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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO : ENGENHARIA CIVIL GEODÉSIA Aulas Teóricas – 1° Bimestre 2014 Sistemas de Projeções de Mapas • Projeções : focalizar a atenção do leitor, ampliar e providenciar detalhes seletivos para a mensagem do mapa. • Objetivo de se projetar um mapa : transformar a superfície curva e tridimensional da Terra numa superfície plana e bidimensional. Operação que tende a distorcer a escala do mapa. •Elipsóide : forma de representar a Terra : esfera achatada nos pólos e intumescida no Equador. Forma deve-se ao fato de que a Terra, rotacionando ao redor do seu eixo, produz uma força centrífuga. Cada país utiliza o elipsóide que melhor caracteriza a posição geográfica em que se encontra. • Família de Projeções : • Termo “projeção de mapas” – origem na forma como foi pensada a maneira de se representar com razoável precisão a esfericidade da Terra em duas dimensões: posicionando uma fonte de luz dentro de um globo transparente, com diferentes maneiras de envolver o globo, como cilindro, cone ou um plano. "Datum" Do latim dado, detalhe, pormenor (plural data) em cartografia refere-se ao modelo matemático teórico da representação da superfície da Terra ao nível do mar, utilizado pelos cartógrafos numa dada carta ou mapa. De uma forma muito simplificada, o datum indica o ponto de referência a partir do qual a representação gráfica dos paralelos e meridianos, e consequentemente de todo o resto que for desenhado na carta, está relacionado. A diferença entre os data são baseadas em modelos matemáticos distintos da forma e dimensões da Terra e do fator adicional da projeção, seja por razões históricas, seja para garantir uma representação gráfica mais proporcionada. PROJEÇÕES – Forma da Terra GEÓIDE - representação da forma irregular do planeta. ELIPSÓIDE - superfície de referência, geometricamente regular para onde são transferidos os dados do geóide. Para mapas em pequenas escalas, um modelo esférico é usado por ser matematicamente mais simples . Para grandes escalas, a Terra é modelada como um elipsóide. Diversos países usam elipsóides diferentes, ajustando os raios polar e equatorial (semi-eixos) para os melhores valores da região de interesse. Brasil : SAD 69 Sistema Geodésico Sul Americano - características: - Elipsóide de referência - UGGI 67 (isto é, o recomendado pela União Geodésica e Geofísica Internacional em 1967) definido por: - semi-eixo maior - a: 6.378.160 m - achatamento - f: 1/298,25 - Origem das coordenadas (ou Datum planimétrico): - estação : Vértice Chuá (MG) - altura geoidal : 0 m - coordenadas: Latitude: 19º 45º 41,6527’’ S Longitude: 48º 06’ 04,0639" W - azimute geodésico para o Vértice Uberaba : 271º 30’ 04,05" Córrego Alegre Na década de 50 foi adotado o Sistema Geodésico Córrego Alegre, o qual tinha como vértice o ponto Córrego Alegre e o elipsóide Internacional de Hayford de 1924 como superfície de referência, sendo seu posicionamento e orientação determinados astronomicamente. Coordenadas: • latitude = 19°50' 14,91" S • longitude = 48°57' 41,98" W • h = 683,81 metros WGS84 O WGS84 - versão do sistema de referência geodésico global estabelecido pelo Departamento de Defesa Americano desde 1960 com o objetivo de fornecer posicionamento e navegação em qualquer parte do mundo. Uma das principais características do WGS84 diante do SAD69 é este ser um sistema geocêntrico, ao contrário do sistema topocêntrico do SAD69. SIRGAS Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul - criado em outubro de 1993, contando com a participação dos países da América do Sul, representados por suas agências nacionais - principal objetivo estabelecer um sistema de referência geocêntrico para a América do Sul. Com esse sistema geocêntrico, as coordenadas obtidas com GPS, relativamente a esta rede, podem ser aplicadas diretamente aos levantamentos cartográficos, evitando a