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Aula_de_1_a_6_de__NEUROFISILOGIA

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Aula 1: Introdução ao estudo da neurofisiologia
	
		Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Descrever a função e organização geral do SN. 2. Diferenciar as estruturas e funções do sistema nervoso periférico e central. 3. Identificar as células do tecido nervoso e suas funções.
E você sabe o que é aversão?
A aversão é um sentimento, sob o comando do sistema nervoso, que controla nossos movimentos, assim como as sensações que nos permitem interagir com o meio em que vivemos.
Desvendando o Sistema Nervoso
Embora todos nós usemos os dois lados do cérebro, cada um de nós tem um lado dominante. O lado dominante se torna uma grande parte de nossas personalidades e esse fato pode gerar conflito de intenção na execução de algumas tarefas.
Entenda esta atividade:
Cada hemisfério cerebral processa as informações de forma diferente do  outro, isso significa que cada parte do cérebro tem funções específicas.
Hemisfério esquerdo do cérebro reconhece letras e palavras.
O hemisfério direito reconhece faces e padrões geométricos com maior facilidade para visualizar o que já foi visto e fixar imagens na memória.
Segundo a teoria postulada por Roger Sperry, ganhador do Prêmio Nobel de 1981, podemos afirmar que o cérebro esquerdo está relacionado à palavra, à linguagem, e o direito possui maior capacidade visual.
Nós estamos habituados a ler palavras e não cores, portanto, o envolvimento dos dois hemisférios, com suas funções dominantes, na mesma tarefa, gera o conflito representado pela dificuldade de dizer as cores das palavras.
O Sistema Nervoso visto a olho nu
O Sistema Nervoso (SN) pode ser dividido em duas grandes partes:
-Sistema nervoso central (SNC):
O SNC está localizado no eixo do corpo: no interior do crânio e da coluna vertebral, nele se encontram a maioria das células nervosas.
-Sistema nervoso periférico (SNP):
O SNP, como indicado por seu nome, está localizado na periferia do corpo. Poucas células nervosas são encontradas nessa parte do sistema nervoso. Ele é formado, em grande parte, pelos prolongamentos das células que estão localizadas no SNC.
 No sistema nervoso periférico, as informações da periferia do corpo para o SNC e do SNC para a periferia do corpo trafegam pelos nervos como uma via de mão dupla, nos dois sentidos.
Essa é chamada classificação funcional porque essas duas grandes partes exercem funções bem distintas.
-Os nervos podem ser classificados em:
Nervos Cranianos:
 Quando se ligam ao SNC por orifícios do crânio.
Nervos Espinhais:
Quando se ligam ao SNC pelos orifícios da coluna vertebral.
Esses dois tipos de nervos podem veicular informações sensitivas e motoras.
Informações Sensitivas
Informações que os nervos transmitem ao cérebro sobre a pressão, a dor, o calor, o frio, a vibração, a posição das partes do corpo etc. 
As informações do ambiente interno ou externo ao corpo que ascendem ao SNC, podemos chamar de informações aferentes.
Informações Motoras
Informações que SNC transmite ao corpo sobre como proceder. São chamadas motoras porque toda resposta do SNC ao ambiente interno ou externo, acontece por meio de movimento. 
São as informações eferentes as resposta do SNC para os órgãos efetuadores.
Podemos observar na figura ao lado, que na proximidade da cintura escapular e da cintura pélvica há um entrecruzado de nervos, os plexos nervosos. 
Os plexos acontecem nas regiões da cintura pélvica e escapular com função de inervação das estruturas dos membros superiores e inferiores com suas respectivas cinturas.
Na junção do sistema nervoso central e periférico podemos observar as raízes nervosas: a saída das fibras nervosas da medula, que vão formar os nervos ao passar pelo forame vertebral. 
Na parte posterior da medula entram as fibras sensitivas com informações aferentes, e da parte anterior da medula emergem as fibras nervosas motoras eferentes.
As fibras sensitivas e motoras se anastomosam e saem pelo forame vertebral, formando o nervo.Assim, podemos dizer que a maioria dos nervos são mistos, pois carreiam informações sensitivas e motoras.
As poucas células nervosas do SNP estão localizadas nos gânglios. 
Encontramos os gânglios em regiões próximas do SNC e alguns localizados nas paredes das vísceras. Algumas fibras nervosas emergem dos gânglios, no entanto, a grande maioria dessas fibras emergem do SNC.
Já que conhecemos o sistema nervoso periférico podemos dizer que o SNP está intimamente relacionada à condução de informações nervosas.
Agora você já saberia apontar qual a função do SNP?
A função do Sistema Nervoso Periférico é, exclusivamente, de condutor de informações.
O Sistema Nervoso Central pode ser classificado da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Cérebro: Telencéfalo: Córtex Cerebral e Núcleos da Base e Diencéfalo : Diencéfalo.
Cerebelo: Córtex Cerebelar e Núcleos Profundos.
Tronco Encefálico: Mesencéfalo, Ponte e Bulbo.
Medula Espinhal
O SNC ocupa o eixo do corpo especificamente o interior do crânio e da coluna vertebral.
Na embriologia, o SNC é originado de um tubo, o tubo neural, que durante o processo de desenvolvimento do embrião, se dilata na extremidade superior dando origem ao encéfalo.
Nessa dilatação, a luz do tubo se deforma, o que explica um sistema de cavidades no interior do encéfalo. 
Esse sistema de cavidades faz com que a região central do SNC contenha orifícios que no encéfalo é representado pelos ventrículos laterais, terceiro e quarto ventrículos. 
Esses orifícios são contínuos no canal medular.
Nos ventrículos acontece a principal secreção de líquor ou líquido cefaloraquidiano, que banha todo o Sistema Nervoso Central e fica restrito ao espaço entre duas membranas do SNC.
Suas funções são principalmente de suprimento de nutrientes e remoção de resíduos metabólicos do tecido nervoso.
Outra macroestrutura que precisamos conhecer são as meninges.
As meninges formam um complexo de três membranas que envolvem o SNC, em conjunto com o líquor. 
Esse complexo tem função de proteção do SNC contra traumas mecânicos.
A superfície do cérebro é chamada de córtex cerebral e apresenta saliências arredondadas denominadas circunvoluções ou giros e os sulcos que as separam.
Da mesma forma o cerebelo, apresenta circunvoluções que, por serem mais finas que os giros cerebrais são chamadas de folhas e assim podemos dizer que no cérebro temos giros e sulcos e no cerebelo temos folhas e sulcos. O córtex cerebral está envolvido com as funções neurais e psíquicas mais complexas, algumas dessas funções, em localizações específicas delimitadas primariamente pelos lobos.
O Sistema Nervoso visto ao microscópio
Até agora, discutimos as grandes partes do sistema nervoso, aquelas que podem ser vistas a olho nu. Agora vamos discutir as estruturas microscópicas, que compõem o tecido nervoso.
O tecido nervoso é composto por dois tipos de células:
Os neurônios que formam a parte funcional do tecido.
As neuroglias ou células gliais, que formam o sistema de suporte para as funções dos neurônios.
O Sistema Nervoso visto ao microscópio – Neurônios
Neurônios:
Como unidades funcionais de informação, os neurônios operam em grandes conjuntos formando os chamados circuitos ou redes neurais.
