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Art. 161 a 212 CP (Definição, Bem Jurídico Tutelado, Espécie de Ação).

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Semestre 01/2015 
 
 
Trabalho de Direito Penal III. 
Artigos 161 a 212 CP, bem como sua definição, bem jurídico tutelado e espécie de ação penal.
 
 
Academico(a)  
Paula Marcolan Toso  
 
Orientador  
Antônio Luiz Pinheiro
Frederico Westphalen, junho 2015. 
Art. 161 CP
Definição: Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia.
Pana: Detenção de 1 (um) ano e 6 (seis) meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
 Consiste em fazer desaparecer ou mudar de lugar tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória em propriedade imóvel, para dela se apossar em parte ou totalmente.
Bem jurídico Tutelado: Os bens jurídicos protegidos são a posse da propriedade imobiliária. Prioritariamente, protege-se a posse da coisa imóvel; embora também proteja-se a propriedade, deve-se ressaltar que se tutela a posse independentemente da propriedade, podendo-se, aliás, contrapor a esta. 
Espécies de Ação: Ação Penal Privada.
Art. 162 CP 
Definição: Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. 
 Ocorre com o desvio do seu curso natural ou represamento de águas alheias, em proveito próprio ou de outrem, causando prejuízo a uma propriedade pública ou privada.
Bem Jurídico Tutelado - Ao contrário das outras figuras de usurpação, no art. 162 o objeto da tutela penal não é a propriedade imobiliária. Os bens jurídicos protegidos são a posse e a propriedade de semoventes (bois, vacas, cavalos, carneiros, porcos etc., constitutivos de gado ou rebanho), que são considerados, para o direito penal, coisas móveis, embora, para o direito civil, possam, eventualmente, ser tratados como imóveis (art. 43, III, do CC/16), por acessão intelectual, quando, por exemplo, imobilizados num prédio, para sua exploração industrial. (Bitencourt, pag. 477-478)
Espécie de Ação: Ação Pública Incondicionada 
Art. 163 CP 
Definição: Dano: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena- detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Dano qualificado:
 Parágrafo único. Se o crime é cometido: 
I — com violência à pessoa ou grave ameaça; II — com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; 
III — contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; 
 III com redação determinada pela Lei n. 5.346, de 3 de novembro de 1967.
 IV — por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
 Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
		Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o patrimônio, público ou privado, tanto sob o aspecto da posse quanto da propriedade. (Bitencourt, pág. 495).
Espécie de Ação: A ação é privada na iniciativa simples, mas pública incondicionada na forma qualificada.
Art. 164 CP 
Definição: Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte em prejuízo:
Pena – Detenção de 15 (quinze) dias a 6 (seis meses), ou multa.
Bem Jurídico Tutelado: O s bens jurídicos protegidos neste dispositivo continuam sendo a posse e a propriedade imóvel, rural ou urbana, que constituem aspectos do patrimônio, especialmente contra dano causado por animais emplantações e terrenos cultivados. Ganham especial relevo os danos causados por essa forma a plantações ou a qualquer espécie de terrenos cultivados (Bitencourt, pág. 530).
Espécie de Ação: Exclusivamente de iniciativa privada, ou seja, pública incondicionada.
Art. 165 CP
Definição: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: 
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido é a inviolabilidade do patrimônio histórico, arqueológico ou artístico pelo que representa e pela expressão que assume na coletividade (Bitencourt, pág. 553)
Espécie de Ação: Pública Incondicionada
Art. 166 CP
Definição: Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o ambiente, sob seu aspecto cultural-estético, particularmente a inviolabilidade do patrimônio público cultural nacional. Essa proteção recai em coisas imóveis, de regra representadas por sítios, paisagens ou quaisquer espécies de locais bucólicos que embelezam determinados lugares e constituem bem comum. A beleza ou estética que se protege pode decorrer da própria natureza ou ser especialmente complementada pela arte ou ofício do ser humano (Bitencourt, pág. 567).
Espécie da Ação: Pública incondicionada
Art. 168. CP 
Definição: Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I — em depósito necessário;
II — na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III — em razão de ofício, emprego ou profissão.	
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a inviolabilidade do patrimonial, particularmente em relação à propriedade. Na verdade, protege o direito de propriedade, direta e imediatamente, contra eventuais abusos do possuidor, que possa ter a intenção de dispor da coisa alheia como se fosse sua (Bitencourt, 578-579).
Espécie de Ação: Pública incondicionada. 
