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Revisão técnica: Luciana Bernadete de Oliveira Graduada em Ciências Políticas e Econômicas Especialista em Administração Financeira Mestre em Desenvolvimento Econômico Regional Lilian Martins Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário Gisele Lozada Graduada em Administração de Empresas Especialista em Controladoria e Finanças Alexsander Canaparro da Silva Bacharel em Administração de Empresas MBA em Marketing Práticas Avançadas MBA em Comércio Exterior e Internacional Mestre em Administração Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147 R429 Realidade socioeconômica e política brasileira [recurso eletrônico ] / Daniele Fernandes da Silva... et al.; [revisão técnica: Luciana Bernadete de Oliveira... et al.]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018. ISBN 978-85-9502-450-2 1. Economia. I. Silva, Daniele Fernandes da. CDU 338 Políticas macroeconômicas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as diferentes políticas macroeconômicas. Segmentar as políticas fiscais e monetárias. Explicar o desempenho dos instrumentos fiscal e monetário em curto prazo. Introdução Neste capítulo, você vai ver por que existe a necessidade de aplicação de políticas macroeconômicas, quais são as mais utilizadas pelos governos e de que maneira as políticas fiscais e monetárias se destacam como instrumentos essenciais para o equilíbrio da produção, do emprego e do nivel geral de preços de um país. A necessidade de políticas macroeconômicas A macroeconomia estuda o conjunto da economia, ou seja, de que forma agentes econômicos, famílias (consumidores), produtores e governo interagem de forma a produzir o bem-estar econômico para a sociedade no geral. Nessa interação, entra em destaque o mercado nominal e o mercado real. O mercado nominal é a parte que trata do dinheiro utilizado para transações (pagamentos de bens, insumos produtivos, salários, alugueis e outros) que passa por todo esse ciclo de agentes econômicos por meio dos intermediários financeiros (bancos comerciais, agências de fomento e outros). O mercado real se refere aos produtos, serviços e à mão de obra que circula pelo mesmo ciclo, só que de uma forma visualmente fácil de ser detectada, pois trata da produção nacional propriamente dita. Nesse contexto, surgem a demanda agregada e a oferta agregada, que se referem, respectivamente, a toda demanda de uma economia e a toda oferta de uma economia. Mas demanda e oferta de quê? Isso depende do mercado agregado do qual estivermos falando: se de bens e serviços, de moeda, de moeda estrangeira ou até mesmo do mercado de trabalho. Sim, embora todos esses mercados se entrelacem, podemos falar deles separadamente, e é isso que fazemos quando analisamos, por exemplo, os efeitos das políticas macro- econômicas sobre a economia. Mas, quem faz política macroeconômica? Sabemos que é o governo, mas para que ele faz essas políticas e por que ele interfere? Antes de respondermos tudo isso, temos que saber quais são as funções do governo. Um governo só existe porque o mercado privado por si só não é perfeito; consequentemente, o governo entra para, teoricamente, ajustar esses mercados. Em geral, o governo deseja ajustar os mercados de produtos, preços e produção, que estarão aqui entrelaçados em quase todas as análises. As principais funções do governo, então, são as seguintes (MANKIW, 2005): Função distributiva: objetiva distribuir melhor a renda entre os indiví- duos de uma sociedade, transferindo renda de uma classe mais favorecida para outra menos favorecida mediante impostos e/ou subsídios; Função estabilizadora: o governo tenta manter, com base em política macroeconômica, o máximo de crescimento da produção e de empregos, mas com estabilidade de preços; Função alocativa: o governo tenta corrigir falhas de mercado, como: poluição (externalidades negativas) e provisão de bens públicos (aqueles não servidos adequadamente pelo setor privado como, por exemplo, segurança nacional). Antes de entrar mais minuciosamente na forma com que faz política para cumprir suas funções, o governo traça metas ou objetivos que tendem a levá-lo ao cumprimento dessas funções e, dentre elas, as principais são: crescimento econômico: o governo tem como pretensão aumentar o PIB do país e, com isso, a renda nacional; crescimento do emprego: o crescimento do emprego ou o uso da quase totalidade da mão de obra de um país ou região sempre será almejada, pois os trabalhos e funções mudam e o país vai tendo que adequar a mão de obra disponível para isso; estabilidade de preços: quando se espera que o nível geral de preços não aumente ou caia muito a ponto de afetar negativamente as possi- bilidades de consumo e produção do país. Políticas macroeconômicas2 É óbvio que, em curto prazo, é bastante difícil alcançar todos os objetivos, mesmo porque eles podem colidir uns com os outros. Se desejo crescimento econômico em curto prazo, por exemplo, tenho que, de alguma forma, esti- mular o consumo e a produção, que pode fazer com que a inflação aumente. Além disso, o governo tem que saber se os consumidores estão propensos a consumir (demanda agregada) e se os produtores estão propensos a investir em produção (oferta agregada). Esses dois fatores envolvidos no processo são importantíssimos na equação para o sucesso das políticas de governo e para alcançar os objetivos. Se tudo que fosse produzido fosse consumido pela sociedade ou se toda demanda agregada tivesse oferta agregada no mesmo montante, o governo não precisaria interferir nessas relações. Você consegue imaginar uma economia em que as pessoas querem consumir e os produtores (porque são muitos) atendem ao desejo da sociedade? Não haveria desemprego e nem inflação, pois o mercado se autoajustaria. Contudo, como sabemos, os mercados têm imperfeições (como monopólios), de modo que não é bem assim que acontece. Se eu sou um produtor em um mercado monopolista (único no mercado) e não sou regulado pelo governo, se a demanda aumentar em um mundo capitalista, prefiro vender a um preço maior a oferecer maior quantidade da mercadoria (me daria mais trabalho e, provavelmente, estaria ganhando menos se a minha produção tem público fiel). Assim, a participação do governo tem importância, nem que seja apenas fiscalizando, regulando o mercado. Logo, as políticas macroeconômicas vêm justamente pra equilibrar essas relações. A política monetária é uma das mais importantes e serve para mexer na quantidade de moeda que existe na economia, ou seja, mexe, inicialmente, com o lado nominal da economia, dinheiro e inflação, mas, provavelmente, vai atingir também o emprego e a produção nacional. A política fiscal, por sua vez, está ligada aos gastos e receitas (impos- tos, sobretudo) do governo. Logo, mexe, inicialmente, com o lado real da economia, da produção e dos empregos, mas, provavelmente, vai atingir o mercado nominal. A política de renda tem como meta a função distributiva do governo, embora também sirva às outras funções, pois visa mexer diretamente na renda das pessoas mediante, por exemplo, a fixação de um salário mínimo. As políticas comerciais e cambiais estão ligadas ao comércio exterior e dependem de acordos comerciais do país com outros países e do seu regime de taxa de câmbio que, em uma economia aberta, deve atingir tanto o lado real quanto o lado nominal da economia. 3Políticas macroeconômicas Logo, uma economia aberta pode ser representada pela função PIB (y)= C + I + G + X – M, onde o PIB nacional ou renda nacional é a soma de consumo agregado, Investimento e Governo (que é positivo para gastos governamentais), exportações e negativo para importações. Principais políticas macroeconômicas: política