Isso significa que, para cumprir determinada função, como por exemplo, o ato de ver algum objeto, vários neurônios trabalham de forma sincronizada desde a captação da luz até a interpretação dessa luz no córtex cerebral, para que você tenha ciência do que está vendo.
O neurônio é composto, como toda célula, por uma membrana plasmática que envolve o citoplasma. No citoplasma encontramos as mesmas organelas com suas diferentes funções: o núcleo com seu material genético, as mitocôndrias que produzem energia, o reticulo endoplasmático com funções no metabolismo celular e muitas outras.
ATENÇÃO
A grande diferença da célula neuronal de outras células está na sua morfologia adaptada para o processamento e condução de informações.
 Então, além das estruturas celulares descritas, nos neurôniosencontramos os prolongamentos especializados na recepção de informações:
Ambos os prolongamentos são fundamentais para o processamento e condução de informações e para a integração em rede ou circuito.
Os neurônios se subdividem em três tipos fundamentais, quanto à função que cada um desempenha no circuito:
Motores:
Os neurônios motores controlam órgãos efetores, como as fibras musculares e as glândulas.
Sensitivos:
Os neurônios sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo.
de Associação:
Também chamados interneurônios estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos neurais completos.
Podemos observar além do corpo celular, os axônios e dendritos, outras estruturas que fazem parte do neurônio, como o telodendro também chamado de terminal de transmissão.
Observamos ainda a bainha de mielina, que reveste o axônio formando a fibra neuronal. No intervalo bainha de mielina encontramos o nodo de Ranvie.
A bainha de mielina determina a velocidade de condução nervosa e está presente na maioria dos axônios, mas não nas terminações nervosas. A expressão soma é utilizada, frequentemente, com referência ao corpo celular, essa é outra denominação para o corpo da célula neuronal.
O Sistema Nervoso visto ao microscópio – Neuroglias
Neuroglias:
As neuroglias têm formas diferentes e exercem funções de suporte específicas.
Entre as células da glia, os astrócitos  exercem funções importantes no funcionamento do neurônio compondo a barreira hematoencefálica e englobando sinapses.
Os microgliócitos fazem parte do sistema imunitário do sistema nervoso e outras células produzem a bainha de mielina que revestem os axônios, como os oligodendrócitos que produzem a mielina no SNC e as células schwann que produzem a mielina presente no SNP.
Aula 2: A membrana neuronal em repouso e o potencial de ação
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: 
1. Identificar os determinantes do potencial de repouso.2. Identificar comportamento do neurônio em repouso. 3. Identificar os componentes geradores do potencial de ação.4. Identificar o comportamento do neurônio em ação.
Introdução:
Na disciplina de Histologia e Embriologia, você verificou que todos os tecidos e órgãos do corpo são formados por células especializadas e o modo como as células agem integradamente vai determinar a função do órgão. No tecido nervoso essa premissa não é diferente.
Com apenas dois tipos de células esse tecido é o mais sofisticado complexo que a natureza criou. Vamos começar a aprender como as células desse tecido trabalham individualmente para entender como se agrupam no trabalho conjunto. Se compreendermos as ações individuais e combinadas das células nervosas, entenderemos as nossas capacidades mentais.
Potencial de repouso
Como aprendemos na aula 1 os neurônios são células especializadas no processamento de informações e funcionam em rede.
Para o ato de levantar o pé, o rompimento da pele é traduzido em sinais que percorrem as fibras nervosas sensoriais em direção à medula espinhal.
Na medula, a informação é distribuída aos interneurônios.
Alguns destes interneurônios se conectam com neurônios sensitivos que possuem prolongamentos até o encéfalo onde a sensação de dor é percebida e registrada.
Outros interneurônios fazem sinapses com neurônios motores enviam sinais aos músculos.
No reflexo simples, utilizado nesse exemplo, o sistema nervoso:
DISTRIBUIU- COLETOU-INTEGROU INFORMAÇOES
Para a coleta de informações a terminação nervosa foi acionada pelo rompimento da pele que disparou um sinal elétrico que foi conduzido pelo axônio do neurônio sensitivo e transmitido aos outros neurônios motores da medula e os neurônios de associação que integraram a informação no córtex.
INFORMAÇÃO:
Esse é modelo de processamento de informação motora mais simples, e mesmo assim, vários neurônios foram acionados e trabalharam organizadamente para processamento e transmissão da informação, se comunicando por meio de condução elétrica.
MAS COMO É GERADO O SINAL ELETRICO?
Para chegar a essas respostas, vamos iniciar estudando o meio intra e extracelular.
O meio intra e extracelular
A água (H2O) é o principal fluido do interior do neurônio e está presente tanto no citosol - meio intracelular, quanto no meio extracelular.
É importante lembrar que na água estão dissolvidos os íons que serão responsáveis pelos potenciais de repouso e de ação da membrana.
Além de armazenar íons a água tem um papel fundamental na distribuição desigual de cargas elétricas, uma vez que o átomo de oxigênio O2 possui uma maior afinidade com os elétrons, quando comparado com o hidrogênio H+.O oxigênio adquire carga líquida negativa, enquanto o hidrogênio carga líquida positiva. Assim, pode-se dizer que a água é uma molécula polar o que torna esta substância um excelente solvente.
IONS: Os íons armazenados no espaço intra e extracelular são átomos ou moléculas que possuem uma carga elétrica líquida.
A carga elétrica de um átomo é determinada pela diferença entre o número de prótons e elétrons.
Quando a diferença é igual a 1 diz-se que este átomo é monovalente.
Quando a diferença apresentada é igual a 2 diz-se que o átomo é divalente.
Os átomos ainda podem ser classificados como:
Ânions: Carga negativa.
Cátions: Carga positiva.
Em tempo, é importante ressaltar que os íons mais importantes,do ponto de vista da Neurofisiologia celular são os cátions monovalentes Na+ (sódio) e K+ (potássio),o cátion divalente Ca+ (cálcio) e o ânion monovalente Cl- (cloreto).
A membrana neuronal
Considerando a importância da carga elétrica do meio intra e extracelular, vamos à delimitação dos limites entre intra e extracelular:
Membrana neuronal: A membrana neuronal é determinante no controle da passagem de íons de um meio para outro.
É formada por uma dupla camada fosfolipídica:
Cabeça” polar, ou seja, um átomo de fósforo ligado a três átomos de oxigênio. Uma dupla camada as “caudas” se aproximam no centro.
“Cauda” apolar, contendo hidrocarbonetos. “Cauda” apolar, contendo hidrocarbonetos.
a distribuição das moléculas protéicas na membrana que faz com que o neurônio se diferencie das demais células.
Desde o citoesqueleto - que confere a forma do neurônio até os tipos de enzimas e receptores são constituídos por estruturas protéicas.
São as proteínas que formam os canais protéicos que servirão de passagem para os íons do meio extracelular para o meio intracelular ou vice-versa.
SELETIVIDADE IONICA:
É a especificidade destes canais chamada de seletividade iônica, responsável por determinar que tipo de íon transitará em cada tipo de canal.
Por exemplo, íons de sódio possuem um canal iônico específico e, portanto, permeável somente aos íons de sódio.
Estes canais podem ainda ser abertos ou possuir portões, que poderão abrir e fechar de acordo com a estimulação da membrana.
BOMBAS IONICAS:
São responsáveis por promover transporte de íons contra seus respectivos gradientes de concentração.
