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Lesões Brancas

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1- LESÕES BRANCAS COM MANIFESTAÇÃO NA CAVIDADE ORAL (26/11) 
O aspecto característico das lesões brancas da cavidade oral é derivado da 
dispersão da luz através de uma superfície alterada. Tais alterações podem resultar 
do espessamento da camada de queratina, hiperplasia epitelial da camada 
espinhosa e edema intracelular das células epiteliais que mascaram a 
vascularização normal ou propriamente uma redução da vascularização do tecido 
conjuntivo subjacente. Em muitos casos, a causa destas lesões pode não estar 
identificada ou ser conhecida. Em outros casos, porém, pode estar evidente uma 
relação entre um evento ou um provável agente etiológico e a formação da lesão 
branca, embora o mecanismo exato não esteja compreendido ou esclarecido 
(REGEZI; SCIUBBA, 2000). 
 
Lesões brancas raspáveis: 
1) Candidose Pseudomembranosa 
A candidose pseudomembranosa é a forma de infecção por C. albicans mais 
bem reconhecida. Também conhecida como "sapinho", a candidose 
pseudornembranosa é caracterizada pelo aparecimento de uma placa branca, 
aderente na mucosa bucal, que lembra queijo cottage ou leite coagulado. As 
placas brancas são compostas por uma massa de hifas emaranhadas, 
leveduras, células epiteliais descamadas e fragmentos de tecido necrótico. 
Estas placas podem ser removidas pela raspagem com um abaixador de 
língua ou pela fricção com uma compressa de gaze seca. A mucosa 
subjacente pode-se encontrar normal ou eritematosa. Se ocorrer 
sangramento, provavelmente a mucosa terá sido afetada também por algum 
outro processo, como o líquen plano ou o efeito de um quimioterápico para o 
tratamento de câncer. A candidose pseudomembranosa pode-se iniciar pela 
exposição do paciente aos antibióticos de amplo espectro (eliminando 
bactérias competidoras) ou a diminuição do sistema imunológico do paciente. 
As disfunções imunológicas, observadas nos pacientes leucêmicos ou 
naqueles infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), estão 
freqüentemente associadas com a candidose pseudomembranosa. As 
crianças também podem ser afetadas, devido ao hipodesenvolvimento do seu 
sistema imune. A exposição aos antibióticos é responsável por uma 
expressão aguda (rápida) da condição; problemas imunológicos produzem, 
inicialmente, uma forma crônica da candidose pseudomembranosa (início 
lento, longa duração). Os sintomas, se presentes, usualmente são 
relativamente leves, constituídos de uma sensação de queimação da mucosa 
bucal ou um gosto desagradável na boca. Algumas vezes, os pacientes 
queixam-se de uma bolha, quando, na realidade, sentem que as placas são 
elevadas, e não vesículas verdadeiras. Caracteristicamente, as placas são 
distribuídas na mucosa jugal, palato e superfície dorsal da língua. Outras 
apresentações clínicas da infecção por cândida podem apresentar áreas 
vermelhas ou mistas vermelho com branco associadas ou não à 
sintomatologia (Quadro 1). O tratamento é realizado através de antifúngicos 
tópicos ou sistêmicos, incluindo a nistatína (na realidade é um antibiótico), 
agentes do imidazol (p.ex. cetoconazol) e agentes do triazol (fluconazol). 
 
 
 
2) Queimadura térmica /elétrica 
Estas condições ocorrem freqüentemente e podem ser provocadas pela ingestão 
de alimentos e bebidas quentes (térmicas) ou mastigação da ponta-fêmea do fio de 
extensão ou mordida de um fio elétrico exposto (elétrica). A maioria das 
queimaduras elétricas ocorre em crianças com menos de quatro anos, afetando 
freqüentemente os lábios e a comissura. Inicialmente, a queimadura parece uma 
área amarelada, carbonizada e indolor, que exibe pouco ou nenhum sangramento. 