 
Art. 168 CP 
Definição: - A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I — recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II — recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III — pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência Social na forma definidas em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido são as fontes de custeio da seguridade social, particularmente os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (art. 194 da CF). São protegidas especialmente contra a apropriação indébita que pode ser praticada por quem tem o dever de recolher os tributos e taxas. É, em outros termos, a tutela da subsistência financeira da previdência social (Bitencourt, pág. 619).
Espécie da Ação: Pública Incondicionada.
Art. 169 CP
Definição: Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I — quem achatesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; 
Apropriação de coisa achada
II — quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a inviolabilidade do patrimônio, particularmente o direito de propriedade. O erro, o caso fortuito e a força da natureza podem transferir a posse, mas, em princípio, não têm idoneidade para transmitir a propriedade. Na hipótese de apropriação de coisa achada, tutela-se também a posse, pois o possuidor legítimo que perder a posse da coisa tem o direito de reavê-la (art.521 do CC/16).
A apropriação indébita prevista no artigo anterior distingue-se das figuras constantes neste dispositivo basicamente pelo fundamento da transferência da posse. (Bitencourt, pág. 636)
Espécie da Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 171 CP 
Definição: Obter para si, ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
§1° Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no artigo 155 §2º. 
§ 2° Nas mesmas penas incorre quem: 
Disposição de coisa alheia como própria
I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; 
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada e ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento ou em prestação, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
Defraudação de penhor
III — defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV — defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V — destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
 Fraude no pagamento por meio de cheque
VI — emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a inviolabilidade do patrimônio, particularmente em relação aos atentados que podem ser praticados mediante fraude. Tutela-se tanto o interesse social, representado pela confiança recíproca que deve presidir os relacionamentos patrimoniais individuais e comerciais, quanto o interesse público de reprimir a fraude causadora de dano alheio (Bitencourt, pág. 659-660).
Espécie da Ação: Pública Incondicionada
Art. 172 CP 
Definição: Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena — detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o patrimônio, particularmente as relações econômicas provenientes do comércio, objetivando garantir a autenticidade dos institutos comerciais. Pretende proteger os interesses patrimoniais do sacado ou de quem eventualmente possa efetuar qualquer operação mercantil com o título fraudulento (Bitencourt, pág. 720). 
Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Art. 173 CP
Definição: Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão, ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: 
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o patrimônio, especialmente aquele atribuído aos menores ou incapazes, com a finalidade de impedir todo e qualquer abuso ou aproveitamento por parte de quem quer que seja, com ou sem escrúpulos. O dispositivo em exame procura garantir a inviolabilidade patrimonial, punindo quem, aproveitando-se da menoridade, alienação ou debilidade mental de alguém, leve-o a praticar condutas com efeitos jurídicos em benefício do autor ou de terceiro. (Bitencourt, pág. 732).
Espécie de ação: Pública Incondicionada. 
Art. 174 CP
Definição: Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o a prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: objetiva-se tutelar o patrimônio pertencente às pessoas simples, ignorantes ou inexperientes contra a burla, a fraude ou ardil simbolizados por apostas ou jogos e até mesmo pela especulação com títulos ou mercadorias (Bitencourt, pág. 746).
Espécie da Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 175 CP
Definição: Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I — vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II — entregando uma mercadoria por outra:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de outra qualidade:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido, como todas as demais infrações deste Título do Código Penal, é o patrimônio, especialmente contra a fraude praticada na atividade comercial. Subsidiariamente, protege-se também a moralidade das relações comerciais, buscando preservar a honestidade e a boa-fé que devem orientar toda a atividade comercial, que é vital para a satisfação de grande parte das necessidades materiais da coletividade (Bitencourt, pág. 758).
Espécie da Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 167 CP 
Definição: Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena — detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a inviolabilidade do patrimônio de proprietários de hotéis, restaurantes ou meios de transportes contra a lesão fraudulenta a que, com facilidade, são expostos nesse ramo de atividade. Criminaliza-se a conduta de contrair obrigação, seja consumindo alimentos e bebidas, seja alojando-se em hotéis, seja servindo-se de meio de transporte, sem dispor, no entanto, dos recursos necessários para satisfazê-la. Ao lado desse interesse privado existe, logicamente, o interesse público relativo à harmonia e à estabilidade da ordem jurídica (Bitencourt, pág. 769-770).
Espécie da Ação: Pública Condicionada. 
Art. 177 CP
Definição: Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia popular.
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fatonão constitui crime contra a economia popular:
I — o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II — o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III — o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiros, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
IV — o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V — o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI — o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII — o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII — o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX — o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.