Tais bombas fazem isto por meio da quebra de uma molécula de ATP, gastando, portanto, energia para promover este processo. Vale ressaltar que estas bombas são fundamentais para manutenção dos gradientes de concentração e são determinantes para a manutenção do potencial de repouso.
Chamamos de potencial de membrana (Vm) a voltagem da membrana em qualquer momento seja em repouso ou durante um potencial de ação.
O equilíbrio
O potencial de repouso de um neurônio típico é de cerca de - 65 milivolts (mV).
MEIO INTRACELULAR: Potassio
MEIO EXTRACELULAR: Sodio e cálcio
Para compreender esse processo precisamos lembrar que o meio intracelular é rico em potássio, enquanto o meio extracelular é rico em sódio e cálcio.
Assim o citosol é mais negativo do que o meio extracelular e na manutenção desse meio negativo em -65mV não há transmissão do impulso elétrico, chamamos essa condição do neurônio de potencial de repouso.
É IMPORTANTE SABER:
m todas as células vivas existe uma distribuição desigual de íons de diferentescargas entre o espaço intracelular e extracelular. Quando acontece um desequilíbrio entre esses espaços, acontece a bioeletricidade ou geração de eletricidade pela célula.
Dessa forma, podemos dizer que é o movimento de íons através da membrana que vai determinar o potencial de ação.
E como acontece esse movimento?
O movimento dos íons
De forma geral, os íons movimentam-se, através da membrana, por dois processos:
Difusão: Passagem de íons, por seus respectivos canais iônicos, do meio de maior para o meio de menor concentração, ou seja, a favor do gradiente de concentração. Transporte passivo
Eletricidade: Lembrando que íons possuem cargas, e que cargas opostas se atraem e cargas iguais se repelem, podendo assim induzir a condução de íons através da membrana. Difusão facilitada
Potencial de ação
No potencial de repouso o citosol da fibra nervosa encontra-se negativamente carregado, quando comparado ao meio extracelular.
Isso ocorre porque a membrana, quando em repouso, é, praticamente, impermeável aos íons de sódio (Na+) e altamente permeável aos íons de potássio (K+). 
O movimento dos íons
Sendo assim, íons de K+ fluem facilmente através da membrana, via canais de potássio, a favor do seu gradiente de concentração, ou seja, do meio de maior para o de menor concentração, neste caso do meio intracelular para o meio extracelular.
Este fluxo de cargas positivas, associado às proteínas de carga negativa existentes no citosol, torna o meio intracelular ainda mais negativo (Vm = -65mV).
Podemos dizer que o potencial de ação é uma inversão, momentânea, desse quadro, ou seja, é quando o meio intracelular torna-se mais positivo que o meio extracelular.
No entanto, é conveniente ressaltar que nem todo estímulo resultará em um potencial de ação, pois para que isso ocorra o limiar precisa ser atingido. Logo, quando um estímulo é gerado temos um potencial gerador que poderá, ou não, converter-se em um potencial de ação.
Considerando que o limiar de disparo foi atingido e, portanto, um potencial de ação foi gerado, canais de Na+ (voltagem-dependentes) são abertos promovendo um rápido influxo deste íon a favor do seu gradiente de concentração, além disso, a alta negatividade do citosol também contribui neste processo, uma vez que cargas opostas se atraem.Assim, o meio intracelular, antes negativo, torna-se rapidamente positivo.ESTA FASE RECEBE O NOME DE DESPOLARIZAÇÃO.
No entanto, instantes após sua abertura os canais de Na+ se fecham, ao passo que os canais de K+, antes parcialmente abertos, concluem sua abertura, promovendo, assim, efluxo de K+ para o meio extracelular (repolarização), restabelecendo, assim, a polaridade de repouso da membrana. Precisamos considerar a elevada permeabilidade da membrana ao íon (K+) e um retardo no fechamento dos canais de potássio, somada a inativação temporária dos canais de sódio, faz com que a repolarização se estenda além do valor de repouso da membrana, tornando-a ainda mais negativa.ESTA FASE RECEBE O NOME DE HIPERPOLARIZAÇÃO.
Após a rápida despolarização da membrana os canais de sódio tornam-se inativos, evitando assim que outro potencial de ação seja gerado (período refratário absoluto), antes que os valores de repouso da membrana se restabeleçam (tornem-se novamente negativos).
Quando os valores retornam para limites próximos aos de repouso um novo potencial de ação poderá ser gerado (período refratário relativo), desde que a corrente despolarizante seja forte, o suficiente, para alcançar o limiar.
É importante ressaltar que durante todo esse processo a bomba sódio-potássio está atuando fazendo com que os gradientes iônicos sejam mantidos, pois isso é fundamental para que um novo potencial de ação ocorra.
Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso central é necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido por toda a extensão do axônio.
O potencial de ação segue sempre em progressão, ou seja, nunca regride, pois as áreas seguintes, da membrana, vão sendo despolarizadas pela a abertura de canais de sódio voltagem-dependente.
Além disso, é importante lembrar que nos trechos, por onde o potencial de ação passou, a membrana encontra-se temporariamente refratária e, com isso, os canais de sódio estarão inativos por um determinado período (período refratário), não permitindo, desta forma, a geração de um novo potencial.
A bainha de mielina é responsável por acelerar a propagação do potencial de ação no interior do axônio. Esta estrutura reveste o neurônio, porém não de forma contínua, mas sim com espaços onde estão localizados os canais iônicos. Tais espaços são conhecidos como nodos de Ranvier e fazem com que o estímulo seja conduzido de forma saltatória (estímulo saltatório), sendo a bainha de mielina formada principalemnte por gordura, que é um isolante elétrico o impulso salta de nodos em nodos pela bainha de mielina.
Essa aula tratou do neurônio em repouso e da geração do potencial de ação. Nessa aula, você foi apresentado aos componentes determinantes do repouso e atividade do neurônio e deu-se conta de que o processamento e a transmissão da informação acontecem por meio de um impulso elétrico determinado pelo trânsito de íons entre o meio intra e extracelular. Lembre-se da importância da membrana celular nesse processo e das cargas elétricas dos íons determinando a geração do potencial de ação.
Aula 3: Sinapse: a comunicação neuronal
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar uma sinapse.2. Diferenciar os tipos de sinapses.
3. Identificar o papel dos diferentes receptores.4. Identificar os princípios da integração e da modulação sináptica.
Introdução:
Até o momento, discutimos a transmissão do processamento e integração das informações como função do sistema nervoso.
Na última aula, compreendemos que a informação é traduzida em sinais elétricos que são conduzidos pela fibra neuronal até o seu destino.
Nessa aula, trataremos do que acontece quando esse sinal elétrico chega ao seu destino. Vamos conhecer os locais específicos dos neurônios e da célula muscular nos quais a informação é recebida.
Sinapse: comunicação neuronal:
Na aula anterior, discutimos como se comporta o neurônio em repouso e como acontece a transmissão do potencial de ação. Nessa aula, vamos estudar o local onde acontece o contato entre os neurônios e entre os neurônios e os órgãos efetuadores da ação, esses locais são denominados sinapses.
A sinapse é uma junção especializada em que uma terminação nervosa faz contato com outro neurônio ou outro tipo de célula.
Nessa junção, a terminação do axônio que chega com a informação, é chamada de porção pré-sináptica enquanto o neurônio-alvo que recebe a informação é chamado de neurônio pós-sináptico. Observe na imagem ao lado.
