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18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 1/48 Direito Ambiental Aula 6 - Proteção da Flora e da Fauna INTRODUÇÃO Nesta aula, estudaremos a proteção da �ora, biodiversidade e o patrimônio genético. Analisaremos o Código Florestal, sancionado em 2012 pela Lei n. 12.651, que revogou a Lei n. 4.771 de 1965, o antigo Código Florestal. Dentro do tema proteção da vegetação nacional também veri�caremos a preservação dos espaços territoriais, como as Unidades de Conservação, que ensejou o Sistema Nacional de Unidade de Conservação. Em seguida, aprofundaremos o tema da biodiversidade e do patrimônio genético, com ênfase na Lei n. 13.123/15. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 2/48 OBJETIVOS Analisar as leis que disciplinam a proteção da �ora nacional; Examinar o conceito e a importância da biodiversidade para a disciplina Direito Ambiental; Compreender o patrimônio genético e a legislação pertinente ao tema. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 3/48 INTRODUÇÃO Segundo Aurélio Buarque de Holanda, bioma é o conjunto de seres vivos de uma área. Milaré esclarece que “a extensão territorial do Brasil e a diversidade de sua formação contribuem para duas características dos grandes biomas brasileiros: a notória diferenciação entre si e a grande dimensão espacial de cada um”. O Brasil possui uma grande diversidade vegetal (plantas, árvores etc.), representado por cerca de 34 mil espécies. Essa variedade de espécies ocorre devido à vasta extensão territorial do país, de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados e, também por causa do clima, solo e geomorfologia, gerando diferentes tipos de vegetação. A maior parte da �ora brasileira, conjunto de espécies vegetais que compõe a cobertura do país, encontra-se na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica (glossário). Fonte: Edelwipix / Shutterstock galeria/aula6/img/s04.jpg A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, §4º, estabelece que “a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense, a Zona Costeira são parte do patrimônio nacional, bens de uso comum do povo, a serem preservadas e defendidas para as presentes e futuras gerações”. Imagem: FCG / Shutterstock 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 4/48 Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que institui o Código Florestal em vigor; Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006, que dispõe sobre a Gestão de Florestas Públicas, institui o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF); Lei n. 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que disciplina sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. CÓDIGO FLORESTAL A Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, dispõe sobre a proteção da nossa vegetação nativa dentre outras providências, trata-se da norma conhecida como Novo Código Florestal (glossário) que revogou o Código Florestal de 1965, Lei n. 4.771, e diversas outras normas que dispunham sobre a proteção das �orestas e outras formas de vegetação. A repartição de Competências Administrativa dos entes públicos para a proteção da �ora tem incidência na Lei Complementar n. 140/2011. Leia aqui (glossário). O Código Florestal (conforme dispõe o seu artigo 1º-A (glossário)) visa disciplinar normas gerais sobre a proteção da vegetação; as áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração �orestal; o suprimento de matéria-prima �orestal; o controle da origem dos produtos �orestais; o controle e prevenção dos incêndios �orestais e prevê instrumentos econômicos e �nanceiros para o alcance do desenvolvimento sustentável. galeria/aula6/img/s05.jpg Embora não incluídos no artigo 225, §4º da CRFB, a Caatinga, o Cerrado, os Pampas (Campos Sulinos) são considerados biomas brasileiros e patrimônios nacionais, bens de uso comum do povo, a serem defendidos e preservados, como todos os demais recursos naturais. Proteger a �ora é também proteger a biodiversidade do planeta. Imagem: Kleber Cordeiro / Shutterstock galeria/aula6/img/s06.jpg Os benefícios decorrentes desta proteção estão na manutenção do clima, a proteção dos recursos hídricos, a fertilidade e proteção dos solos entre outros. Imagem: bluedog studio / Shutterstock 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 5/48 O Desenvolvimento Sustentável é o objetivo precípuo no qual se funda o Código Florestal. Os princípios instituídos pelo Código Florestal estão elencados no artigo 1º–A, parágrafo único e incisos (glossário). As �orestas existentes no território nacional e as outras formas de vegetação nativa em que as terras são de reconhecida utilidade são consideradas bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que esta Lei estabelece. Leia aqui (glossário) as de�nições importantes que o Código Florestal apresenta, em seu artigo 3º e incisos. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Segundo a redação do artigo 3º, inciso II do Código Florestal (glossário), Área de Preservação Permanente é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e assegurar o bem- estar das populações humanas. Constituídas por �orestas e demais formas de vegetação natural, as Áreas de Preservação Permanente estão situadas ao longo de rios, cursos d’água, lagoas, lagos, reservatórios naturais ou arti�ciais, nascentes e restingas, entre outras. Essas áreas têm a função ambiental de preservar recursos hídricos, paisagens, estabilidade geológica, biodiversidade e �uxo gênico (transferência de genes de uma população para outra) de fauna e �ora, além de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas que vivem no local. Veja aqui (glossário) tipos de APPs O artigo 4° da Lei nº 12.651 (glossário) esclarece quais são as Áreas de Preservação Permanente em zonas rurais ou urbanas. Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios arti�ciais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais (artigo 4°, §1° da Lei n. 12.651 (glossário)). O artigo 6º, Lei nº 12.651, institui também como Área de Preservação Permanente as áreas cobertas com �orestas ou outras formas de vegetação, quando por ato do Chefe do Poder Executivo são declaradas de interesse social, de acordo com as seguintes �nalidades: A partir dos anos 2000, começou a existir o mercado de Crédito de Carbono, que é um mercado voltado para a criação de projetos de redução da emissão dos gases que aceleram o processo de aquecimento do planeta. O mercado de crédito de carbono surgiu fruto do Protocolo de Quioto, que foi um acordo internacional que estabeleceu que os países desenvolvidos deveriam reduzir, entre 2008 e 2012, suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) 5,2% em média, em relação aos níveis medidos em 1990. O Protocolo de Quioto criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certi�cada das emissões. Uma vez conquistada essa certi�cação, quem promove a redução da emissão de gases poluentes, que aceleram o processo de aquecimento do planeta, tem direito a créditos de carbono e pode comercializá-los com os países que possuemmetas a cumprir. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 6/48 Conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; proteger as restingas ou veredas; Proteger várzeas; Abrigar exemplares da fauna ou da �ora ameaçados de extinção; Proteger sítios de excepcional beleza ou de valor cientí�co, cultural ou histórico; Formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; Assegurar condições de bem-estar público; Auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; Proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Deve-se observar que tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei, esta obrigação tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural, tudo conforme disciplinado no art. 7º , § 1o e § 2o do Código Florestal. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental (art. 8º). É permitido (artigo 9º, Lei n. 12.651 (glossário)) o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. RESERVA LEGAL É a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada de acordo com os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel: Quando o imóvel estiver localizado na Amazônia Legal: 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de �orestas; 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais. Quando o imóvel estiver localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento). A Reserva Legal tem a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da �ora nativa (artigo 3º , Lei n. 12.651 (glossário)). O tamanho da reserva varia de acordo com a região e o bioma. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 7/48 Todo imóvel rural deve manter uma área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, devendo observar os percentuais mínimos em relação à área do imóvel, contida na redação do artigo 12 do Código Florestal (glossário). Essa regra comporta exceção, que são os casos dos proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu tal supressão. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios (art. 14, Lei nº 12.651): O plano de bacia hidrográ�ca; O Zoneamento Ecológico-Econômico; A formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida; As áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; As áreas de maior fragilidade ambiental. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 8/48 O órgão estadual integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) ou instituição por ele habilitada deverá aprovar a localização da Reserva Legal após a inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR). A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado (art. 17, Lei n. 12.651). Pode haver a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). No manejo sustentável da vegetação �orestal da Reserva Legal, serão adotadas práticas de exploração seletiva nas modalidades de manejo sustentável sem propósito comercial para consumo na propriedade e manejo sustentável para exploração �orestal com propósito comercial. Para �ns de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) deverão estabelecer procedimentos simpli�cados de elaboração, análise e aprovação de tais planos de manejo. CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) O Código Florestal, sancionado em 2012, criou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais. Este registro eletrônico tem por �m integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Reserva Legal, das �orestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. Em maio de 2014, os proprietários de imóveis rurais do país puderam começar efetuar o seu cadastro no CAR. O CAR (glossário) está disciplinado na redação do artigo 29 (glossário) da norma (Lei n. 12.651): GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS A Lei 11.284, de 02 de março de 2006, dispõe sobre a gestão de �orestas públicas para a produção sustentável; instituiu na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), que foi regulamentado pelo Decreto 7.167, de 05 de maio de 2010. Conforme o artigo 1° do Decreto 7.167/10, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), criado pela Lei n. 11.284, de 02 de março de 2006, de natureza contábil, e gerido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), tem por �nalidade fomentar o desenvolvimento de atividades sustentáveis de base �orestal no Brasil e promover a inovação tecnológica do setor. Os princípios da Gestão de Florestas Públicas estão contidos no artigo 2º da Lei 11.284 (glossário). A Lei de Gestão de Florestas Públicas instituiu, em seu artigo art. 3o, alguns conceitos para melhor compreende-la, saiba aqui (glossário) quais são. A Gestão de Florestas Públicas para a produção sustentável, conforme determina a Lei nº 11.284 compreende (artigo 4°): 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182db… 9/48 Fonte da Imagem: luckypic / Shutterstock 1. A criação de �orestas nacionais, estaduais e municipais e sua gestão direta; 2. A destinação de �orestas públicas às comunidades locais; 3. A concessão �orestal, incluindo �orestas naturais ou plantadas e as unidades de manejo das áreas protegidas da criação de �orestas nacionais, estaduais e municipais O Poder Público poderá exercer diretamente a gestão de �orestas nacionais, estaduais e municipais sendo-lhe facultado, para execução de atividades subsidiárias, �rmar convênios, termos de parceria, contratos ou instrumentos similares com terceiros, observados os procedimentos licitatóriose demais exigências legais pertinentes. A duração dos contratos e instrumentos similares �cam limitados a 120 (cento e vinte) meses, artigo 5°, Lei n. 11.284. “Caberá aos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) (glossário) responsáveis pelo controle e �scalização ambiental das atividades �orestais, em suas respectivas jurisdições” (artigo 50): 1. Fiscalizar e garantir a proteção das �orestas públicas; 2. Efetuar em qualquer momento, de ofício, por solicitação da parte ou por denúncia de terceiros, �scalização da unidade de manejo, independentemente de prévia noti�cação; 3. Aplicar as devidas sanções administrativas em caso de infração ambiental; 4. Expedir a licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo das respectivas �orestas públicas e outras licenças de sua competência; 5. Aprovar e monitorar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (PMFS) da unidade de manejo das respectivas �orestas públicas. O que é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, criado pela Lei de Gestão de Florestas Públicas? É um fundo público de natureza contábil, criado pela Lei de Gestão de Florestas Públicas, em seu artigo 41 (Lei nº 11.284) e regulamentado pelo Decreto nº 7.167/2010. O Serviço Florestal Brasileiro é o gestor do FNDF. Tem a missão de fomentar o desenvolvimento de atividades �orestais sustentáveis no Brasil e promover a inovação tecnológica no setor. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 10/48 MATA ATLÂNTICA Como explica Milaré, O autor a�rma que “em sua história, a região passou por vários ciclos que marcaram o desenvolvimento econômico do País, como o da cana-de-açúcar, do ouro, do café e, na atualidade, da modernização da agricultura, da industrialização e da especulação imobiliária. Esse processo de ocupação do Brasil promoveu intensa degradação deste conjunto de ecossistemas, levando à drástica redução da cobertura �orestal original”. Fonte da Imagem: Wikimedia.org A Mata Atlântica, patrimônio nacional, consagrado no artigo 225, §4° da Constituição Federal de 1988, tinha uma extensão inicial de 1,3 milhões de quilômetros quadrados dentro do território nacional. Hoje, o que resta da Mata Atlântica é referente a 7% dessa extensão original. A Lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006, dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos do mundo em biodiversidade. O Decreto 6.660, de 21 de novembro de 2008 regulamenta alguns dispositivos da Lei 11.428/06. Integram o Bioma Mata Atlântica as seguintes formações �orestais nativas e ecossistemas associados, com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE): 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 11/48 Somente os remanescentes de vegetação nativa no estágio primário e nos estágios secundário inicial, médio e avançado de regeneração nas áreas que compõem o bioma Mata Atlântica, ou seja, a Floresta Ombró�la Densa; Floresta Ombró�la Mista; Floresta Ombró�la Aberta; Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves �orestais do Nordeste, terão seu uso e conservação regulados pela Lei 11.428/06. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Conforme escreve Milaré, após o implemento da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81, primeira grande norma ambiental de nosso país, foi possível construir “um grupamento de unidades de conservação, ainda que casuisticamente e sem rumo certo, administradas sempre com poucos recursos e carentes de uma ação de�nida de política ambiental”. A Constituição Federal de 1988 ao determinar, no artigo 225, §1° (glossário), inciso III, que incumbirá ao Poder Público “de�nir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos” impulsionou a regulamentação desses “espaços territoriais especialmente protegidos”, assim, em 18 de julho de 2000 foi instituído o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC). Com a edição da Lei n. 9.985/00, que estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, o conceito de unidade de conservação foi determinado como sendo “o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites de�nidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”, artigo 2°, inciso I (glossário) da norma. Seguindo a redação do artigo 2°, inciso I da Lei nº 9.985 e a visão de Milaré, para a con�guração jurídico-ecológica de uma unidade de conservação, deve haver: Fonte da Imagem: Sunny studio / Shutterstock 1) A relevância natural; 2) O caráter o�cial; 3) A delimitação territorial; 4) O objetivo conservacionista; 5) O regime especial de proteção e administração. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 12/48 A criação das Unidades de Conservação é a principal proposta para diminuir os efeitos da destruição dos ecossistemas em nosso país. Elas existem para manter a diversidade biológica, os recursos genéticos no país, proteger as espécies ameaçadas de extinção, preservar e restaurar a diversidade dos ecossistemas naturais, promover a sustentabilidade do uso dos recursos ambientais, estimular o desenvolvimento regional, proteger as paisagens naturais, incentivar atividades de pesquisa cientí�ca, favorecer condições para a educação e possibilitar a recreação em contato com a natureza, o que ultimamente passou a ser conhecido por turismo ecológico. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) foi constituído pela Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que regulamentou além do artigo 225, §1°, inciso III, também os incisos I, II e VII do citado artigo. Esta norma é de grande importância para o Direito Ambiental por ser o primeiro mecanismo legal a elencar e de�nir as diferentes categorias de unidade de conservação existentes em nosso país, apresentando inclusive classi�cações sistematizadas. A regulamentação da lei do Sistema Nacional de Conservação foi feito de forma parcial pelo Decreto n. 4.340/2002, que “buscou detalhar melhor os aspectos legais referentes à criação de unidades de conservação, à gestão compartilhada com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), à exploração de bens e serviços, à compensação por signi�cativo impacto ambiental, ao reassentamento de populações tradicionais, à reavaliação de categorias de unidades não previstas e, por �m, à gestão de reservas da biosfera” (Milaré). INDICAÇÃO DE LINK Veja aqui os conceitos (glossário) importantes do Sistema Nacional de Unidade de Conservação, Lei n. 9.985/00, em seu artigo 2º. Fonte da Imagem: 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 13/48 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e municipais (artigo 3°). Esse Sistema é composto por 12 categorias de Unidades de Conservação, cujos objetivos especí�cos se diferenciam quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e, aquelas que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo. O Sistema Nacionalde Unidade de Conservação possibilita que as Unidades de Conservação mantenham os ecossistemas e a biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem uma efetiva melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um todo, e possui os seus objetivos disciplinados no artigo 4º da Lei nº 9.985 (glossário). O Sistema Nacional de Unidade de Conservação também possui diretrizes previstas no artigo 5º (glossário) da norma. As Categorias de Unidades de Conservação estão divididas em 2 grupos que são (art. 7º , Lei nº 9.985 (glossário)): Esses dois grupos apresentam juntos 12 categorias de unidades de conservação. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 14/48 O grupo das Unidades de Conservação de Proteção Integral é formado por cinco diferentes categorias (Lei n. 9.985, art. 8° (glossário)), são elas: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre. FUNÇÕES DAS CATEGORIAS DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1) Grupo de Proteção Integral Estação Ecológica (Lei nº 9985, art. 9º) A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas cientí�cas. § 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento especí�co. § 3º A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Reserva Biológica (Lei nº 9.985, art. 10) A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modi�cações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. § 1º A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento especí�co. § 3º A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Parque Nacional (Lei nº 9.985, art. 11) Tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas cientí�cas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 15/48 e de turismo ecológico. “Assim, seu manejo deve ter em vista quatro objetivos principais: a preservação de ecossistemas naturais, a pesquisa cientí�ca, a