§ 2º Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o patrimônio, particularmente daqueles que investem em sociedades abertas, isto é, tutela-se o patrimônio dos acionistas contra a organização e a administração fraudulenta e abusiva das sociedades por ações (Bitencourt, pág. 784).
Espécie da Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 178 CP 
Definição: Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido, a despeito de algumas controvérsias, é inegavelmente o patrimônio, especialmente aquele representado pelos títulos de conhecimento de depósito ou warrant. Não os títulos em si e tampouco a fé pública de que devem revestir-se títulos dessa natureza. A fé pública como bem jurídico protegido é objeto de outro Capítulo e de outro Título do Código Penal. Assim, somente por extensão, e secundariamente, pode-se admitir que a fé pública se inclua no objetivo da proteção penal insculpida no dispositivo em exame (Bitencourt, pág. 829-830).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 179 CP 
Definição: Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: 
Pena- detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa. 
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido, nesse tipo penal, também é o patrimônio, mais especificamente contra manobras ardilosas ou fraudulentas de devedores que, na tentativa de inviabilizar a ação judicial de seus credores, procuram evitar a execução forçada. Por outro lado, num plano secundário e reflexo, o dispositivo em exame procura garantir o respeito às decisões judiciais e, por conseguinte, a administração da justiça, cujo prestígio resulta comprometido quando suas decisões são impedidas de se executar por fraudes daqueles que foram condenados. Enfim, tutela-se diretamente o patrimônio e, indiretamente, o respeito à administração da justiça (Bitencourt, pág. 841).
Espécie de Ação: Ação de Iniciativa Privada. 
Art. 180 CP 
Definição: Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Receptação qualificada
§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena — reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o
Exercício em residência.
3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou ambas as penas.
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
§ 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido diretamente é o patrimônio, público ou privado. Admitimos que a posse também seja objeto da tutela penal, na medida em que representa um aspecto importante do patrimônio, e, podendo ser objeto do crime de furto ou roubo, satisfaz a exigência de ser produto de crime precedente; não se pode negar, contudo, que a propriedade é o bem jurídico protegido por excelência (Bitencourt, pág. 856-857).
Espécie de Ação: Publica Incondicionada. 
Art. 184 CP
Definição: Violar o direito de autor e os que lhe são conexos
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o direito autoral, que, na verdade, constitui um complexo de direitos — morais ou patrimoniais — nascidos com a criação da obra. Em outros termos, o objeto jurídico da proteção penal é a propriedade intelectual. Os direitos autorais abrangem os direitos de autor e os direitos que lhe são conexos (Bitencourt, pág. 963-964).
Espécie deação: a ação penal é de iniciativa privada, salvo se o crime for praticado em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público.
Art. 197 CP
Definição: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
I — a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência;
II — a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a liberdade de trabalho, isto é, a liberdade de escolher o trabalho, a profissão, arte, ofício ou indústria que o indivíduo deseja exercer e de decidir quando abrir ou fechar seu próprio estabelecimento de trabalho (Bitencourt, pág. 990).
	Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Art. 198 CP
Definição: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Bem Jurídico Tutelado: o bem jurídico protegido é a liberdade de trabalho, mais especificamente a liberdade de celebrar contrato de trabalho, bem como a normalidade de celebrar trabalho (Bitencourt, pág. 1010).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada
Art. 199 CP
Definição: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a liberdade de associação e filiação sindical ou profissional, assegurada pela atual Constituição Federal (arts. 5º, XVII, e 8º, V) (Bitencourt, 1025)
Espécie de Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 200 CP
Definição: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico tutelado é a regularidade e moralidade das relações trabalhistas, é a correção e a moralidade que devem orientar os contratos de trabalho, que, venia concessa, não se confunde com “liberdade de trabalho”. (Bitencourt, 1036)
Espécie de Ação Penal: Pública Incondicionada. 
Art. 201 CP
Definição: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico são a regularidade e a moralidade das relações trabalhistas, especialmente aquelas relacionadas a obras públicas ou serviços de interesse coletivo; são a correção e a moralidade que devem orientar os contratos de trabalho, o que, venia concessa, não se confunde com “liberdade de trabalho”. (Bitencourt, 1050)
Espécie de Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 202 CP
Definição: Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e Multa.