Tipos de sinapses
SINÁPSE ELÉTRICA
Há comunicações entre neurônios que acontecem por meio da justaposição entre as membranas. Nesse tipo de sinapse a justaposição entre as membranas permite o alinhamento entre os canais iônicos formando uma passagem chamada de gap. Pelos gaps acontecem o livre trânsito de íons de uma membrana a outra, desta maneira o potencial de ação passa de uma célula para outra muito mais rápido do que na sinapse química, mas não pode ser bloqueado.
SINÁPSE QUÍMICA
A maiorias das sinapses nos seres humanos é dependente de um neuroquímico.
ENTENDA
A maioria dos neurônios secreta um produto químico chamado de neurotransmissor. Para passar a informação que carreia para outro neurônio ou para outro tipo de célula, o neurônio libera esse neurotransmissor na fenda sináptica.
O neurotransmissor é capturado pelo neurônio pós-sináptico para que o potencial de ação seja deflagrado, levando, assim, essa informação até outro local do sistema nervoso ou até outro tecido.
Sinapses químicas
SINAPSE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
As sinapses do sistema nervoso central possuem diferentes denominações de acordo com o local de comunicação entre os neurônios. São as sinapses:
Axodendrítica:
Em uma sinapse em que o axôniodo neurônio pré-sináptico comunica-se com o dendrito do neurônio pós-sináptico dizemos que esta sinapse é axodendrítica.
Axossomática:
Quando a membrana pós-sináptica está localizada no corpo celular a sinapse será axossomática.
Axoaxônica:
Quando a membrana pós-sináptica está localizada em outro axônio a sinapse, é chamada axoaxônica.
Dendrodentrítica:
Em alguns casos especiais os dendritos de um neurônio se comunicam com os dendritos de outro neurônio formando uma sinapse denominada dendrodentrítica.
As sinapses do SNC podem, ainda, ser classificadas de acordo com a morfologia da membrana pré e pós-sináptica:
SINAPSE ASSIMETRICA: Quando a membrana pré é mais espessa que a membrana pós. Também chamada de sinapse do tipo I de Gray. São geralmente sinapses excitatórias.
SINAPSE SIMETRICA: Quando a espessura da membrana pré é similar a da pós. Esta sinapse também é chamada de sinapse do tipo II de Gray. Geralmente é associada à sinapse inibitória.
PRINCIPIO DA TRANSMISSAO SINAPTICA QUIMICA
As junções neuromusculares constituem a área de comunicação entre neurônios motores da medula espinhal e o músculo esquelético:
São consideradas as maiores sinapses do corpo humano e são infalíveis. Isso significa que todo potencial de ação gerado nos neurônios motores desencadeiam respostas nas fibras musculares que inervam.
Isso se deve a alta especialização dessas sinapses como, por exemplo, o elevado número de zonas ativas no neurônio pré-sináptico e de receptores na membrana pós-sináptica. A membrana pós-sináptica da junção neuromuscular é chamada de placa motora. 
Para que ocorra sinapse química são necessários três mecanismos básicos:
Liberação de neurotransmissores na fenda sináptica, em resposta ao potencial de ação.
Acoplamento dos neurotransmissores aos seus respectivos receptores para gerar resposta no neurônio pós-sináptico.
Remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica para cessar o potencial de ação.
Receptores
Os receptores podem ser divididos em dois grupos:
São estruturas localizadas na densidade pós-sináptica (membrana do neurônio-alvo) que irão receber os neurotransmissores lançados na fenda sináptica.
A interação entre neurotransmissor e receptor funciona como inserir uma chave em uma fechadura.
Canais iônicos ativados por neurotransmissoresReceptores acoplados a proteína G
Princípios da integração sináptica
Potencial excitatório pós-sináptico (PEPS):
É a forma mais elementar de resposta pós-sináptica onde a abertura de um único tipo de canal, mediado por neurotransmissores, é capaz de promover a despolarização da membrana pós-sináptica desencadeando, portanto, um potencial excitatório pós-sináptico (PEPS).  
A magnitude do PEPS é dependente de vários fatores, tais como:
Número de sinapses excitatórias ativas conjuntamente, distância das sinapses à zona de disparo e das propriedades da membrana dendrítica.
Potencial inibitório pós-sináptico (PIPS):
O potencial inibitório pós-sináptico (PIPS) ocorre da mesma forma que o PEPS, mas os receptores pós-sinápticos, mediados por neurotransmissores como o GABA ou a GLICINA, das sinapses inibitórias são altamente permeáveis ao cloreto (Cl-), o que faz com que os canais iônicos, após abertos, promovam um rápido influxo de cloro para o meio intracelular, tornando o potencial da membrana mais negativo e, portanto, menos excitável.
Além disso, existe a inibição por derivação (shunt) onde, por exemplo, uma sinapse excitatória ativa realiza despolarização ao longo do dendrito, porém, antes de chegar ao corpo celular encontra uma sinapse inibitória ativa impedindo assim que a corrente flua para o axônio, desabilitando, assim, o potencial de ação.
Modulação sináptica:
Vimos anteriormente, que o acoplamento de neurotransmissores a seus respectivos receptores promovem a abertura de canais iônicos, seja de forma direta ou pela ação da proteína G, causando um PEPSs ou um PIPSs. No entanto, a resposta ao acoplamento de alguns neurotransmissores a receptores mediados pela proteína G não promovem resposta direta (PEPSs ou PIPSs) ao invés disso, modificam a efetividade de PEPSs gerados por outras sinapses. Este processo recebe o nome de modulação sináptica.
Como exemplo pode-se citar a ação da noradrenalina (NA) sobre os receptores β onde o acoplamento dos mesmos não possui ação direta sobre canais iônicos, após uma cascata de reações bioquímicas envolvendo proteína G e segundos mensageiros, induz ao fechamento de canais de K+. Isto aumenta a resistência da membrana dendrítica gerando uma elevação da capacidade de condução. Assim, sinapses excitatórias distantes ou fracas tornar-se-ão mais efetivas para despolarização e, portanto, mais excitáveis.
Nesta aula, você:
Tratou da sinapse e identificou como as informações carreadas pela fibra neuronal chegam ao seu destino em outras células .Aprendeu que a informação, ao alcançar outra célula, produz a alteração no meio intra e extracelular necessária para continuidade da transmissão do sinal.Identificou os tipos de sinapses e o papel dos receptores e neurotransmissores na transmissão sináptica.
Aula 4: Interação entre os processos perceptivos cognitivos e de ação envolvidos no controle do movimento
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar os elementos considerados na produção do movimento funcional.2. Identificar o processamento e a integração das informações para o movimento.3. Diferenciar o papel das macroestruturas neurais no movimento funcional.4. Identificar as vantagens desse modelo no processamento de informações. 
Introdução
O movimento funcional humano é a definição para os inúmeros movimentos articulares controlados especificamente para uma tarefa realizada em um determinado ambiente. 
O conhecimento detalhado do movimento funcional humano é a base para diagnóstico, profilaxia e terapêutica das disfunções motoras e determinante no sucesso da terapia. Nessa aula iniciaremos o estudo do controle do movimento como função especifica do sistema nervoso
Elementos considerados na produção do movimento funcional
Nas aulas anteriores, discutimos as macroestruturas do SN e a maneira pela qual os neurônios cumprem a função de processar, conduzir e integrar informações. Na aula 4 observaremos como essas macroestruturas e os circuitos neurais atuam no controle do movimento.