educação e recreação e o turismo” (Milaré). O Parque Nacional possui posse e domínio públicos, as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas. A visitação pública está sujeita às normas e restrições. A pesquisa cientí�ca depende de autorização estando sujeita às condições e restrições do órgão responsável pela administração da unidade. O Parque Nacional, quando for criado pelos Estados ou pelos Municípios, serão denominados, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. Monumento Natural (Lei nº 9.985, art. 12) A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas cientí�cas. § 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento especí�co. § 3º A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Refúgio de Vida Silvestre (Lei nº 9.985, art. 13) Lei n. 9985, art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da �ora local e da fauna residente ou migratória. § 1º O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. § 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. § 3º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. § 4º A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 16/48 2) Grupo de Uso Sustentável Área de Proteção Ambiental (APA) (Lei nº 9.985, art. 15) A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. § 1º A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas. § 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental. § 3º As condições para a realização de pesquisa cientí�ca e visitação pública nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. § 4º Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições legais. Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) (Lei nº 9.985, art. 16) A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. § 1º A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas ou privadas. § 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizadaem uma Área de Relevante Interesse Ecológico. Floresta Nacional (Lei nº 9.985, art. 17) A Floresta Nacional é uma área com cobertura �orestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos �orestais e a pesquisa cientí�ca, com ênfase em métodos para exploração sustentável de �orestas nativas. § 1º A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. § 2º Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 17/48 § 3º A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração. § 4º A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento. Reserva Extrativista (RESEX) (Lei nº 9.985, art. 18) A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. § 1º A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação especí�ca, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. § 3º A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. § 4º A pesquisa cientí�ca é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. § 5º O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho Deliberativo. § 6º São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou pro�ssional. § 7º A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. A Reserva Extrativista foi criada para tentar solucionar o problema das atividades seringueiras na Amazônia. Ela é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais “mediante contrato de concessão de direito real de uso, por meio do qual a Administração Pública faculta ao particular a utilização privada do bem público, para que a exerça conforme sua destinação” (Milaré). As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas. A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. A pesquisa cientí�ca é permitida e incentivada, 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 18/48 sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. Reserva de Fauna (Lei nº 9.985, art. 19) A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico- cientí�cos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. § 1º A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. § 2º A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração. § 3º É proibido o exercício da caça amadorística ou pro�ssional. § 4º A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos. Trata-se de uma novidade do Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza. A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração. Reserva de Desenvolvimento Sustentável (Lei nº 9.985, art. 20) A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. § 1º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações. § 2º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 3º O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo com o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação especí�ca. § 4º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 19/48 § 5º As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes condições: I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área; II - é permitida e incentivada a pesquisa cientí�ca voltada à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento; III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da população e a conservação; e IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejoda área. § 6º O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de�nirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade. Esclarece Milaré que “as populações tradicionais, mesmo se incultas, são erigidas em pedestal da sustentabilidade dessas áreas e, por essa razão, precisam ser preparadas adequadamente para este papel da maior importância e signi�cação, eis que suas práticas e modelos podem ser tornar exemplares para inúmeros outros empreendimentos. Esse tipo de reserva tem em mira preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais”. O objetivo principal é valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, devendo, quando necessário, serem desapropriadas as áreas particulares incluídas em seus limites. Assim como as Reservas Extrativistas, a posse e o uso na Reserva de Desenvolvimento Sustentável são regulados por contratos de concessão de direito real de uso. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) (Lei nº 9.985, art. 20) A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. § 1º O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que veri�cará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. § 2º Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento: I - a pesquisa cientí�ca; II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais; 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 20/48 § 3º Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e cientí�ca ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade. Trata-se de área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica; é exceção das categorias do SNUC, pois é a única categoria de Unidade de Conservação que continua sendo de propriedade privada após sua criação. Lei das RPPNs, Decreto nº 1922, de 5 de junho de 1996. A RPPN é uma categoria de unidade de conservação de uso sustentável criada pela iniciativa de proprietários rurais. Possui como principal característica a conservação da diversidade biológica, garantindo