necessidade de transformações e integração entre os dois referenciais. Brasil, fazem parte das estações SIRGAS - 9 estações da RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo). Oficialmente adotado como Referencial Geodésico Brasileiro em 2005, através da Resolução do Presidente do IBGE N°1/2005, onde é alterada a caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro, estando atualmente em um SIRGAS - Centro de Processamento Estações Processadas Estações pertencentes a rede SIRGAS Classificação das projeções - Cônica - Cilíndrica -Planar ou Azimutal Formas geométricas tangentes ou secantes ao elipsóide ou esferóide. Tangente: o cone, cilindro ou o plano toca a Terra em uma única linha ou ponto. Secante: o cone ou cilindro intercepta ou corta a Terra em mais de um local. Projeção Cônica Dobrando-se uma folha em cone em volta do globo, transferindo feições e desenrolando ���� projeção cônica O cone pode ser tangente a um paralelo ou 2 paralelos. Úteis para grandes extensões Ex: China, EUA, Canadá Projeção Cilíndrica Enrolando-se uma folha de papel em torno do globo, transferindo as feições para este papel e desenrolando ���� projeção cilíndrica O cilindro pode ser posicionado no globo, tangente a uma linha ou duas linhas. Geralmente usada para mapas-mundi Projeção Azimutal Colocando-se uma folha de papel tangente a um ponto do globo, transferindo as feições ���� projeção azimutal. Normalmente os pontos escolhidos estão situados nos pólos. Usado para Pólo Norte e Pólo Sul. Propriedades das Projeções Propriedades Geométricas: O processo matemático de uma projeção sempre resulta em alguma distorção das relações geométricas tais como conformidade, distância, direção, escala e área que são representadas corretamente no esferóide. Conformidade Quando a escala de um mapa em qualquer ponto é a mesma em qualquer direção, a projeção é dita conforme. Meridianos e paralelos interceptam-se em ângulos retos. A forma é preservada localmente. Distância Uma projeção é dita eqüidistante quando representa distâncias em escala do centro da projeção para qualquer outro lugar no mapa. Direção Um mapa preserva a direção quando os azimutes são Não é possível representar todas as distâncias ou todos os ângulos corretamente em um mapa. Porém, é possível produzir mapas que representem apropriadamente determinadas características geométricas. Projeções Azimutais As Projeções azimutais (ou zenitais) representam determinadas relações angulares corretamente. Do mesmo modo com as distâncias, nem todas as relações angulares podem ser representadas corretamente em um único mapa. Projeções Equivalentes As Projeções de mapas que mantêm a área constante em toda a superfície do mapa são chamadas de igual área ou projeções equivalentes. Projeções Equidistantes Preservam a escala em alguma parte do mapa, não sendo possível representar todas as distâncias corretamente em escala. Projeções Conforme Em qualquer ponto no mapa, a escala é a mesma em todas as direções sobre o ponto. Ângulos sobre um ponto são mostrados corretamente e assim sendo, pode-se esperar a representação de formas corretamente. Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Projeção conforme, que muda a orientação do cilindro sobre o qual o mapa é projetado de modo que sucessivas pequenas regiões apresentem pequena distorção. Globo terrestre - dividido em sessenta fusos verticais : cada fuso tem 6°de largura em longitude. Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM • Sistema de referência –coordenadas planas da folha do mapa podem ser relacionadas às coordenadas geodésicas das posições medidas da Terra. •Depende: projeção + conjunto de coordenadas cartesianas planas sobrepostas à projeção – necessidade de uma origem para orientar o sentido da grade para a projeção. • Ainda se faz necessário : definir um sistema de numeração e das unidades de medida . UTM - um dos sistemas de referência mais usados em operações de SIG. • Projeção UTM é cilíndrica conforme – os ângulos das figuras representadas não se alteram, a forma é preservada e existe a facilidade de obtenção de medidas de distância. • Divide a Terra da latitude 84°Norte à latitude 80°Sul em colunas com largura de 6°de longitude chamadas zonas numeradas de 1 a 60 no sentido Leste, começando no meridiano 180°. Cada zona, por sua vez, é dividida em quadriláteros, que são identificados por letras, de C a X, omitindo I e O. • Sistema de referência UTM – utilizado no Brasil desde 1955. Existem normas cartográficas para seu uso (Serviço Geográfico Brasileiro): transformação das coordenadas UTM em coordenadas geográficas –SIG. Sistemas de Referência Específicos • Cada país define seu sistema de referência relativo a uma origem selecionada – o “datum”: modelo da Terra usado para cálculos geodésicos; descreve uma região limitada da Terra. • “Datum” Internacional para definir uma superfície de referência simples para o globo é o WGS84 (World Geodetic System 1984) : Tem como referência o centro de massa da Terra – GPS ! • Mapas mais antigos do Brasil : adotam o datum Córrego Alegre, que utiliza o elipsóide de Hayford. Recentemente: datum SAD-69 que utiliza o elipsóide de referência 1967. Observação do céu Coordenadas Celestes Sistema de coordenadasSistema de coordenadasSistema de coordenadasSistema de coordenadas Plano basePlano basePlano basePlano base PólosPólosPólosPólos CoordenadasCoordenadasCoordenadasCoordenadas Horizontal horizonte zênite/nadir elevação/ azimute Equatorial equador celeste pólos celestes declinação/ ascensão reta Eclíptico eclíptica pólos eclípticos lat.eclíptica/ long.eclíptica * O plano da eclíptica é o plano imaginário contendo a órbita da Terra em volta do Sol e está inclinado 23,5°em relação ao equador. Durante o ano, a posição aparente do Sol está neste plano, assim como todos os planetas estão próximos deste plano, pois foram formados no disco proto-planetário. Plano da Eclíptica * O plano da eclíptica é o plano imaginário contendo a órbita da Terra em volta do Sol e está inclinado 23,5°em relação ao equador. Durante o ano, a posição aparente do Sol está neste plano, assim como todos os planetas estão próximos deste plano, pois foram formados no disco proto-planetário. Coordenadas Celestes Sistema Horizontal O Sistema Horizontal utiliza como plano fundamental o Horizonte celeste. As coordenadas horizontais são azimute e altura. •Azimute (A): é o ângulo medido sobre o horizonte, no sentido horário (NLSO), com origem no Norte geográfico e extremidade no círculo vertical do astro. O azimute varia entre 0°e 360°. •Altura (h): é o ângulo medido sobre o círculo vertical do astro, com origem no horizonte e extremidade no astro. A altura varia entre -90°e +90°. O complemento da altura se chama distância zenital (z). Assim, a distância zenital é o ângulo medido sobre o círculo vertical do astro, com origem no zênite e extremidade no astro. A distância zenital varia entre 0°e 180°: (h + z=90°) O sistema horizontal é um sistema local, no sentido de que é fixo na Terra. As coordenadas azimute e altura (ou azimute e distância zenital) dependem do lugar e do instante da observação e não são características do astro Coordenadas Celestes Sistema Equatorial O Sistema Equatorial Celeste utiliza como plano fundamental o Equador celeste. Suas coordenadas são a ascensão reta e a declinação. Planisfério Celeste Aparência do céu depende: -horário -data -latitude A Esfera Celeste Com o passar das horas, os astros se movem no céu, nascendo a leste e se pondo a oeste. Isso causa a impressão de que a esfera celeste está girando de leste para oeste, em torno de um eixo imaginário, que intercepta a esfera em dois pontos fixos, os Pólos Celestes. A Esfera Celeste Na verdade, esse movimento, chamadomovimento diurno dos astros, é um reflexo do movimento de rotação da Terra, que se faz de oeste para leste. O eixo de rotação da esfera