O estudo do movimento humano é direcionado à compreensão dos sistemas que atuam na produção e modificação do movimento.
SN exerce a função de controle dos graus de liberdade das articulações.
Acionando os diversos grupos musculares para produção organizada do movimento que nos permite executar as mais diversas atividades de vida diária com eficiência e consumo mínimo de energia.
No entanto, outros componentes além dos sistemas de produção e modificação do movimento devem ser considerados para compreensão do movimento humano.
Para compreender o controle do movimento devemos considerar três elementos essenciais:
Tarefa a ser realizada: Esses elementos interagem na produção do movimento da seguinte maneira:O movimento acontece especificamente para uma tarefa.
Ambiente da tarefa:
Esses elementos interagem na produção do movimento da seguinte maneira:
O movimento é restrito pelo ambiente.
Indivíduo que realizará a tarefa:
Esses elementos interagem na produção do movimento da seguinte maneira:
O indivíduo executa o movimento para cumprir as demandas da tarefa que precisa executar.
EXEMPLO
No movimento funcional de caminhar. A tarefa é o caminhar. Para caminhar, o indivíduo deve conseguir acionar os músculos e articulações envolvidos na tarefa de caminhar. Podemos afirmar que o ato de caminhar é restrito pelo ambiente em que se caminha, porque os movimentos do individuo ao caminhar serão determinados por vários aspectos do ambiente, como o terreno, o sapato e obstáculos que possam estar no caminho. Assim, as demandas da tarefa e do ambiente determinam vários projetos de planejamento e controle dos músculos e articulações para a produção do movimento organizado.
O processamentoe a integração das informações para o movimento
Consideramos que o sistema nervoso exerce a complexa função de controle motor porque tem a capacidade de regular os mecanismos essenciais para o movimento.
ara execução de uma determinada tarefa, o individuo produz o movimento utilizando o esforço cooperativo entre várias estruturas e processos cerebrais.
PERCEPÇÃO: Representada pela integração de impressões sensoriais
AÇÃO: Representada pela capacidade de acionar, músculos e articulações
COGNIÇÃO: Representada pela atenção, motivação e aspectos emocionais que influenciam o movimento.
A produção do movimento funcional humano é controlada pela interação dos mecanismos essenciais para produção do movimento: a percepção e ação que sofrem influência da cognição.
PERCEPÇÃO 
 AÇÃO <<<<<<<<< COGNIÇÃO
Vamos considerar os movimentos envolvidos na tarefa de chutar uma bola, acompanhando as diversas estruturas envolvidas no movimento.Na tarefa de chutar a bola o movimento foi acionado pela motivação, representada pela contextualização. A contextualização relacionada com a capacidade de cognição.
 Essa motivação utilizou várias percepções do ambiente com informações das sensações originadas nos receptores periféricos. Essas informações são necessárias para o ajuste corporal para execução do movimento. As sensações foram integradas para ativação do planejamento das estratégias motoras para ação de chutar a bola em direção a um alvo, posteriormente foram encaminhadas para medula que enviou a informação aos órgãos efetuadores do movimento, os músculos, para execução da ação. Nos movimentos funcionais os circuitos envolvidos no planejamento e controle do movimento permitem o movimento funcional organizado especificamente para tarefa, considerando as restrições do ambiente e motivado pela capacidade cognitiva. Podemos concluir que a organização do movimento realizada pelo sistema nervoso é o resultado do esforço cooperativo de várias estruturas organizadas hierarquicamente dentro dos níveis ascendentes do sistema nervoso central, ou seja, da medula para o córtex, e também em circuitos paralelamente distribuídos, entre as várias áreas do córtex que controlam o movimento.
O papel das macroestruturas neurais no movimento funcional
 - Hemisférios cerebrais, córtex cerebral e núcleos da base:
Os núcleos da base estão envolvidos no controle do movimento. Eles recebem informações de quase todas as estruturas localizadas no córtex, integram essas informações e enviam de volta ao córtex motor passando pelo tálamo. 
Esses núcleos integram as informações cognitivas para o planejamento do movimento, criando estratégias motoras para atender às demandas da tarefa.
Ainda no córtex, os neurônios das áreas pré-motora e parietal são responsáveis pela identificação de alvos no ambiente e planejam o movimento considerando o curso da ação. 
As áreas pré-motoras enviam essas informações, principalmente, para o córtex pré-motor, que por sua vez, encaminham para o tronco encefálico e para medula pelo tracto córtico-espinhal e sistema córtico bulbar.
Diencéfalo:
Tálamo > Movimento 
No diencéfalo, o tálamo é a estrutura neurológica mais importante no movimento. 
Ele funciona como um processador central, ele recebe todas as informações sensoriais, com exceção do olfato e transfere por vários circuitos paralelos para diversas partes do córtex.
Cerebelo:
Coordenação e controle
A função mais conhecida do cerebelo é a coordenação e controle do movimento. 
Para isso, o cerebelo recebe informações dos músculos e articulações, que ascendem pela medula, sobre como está sendo executado o movimento e com essas informações, mais as informações que recebe do tronco encefálico, faz os ajustes necessários, rapidamente, garantido o movimento coordenado. Essa é uma estrutura muito importante para o aprendizado motor.
Medula Espinhal:
O exemplo do reflexo simples é modelo de movimento organizado no nível medular. A medula é considerada o nível mais inferior de controle da percepção e ação do movimento. Todas as informações descendentes do córtex para controle dos movimentos de tronco, braços e pernas fazem sinapse com os neurônios motores na medula que envia essas informações para os músculos para contração organizada. No entanto, a medula consegue gerar alguns movimentos sem o controle cortical. Nesse caso a medula é ativada pelas informações sensitivas originadas nos músculos, tendões e pele. A resposta motora a esses estímulos são muito simples, chamados reflexos simples, ou medulares e estão relacionados aos movimentos de flexoextensão das pernas como no andar e chutar.
Tronco cerebral:
No tronco cerebral encontramos os núcleos profundos envolvidos com o controle do ajuste postural e marcha funcional. 
Para executar essas tarefas o tronco encefálico recebe e integra as informações sensitivas da pele e dos sistemas visual e vestibular. 
Além dessas funções, do tronco encefálico partem os nervos que vão controlar a musculatura da face; crânio, pescoço; olhos; audição e paladar. Eles são os nervos cranianos descritos na aula 1.
Determinados movimentos são inatos o que explica a razão pela qual as crianças que ainda não aprenderam a andar conseguem fazê-lo quando alguém os segura por debaixo dos braços.  Esses são os reflexos, controlados apenas pela medula. São inatos e não há necessidade de prática para conseguir executá-los.
Ao contrário dos movimentos reflexos, os movimentos funcionais, mais coordenados e complexos, como a escrita, envolvem as estruturas corticais e precisam ser praticados. A prática de uma determinada tarefa induz a maior habilidade das estruturas neurais no planejamento e controle do movimento que se reflete na habilidade de músculos e articulações em realizar o movimento organizadamente para atender às demandas da tarefa eficientemente e para se reorganizar em adaptação às restrições impostas pelo ambiente. O indivíduo destro praticou muitas vezes o ato de escrever com a mão direita e assim criou uma comunicação muito mais rápida e eficiente entre as estruturas de planejamento e controle do movimento, o que não aconteceu com a mão esquerda.