Freqüentemente, um edema significativo desenvolve-se em poucas horas e pode 
persistir por 12 dias. Começando no quarto dia, a área afetada toma-se necrótica e 
começa a se soltar. Um sangramento pode desenvolver-se durante esse período, 
pela exposição da vascularização vital subjacente, devendo a presença de tal 
complicação ser rigorosamente monitorada. O fundo de sulco adjacente, a língua ou 
ambos também podem estar envolvidos. Ocasionalmente, os dentes adjacentes 
podem tornar-se desvitalizados, com ou sem necrose do osso alveolar 
circunjacente. A malformação dos dentes em desenvolvimento também foi 
documentada. As injúrias relacionadas às queimaduras térmicas por alimentos 
apresentam-se, geralmente, no palato ou mucosa jugal posterior. As lesões 
aparecem como zonas de eritema e ulceração que freqüentemente exibem 
remanescentes de epitélio na periferia. A maioria das queimaduras térmicas traz 
pequenas conseqüências clínicas e melhora sem tratamento. Para os pacientes 
com queimaduras elétricas da cavidade oral é indicada imunização contra o tétano e 
uso profilático de antibiótico. O principal problema das queimaduras orais é a 
contratura da abertura da boca durante a cicatrização. 
3) Queimadura química 
Um grande número de substâncias químicas e drogas entram em contacto com 
os tecidos orais e causam danos clinicamente significativos. Alguns dos principais 
exemplos que podem produzir tais queimaduras incluem as aspirinas, peróxido de 
hidrogênio, nitrato de prata, fenol e materiais endodôndicos (p.ex. materiais 
contendo paraformaldeido e hipoclorito de sódio). A característica clínica observada 
em casos de exposição breve aos agentes químicos é de uma superfície pregueada 
e branca que pode se descamar, quanto maior for a exposição ao agente 
responsável. O melhor tratamento das injúrias químicas é a orientação do paciente 
quanto à prevenção à exposição da mucosa oral aos materiais cáusticos. No caso 
de queimaduras odontológicas o uso do dique de borracha pode ser de grande 
valia. Quando grandes áreas de necrose estão presentes o debridamento cirúrgico e 
a cobertura antibiótica podem ser necessários. 
 
Lesões brancas não raspáveis: 
4) Linha Alba 
A linha alba (linha branca) é uma alteração comum da mucosa jugal, mais 
provavelmente associada a pressão, irritação por fricção, ou trauma por sucção da 
mucosa entre as superfícies vestibulares dos dentes. A alteração consiste em uma 
linha branca, geralmente bilateral, localizada na mucosa jugal ao nível do plano 
oclusal dos dentes adjacentes. Freqüentemente, é mais pronunciada em área 
adjacente aos dentes posteriores. Não é necessário nenhum tratamento para 
pacientes com linha alba e não são observadas dificuldades como resultado do seu 
desenvolvimento. 
5) Leucoedema 
O leucoedema é uma condição comum da mucosa jugal de causa desconhecida. 
Ocorre principalmente em negros, afetando 90% de adultos negros e 50% de 
crianças negras. A diferença na predileção racial pode ser parcialmente explicada 
pela presença de pigmentação na mucosa em negros, que torna as alterações 
edematosas mais evidentes. O leucoedema caracteriza-se por uma aparência 
opalescente branco-acinzentada difusa da mucosa. A superfície freqüentemente 
aparece pregueada, resultando em estrias esbranquiçadas ou rugosas. As lesões 
não são removidas por raspagem. Caracteristicamente, o leucoedema ocorre 
bilateralmente na mucosa jugal e pode-se estender até a mucosa labial. Em raras 
ocasiões, pode, também, envolver o assoalho da boca e região palatofaringiana. O 
leucoedema pode ser diagnosticado clinicamente com facilidade, porque o aspecto 
esbranquiçado diminui acentuadamente ou desaparece, quando a bochecha é 
evertida e esticada. O leucoedema é uma condição benigna, não sendo necessário 
nenhum tratamento. A mucosa afetada deverá sempre ser esticada durante o 
exame clínico, para excluir qualquer lesão subjacente que possa ser encoberta pela 
alteração edematosa. 