celeste é o prolongamento do eixo de rotação da Terra, e os polos celestes são as projeções, no céu, dos polos terrestres. A Esfera Celeste Embora o Sol, a Lua, e a maioria dos astros na nossa latitude tenham nascer e ocaso, existem astros que nunca nascem nem se põem, permanecendo sempre acima do horizonte. Se pudéssemos observá-los durante 24 horas, os veríamos descrevendo uma circunferência completa no céu, no sentido horário. Esses astros são chamados circumpolares. . A Esfera Celeste O centro da circunferência descrita por eles coincide com o Polo Celeste Sul. Para os habitantes do hemisfério norte, as estrelas circumpolares descrevem uma circunferência em torno do Polo Celeste Norte. Mas as estrelas que são circumpolares lá não são as mesmas estrelas que são circumpolares aqui, pois o fato de uma estrela ser circumpolar ou não depende da latitude do lugar de observação. A Esfera Celeste 1. Nos polos ( lat = 90): Todas as estrelas do mesmo hemisfério do observador permanecem 24 h acima do horizonte (não têm nascer nem ocaso), e descrevem no céu círculos paralelos ao horizonte. As estrelas do hemisfério oposto nunca podem ser vistas. •2. No equador ( lat = 0): Todas as estrelas nascem e se põem, permanecendo 12h acima do horizonte e 12h abaixo dele. A trajetória das estrelas são arcos perpendiculares ao horizonte. Todas as estrelas do céu (dos dois hemisférios) podem ser vistas ao longo do ano. •3. Em um lugar de latitude intermediária: Algumas estrelas têm nascer e ocaso, outras permanecem 24h acima do horizonte, outras permanecem 24h abaixo do horizonte. As estrelas visíveis descrevem no céu arcos com uma certa inclinação em relação ao horizonte, a qual depende da latitude do lugar O movimento diurno dos astros, de leste para oeste, é um reflexo do movimento de rotação da Terra, de oeste para leste. Ao longo do dia, todos os astros descrevem no céu arcos paralelos ao Equador. A orientação desses arcos em relação ao horizonte depende da latitude do lugar. Elementos da Esfera Celeste Posições da Terra na Esfera Celeste Sistema de Coordenadas Horizontais Sistema de Coordenadas Horizontais Sistema de Coordenadas Horizontais Sistema de Coordenadas Horizontais • GPS – Global Positioning System – sofisticado sistema eletrônico de navegação em uma rede de satélites que permite localização instantânea, em qualquer ponto da Terra, com uma precisão quase perfeita. • Sistema GPS disponíveis para o uso no meio civil NAVSTAR - desenvolvido pelo EUA. • Dois sistemas, com mesmas finalidades , desenvolvidos pelas maiores potências militares - tecnologia de guerra, desenvolvida na época da Guerra Fria. • Tornou-se de conhecimento público durante a Guerra do Golfo : mísseis atingiam seus alvos com a chamada “precisão cirúrgica”. Mísseis e tropas militares, navios e tanques de guerra : deslocavam-se na imensidão do deserto, sob a orientação do NAVSTAR – GPS. NAVSTAR – GPS : Navigation System with Timing and Ranging • 24 satélites que orbitam ao redor da Terra duas vezes ao dia em trajetórias muito precisas e transmitem informações de posicionamento. • Calcula posições desconhecidas da Terra, mar e ar a partir de posições conhecidas desses satélites no espaço. • Objetivos : - determinação instantânea de navegaçãode um objeto; - coordenação precisa do tempo. • Sistema tão importante e necessário no meio militar : torna-se disponível para o meio civil , mas, por questões estratégicas, não com a mesma eficácia. • NAVSTAR GPS : é um “sistema de navegação baseado em um sistema espacial sob o desenvolvimento do Departamento de Defesa da América do Norte para satisfazer as necessidades das Forças Armadas na determinação, de maneira precisa, de sua posição, velocidade e tempo em um sistema de referência comum, em qualquer lugar da Terra ou próximo dela de maneira contínua.” (Hofmann-Wellenhof, 1997) • Iniciativa militar, mas o Congresso da América do Norte, atendendo a uma solicitação do