Essa aula tratou do estudo dos elementos essenciais para o movimento funcional e a organização dos sistemas de controle motor. 
Você se deu conta de como se integram os diversos circuitos neurais envolvidos com o controle motor e do papel do sistema nervoso central no controle no movimento humano.
Aula 5: O sistema sensorial perceptivo: as sensações
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar os elementos componentes do sistema perceptivo: Receptores, Sistemas Ascendentes e Córtex Somatossensitivo. 2. Descrever como e onde acontece o processamento e integração das informações somatossensitivas para o controle do movimento.
Introdução
Nessa aula, iniciaremos os estudos dos mecanismos essenciais de regulação do movimento, começando pela percepção. Como percebemos o que acontece ao nosso redor? 
Como conseguimos tocar partes do nosso corpo mesmo sem ver? 
Por que não precisamos olhar para o chão quando caminhamos? 
Como conseguimos identificar objetos usando apenas o tato?
Essas e outras capacidades são determinadas por estruturas corticais envolvidas com a detecção do ambiente e transmissão dessas informações até o córtex, onde as informações são processadas e integradas para responder às demandas da tarefa respeitando as restrições do ambiente.
O sistema sensorial perceptivo
Para delimitar nossos estudos sobre o sistema sensorial perceptivo, vamos definir as sensações como as informações do ambiente que ascendem ao sistema nervoso central para que possamos que perceber o que acontece a nossa volta.
Como acontece a transmissão da informação sensorial?
Para que as informações do ambiente sejam transmitidas até a medula ou até ao córtex, as terminações nervosas próprias dos neurônios sensitivos, chamadas de receptores são acionadas por diversos estímulos, como frio, calor, vibração, por alterações químicas oupelo próprio movimento.
O conjunto das informações transmitidas por esses receptores sensoriais nos permite, por exemplo:
Desviar de um objeto no caminho, mesmo que não se saiba precisamente a distância segura para se passar, ou o fato de poder tocar várias partes do corpo com os olhos vendados e as atividades de coordenar os movimentos funcionais como andar, segurar e manipular objetos.
PARA DEFINIR ESSA CAPACIDADE, UTILIZAMOS O TERMO PROPRIOCEPÇÃO OU CINESTESIA
Os receptores são capazes de detectar qualquer alteração no ambiente, na angulação das articulações ou tensão muscular e assim deflagrarem o potencial de ação que percorre as fibras neuronais até a medula e córtex para a adaptação dos sistemas de ação.
Especificamente, por informações provenientes desses receptores é que somos capazes de perceber (percepção) as restrições do ambiente e organizar as demandas da tarefa adequadamente.
Não podemos esquecer que para atender às demandas da tarefa o sistema nervoso se utiliza também das informações sensoriais para resposta motora adequada, na intenção de realizar o movimento: A COGNIÇÃO
Em geral, as terminações nervosas sensoriais classificam-se em três grupos:
Exteroceptores: Os exteroceptores são receptores cutâneos que associam-se à pele, dando informações sobre o meio externo.
Visceroceptores: Os visceroceptores associam-se às vísceras ou órgãos internos, dando informações sobre o meio interno.
Proprioceptores: Os proprioceptores associam-se às articulações, tendões e outros tecidos conjuntivos, dando informações sobre a posição, movimento do corpo e sobre o grau de estiramento ou força de contração muscular.
Os sistemas ascendentes
Primeiro precisamos rever alguns conceitos:
Vias ascendentes ou sistemas ascendentes:
As informações transmitidas pelos receptores chegam na medula pela parte posterior e lateral. 
Na medula essas informações ascendem ao sistema nervoso central por feixes de fibras neuronais chamados de tractos. 
Os conjuntos de tractos que transmitem a informação sensorial formam os sistemas ascendentes ou vias ascendentes.
Para que as informações originadas do tronco e membros sejam transferidas para o córtex e o cerebelo, duas vias são utilizadas:
O SISTEMA LEMNISCAL MEDIAL E O SISTEMA ANTERO LATERAL
Pelo ascendem as informações sobre do fuso neuromuscular, do órgão tendinoso de Golgi e receptores articulares. 
Essas informações são veiculadas pela fibra nervosa até o Sistema Lemniscal Medial medula onde fazem sinapse com os neurônios de 2ª ordem e ascendem até o tálamo - nosso processador central - onde fazem sinapse com os neurônios de 3ª ordem e sobem até o córtex somatossensitivo.
Fato de que as informações da lateral direita do corpo chegam ao córtex esquerdo e as informações da lateral esquerda do corpo chegam ao córtex direito, isso significa que em algum momento do percurso ascendente essas vias cruzam de uma lateral a outra da medula.
A cada nível essas informações são cada vez mais processadas para que possam ser interpretadas. Os sistemas superiores ainda podem modular essas por meio de inibição e excitação sináptica.
Nesse sistema, precisamos observar dois aspectos:
exceção das mesmas informações oriundas dos membros inferiores que ascendem pela via antero posterior.
O Sistema Anterolateral veicula informações sobre tato; pressão; dor; temperatura, além da propriocepção dos membros inferiores. 
Essas informações chegam dos receptores na medula e, ao fazerem a sinapse com o 2º neurônio, transformam-se nos tractos que formam Sistema Anterolateral e cruzam, ou sejam ascendem pelo lado oposto da medula até o tálamo e posteriomene até o córtex somatosenssitivo.
O córtex somatossensitivo
Quando as informações originadas nos receptores chegam ao córtex somatossensitivo, através do tálamo, tomamos consciência da sensação, ou seja, conseguimos interpretar a informação. Também chamado de áreas 1,2 e 3 de Broadman, está localizado no giro pós-central
Nessa área é que as informações provenientes dos exteroceptores e proprioceptores começam a ser integradas para organizar o movimento em uma determinada área do corpo. 
Para isso, existem nessa região do córtex, neurônios para interpretação das diferentes partes do corpo e assim, podemos mapear a representação das partes do corpo para os neurônios que cuidam de interpretar e integrar essas informações dessas regiões.
Você pode verificar que há uma distorção determinada pela quantidade de neurônios necessários para interpretação de determinadas partes do corpo, como, por exemplo, as mãos, isso acontece porque precisamos de um número maior de informações proveniente das mãos para coordenar os movimentos em que essa parte do corpo está envolvida.
O processamento organizado em partes distintas com integração de todas as informações permite o processamento dessas informações para coordenação dos movimentos no espaço. Podemos dizer que a função da percepção, ou do sistema sensorial na organização do movimento é a informação sobre a posição do corpo no espaço e a posição de um seguimento em relação aos outros seguimentos corporais para coordenação do movimento.
O córtex somatossensitivo, ainda é capaz de ampliar a sensibilidade de contraste, que é a informação tátil que permite a detecção do formato e bordas de objetos.
Essas informações são, também, componentes das informações que coordenam o movimento, principalmente na preensão de objetos.
LESÕES /TREINAMENTO TAREFAS: Devemos considerar que os campos dos receptores representados no córtex são capazes de sofrer alterações, tanto por lesões como por treinamento de uma tarefa. > EXEMPLO DE LESÃO : Devemos considerar que os campos dos receptores representados no córtex são capazes de sofrer alterações, tanto por lesões como por treinamento de uma tarefa.> EXEMPLO DE TREINAMENTO DE TAREFA: No exemplo de alteração por treinamento: Se você aprender a tocar um instrumento de cordas como piano ou violão, vai aprender uma série de novas combinações de movimentos com as mãos e membros superiores, esse aprendizado vai demandar uma nova reorganização do mapa sensorial com recrutamento de maior número de neurônios para atender às demandas das novas tarefas que agora você pode realizar com as mãos. Nessa condição os neurônios que recebem informações sensoriais da mão e membro superior vão ocupar um espaço maior, alterando assim a representação dessa área do corpo no mapa cortical.
