas as decisões atuais tem dado a sucessão. Veja este julgado do TRT da 3ª Região.
EMENTA: EMPREGADO DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL - ALTERAÇÃO NA TITULARIDADE DA SERVENTIA - SUCESSÃO TRABALHISTA. O agravante, alçado à condição de novo titular de cartório de registro de títulos e documentos, por aprovação em concurso público, não se exime da responsabilidade pelo cumprimento de obrigações trabalhistas inadimplidas, relativamente a empregados contratados por seu antecessor. No caso, configura-se típica sucessão trabalhista. O título através do qual se dá a transferência do "ente empregador" é irrelevante para fins trabalhistas, conforme se constata da análise conjunta dos artigos 10 e 448 da CLT. E a justificativa para isso é que a tutela irradiada por tais dispositivos se dirige à figura do empregado, pouco importando, assim, que a massa patrimonial do empregador tenha sido transferida, como normalmente acontece em negócios privados, por compra e venda, ou que o tenha sido por alteração na titularidade de cartório, como no caso em tela. Importa que, ocorrida a transferência, seja assegurada ao hipossuficiente a garantia de solvabilidade de seus créditos, independentemente das mãos em que esteja o patrimônio do empregador, para cuja formação e manutenção, em ultima análise, o trabalhador contribuiu. Eventual discordância por parte do sucessor deve ser debatida por ele com seu antecessor, nas vias próprias. (TRT da 3.ª Região; Processo: 01672-2004-020-03-00-2 AP; Data de Publicação: 08/03/2010; Órgão Julgador: Sexta Turma; Relator: Emerson Jose Alves Lage; Revisor: Convocado Jose Marlon de Freitas)
* CASOS ONDE NÃO HAVERÁ SUCESSÃO:
- DOMÉSTICO
NÃO CABÍVEL
- COMPRA DA EMPRESA EM HASTA PÚBLICA JUDICIAL: ART. 60 E 141 LEI 11.1101/05
NÃO CABÍVEL
Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.
Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141 desta Lei.
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo;
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.
§ 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for:
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.
§ 2o Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior.
- ENTRE ENTES DE DIREITO PÚBLICO:
NÃO CABÍVEL
OJ-SDI1-92: DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS. RESPONSABILI-DADE TRABALHISTA - Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas entidades responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em que figurarem como real empregador.
* SITUAÇÕES CONTROVERTIDAS OU TRANSFERÊNCIA PARCIAL DAS RESPONSABILIDADES:
	- VENDA DE UMA DAS EMPRESAS DO GRUPO:
OJ SDI1- 411. SUCESSÃO TRABALHISTA. AQUISIÇÃO DE EMPRESA PERTENCENTE A GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO SUCESSOR POR DÉBITOS TRABALHISTAS DE EMPRESA NÃO ADQUIRIDA. INEXISTÊNCIA. (10/2010) O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão.

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