presidente , liberou o uso do sistema para fins civis. • Utilizando um diretório (uma tabela com o número do satélite e sua órbita) armazenado na memória do receptor – determina distância e posição de qualquer satélite e estas informações são utilizadas para calcular – posição atual. ESTRUTURA DO SISTEMA Segmento Espacial ; Segmento de Controle ; Segmento do Usuário 1- Segmento Espacial : NAVSTAR – 24 satélites dispostos em 6 órbitas diferentes , altitude de 20200 km. • Distribuição no espaço : em qualquer lugar do mundo e a qualquer momento - pelo menos quatro satélites disponíveis acima do plano do horizonte do usuário. • Satélites transmitem para os GPS sinais de rádio – processados , permitem o cálculo do posicionamento do usuário. Rádios nos satélites : transmitem sinais em 2 bandas – L1 e L2. L1 – freqüência de 1575,42 MHz , carrega 2 códigos : “ Coarse/ Aquisition” (C/A) e código preciso (P). L2 – freqüência de 1227,6 MHz , carrega apenas código P (recebido apenas por aparelhos militares). • Sinal livre para civis : C/A – Serviço de Posicionamento Padrão (SPS). • Uso das duas bandas, mais códigos por elas produzidos – Serviço Preciso de Posicionamento – PPS : utilizado pelas Forças Armadas EUA e seus aliados. 2 – Segmento de Controle : • Estações terrestres, gerenciadas pelo Departamento de Defesa dos EUA. • Responsáveis : monitoramento dos satélites ; correções de órbitas; identificação de defeitos; acertos dos relógios atômicos dos satélites. • Vitais para o bom funcionamento do sistema. • Os receptores GPS, por questões de custo, usam um relógio de cristal em seu interior, que não estão acertados precisamente com o relógio atômico a bordo do satélite, causando uma leve defasagem no tempo. 3 – Segmento Usuário: • Receptores GPS disponíveis no mercado : R$ 400,00 até mais de R$ 3000,00 , dependendo dos recursos e aplicações. • Funções : captar sinais de rádio transmitidos pelos satélites, decodificá-los e através de cálculos de geometria esférica, determinar a posição do usuário ; além das funções de : referências, sistemas de medidas, sistemas de coordenadas, armazenagem de dados, troca de dados. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA • Cada satélite envia continuadamente sinais contendo sua posição e uma medida de tempo. Receptor do usuário : mede o tempo para que o sinal percorra a distância entre o satélite e a antena desse receptor (cálculo utilizando a velocidade da luz “c” : 300.000.000 m/s. O receptor mede o tempo “t” que o sinal levou para chegar até ele e calcula assim a distância “d” ao satélite : d = c.t • Como calcular o tempo que o sinal levou para deixar o satélite até ser captado pelo receptor do usuário? O receptor de GPS emite continuamente os mesmos códigos transmitidos pelos satélites – sincronia entre satélites e receptores calcula há quanto tempo atrás esse mesmo sinal foi gerado pelo satélite. • Conhecendo os valores de Tempo e Velocidade , obtém-se a Distância que o satélite se encontra do receptor e através de cálculos de triangulação o equipamento obtém a Posição Geográfica. • Se distância do satélite ao receptor e localização do satélite são conhecidas – o receptor está em algum lugar na superfície da Terra cujo centro é o satélite. Procedimento repetido para cada um dos satélites que o receptor capta – determinando o local que as esferas se cruzam no espaço. • Encontro de duas esferas: círculo; três esferas : dois pontos e quatro determinam um ponto – receptor tem sua posição geográfica determinada. Quatro satélites definem as quatro incógnitas Latitude Longitude, Altitude e Tempo. PRECISÃO DE POSICIONAMENTO • Maio 2000 – eliminada pelo Departamento de Defesa dos EUA a principal fonte de erro na precisão do GPS : “ Erro Devido à Disponibilidade Seletiva” (SA – Selective Avaiability). • Erro aleatório inserido pelo Departamento de Defesa dos EUA ao sistema na forma de um ruído no relógio do satélite para limitar o