6) Leucoplasia 
A leucoplasia oral (placa branca) é definida pelaOrganização Mundial de Saúde 
como "uma placa ou mancha branca que não pode ser raspada, nem caracterizada 
clinicamente ou patologicamente como qualquer outra doença". O termo é 
estritamente clínico e não implica uma alteração histopatológica específica do 
tecido, mas sim da exclusão de outras lesões, que se apresentam como placas 
brancas orais. Embora a leucoplasia não seja associada a um diagnóstico 
histopatológico, é considerada uma lesão pré-cancerígena ou pré-maligna. Também 
é a lesão crônica da mucosa oral mais comum, afetando 3% dos adultos brancos, 
há forte predileção pelo sexo masculino (70%), exceto em populações regionais em 
que as mulheres consomem mais produtos de tabaco que os homens. Esta lesão 
normalmente afeta os adultos com mais de 40 anos de idade e a prevalência 
aumenta rapidamente com a idade. Com relação à etiologia o hábito de fumar 
tabaco parece o mais provável para o desenvolvimento da leucoplasia, com mais de 
80% dos pacientes com leucoplasia sendo fumantes. A radiação ultravioleta é aceita 
como um fator etiológico para a leucoplasia do vermelhão do lábio inferior, o que 
normalmente é associado com a queilite actínica. Além disso, vários 
microrganismos também têm sido relacionados, como por exemplo, o Treponema 
pallidum que produz as placas mucosas brancas da sífilis secundária (zonas 
sensíveis e esbranquiçadas da mucosa) e glossite da sífilis terciária (língua 
enrijecida e dorso coberto por placa branca). Aproximadamente 70% das 
leucoplasias orais são encontradas no vermelhão dos lábios, mucosa jugal e 
gengiva. Entretanto, as lesões na língua, vermelhão dos lábios e assoalho oral 
somam mais de 90% daquelas que indicam displasia ou carcinoma. De forma geral, 
a apresentação clínica da leucoplasia é de uma placa cinza ou branco-acinzentada 
levemente elevada, lesões iniciais podem ser translúcidas, a superfície é lisa ou 
corrugada, podendo ser exofítica. Elas normalmente têm bordas fortemente 
demarcadas, mas ocasionalmente se misturam com a mucosa oral. Uma forma 
especial de risco elevado, denominada leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP), é 
caracterizada pelo desenvolvimento de diversas placas ceratóticas com projeções 
rugosas na superfície. A biópsia é mandatória em casos de leucoplasia e guiará o 
curso do tratamento. Além disso, o tecido obtido na biópsia deve ser retirado das 
áreas clinicamente mais representativas (superfície verrucosa ou áreas 
avermelhadas). Múltiplas biópsias de lesões grandes podem ser necessárias. A 
leucoplasia exibindo histologicamente uma displasia considerável exige uma 
remoção cirúrgica completa, se possível. O procedimento em relação à leucoplasia, 
exibindo mudança menos grave, é guiado pelo tamanho da lesão e a resposta a 
medidas mais conservadoras, como o abandono do fumo. O acompanhamento em 
longo prazo, após a remoção, é extremamente importante, porque as recorrências 
são freqüentes e leucoplasias adicionais podem se desenvolver. Biópsias 
adicionais serão recomendáveis, se o fumo continuar ou as mudanças clínicas 
tomarem-se mais sérias. 
7) Queilite actínica 
É uma condição causada pela exposição crônica ao sol, principalmente em pessoas 
de pele clara e com tendência a se bronzear facilmente. É uma lesão rara antes dos 
45 anos de idade e com predileção pelo sexo masculino. As mudanças clínicas 
incluem a atrofia do vermelhão de lábio inferior, o escurecimento da margem entre 
mucosa e porção cutânea do lábio, áreas ásperas que se tornam espessas e podem 
parecer lesões leucoplásicas. Com a progressão da lesão pode desenvolver-se uma 
ulceração que dura por meses ou sofre transformação para carcinoma de células 
escamosas. Muitas das alterações associadas à queilose actínica são irreversíveis, 
mas os pacientes devem ser encorajados a evitar a exposição ao sol e usar 
bloqueadores UV. As áreas ulceradas ou leucoplásicas devem ser submetidas à 
biópsia incisional, para descartar transformação maligna. Em casos graves pode ser 
realizada a vermelhonectomia, ablação a laser ou eletrodessecação. 
8) Líquen plano – forma reticular 
É uma doença dermatológica mediada imunologicamente e relativamente 
comum. É uma condição rara em crianças, afetando principalmente adultos de meia 
idade do sexo feminino. Em aproximadamente 1% da população pode ocorrer 
lesões cutâneas como pápulas poligonais, púrpuras e pruríticas, geralmente nas 
superfícies flexoras das extremidades e revestidas por linhas brancas finas 
semelhantes a um rendilhado (estrias de Wickham). Outros sítios incluem glande do 
pênis, mucosa vulvar e unhas. A mucosa oral é freqüentemente acometida e 
essencialmente existem duas formas de lesões orais: 1) líquen plano reticular – 
provocam lesões brancas e 2) líquen plano erosivo – provoca lesões eritematosas e 
ulceradas. 