Bem Jurídico Tutelado: Os bens jurídicos protegidos são, ao mesmo tempo, a liberdade e a organização do trabalho. O patrimônio do proprietário também se inclui na proteção jurídica desse tipo penal. Trata-se, na verdade, de crime pluriofensivo, pois viola bens jurídicos individuais que se vinculam ao funcionamento normal de estabelecimento de trabalho e a sua integridade. (Bitencourt, 1059)
Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Art. 203 CP
Definição: Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena — detenção, de 1 (um) ano a 2 (dois) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:
I — obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
II — impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido abrange todo e qualquer direito que seja protegido pela legislação trabalhista. Como destaca Damásio de Jesus, “O legislador buscou tutelar a legislação trabalhista, entendendo indispensável ao desenvolvimento harmônico da sociedade o cumprimento dos deveres impostos ao empregado e ao empregador” (Bitencourt, 1067).
Art. 204 CP
Definição: Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido é o interesse na nacionalização do trabalho, particularmente o interesse do Estado em garantir a reserva de mercado para os brasileiros, em seu próprio território. (Bitencourt, 1079).
Espécie de ação: Pública incondicionada.
Art. 205 CP
 	Definição: Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
 	Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é a garantia de execução das decisões administrativas, ou, mais especificamente, o interesse do Estado no cumprimento de suas decisões administrativas (Bitencourt, 1086).
Espécie de ação: Pública Incondicionada. 
Art. 206 CP
Definição: Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.
Pena — detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o interesse do Estado em garantir a permanência dos trabalhadores brasileiros no Brasil, ou seja, manter a mão de obra no território nacional. Protege-se o interesse público na não emigração do trabalhador nacional, partindo da presunção de que essa evasão de trabalhadores é danosa à economia nacional. Essa presunção é absoluta, não podendo ser elidida, para afastar sua atipicidade, em nenhuma circunstância (Bitencourt, pág. 1095-1096).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 207 CP
Definição: Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
Pena — detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o interesse do Estado em evitar o êxodo de trabalhadores no território nacional. Procura-se evitar que alguma região fique despovoada, em detrimento de outra. Interessa ao Estado, como destaca Paulo José da Costa Jr., evitar o êxodo de mão de obra barata, proveniente de zonas desfavorecidas do País, produzindo concentrações urbanas e desajustes socioeconômicos. (Bitencourt, 1102).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Art. 208 CP
Definição:Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o sentimento religioso1, como interesse ético-social, independentemente da religião professada; secundariamente, protege-se a liberdade de culto e de crença, a exemplo do que fazia o primeiro Código Penal republicano de 1890. Essa liberdade constitui atualmente uma das garantias individuais/coletivas asseguradas pela atual Constituição Federal (1988, art. 5º, VI). O Estado tem interesse em proteger as religiões, como instituições ético-sociais que lhe são úteis e, ao mesmo tempo, necessárias (Bitencourt, 1113).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Art. 209 CP
Definição: Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena — detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido é o sentimento de respeito aos mortos. Protege-se o sentimento de veneração que se tem pelos que já faleceram ou, nafeliz expressão de Hungria1, o que a lei penal protegenão é a paz dos mortos, mas o sentimento dereverência dos vivos para com eles.Com efeito, o sentimento de reverência e piedade para com os mortos é comum à generalidade dos povos; feri-los é ferir a própria sociedade. Todo ser humano normal tem consciência desse sentimento ético-social (Bitencourt, 1129).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Art. 210 CP
Definição: Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: O bem jurídico protegido é o sentimento de respeito aos mortos, a exemplo do que ocorre no artigo anterior. Protege-se, igualmente, o sentimento de veneração que se tem pelos que já faleceram (Bitencourt, 1139-1149)
Espécie de Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 211 CP
Definição: Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido é o sentimento de respeito aos mortos, o sentimento de veneração que se tem pelos que já faleceram. Tutela-se, em outros termos, o sentimento dos parentes e amigos do morto e não o próprio de cujus, que não é titular de direito. (Bitencourt, 1148).
Espécie de Ação: Pública Incondicionada. 
Art. 212. 
Definição: Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena — detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem Jurídico Tutelado: Bem jurídico protegido é o sentimento de respeito aos mortos, a exemplo do que ocorre com o dispositivo anteriormente analisado (art. 211); tutela-se, em outros termos, o sentimento dos parentes e amigos do morto e não o próprio de cujus, que não é titular de direito (Bitencourt, 1159). 
Espécie de Ação: Pública Incondicionada.
Referências Bibliográficas: 
Bitencourt, César Roberto – Tratado de Direito Penal – Parte especial 3, Saraiva, 8° edição, 2012.
Greco, Antônio – Curso de Direito Penal – Parte Especial, Impetus, 9° edição, Niterói – Rj, 2012.

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