As áreas de associação
Após a interpretação e integração das informações sensoriais, a transição da percepção para a ação requer o processamento das informações cognitivas.
Esse processamento acontece em áreas específicas do córtex chamadas de áreas de associação.
Os córtices de associação estão localizados nos lobos parietais, temporais e occipitais.
LOBO PARIETAL, OCCIPITAL E TEMPORAL: NFORMAÇÕES SENSORIAIS E COGNITIVAS.
Nessas áreas concentram-se os centros que processam as informações sensoriais e cognitivas. Devemos considerar que nessa região, não só as informações das vias Lemnisco Medial e Antero lateral são integradas com a cognição, além das percepções dos proprioceptores e exteroceptores, outras funções sensoriais são necessárias para a produção do movimento organizado, principalmente a visão, e as informações vestibulares, que serão apresentadas na próxima aula.
Nesse momento é importante saber que nas áreas de associação, associam-se todos os elementos da percepção e cognição para iniciar o comando da ação coordenada que descenderá até a medula e determinará a contração coordenada dos vários músculos para realização das tarefas organizadamente.
Nessa aula, identificamos os elementos do Sistema Sensorial Perceptivo:Os receptores sensoriais.As vias de condução da informação sensorial: Sistemas Aferentes.O córtex somatossensitivo.Tratamos, também, do processamento e integração das principais informações sensoriais ara a produção do movimento funcional.
Aula 6: O sistema visual e vestibular 
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificara função da visão no movimento funcional. 2. Identificar as estruturas do sistema nervoso central envolvidas no processamento da visão para o movimento funcional. 3. Identificar as estruturas vestibulares e suas respectivas funções na coordenação do movimento funcional. 
Introdução
Na aula anterior classificamos os diversos tipos de informação sensitiva e discutimos, principalmente, os proprioceptores e exteroceptores. Nessa aula, discutiremos outros dois sentidos que formam o conjunto sensorial:
O Sistema Visual e o Sistema Vestibular
Esses dois sistemas atuam em conjunto e são determinantes na organização postural, no equilíbrio e na coordenação do movimento funcional. Especificamente, as informações originadas nesses  sistemas  são direcionadas ao córtex para a organização do movimento sincronizado do olho e da cabeça.
Desvendando o sistema nervoso
Seguramente, você já ouviu no termo “labirintite” e sabe que essa palavra tem uma estreita relação à “tontura” ou à “vertigem”.
Tontura é o termo que representa genericamente todas as manifestações de desequilíbrio. As tonturas estão entre os sintomas mais frequentes em todo o mundo e são de origem labiríntica em 85% dos casos. 
Labirintite é uma enfermidade de rara ocorrência, caracterizada por uma infecção ou inflamação no labirinto. O termo é utilizado de forma equivocada para designar todas as doenças do labirinto.
O SISTEMA VISUAL:
A visão, apesar de possuir receptores especiais, exerce funções bem específicas na propriocepção e na capacidade exteroceptiva.
De maneira bem mais complexa, as funções exteroceptivas da visão nos permitem identificar objetos no espaço e se o objeto está parado ou em movimento. As funções proprioceptivas da visão nos permitem orientar nosso corpo no espaço identificando o espaço que ocupamos e a posição de uma parte do corpo em relação a outra.
Mas, como funciona a visão?
Vamos entender...
Como funciona a visão:
Resumidamente, podemos dizer que o olho capta a luz refletida pelos objetos a nossa volta.
Essa, ao penetrar no olho, atravessa a córnea e continua atravessando várias estruturas transparentes enquanto é transmitida por neurônios especializados até os cones e bastões que são as células funcionais da visão. Os cones são funcionais para visão diurna e a perda dessas células leva à cegueira total. Os bastões são funcionais para visão noturna e sua perda leva à perda apenas da visão noturna.
OS NEURONIOS QUE TRANSMITEM A LUZ ATE OS FOTORECEPSTORES SÃO CLASSIFICADOS EM :
Células verticais: Grupos de neurônios do tipo bipolar e células ganglionares. São chamadas de células verticais porque se conectam em série uma com as outras.
Células horizontais: Grupos de neurônios chamados de células horizontais e células amácrinas. Essas células são responsáveis pela modulação do fluxo de informações no interior da retina porque conectam lateralmente as células verticais. As células horizontais são as responsáveis pela capacidade de determinação do movimento do objeto. Para essa função a visão utiliza a sensibilidade de contraste, discutida na aula anterior, a sensibilidade de contraste faz a delimitação das bordas do objeto e se ele está em movimento ou parado.
A trajetória das informações visuais até a retina, efetuadas pelas células horizontais e verticais, permite o processamento de informações semelhante ao processamento do sistema nervoso central, paralelamente distribuído. Nesse modelo de processamento as inibições dos sinais da retina acontecem do centro para as adjacências e determina a detecção do contorno ou limite entre objetos.
A percepção do limite, ou contraste entre objetos tem papel importante nas tarefas de locomoção e de manipulação. Quando estamos andando precisamos identificar as extremidades do piso como, por exemplo, as bordas de degraus e nas tarefas de manipulação, a identificação de objetos que serão apreendidos é realizada pela percepção de contraste entre os objetos.
Para compreender a sensibilidade de contraste é importante saber como acontece a visão central e a visão periférica.
O nervo óptico penetra na retina na região central e nesse local não há fotorreceptores capazes de perceber a luz, não há sensibilidade e por isso é chamado de ponto cego.
Na lateral direita do ponto cego, uma pequena região da retina, chamada fóvea é mais sensível à luz. Nas regiões mais periféricas da retina a sensibilidade diminui progressivamente. Na fóvea se processa a visão central, responsável pela percepção de detalhes do foco visual.
Em todo o resto da retina se processa a visão periférica responsável pela percepção do conjunto geral, pelas imagens que estão fora do foco central, por isso é importante na produção da sensibilidade de contraste. Alterações na visão periférica afetam consideravelmente o movimento funcional, especialmente a locomoção.
Estruturas anatômicas envolvidas no processamento visual
As informações visuais que chegam até a retina são veiculadas pelo nervo óptico.
Devido a esta disposição, o cérebro recebe a informação tanto do campo visual esquerdo quanto do direito, através de ambos os nervos ópticos.
Do quiasma óptico as informações visuais chegam até o núcleo geniculado lateral do tálamo ao mesmo tempo em que são enviadas ao colículo superior. Acredita-se que no colículo superior as informações visuais se associam às informações auditivas e  somato sensoriais para formação de um mapa do espaço visual que nos rodeia. A formação desse mapa é importante para o controle dos movimentos oculares sacádicos.
Os movimentos sacádicos fazem com que os olhos se movimentem na direção de um estímulo específico. Os resultados das informações processadas no colículo superior são enviados ao cerebelo com a finalidade especial de coordenar os movimentos mão/olho. Além dessa função específica, estudos demonstram que as informações do colículo superior influenciam a coordenação dos movimentos de braços, tronco e cabeça para tarefas de manipulação.