A) Línquen plano reticular: muito mais comum do que a forma erosiva, não 
provoca sintomas e envolve mucosa jugal posterior bilateral, borda lateral 
e dorso lingual, gengiva, palato e vermelhão do lábio. É assim chamado 
pelo seu padrão característico de linhas brancas que se entrelaçam 
(estrias de Wickham); no entanto, as lesões brancas podem se apresentar 
como pápulas. Em geral as lesões não são estáticas e melhoram e pioram 
em semanas ou meses. No dorso da língua geralmente é observada uma 
placa branca (queratótica) sem as clássicas estrias e com atrofia das 
papilas. 
O líquen plano reticular não produz sintomas e o tratamento não é necessário, a 
menos que exista candidose sobreposta associada à queixa de ardência bucal. 
Neste caso, a terapia antifúngica é necessária. A questão do potencial de 
transformação maligna do líquen plano ainda permanece controversa, mas alguns 
autores preconizam reavaliação anual do LP reticular. 
9) Reação liquenóide 
As reações liquenóides orais por contato (RLC) são alterações orais normalmente 
desencadeadas por restaurações de amálgama ou algum de seus componentes 
como o mercúrio, que podem causar reações de hipersensibilidade na mucosa oral 
e na grande maioria das vezes apresentando lesões tardias. Lesões de RLC podem 
ser confundidas com reação liquenóide por drogas (RLD) e líquen plano oral (LPO), 
porém nas RLC nota-se que há presença de restaurações em amálgama em 
contato direto com a mucosa jugal e/ou borda de língua. O diagnóstico é clínico, 
porém teste cutâneo de hipersensibilidade pode auxiliar no diagnóstico. A 
sintomatologia varia de acordo com sua manifestação clínica, pacientes com lesões 
ulceradas ou erosivas podem relatar dor e ardência espontâneas, ou provocadas 
pela alimentação. O tratamento das RLC consiste na troca de restaurações de 
amálgama por materiais não-metálicos o que na maioria dos casos, resulta em 
remissão das lesões e sintomas. 
10) Candidose hiperplásica 
Alguns pacientes com candidose bucal podem apresentar-se com placas brancas 
que não podem ser removidas pela raspagem; em tais casos, a denominação 
adequada é candidose crônica hiperplásica. Esta forma de candidose, também 
conhecida como leucoplasia por candida é a menos comum e algo controversa. 
Alguns investigadores acreditam que tal condição representa simplesmente uma 
candidose superposta a uma leucoplásica preexistente, situação que certamente 
pode existir a tempos. No entanto, em algumas situações, a candida sozinha pode 
ser capaz de induzir lesões hiperqueratóticas. Tais lesões usualmente estão 
localizadas na mucosa jugal anterior, não podendo ser distinguidas clinicamente de 
uma leucoplasia habitual. Freqüentemente, as lesões leucoplásicas, associadas 
com infecção por candida apresentam áreas finas mescladas de vermelho e branco. 
O diagnóstico é confirmado pela presença de hifas decandida associadas com a 
lesão pode biópsia ou citologia, bem como pela resolução completa da lesão após a 
terapia com antifúngicos. Se clinicamente a lesão for sugestiva de candidose 
crônica hiperplásica, mas não responder à terapia antifúngica, uma biópsia deverá 
ser feita, para afastar a possibilidade de C. albicans superposta a uma displasia 
epitelial, a um carcinoma espinocelular ou líquen plano. O tratamento é realizado 
através de antifúngicos tópicos ou sistêmicos, incluindo a nistatína (na realidade é 
um antibiótico), agentes do imidazol (p.ex. cetoconazol) e agentes do triazol 
(fluconazol). 
11) Leucoplasia pilosa 
A leucoplasia pilosa é uma lesão relacionada ao vírus Epstein-Barr (EBV) e 
apresenta-se em um padrão um tanto distinto (mas não diagnóstico) de 
hiperceratose e hiperplasia epitelial, caracterizada por lesões mucosas brancas que 
não são removidas pela raspagem. Normalmente a leucoplasia pilosa esta 
associada à imunodepressão, especialmente infecção pelo HIV. A maioria dos 
casos ocorre na borda lateral da língua e varia na sua apresentação de leves traços 
brancos verticais a áreas leucoplásicas espessas e enrugadas. Algumas vezes as 
lesões tornam-se extensas e acabam recobrindo toda a superfície lateral e dorsal da 
língua, ou mais raramente podem ocorrer na mucosa jugal, palato mole e faringe. O 
tratamento usualmente não é necessário, porém quando há desconforto pode ser 
indicado aciclovir ou retinóides tópicos. 