ao proprietário a titularidade do imóvel. RESERVA DA BIOSFERA Está disciplinada no Sistema Nacional de Unidade de Conservação, Lei n. 9.985, em seu artigo 41. É um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações. A Reserva da Biosfera é constituída por: 1) uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza; 2) uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas- núcleo, e 3) uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis. Essas áreas podem ser tanto de domínio público quando de domínio privado. CRIAÇÃO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO A Lei nº 9.985, em seu capítulo IV, artigo 22 e o Decreto n. 4.340, em seu capítulo I, artigo 2° ao 5°, dispõem sobre a criação de uma unidade de conservação. O Decreto nº 4.340, em seu artigo 2º e seus incisos, determina que o ato de criação de uma unidade de conservação deve indicar: A denominação, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão responsável por sua administração; A população tradicional bene�ciária, no caso das Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável; A população tradicional residente, quando couber, no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais; As atividades econômicas, de segurança e de defesa nacional envolvidas. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 21/48 As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público, após estudos técnicos e de consulta pública que permitam identi�car a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, de acordo com o artigo 22, caput e §1°da lei (Lei n. 9.985). Desse modo, uma Unidade de Conservação para ser criada necessita antes de dois requisitos que devem ser cumpridos, sob pena de nulidade do ato de criação da unidade de conservação. São eles: ELABORAÇÃO DE ESTUDOS TÉCNICOS Compete ao órgão executor proponente de nova unidade de conservação elaborar os estudos técnicos preliminares e realizar, quando for o caso, a consulta pública e os demais procedimentos administrativos necessários à criação da unidade (Decreto 4.340, art. 4º). Esse estudo técnico irá permitir a correta delimitação territorial da unidade de conservação de acordo com os aspectos econômicos, ambientais e sociais. CONSULTA PÚBLICA Tem seu fundamento nos princípios constitucionais da publicidade e da participação. A consulta pública para a criação de unidade de conservação tem a �nalidade de ajudar na de�nição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a criação da unidade de conservação. A consulta consiste em reuniões públicas ou outras formas de ouvir a população local e demais partes interessadas. No processo de consulta pública, o órgão executor competente deve indicar, de modo claro e em linguagem acessível, as implicações para a população residente no interior e no entorno da unidade proposta, tudo conforme disciplinado no artigo 5° e seus parágrafos. Importante (Lei n. 9.985, art. 22 (glossário)): As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas totalmente ou de forma parcial em unidades de conservação do grupo de Proteção Integral. Para que isso seja feito, deve-se utilizar instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade de Uso Sustentável, para tanto, deve-se seguir o procedimento de consulta pública a população local. A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modi�cação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a respectiva unidade de conservação, mas também se deve obedecer ao procedimento de consulta pública a população local. A consulta pública é obrigatória, exceto para a criação de Unidade de Conservação nas categorias Estação Ecológica e Reserva Biológica. A competência dos entes federados (União, Estados e Municípios) para criar as unidades de conservação é autônoma e independente. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 22/48 PLANO DE MANEJO O artigo 2°, inciso VII do Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza, Lei nº 9.985/00, conceituou o manejo como sendo “todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas”. As unidades de conservaçãodevem dispor de um Plano de Manejo (glossário). A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da imagem de unidade de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, dependerá de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, conforme disposto em regulamento (Lei nº 9.985, art. 33). COMPENSAÇÃO AMBIENTAL O Decreto Federal n. 4.340/2002, também disciplina a Compensação por signi�cativo Impacto Ambiental. A compensação ambiental é um instrumento de política pública que, agindo junto aos agentes econômicos, proporciona a incorporação dos custos sociais e ambientais da degradação gerada por determinados empreendimentos, em seus custos globais. Trata-se de importante mecanismo fortalecedor do Sistema Nacional de Unidade de Conservação. No âmbito do Instituto Chico Mendes é o órgão responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais. A competência dos recursos fruto da compensação ambiental está relacionada à sua execução, sejam eles advindos de processos de 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 23/48 licenciamento federais, estaduais ou municipais. A Lei n. 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, através de seu artigo 36, impõe ao empreendedor a obrigatoriedade de apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de proteção integral, quando, durante o processo de licenciamento e com fundamento em EIA/RIMA, um empreendimento for considerado como de signi�cativo impacto ambiental. O instituto da compensação ambiental já fora previsto na Resolução CONAMA 02/1996 e com o advento da Lei 9.985/2000, SNUC, a adoção de medidas compensatórias passou a ser fator condicionante para o licenciamento de todo empreendimento causador de signi�cativo impacto ambiental, pelo órgão competente. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBIO) O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é uma autarquia federal, dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e �nanceira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Foi criado pela Lei n. 11.516, de 28 de agosto de 2007 e integra, como o mais novo órgão ambiental do governo brasileiro, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Tem por �nalidade: Fonte da Imagem: Macrovector / Shutterstock 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 24/48 BIODIVERSIDADE E PATRIMÔNIO GENÉTICO Fonte: O Brasil possui a maior biodiversidade vegetal do planeta espalhada por diversos habitats. Estudar a proteção da biodiversidade (glossário) brasileira é estudar a diversidade dos organismos vivos em seus complexos ecológicos, integrados em uma rede autônoma e interdependente, compreendendo os ecossistemas, as espécies os recursos genéticos. Romeu Thomé destaca que a “biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a diversidade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da �ora, da fauna e de micro-organismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. Sirvinkas explica que a biodiversidade