As informações do colículo superior a caminho do cerebelo fazem sinapse com células ganglionares da região pré-tectal, essa estrutura anatômica está localizada anteriormente ao colículo superior, e tem ação no controle dos reflexos pupilares dilatando a pupila quando há pouca luz no ambiente e contraindo a pupila ao excesso de luz.
As informações visuais do núcleo geniculado lateral, além de enviadas aos colículos superiores são encaminhas ao seu destino principal no sistema nervoso central: o córtex visual.
No córtex, as informações são encaminhadas para o córtex visual primário e para várias áreas de associação. No córtex, o processamento paralelamente distribuído é responsável pela consciência das imagens, velocidade e direção dos objetos, posição, estrutura e orientação espacial de objetos, todas as funções determinantes no movimento funcional. (Verifique a figura 3-10 na página 66 do seu material didático).
O sistema vestibular
Podemos resumir as funções do sistema vestibular pelas funções de seus três componentes: o sistema sensorial periférico, o processamento central e a resposta motora.
O componente periférico é formado por receptores especializados na percepção dos movimentos que enviam informações ao sistema nervoso central sobre a velocidade angular da cabeça, a aceleração linear e a orientação da cabeça em relação a eixo gravitacional.
Por meio dessas informações o sistema nervoso central utiliza o processamento paralelamente distribuído para identificar a posição da cabeça no espaço e gerar uma resposta motora que é enviada até os músculos extraoculares e à medula espinhal, que por sua vez, geram os principais reflexos para o ajuste da postura: O reflexo-vestíbulo-ocular e o vestíbulo-espinhal respectivamente.
O reflexo vestíbulo-ocular permite manter o foco de visão nítido enquanto a cabeça é movimentada e o reflexo vestíbulo espinhal gera o movimento corpóreo de compensação em relação ao movimento da cabeça, responsável pela manutenção do equilíbrio.
O sistema vestibular é composto pelo labirinto membranosodo ouvido interno e pela cóclea. O labirinto é formado por uma série de tubos e sacos localizados no osso temporal que são cobertos pela perilinfa e preenchidos com a endolinfa.  A parte do sistema vestibular dos labirintos possui cinco receptores: três canais semicirculares, o utrículo e o sáculo.
Cada canal semicircular tem uma dilatação conhecida como ampola.
Em cada ampola existe uma crista denominada crista ampular, e na porção superior da crista há uma substância gelatinosa, que é conhecida como cúpula.
No interior da cúpula, se projetam os cílios das células ciliadas localizadas ao longo da crista ampular. As células ciliadas enviam informações às fibras nervosas sensoriais que se seguem até o nervo vestibular.
A inclinação da cúpula para um lado, determinada pelo fluxo de líquido nos canais, estimula as células ciliadas, enquanto a inclinação em direção oposta as inibe.
Cada célula ciliada tem um grande número de pequenos cílios e um cílio maior conhecido por cinocílio. O cinocílio está localizado num lado da célula ciliada, sempre o mesmo lado da célula com relação à sua orientação na crista ampular. Esta é a causa da sensibilidade direcional das células ciliadas.
A alteração da posição da cabeça determina quando o cílio se inclina em direção ao cinocílio e inibição quando se inclina na direção oposta.
Quando há movimentação, a endolinfa dos canais semicirculares  move-se em direção oposta ao movimento da cabeça.
Quando ocorre parada abrupta da rotação, a endolinfa continua a rodar quando cessa a movimentação da cabeça.
Neste momento, acontece a parada do disparo das células ciliares. Assim, os canais semicirculares transmitem um sinal de uma polaridade quando a cabeça começa a rodar e de polaridade oposta quando ela pára de rodar.
A disfunção dos canais semicirculares provoca as tonturas e desequilíbrios quando fazemos movimentos muito rápidos ou muito complexos.
Ao girarmos a cabeça para a direita, os cílios das ampolas dos canais semicirculares se dobram para a esquerda, gerando um padrão típico de impulsos nervosos, enviado ao encéfalo através do nervo óptico.
Quando a cabeça está parada, as células das ampolas enviam outro padrão de impulsos ao encéfalo.
Ao girarmos a cabeça para a esquerda, os cílios das células sensoriais se dobram para a direita e um terceiro padrão de impulso é enviado ao encéfalo.
Quando a posição da cabeça é alterada subitamente, as informações dos canais semicirculares determinam a rotação dos olhos na direção igual e contrária, à rotação da cabeça, fazendo com que a associação do movimento dos olhos e cabeça, ao chegarem ao córtex, se associem com as informações proprioceptivas e retornem aos músculos para o ajuste postural e coordenação do movimento funcional.
O utrículo e o sáculo fornecem informações ao sistema nervoso central sobre a posição do corpo referente à força da gravidade e à aceleração ou movimentos cefálicos lineares.
As células receptoras dessas estruturas são as máculas responsáveis pela  manutenção do equilíbrio quando a cabeça está na posição próxima à vertical.
À medida que a posição da cabeça se afasta da posição vertical, a precisão da informação diminui.
É importante saber que as células ciliadas projetam-se para o interior da membrana gelatinosa chamada otólito.
Quando o corpo é subitamente lançado para frente, os otólitos dobram para trás os cílios das células ciliares e a informação do desequilíbrio é enviada aos centros nervosos, produzindo a sensação de cair para trás, essa percepção provoca a reação motora de endireitamento para frente. 
Esse deslocamento do corpo para frente provoca um desvio dos otólitos para trás. Assim o individuo torna-se consciente do desequilíbrio e, por meio dessas informações sensoriais, aciona o sistema de ação retomando a posição ereta, corrigindo os movimentos do corpo.
O processamento central das informações vestibulares
As informações vestibulares penetram no sistema nervoso central pela ponte e seguem para os núcleos vestibulares.
Dos núcleos vestibulares, as informações são direcionadas até o cerebelo, a formação reticular, ao tálamo e ao córtex.
Além das informações vestibulares, deve-se considerar que os núcleos vestibulares estão localizados no assoalho da medula e possuem conexões com os neurônios da medula que controlam os músculos do pescoço, essa via de informações é importante na coordenação e interação dos movimentos da cabeça e olho.
Outra via de grande importância na coordenação cabeça/olho é a via ascendente com informações para o complexo óculo motor. Por meio dessas informações o reflexo vestíbulo-ocular é acionado para garantir a rotação dos olhos na direção oposta à do movimento cefálico, permitindo a estabilidade do olhar em alguma imagem mesmo quando a cabeça está se movendo.
O sistema que garante a estabilidade do olhar quando a cabeça se move, pode ser observado na rotação contínua do corpo.
Ao girar rapidamente um indivíduo em uma cadeira rotatória para a esquerda, verifica-se, inicialmente, um movimento lento dos olhos para a direita, quando os olhos chegam ao final da órbita, reiniciam um movimento rápido para a esquerda, e novamente iniciam o movimento lento para direita alternadamente.
Esse movimento ocular é chamado nistagmo, é produzido pela recomposição rápida dos olhos na direção do movimento cefálico.
Os canais semicirculares são responsáveis principalmente pelas funções dinâmicas, por meio da rotação cefálica, das acelerações e do controle dos olhos pelo reflexo vestíbulo-ocular.
As funções estáticas são controladas pelas informações do utrículo e sáculo por meio da posição da cabeça no espaço, que determina o ajuste da postura.

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