uso do GPS por forças hostis durante guerras ou crises armadas. * O Departamento pode até desligar todo o sistema, deixando ativo somente os canais militares. • Com a eliminação da SA, o erro médio de posicionamento que era da ordem de 50 a 100 metros, agora varia de 10 a 20 metros. • Precisão de uma posição fornecida pelo GPS – variar de menos de 1 cm até mais de 20 metros , dependendo : tipo de processamento utilizado e conhecimento do usuário sobre a operação do sistema. • Coordenadas horizontais (X e Y) são de 2 a 5 vezes mais precisas que a coordenada vertical (Z) – precisão horizontal na ordem de 1 cm medida vertical : 2 a 5 cm. Fatores que Interferem na Precisão do Posicionamento : 1- Erros nos relógios dos satélites e do receptor : pequena defasagem entre os relógios dos satélites e receptores. Os receptores captam no mínimo 4 satélites – eliminam erro do relógio com procedimentos externos. 2- Órbita dos satélites : não há efeito da atmosfera da Terra sobre satélites, mas forças gravitacionais da lua e sol e pressão da radiação solar criam pequenos desvios nas órbitas. Com o tempo : erros se acumulam e tornam-se significativos. A cada 12 horas: órbita dos satélites rastreada e corrigida pela estação mestre de controle, não impede erro médio de 0,6 m. 3 – Interferências Atmosféricas : vapores d´água na troposfera e íons na ionosfera causam atrasos na propagação dos sinais emitidos pelos satélites , podendo resultar em erro no cálculo da distância receptor – satélite. Alguns equipamentos : recursos para corrigir ou reduzir essa fonte de erro. 4 – Reflexão do Sinal : erro formado pela sobreposição de sinais. Pode ocorrer quando operamos o GPS próximo a grandes superfícies líquidas (lagos, represas), grandes superfícies metálicas ou sólidas – causam reflexão do sinal enviado pelo satélite. Erros de 1 a 2 m. 5 – Geometria dos Satélites : boa geometria é definida por um grupo de satélites igualmente distribuídos e bem espaçados na calota acima do receptor, facilitando a intersecção das esferas imaginárias que permitem o cálculo da posição. Satélites muito próximos uns dos outros : má geometria. • Qualidade da geometria dos satélites : quantificada pelo índice GDOP (Diluição Geométrica de Posição), composto pelos fatores: - Diluição de Precisão Horizontal (HDOP) – interfere na latitude e longitude. -Diluição de Precisão Vertical (VDOP) – interfere na altitude. -Diluição de Precisão na Posição (PDOP) – interfere nas 3 dimensões. Mais utilizado. Quanto menor o PDOP, melhor a geometria, desaconselhável trabalhar com PDOP acima de 5 ou 6 ; melhor valor é 1. Trabalhos de campo : PDOP entre 1,5 a 3,5. -Diluição de Precisão no tempo (TDOP). •Esses erros reduzem a acurácia do receptor de GPS para 20 a 30m – insuficiente para Agricultura de Precisão ou mapeamentos com maior índices de precisão (áreas de talhões, mapeamento de rodovias,...). CORREÇÃO DIFERENCIAL – melhorar acurácia do equipamento. CORREÇÃO DIFERENCIAL • Utilização de um receptor fixo em um local de coordenadas conhecidas para cálculo do erro instantâneo na posiçãofornecida pelo GPS. Após determinado, esse erro é utilizado na correção das medidas do receptor do usuário, que é sempre móvel. • Reduz ou elimina maiores fontes de erros de GPS comuns : podem cair da ordem de 30 metros para apenas 0,4 metros. • Erros de reflexão, relógio do satélite,órbita do satélite e disponibilidade seletiva são praticamente eliminados. • Existem 5 alternativas para correção diferencial do sinal do GPS – 3 disponíveis no Brasil. 