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fichamento - a grande ilusão Norman Angell

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
2016
Discente: Luiza Godinho Silva                                     11611RIT044
Docente: Marrielle Maia 
Matéria: Teoria das Relações Internacionais I
Fichamento dos capítulos III e IV da primeira parte, e II, III e IV da terceira parte do livro “A Grande Ilusão” de Norman Angell
Primeira parte – Cap. III: A Grande Ilusão
Problema de pesquisa: Por que a máxima da política europeia, de que a estabilidade financeira e industrial de uma nação depende de sua força militar, é uma falácia?
Argumentos: Angell discorre ao longo do capítulo a respeito de suas sete preposições que demonstram a falsidade da ideia de que a força militar e a conquista são essenciais para garantir a prosperidade de uma nação. Nelas ele afirma, de forma geral, que nenhuma nação é capaz de destruir de forma permanente o comércio de outras por meios militares, e demonstra como a conquista de outras nações é inviável economicamente para o invasor. Com essas preposições, Angell conclui que a riqueza, o bem estar e a prosperidade das nações não dependem de seu poder político, e que poder político e militar é economicamente inútil.
Exemplos: Angell cita o sucesso econômico e a segurança das riquezas de Estados relativamente desprovidos de força militar, como Holanda e Suécia, em comparação a Estados com maior força para reforçar seus argumentos.
Cap. IV: Impossibilidade do confisco
Problema de pesquisa: Por que a conquista de territórios não traz mais vantagens para o invasor?
Argumentos: No início do capítulo, Angell cita as vantagens da conquista em diferentes épocas, e afirma que essas vantagens não existem mais, ou podem ser alcançadas de outras formas fora a conquista. O principal motivo para o fim dessas vantagens, segundo ele, seria a divisão do trabalho. O autor discorre sobre como a divisão do trabalho ocasiona a “subordinação financeira recíproca das nações”, ou seja, uma interdependência, em que o invasor teria impactos negativos em sua economia com a conquista de uma nação, pois a instabilidade da nação conquistada o afetaria. Angell conclui afirmando que o conquistador, após a invasão, tem duas opções: deixar as coisas como estão, o que não alteraria o quadro econômico do conquistador, ou adotar a política do confisco, política essa que traz consequências negativas para os dois lados. 
Terceira parte – Cap. II: Armamentos, mas não só armamentos
Problema de pesquisa: Qual o ponto chave para se estabelecer a reforma política na Europa?
Argumentos: No início do capítulo é trazido o pensamento de que "o que importa não são os fatos, mas as opiniões que os homens têm sobre eles", o que determina o pensamento dos homens é a conclusão dos fatos considerada correta, e não necessariamente a conclusão que se deduz, e afirma que é isso o que ocorre na política. Angell diz que é necessária na política europeia uma “mudança nas ideias prevalecentes”, que só acontecerá quando o aprimoramento bélico deixar de ser privilegiado. O autor também abre parênteses, deixando claro que não intende proclamar o desarmamento desconsiderando as ameaças de outros países, e diz que essa é a única justificativa para ele aceitável para adotar medidas defensivas. É rebatida também a ideia defendida por Churchill de que um país deve estar precavido contra ataques e pronto para poder contar com suas forças, pois esse raciocínio é um incentivo aos países para tentarem se igualar, e o resultado dessa competição só pode ser a guerra. 
Cap. III: Será possível a reforma política?
Problema de pesquisa: A hostilidade unânime em relação a novas ideias realmente existe e é um obstáculo? Não seria possível mudar a opinião pública? 
Argumentos: Logo no início, o autor traz a tona a questão de se seriam imutáveis as ideias dos homens, e apresenta ao leitor as principais críticas a sua obra. Delas, destaca os argumentos de que “os homens não se deixam guiar pela razão e que portanto é inútil raciocinar em torno das questões políticas” e que essas “não serão entendidas ou assimilados por ninguém em um período com o qual possamos preocupar-nos legitimamente.” A elas, rebate dizendo que não podemos escapar dos problemas simplesmente alegando uma falta de razão coletiva, e completa, aqui rebatendo também a afirmação de que o autor “prega para convertidos”, que não acredita que seja impossível modificar as ideias dos homens, e que se deve acabar a crença de que as ideias políticas serão recebidas com hostilidade e rejeitadas. 
Exemplos: Angell cita a boa recepção das ideias de seu livro, e também as condenações de pessoas por feitiçaria, mostrando que ideais podem ser mudados e em um curto período de tempo, ao contrário do que afirmam seus críticos.
Cap. IV: Os métodos
Problema de pesquisa: Como efetivar o ideal da paz como norma de conduta?
Argumentos: Angell inicia o capítulo fazendo uma crítica à Conferência de Haia, que, segundo ele, foi uma tentativa de modificar o maquinismo político da Europa, e não a reforma das ideias, com métodos mecânicos e sem levar em conta as ideias que lhe serviram de origem ou sustentação. A crítica se dá aqui no sentido de que as noções e ideais permaneceram intactas, e a isso se deve a falha da Conferência de Haia e dos tratados em geral. O autor discorre a respeito dos movimentos a favor da paz, afirmando que esses, embora sinceros, nunca levarão à revogação do princípio intelectual que se baseia a política armamentista europeia. O que é preciso é uma mudança na ideia sobre o que a guerra pode conseguir nos âmbitos econômicos e no comércio para se conseguir converter o ideal de paz em norma de conduta.
Angell também fala sobre como o ideal da paz é uma exigência que debilita as defesas das nações, e não oferece garantias se não a fé na boa conduta das outras nações, ou seja, é um ideal difícil de aceitar. O autor fala sobre o papel das amizades nas relações internacionais, que define como uma perda de tempo se as nações não tiverem compreensão recíproca do que está em jogo, e diz que os problemas do mundo não serão resolvidos por relações amistosas com o próximo. Finalizando, Angell traz o pensamento de que a reflexão é importante nesse assunto, pois melhora as ideias e as aperfeiçoa, e questiona se vale a pena continuar tentando alcançar um objetivo que de nada vale, e que leva ao insucesso do ideal de paz.

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