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OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER Profa. Msc. Layana Dantas de Alencar As obrigações de dar e fazer são as obrigações positivas Nas obrigações de não fazer o devedor compromete-se a uma abstenção. É uma obrigação negativa O devedor se compromete a não praticar certo ato que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado Só pode ser cumprida pelo próprio devedor, sendo, assim personalíssima EXEMPLOS Obrigação do locador de não perturbar o locatário da coisa locada Obrigação do artista de não atuar senão para determinado empresário ou empresa Obrigação do alienante de estabelecimento comercial de não se estabelecer no mesmo ramo dentro de determinada região A do adquirente que se obriga a não construir no terreno adquirido prédio além de certa altura A da cabeleireira alienante que se obriga a não abrir outro salão de beleza no mesmo bairro A de não divulgar segredo comercial A do engenheiro químico que se obriga a não revelar a fórmula do perfume da fábrica onde trabalha INADIMPLÊNCIA DO DEVEDOR Tornar-se-á inadimplente o devedor que praticar o ato que se obrigou a não praticar CCB Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. o Desfazimento pelo devedor (perdas e danos) o Custa do devedor (perdas e danos) IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO DAS PARTES AO STATU QUO ANTE Descumprimento (sem culpa do devedor) extingue-se a obrigação Art. 250 CC “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar” Não havendo possibilidade de restituir as partes à situação anterior (ex: divulgação de segredo industrial ou comercial), não há o que fazer senão impor o pagamento de perdas e danos LICITUDE OBRIGATÓRIA DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER A OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER DEVE SER LÍCITA A obrigação de não fazer não pode envolver restrição sensível à liberdade individual, pena de tornar-se ilícita IMORAL E ANTISSOCIAL NÃO Obrigações de não fazer imorais ou antissociais repugnam ao Direito, que lhes retira inteiramente a carga coercitiva PARA SÍLVIO RODRIGUES SÃO ILÍCITAS A obrigação de não casar A obrigação de não trabalhar A obrigação de não cultuar determinada religião É VÁLIDA A OBRIGAÇÃO DE NÃO CASAR? É geralmente inválida Só será válida - se houver justificativa para tal - a de não casar com determinada pessoa COMO CUMPRIR A OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER Pela abstenção. O devedor cumpre a obrigação todas as vezes em que poderia praticar o ato e deixa de fazê-lo. Há continuidade (ou sucessividade) em seu cumprimento REGRAS PROCESSUAIS CPC ■ Art. 642. Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfazê-lo. Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. Parágrafo único. Não sendo possível desfazer- se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos.
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