12) Estomatite nicotínica 
A estomatite nicotínica aparece como uma resposta hiperqueratótica ao calor 
gerado pelo fumo de tabaco (p.ex. cachimbo) ou uso crônico de bebida muito 
quente. Geralmente ocorre no palato, revelando uma área de hiperceratose ao redor 
dos ductos das glândulas salivares menores. Seu potencial de transformação 
maligna é quase tão baixo quanto o da mucosa palatina normal. A estomatite 
nicotínica é completamente reversível quando o hábito é suspenso, mesmo se 
estiver presente por décadas. Em casos de lesão branca persistente é ideal tratar 
apropriadamente como uma leucoplasia verdadeira. 
13) Queratoses induzidas por trauma/Queratose focal 
A irritação mecânica crônica pode produzir uma mácula branca com uma 
superfície queratótica áspera. Embora a lesão resultante seja clinicamente 
semelhante à leucoplasia verdadeira, é mais provável que ela seja uma resposta 
hiperplásica semelhante ao calo na pele. As queratoses desse tipo são prontamente 
reversíveis após a eliminação do fator responsável pelo trauma. Logo, uma placa 
branca não-específica, induzida por trauma, deve ser diagnosticada como queratose 
friccional e diferenciada do grupo de pré-cânceres orais como a leucoplasia. 
14) Nevo branco esponjoso 
É uma genodermatose autossômica dominante rara, causada por mutação nos 
genes CKs 4 e 13 (normalmente expressos na mucosa oral) que provoca um defeito 
na queratinização normal da mucosa oral. O surgimento das lesões pode ocorrer no 
nascimento, início da infância ou adolescência e apresentam-se como placas 
brancas simétricas, espessas e difusas, corrugadas ou aveludadas afetando 
principalmente a mucosa jugal bilateralmente. Outros locais intra-orais incluem: 
ventre lingual, mucosa labial, palato mole, rebordo alveolar e assoalho bucal. A 
mucosa extra-oral é pouco afetada. Não é necessário tratamento e o prognóstico é 
bom. 
 
Lesões brancas que podem ou não serem raspadas: 
15) Morsicatio Buccarum 
A mastigação crônica da bochecha produz lesões, localizadas mais 
freqüentemente na mucosa jugal. Entretanto, a mucosa labial (morsicatio 
labiorum) e o bordo lateral da língua (morsica linguarum) também podem estar 
envolvidos. Uma prevalência mais alta tem sido encontrada em pessoas sob 
estresse ou que exibem alterações psicológicas. A ocorrência é duas vezes 
mais predominante em mulheres e três vezes mais prevalente após os 35 
anos de idade. As lesões nos pacientes com morsicatio são mais 
freqüentemente encontradas bilateralmente, na mucosa jugal ao longo da 
linha dos dentes. Também podem ser unilaterais, combinadas com lesões dos 
lábios ou da língua, ou isoladas nos lábios ou língua. Áreas brancas 
espessadas e fragmentadas, ocasionalmente, estão combinadas com zonas 
interpostas de eritema, erosão, ou ulceração traumática focal. As áreas de 
mucosa branca mostram uma superfície dilacerada e irregular, e o paciente 
pode descrever que é capaz de remover fragmentos de material branco da 
área envolvida. A apresentação clínica do morsicatio buccarum normalmente 
é suficiente para um diagnóstico definitivo. Não é necessário tratamento das 
lesões e nenhuma complicação parece ocorrer. Para os pacientes que 
desejarem tratamento, uma proteção acrílica, que cobre as superfícies 
vestibulares dos dentes, pode ser confeccionada, a fim de eliminar as lesões, 
por restringir o acesso à mucosa jugal e labial. Vários autores também 
sugerem a psicoterapia como o tratamento de escolha, porém nenhum estudo 
extenso e controlado mostrou benefícios desta terapia. 
 
Referencias 
1. REGEZI, J. A. e SCIUBA, J. J. Patologia Bucal: Correlações 
Clinicopatológicas. 3a ed. Editora: Guanabara Koogan, 2000. 
2. Neville BW et al. Patologia Oral & Maxilofacial.Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2ª Ed.2004.

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