1 – Correção por Pós Processamento dos Dados : sistema composto por uma base fixa de posição conhecida (onde é instalado um GPS e um computador para armazenagem de dados) e o receptor móvel, com o qual vai-se a campo e faz-se a coleta de dados. Após a coleta, retorna-se ao escritório onde é feito seu processamento, cruzando-se os dados do GPS de campo com os erros determinados pela base fixa. • Válida para levantamentos cartográficos e topográficos, ou produção de mapas de colheita. • Órgãos públicos e empresas já disponibilizam esse tipo de serviço. ESALQ/USP e Santiago & Cintra : disponibilizam bases fixas para fornecimento de dados de correção em pós processamento. Dados em formato “.ssf”, específico de um dos fornecedores de GPS. • Guarda Costeira de muitos países : transmissores de correção diferencial (por meio de rádio AM) ao longo da costa e mesmo em rios navegáveis. Utilizados pelos agricultores que estão dentro da área de cobertura. Brasil dispõe na costa atlântica – não atinge áreas continentais e agrícolas. • Alguns países : redes privadas de serviço para o fornecimento do sinal de correção via ondas de FM. 2 – Correção pela Instalação de uma Base Fixa Própria : aquisição de um receptor de GPS, um rádio emissor e um rádio receptor em UHF. Base montada em uma torre central em relação à área de cobertura. Sinal de GPS captado pelo receptor da torre – transmitido pelo rádio emissor e captado pelo rádio receptor localizado no veículo de campo que também está equipado com GPS. A correção é processada pelo equipamento de campo em tempo real. • Limitação do sistema : alcance do sinal de rádio – máximo 25 a 40 km de raio, dependendo da potência do rádio e do relevo local. • Boa solução para usuários coletivos – podem ser utilizado tantos receptores móveis quanto se queira e assim diluir o custo da aquisição e manutenção da estação fixa. 3 – Sinal Obtido Via Satélite de comunicação Geoestacionário Específico para esse Fim : sinal continental, dirigido a qualquer usuário de GPS. O sistema utiliza o satélite de comunicação e estações de referência de longo alcance (centenas de km). O sistema gera uma base virtual dentro do receptor de DGPS. • Sinal bloqueado, disponível para usuários que o adquirirem – taxa anual, normalmente. • Correção via satélite geoestacionário,sinais de GPS e meios de comunicação – sofrendo forte influência vinda do Sol , com maior emissão de energia e ondas eletromagnéticas. Acontecimentos imprevisíveis e que atrapalham muito a execução de trabalhos pré- planejados, por falta de sinal. TIPOS DE EQUIPAMENTOS • Diversos fabricantes, diversas finalidades. • Portáteis : mais utilizados para navegação ou em trabalhos que não exigem precisão de posicionamento inferior a 10 metros , como: trabalhos de levantamentos de solos, posicionamento de amostras de coleta de solo no campo, mapeamento de uso do solo.... • Equipamentos com correção diferencial (DGPS): utilizados para trabalhos que exigem maior precisão, como : mapeamento do uso da terra em microbacias hidrográficas, delimitação de talhões de propriedades agrícolas, mapeamneto de estradas.... Aumento na precisão e aumento no custo do equipamento! • Agricultura de Precisão : uma colhedora é equipada com GPS e sensores de produtividade que em tempo real fornecem informações sobre a posição da máquina e quantidade colhida em cada posição registrada pelo GPS – margem de erro de 2 m. Neste caso, o usuário deve pagar à uma empresa especializada pelo recebimento via satélite de comunicação, do sinal GPS que permita uma precisão de 2 metros. • Outra aplicação de GPS na agricultura de precisão é o acompanhamento da lavoura e demarcação de eventos em geral , como ocorrências de doenças ou ataque de pragas. Necessário um GPS transportável e um PC portátil com um programa específico de navegação para registrar as ocorrências. Referências Bibliográficas Fundamentos de Sistemas de Informação Geográficas José Iguelmar Miranda – EMBRAPA Informação Tecnológica – EMBRAPA , Brasília, 2005. 425p. Sistemas de Informações Geo-referenciadas – Conceitos e Fundamentos. Ardemírio Barros. Editora UNICAMP. Campinas, 1999. 236p. Apostila Cartografia UFES – Instituto de Tecnologia e Ciências Astronomia e Astrofísica 2a Ed. - Kepler de Oliveira, Maria de Fatima Saraiva
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