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Lembrando a última aula: Metabolismo de glicogênio Glicogênio: reserva energética em animais A glicogênio sintase adiciona a glicose para a ponta não redutora de uma cadeia molde (primer) contendo não menos que 5 glicoses. Glicogênio é degradado por fosforólise: (Pi) Glicogênio sintase e glicogênio fosforilase são reguladas reciprocamente Síntese de glicogênio favorecida Quebra de glicogênio favorecida fosforilase quinase fosforilase fosfatase fosfoproteína fosfatase fosfoproteína quinase UENF, CBB, LQFPP Prof. Gustavo Rezende Bioquímica II – Metabolismo 6ª aula: Oxidação de aminoácidos e ciclo da uréia Na aula de hoje focaremos no metabolismo de aminoácidos. A princípio, parece que estamos deixando de falar de metabolismo de açúcares. Mas não é bem assim... Aguardem a parte final da aula! Antes de falar da oxidação dos aminoácidos (AAs), vamos falar da fixação de nitrogênio e síntese de AAs... Aminoácidos (AAs) e o Nitrogênio: Composição da atmosfera terrestre: Estrutura geral dos aminoácidos: N2: 78% O2: 21% Outros gases: ~ 1% Ciclo do nitrogênio Mais de 1011 kg de nitrogênio é fixado anualmente na biosfera! Setas vermelhas: ocorrem em ambientes anaeróbicos. síntese degradação Ciclo do nitrogênio Setas vermelhas: ocorrem em ambientes anaeróbicos. síntese degradação Amônia tem papel central tanto no anabolismo quanto no catabolismo do Nitrogênio nos seres vivos! Mais de 1011 kg de nitrogênio é fixado anualmente na biosfera! Amônia é incorporada nas biomoléculas através de glutamato, em plantas e bactérias: glutamina sintetase e glutamato sintase α-cetoglutarato + NH+4 + NADPH + ATP glutamato + NADP+ + ADP + Pi A mesma estrutura com distintos graus de aminação: Glutamato e glutamina possuem papeis importantes no metabolismo dos AAs. A mesma estrutura com distintos graus de aminação: Glutamato e glutamina possuem papeis importantes no metabolismo dos AAs. Intermediário do ciclo de Krebs Aminoácido Aminoácido Síntese de AAs em plantas e bactérias: Alguns AAs não são sintetizados por humanos: Catabolismo dos grupos amino: Já que poucos microorganismos fixam nitrogênio, os grupos amino são usados de forma muito econômica nos sistemas biológicos. Parte da amônia gerada é reciclada e usada para vias biossintéticas, o excesso é excretado diretamente ou convertido em uréia ou ácido úrico, dependendo do animal: Formas de excreção de grupos amino: A maioria dos AAs são metabolizados no fígado. O fígado (1) processa aminoácidos da dieta absorvidos no intestino delgado, (2) recebe o excesso de amônia na forma de glutamina vinda do músculo e dos outros tecidos extra-hepáticos ou (3) na forma de alanina vinda do músculo. A excreção ocorre na forma de uréia: convertido em Catabolismo de grupos amino no fígado de vertebrados: fígado músculo esquelético veia porta intestino delgado sistema linfático tecido adiposo cérebro pâncreas Catabolismo de grupos amino no fígado de vertebrados: Ureia Excesso de amônia chega no fígado como: 1 2 3 (1) Proteínas da dieta são enzimaticamente degradadas em AAs: Em humanos a degradação de proteínas digeridas em seus AAs constituintes ocorre no trato digestório. No estômago ocorre a liberação de ácido hidroclorídrico e a ação da pepsina, que quebra proteínas em pequenos peptídeos. Pâncreas secreta bicarbonato e eleva o pH para 7,0 e no intestino delgado os peptídeos são quebrados em AAs pela ação de outras proteases e peptidases. A mucosa intestinal absorve os AAs livres, que entram nos capilares sanguíneos e são transportados para o fígado... As aminotransferases (também chamadas transaminases) transferem grupos amino de diversos AAs para o α-cetoglutarato, formando glutamato, que por sua vez doa grupos amino para vias biossintéticas ou de excreção. Existem diversas aminotransferase, por exemplo: alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, etc. ΔG’O da reação: ~ 0 kJ/mol (1) AAs da dieta são convertidos em glutamato no fígado: (1) AAs da dieta são convertidos em glutamato no fígado: Todas as aminotransferases possuem o mesmo mecanismo de reação e o mesmo grupo prostético, o piridoxal fosfato (PLP), que funciona como um carreador intermediário de grupos amino no sítio catlítico da enzima... Piridoxal fosfato, o grupo prostético das aminotransferases: PLP na sua forma aminada chama-se Piridoxamina fosfato Piridoxal fosfato, o grupo prostético das aminotransferases: Aspartato aminotransferase, um homodímero com PLP em vermelho Catabolismo de grupos amino no fígado de vertebrados: Ureia Excesso de amônia chega no fígado como: 1 2 3 (2) Amônia do músculo é levada pelo sangue para o fígado como alanina O músculo em exercício severo produz piruvato e amônia, devido a quebra das proteínas musculares. Piruvato pode ser transformado em lactato, ou pode se juntar à amônia formando alanina. (2) Amônia do músculo é levada pelo sangue para o fígado como alanina veremos daqui a pouco O músculo em exercício severo produz piruvato e amônia, devido a quebra das proteínas musculares. Piruvato pode ser transformado em lactato, ou pode se juntar à amônia formando alanina. Essa alanina é levada para o fígado, vira piruvato que vai para a gliconeogênese e glutamato que vai para o ciclo da uréia. Esse é o ciclo glicose-alanina entre músculo e fígado. (2) Amônia do músculo é levada pelo sangue para o fígado como alanina Transformação de piruvato em alanina: Ocorre pela ação da alanina aminotransferase, de acordo com a reação genérica que vimos antes: Alanina Piruvato O Catabolismo de grupos amino no fígado de vertebrados: Ureia Excesso de amônia chega no fígado como: 1 2 3 (3) Amônia de muitos tecidos é levada pelo sangue para o fígado como glutamina Em muitos tecidos (inclusive o cérebro) a amônia é produzida em processos como a degradação de nucleotídeos. Sendo tóxica, a amônia mais glutamato é convertida em glutamina (glutamato com um grupo amino) nos tecidos, que vai pra corrente sangüínea, chegando ao figado. Uma enzima realiza esse processo, em duas etapas e com gasto de ATP. Continua no próximo slide... Na mitocôndria do fígado, a glutamina que chegou dos outros tecidos é convertida em glutamato e NH+4 pela glutaminase. (3) Amônia de muitos tecidos é levada pelo sangue para o fígado como glutamina Na mitocôndria do fígado, a glutamina que chegou dos outros tecidos é convertida em glutamato e NH+4 pela glutaminase. Ciclo da uréia (veremos em seguida) (3) Amônia de muitos tecidos é levada pelo sangue para o fígado como glutamina Catabolismo de grupos amino no fígado de vertebrados: Ureia Excesso de amônia chega no fígado como: 1 2 3 Catabolismo de grupos amino no fígado de vertebrados: Ureia Excesso de amônia chega no fígado como: 1 2 3 E como a amônia é liberada do glutamato para seguir no ciclo da uréia? Glutamato libera amônia na mitocôndria do fígado Nos hepatócitos o glutamato é transportado do citosol para a mitocôndria, onde sofre uma desaminação oxidativa pela glutamato desidrogenase: glutamato desidrogenase O α-cetoglutarato segue para o Ciclo de Krebs e o NH+4 segue para o Ciclo da Uréia Ciclo da uréia No ciclo da uréia o NH+4 será convertido em uréia em 1 etapa preparatória e 4 etapas enzimáticas cíclicas. A etapa preparatória ocorre na matriz mitocondrial. A primeira etapa do ciclo ocorre na matrizmitocondrial e as três últimas ocorrem no citosol. Utiliza 2 ATPs e Bicarbonato (oriundo do CO2 da respiração mitocondrial), gerando carbamil fosfato e Pi Catalisada pela enzima carbamil fosfato sintetase l. Essa enzima é ativada por N- acetilglutamato... Etapa preparatória: formação de carbamil fosfato N-acetilglutamato é sintetizado no fígado pela enzima N- acetilglutamato sintase, a partir de acetil-CoA e glutamato. O ciclo da uréia é ativado em animais com dietas ricas em proteína ou desnutridos. Ativação da carbamil fosfato sintetase l: 1ª etapa do ciclo da ureia: formação de citrulina Reação realizada pela enzima ornitina transcarbamilase, utiliza ornitina e carbamil fosfato formando citrulina e Pi. A citrulina passa para o citosol, onde o ciclo da uréia segue. Matriz mitocondrial 2ª etapa do ciclo da ureia: formação de argininosuccinato Reação realizada pela enzima argininosuccinato sintetase, utilizando ATP, citrulina e aspartato. Forma PPi, AMP e argininosuccinato. Essa reação utiliza um intermediário citrulil-AMP. Nessa etapa o segundo grupo amino é introduzindo, proveniente do aspartato (voltaremos a esse aspartato mais tarde). 