é constituída por toda forma de vida existente na biosfera (glossário) e que não existe isoladamente, pois depende da interação contínua e ininterrupta para dar sustentabilidade aos ecossistemas. A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e �orestais. Ela também é constituída por um grande número de micro-organismos. A Lei n. 9.985/00 (SNUC) de�ne biodiversidade ou melhor, diversidade biológica em seu art.2º, inciso III, como sendo “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros sistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”. Thomé a�rma que a “biodiversidade, também conhecida como diversidade biológica, signi�ca a variedade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos, outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 25/48 O desmatamento, as queimadas, as mudanças climáticas e intervenção do homem, degradando o meio ambiente, têm sido os principais inimigos da biodiversidade, colocando em risco a perpetuação de todas as formas de vida do planeta. Perda e fragmentação dos habitats; Introdução de espécies e doenças exóticas; Exploração excessiva de espécies de planta e animais; Uso de híbridos e monocultura na agroindústria e nos programas de re�orestamento; Mudanças climáticas. A biodiversidade está protegida constitucionalmente no artigo 225, § 1º, incisos I, II, III, VII e § 4º. Importante: Durante a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, foi estabelecida a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que é um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente. Mais de 160 países assinaram o acordo, entre eles o Brasil, que entrou em vigor em dezembro de 1993. A Convenção sobre Diversidade Biológica está estruturada sobre três bases principais: 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 26/48 POLÍTICA NACIONAL DA BIODIVERSIDADE O Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002, instituiu princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Este decreto se resume a dois artigos, mas o seu Anexo apresenta conteúdos importantes sobre a proteção da biodiversidade. Ficam instituídos pelo Decreto nº 4.339, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade com a participação dos governos federal, distrital, estaduais, municipais e a sociedade civil. A Política Nacional da Biodiversidade reger-se-á pelos princípios elencados no Anexo, item nº 2, do Decreto nº 4.339 (glossário). Também foram instituídas suas diretrizes no Anexo, item 4 do Decreto nº 4.339 (glossário). Os Componentes da Política Nacional da Biodiversidade e respectivos objetivos especí�cos, devem ser considerados como os eixos temáticos que orientarão as etapas de implementação desta Política. Veja aqui (glossário) os Componentes da PNB. PROGRAMA NACIONAL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA (PRONABIO) O Decreto n. 4.703, de 21 de maio de 2003, dispõe sobre o Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO) e a Comissão Nacional da Biodiversidade, e dá outras providências. Os objetivos do PRONABIO estão elencados no artigo 2º do Decreto n. 4.703 (glossário). PROJETO DE CONSERVAÇÃO E UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA BRASILEIRA (PROBIO) Fonte da Imagem: O Decreto n. 5.092, de 21 de maio de 2004, de�ne as regras para identi�cação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no âmbito das atribuições do Ministério do Meio Ambiente através do Projeto de Conservação e Utilização Sustentávelda Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), artigo 1º e 3º. PROBIO é o mecanismo de auxílio técnico e �nanceiro na implementação do Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO). Todas as suas ações são aprovadas pela Comissão Nacional de Biodiversidade (CONABIO), fórum responsável pela de�nição de diretrizes para implementação do PRONABIO e da Política Nacional de Biodiversidade. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 27/48 O objetivo central do PROBIO é identi�car ações prioritárias, estimulando subprojetos que promovam parcerias entre os setores públicos e privados, gerando e divulgando informações e conhecimentos no tema. O PROBIO é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí�co e Tecnológico (CNPq), na qualidade de gestor administrativo, contratando os subprojetos e liberando recursos. Em sua segunda fase, o PROBIO II (Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade) pretende impulsionar a transformação dos modelos de produção, consumo e de ocupação do território nacional, começando com os setores de agricultura, ciência, pesca, �orestas e saúde. (Fonte: Disponível aqui (glossário)). BIOPIRATARIA Fonte da Imagem: A biopirataria é a transferência das riquezas encontradas na natureza para outros países, com o objetivo de fabricar medicamentos, sem o pagamento de royalties ao país onde se descobriu a matéria-prima do citado produto. Segundo o Ministério de Meio Ambiente, “historicamente, o uso dos recursos e conhecimentos genéticos e dos conhecimentos tradicionais associados tem ocorrido de forma injusta. Os países de origem dos recursos genéticos e as comunidades indígenas e locais, detentoras de conhecimentos tradicionais associados, sequer têm sido consultados pelos que se utilizam desses recursos para obter ganhos econômicos com produtos comerciais, quanto mais recebido qualquer tipo de benefício. Esta apropriação injusta, muitas vezes agravada pelo uso das patentes, corresponde a biopirataria, e tem ocorrido ao longo de toda a história do Brasil”. (Fonte: disponível aqui (glossário)). O Instituto Brasileiro de Direito do Comércio Internacional, da Tecnologia da Informação e Desenvolvimento (CIITED), conceituou a biopirataria como sendo “o ato de aceder ou transferir recurso genético (animal ou vegetal) e/ou conhecimento tradicional associado à biodiversidade, sem a expressa autorização do Estado de onde fora extraído o recurso ou da comunidade tradicional que desenvolveu e manteve determinado conhecimento ao longo dos tempos (prática esta que infringe as disposições vinculantes da Convenção das Organizações das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica). A biopirataria envolve, ainda, a não repartição justa e equitativa entre Estados, corporações e comunidades tradicionais � dos recursos advindos da exploração comercial ou não dos recursos e conhecimentos transferidos”. PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 28/48 Segundo o artigo 2°, inciso I, da Lei n. 13.123, de 20 de maio de 2015, patrimônio genético é a “informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos”. O artigo 1°, § 1º do Decreto nº 8.772, de 11 de maio de 2016 (glossário), que regulamentou a Lei n. 13.123/15, diz que considera-se parte do patrimônio genético existente no território nacional, o micro-organismo que tenha sido isolado a partir de substratos do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental”. A norma possui a mesma redação do artigo 2°, parágrafo único da Lei nº 13.123/15 (glossário). O patrimônio genético é indispensável a todos os seres vivos, uma