3ª etapa do ciclo da ureia: formação de fumarato e arginina O argininosuccinato é clivado pela argininosuccinato liase, formando fumarato e arginina Fumarato entra na mitocôndria para participar do Ciclo de Krebs. 4ª etapa do ciclo de ureia: formação de uréia e ornitina A enzima arginase cliva arginina formando uréia e ornitina. Ornitina entra na mitocôndria e reinicia-se o ciclo da uréia. A uréia segue para o sangue e daí para os rins, para ser excretada na urina. Olhando a etapa preparatório e as 4 etapas do ciclo: Olhando essas etapas com os metabólitos doadores de grupos amino: 1 2 3 da dieta 1 2 3 da dieta Origem dos dois grupos amino que darão origem a uréia! 1 2 3 da dieta Asparato é formado a partir de Oxaloacetato e Glutamato. Como o aspartato sai da mitocôndria? Lançadeira malato-aspartato Fígado Rim Coração aspartato aminotransferase aspartato aminotransferase malato desidrogenase malato desidrogenase 1 2 3 da dieta O αααα-cetoglutarato segue para o Ciclo de Krebs... Catabolismo de AAs nos mamíferos: No catabolismo de AAs o grupo amino e o esqueleto de carbono tomam vias metabólicas separadas, mas interconectadas. Catabolismo de AAs nos mamíferos: A amônia é tóxica para o organismo (especialmente o cérebro) e tem que ser excretada. Catabolismo de AAs nos mamíferos: O ciclo da uréia e o ciclo de Krebs podem ser conectados Enzimas citosólicas podem levar fumarato à malato, que pode voltar para a mitocôndria, podendo participar do ciclo de Krebs. O ciclo da uréia e o ciclo de Krebs podem ser conectados Enzimas citosólicas podem levar fumarato à malato, que pode voltar para a mitocôndria, podendo participar do ciclo de Krebs. do ciclo de krebs do ciclo da uréia Lançadeira malato-aspartato Fígado Rim Coração aspartato aminotransferase aspartato aminotransferase malato desidrogenase malato desidrogenase Pontos de entrada dos aminoácidos no ciclo de Krebs Vias catabólicas para a fenilalanina e tirosina e doenças genéticas: (Fenilcetonúria) Vias alternativas para o catabolismo da fenilalanina em pessoas com fenilcetonúria Excesso de fenilalanina e seus metabólitos são tóxicos, especialmente para o cérebro de recém-nascidos. Aspartame: Dipeptídeo do éster metílico de fenilalanina e aspartato. Alanina, glicina, serina, cisteína, triptofano e treonina: Levam a acetil-CoA e piruvato Tripofano, lisina, fenilalanina, tirosina, leucina e isoleucina: Levam a acetil-CoA via acetoacetil-CoA, levam a fumarato e succinil-CoA Arginina, histidina, glutamato, glutamina e prolina: Levam a α-cetoglutarato Metionina, isoleucina, treonina e valina: Levam a succinil-CoA Os três aminoácidos de cadeia ramificada: valina, isoleucina e leucina: Catabolizados não no fígado, mas no músculo, tecido adiposo, rins e cérebro. α-cetoglutarato é transformado em glutamato Asparagina e aspartato: Levam a oxaloacetato Algumas doenças genéticas que afetam o catabolismo dos aminoácidos: Pontos de entrada dos aminoácidos no ciclo de Krebs Capítulos do Lehninger (3ª Edição) para a aula de hoje: Capítulo 22: Parte de ciclo do nitrogênio, e visão geral da biossíntese de aminoácidos (apenas o texto relacionado com Figs 22-1 e 22-9 e o tópico “A amônia é incorporada nas biomoléculas por meio da glutamina e do glutamato”). Capítulo 18: Oxidação de aminoácidos e ciclo da uréia. ATENÇÃO: A FIGURA 18-8 DO LEHNINGER 3ª EDIÇÃO ESTÁ ERRADA. A FIGURA CORRETA DO CICLO GLICOSE-ALANINA É A QUE FOI MOSTRADA NA AULA DE HOJE.
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