vez que compõe a base para a existência de toda a diversidade biológica do planeta. Os principais instrumentos jurídicos que protegem o patrimônio genético são: Constituição Federal, artigo 225, §1º, inciso II; Lei n. 13.123, de 20 de maio de 2015, que foi regulamentada pelo Decreto n. 8.772, de 11 de maio de 2016. A Constituição Cidadã, em seu artigo 225, §1º, inciso II, determina como incumbência do Poder Público “preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e �scalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético”. A Lei n. 13.123/15 regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do art. 225 da Constituição Federal; dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de agosto de 2001, e dá outras providências. Esta lei trata (artigo 1º e incisos (glossário)) sobre: Bens, direitos e obrigações relativos ao acesso ao patrimônio genético do País que é um bem de uso comum do povo; Conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético; O acesso à tecnologia e à transferência de tecnologia para a conservação e a utilização da diversidade biológica; A exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; A repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, para conservação e uso sustentável da biodiversidade; A remessa para o exterior de parte ou do todo de organismos, vivos ou mortos, de espécies animais, vegetais, microbianas ou de outra natureza, que se destine ao acesso ao patrimônio genético; A implementação de tratados internacionais sobre o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado aprovados e promulgados pelo Congresso Nacional. Leia aqui (glossário) outras de�nições importantes (artigo 2° e seus incisos), além do conceito de patrimônio genético. Importante: 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 29/48 Esta norma (Lei nº 13.123/15), não se aplica ao patrimônio genético humano (artigo 4º), que é abordado pela Lei 11.105 de 24 de março de 2005 (Política Nacional de Biossegurança PNB). “É vedado o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado para práticas nocivas ao meio ambiente, à reprodução cultural e à saúde humana e para o desenvolvimento de armas biológicas e químicas” (Lei nº 13.123, art. 5º ). “É vedado o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado para práticas nocivas ao meio ambiente, à reprodução cultural e à saúde humana e para o desenvolvimento de armas biológicas e químicas” (Lei nº 13.123, art. 5º ). CONSELHO DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO (CGEN) Foi criado pela Lei n. 13.123/15, em seu artigo 6º. Este conselho foi concebido no âmbito do Ministério do Meio Ambiente. É um órgão colegiado de caráter deliberativo, normativo, consultivo e recursal, responsável por coordenar a elaboração e a implementação de políticas para a gestão do acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado e da repartição de benefícios, formado por representação de órgãos e entidades da administração pública federal que detêm competência sobre as diversas ações de que trata esta Lei com participação máxima de 60% (sessenta por cento) e a representação da sociedade civil em no mínimo 40% (quarenta por cento) dos membros, assegurada a paridade entre: setor empresarial; setor acadêmico; e populações indígenas,comunidades tradicionais e agricultores tradicionais. O Decreto n. 8772/16 determinou as competências do CGen em seu artigo 4º (glossário). SISTEMA NACIONAL DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO E DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO (SISGEN) O Decreto n. 8.772/16 criou o Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen), em seu artigo 20. Trata-se de um sistema eletrônico a ser implementado, mantido e operacionalizado pela Secretaria-Executiva do CGen para o gerenciamento: do cadastro de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, como também do cadastro de envio de amostra que contenha patrimônio genético para prestação de serviços no exterior; do cadastro de remessa de amostra de patrimônio genético e do Termo de Transferência de Material; das autorizações de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e de remessa ao exterior, para os casos de que trata o art. 13 da Lei nº 13.123, de 2015; do credenciamento das instituições mantenedoras das coleções ex situ que contenham amostras de patrimônio genético; das noti�cações de produto acabado ou material reprodutivo e dos acordos de repartição de benefícios; e dos atestados de regularidade de acesso. Ainda sobre o estudo do patrimônio Genético, outro regulamento importante é o Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002, que institui a Política Nacional da Biodiversidade, em seu Anexo, entre seus componentes (Componente 5), estabelece o objetivo geral e as diretrizes sobre o acesso aos Recursos Genéticos e aos Conhecimentos Tradicionais Associados e Repartição de Benefícios. O Objetivo Geral é permitir o acesso controlado aos recursos genéticos, aos componentes do patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados com vistas à agregação de valor mediante pesquisa cientí�ca e desenvolvimento tecnológico e de forma que a sociedade brasileira, em particular os povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, possam compartilhar, justa e equitativamente, dos benefícios derivados do acesso aos recursos genéticos, aos componentes do patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 30/48 As diretrizes são duas: 1ª) Acesso aos recursos genéticos e repartição de benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. Estabelecimento de um sistema controlado de acesso e de repartição justa e equitativa de benefícios oriundos da utilização de recursos genéticos e de componentes do patrimônio genético, que promova a agregação de valor mediante pesquisa cientí�ca e desenvolvimento tecnológico e que contribua para a conservação e para a utilização sustentável da biodiversidade. 2ª) Proteção de conhecimentos, inovações e práticas de povos indígenas, de quilombolas e de outras comunidades locais e repartição dos benefícios decorrentes do uso dos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade. Desenvolvimento de mecanismos que assegurem a proteção e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso de conhecimentos, inovações e práticas de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, relevantes à conservação e à utilização sustentável da biodiversidade. POLÍTICA NACIONAL DE BIOSEGURANÇA (LEI Nº 11.105/05) Fonte da Imagem: konstantinks / Shutterstock A Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, conhecida como Política Nacional de Biosegurança, regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de �scalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modi�cados (OGM) e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (PNB). A norma estabelece normas de segurança e mecanismos de �scalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modi�cados (OGM) e seus derivados. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 31/48 As diretrizes da Política Nacional de Biosegurança, são (Lei n. 11.105, art. 1o, parte �nal): a) O estímulo ao avanço cientí�co na área de biossegurança e biotecnologia; b) A proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal; c) A observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. Leia aqui (glossário) alguns conceitos importantes instituídos no artigo 3o da norma. ATIVIDADES 1. Assista ao vídeo (glossário) sobre ecologia, queimadas e desmatamento e identi�que e indique as duas principais leis instituídas no nosso pátrio ordenamento jurídico para a proteção da �ora. Resposta Correta 2. A região de Boa Nova, sudeste da Bahia é uma área que abriga quase 450 espécies de aves, algumas endêmicas e ameaçadas. Um forte trabalho de educação ambiental e engajamento comunitário foi implementado na localidade resultando em inúmeros resultados práticos de conservação, como a criação, em 2010, de um Parque Nacional que possui 12.065 hectares e com um Refúgio de Vida Silvestre de 15.024 hectares, tudo objetivando proteger uma importante área na transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica. Assista ao vídeo (glossário) sobre Boa Nova e, em seguida, responda: Dentro do estudo da Lei que versa sobre o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza, explique, com as suas palavras, o que é um Parque Nacional e o que é um Refúgio da Vida Silvestre. Resposta Correta Área de preservação permanente é: Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. É a substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana. Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da �ora nativa. É a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 32/48 É o a�oramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente. Justi�cativa A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios, com exceção de: Plano de bacia hidrográ�ca Zoneamento ecológico-econômico Formação de corredores ecológicos com outra reserva legal, com área de preservação permanente, com unidade de conservação ou com outra área legalmente protegida. Áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade. Crédito de carbono. Justi�cativa São princípios da Gestão de �orestas públicas, exceto: A proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da biodiversidade e valores culturais associados, bem como do patrimônio público. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d…33/48 O estabelecimento de atividades que promovam o uso e�ciente e racional das �orestas e que contribuam para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável local, regional e de todo o país. O respeito ao direito da população, em especial das comunidades locais, de acesso às �orestas públicas e aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação. A promoção do processamento local e o incentivo ao incremento da agregação de valor aos produtos e serviços da �oresta, bem como à diversi�cação industrial, ao desenvolvimento tecnológico, à utilização e à capacitação de empreendedores locais e da mão de obra regional. A garantia de métodos que estimulem investimentos de curto prazo no manejo, na conservação e na recuperação das �orestas. Justi�cativa O que vem a ser diversidade biológica? A variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. A atmosfera, as águas interiores, super�ciais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a �ora. Conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simpli�cação dos sistemas naturais. Manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas. 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 34/48 Justi�cativa São objetivos do Sistema Nacional de Unidade de Conservação, exceto: Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais. Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional. Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais. Promover a degradação dos recursos naturais. Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento. Justi�cativa 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 35/48 Glossário MATA ATLÂNTICA Segundo dados do Projeto i-�ora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “a Mata Atlântica originalmente estendia-se desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, ocupando uma área entre 1.300.000 a 1.500.000 Km2 e estendendo-se por mais de 3.300 Km ao longo da costa leste do Brasil. Estima-se que a riqueza da Mata Atlântica alcance cerca de 20.000 espécies de plantas vasculares, sendo 8.000 endêmicas. Atualmente restam apenas 11% da vegetação original, distribuída em fragmentos �orestais”. A destruição das �orestas através das queimadas e desmatamentos degrada o meio ambiente, comprometendo o futuro do Planeta. Sem as árvores há a mudança do regime das chuvas, o ar se torna irrespirável, a fauna desaparece. A �oresta é uma síntese viva e complexa da natureza e da história. O homem, como parte da natureza, deveria preservá-la e protegê-la para as futuras gerações. O crescimento econômico não pode ser justi�cado com a destruição das �orestas, as perdas decorrentes dessa destruição ameaçam o próprio futuro da sociedade. NOVO CÓDIGO FLORESTAL 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 36/48 Curiosidade: O primeiro Código Florestal Brasileiro surgiu em 1934, com o Decreto n. 23.793. Naquela época, havia a grande expansão cafeeira, principalmente no Sudeste no país. As �orestas já viviam o processo de degradação fruto do avanço das plantações. ARTIGO 1º-A Lei nº 12.651, artigo 1-A: Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração �orestal, o suprimento de matéria-prima �orestal, o controle da origem dos produtos �orestais e o controle e prevenção dos incêndios �orestais, e prevê instrumentos econômicos e �nanceiros para o alcance de seus objetivos. Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princípios: [...] ARTIGO 1º-A, PARÁGRAFO ÚNICO E INCISOS Lei n. 12.651, Art. 1o A. Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princípios: I - a�rmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas �orestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes e futuras. II - rea�rmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das �orestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia. III - ação governamental de proteção e uso sustentável de �orestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação. IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; V - fomento à pesquisa cientí�ca e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das �orestas e demais formas de vegetação nativa. VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis. ARTIGO 3º, INCISO II DO CÓDIGO FLORESTAL Lei nº 12.651, art. 3º. Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 18/05/2019 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1778831&courseId=13023&classId=1133588&topicId=2652340&p0=03c7c0ace395d80182d… 37/48 II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. ARTIGO 4º DA LEI Nº 12.651 Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares
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